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ENVELHECIMENTO E A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL

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ENVELHECIMENTO E A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL 
 
O processo de envelhecimento e a velhice devem ser considerados como 
parte integrante do ciclo de vida. Ao longo dos tempos, o conceito de 
envelhecimento e as atitudes perante os idosos têm vindo a mudar e refletem, por 
um lado, o nível de conhecimentos sobre a fisiologia e anatomia humanas e, por 
outro lado, a cultura e as relações sociais de várias épocas. 
A tendência para o crescimento da população idosa é um dos traços mais 
salientes da sociedade portuguesa atual. Portugal enfrenta presentemente uma 
realidade que, sendo comum à generalidade dos países europeus, só agora 
começa a ganhar um impacto social relevante: baixas taxas de natalidade e 
aumento da esperança de vida., 
Nos próximos 50 anos, Portugal poderá continuar com cerca de 10 
milhões de residentes, mas manter-se-á a tendência de envelhecimento 
demográfico, projetando-se que em 2060, residam no território nacional cerca de 
3 idosos por cada jovem. 
As alterações demográficas do último século, que se traduziram na 
modificação e por vezes inversão das pirâmides etárias, refletem o 
envelhecimento da população, colocando aos governos, famílias e à sociedade 
em geral, desafios para os quais não estavam preparados. 
Consequências do envelhecimento demográfico: 
 A nível social: convivência de várias gerações, famílias com um ou mais 
idosos, mais mulheres que homens, mais idosos vivendo em instituições. 
 A nível da saúde: exigência de mais serviços de saúde, maiores gastos 
com a medicação e o tratamento, maior ocupação de camas hospitalares, 
aumento de transtornos mentais na população, aumento de suicídios, e de 
problemas de eutanásia. 
 A nível económico: maior número de pensionistas ou reformados, menos 
receitas para os cofres do estado, mais lares para a terceira idade. 
 
Envelhecer com qualidade… 
 
 
Envelhecer com saúde, autonomia e independência, o mais tempo 
possível, constitui hoje, um desafio à responsabilidade individual e coletiva, com 
tradução significativa no desenvolvimento económico dos países. 
Atualmente a OMS considera como desafio, aumentar a expetativa de vida 
ativa dos idosos e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida. 
Os políticos, parceiros sociais e outros intervenientes são convidados a 
agir na saúde dos idosos, e na sua saúde mental em particular, através de 
medidas como: 
 Promoção da participação ativa dos idosos na vida comunitária, incluindo a 
promoção da atividade física e de oportunidades educacionais; 
 Desenvolvimento de estratégias flexíveis de reforma que permitam aos 
idosos permanecer a trabalhar até mais tarde, quer a tempo inteiro quer a 
tempo parcial; 
 Disponibilização de medidas para promover a saúde mental e o bem-estar 
nos idosos que recebem cuidados de saúde e suporte social, tanto na 
comunidade como em contexto institucional. 
Uma boa saúde é essencial para que as pessoas mais idosas possam 
manter uma qualidade de vida aceitável e possam continuar a assegurar os seus 
contributos na sociedade. 
Urge pensar no envelhecimento ao longo da vida, numa atitude mais 
preventiva e promotora da saúde e da autonomia, em que a prática de atividade 
física moderada e regular, uma alimentação saudável, o não fumar, o consumo 
moderado de álcool, a promoção dos fatores de segurança e a manutenção da 
participação social, são aspetos indissociáveis. 
. 
 
 Envelhecer com saúde mental… 
 
Os Enfermeiros têm aqui um contributo essencial e importante. Promover a 
saúde mental no idoso passa por informar sobre o processo de envelhecimento, 
promover os hábitos de vida saudáveis, combater o isolamento social e a solidão, 
reforçar ou encontrar projetos /significados de vida, e promover o envolvimento 
social. 
Tudo o que pode diminuir a autoestima (perda de papéis, problemas de saúde, 
reforma, isolamento social, e outros) é susceptível de aumentar a solidão. A 
socialização oferece um aumento da autoestima, através da aprovação, da 
aceitação, do reconhecimento e do apoio. A intervenção do enfermeiro foca-se 
em ajudar a pessoa a melhorar as suas habilidades sociais, identificar os seus 
interesses recreativos, profissionais, culturais, religiosos e pessoais. 
É no contexto de relações afetivas gratificantes que existimos, tornamo-nos 
humanos e desenvolvemo-nos ganhando a necessária autoestima para nos 
cuidarmos e desejarmos sobreviver. 
A total ausência de relacionamentos satisfatórios poderá conduzir a níveis 
muito baixos de autoestima, gerando um descuido acentuado na higiene, na 
alimentação, na toma dos medicamentos, conduzindo até a comportamentos 
para-suicidários. 
Outra intervenção de enfermagem consiste em ajudar o utente a identificar 
os pensamentos negativos e a atenuá-los, encorajar os pensamentos positivos, 
revendo conquistas pessoais, talentos sucessos e oportunidades. Por vezes 
torna-se necessário ajudar a pessoa a definir ou mudar os seus objetivos, 
tornando-os realistas e atingíveis. 
É necessário que, quer os idosos, quer a sociedade envolvente, os ajude a 
envelhecer criativamente, não apenas desmistificando os diversos mitos e 
estereótipos, mas promovendo as suas capacidades e criando uma cultura de 
respeito pela ancianidade, ao mesmo tempo que cuidam mais da sua saúde física 
e psíquica. 
É importante promover o envolvimento social, motivando não só à 
participação das pessoas idosas bem como das famílias e de todos os recursos 
da comunidade. 
O enfermeiro de saúde mental, tem um papel primordial na manutenção e 
promoção da qualidade de vida das populações idosas. Sensibilizar as famílias 
para esta etapa da vida, como o estabelecer de relações interpessoais 
satisfatórias pode contribuir no processo de adaptação do idoso, dar-lhes 
conhecimentos e competências não só para lidar com o seu familiar como 
também para serem pioneiros na aceitação e preparação do seu próprio processo 
de envelhecimento. 
É fundamental conhecer os recursos que a comunidade dispõe no apoio 
aos diferentes níveis, assim como contribuir com sugestões pertinentes e 
fundamentadas nas políticas sociais. 
 
O enfermeiro de saúde mental com as suas competências e habilidades 
pode contribuir para a promoção do envelhecimento ativo e saudável das 
comunidades intervindo, ao mesmo tempo, na prevenção da doença mental no 
idoso. 
 
Fernanda Rodrigues 
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e 
Psiquiátrica

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