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CADERNO PROCESSO CIVIL II

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CADERNO PROCESSO CIVIL II
G1 – COMPETÊNCIA
1. DEFINIÇÃO
2. PRINCIPIOS QUE REGEM A COMPETÊNCIA
a. Princípio da indisponibilidade da competência: o órgão não pode abrir mão da sua competência
b. Princípio da indelegabilidade da competência: a competência não pode ser delegável a outro órgão.
c. Principio da inexistência de vácuo de competência: sempre deve haver um órgão jurisdicional competente.
d. Principio da competência atômica (Kompetenz-Kompetenz): nenhum juízo é totalmente incompetente, eles sempre tem um átomo de competência para resolver sua própria incompetência.
e. Principio da perpetuatio jurisdictionis: deve haver perpetuação do juiz natural, isto é, daquele determinado como competente por lei. Situações pessoais das partes não devem influenciar na competência. 
i. Exceções: 
1. Supressão de órgão judicial: órgão é extinto e seus processos são redistribuídos para outros juízos (que tornam-se os competentes para esses processos). Art 43 CPC?
2. Alteração da competência absoluta do órgão judicial: alteração de competência de índole constitucional em razão da:
a. Função
b. Pessoa
c. Matéria
3. Conexão e continência entre demandas
4. Deslocamento do juízo da condenação no caso de execução de bens expropriados (antigo CPC)
a. Domicílio do executado
b. Juizo do local onde estejam os bens sujeitos à expropriação
5. Grave violação de direitos humanos: finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil faz parte. Art. 109, §5 da CF.
3. DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA
a. REGRAS GERAIS
i. Descentralização das normas previstas em lei (tem na Constituição, no CPC, nos regimentos internos dos tribunais, etc.) Art. 44 CPC. Artigos 102, 105 e 108 e 109 da CF, 93 95 inciso 12 CE.
ii. Cláusula de eleição de foro: competência pode ser eleita, acordada entre as partes. 
b. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL: normas que determinam qual Estado deve julgar determinada demanda
i. EXCLUSIVA: só autoridade judiciária brasileira terá competência para julgar. Art. 23 CPC.
ii. CONCORRENTE: a ação pode ser proposta tanto no Brasil quanto fora. Art. 21 e 22 CPC. 
1. Duas ações idênticas em 2 países: não há litispendência, produz efeito no Brasil a decisão que primeiro transitar em julgado no Brasil. Art. 24 CPC.
a. A sentença nacional produz coisa julgada quando não cabe mais recurso. 
b. A sentença estrangeira vira coisa julgada em âmbito nacional quando ela é homologada pelo STJ. Art. 961 CPC. 
c. COMPETÊNCIA INTERNA
i. Fator organizacional: regras que buscam qualificar a prestação jurisdicional. ORGANIZAÇÃO + QUALIFICAÇÃO.
ii. Regras cogentes: de interesse público, não são disponíveis às partes ou ao juízo, são de competência absoluta. Artigos 102, 105, 108 e 109 CF + Artigos 93 e 95 CE + Normas CPC. 
1. Matéria: Art. 45 CPC, matérias de interesse estadual (recuperação judicial, falência, insolvência civil, acidente de trabalho)
2. Função: leva em conta a função dada pelo legislador para determinado órgão jurisdicional.
a. Originária: 
i. Regra: 1º Grau
ii. Exceção: tribunal local, 2º Grau ou superior.
b. Recursal: órgãos que tem competência para julgar recurso de determinada ação. 
i. Regra: 2º Grau ou superior.
ii. Exceção: 1º Grau, recurso vai para o próprio juiz que julgar o caso. 
3. Pessoa
iii. Regras disponíveis: de interesse privado, são de competência relativa. 
1. Territorial. 
a. Regra: efetivamente relativa.
i. Geral: Art. 46 e 47 CPC.
ii. Especial: Art. 48 a 53 CPC. 
b. Exceção: absoluta, prevista no Art 47 §2 CPC. Foro rei sitae. Se o imóvel está em dois municípios/estados e tem duas matrículas, a competência de um se estende para outro. Tanto faz onde for a ação. Art. 60 CPC.
2. Valor da causa: Lei 9099, Art; 3
a. Regra: do menor para o maior.
b. Exceção: do maior pro menor. Pode ser excepcionalmente cogente quando o legislador estabelece a obrigatoriedade de valor da causa em regra de competência, ou seja, atribui esse critério à competência absoluta. Lei de Juizado Especial, Art. 3, §3º. 
4. INCOMPETÊNCIA
a. Absoluta: não prorroga, Art. 64, §1 CPC, pode ser reconhecida de oficio por conta do interesse público, pode ser provocada pelas partes e pode ser reconhecida a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição (verdade relativa).
i. Precursionamento: questão sistêmica, cortes superiores não focam no caso concreto, elas dão unidade jurisprudencial ao sistema, a ideia é julgar a legalidade.
ii. Pré-questionamento: matéria tem que ser discutida no tribunal local, não se permite recurso especial para questionar competência absoluta. 
iii. Duplo questionamento:
iv. Defeitos ou vícios das decisões judiciais finais:
1. Preclusivos (regra geral), ideia de pacificação social.
2. Rescisórios, ação anulatória para decisões de mérito com vício de incompetência absoluta. Não se aplica para decisões julgadas sem mérito. Art. 966 CPC e Art. 975, prazo de 2 anos, biênio decadencial. 
3. Transrescirórios, ação autônoma sem prazo decadencial e prescricional, vícios relacionados a pressupostos de existência da ação podem ser atacados a qualquer tempo.
b. Relativa: prorrogação prevista no Art. 65 CPC, não pode ser reconhecida de ofício, precisa ser provocada pelas partes no prazo da primeira oportunidade que elas tiverem de falar nos autos do processo. Não respeitado o prazo, o juízo incompetente vira competente. Lembrar da ideia de proibição de decisão surpresa, Art. 64, §4 CPC. 
5. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA: fenômeno multiprocessual, ocorre quando no mínimo duas demandas são ajuizadas em juízos competentes. Só se aplica para competência relativa territorial e para ações que ainda não estão tramitando. Desconsidera-se as regras de competência relativa para modificar-se a competência para outro juízo. Ações que são parecidas devem estar no mesmo juízo para garantir a confiabilidade, evitando decisões conflitantes. 
a. CONEXÃO: ações conexas, muito parecidas. Deve haver, necessariamente, mesma causa de pedir OU mesmo pedido. Art. 55 CPC. 
b. CONTINÊNCIA: mesmas partes, mesma causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser maior, engloba o pedido da outra. Não é só valor monetário, é também a quantidade do que é pedido.
i. Regra: reune-se as demandas para receber julgamento conjunto. Art. 56 CPC. 
ii. Exceção: pedido mais antigo é mais amplo/continente, ação mais nova e contida será extinta sem resolução do mérito. Art. 57 CPC
c. OUTRAS FORMAS: juiz pode concatenar dois processos por ter elementos parecidos, à luz do caso concreto. Art. 55, §3 CPC. 
d. PREVENÇÃO: Art. 58 e 59 CPC
6. CONFLITO DE COMPETÊNCIA: pode ser suscitado por qualquer uma das partes e pelo Ministério Publico (por petição) ou pelo juiz (pelo instrumento ofício). Art. 951 e 953 CPC. Não basta arguir incompetência, tem que indicar o competente, regra da boa-fé. Art. 952 CPC. Conflito de competência só ocorre entre órgãos jurisdicionais. É diferente do conflito de atribuição, que ocorre entre órgãos jurisdicionais e outros não jurisdicionais. Quando o conflito de competência for entre órgãos fracionários do mesmo tribunal, valerá o regimento interno, conforme artigos 958 e 959 CPC. 
a. Positivo: dois ou mais juízes se declaram competentes para uma única ação. Art. 66 CPC.
b. Negativo: dois ou mais juízes se declaram incompetentes para uma única ação, atribuindo um ao outro a competência. Art. 66 CPC.
c. Controvérsia acerca da reunião e separação de demandas em relação ao juiz prevento: Art. 66 CPC.

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