Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIAS, Maria Odila da Silva. Interiorização da Metrópole (1808 – 1853). In: MOTA, Carlos Guilherme. 1822: Dimensões. 2ª edição. São Paulo: Perspectiva, 1986. Anotações importantes em aula: ● Maria Odila também segue a vertente de Caio Prado Jr., onde ela cita que a colonização brasileira veio com um objetivo mercantil o Brasil continua sendo explorado dessa forma, depois com a Inglaterra no pós independência e pelos EUA no contemporâneo. ● Sempre um sistema de controle das elites e para favorecimento das mesmas; ela cita o golpe de 64 como mais uma ferramenta de controle das elites. ● Odila, diferente de Caio Prado, trata da interiorização da metrópole e da exploração como também cultura de abastecimento para a mesma, com mercado interno já consolidado no Brasil. ● Com a descoberta do ouro nas Minas, a metrópole deixa de ser exclusivamente costeira e começa a mandar investimentos para as terras internas, mudando sua capital para o Rio de Janeiro e criando um sistema de controle do reino sob o ouro. ● Período da conciliação: entre 1853-1860, os liberais e conservadores se unem para a construção do país, entrando em um consenso; nesse período é quando surgem as principais rebeliões regenciais, como a cabanagem. ● Ato adicional de 1834: após DP1 abdicar do trono, é iniciado uma descentralização das decisões, elas deixam de serem resolvidas apenas no Rio e as províncias criam uma autonomia. ● Por volta de 1840, o vale do paraíba fluminense vira um grande produtor de café; em 1860, o vale do paraíba paulista começa a dominar nesse quesito, perdendo em 1870 para o oeste paulista. O dinheiro do café supera o arrecadado com a cana de açúcar e vira um dos principais comércios. ● Os imigrantes vieram como alternativa para a mão de obra escrava no pós abolição, já com medo dos escravos não quererem trabalhar nas terras de seus antigos senhores. Outra questão também para essa vinda é a vontade de branquear a população. ● A troca de favores e os títulos da Coroa portuguesa aos membros da elite no Brasil construiu uma elite conservadora e contrária as mudanças que poderiam ameaçar seus privilégios, como a independência, por exemplo. ● A criação da constituição foi um marco de rompimento com a Coroa; DP1 convoca uma assembleia constituinte para esse fim, porém, grande parte dela era oposição ao imperador e possuíam ideias liberais, como o desejo do avanço no comércio. Como não estava saindo ao seu interesse, para anular essa assembleia, ele chama os chama para o seu gabinete, os tranca por uma noite para causar um terror, chamada noite da agonia. ● Após essa noite, DP1 chama um grupo de aliados e outorga a constituição de 1824, onde ele cria os 4 poderes: legislativo, executivo, judiciário e moderador. Esse último dava ao imperador o poder de interferir no outros três, funcionando no Brasil o parlamentarismo às avessas, onde DP1 nomeava o presidente do conselho de ministros para escolher quem iria ocupar o gabinete, assim, dominando um só grupo no parlamento. ● A construção do estado nacional ajudou no processo para definir as instâncias de poder e quem pode ou não ocupa-los, essa construção começou a se definir por volta de 1850 – de acordo com a escola paulista – em 1870 começa outro conflito para a reforma dessas definições, que acaba com a república em 1889. Anotações importantes do texto: ● Maria Odila chega dando ênfase a pesquisas já feitas por historiadores sobre o processo de “independência”, ao qual, assim como Emília Viotti, ela coloca aspas por considerar esse movimento apenas uma separação (emancipação) política da metrópole e não uma independência de fato. ● O fato da independência (ou emancipação) ter sido não ter sido marcado por nenhum movimento revolucionário ou ideias nacionalistas demonstram a conivência de “desvincular o estudo do processo de formação da nacionalidade brasileira no correr das primeiras décadas do século XIX da imagem tradicional da colônia em luta contra a metrópole” (p. 161). Tendo em vista que o movimento emancipatório não foi puxado por um ardor nacionalista, por uma revolução e sim por controle das elites e interesse de si própria, ela cita Caio Prado Jr, onde ele cita que a independência em si não tem que ser o objeto de estudo do historiador, mas sim todo o processo entorno dela, todos os interesses econômicos distintos de cada lado para o qual a emancipação foi consequência. Ela ainda cita que nesses estudos, estão sim inclusos os brasileiros em busca de uma identidade própria. ● “As diretrizes fundamentais da atual historiografia da emancipação política do Brasil foram lançadas na obra de Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo (1944), em que o autor estuda a finalidade mercantil da colonização portuguesa, a sua organização meramente produtora e fiscal, os fatores geográficos de dispersão e fragmentação do poder e a consequente falta de nexo moral que caracteriza o tipo de sociedade existente no final do século XVIII e inicio do século XIX;” (p. 161). Dessa forma, não tinham forças e união para criar uma consciência nacional. ● Com a Revolução do Porto, várias tensões vieram a tona, já que o Brasil estava aspirando um liberalismo constitucional, em contra partida, as tensões conservadoras para voltar o Brasil ao status de colônia na Corte estavam gerando diversos conflitos. Os brasileiros não tinham interesse na separação de fato de Portugal pois esses eram os laços que os ligavam a Europa, porém, essas medidas tomadas pela Corte os fizeram provocar o processo que deu início à emancipação. ● Outros estudos historiográficos que a autora cita são o de Sergio Buarque de Hollanda – no qual ele analisa a estrutura colonial que se manteve na formação do Brasil Império – e Emília Viotti, que ela analisa as contradições políticas de D.J. VI, suas politicas protecionistas e a pressão dos comerciantes para manter a abertura dos portos às nações amigas. ● A Revolução Industrial na Inglaterra teve uma influência por toda a Europa, incluindo suas colônias – por ela que foi o pretexto da criação de um novo império português no Brasil, assim como para a aceitação da separação política por Portugal. ● Os comerciantes portugueses, quando perderam o cargo de intermediários do comércio (após o fim do Pacto Colonial), começaram a se unir com produtores agrários e seus interesses de produção. A pressão inglesa para o fim da escravidão serviu para tensionar ainda mais os laços rurais com o poder central. ● Durante muito tempo, a historiografia brasileira se apoiou nos moldes europeus, na independência dos EUA e Revolução Francesa para justificar a independência do Brasil, porém, como a própria Emilia Viotti também cita em seu texto, tais ideias liberais não chegaram ao Brasil da mesma forma, mas sim, foram adaptadas ao contexto nacional pelas elites com interesses econômicos, sem existir em si o patriotismo que serviu de base para revoluções exteriores. Maria Odila discorda, nesse ponto, de Sérgio Buarque de Hollanda, que refere a independência como uma “guerra civil” entre portugueses após a Revolução do Porto, não como um processo já iniciado desde a vinda da família Real de reinvindicações dos nativos à metrópole. ● “O fato em si da separação do reino em 1822 não teria tanta importância na evolução da colônia para império” p. 165 – Apesar do contexto internacional ter influência, já que o movimento de emancipação do Brasil deu início com a vinda da Corte, existia um processo interno na colônia também, um crescimento de mercado, o desbravamento das terras no interior, da exploração de mineração. Apesar dos conflitos de Portugal terem sua influência no processo de emancipação, o Brasil já estava caminhando para isso. ● “A vinda da Corte para o Brasil e a opção de fundar um novo império nos trópicos já significara por si uma ruptura interna nos setores políticos do velho reino” p. 165 ● Em Portugal, com a vinda da Corte e o aperto das invasões napoleônicas, abriram seusportos para Inglaterra através do tratado de 1810. Isso tudo contribuiu para a miséria da metrópole, decadência da nobreza e acentuar tensões entre portugueses do reino e portugueses da nova Corte no Brasil. “Em face à miséria deste período de crise e da extrema decadência, confrontava-se o reino com a relativa prosperidade e otimismo de perspectivas que se abriam então para o Brasil” p. 167. ● D. Rodrigo de Souza e Coutinho, ministro de D. João VI, via no Brasil a válvula de escape para a crise do reino, acreditava poder reequilibrar a economia de Portugal através de uma política econômica comercial e financeira. Segundo ele, o Reino teria condições de se refazer se contasse com os auxílios da prosperidade brasileira, com sua exploração. Seria importante também, reanimar a agricultura de Portugal e modernizá-la, deixando de lado algumas estruturas arcaicas e convocando novamente as antigas Cortes para essas decisões. ● “O Príncipe Regente opôs-se decididamente à pressão inglesa pela reconvocação das Cortes, mas endossou a necessidade de modernização da estrutura econômica e social do reino” p. 167 – essa necessidade se dava ao fato de verem no Brasil a obrigação de arcar sozinha com as despesas de reconstrução da antiga metrópole. No Norte do Brasil, a corte não hesitou em sobrecarregar, já no Centro-Sul, foram feitas reformas econômicas e sociais, com o objetivo de estreitar os laços da Corte nesse local. ● Terminada a guerra em Portugal, a Corte brasileira não queria mais cobrar exacerbados impostos do Norte, pois já estavam com despesas políticas demais nos territórios. Para manter sua economia, o Príncipe pretendia vender bens da Coroa e Igreja, assim, reformando alguns setores econômicos e incentivando o aumento de produtividade em terras ainda não exploradas. Contra essas políticas, existiam os grupos mais conservadores, que queriam a volta do Pacto Colonial e seus direitos antigos. A Inglaterra e os “liberais” da nova Corte estavam contrários a esse aumento de impostos, e sim, interessados em políticas protecionistas e em crescer sua economia para além de Portugal e dos laços do antigo Pacto Colonial. ● “As tensões internas e inerentes ao processo de reconstrução e modernização de Portugal viriam, pois, exacerbar e definir cada vez mais as divergências de interesses com os portugueses no Brasil” p. 169 ● Com a independência, algo que de início não foi desejada, já que queriam a manutenção do Império de Brasil, Portugal e Algarves, não parecia possível e nem interessante transformar a nova nação com os moldes do liberalismo. Os políticos da época sabiam de suas limitações, diferenças raciais, a importância do sistema escravista e de mantê-lo, da falta de unidade e consciência nacional para manter esse movimento emancipatório. Para organizar a nação entorno de um sentimento nacionalista, foi buscado, primeiramente, diminuir o regionalismo integrando as diversas províncias, centralizando o poder na nova Corte do Rio de Janeiro (1840-1850). ● “Uma das principais forças políticas modeladoras do império; a vontade de se constituir e de sobreviver como nação civilizada europeia nos trópicos, apesar da sociedade escravocrata e mestiça da colônia.” p. 169-170 ● PAREI NA PÁGINA 171 E NÃO TERMINEI.
Compartilhar