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Câncer de Estômago Objetivos: 1. Conhecer os tipos mais prevalentes de câncer de estômago (etiopatogenia) - Desse modo, as patologias do estômago podem ser divididas em dois grandes grupos: patologias neoplásicas e não neoplásicas. - Entre as doenças não neoplásicas gástricas, destaca-se a gastrite e doença ulcerosa péptica. - Já entre as doenças gástricas neoplásicas, destacam-se o adenocarcinoma, o linfoma MALT, os tumores neuroendócrinos e os tumores estromais gastrintestinais do estômago (GIST). - O adenocarcinoma é a lesão maligna mais comum do estômago, representando de 90 a 95% de todos os cânceres gástricos. - É o 4º câncer mais comum no mundo. - É a segunda principal causa mundial de morte por câncer e parte disso se dá pela dificuldade em ser detectado nas fases iniciais da doença. - No Brasil, é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres, sendo mais frequente no sexo masculino (2:1) com um pico de incidência entre 50 a 70 anos para ambos os sexos. - O câncer gástrico é raro antes dos 35 anos de idade. - O câncer gástrico é mais comum em grupos socioeconômicos baixos e em indivíduos com atrofia de mucosa multifocal e metaplasia intestinal - Aproximadamente 3% dos tumores malignos do estômago são do grupo dos linfomas, mais frequentemente Linfomas não-Hodgkin. Linfoma MALT: - O linfoma MALT é um tipo de linfoma que tem origem no tecido linfóide associado a mucosas. Esse linfoma representa 2% a 5% dos tumores malignos do estômago e 70% dos linfomas do trato digestivo. - O linfoma MALT corresponde ao linfoma de células B de baixo grau, indolente (pouca vitalidade, que age com lentidão) e extranodal (doença linfoproliferativa em tecidos diferentes dos linfonodos, timo e tonsilas). - Normalmente, acomete pacientes com 50 anos e há uma leve preferência pelo sexo masculino. - As manifestações clínicas desse tumor são inespecíficas, incluindo dor abdominal, perda de peso, náuseas, vômitos e anorexia. Em até 20% dos casos podem estar presentes sintomas associados à ulceração e hemorragia. - O linfoma MALT apresenta um bom prognóstico, com sobrevida de cerca de 94% em 5 anos. Tumores neuroendócrinos: - Os tumores neuroendócrinos (TNE) gástricos são um grupo de tumores epiteliais com diferenciação neuroendócrina, ou seja, a célula epitelial desenvolve a capacidade de secretar hormônios e substâncias bioativas, embora nem todos exerçam essa função. - Esses tumores são provocados, na maioria dos casos, por mutações Câncer de Estômago somáticas nas células neuroendócrinas, induzindo sua proliferação, crescimento e diferenciação. GIST - Tumor estromal gastrointestinal: - O GIST é um tumor mesenquimal, com comportamento variável. Ele se origina nas células intersticiais de Cajal, que controlam o peristaltismo gastrointestinal. - Cerca de 54% de todos os GISTs ocorrem no estômago. - No estômago, eles possuem uma localização preferencial no corpo e no fundo, acometendo a submucosa, muscular da mucosa ou muscular própria. - Esses tumores apresentam crescimento expansivo, formando lesão bem delimitada e revestida por mucosa, em geral ulcerada, que podem atingir grandes dimensões (20 a 30cm). - Clinicamente, o GIST acomete pacientes entre 60 e 65 anos, geralmente, e cursa com sintomas abdominais vagos, às vezes, relacionados à ulceração da mucosa. 2. Entender a fisiopatologia do Adenocarcinoma gástrico (etiologia, fatores de risco, quadro clínico) Fisiopatologia: - Os adenocarcinomas gástricos são divididos segundo duas classificações: de Borrmann e de Lauren. - A classificação de Lauren para adenocarcinoma gástrico o diferencia histologicamente em dois subtipos: intestinal e difuso. - O subtipo intestinal é um tumor bem diferenciado com formação de estruturas glandulares. É o mais comum no Brasil e em outros países com alta incidência, predominante em homens (2:1) com idade média em torno de 55-60 anos. - Manifestando-se como lesões expansivas, polipóides e ulceradas na endoscopia, mais comumente no estômago distal. - Está ainda relacionado a presença de gastrite crônica com atrofia, metaplasia intestinal e displasia epitelial antecedendo o aparecimento do câncer. Sua disseminação é quase sempre hematogênica para órgãos distantes. O subtipo difuso é um tumor indiferenciado sem formações glandulares, apresentando as famosas células em anel de sinete (acúmulo de muco no citoplasma deslocando o núcleo para a periferia). - É um tumor infiltrativo manifestando-se na endoscopia com úlceras infiltrativas ou linite plástica. - Acomete mais o estômago proximal e tem prognóstico pior que o subtipo intestinal por apresentar maior probabilidade de metástases precoces. - Incide igualmente em ambos os sexos e comumente acomete pacientes mais jovens. - Sua disseminação se faz mais comumente por contiguidade e por metástases nodais. - Esse subtipo geralmente não está associado à gastrite crônica. Câncer de Estômago Características histopatológicas importantes no câncer gástrico: - Grau de diferenciação - Invasão da parede gástrica - Comprometimento de linfonodos - Presença do anel de sinete Para o adenocarcinoma precoce, há uma classificação do tipo O (superficial) com subclassificações: - I: polipose/protruso - IIa: superficial elevado - IIb: superficial plano - IIc: superficial deprimido - III: escavado/ulcerado A classificação de Borrmann é uma classificação macroscópica para achados endoscópicos, utilizada para adenocarcinomas avançados. Este sistema divide o carcinoma gástrico em cinco tipos: - A OMS reconhece outros tipos de adenocarcinoma gástrico, como o adenocarcinoma mucinoso, os quais apresentam a formação de largos de mucina em mais de 50% do tumor. Há também o adenocarcinoma papilífero, composto por estruturas papilares revestidas de epitélio neoplásico. Outro tipo é o adenocarcinoma micropapilar, que é incomum no estômago. Por fim, o adenocarcinoma com estroma linfoide, que é o mais frequentemente associado com a infecção por EBV. Quadro clínico: - Em seus estágios iniciais o câncer gástrico pode muitas vezes ser assintomático ou provocar sintomas inespecíficos, dificultando o diagnóstico precoce. - Os sintomas tardios surgem quando o tumor está em uma fase avançada da doença, ou quando já existe metástase e incluem inchaço, disfagia, dor epigástrica ou saciedade precoce. - Os sintomas mais comuns são: > perda ponderal (62%), > dor epigástrica (52%), > náusea (34%), > anorexia (32%), > disfagia (26%), > hematêmese e melena (20%), > saciedade precoce (17%) > dor semelhante à da úlcera péptica (17%) Câncer de Estômago - Anorexia e náuseas leves são comuns, mas usualmente não são representativos da doença. - O vômito pode ocorrer quando o tumor invade o piloro, ao passo que a disfagia é o principal sintoma associado à lesão da cárdia. - Pode ocorrer ainda, eructações, flatulência e distúrbios do hábito intestinal. - A dor costuma ser constante, sem irradiação e não aliviada com a ingestão de alimentos. Em alguns pacientes o alívio temporário pode ser obtido com o uso de antissecretórios do ácido gástrico. - Nos estágios iniciais do câncer gástrico, o exame físico é normal. Nos estádios tardios, os pacientes se tornam caquéticos e é possível palpar massas epigástricas. - Se houver metástase hepática é possível encontrar hepatomegalia com icterícia e ascite. Entre outros sintomas metastáticos, dependendo da disseminação, destacam-se dores ósseas, sintomas pulmonares, hepáticos e neurológicos. - Pode ocorrer a disseminação por invasão direta através da parede do estômago, com adesão ou invasão de estruturas subjacentes, tais como pâncreas, fígado e cólon. - A doença pode também se disseminar, através dos linfáticos, para os linfonodos intra e extra-abdominais, destacando-se dentre estes linfonodos palpáveis na fossa supraclavicular esquerda (linfonodo de Virchow-Troisier) - nódulos ou empastamento do fundo-de-saco de Douglas ao toque retal (sinal de Blumer) - aumento do ovário ao exame ginecológico (tumor de Krukenberg)- comprometimento do linfonodo periumbilical (linfonodo de Mary Joseph) - Ocasionalmente podem ocorrer síndrome paraneoplásica Fatores de risco: - H. pylori Câncer de Estômago - dieta - fumo - refluxo biliar (estômago operado) - gastrite autoimune - hereditariedade - hipocloridria - gastrite - atrofia - metaplasia intestinal - miscelânea - O adenocarcinoma gástrico tem etiologia complexa e multifatorial. Fatores dietéticos e hábitos de vida tradicionalmente recebem grande ênfase no estudo do adenocarcinoma gástrico. - Apesar da enorme quantidade de estudos avaliando o papel do consumo de álcool e da ingestão de sal e nitratos na dieta na etiologia do câncer gástrico, não existe consenso estabelecido no efetivo papel desses fatores no câncer gástrico. - O hábito de fumar constitui um fator de risco. Um estudo europeu estimou que 17,6% dos casos de câncer gástrico são atribuídos ao tabagismo. - A gastrectomia parcial, geralmente a antrectomia com anastomose de Billroth II, empregada antigamente no tratamento de úlcera péptica, está associada ao aumento de incidência de CA gástrico. Na patogênese desse tipo de neoplasia, assume importância a gastrite crônica atrófica, que surge devido ao refluxo duodenogástrico. A ação detergente dos sais biliares, rompendo a barreira mucosa, acelera o aparecimento da gastrite crônica atrófica, a qual, em razão de seu baixo poder cloridopéptico, favorece a proliferação de bactérias, que, por sua vez, transformam os nitratos alimentares em nitritos, criando, ao catalisar a nitrosação das aminas, condições para a síntese de nitrosaminas, substâncias altamente carcinogênicas. - A associação entre CA gástrico, gastrite autoimune e anemia perniciosa (falta de b12) é reconhecida há anos.Constitui-se um fator de risco por conta da acloridria que ocorre quando as células principais e parietais do estômago são destruídas por uma reação autoimune. Essa mucosa atrófica aumenta o risco relativo de desenvolvimento de câncer gástrico nos pacientes com anemia perniciosa. - A maior parte dos adenocarcinomas gástricos ocorre esporadicamente, ao passo que 8 a 10% tem um componente familiar envolvido, envolvendo mutações genéticas nos genes p53 e BRCA2. - É estimado que 1 a 3% dos tumores gástricos derivam de mutações no gene codificador E-cadherina, proteína de adesão celular, originando predisposição ao CA gástrico Infecção por H. pylori - A infecção por Helicobacter pylori constitui atualmente o maior fator de risco para o desenvolvimento do adenocarcinoma distal de estômago, sendo considerado um carcinógeno tipo 1 para o desenvolvimento do CA gástrico no homem. - Sua presença no estômago humano eleva cerca de 6 vezes a incidência desse tipo de tumor Câncer de Estômago - A associação entre a presença da bactéria e o câncer gástrico é semelhante àquela observada entre o hábito de fumar e o câncer de pulmão. - Os mecanismos de carcinogênese gástrica induzidos pela infecção por H. pylori vêm sendo progressivamente aclarados e parecem relacionados com a capacidade de promover desequilíbrio entre proliferação celular e apoptose, liberação de citocinas pró-inflamatórias, formação de radicais livres, desregulação da Cox-2, subversão da imunidade e estimulação da angiogênese. - Além disso, é sabido o papel da inflamação crônica do trato gastrointestinal na proliferação, adesão e transformação celulares. No ambiente intragástrico, a proteína CagA produzida por algumas cepas de H. pylori é atualmente considerada potencial agente oncogênico direto. - Essa proteína, produzida pelo gene CagA, é introduzida nas células epiteliais gástricas por meio do sistema de secreção tipo IV do H. pylori (como uma “seringa molecular”). - Uma vez injetada no interior da célula epitelial, essa proteína é fosforilada pelas cinases da família SRC e ativa a fosfocinase SHP2, que atua como oncoproteína humana, e, em conjunto com outras cinases, são capazes de subverter a fisiologia celular gerando processos pré-neoplásicos como ativação de receptores de fatores de crescimento, proliferação celular aumentada, evasão de apoptose, angiogênese sustentada, dissociação celular e invasão tecidual, entre outros. - Também fatores relacionados com o hospedeiro têm sido estudados no processo de carcinogênese gástrica associada ao H. pylori. El-Omar et al., em trabalho memorável, estudando pacientes com câncer gástrico e familiares de portadores de câncer gástrico, demonstraram que fatores genéticos do hospedeiro – polimorfismos dos genes que codificam a interleucina IL-1-beta – são capazes de aumentar a possibilidade de resposta hipoclorídrica crônica à infecção por H. pylori e o risco de câncer gástrico, presumivelmente por alterar os níveis de IL-1-beta no estômago, sugerindo a razão de alguns indivíduos infectados por H. pylori desenvolverem câncer gástrico, ao passo que outros não o fazem. Infecção por Epstein-Barr (EBV) - responsável por cerca de 10% dos casos. - Aqui, o adenocarcinoma é proximal e com estroma linfóide. Além disso, essa infecção pode ocorrer por diversos alimentos salgados, nitratos, defumados e baixos em antioxidantes. - Em relação às alterações moleculares do adenocarcinoma gástrico, pode-se caracterizar como um grupo heterogêneo de tumores. A classificação TCGA (The Cancer Genome Atlas) classifica diferentes tipos de adenocarcinomas gástricos: EBV-positivo, instabilidade por microssatélites, instabilidade cromossômica e estabilidade genômica. - Essa classificação se relaciona com os aspectos morfológicos e evolução clínica desses diferentes tipos de adenocarcinomas gástricos. Além disso, há diversas alterações moleculares pontuais detectadas nesse tipo de neoplasia. Câncer de Estômago - O gene CDH1, que codifica a proteína de adesão E-caderina, é frequentemente mutado em carcinomas de tipo difuso. - Outras alterações incluem a instabilidade de microssatélites, mutação do gene APC, TP53, amplificação do ERBB2, mutações de ARID1A, KRAS e PIK3CA, e deleções de PTEN, SMAD4 e CDKN2A. A identificação de instabilidade de microssatélites e da amplificação do ERBB2 é importante, pois pacientes com essa condição podem ser candidatos para uma terapia-alvo direcionada. Se liga! A instabilidade de microssatélites consiste no acúmulo de mutações em sequências repetitivas de DNA, que formam algumas partes do genoma. Isso ocorre quando há deficiência nos mecanismos de reparo do material genético associado a alguns genes (MMR). 3. Explicar como é realizado o diagnóstico do câncer de estômago (exames lab, imagem, rastreio) - Nos casos de doença precoce, o diagnóstico se dá a partir de endoscopias em pacientes com outras queixas. - Endoscopia digestiva alta para rastreamento de câncer gástrico é recomendada a partir dos 40 anos - Nos casos de doença avançada, os exames laboratoriais podem demonstrar anemia (42% dos casos), presença de sangue oculto nas fezes (40%, hipoproteinemia (26%) e anormalidades das provas de função hepática (26%) - A determinação dos níveis plasmáticos de pepsinogênio A e C em combinação com a soropositividade do H. pylori tem sido sugeridas como exames promissores para o rastreamento de lesões pré-malignas no estômago. - A endoscopia quando combinada a biópsia e citologia tem precisão diagnóstica de 98% para ambos os tipos de câncer gástrico. - Indicação de endoscopia: Idade > 45 anos, Dispepsia, Sinais de alarme (perda ponderal, anemia, sangramento, disfagia, vômitos recorrentes, massa abdominal palpável, gastrectomia prévia, história familiar de CA gástrico. - Pela endoscopia é obtida a classificação de Borrmann que já discutimos e a partir desse estadiamento, obtemos a implicação prognóstica. - A biópsia é fundamental para confirmação diagnóstica. Câncer de Estômago - Os sinais radiológicos que sugerem malignidade são: - Uma úlcera gástrica benigna geralmente se apresenta com uma base regular e lisa, enquanto uma úlcera maligna se manifesta com uma massa em torno da lesão, pregas irregulares e base irregular. - Outros métodos de imagem, comoa TC do abdome, podem delimitar a extensão do tumor primário, bem como a presença de metástase para linfonodos regionais ou a distância. - O ultrassom endoscópico é capaz de determinar a profundidade e a penetração do tumor na parede gástrica e revelar a presença de metástases para linfonodos regionais, sendo particularmente útil no estadiamento de tumores precoces. - Marcadores tumorais não têm sido ajuda no diagnóstico de tumores precoces, somente em tumores mais avançados. Níveis de antígeno carcinoembriogênico (CEA) não têm papel no diagnóstico do CA gástrico, embora possam ser úteis para avaliar a possibilidade de recidiva no seguimento pós-operatório. - Outras ações propedêuticas utilizadas no estadiamento: RNM do abdome, pet-scan, US de abdome e laparoscopia. Tomografia: A TC é considerada um bom método para detecção de metástases à distância, possuindo maior sensibilidade quando comparada à radiografia simples. Para o estadiamento do adenocarcinoma gástrico possui uma acurácia que varia de 40 a 50%, não sendo a melhor escolha. Essa baixa acurácia implica na ineficiência na detecção de tumores <T2 no sistema TNM. Ecoendoscopia: A ecoendoscopia é uma associação entre a endoscopia digestiva alta (EDA), utilizada para o diagnóstico, e a utilização do ultrassom. É o principal exame para o estadiamento e estratificação de riscos do paciente com tumor e avalia a profundidade do tumor e envolvimento linfonodal regional. Lesões pequenas menores de 2cm de diâmetro podem ser submetidas à ressecção endoscópica da mucosa ou da submucosa. Essa ressecção pode fornecer dados ao patologista na obtenção do diagnóstico preciso e ser potencialmente curativa pra cânceres em estágios iniciais, evitando a necessidade de qualquer intervenção cirúrgica mais invasiva. Laparoscopia: Outro exame utilizado é a laparoscopia, que possui uma sensibilidade maior que 95%. É feito em pacientes em que os demais exames de estadiamento não revelam metástases à distância. Seu objetivo é nos certificar que de fato não existem metástases. A videolaparoscopia visualiza eventuais implantes peritoneais que não foram identificados pela TC, podendo avaliar a possibilidade de implantes hepáticos e permitindo a coleta de material para estudo histológico e citológico. Câncer de Estômago 4. Conhecer o �o do câncer de estômago (e prognóstico) - Apesar da cirurgia ser a única chance de cura do câncer gástrico, existem algumas formas de tratamento multidisciplinares, as quais envolvem uma equipe composta por médicos cirurgiões, patologistas, gastroenterologistas, oncologistas e radioterapeutas. (SITARZ, 2018). - dependendo da análise clínica, os tratamentos podem ser combinados entre si ou até mesmo com intervenções cirúrgicas. - De modo geral, as opções de tratamento para o câncer de estômago incluem: = quimioterapia = quimioradioterapia = radioterapia paliativa = terapia direcionada (como a anti-angiogênica) = imunológica, além das opções de cirurgia: = ressecção endoscópica = gastrectomia = linfadenectomia = recuperação aprimorada = cirurgia minimamente invasiva). (SMYTH, 2020). - A cirurgia é o único tratamento curativo para a doença, e também a forma final de determinar o estadiamento. - O prognóstico depende do estágio da doença e da localização do tumor. - A cirurgia curativa deve ser tentada na ausência de metástases à distância; o cirurgião, sempre que possível, deve ressecar toda a extensão da neoplasia (mesmo no estágio T4 – tumor invadindo a serosa ou estruturas adjacentes). Devido à tendência do câncer gástrico em se disseminar de forma intramural, o tumor deve ser ressecado com uma ampla margem de segurança. - A linfadenectomia é obrigatória e costuma ser feita de três maneiras: LD1, retidas dos linfonodos até 3cm da margem de ressecção; LD2, LD1 + linfonodos das artérias mais próximas; LD3, LD2 + linfonodos do ligamento hepatoduodenal, pâncreas e raiz do mesentério do delgado - Nos casos onde o estadiamento pós-cirúrgico mostra acometimento linfonodal ou de órgãos adjacentes alguns pacientes podem ter benefício na sobrevida com a radioquimioterapia adjuvante (após a cirurgia). Câncer de Estômago -> Tratamento quimioterápico e radioterápico: - A indicação de tratamento quimioterápico adjuvante ao tratamento cirúrgico para pacientes considerados de alto risco para recaída tem-se tornado mais consistente, de acordo com resultados de estudos recentes. - A maioria dos autores sugere que, para pacientes de alto risco, um esquema poliquimioterápico seja empregado em pelo menos quatro ciclos. - A quimioterapia primária ou neoadjuvante não tem ainda papel estabelecido no tratamento de CG, devendo ser evitada fora dos protocolos de pesquisa. - Adição ou não da radioterapia vai depender da experiência e das condições técnicas e de aparelhagem de cada serviço, e deve ser evitada sempre que tais condições não forem consideradas adequadas. - A quimioterapia é diferente para pacientes em estágios iniciais de câncer gástrico e pacientes em estágios avançados. - o tratamento inicial preferível consiste na administração de um dupleto de platina-fluoropirimidina, contudo, caso a platina seja contraindicada para alguns pacientes, o irinotecano pode ser usado em combinação com a fluoropirimidina. - Já em casos de câncer gástrico ressecável localmente avançado a quimioterapia perioperatória, tem sido uma opção muito valiosa independente do subtipo histológico do paciente. - A respeito da quimioradioterapia, foi demonstrado por meio de estudos históricos, que as chances de sobrevivência do indivíduo que a realizada isoladamente são vantajosas, além de que, é recomendado para pacientes que não receberam nenhuma outra terapia neoadjuvante, a quimiorradiação pós-operatória. - Em contrapartida, a radioterapia paliativa é recomendada em casos de cânceres gástricos irressecáveis com a presença de anemia, e/ou quando existe alguma obstrução pilórica ou cardíaca. (SITARZ, 2018). - Quanto às terapias direcionadas, sabe-se que consistem no uso de medicamentos, geralmente na forma de monoclonais e inibidores de moléculas pequenas, com características excepcionais do câncer, a fim de encontrar e destruir as células cancerígenas. - A terapia imunológica, bloqueadora de evasões imunológicas do câncer, tem sido classificada como uma terapia de terceira linha após a detecção de uma melhora significativa na sobrevida geral, com nivolumab. No entanto, ainda existem pesquisas em andamento quanto ao uso de terapias imunológicas no câncer gástrico. (JOHNSTON, 2018). - Por fim, mas não menos importante, se encontram os cuidados paliativos para pacientes em estágios avançados, que apesar de não serem exclusivamente considerados um tratamento ativo como os anteriores, podem controlar os sintomas e proporcionar qualidade de vida aos indivíduos, sendo uma parte essencial do caminho do paciente.