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DOR 1. Entender a dor e seus tipos - Definição de dor: A Associação Internacional para Estudo da Dor define que a dor é uma experiência sensitiva emocional desagradável associada ou semelhante a uma lesão tecidual, real ou potencial. - A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, que é associada a lesões reais ou potenciais ou descrita em termos de tais lesões. A dor é sempre subjetiva - A sensação dolorosa pode ser aumentada ou diminuída por alguns fatores como estado emocional, ansiedade, depressão, atenção e distração, experiências anteriores e memórias - De acordo com a International Association for the Study of Pain (2019), “a dor é uma experiência sensorial e emocional aversiva tipicamente causada por ou semelhante a uma lesão tecidual real ou potencial”. - Os 2 componentes da dor são a nocicepção, que é relacionada com a percepção de um estímulo nocivo, o qual permite que o indivíduo perceba a intensidade, localização e tipo da dor, o segundo é o componente afetivo de reação ou de resposta, tanto reflexa quanto comportamental, que faz o indivíduo buscar proteção, não se expondo ao estímulo - Localizada: quando se restringe a uma região específica do corpo. - Difusa: é aquela que abrange todo, ou boa parte, do órgão/área avaliada. - Referida: Referência à dor de origem visceral na pele. É a projeção na superfície de uma dor visceral.é um tipo de dor que é sentida em uma região distante da fonte.A dor visceral referida localiza-se nos miótomos e dermátomos supridos pelos neurônios que se projetam nos mesmos segmentos medulares das vísceras afetadas. - Irradiada:Dor sentida à distância de sua origem, mas em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em nervo cuja estimulação é responsável pela dor. Aguda: A dor aguda possui um quadro com duração de até 30 dias. A dor aguda, que geralmente ocorre em resposta à lesão tecidual, resulta da ativação de receptores periféricos de dor (nociceptores) e suas fibras nervosas sensoriais específicas (fibras A delta e fibras C). Subaguda: Costuma durar um pouco mais de tempo até três meses. DOR Crônica: Refere-se a que persiste acima de 3 meses, mas há controvérsias (SBED). - Apresenta componentes sensoriais e emocionais e, geralmente, é classificada como aguda ou crônica. Em geral, a dor aguda está frequentemente associada a ansiedade e hiperatividade do sistema nervoso simpático (p. ex., taquicardia, aumento de frequência respiratória e pressão arterial, sudorese, dilatação das pupilas). A dor crônica não envolve hiperatividade simpática, mas pode estar associada a sinais vegetativos (p. ex., fadiga, perda de libido, perda de apetite) e depressão. Há considerável variação na tolerância à dor entre os indivíduos. Importância dos estímulos dolorosos químicos durante o dano tecidual ● Extratos dos tecidos lesionados podem causar dor intensa quando são injetados sob a pele normal, nesse extrato há as substâncias químicas provenientes do dano celular ou da inflamação que excitam os receptores químicos para a dor, como a bradicinina, a qual parece induzir dor de modo mais acentuado do que as outras substâncias. ● Além disso, a intensidade da dor se relaciona ao aumento local da concentração do íon K+ ou à elevação da concentração de enzimas proteolíticas, que atacam diretamente as terminações nervosas e estimulam a dor por fazer as membranas nervosas mais permeáveis aos íons Isquemia tecidual como causa da dor ● Quando o fluxo sanguíneo para um tecido é bloqueado, o tecido em geral fica muito dolorido em poucos minutos. ● Quanto maior for a intensidade do metabolismo desse tecido, mais rapidamente a dor aparece. ● Uma das causas para a dor, durante a isquemia, é a provável presença de agentes químicos, como a bradicinina e as enzimas proteolíticas, as quais são formados nos tecidos por causa do dano celular, e que a presença desses agentes, com o ácido lático (formado em consequência ao metabolismo anaeróbio), estimule as terminações nervosas para a dor A dor nociceptiva (causada por lesão tecidual) pode ser somática ou visceral: - Somática: ocorre quando os estímulos que vão produzir a sensação de dor provêm da periferia do corpo (pele, músculos, periósteo, articulações) ou de tecidos de suporte do organismo. A dor somática é sentida com alto grau de discriminação, sendo DOR amplamente representada na área somatosensorial (áreas 1 e 2). - Visceral: é caracterizada por uma percepção subjetiva dolorosa localizada na região abdominal ou torácica, podendo ser referida em estruturas somáticas. Tem como causa de origem nas vísceras do tórax, abdome e pelve. - Neuropática: dor por lesão neural (privação de um neurônio e suas aferências), é um tipo de dor crônica que ocorre quando os nervos sensitivos do Sistema Nervoso Central e/ou periférico são feridos ou danificados. É causada por uma lesão ou disfunção dos nervos, da medula espinhal ou do cérebro. A etiologia é variada, incluindo afecção traumática, inflamatória, vascular, infecciosa, neoplásica, degenerativa, desmielinizante e iatrogênica. Dor psicogênica ● Dor causada por condições emocionais. Toda dor tem um componente emocional, o que varia é sua magnitude. A dor psicogênica, porém, é uma condição inteiramente distinta, para a qual não há qualquer substrato orgânico, sendo gerada por mecanismos puramente psíquicos - Classificação da dor: A dor pode ser classificada de acordo com I) O seu local de origem (periférica, central, visceral ou somática), II) Seu tempo de evolução e patologia física (aguda ou crônica) III) Seu mecanismo fisiopatológico (neuropática, nociplástica(é como se as vias de dor sofressem modificações que as sensibilizam e modificam de modo que a presença da sensação desconfortável acontece de modo espontâneo e independente da presença de lesão tecidual), nociceptiva ou mista). A dor é classificada através de cinco itens principais, de acordo com a região acometida, o sistema envolvido, a característica temporal da dor, a intensidade da dor relatada pelo paciente e a etiologia da dor. Quanto à característica temporal, a dor pode ser classificada como: I) Contínua ou quase contínua, sem flutuações; II) Contínua com exacerbações; III) Recorrente com regularidade; IV) Recorrente sem regularidade; V) Paroxística; VI) Combinações. DOR - O SUS ainda não contempla claramente essa questão, não existe uma política de saúde pública que leve em consideração a questão da dor, inclusive nas doenças citadas pela OMS em que a dor é a dimensão agravante. 2. Explicar a via da dor visceral e somática e sua ativação - Os mecanismos fisiológicos da dor envolvem conceitos de sensibilização periférica e neuroplasticidade na perpetuação da dor, com ação através de mediadores bioquímicos nas vias nociceptivas. - Pode-se estabelecer correlações entre inflamação, dor e status psicológico. - Desse modo, pode-se afirmar que a dor chega ao córtex cerebral através de cinco fases: I) Transdução; II) Condução; III) Transmissão; IV) Percepção; V) Modulação. Transdução Nesse processo, a pele, as estruturas subcutâneas, as articulações e os músculos da periferia do corpo humano têm um importante papel por possuírem nociceptores que, diferentemente dos receptores somatossensoriais, são simplesmente terminações nervosas livres de neurônios. Nessa transdução, o estímulo nocivo despolariza o terminal nervoso dos axônios aferentes, presentes nas estruturas citadas, que gerarão potenciais de ação e serão propagados centralmente. Além disso, a membrana do nociceptor contém receptores que convertem a energia térmica, mecânica ou química dos estímulos nocivos em um potencial elétrico despolarizante. Condução Na condução, o impulso elétrico é levado pelos axônios aferentes até a raiz dorsal da medula. A condução pode ocorrer por meio de algumas fibras principais classificadas em 3 grupos de acordo com o diâmetro, o grau de mielinização e a velocidade da condução. Podendo, desse modo, ser: o Fibra Aβ – diâmetro grande, mielinizada, condução rápida; o Fibras Aδ – diâmetrointermediário, mielinizadas com condução intermediária; o Fibras C – diâmetro pequeno, não mielinizadas, com velocidade de condução lenta. Até o final da DOR condução, a pessoa ainda não sente dor. Transmissão A transmissão de um impulso libera neurotransmissores que se ligam aos neurônios do corno posterior da medula espinal. Através dos receptores específicos que a medula possui, fortes estímulos são gerados por esses neurotransmissores ou por mediadores bioquímicos excitatórios (glutamato, substância P, fatores de crescimento) e inibitórios (opióides, GABA e glicina), provenientes de três fontes principais: fibra aferente primária, interneurônios e fibra descendente. Percepção A percepção acontece quando o impulso é percebido como dor por meio da integração entre os estímulos nocivos com áreas corticais e do sistema límbico. Modulação A modulação da dor possui um valor biológico adaptativo. É através dela que uma dor pode ser suprimida em situações de lesão ou de ameaça, em uma reação de luta ou fuga. No ser humano, algumas outras causas podem também modular a dor, como motivações, crenças, espiritualidade, afetividade, vínculo, confiança e segurança. Além disso, o sistema modulador tem papel determinante nas condições dolorosas crônicas. A modulação pode ser por facilitação, em casos em que a resolução rápida é necessária, e inibição, quando a dor não é considerada perigosa. - As fibras para dor entram na medula espinal no gânglio da raiz dorsal e fazem sinapse no corno dorsal. Deste ponto, as fibras cruzam para o outro lado, estendem-se para cima pelas colunas laterais até o tálamo e em seguida até o córtex cerebral. - A estimulação repetitiva (p. ex., de um distúrbio doloroso prolongado) pode aumentar a sensibilidade dos neurônios no corno posterior da medula espinal, de forma que um pequeno estímulo periférico cause dor (fenômeno de potencialização). Os nervos periféricos e os nervos em outras localizações do sistema nervoso central também podem ter sua sensibilidade aumentada, com alterações sinápticas a longo prazo nos campos receptores corticais (remodelação) que mantêm exagerada a percepção de dor. Esse processo de estímulos aferentes crônicos que causa aumento da sensibilidade (limiares mais baixos) e remodelação das vias DOR nociceptivas centrais e dos receptores chama-se sensibilização central. - As substâncias liberadas quando o tecido é lesionado, incluindo aquelas envolvidas na cascata inflamatória, podem aumentar a sensibilidade dos nociceptores periféricos. Essas substâncias incluem peptídeos vasoativos (p. ex., peptídeo relacionado com o gene da calcitonina, substância P, neurocinina A) e outros mediadores (p. ex., prostaglandina E2, serotonina, bradicinina, adrenalina). - O sinal de dor é modulado em múltiplos pontos, tanto em vias segmentais como descendentes, por vários mediadores neuroquímicos, incluindo endorfinas e monoaminas (p. ex., serotonina, noradrenalina). Esses mediadores interagem de forma mal compreendida, ampliando ou reduzindo a percepção e a resposta à dor. São mediadores do benefício potencial de fármacos ativos no sistema nervoso central (p. ex., opióides, antidepressivos, anticonvulsivantes, estabilizadores de membrana) que interagem com receptores específicos e neuroquímicos no tratamento da dor crônica. - Fatores psicológicos são importantes moduladores da dor. Eles afetam não apenas a maneira como os pacientes falam sobre a dor (p. ex., de modo impassível, irritado ou queixoso) e como eles se comportam em resposta à dor (p. ex., se fazem caretas ou não), mas também geram efluxos neurais que modulam a neurotransmissão ao longo das vias da dor. A reação psicológica à dor prolongada interage com outros fatores do sistema nervoso central para induzir a alterações a longo prazo na percepção de dor. Dor Nociceptiva: Somática ou visceral A dor nociceptiva (dor causada por lesão tecidual) pode ser somática ou visceral. Os receptores da dor somática estão localizados na pele, tela subcutânea, fáscia, em outros tecidos conjuntivos, periósteo, endósteo e cápsulas articulares. A estimulação desses receptores produz dor localizada aguda ou leve.A dor somática é sentida com alto grau de discriminação, sendo amplamente representada na área somatosensorial (áreas 1 e 2). É transmitida de acordo com a distribuição anatômica das vias nociceptivas e pode ser SUPERFICIAL CUTÂNEA e PROFUNDA de acordo com a estrutura envolvida na lesão. Os receptores da dor visceral estão localizados na maioria das vísceras e no tecido conjuntivo circundante. A dor visceral decorrente de obstrução de um órgão oco é mal localizada, profunda e algumas vezes espasmódica, podendo ser referida a locais cutâneos distantes. A dor visceral decorrente de lesão em cápsulas de órgãos ou outros tecidos conjuntivos profundos pode ser mais localizada e aguda. DOR • Dor visceral ocorre quando os estímulos que vão produzir a sensação de dor provêm das vísceras. Ao contrário da dor somática, a dor visceral é causada quase unicamente por distensão ou estiramento dos órgãos. Dor visceral referida - É transmitida pela via visceral propriamente dita, que leva à percepção da sensação dolorosa em regiões distantes do órgão de origem da dor no ponto do segmento medular onde ela se insere no corno posterior da medula. É sentida como se fosse superficial, porque esta via faz sinapse na medula espinhal com alguns dos mesmos neurônios de segunda ordem que recebem fibras de dor da pele. Assim, quando as viscerais para a dor são estimuladas, os sinais de dor das vísceras são conduzidos por pelo menos alguns dos mesmos neurônios que conduzem sinais de dor procedentes da pele. Frequentemente, a dor visceral referida é sentida no segmento dermatotópico do qual o órgão visceral se originou embriologicamente. Isso se explica pela área que primeiro codificou a sensação de dor no córtex cerebral. Um exemplo, seria o caso do infarto do miocárdio onde a dor é sentida na superfície do ombro e face interna do braço esquerdo. Um outro caso é a cólica de origem renal que é comum o paciente sentir dor na face interna da coxa. Dor visceral direta - É transmitida pela via parietal, a partir do peritônio parietal, pleura ou pericárdio, que leva à percepção da dor diretamente sobre a área dolorosa. Os nociceptores, que constituem os receptores farmacológicos dos axônios de células nervosas, desencadeiam a condução elétrica, levando a informação dolorosa de sua origem periférica à medula espinhal por via específica. No cérebro, a informação é identificada e se transforma em sensação de dor. Entre os receptores periféricos e o cérebro, existem duas vias mediadoras dos estímulos dolorosos: a paleoespinotalâmica e a neoespinotalâmica. Via Paleoespinotalâmica: dor lenta - Também denominada espino-reticulodiencefálica, faz conexões com a formação reticular (FR) e está muito relacionada aos componentes afetivos da dor. Além da FR, essa via se conecta também com outras áreas do cérebro: hipotálamo medial, substância cinzenta que margeia o aqueduto de Sylvius (periaquedutal) e ao terceiro ventrículo do diencéfalo. Essas áreas comandam o comportamento de defesa e de fuga pela ação no sistema límbico. - Conduz a dor lenta e pouco definida, de localização difusa, devido respectivamente a neurônios mais curtos (com maior número de sinapses) e falta de DOR somatotopia, devido a difusão inespecífica da FR. - Começa após 1s ou mais, aumentando lentamente e tem como sinônimos dor em queimação, persistente, pulsátil, nauseante e dor crônica. Essa dor geralmente está associada à destruição tecidual, podendo ocorrer na pele e em quase todos os órgãos ou tecidos profundos - Os sinais passam por interneurônios de fibras curtas nos próprios cornos dorsais antes de chegarem, em sua maioria, às lâminas I e II da medula. O último neurônio da série dá origem a longos axônios que, passando pela comissura anterior para o lado oposto da medula e, depois, sobem até o encéfalo propriamente dito pela mesma via ântero-lateral. - Apenasde um décimo a um quarto das fibras seguem todo o trajeto até o tálamo. Em lugar disso, elas terminam em áreas do bulbo, ponte e mesencéfalo e se conectam com a FR. Essa região inferior do encéfalo parece ser muito importante para a avaliação dos tipos de dor sofridos, pois animais com apenas seu tronco cerebral funcionante ainda apresentam inegáveis evidências de sofrimento quando qualquer parte do corpo é traumatizada. · Via Neoespinotalâmica: dor rápida - É formado por uma cadeia de três neurônios. O primeiro neurônio (aferente) tem suas terminações na periferia e aloja-se em gânglios situados próximos ao SNC. Conduz a informação da periferia para o SNC. Tem forma de T no próprio gânglio, sendo que um ramo se dirige à superfície e outro às vísceras; o outro ramo, estabelece contato com o segundo neurônio (aferente secundário) que, por sua vez, faz sinapse com o terceiro neurônio (aferente terciário), localizado no tálamo. Algumas fibras do feixe neoespinotalâmico terminam em áreas reticulares do tronco cerebral, porém muitas delas seguem até o tálamo, em sua maior parte no complexo ventrobasal. Dessa área, os sinais são transmitidos a outras áreas basais do encéfalo e ao córtex sensorial somático. o Por ser direta, rápida, fidedigna e específica para cada unidade sensorial, esta via permite boa discriminação do local e da intensidade da dor (somatotopia), e é responsável pela dor aguda, transmitindo principalmente dores em pontadas e térmicas. Função da Formação Reticular, Tálamo e Córtex Cerebral na avaliação da DOR A remoção total das áreas sensoriais somáticas no córtex cerebral e do complexo ventro-basal no tálamo não destrói a capacidade de percepção de dor do indivíduo, pelo contrário, estas lesões não sendo específicas nas projeções de dor podem liberar a dor de inibição dos sistemas fibras-grossas que se pensa funcionar identicamente ao DOR sistema de Portão medular de Melzack e wall. É provável que impulsos de dor que cheguem à FR, tálamo e outros centros inferiores possam ocasionar a percepção consciente da dor. Mas, isso não significa que o córtex cerebral nada tenha a ver com a apreciação normal da dor, pelo contrário, acredita-se que o córtex tenha um papel importante na interpretação da qualidade da dor, ainda que a detecção emocional da dor seja, principalmente, função dos centros inferiores. Bases anatômicas das vias de dor ● Constituída basicamente por fibras aferentes do tipo Aδ e C, pouco mielinizadas. ● Ambas apresentam, em suas extremidades periféricas, receptores do tipo terminações nervosas livres, que captam da pele e das vísceras os estímulos nocivos térmicos, químicos e mecânicos, para informar ao córtex sensitivo (área 3, 2, 1 de Brodmann) a agressão acometida levando a uma resposta compatível ao fato. ● Estimulação → terminações nervosas livres → gânglios espinais → medula espinal → tronco encefálico, formação reticular, tálamo, sistema límbico e córtex sensitivo do cérebro. 1) Vias ascendentes da dor ● Possui apenas terminações nervosas livres. ● A via da dor é lenta e utiliza fibras de pequeno calibre, fibras pouco mielinizadas e amielinizadas ● Ramificações das fibras Ad e C percorrem pelo trato de Lissauer e terminam na substância gelatinosa. ● Os neurônios do corno posterior que recebem inputs dos nociceptores periféricos enviam projeções para o tálamo, que envia projeções para o córtex. O sistema ascendente emite colaterais que ativam os centros do tronco encefálico, que, por sua vez, envia fibras modulatórias descendentes para a medula espinal. 3. Conhecer os diagnósticos diferenciais do quadro relatado O diagnóstico diferencial para colecistite aguda se resume essencialmente às doenças que acometem o quadrante superior direito do abdome: colangite aguda, pneumonia de base direita, hepatites, pielonefrite à direita, isquemia ou infarto agudo do miocárdio, apendicite sub-hepática, úlcera péptica complicada e pancreatite aguda. 4. Compreender o tratamento do caso clínico apresentado - Analgésicos não-opióides: Modificam mecanismos periféricos DOR e centrais envolvidos no desenvolvimento da dor. Indicados por tempo curto, para dores leves e moderadas. Apresentam propriedade analgésica, antitérmica, anti-inflamatória e antitrombótica. Exemplos: AAS, Dipirona, ibuprofeno, Paracetamol · N-Butilescopolamina: tem ação antiespasmódica, agindo sobre as contrações dolorosas e aliviando de forma rápida e prolongada as cólicas, dores e desconfortos abdominais. Possui também importante propriedade analgésica, o que faz com que diminua a percepção da dor. É um fármaco anticolinérgico que age inibindo a ação do sistema nervoso central sob músculos lisos, que é um tipo de músculo de contração involuntária presente em diversos órgãos, entre eles os tratos gastrointestinal, urinário e no útero. Age bloqueando os receptores muscarínicos da acetilcolina (antagonista muscarínico) da musculatura lisa, impedindo a sua contração, diminuindo dor e desconforto gástrico. Tratamento: ● Cirurgia para remoção da vesícula biliar (colecistectomia) - As pessoas com colecistite crônica ou aguda necessitam ser hospitalizadas. Elas não podem comer ou beber e recebem líquidos e eletrólitos por via intravenosa. Um médico pode introduzir um tubo pelo nariz até o estômago, para poder usar sucção para manter o estômago vazio e reduzir o acúmulo de líquido no intestino, caso o intestino esteja obstruído, e para permitir que a vesícula biliar descanse. - Normalmente, os antibióticos são fornecidos às pessoas por via intravenosa (devido à possibilidade de infecção), além dos analgésicos. Colecistectomia Em geral, a vesícula biliar é removida 24 a 48 horas após o início dos sintomas se: ● A colecistite aguda for confirmada e o risco de cirurgia for pequeno. ● As pessoas forem mais velhas ou tiverem diabetes, porque em tais pessoas, é mais provável que a colecistite resulte em infecções. ● Existir suspeita de complicações como abcesso, gangrena ou perfuração da vesícula biliar. ● As pessoas tiverem colecistite alitiásica. Se necessário, a cirurgia pode ser postergada por seis semanas ou https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bias/gangrena-gasosa https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/dist%C3%BArbios-da-ves%C3%ADcula-biliar-e-dutos-biliares/colecistite#v11570562_pt DOR mais, para que a crise melhore. Se as pessoas tiverem um distúrbio que aumente muito o risco de uma cirurgia (como distúrbios cardíacos, pulmonares ou renais graves ou um distúrbio grave no fígado), a cirurgia é adiada até que um tratamento apropriado seja capaz de controlar o distúrbio o melhor possível. Se a cirurgia precisar ser adiada ou evitada por completo, a vesícula biliar pode precisar ser drenada para ajudar a tratar e prevenir a propagação da infecção. A drenagem pode ser realizada por colocação de um tubo através da parede abdominal até a vesícula biliar, permitindo que o líquido drene para fora do corpo. Alternativamente, um tubo de drenagem pode ser colocado dentro do corpo durante uma endoscopia guiada por ultrassonografia endoscópica (USE). Na USE, um endoscópio com um pequeno dispositivo de ultrassonografia na ponta é inserido pela boca até o estômago e o intestino delgado. As imagens de ultrassom orientam o médico para colocar um dreno entre a vesícula biliar e o intestino delgado ou entre a vesícula biliar e o estômago. Na colecistite crônica, a vesícula biliar é geralmente removida após o episódio agudo. A retirada cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia) é geralmente realizada usando-se um tubo de visualização flexível denominado laparoscópio. Após pequenas incisões terem sido feitas no abdômen, o laparoscópio e os instrumentos cirúrgicos são inseridos através das incisões. Os médicos então usam os instrumentos para remover a vesícula biliar. O laparoscópio possui uma câmera minúscula, permitindo que os cirurgiões vejam o que eles estão fazendo dentrodo corpo. 5. Explicar fatores preventivos do caso - Como o colesterol é um fator importante na formação de cálculo, a alimentação pobre em gorduras e rica em fibras deve ser primordial - Exercício físico 6. OBS: Colecistite aguda A colecistite aguda começa subitamente, resultando em dor grave e constante no abdômen superior. Pelo menos 95% das pessoas com colecistite aguda apresentam cálculos biliares. A inflamação tem quase sempre início sem infecção, embora esta possa surgir depois. A inflamação pode fazer com que a vesícula biliar acumule líquido, havendo espessamento da parede. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-digestivos/endoscopia https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/diagn%C3%B3stico-dos-dist%C3%BArbios-do-f%C3%ADgado,-da-ves%C3%ADcula-biliar-e-das-vias-biliares/exames-de-diagn%C3%B3stico-por-imagem-do-f%C3%ADgado-e-da-ves%C3%ADcula-biliar#v13952958_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/diagn%C3%B3stico-dos-dist%C3%BArbios-do-f%C3%ADgado,-da-ves%C3%ADcula-biliar-e-das-vias-biliares/exames-de-diagn%C3%B3stico-por-imagem-do-f%C3%ADgado-e-da-ves%C3%ADcula-biliar#v13952958_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/dist%C3%BArbios-da-ves%C3%ADcula-biliar-e-dutos-biliares/c%C3%A1lculos-biliares DOR A dor da colecistite aguda é similar àquela da cólica biliar (dor causada por cálculos biliares), mas é mais intensa e duradoura. O pico de dor é após 15 a 60 minutos e permanece constante. Ela geralmente ocorre na parte superior direita do abdômen. A dor pode se tornar insuportável. A maioria das pessoas sente uma dor muito aguda quando o médico pressiona a parte superior direita do abdômen. Respirar profundamente pode agravar a dor. A dor frequentemente se estende para a parte inferior do ombro direito ou para as costas. Enjoos e vômitos são frequentes. Decorridas algumas horas, os músculos abdominais do lado direito podem se tornar rígidos. A febre ocorre em um terço das pessoas com colecistite aguda. A febre costuma aumentar gradualmente para acima de 38 °C (100,4 °F) e pode ser acompanhada de calafrios. Em pessoas mais velhas, os primeiros ou únicos sintomas de colecistite podem ser vagos. Por exemplo, pessoas idosas podem sentir falta de apetite, cansaço ou fraqueza ou vômito. Pode não haver febre. Normalmente, uma crise diminui em dois a três dias e some completamente em uma semana. O fato de a crise aguda persistir pode indicar uma complicação grave. Dor intensa crescente, febre alta e calafrios sugerem a presença de bolsas de pus (abscessos) ou de uma laceração (perfuração) na vesícula biliar. Os abscessos são provocados por gangrena, que ocorre quando o tecido morre. Um cálculo grande pode lacerar a parede da vesícula biliar e passar para o intestino delgado, causando obstrução. Este bloqueio pode causar dor abdominal e distensão. Caso se desenvolva icterícia ou eliminação de urina escura e fezes claras, o duto biliar comum provavelmente está bloqueado por um cálculo, provocando acúmulo de bile no fígado (colestase). A inflamação do pâncreas (pancreatite) pode ocorrer. Ela é causada por um cálculo bloqueando a ampola de Vater (local onde o duto biliar comum e o duto pancreático se unem). Colecistite alitiásica A colecistite alitiásica normalmente provoca dor súbita e intensa na parte superior do abdômen em pessoas sem sintomas prévios ou outras evidências de um distúrbio na vesícula biliar. Geralmente, a inflamação é muito grave e pode originar gangrena ou uma perfuração da vesícula biliar. As pessoas com colecistite alitiásica tendem a estar muito doentes. Por exemplo, elas podem estar na unidade de terapia intensiva por outro motivo e podem apresentar muitos outros sintomas. Além disso, como essas pessoas estão muito doentes, podem não ser capazes de se comunicar claramente. Por estes motivos, a colecistite alitiásica https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/dist%C3%BArbios-da-ves%C3%ADcula-biliar-e-dutos-biliares/c%C3%A1lculos-biliares#v760506_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/manifesta%C3%A7%C3%B5es-da-doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica/icter%C3%ADcia-em-adultos https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/manifesta%C3%A7%C3%B5es-da-doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica/colestase https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/pancreatite/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-pancreatite DOR pode não ser diagnosticada em um primeiro momento. Os únicos sintomas podem ser um abdômen inchado (distendido), sensível ou febre sem nenhuma causa conhecida. Se não for tratada, a colecistite alitiásica resulta em morte em 65% das pessoas. Ela costuma ocorrer após o seguinte: ● Cirurgia de grande porte ● Doenças graves como lesões sérias, queimaduras graves ou uma infecção pela corrente sanguínea (sepse) ● Alimentação intravenosa por período prolongado ● Ficar em jejum por muito tempo ● Deficiência do sistema imunológico ● Certos distúrbios envolvendo inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite), como lúpus eritematoso sistêmico ou poliarterite nodosa Colecistite crônica As pessoas com colecistite crônica apresentam crises recorrentes de dor. O abdômen superior, acima da vesícula biliar, fica sensível ao toque. Diferente da colecistite aguda, febre raramente ocorre em pessoas com colecistite crônica. A dor é menos intensa do que a dor da colecistite aguda e não dura por tanto tempo. Pode evoluir para vesícula em porcelana. Escalas de dor: As escalas unidimensionais preestabelecem apenas dados relacionados com a intensidade da dor, enquanto os instrumentos multidimensionais abordam não somente os aspectos físicos, mas também buscam interpretar e compreender o fenômeno doloroso. · Unidimensionais: EVN; EVA ; Gráfica; BPS. · Multidimensionais: MCGILL; EMADOR; Escala de dor LANNS: Esta escala de dor ajuda a determinar como os nervos que carregam a informação de dor estão funcionando. Escalas de categoria verbal (p. Ex., leve, moderada e grave) Escalas numéricas: Para a escala numérica, pede-se aos pacientes que classifiquem sua dor de 0 a 10 (0 = ausência de dor; 10 = “a pior dor imaginável”). A Escala Visual Analógica (EVA):os pacientes criam um sinal representando o grau da dor em uma linha de 10 cm sem identificação, com a extremidade esquerda com os dizeres “sem dor” e a direita com os dizeres “dor insuportável”. A pontuação da dor é a distância em mm desde a extremidade esquerda da linha. Crianças e pacientes com alfabetização deficiente ou https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/queimaduras/queimaduras#v825583_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/bacteremia-sepse-e-choque-s%C3%A9ptico/sepse-e-choque-s%C3%A9ptico https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/dist%C3%BArbios-vascul%C3%ADticos/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-a-vasculite https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/doen%C3%A7as-autoimunes-do-tecido-conjuntivo/l%C3%BApus-eritematoso-sist%C3%AAmico-les https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/dist%C3%BArbios-vascul%C3%ADticos/poliarterite-nodosa-pan DOR problemas de desenvolvimento podem selecionar imagens de faces que vão do sorriso à expressão distorcida pela dor, ou frutas de vários tamanhos para transmitir sua percepção de intensidade da dor. Ao mensurar a dor, o examinador deve especificar um período de tempo (p. Ex. “em média durante a última semana”). o Escala de Dor Funcional DOR ESCALA MULTIDIMENSIONAL DE AVALIAÇÃO DA DOR OBS: A colecistite aguda é dividida em 3 graus de severidade, diferindo a conduta de tratamento preconizada para cada grau. Grau I (leve):colecistectomia laparoscópica precoce deve ser realizada se as escalas ASA e CCI indicarem que o paciente suporta o procedimento. Caso o paciente apresente alto risco cirúrgico indicado pelas escalas, deve ser feito, primeiramente, o tratamento conservador e a realização de cirurgia tardia para resolução definitiva do caso. Grau II (moderado): a colecistectomia laparoscópica permanece como tratamento de escolha, contudo, deve-se ter maior cautela no intraoperatório com lesões iatrogênicas, considerando o processo inflamatório vigente, e a conversão para colecistectomia aberta deve ser considerada dependendo dos achados. Se o paciente não for capaz de suportar a cirurgia é indicada a drenagem biliar. Grau III (grave): deve-se realizar a correção da disfunção orgânica por meio de suporte clínico e a administração de terapia antimicrobiana concomitante para DOR posterior realização de colecistectomia laparoscópica, preferencialmente por cirurgião com extensa experiência em ambiente com suporte para cuidado intensivo. Caso o paciente não responda ao tratamento clínico ou possua um alto risco cirúrgico deve ser considerada a drenagem biliar percutânea trans-hepática guiada por sonografia.
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