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Prévia do material em texto

1
LÍNGUA 
PORTUGUESA 
E PRODUÇÃO 
DE TEXTO
Profª. Me. Paloma C. de Figueiredo Souza
2
LÍNGUA PORTUGUESA 
E PRODUÇÃO DE TEXTO
PROFª. ME. PALOMA CARLEAN DE FIGUEIREDO SOUZA
3
 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Esp. Imperatriz da Penha Matos
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luíza Mendes Leite 
 Fernanda Cristine Barbosa
 Prof. Esp. Guilherme Prado 
 
 Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Eliza P. Campos 
© 2021, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
LÍNGUA PORTUGUESA 
E PRODUÇÃO DE TEXTO
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
5
 Mestre em Letras pela Universidade Esta-
dual de Montes Claros (UNIMONTES-MG) (2015). 
Especialista em Tutoria em Educação a Distân-
cia pela Faculdade Vale Do Gorutuba, (FAVAG) 
(2014). Graduada em Letras com ênfase em 
Português e Inglês pela Universidade Católica 
Dom Bosco (2005). Possui experiência na área 
de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa 
e Literatura Brasileira. Atua como docente na 
rede pública do estado de Minas Gerais desde 
2007.
PALOMA CARLEAN SOUZA
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-
ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/2022360404034091
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
6
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
7
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
SUMÁRIO
1.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................11
1.2 Fala e Escrita ......................................................................................................................................................................................................................................................................................11
1.3 Registro Formal e Registro Informal ................................................................................................................................................................................................................................12
1.4 Variações Linguísticas ...............................................................................................................................................................................................................................................................14
 1.4.1 Variação Histórica Ou Diacrônica .........................................................................................................................................................................................................................................14
 1.4.2 Variação Linguística Geográfica Ou Diatópica ...............................................................................................................................................................................................................15
 1.4.3 Variação Linguística Sociocultural .......................................................................................................................................................................................................................................15
 1.4.4 Adequação Linguística ...............................................................................................................................................................................................................................................................16
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................17
2.1 Linguagem Verbal .......................................................................................................................................................................................................................................................................23
2.2 Conceituando Texto ..................................................................................................................................................................................................................................................................24
2.3 Elementos da Comunicação ...............................................................................................................................................................................................................................................25
2.4 Funções da Linguagem .........................................................................................................................................................................................................................................................25
 2.4.1 Função Emotiva ou Expressiva ............................................................................................................................................................................................................................................26
 2.4.2 Função Conativa ou Apelativa .........................................................................................................................................................................................................................................26
 2.4.3 Função Referencial ou Denotativa ..................................................................................................................................................................................................................................27
 2.4.4 Função Poética ........................................................................................................................................................................................................................................................................28
 2.4.5 Função Metalinguistica .........................................................................................................................................................................................................................................................282.4.6 Função Fática ...........................................................................................................................................................................................................................................................................29
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................30
3.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................36
3.2 Tipologia Narrativa (Narração) ............................................................................................................................................................................................................................................37
3.3 Tipologia Descritiva (Descrição) .......................................................................................................................................................................................................................................39
3.4 Tipologia Dissertativa (Argumentativa) ......................................................................................................................................................................................................................40
3.5 Tipologia Injuntiva .......................................................................................................................................................................................................................................................................41
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................43
A LÍNGUA PORTUGUESA COMO INSTRUMENTO DE INTERAÇÃO SOCIAL
TEXTO, CONTEXTO E INTENÇÃO COMUNICATIVA
TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS DISCURSIVOS
4.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................49
4.2 Elementos De Textualidade ................................................................................................................................................................................................................................................49
 4.2.1 Intencionalidade ......................................................................................................................................................................................................................................................................49
 4.2.2 Aceitabilidade ..........................................................................................................................................................................................................................................................................50
 4.2.3 Situacionalidade .....................................................................................................................................................................................................................................................................50
 4.2.4 Informatividade .......................................................................................................................................................................................................................................................................50
 4.2.5 Intertextualidade .....................................................................................................................................................................................................................................................................51
4.3 Coerência e Coesão ...................................................................................................................................................................................................................................................................53
4.4 Operadores Argumentativos ..............................................................................................................................................................................................................................................56
4.5 Os Valores Das Preposições E Das Conjunções .....................................................................................................................................................................................................56
 4.5.1 Preposições .................................................................................................................................................................................................................................................................................56
 4.5.2 Conjunções .................................................................................................................................................................................................................................................................................58
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................59
ELEMENTOS LINGUÍSTICOS
8
5.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................65
5.2 Denotação e Conotação .........................................................................................................................................................................................................................................................66
5.3 Ambiguidade e Polissemia ...................................................................................................................................................................................................................................................67
5.4 A Pontuação Como Fator de Produção de Sentido ............................................................................................................................................................................................69
5.5 O Uso da Vírgula: uma Questão Importante .............................................................................................................................................................................................................71
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................74
PRÁTICA DE LEITURA E NOÇÕES DE SEMÂNTICA
6.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................796.2 Linguagem Acadêmica ..........................................................................................................................................................................................................................................................79
6.3 Principais Gêneros a Serem Produzidos (Resumo e Resenha) ....................................................................................................................................................................81
6.4 Análise De Textos : Seleção Lexical e Efeito De Sentido ..................................................................................................................................................................................83
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................................................................................................................................................................................................86
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO.........................................................................................................................................................................................................................91
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................................................................................................................................92
PRODUÇÃO DE TEXTOS
UNIDADE 5
UNIDADE 6
9
O
N
FI
R
A
 N
O
 L
I
C
V
R
O
UNIDADE 1
Nesta unidade, serão abordadas as definições de fala e escrita, bem como serão 
discutidos os conceitos de registro formal e in-formal da língua, variação linguística 
e a importância da adequa¬ção da linguagem ao contexto de comunicação.
UNIDADE 2
Nesta unidade, serão explicitados conceitos importantes como texto , contexto e 
intenção comunicativa. Além disso, serão apre¬sentados os elementos essências da 
teoria da comunicação e as funções da linguagem. 
UNIDADE 3
Nesta unidade, será discutido o conceito de tipologia textual e a importância desse 
saber para a compreensão e produção de textos. Serão apresentados os tipos 
textuais mais usados no dia a dia: narração, descrição, injunção e argumentação, 
acompanhados de exemplos e detalhamento de suas principais características. 
UNIDADE 4
Esta unidade é dedicada ao estudo dos elementos responsáveis pela textualidade, 
ou seja, os elementos essenciais que garantem que um texto seja considerado 
como tal. Será dado destaque à coerência e à coesão por meio dos operadores 
argumentativos: conjunção e preposição.
UNIDADE 5
Esta unidade apresentará os conceitos de denotação e conotação, bem como 
discutirá os fenômenos linguísticos ambiguidade e polissemia. Ainda com foco 
na semântica, será dado devido destaque à pontuação como fator de produção de 
sentido.
UNIDADE 6
Nesta unidade, serão abordadas questões referentes à linguagem acadêmica, 
sobretudo sobre os gêneros textuais resumo e resenha. Com foco na produção 
autônoma e eficiente de textos, serão analisados exemplos de efeitos de sentidos 
estabelecidos pelas escolhas lexicais.
10
A LÍNGUA 
PORTUGUESA COMO 
INSTRUMENTO DE 
INTERAÇÃO SOCIAL
11
1.1 INTRODUÇÃO
 Nesta unidade, introduziremos os conteúdos relacionados à Língua Portugue¬sa, 
com o objetivo de percebê-la como mais poderoso instrumento de comunica¬ção que a 
sociedade possui. Abordaremos fala e escrita, estabelecendo as dife¬renças entre esses 
dois processos e a importância deles para a interação social. Partindo do pressuposto que 
toda linguagem é uma atividade funcional, regulada e moldada pelas estruturas sociais, 
nos contextos de uso e interação, discutiremos os níveis de formalidade de acordo com 
a necessidade de adequação da linguagem ao contexto, ou seja, Norma Padrão (Culta) 
e Norma Não Padrão (coloquial) da língua. 
 A Língua Portuguesa é, de fato, complexa e não se pode negar que, ao utilizá-la, 
no nosso dia a dia, estabelecemos relações sociais com nós mesmos e com o mundo. 
Desse modo, a língua materna nos oferece importante instrumento de interação social, 
desde a nossa infância, momento em que começamos as nossas primeiras formas de 
comunicação. 
 Antes de termos contato com a modalidade escrita da língua, porém, temos 
acesso à oralidade, pois, segundo Marcuschi (2008), apesar de ser pouco valorizada, em 
detrimento da escrita, a fala constitui o modo de comunicação mais utilizado entre os 
povos, pois ela está presente na vida humana desde o momento da gestação, quando 
a mãe conversa com o bebê. Assim que nasce, a criança emite o choro, em seguida, 
com poucas semanas, começa a balbuciar em resposta aos diálogos que a família realiza 
ao seu redor. A partir de então, com essa interação natural, a criança, concomitante a 
expressões faciais e gestos, desenvolverá a fala, meio pelo qual passará a se comunicar. 
 Desse modo, como afirma Marcuschi (2008), a fala é adquirida em contextos 
espontâneos e informais, contrapondo-se ao processo da aquisição da escrita, que 
acontecerá mais tarde e, provavelmente, em um ambien¬te escolar- local de prestí-gio 
social.
 Embora a fala esteja mais presente no nosso cotidiano, uma vez que falamos muito 
mais do que escrevemos, a escrita possui um lugar de destaque, pois “seu domínio se 
tornou um passaporte para a civilização e para o conhecimento.” (MARCUSCHI, 2008, p. 
21). Em outras palavras, e concordando com o autor, afir-mamos que a sociedade valoriza 
mais a escrita por razão desta representar certo status, haja vista que muitos estudos 
sociais associam a escrita e a alfabetização à saúde, ao progresso e à riqueza. Por outro 
lado, doença, regresso e pobreza estão associados ao analfabetismo. 
 Segundo Marcuschi (2008), embora os usuários de qualquer língua passem mais 
parte do tempo falando que escrevendo, essas duas modalidades- fala e escrita- são 
1.2 FALA E ESCRITA
• A escrita é a representação da fala?
• Qual das duas modalidades é mais importante para a interação social?
VAMOS PENSAR?
12
Aula de português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
inerentes às nossas relações sociais diárias ao mesmo tempo em que são complementares. 
 Se observarmos, durante vinte e quatro horas, a rotina de alguém, inclusive a 
nossa, é possível perceber que utilizamos, diariamente, tanto a fala quanto a escrita, em 
casa, no trabalho, nas igrejas, na internet e em várias outras esferas de comunicação. 
Desse modo, tanto oralidade quanto escrita são imprescindíveis para a comunicação e 
circulação dos saberes na sociedade. 
 Ainda sobre fala e escrita, é preciso ressaltar que uma modalidade não é superior à 
outra, já que ambas são modos legítimos de representação cognitiva e social. Marcuschi 
(2008) destaca que é necessário reconhecer a importância de fala e escrita e distinguir 
os papéis de cada uma a depender do contexto de uso da língua. O autor também 
esclarece que a escrita não pode ser definida como representação da fala, pois na 
oralidade, temos alguns fatores que não são possíveis de ser representados na escrita, 
tais como entonação, gestos.
Entenda mais sobre Fala e Escrita assistindo aos vídeos de dois grandes pesqui-
sadores, Luiz Antônio Marcuschi e Carlos Alberto Faraco. Acesse os links abaixo e 
amplie o seu conhecimento: 
• “Fala e Escrita” está disponível em: https://bit.ly/3csIwce. Acesso em: 12 nov. 
2020. 
• “Oralidade: um processo vivo”: https://bit.ly/3sr1qpl. Acesso em: 12 nov. 2020. 
BUSQUE POR MAIS
1.3 REGISTRO FORMAL E REGISTRO INFORMAL13
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
Andrade, Carlos Drummond de. Esquecer para Lembrar. R J: Record, 1979
 Nesse poema, denominado Aula de Português, Carlos Drummond de Andrade 
apresenta ao leitor as suas inquietações sobre a Língua Portuguesa. Para ele, há duas 
línguas, aquela ensinada na escola, que se baseia em regras gramaticais, em certo e 
errado , normatizada e que, por isso , nos parece estranha; e a outra, que é simples, livre 
de regras e, portanto, mais fascinante e utilizada com tanta tranquilidade pelos usuários. 
De fato, o que o poeta nos diz é que há maneiras de se utilizar a língua a depender do 
contexto. Sem utilizar os termos técnicos, Drummond apresenta as diferenças entre a 
norma culta da língua (padrão) e a norma coloquial (não padrão).
 Apesar de a língua apresentar variedades linguísticas, existe uma tradição 
gramatical, baseada em parâmetros para a escrita ou para situações mais formais de 
fala, que é denominada Norma-padrão. A norma-padrão, portanto, é um “conjunto de 
regras, pautadas em autores consagrados, que impõe uma unidade à língua escrita.” 
(CEREJA; VIANNA; CODENHOTO, 2016, p. 53).
 Primeiramente, devemos levar em consideração que quando o estudante 
chega à escola, ele já é falante da língua materna e, certamente, se comunica bem em 
situações informais e familiares, desse modo, não é necessário que a escola o ensine 
a falar. O que ocorre, porém, é que como os contextos sociais são diversificados, esse 
estudante acessará outros modos de falar, que estão relacionados a questões culturais, 
geográficas e sociais. Diante dessa realidade, é função do professor promover o respeito 
às diversidades linguísticas, sem perder o foco no objeto de ensino, que é a comunicação 
eficiente, independente da realidade socio-cultural. Em outras palavras, conhecer e 
respeitar as variedades linguísticas é de grande importância. 
Se existe o reconhecimento de outras variedades na língua, o que a escola deve ensinar? 
É possível ensinar a norma-padrão, incentivar a melhoria na escrita sem cometermos pre-
conceito linguístico?
VAMOS PENSAR?
• Variedade padrão (língua culta formal) variedade linguística baseada no modo de falar 
e escrever dos grupos sociais de maior prestígio cultural, político e econômico; caracte
FIQUE ATENTO
14
• riza-se pelo uso de estruturas frasais mais complexas, pelo vocabulário mais elaborado 
(mais sofisticado) e pela observância às regras da gramática normativa.
• Variedade não padrão (coloquial), variedade mais espontânea, empregada em situa-
ções informais do dia a dia e caracterizada pelo emprego de frases de estrutura sim-
ples, pela pouca (ou nenhuma) observância às regras da gramática normativa, pelo 
vocabulário mais comum e pela presença de frases feitas, expressões populares e gírias 
(AMARAL et al., 2013, p. 165).
1.4 VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
 Embora haja a determinação de uma norma padrão, de convenções do uso 
da língua, é importante ressaltar que ela é dinâmica e apresenta variações, segundo 
elementos geográficos, históricas, sociais, entre outros. Desse modo, podemos definir 
variações linguísticas ou variedades linguísticas como “os diferentes modos de falar uma 
língua- relacionados à idade do falante, à sua classe social, ao espa¬ço em que ele se 
encontra e, ainda, aos objetivos e aos usos específicos que ele faz da língua,” (CEREJA; 
VIANNA; CODENHOTO, 2016, p. 50).
 Para Bortoni-Ricardo (2004), a variação linguística acontece em qualquer 
comunidade de fala, urbana ou rural, pois de acordo com os grupos ou situações de 
comunicação, apresentamos maneiras distintas de falar. Vejamos alguns casos de 
variação linguística:
 1.4.1 Variação histórica ou diacrônica
 Algumas palavras ou expressões sofrem modificações ou caem em desuso com 
o passar do tempo, é possível que você já tenha notado em textos mais anti¬gos ou em 
conversa com pessoas mais idosas. Essa variação na língua, que ocorre através do tempo, 
é chamada de variação histórica ou diacrônica. Para exemplificar a variação histórica ou 
diacrônica , vejamos um fragmento do texto “Antigamente”, de Drummond (1966):
 Esse tipo de variação pode ocorrer também por mudanças na ortografia de 
algumas palavras, por acordos ortográficos ou simplesmente pelo uso, já que a língua é 
dinâmica. Observe na imagem abaixo como a palavra farmácia era grafada antigamente. 
Antigamente as moças chamavam-se “mademoiselles” e eram todas 
mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, 
em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhe 
pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do 
balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir 
pregar em outra freguesia.
As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca, 
e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher 
maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não 
impedia que, nesse entremente, esse ou aquele embarcasse em canoa 
furada. Encontravam alguém que lhes passava a manta e azulava, dando 
às de Vila-Diogo….
15
 1.4.2 Variação Linguística Geográfica ou Diatópica
 A variação linguística geográfica ou diatópica está relacionada ao lugar de 
origem do falante, inclui o uso de determinadas palavras ou expressões regionais, 
independentemente de outros fatores, como idade e escolarização. Além de mani-festar-
se no vocabulário, esse tipo de variação linguística evidencia-se também na pronuncia, 
ou seja, o modo de falar também varia de acordo com a localização geográfica, daí os 
sotaques mineiro, carioca, caipira, nordestino, entre outros. Ve-jamos, a seguir, trecho 
de uma crônica em que o autor emprega várias palavras e expressões próprias de uma 
determinada região para demonstrar o fenômeno da variação linguística geográfica 
(regionalismo). 
 1.4.3 Variação Linguística sociocultural 
 A distribuição de bens materiais e culturais influenciam no modo de dizer dos 
grupos de falantes, pois indicam o acesso ou privação de aparatos da cultura, por-
Fui dar um passeio por Rondônia. Lá pelas tantas, comecei a perceber que não 
estava entendendo a conversa do povo. Eu, que falo o português do centro-
oeste mineiro, achei toada na fala da região. Cheguei numa beira de porto e pus 
sentido na prosa em redor. Decorei alguma coisa, que divido agora com o leitor. 
[...] Eis meu relato:
O regatão saltou do alvarenga onde estava morcegando e berrou:
— Açaí, cajarana, cupuaçu e pupunha! Loção contra carapanã, mucuim, mutuca 
e pium. Vai levar, patrão? [...]
Procurei um taxi, mas desanimei ao ouvir o informante dizer:
— Aqui, BK é só para quem está bamburrado. Tu está?
E saiu rindo, apontando para mim e falando:
— Brabo aqui vai de catrai! [...]
Logo que pude, abri buraqueira (fugi) para não ser forçado a fazer uso de uma 
assistência (ambulância) com destino a um hospício; nem para ser submetido a 
um bascolejo (revista policial). Claro! Do jeito que fiquei, talvez pensassem que 
eu estava bordado (maluco) [...]. Logo eu, que sou tão virado (trabalhador)!
É uma faceta (epa!) da nossa língua...brasileira ou portuguesa?
Wilson Liberato, in jornal O Pergaminho, 21/10/2000
Figura 1: Exemplo de variação diacrônica
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3fjK5Lo. Acesso em: 30 dez. 2020. 
16
tanto, a variação sociocultural tem a ver com fatores de diversidade. Desse modo, leva-
se em consideração o grau de escolaridade, a idade, o gênero e, sobretudo, o nível 
socioeconômico. 
 Esse tipo de variação linguística não compromete a compreensão entre indivíduos, 
embora o uso de certas variantes possa gerar algum tipo de discriminação, o que 
chamamos de preconceito linguístico. 
 É importante ressaltar que, mesmo tendo em vista a necessidade de atingir 
um padrão linguístico eficiente, sobretudo na escrita, a língua não deverá ser objeto 
de discriminação ou preconceito. Afinal, mais importante queaprender a norma de 
prestígio, a norma culta/padrão da língua, é a eficiência na comunicação, em qualquer 
variedade linguística. 
 1.4.4 Adequação Linguística
 Para uma comunicação eficiente, é essencial considerar o interlocutor (com quem 
eu estou me comunicando) e o contexto de interação, ou seja, é relevante reconhecer 
se a situação comunicativa demanda maior ou menor formalidade e monitoramento. 
Assim como é preciso observar qual roupa devemos usar nos nossos compromissos 
cotidianos, é fundamental adequarmos a linguagem à situação de uso. A essa capacidade 
de adequar o uso da língua às necessidades impostas pela situação de comunicação 
chamamos de Adequação Linguística.
 Como exemplo de monitoramento do uso da língua, pensemos na seguinte 
situação: Paulo é promotor de justiça, um homem que dedicou boa parte da sua 
vida a estudar. Em seu trabalho, utiliza uma linguagem formal, culta e objetiva para 
se comunicar, pois a situação comunicativa exige essa formalidade. Em casa, porém, e 
entre amigos, Paulo utiliza uma linguagem mais informal, porque o contexto permite. 
Desse modo, portanto, Paulo possui a competência comunicativa, porque sabe adequar 
a língua à situação de uso.
 Cada situação comunicativa indica um tipo de linguagem a ser usada. Não se 
pode usar biquíni ou bermuda para ir ao fórum, é preciso estar adequado, apre¬sentar 
bom senso, assim também se dá com a língua. Importa salientar que existe a variação 
da linguagem, as gírias, mas nem tudo é legítimo e aceitável. O vale-tudo na língua 
também acarreta confusão. De todo modo é sinal de respeito aceitar os modos de falar 
e se expressar de cada indivíduo ou grupo, ainda que não esteja adequado à situação de 
comunicação.
Figura 2: Exemplo de inadequação linguística
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/2NXsGNh. Acesso em: 30 dez. 2020. 
17
1. (ENEM). Leia o texto abaixo
Cabeludi
Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele 
foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição 
deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está 
fantasiado de palhaço. Minha avó entendia dregências verbais. Ela falava de sério. Mas 
todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação 
um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade 
de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino 
gritou: Disilimina esse, Cabeludinho.Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo 
trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras 
mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela 
que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam 
do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai 
morena, não me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu 
ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.
BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.
No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da 
língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões 
“voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca: 
a) Os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto.
b) A importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua 
portuguesa.
c) A distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas.
d) O relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias.
e) A valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da lin-
guagem.
2. (ENEM - Adaptada). Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato 
pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua é:
a) Predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas. 
b) Vocabulário regional desconhecido em outras variedades do português. 
c) Realização do plural conforme as regras da tradição gramatical. 
d) Ausência de elementos promotores de coesão entre os eventos narrados. 
e) Presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante.
3. (UFMA). Analise a charge abaixo para responder a questão. 
FIXANDO O CONTEÚDO
18
Considerando a fala dos interlocutores, pode-se concluir que: 
a) O uso de “excelência” denota desrespeito, pois o depoente não vê o depu-tado 
como autoridade. 
b) O efeito humorístico é provocado pela passagem brusca da linguagem formal para 
a informal. 
c) O uso da linguagem formal e da informal evidencia a classe social a que perten-cem 
as personagens. 
d) A linguagem empregada no texto serve apenas para compor as imagens do deputado 
e do depoente. 
e) O pronome “seu” foi usado pelo depoente como sinal de respeito para com o 
parlamentar ilustre.
4. Na representação escrita da conversa telefônica entre a gerente do banco e o cliente, 
observa-se que a maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido:
a) À adequação de sua fala à conversa com um amigo, caracterizada pela infor-malidade. 
b) À iniciativa do cliente em se apresentar como funcionário do banco. 
c) Ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas Gerais). 
d) À intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome completo. 
e) Ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio. 
Gerente: Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo? 
Cliente: Estou interessado em financiamento para compra de veículo. 
Gerente: Nós dispomos de várias modalidades de crédito. O senhor é 
nosso cliente? 
Cliente: Sou Júlio César Fontoura, também sou funcionário do 
banco. 
Gerente: Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei 
que você inda tivesse na agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente 
conversar com calma. 
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004.
19
De acordo com o texto, há no Brasil uma variedade de nomes para a Manihot 
utilissima, nome científico da mandioca. Esse fenômeno revela que:
 
a) Existem variedades regionais para nomear uma mesma espécie de planta. 
b) Mandioca é nome específico para a espécie existente na região amazô-nica. 
c) “Pão-de-pobre” é designação específica para a planta da região amazônica. 
d) Os nomes designam espécies diferentes da planta, conforme a região. 
e) A planta é nomeada conforme as particularidades que apresenta. 
 
6. (ENADE- Adapatada). Analise a tirinha abaixo:
( ) Considerando a transposição do cartum acima, analise os excertos e marque V para 
verdadeiro e F para falso:
( ) A concepção de linguagem que a professora revela em sua prática disvincula a llingua 
de seu funcionamento social e histórico.
( ) No segundo quadrinho, é possível perceber exemplos de variação linguística diatópica, 
ou seja, regionalismos. 
( ) A abordagem da professora, ao se referir a questões de linguagem, demonstra respeito 
com as variedades llinguísticas da língua portuguesa.
( ) Nessa situação do cartum, a professora poderia ter utilizado os conhecimentos 
linguísticos de que os alunos dispõem para abordar as diferenças que ocorrem na língua 
MANDIOCA — mais um presente da Amazônia
Aipim, castelinha, macaxeira, maniva, maniveira. As designações da 
Manihot utilissima podem variar de região, no Brasil, mas uma 
delas deve ser levada em conta em todo o território nacional: pão-de-
pobre — e por motivos óbvios. Rica em fécula, a mandioca — uma 
planta rústica e nativa da Amazônia disseminada no mundo 
inteiro, especialmente pelos colonizadores portugueses — é a base 
de sustento de muitos brasileiros e o único alimento disponível para 
mais de 600 milhões de pessoas em vários pontos do planeta, e em 
particular em algumas regiões da África.O melhor do Globo Rural, fev. 2005. (fragmento).
5. (ENEM - Adaptada).
20
de acordo com as regiões, ou seja, explicar variação linguística geográfica. 
a) V- V- V- V.
b) V- F- F- V.
c) F- F- F- F.
d) F- V- V- F.
e) V- V- F- F.
7. Leia o fragmento de texto abaixo.
Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim 
sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber:
a) Descartar as marcas de informalidade do texto.
b) Reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla. 
c) Moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.
d) Adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
e) Desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela 
escola.
8. (UEFS). Leia o texto abaixo para responder a questão.
Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: 
aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que 
a escola deve aceitar qualquer forma de língua em suas atividades 
escritas? Não deve mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da 
escrita, não existe ape¬nas um português correto, que valeria para 
todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo dos manuais 
de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo dos cordelis¬tas; 
o dos editoriais dos jornais não é o mesmo dos cadernos de cultura dos 
mes¬mos jornais. Ou do de seus colunistas.
POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67
A língua sem erros
Nossa tradição escolar sempre desprezou a língua viva, falada no dia 
a dia, como se fosse toda errada, uma forma corrompida de falar “a 
língua de Camões”. Havia (e há) a crença forte de que é missão da escola 
“consertar” a língua dos alunos, principalmente dos que frequentam a 
escola pública. Com isso, abriu-se um abismo profundo entre a língua (e 
a cultura) própria dos alunos e a língua (e a cultura) própria da escola, uma 
instituição comprometida com os valores e as ideologias dominantes. 
Felizmente, nos últimos 20 e poucos anos, essa postura sofreu muitas 
críticas e cada vez mais se aceita que é preciso levar em conta o saber 
prévio dos estudantes, sua língua familiar e sua cultura característica, 
21
De acordo com a leitura do texto, a língua ensinada na escola:
a) Ajuda a diminuir o abismo existente entre a cultura das classes consideradas he-
gemônicas e das populares. 
b) Deve ser banida do ensino contemporâneo, que procura basear-se na cultura e nas 
experiências de vida do aluno. 
c) Precisa enriquecer o repertório do aluno, valorizando o seu conhecimento prévio e 
respeitando a sua cultura de origem. 
d) Tem como principal finalidade cercear as variações linguísticas que comprome-tem o 
bom uso da língua portuguesa. 
e) Torna-se, na contemporaneidade, o grande referencial de aprendizagem do aluno, 
que deve valorizá-la em detrimento de sua variação linguística de origem.
para, a partir daí, ampliar seu repertório linguístico e cultural. 
Disponível em: https://bit.ly/3wpei1L. Acesso em: 5 nov. 2020
22
TEXTO, CONTEXTO E 
INTENÇÃO 
COMUNICATIVA
23
 No processo comunicacional, utilizamos a linguagem para nos expressar. Quando 
o código utilizado é a palavra, seja oral ou escrita, dizemos tratar-se da linguagem 
verbal. Por meio de palavras, expomos aos outros nossos pensamentos, ideias e nossas 
interpretações dos fatos, portanto, empregamos a linguagem verbal ao falar com 
alguém, ao cantarolar uma canção, quando escrevemos e em diver-sas outras formas de 
comunicação. Observe, por exemplo, o poema de Prado (2015), no qual a autora utilizou-
se da linguagem verbal:
 Por outro lado, quando pretendemos comunicar algo e o fazemos por meio de 
outros códigos que não sejam palavras, estamos fazendo uso da linguagem não verbal. 
Essas mensagens também fazem parte dos textos que circulam na socieda¬de e são 
relevantes para o processo comunicacional. São exemplos de linguagem não verbal 
imagens, sinais, expressões faciais, gestos, entre outros. Veja alguns tex¬tos compostos 
apenas por linguagem não verbal:
 Há também uma grande variedade de textos que utilizam mais de uma lin-
guagem, compondo uma linguagem mista. Na charge abaixo, por exemplo, para que 
ocorra a compreensão da mensagem, é necessário cruzar as duas linguagens, ou seja, 
relacionar a linguagem verbal (palavras) e a linguagem não verbal (imagem), o que 
configura uma linguagem mista ou híbrida. 
2.1 LINGUAGEM VERBAL
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
PRADO, Adélia. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 2015.
Figura 3: Exemplo de linguagem não-verbal
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/39jw0tE. Acesso em: 30 dez. 2020. 
24
Figura 4: Negligência
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/39rBD98. Acesso em: 30 dez. 2020. 
Você já se perguntou o que é, de fato, um texto? Diariamente, quantos textos você produz 
nas modalidades oral e escrita? Um conjunto de palavras é um texto?
VAMOS PENSAR?
2.2 CONCEITUANDO TEXTO
 Seria simplista entendermos a língua apenas como um código que precisa ser 
decodificado, da mesma forma não se pode restringir um texto a apenas um conjunto 
de palavras. 
 As atividades de leitura são complexas e o sentido de um texto é construído , pois 
ele se concretiza na interação entre código, interlocutores e situação de co-municação. 
Em outras palavras, dizemos que a comunicação ocorre levando-se em consideração 
vários fatores, desse modo, o texto é um processo , e não um produto. De acordo com 
Mendonça (2014), o que faz com que uma produção oral ou escrita seja classificada 
como texto é a “possibilidade de se estabelecer uma coerência global, ou seja, de se (re)
construir sentidos a partir de um conjunto de pistas apresentadas”. 
 Seguindo esse viés de pensamento, é necessário pensar no texto como uma 
construção que envolve elementos linguísticos, mas que só se realiza tendo em vista os 
interlocutores (emissor, receptor), os propósitos comunicativos, o gênero discursi¬vo, a 
esfera social de circulação, suporte, etc.
 Não se pode negar o caráter dialógico e social da linguagem. É muito im-portante 
a natureza construcionista, sociointeracional e situada da linguagem, pois traz à tona o 
fato de que ela “não ocorre em um vácuo social e que, portanto, textos orais e escritos não 
têm sentido em si mesmos.” Os sentidos são construídos pelos interlocutores, situados 
socialmente, levando-se em consideração os elementos do discurso: quem produz o 
texto, com que finalidade, quem recebe, qual o lugar social de cada interlocutor, qual 
momento o texto foi produzido, a partir de quais ideologias. Nessa perspectiva, os 
significados são contextualizados (BRASIL, 2004). 
25
 As pessoas sempre comunicam entre si por meio de textos, e não por meio de 
palavras ou frases isoladas. Toda e qualquer produção de linguagem, em última instância, 
possui um emissor, aquele que a produz, um receptor (imediato ou não), aquele que a 
recebe e passa a construir uma compreensão sobre ela, um conteúdo em si, entre outros 
elementos.
 Com o intuito de estudar a língua em uso, sem dissocia-la da fala e das situa-
ções sociais em que ela ocorre, emerge a teoria da comunicação, proposta pelo linguista 
Roman Jakobson. 
 Nessa perspectiva, a língua é considerada como um código utilizado pelos sujeitos 
a fim de se comunicarem por meio de textos. De acordo com Jakobson (2007), para que 
ocorra a comunicação, são essenciais seis elementos, que serão descritos a seguir:
• Emissor ou locutor: é quem produz o texto oral ou escrito;
• Receptor ou destinatário: aquele a quem o texto se dirige;
• Mensagem: o texto oral ou escrito que foi produzido pelo emissor;• Código: a língua ou os sinais utilizados, que devem ser conhecidos pelos envol-vidos 
na comunicação. 
• Canal: meio físico pelo qual a mensagem é veiculada que permite o estabelecimento 
da comunicação. 
• Referente: o contexto, o assunto, aquilo a que a mensagem faz referência.
 Na teoria da comunicação, a depender da proposta ou intento do texto, é possível 
perceber o foco em um desses seis elementos, por exemplo, se o objetivo de determinado 
texto é divulgar um produto ou serviço, a ênfase será dada ao receptor do texto, possível 
consumidor do produto. Portanto, segundo os pressupostos dessa teoria, organizamos a 
linguagem de tal modo a atender nossa finalidade comunicativa. 
Atualmente, com o avanço dos estudos da linguagem, a língua é vista de maneira mais 
É o produto da enunciação- composto por palavras, imagens, ícones ou qualquer outro 
código- que constitui unidade de sentido.
FIQUE ATENTO
2.3 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
Para aprofundar seu conhecimento em contextos textuais e intenção comuni-
cativa, sugiro que visitem a Biblioteca Virtual da Única e acessem o livro “Lin-
guística Textual e Ensino”. Disponível em: https://bit.ly/3dbB9EU. Acesso em: 20 
mar. 2021. 
BUSQUE POR MAIS
2.4 FUNÇÕES DA LINGUAGEM
26
ampla, como um processo dinâmico de interação social, ou seja, como forma de realizar 
ações, de atuar sobre o outro por meio da linguagem. Nes¬sa perspectiva, os elementos 
da linguagem descritos por Jakobson passam a ser mais dinâmicos e a comunicação 
se realiza dando ênfase ao processo de enunci¬ação. Os elementos emissor e receptor 
passam a ser chamados de interlocutores. 
 2.4.1 Função emotiva ou expressiva
 A ênfase é dada à expressão dos sentimentos, emoções e opiniões do emissor. Há 
também o reforço ao aspecto subjetivo, pessoal da mensagem. É comum em textos que 
predomine a função emotiva ou expressiva da linguagem algumas marcas gramaticais: o 
uso de verbos e pronomes em primeira pessoa ; frases exclamativas; termos e expressões 
modalizadoras, haja vista que o objetivo desses textos é, como o próprio nome já diz, 
expressar as emoções. 
 Exemplo de textos em que há o predomínio da função da linguagem emotiva ou 
expressiva:
 2.4.2 Função Conativa ou Apelativa
 Ocorre em textos em que o objetivo é influenciar o receptor, estimulá-lo, por 
meio da linguagem, a aderir a uma ideia, mudar de comportamento, adquirir de-
terminado produto. Com foco no receptor, geralmente é um texto claro e objetivo que 
Só Hoje
Jota Quest
Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir
(Que te faça rir)
Hoje eu preciso te abraçar
Sentir teu cheiro de roupa limpa
Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz
Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria
Em estar vivo
Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia
Que eu faço tudo errado sempre, sempre
Disponível em: https://bit.ly/3lUYleA. Acesso em: 20 dez. 2020
27
 2.4.3 Função Referencial ou Denotativa
 Os textos nos quais há o predomínio da função Referencial ou Denotativa 
apresentam como principal objetivo informar, utilizam uma linguagem denotativa, clara 
e precisa. Pautam-se em dados e colocam em evidência o referente, isto é, o foco é o 
assunto, a mensagem a ser veiculada. Veja o exemplo abaixo:
 O texto estabelece também a possibilidade de o Congresso aprovar estado de 
calamidade quando o país passar por momentos excepcionais como uma pan-demia, 
situação em que regras fiscais ficariam suspensas e despesas extraordi¬nárias poderiam 
ser criadas temporariamente.
 Na quarta-feira, foram registradas 1.910 vítimas fatais do coronavírus, elevan¬do o 
número total de mortes a 259.271, segundo boletim do Conselho Nacional de Secretários 
da Saúde (Conass). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística também anunciou 
pela manhã retração de 4,1% da economia em 2020.
 Por ser uma tentativa de alterar a Constituição, a PEC só entra em vigor se for 
aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, sem qualquer alteração no texto do 
Senado. O presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), quer votar a proposta já na 
próxima semana.
Senado aprova PEC com 44 bi para novo auxílio emergencial; 
proposta segue para Câmara
Um dia após o país registrar novo recorde de mortes pela covid-19, o 
Senado aprovou nesta quinta-feira (04/03) a PEC Emergencial, proposta 
de alteração da Constituição que cria mecanismos para conter gastos 
públicos e é um primeiro passo para a volta do auxílio emergencial — 
benefício para proteger os mais vulneráveis durante a pandemia.
Fonte: Disponível em: https://bbc.in/3did7Z8. Acesso em: 18 mar. 2021.
visa à persuasão. Em textos que há o predomínio da função da linguagem co-nativa ou 
apelativa, algumas marcas gramaticais são comuns: verbos e pronomes em 2ª pessoa 
(ou 3ª pessoa – você), vocativos, imperativos, perguntas ao interlocu-tor etc.
Figura 5: Campanha publicitária do Governo de Santa Catarina
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3suVs6L. Acesso em: 30 dez. 2020. 
28
 2.4.4 Função Poética 
 A função poética é encontrada em textos que o emissor enfatiza a construção, 
a elaboração da mensagem, por meio de palavras que realcem a sonoridade. Nesses 
casos, o mais importante é o jogo de palavras, o trabalho com a linguagem. A função 
poética ocorre tanto em prosa como em verso. 
Exemplo de função poética: 
 2.4.5 Função Metalinguistica 
 Com ênfase no código, a função metalinguística está centrada no processo de 
metalinguagem, que é quando o emissor faz uso de um código para explicar o próprio 
código.. Por exemplo, quando o produtor de um cinema faz um filme con-tando a própria 
história do cinema; ou uma crônica discute o processo de pro¬dução do gênero textual 
crônica; uma palavra é utilizada para definir outra; uma tirinha tece considerações sobre 
o gênero tirinha, etc.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Pessoa, Fernando. Autopsicografia. São Paulo. 1925
“Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.”
João Cabral de Mello Neto
29
 2.4.6 Função Fática 
 A função fática da linguagem ocorre quando há a finalidade de estabele¬cer 
ou manter uma comunicação entre os interlocutores, por isso a ênfase é dada ao 
canal que veicula a mensagem. Desse modo, há função fática nos inícios de diálogos, 
cumprimentos e saudações e qualquer outra forma de testar a comunicação. Em textos 
escritos, têm muita importância os recursos gráficos. Veja os exemplos: 
 É importante destacar que as funções da linguagem se mesclam em um mesmo 
texto. É muito comum, em uma comunicação, aparecer mais de uma fun-ção, porém 
uma ganhará mais destaque que a outra a depender do propósito comunicativo de 
quem produz o texto. 
Diálogos
— Tudo bem com você?
— Sim. E você?
— Tudo bem!
— Ah... Até mais tarde.
— Até mais tarde.
Figura 6: Exemplo de metalinguagem
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3m28575. Acesso em: 30 dez. 2020. 
Figura 7: Recursos gráficos
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/2O72IXJ. 
Acesso em: 30 dez. 2020. 
Se em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem, como vou saber 
qual a função predominante? É preciso ter em vista, sempre, a finalidade discursiva. Per-
gunte-se: 
• Com que objetivo esse texto foi escrito? Informar, expressarsentimentos, persuadir al-
guém, testar o canal de comunicação?
• Neste texto, a ênfase é dada a qual elemento da comunicação? Ao emissor, receptor, 
código, canal ou à mensagem?
VAMOS PENSAR?
30
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (ENEM-2020). Nessa campanha publicitária, a imagem da família e o texto verbal 
unem-se para reforçar a ideia de que:
a) a família que adota é mais feliz. 
b) a adoção tardia é muito positiva.
c) as famílias preferem adotar bebês.
d) a adoção de adolescentes é mais simples.
e) os filhos adotivos são companheiros dos pais
2. Leia o fragmento de texto abaixo:
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da 
linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da 
crônica “Desabafo”, a função da linguagem predominante é a emotiva ou ex-pressiva, 
pois:
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
Desabafo
[...] Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida 
hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica 
manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci 
ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária 
eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. 
Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).
31
Vou-me embora p'ra Pasárgada foi o poema de mais longa gestação em toda a minha obra. 
Vi pela primeira vez esse nome Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi num 
autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas” ou “tesouro 
dos persas”, suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um pais de delícias, 
como o de L'invitation au Voyage, de Baudelaire. Mais de vinte anos depois, quando eu 
morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desâ¬nimo, da 
mais aguda sensação de tudo o que eu não tinha feito em minha vida por mo¬tivo da 
doença, saltou-me de súbito do subconsciente este grito estapafúrdio: “Vou-me embora 
p'ra Pasárgada!” Senti na redondilha a primeira célula de um poema, e ten¬tei realizá-lo, 
mas fracassei. Alguns anos depois, em idênticas circunstâncias de desalento e tédio, me 
ocorreu o mesmo desabafo de evasão da “vida besta”. Desta vez o poema saiu sem esforço 
como se já estivesse pronto dentro de mim. Gosto desse poema porque vejo nele, em 
escorço, toda a minha vida; [...] Não sou arquiteto, como meu pai desejava, não fiz nenhuma 
casa, mas reconstruí e “não de uma forma imperfeita neste mundo de aparências”, uma 
cidade ilustre, que hoje não é mais a Pasárgada de Ciro, e sim a “minha” Pasárgada.
BANDEIRA. Minerário de Pasárgada Rio de Janeiro Nova Fronteira, Brasília INL, 1984
Pequeno concerto que virou canção
Não, não há por que mentir ou esconder
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. 
3. Leia a canção de Geraldo Vandré:
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função poética da linguagem, 
que é percebida na elaboração artística e criativa da mensagem. Pela análise do texto, 
entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva, 
por meio da qual o emissor:
a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos.
b) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção. 
c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento. 
d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção. 
e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.
4. (ENEM- 2020). Leia o texto abaixo para responder a questão.
32
Os processos de interação comunicativa preveem a presença ativa de múltiplos 
elementos da comunicação, entre os quais se destacam as funções da linguagem. Nesse 
fragmento, a função da linguagem predominante é:
a) emotiva, porque o poeta expõe os sentimentos de angústia que o levaram à Criação 
poética.
b) referencial, porque o texto informa sobre a origem do nome empregado em um 
famoso poema de Bandeira.
c) metalinguística, porque o poeta tece comentários sobre a gênese e o processo de 
escrita de um de seus poemas.
d) poética, porque o texto aborda os elementos estéticos de um dos poemas mais 
conhecidos de Bandeira.
e) apelativa, porque o poeta tenta convencer os leitores sobre sua dificuldade de compor 
um poema.
Texto para as questões 5 e 6 (adaptadas do ENEM)
5. Predomina no texto a função da linguagem:
a) fática, porque o autor procura testar o canal de comunicação. 
b) metalinguística, porque há explicação do significado das expressões. 
c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar de uma ação. 
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa.
33
d) referencial, já que são apresentadas informações sobre acontecimentos e fatos reais. 
e) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração especial e artística da estrutura 
do texto. 
6. Na estruturação do texto, destaca-se:
a) a construção de oposições semânticas. 
b) a apresentação de ideias de forma objetiva. 
c) o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o eufemismo. 
d) a repetição de sons e de construções sintáticas semelhantes. 
e) a inversão da ordem sintática das palavras.
7. Analise o texto abaixo e identifique qual é a função da linguagem predominante:
a) Fática, pois o foco está no receptor do texto.
b) Poética, já que a ênfase é dada à elaboração da mensagem.
c) Metalinguística, uma linguagem sendo explicada por ela mesma..
d) Conativa, pois pretende persuadir o receptor da mensagem.
e) Referencial, pois objetiva informar. 
8. Leia a notícia abaixo:
Essa notícia, publicada em uma revista de grande circulação, apresenta resultados 
de uma pesquisa científica realizada por uma universidade brasileira. Nessa situação 
específica de comunicação, a função referencial da linguagem predomina, porque o 
autor do texto prioriza:
a) as suas opiniões, baseadas em fatos.
b) os aspectos objetivos e precisos. 
Dados preliminares divulgados por pesquisadores da Universidade Federal do Pará 
(UFPA) apontaram o Aquífero Alter do Chão como o maior depósito de água potável do 
plane¬ta. Com volume estimado em 86 000 quilômetros cúbicos de água doce, a reserva 
subter¬rânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá. “Essa quantidade 
de água seria suficiente para abastecer a população mundial durante 500 anos”, diz Milton 
Matta, geólogo da UFPA. Em termos comparativos, Alter do Chão tem quase o dobro do 
volume de água do Aquífero Guarani (com 45 000 quilômetros cúbicos). Até então, Guarani 
era a maior reserva subterrânea do mundo, distribuída por Brasil, Argentina, Paraguai e 
Uruguai. 
(Época, N° 623, 26 de Abril, 2010)
34
c) os elementos de persuasão do leitor. 
d) os elementos estéticos na construção do texto.
e) o canal de comunicação.
35
TIPOLOGIA TEXTUAL E 
GÊNEROS DISCURSIVOS
36
 Os textos, sejam orais ou escritos , estão inseridos no nosso cotidiano e fazem 
parte das nossas ações no trabalho, na convivência familiar, nos relacionamentos 
virtuais, enfim, em todas as esferas sociais , utilizamos textos para nos comunicar.Eles 
são veiculados pela oralidade, nas mensagens via internet, nos livros, sites, nos mu¬ros e 
até os corpos já são considerados suportes de circulação de textos. Desse modo, vivemos 
imersos em um universo textual, mesmo quando não nos damos conta disso. 
 Em uma sociedade onde a cultura escrita está tão presente, é necessário lançar 
mão de diferentes competências e habilidades para ler, compreender e produzir textos, 
já que os tipos e gêneros textuais requerem habilidades comunicati-vas específicas. 
Assim como é necessário adequar a linguagem ao contexto, ao ler um poema usamos 
estratégias diferentes de quando vamos ler um manual de ins-truções, ou seja, cada texto 
que circula na sociedade foi produzido com um objetivo, e veiculado em determinado 
suporte, segue algumas regras e, portanto, exige uma forma de ser recebido. Nessa 
perspectiva, o texto é abordado como lugar de interação, em que, dialogicamente, autor 
e leitor, por meio de texto, se constituem.
 Com ênfase na produção e recepção de texto, é importante recorrer às considerações 
teóricas de Marcuschi (2008) sobre a distinção entre tipo e gêneros textuais. Os termos 
tipo textual e gênero textual diferenciam- se, uma vez que gênero está relacionado à 
funcionalidade dos textos na sociedade, enquanto tipologia baseia-se em questões de 
ordem estrutural da língua. 
 Observe, no Quadro 1, a relação entre tipos e gêneros textuais, estabelecida pelo 
autor.
Gênero do discurso é o mesmo que gênero textual- são padrões textuais construídos so-
cialmente que se manifestam em textos orais e escritos.
FIQUE ATENTO
3.1 INTRODUÇÃO
[...] o gênero textual pauta-se, basicamente, na utilida-
de da língua como instrumento comunicativo, ou seja, 
a língua é um veículo de representações, concepções, 
valores socioculturais e de instrumento de intervenção 
social; já o tipo, leva em consideração a língua, nu¬ma 
perspectiva formal e estrutural – de natureza linguística 
(DURÃES, 2018, p. 34-35).
TIPOS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS
Construtos teóricos definidos por propriedades 
linguísticas intrínsecas.
Realizações linguísticas concretas definidas 
por propriedades sociocomunicativas.
Constituem sequências linguísticas ou
sequências de enunciados e não são textos em-
píricos.
Constituem textos empiricamente realiza-
dos cumprindo funções em situações co-
municativas.
37
 Analisando o quadro acima, é possível verificar que os tipos de texto são definidos 
predominantemente por suas características linguísticas, por isso, eles são caracterizados 
por um conjunto de traços que formam uma sequência, e não um texto. Um mesmo 
texto pode conter narração, descrição e argumentação, o que vai definir a sua tipologia é 
a predominância da sequência. Pode-se dizer, portanto, que o tipo textual se encaixará 
nos propósitos comunicativos da mensagem, ele designa um tipo de sequência 
teoricamente definida pelo teor linguístico da composição (MARCUSCHI, 2008).
 Os tipos textuais se definem por seus objetivos, finalidade, estrutura, determinados 
por elementos sintáticos, semânticos, lexicais. Há cinco tipos textuais, sempre presentes 
nas comunicações cotidianas. Nesta unidade, veremos mais detalhadamente o tipo 
narrativo (ato de contar história, com personagens, tempo, espaço, narrador); o tipo 
descritivo (ato de descrever um personagem, local, com adjetivações, qualidades) e 
argumentativo (ato de expor e defender um ponto de vista, utilizando-se de argumentos, 
evidências baseadas na razão e no raciocínio.)
 É importante destacar que os tipos textuais se mesclam, por exemplo, ao es-crever 
uma carta ao prefeito reclamado da situação das ruas do seu bairro, você irá defender 
um ponto de vista e para isso irá argumentar, mas no seu texto, prova-velmente, haverá 
parágrafos que descrevem as condições em que a rua se en-contra e parágrafos que 
apresentam narrativa. 
 Narrar consiste em contar uma história, seja real ou fictícia, situada em determinados 
tempo e lugar, envolvendo personagens. A narração realiza-se a partir da perspectiva de 
um narrador e objetiva responder aos seguintes questionamentos: O que aconteceu? 
Com quem? Onde? Como? Quando? Por que aconteceu? 
 Geralmente toda narrativa apresenta um enredo, que é a história em si, o conjunto 
encadeado dos fatos, linear ou não, de acordo com o desejo de quem produz a narrativa. 
Sua nomeação abrange um conjunto limitado 
de categorias teóricas determinadas por aspec-
tos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo 
verbais.
Sua nomeação abrange um conjunto aber-
to e praticamente ilimitado de designações 
concretas determinadas pelo canal, estilo, 
conteúdo, composições e função.
Designações teóricas dos tipos: narração, argu-
mentação, descrição, injunção e exposição.
Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, 
carta comercial, carta pessoal, romance, bi-
lhete, aula expositiva, bula de remédio, ba-
te-papo virtual, resenha, piada, etc.
Quadro 1: Relação entre tipos e gêneros textuais
Fonte: Durães (2018, p. 35)
Para aprofundar mais sobre essa temática, consulte o livro “Português: Práticas 
de leitura e escrita”, organizado por Tânia Aiub (2015). Acesse através do link: ht-
tps://bit.ly/39qObxr. Acesso em: 20 mar. 2021. 
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3.2 TIPOLOGIA NARRATIVA (NARRAÇÃO)
38
Todo enredo supõe um conflito. Destaca-se que uma narrativa pode oferecer um enredo 
linear – quando os fatos estão em ordem cronológica ou um enredo não linear – quando 
a historia é interrompida por uma volta ao passado e não segue uma ordem cronológica. 
 Narrar, portanto, consiste em construir o conjunto de ações que constitui a história- 
o enredo- e relacionar essas ações aos personagens- seres que praticam atos ou sofrem 
os fatos. 
 Chama-se foco narrativo o estudo do posicionamento do narrador perante a 
narração. Em textos narrados pela perspectiva da primeira pessoa, ou seja, quando o 
narrador faz parte do enredo, tem-se uma narrador personagem. Por outro lado, nos 
casos em que o narrador não participa do fato narrado e apenas serve de elo entre a 
narrativa e o ouvinte /leitor , tem-se o foco narrativo em terceira pessoa e um narrador 
–observador. 
 Em algumas situações, com o foco narrativo em terceira pessoa, o narrador 
é denominado onisciente, pois tem acesso ao lado psíquico de seus personagens, 
prevendo suas ações como se lhes percorresse a mente e a alma. 
 Veja os exemplos que seguem. No texto 1, a narradora relata sobre a sua experiência, 
portanto é narradora/personagem e o foco narrativo está em primeira pessoa. 
 Segue trecho do relato “Docência: uma experiência de encanto, superação e 
sucesso”.
 Já no texto 2, trecho do conto “A Mentira” é possível observar que o narrador não 
participa das ações, portanto ele é um narrador observador e o foco narrativo está em 
terceira pessoa.
“Nutri o sonho de ser professora desde a infância, nas brincadeiras, a professora só poderia 
ser eu e mais ninguém. Ao finalizar o Ensino Fundamental, tinha nítida a certeza do 
que eu queria ser: professora. Meu primeiro desafio foi fazer meus pais acreditarem no 
meu sonho, pois de família simples e conservadora, a possibilidade de ser uma grande 
professora não era considerada real. Meu pai acreditava que estudar até a 4ª série era o 
suficiente pra mim.”
Marilene Nunes, 
professora e coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade Única de Ipatinga
“João chegou em casa cansado e disse para a mulher, Maria, que queria tomar um banho, 
jantar e ir direto para a cama. Maria lembrou a João que naquela noite eles tinham ficado 
de jantar na casa de Pedro e Luísa. João deu um tapa na testa, disse um palavrão e 
decla¬rou que de maneira nenhuma, não iria jantar na casa de ninguém. Maria disse que 
o jantar estava marcado há uma semana e seria uma falta de consideração com Pedro e 
Luísa, que afinal eram seus amigos, deixar de ir. João reafirmou que não ia. Encarregou 
Maria de telefonar para Luísa e dar uma desculpa qualquer. Que marcassem o jantar para 
a noite seguinte.
Mariatelefonou para Luísa e disse que João chegara em casa muito abatido, até com um 
pouco de febre, e que ela achava melhor não tirá-lo de casa naquela noite. Luísa disse que 
era uma pena, que tinha preparado uma Blanquette de Veau que era uma beleza, mas 
que tudo bem. Importante é a saúde e é bom não facilitar. Marcaram o jantar para a noite 
seguinte, se João estivesse melhor.”
39
 A descrição é um processo de caracterização que exige sensibilidade e perspicácia, 
pois, por meio dela se oferece ao interlocutor uma imagem, uma espécie de fotografia 
do que é descrito. A tipologia textual descritiva consiste em apresentar detalhes, 
características de uma pessoa, de determinado objeto, de um animal ou até mesmo de 
uma cena , sem se preocupar com a progressão temporal. Os textos em que predomina 
a descrição são, geralmente, compostos por muitos adjetivos, já que a finalidade é 
caracterizar, colocar em destaque os aspectos do objeto descrito. Em textos descritivos, 
podem aparecer verbos que exprimem ação, mas o foco não é indicar uma progressão 
temporal, como acontece nos textos narrativos. 
 O ato de descrever pode ser feito de dois modos: de modo objetivo- quando 
descreve-se o objeto, ação, as pessoas, utilizando uma linguagem comum e em sentido 
denotativo, ou seja, sentido literal da palavra. Nesse tipo de descrição, os detalhes são 
apresentados tal qual a realidade: forma, cor, tamanho, peso, cheiro, etc. 
 A descrição feita de modo subjetivo acontece por meio de uma linguagem mais 
pessoal, produto da impressão que se tem do objeto, ação, ou ser descrito. A descrição 
subjetiva é também conhecida como impressionista ou psicológica, já que nela se 
reflete o estado de espírito do autor do texto e o objeto descrito apresenta as impressões 
pessoais de quem o descreve. 
 Veja, no trecho abaixo, a descrição objetiva que Aluísio Azevedo faz de uma 
personagem:
 No trecho abaixo, têm-se um exemplo de descrição subjetiva de uma perso-
nagem, haja vista que as impressões do autor sobre a pessoa descrita ficam evidentes.
Não vinha em traje de domingo; trazia casaquinho branco, uma saia que lhe deixava ver o 
pé sem meia num chinelo de polimento com enfeites de marroquim de diversas cores. No 
seu farto cabelo, crespo e reluzente, puxado sobre a nuca, havia um molho de manjericão 
e um pedaço de baunilha espetado por um gancho. E toda ela respirava o asseio das 
brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas aromáticas. Irrequieta, saracoteando o 
atrevido e rijo quadril baiano, respondia para a direita e para a esquerda, pondo à mostra 
um fio de dentes claros e brilhantes que enriqueciam a sua fisionomia com um realce 
fascinador. 
AZEVEDO, Aluísio de. O Cortiço. São Paulo: Editora Scipione, 1995.
Não era uma mulher, era uma sílfide, uma visão de poeta, uma criatura divina. Era 
loura; tinha os olhos azuis, que buscavam o céu ou pareciam viver dele. Os cabelos, 
desleixadamente penteados, faziam-lhe em volta da cabeça, um como resplendor de 
santa; santa somente, não mártir, porque o sorriso que lhe desabrochava os lábios era um 
sorriso de bem-aventurança, como raras vezes há de ter tido a terra. 
Um vestido ranço, de finíssima cambraia, evolvia-lhe o corpo, cujas formas, aliás, desenhava, 
pouco para os olhos, mas muito para a imaginação. 
ASSIS, Machado de. A chinela turca. Rio de Janeiro: Editora Aguilar. 1986
3.3 TIPOLOGIA DESCRITIVA (DESCRIÇÃO)
40
 Os dois trechos apresentados acima são exemplos de tipologia descritiva. Vejamos 
quais as características apresentadas por eles que os fazem ser classifica¬dos como tal. 
Todos os enunciados são simultâneos, ou seja, tudo acontece ao mesmo tempo. Não há 
nenhuma transformação de estado e seria possível inverter a posição dos enunciados 
sem que o entendimento fosse comprometido.
 A tipologia textual dissertativa configura-se em estruturas em que o autor faz uma 
exposição de ideias, de pontos de vista, fundamentados em argumentos e raciocínios, 
por meio dos quais ele procura convencer o leitor acerca de determinado tema. Os 
textos dissertativos costumam apresentar três partes fundamentais: a introdução 
(parte do texto em que o autor apresenta, em linhas gerais, o tema que será abordado); 
o desenvolvimento (a partir da exposição de argumentos, o autor apresenta o seu ponto 
de vista com a finalidade de defendê-lo) e a conclusão (o autor sintetiza o ponto de vista 
defendido no desenvolvimento, afirmando seu o posicionamento). 
 A dissertação é utilizada quando o objetivo é defender uma tese, ou seja, uma ideia 
e, consequentemente convencer o interlocutor sobre algum ponto de vista. Para isso, o 
produtor do texto dissertativo deve apresentar hipótese e, no fio do discurso, justificar a 
hipótese utilizando-se de estratégias argumentativas. 
 A tipologia dissertativa pode ter caráter expositivo ou argumentativo a depender 
do objetivo do produtor do texto. Ele será dissertativo / expositivo quando a ênfase for 
dada à reflexão e ao raciocínio por meio da apresentação de dados, conceitos que levem 
ao leitor a informação ou conhecimento pretendido. Já nos textos dissertativos de 
caráter argumentativo o autor objetiva comprovar o que afirma e utiliza estratégias 
argumentativas, tais como citações, dados, argumento de autoridade, exemplos e outros. 
 Como já foi dito anteriormente, o texto dissertativo constitui-se em três 
etapas, cada uma delas com funções bem definidas que, somadas, oferecem ao leitor 
uma visão de totalidade. Observe com mais detalhes cada uma dessas partes:
 A introdução é a parte ou momento do texto em que a ideia central, a tese, é 
apresentada. A ideia principal representa o ponto de partida para a organização textual, 
é a partir dela que o leitor adere ou não ao texto, por isso, essa etapa exige capacidade 
de síntese e clareza na exposição da temática. É na introdução que se apresenta ao 
interlocutor um contato direto com os elementos que encaminharão a argumentação, 
para que o texto obtenha maior objetividade, rigor e credibilidade.
 O desenvolvimento é a parte ou momento do texto em que são inseridos e 
articulados novos argumentos. As informações apresentadas na introdução são 
analisadas, debatidas em confronto com outras informações do meio a que pertence o 
tema. É no desenvolvimento que outras vozes são trazidas para reforçar o ponto de vista 
do autor. 
 Esse movimento argumentativo pode se dar por meio de sustentação, refu-
tação ou negociação e os tipos de argumentos utilizados podem ser: argumento de 
autoridade, argumentos por exemplificação, argumentos de princípios, relação de causa 
e consequência e outras estratégias argumentativas. 
 A conclusão é a parte ou momento do texto em que será sintetizado o que há 
de mais relevante no conteúdo desenvolvido. O objetivo é apresentar as considerações 
3.4 TIPOLOGIA DISSERTATIVA (ARGUMENTATIVA) 
41
finais sobre a temática discutida.
 Veja o exemplo de um texto dissertativo, “Olhares que buscam o Brasil”, redação 
do ENEM escrita pela estudante Caroline Lopes dos Santos.
Introdução: o 
autor introduz a 
discussão e apre-
senta seu ponto 
de vista.
Ao despontar como potência econômica do século XXI, o Brasil tem 
cada vez mais atraído os olhares do mundo, chamando a atenção 
da mídia, de grandes empresas e de outros países. Contudo, é outro 
olhar não menos importante que deveria começar a nos sensibili-
zar mais: o olhar marginalizado e cheio de esperança daqueles que 
não têm dinheiro, dos famintos e desempregados ao redor do glo-
bo. São pessoas com esse perfil que majoritariamente contribuem 
para o crescente volume de imigrantes no país, e o que se vê é uma 
ausência de políticas públicas eficientes para receber e integrar es-
sas pessoas à sociedade.
Desenvolvimento: 
o autor desenvol-
ve argumentos 
para justificar seu 
ponto de vista.
Não parece que a solução seja simplesmente deixar que imi-gran-
tes pouco qualificados continuem entrando no país de forma ir-
regular

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