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Logística de Distribuição Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Leonardo Aragão Guimarães 1ª Edição Copyright © 2019, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Logística de Distribuição Para Início de Conversa… ................................................................. 04 Objetivo ........................................................................................... 05 1. Variáveis de Decisão para a Distribuição Física de Produtos ........ 06 2. Planejamento de Redes de Distribuição e Determinação de Zonas de Entregas ............................................................... 08 3. Entrega da “Última Milha” e Métodos de Roteirização .............. 12 3.1 Última Milha ou Last Mile ..................................................... 12 3.2 Métodos de Roteirização ...................................................... 13 Considerações Finais .......................................................................... 18 Referências ....................................................................................... 19 4 Operações Logísticas Para Início de Conversa… Neste capítulo vamos demonstrar o enfoque da Logística de Distribuição na otimização do uso de recursos logísticos no planejamento e operacionalização das estratégias logísticas. A distribuição física é o transporte do produto do centro produtor ao consumidor, seja diretamente ou via depósitos. Também abordaremos processos que envolvem a transferência de produtos entre a fábrica e os armazéns próprios ou de terceiros, bem como seus estoques e sistemas de transportes. Logo na primeira parte, identificaremos as variáveis de decisão e os passos básicos da distribuição física no transporte rodoviário. Após isso, também apresentaremos as estratégias de distribuição física do produto (estoque, transporte e localização), visto que a essência da estratégia de distribuição física é a escolha da forma de operação, minimizando o custo total ou, alternativamente, maximizando o lucro. Além disso mostraremos o conceito de “última milha” ou last mile, sua importância no processo de distribuição física e os obstáculos encontrados no processo, retratando, também, os métodos de roteirização, seus maiores desafios e oportunidades de melhoria. 5Operações Logísticas Objetivo Demonstrar as vantagens competitivas possibilitadas pela Logística de Distribuição. 6 Operações Logísticas 1. Variáveis de Decisão para a Distribuição Física de Produtos Segundo Enomoto e Lima (2007), um ambiente operacional complexo tem variáveis envolvidas, as quais podem provocar aumento de custos e perda de eficiência operacional no sistema de distribuição física. Então, os funcionários da distribuição operam elementos como depósitos, veículos, estoques, equipamentos de carga e descarga. Enomoto (2005) cita que a distribuição física está passando por grandes transformações à medida que as empresas adotam sistemas de gestão de logística e operações globais, exigindo do mercado de transportes uma melhoria contínua para que a demanda crescente seja atendida. Conforme destacam Ballou (2001) e Galvão (2003), o gerenciamento da distribuição física se dá em três níveis: estratégico, tático e operacional. Os problemas de roteirização e programação são tratados na fase operacional do sistema de distribuição. Para que a otimização dos roteiros tenha resultados satisfatórios, é necessário que o sistema seja bem planejado nos níveis estratégicos e táticos. A Figura 1 apresenta um modelo de processo de distribuição básico que geralmente é usado pelas empresas: FIM RETORNO DOS VE CULOS PARA UO/CDENTREGA NO CLIENTE SUPORTE SAC (0800) DESPACHO DO VE CULO FORMAÇÃO DA CARGACARREGAMENTOFATURAMENTO ANALISE DOS PEDIDOS DE VENDAS ROTEIRIZAÇÃO ESCOLHA DO VEICULO ENVIO DAS ROTAS PARA O ARMAZÉM IN CIO Figura 1: Fluxograma do processo de distribuição. Fonte: Adaptado de Enomoto e Lima (2007). Glossário Segundo Bose (1990), a distribuição física é o transporte do produto do centro produtor ao consumidor, seja diretamente ou via depósitos. 7Operações Logísticas Novaes (1989), Valente et al. (2003) e Galvão (2003) apresentam os passos básicos da distribuição física no transporte rodoviário: ▪ Uma região geográfica é dividida em zonas, cujos contornos podem ser rígidos ou, em alguns casos, podem sofrer alterações momentâneas para acomodar diferenças de demanda em regiões contíguas. ▪ Para cada zona é alocado um veículo com uma equipe de serviço, podendo ocorrer outras situações (mais de um veículo por zona, por exemplo). ▪ A cada veículo é designado um roteiro, incluindo os locais de parada, pontos de coleta ou entrega, atendimento de serviços, a equipe que deverá atendê-lo, entre outros. ▪ O serviço deverá ser realizado dentro de um tempo de ciclo predeterminado. No caso de coleta/entrega urbana, o roteiro típico se inicia pela manhã e se encerra no fim do dia (ou antes, se o roteiro for totalmente cumprido). Nas entregas regionais, o ciclo pode ser maior. ▪ Os veículos são despachados a partir de um depósito no qual se efetua a triagem da mercadoria (ou serviço) em função das zonas. Nos casos em que há mais de um depósito, o problema poderá ser analisado de forma análoga, efetuando, para isso, as divisões adequadas da demanda e/ou área geográfica a ser atendida. A localização e utilização dos depósitos precisam ser programadas. É importante ressaltar que a falta de capacidade física dos veículos de coleta/distribuição afeta o resultado financeiro da empresa pelo não atendimento aos clientes. No entanto, o excesso de capacidade gera um desperdício de recursos e pode trazer problemas operacionais e financeiros para a instituição. Com isso, selecionar o tipo de carga a ser transportada, incluindo as características de volume e peso, é relevante para evitar uma superlotação ou uma sublotação. Segundo Enomoto e Silva (2007), outro problema que surge na coleta/ distribuição que opera em regiões grandes é o desequilíbrio, em termos de produção, entre os veículos que atendem zonas próximas ao depósito e os que Importante 8 Operações Logísticas atendem zonas mais afastadas. De modo geral, o problema de zoneamento ou particionamento envolve a criação de grupos de elementos baseados em proximidade ou medidas de similaridade. Para operacionalizar as variáveis de decisão para a distribuição física são empregadas algumas estratégias, com o objetivo de utilizar a logística de distribuição como fonte de vantagens competitivas para as empresas. A segmentação ou estratificação de produtos é utilizada para diferenciar a estratégia de acordo com o tipo de mercadoria. Por exemplo, há situações em que o produto precisa de resposta rápida, mas, em outros casos, a velocidade não é tão importante assim. Logo, o nível de serviço e o giro de estoques não precisam ser os mesmos para todo o portfólio. Pode-se utilizar o princípio de Pareto para detectar produtos A, B e C. A postergação é uma estratégia usada para diminuir os riscos de estocagem relacionados à incerteza de transações futuras. A postergação de montagem procura manter o semiacabado para atender a diferentes clientes. É comum ser utilizada em depósitos para executar tarefas industriais simples, como a reversão de uma porta de geladeira. Já a postergaçãode transporte ocorre quando se procura “segurá-lo” até o último momento, objetivando maximizar os recursos operacionais e mitigar os custos de frete. A consolidação é a transformação de conjuntos de pequenos de lotes em um lote maior por causa da economia de escala. Pode ser utilizada ao consolidar a entrega em local intermediário, visando a uma distribuição posterior, usando a tecnologia da informação para uma distribuição programada. 2. Planejamento de Redes de Distribuição e Determinação de Zonas de Entregas O planejamento de redes de distribuição busca garantir a disponibilidade dos produtos requeridos pelo cliente a um custo razoável. Para alcançar tal objetivo, deve-se conhecer, essencialmente, a natureza do produto movimentado, o padrão de sua demanda, as exigências de nível de serviço e os diversos custos que compõem a sua distribuição física. 9Operações Logísticas Em longo prazo (estratégico) envolve projetar a forma e a configuração da rede de operações, buscando definir quando a operação será integrada à rede, sua localização e a capacidade de cada parte produtiva. Em médio prazo (tático/operacional) envolve mitigar a manipulação de materiais e horas paradas, a redução de combustíveis e a padronização de equipamentos. Deve-se, também, usar a tecnologia da informação, visando à redução de roubos e de desperdícios, além da aquisição de cargas de retorno. A Figura 2 captura a síntese do tema: Estratégia de Localização: ▪Número, tamanho e localização das instalações; ▪Designação de pontos de estocagem para os pontos de fornecimento; ▪Designação de demanda para pontos de estocagem. Objetivos Estratégias de Transporte: ▪Modais de transporte; ▪Roteirização/programação do transportador; ▪Tamanho/consolidação do embarque. Estratégias de Estoque: ▪Níveis de estoque; ▪Disposição de estoques; ▪Métodos de controle. Figura 2: Estratégias de distribuição física. Fonte: Elaborado pelo autor. Segundo Ballou (2001), um gestor de logística utilizará três formas básicas para estabelecer uma estratégia de distribuição física de um produto. São elas: ▪ Entrega direta a partir de estoques da fábrica. ▪ Entrega direta a partir da linha de produção. ▪ Entrega indireta utilizando um sistema de depósitos. 10 Operações Logísticas Na entrega direta a partir de estoques da fábrica os materiais fluem de estoques centrais diretamente ao consumidor final. As principais características são o transporte rápido, sem estoques intermediários, e a ausência de manipulações múltiplas. São utilizadas em insumos industriais. Na entrega direta a partir da linha de produção os materiais são confeccionados por encomenda e fluem diretamente para o consumidor por meio de entregas expressas. As principais características são a velocidade de produção e a pontualidade do transporte. É muito usada em compras/ suprimentos, já que os pedidos tendem a ser volumosos. A entrega indireta utilizando um sistema de depósitos é bastante utilizada nas compras via web. Suas principais características são o estoque sortido nos depósitos, os ganhos de escala nos transportes, o rápido atendimento dos pedidos finais, e faltas que podem ser cobertas por entrega direta com custo maior. Nesse caso, empresas com grande volume de entrega podem trabalhar com depósitos próprios. Conforme afirma Ballou (2001), a essência da estratégia de distribuição física é selecionar a forma que produz o menor custo total ou, alternativamente, o máximo lucro. A forma selecionada decide, então, questões de localização de instalações, de transporte e estoques. Ballou (2001) ainda destaca que todas as questões a serem decididas em uma estratégia de distribuição física podem torná-la um problema muito complexo. Existem diversas variáveis a serem consideradas, as quais na maioria das vezes, devem ser descartadas a fim de se definir uma boa solução. Portanto, existem também alguns conceitos que auxiliam o profissional de logística na tentativa de alcançar uma boa solução, como: ▪ Compensações (trade-offs) nos custos. ▪ O conceito de custo total. ▪ O conceito do sistema total. Trade-offs constituem uma análise de compromisso entre situações nas quais uma mudança dentro de uma variável pode provocar um resultado positivo ou negativo nas demais variáveis de um sistema. Na Logística, refere-se aos custos versus níveis de serviço. A Figura 3 demonstra esse conflito: 11Operações Logísticas Serviço ao Cliente. Custo não serviço. $ Custo Total Custo Transporte, Processamento de Pedidos e Estoques. Figura 3: Conflito custos versus nível de serviço. Fonte: Elaborado pelo autor. Observa-se, na Figura 3, que quanto maior o nível de serviço ao cliente, maior será a necessidade operacional (estoque + transporte + processamento de pedidos) e, consequentemente, menor será o risco de faltas. No entanto, quanto menor for o nível de serviço ao cliente, menor será necessidade operacional (estoque + transporte + processamento de pedidos), mas o custo da falta vai aumentar muito. Verifica-se, portanto, que o custo total mínimo ocorre quando o custo do não-serviço se iguala aos custos de estocar/transportar/pedir; ou seja, será um ponto de inflexão na parábola do custo total. No conceito do sistema total, também conhecido como custo supply chain, os diversos custos ao longo da cadeia de valor são mapeados e considerados no cômputo total. A Figura 4 exemplifica a questão: Clientes LOJA Fornecedores Custos de produção & compra Custos de transportes Custos de transportes Custos de transportes Custos de estoques e armazenagem Custos de estoques e armazenagem Lojas CDs LOJA LOJA LOJA Figura 4: O conceito do sistema total/Custos na Rede Logística. Fonte: Elaborado pelo autor. 12 Operações Logísticas Ao observar a Figura 4, os diversos custos ao longo da “tubulação” logística ficam evidentes. Há custos de compras/suprimentos, custos de transporte de insumos, custos de estocagem e armazenagem nos CDs, custos de transporte até os varejistas, custos de estoques e armazenagem nas lojas, custos de transporte dos produtos finais até o cliente. 3. Entrega da “Última Milha” e Métodos de Roteirização Segundo Godoy (2016), última milha ou last mile é um termo usado para denominar o momento no qual as mercadorias saem de um centro de distribuição para seguir o seu destino final, ou seja, a última milha é a etapa final da viagem do produto antes que ele chegue à porta do seu cliente. Essa etapa é uma das que exigem mais atenção, pois é o momento decisivo para medir a qualidade de uma empresa perante os consumidores. Além disso, compreende até 28% do custo total da entrega. Por isso, a tecnologia é essencial para dar visibilidade, controle e flexibilidade ao processo da última milha. 3.1 Última Milha ou Last Mile Como experiência de uma estratégia para lidar com essa etapa a empresa Amazon desenvolveu um serviço de entrega realizada no mesmo dia da compra na cidade de San Francisco (USA), usando mensageiros de bicicleta. É um exemplo de estratégia e diminuição de custos que também garante maior segurança na entrega final do produto. Godoy (2016) afirma que há muitos desafios quando se trata da entrega last mile no comércio eletrônico. Os de maior impacto são: ▪ Custo - 28% do custo de entrega total para um negócio vêm da última milha. Essa taxa é passada para o cliente. Quando isso não acontece, tal custo pode ter um impacto negativo para a empresa. Curiosidade 13Operações Logísticas ▪ Transparência - Atualmente, códigos de rastreamento não satisfazem mais a ansiedade dos consumidores. Eles querem ter visibilidade total e em tempo real sobre as entregas. Mais especificamente, querem ter acesso total à etapa última milha, ou seja, querem ser capazes de ver onde o motorista está localizado e quando ele vai chegar. ▪ Eficiência - Ações como despachar automaticamente a entrega para a pessoa certa, na área correta e no momento certo podemajudar a aumentar a eficiência e diminuir o tempo de entrega por apresentar menos chances de acarretar algum imprevisto no caminho. ▪ Divergência - A experiência da entrega sem ocorrências ajuda a aumentar a eficiência e a reduzir os custos. Uma das maiores fontes de divergência durante a entrega na última milha está ligada à orientação dos clientes sobre a sua encomenda e solicitações de como devem ser entregues. Para Godoy (2016), existe uma série de novas tecnologias que vêm para ajudar os varejistas de comércio eletrônico a superarem os desafios de last mile. Com a aplicação dos sistemas, é ideal se concentrar primeiro em estratégia e, em seguida, na estrutura. São elas: ▪ Veículos de automação. ▪ Interfaces melhores. ▪ Melhores dados para compreender e prever as necessidades dos clientes. ▪ Melhorias de eficiência interna para o layout das instalações do armazém. ▪ Proximidade de centros de atendimento para as principais áreas metropolitanas. 3.2 Métodos de Roteirização Para Cunha (2000) e Vieira (1999), a roteirização é o processo para a determinação de um ou mais roteiros, ou sequências de paradas a 14 Operações Logísticas serem cumpridos por veículos de uma frota, com o objetivo de utilizar um conjunto de pontos geograficamente diferentes em locais predeterminados que necessitem de atendimento. Ballou (2001) menciona que a roteirização é a atividade que tem a finalidade de buscar os melhores trajetos que um veículo deve fazer por meio de uma malha. Essa busca, que geralmente tem o objetivo de minimizar o tempo ou a distância, é uma decisão frequente na logística empresarial. Com relação ao ambiente de distribuição, Cunha (1997) salienta a divisão dos problemas reais de roteirização em dois grupos: Roteirização em Meio Urbano Tanto os atendimentos quanto a base localizam-se na mesma área urbana; os percursos do roteiro são predominantemente urbanos. Roteirização Intermunicipal Os atendimentos localizam-se em municípios distintos da base e entre si; os percursos do roteiro são predominantemente rodoviários. Quadro 1: Grupos de Roteirização. Fonte: Elaborado pelo autor. Segundo Chih (1987) e Bose (1990), a maioria das empresas, no Brasil, emprega profissionais especialmente treinados para a execução da atividade de roteirização, separando e agrupando os pedidos enviados à empresa baseando-se na sua experiência, o que, apesar de simplificar o processo de cálculo, pode levar a soluções que estejam distantes das soluções ótimas. O problema de roteirização pode ser classificado como a forma de determinar ótimos percursos para uma frota de veículos estacionada em um ou mais domicílios, de forma a atender um conjunto de clientes geograficamente dispersos (BODIN et al., 1983). Segundo Ballou (2001), utilizar o racional humano para determinar roteiros já agrega alguns resultados positivos, como evitar que rotas se cruzem ou que o formato da rota seja abaulado, convergindo para um formato de gota, quando possível. Na Figura 5, representa-se o efeito do cruzamento: 15Operações Logísticas CDCD Roteirização ruim - Os trajetos se cruzam - Roteirização boa - Nenhum cruzamento entre trajeto - Figura 5: Exemplo de roteirização. Fonte: Adaptado de Ballou (2001). Os principais critérios de decisão para fins de roteirização são: i) Função/Objetivo ▪ Minimizar os custos totais de distribuição. ▪ Minimizar a distância total percorrida. ▪ Minimizar o número de veículos. ii) Restrições ▪ Restrições dos veículos. ▪ Restrições com os clientes. ▪ Restrições das rotas. iii) Variáveis de Decisão ▪ Quantos veículos serão utilizados. ▪ Roteiro a ser percorrido por cada veículo. ▪ Qual veículo será designado para cada cliente. ▪ Qual a quantidade de carga transportada para cada cliente da rota. ▪ Tempo de início de atendimento do primeiro cliente da rota. 16 Operações Logísticas O método sugerido por Bodin (1990) parte do princípio de que existe uma frota uniforme de K veículos de capacidade idêntica. Passo 1 – Especificar K: determinar as características do veículo em termos de capacidade. Passo 2 – Construção do roteiro: o conceito utilizado pelo método proposto por Bodin (1990) determina o mesmo número de rotas, seja qual for o número de veículos disponíveis (K rotas). Os pontos serão agregados a cada uma das K rotas, construindo clusters de entregas. Segundo Bodin (1990), essa rotina pode ser realizada por um método heurístico de “inserção simples”, ou seja, trata-se de uma solução de natureza sequencial que, a cada iteração, realiza a inserção de um ponto por vez nos possíveis K clusters. Outra possibilidade é resolver a alocação dos pontos aos clusters por meio de problemas matemáticos de clusterização não sequenciais. Quando as soluções de agregação dos pontos em cluster não conduzem à solução do sequenciamento dos veículos, deve-se realizá-las cada cluster por vez. Para Bodin (1990), quando não existem restrições de janela de tempo e outras limitações complexas, é possível resolver o problema por intermédio do método de solução do caixeiro viajante. Ao final da etapa dessa estratégia sugerida por Bodin (1990), ainda podem restar pontos não inseridos em algum cluster e, consequentemente, em um roteiro, além de determinadas restrições que possivelmente não foram atendidas. Passo 3 – Aprimoramento da rota: Para Bodin (1990), nesse passo o objetivo é reduzir o tempo total (total travel time) em todas as rotas. Para isso, o autor sugere a seguinte sequência: ▪ Para os casos em que uma rota ótima não foi obtida no passo 2, reordenam-se os pontos das rotas, uma rota por vez. ▪ Mover pontos entre rotas. Esse procedimento continua até que nenhuma melhoria adicional seja obtida ou até que o tempo de processamento seja atingido. Bodin (1990) cita que existem vários métodos difundidos na literatura que realizam os passos de construção de rotas (passo 2) e o de aprimoramento de rotas (passo 3) de 17Operações Logísticas forma muito eficiente, pois o método descrito anteriormente não tem uma boa resposta para problemas com um maior conjunto de restrições práticas. Segundo Ballou (2001), o problema central consiste em determinar um único roteiro com o menor custo possível e que permita ao veículo visitar todos os clientes de uma rede logística de uma única vez. Nesse problema não há restrição de capacidade de veículo e demanda. Para utilizar a roteirização de forma efetiva (eficaz e eficiente), Novaes (2004) argumenta que há no Mercado um número razoável de softwares de roteirização que ajudam as empresas a planejar e programar seus serviços de distribuição física. Essas ferramentas consideram um grande número de restrições ou condicionantes que torna possível a obtenção de modelos bastante assertivos. Além disso, são dotados de muitos recursos de visualização gráfica e de relatórios que auxiliam o usuário na tomada de decisão. As principais características da roteirização incluem: a região geográfica a ser dividida em zonas de entrega; a alocação do veículo e da respectiva equipe por cada região; o roteiro deve ser designado a cada veículo, com locais de parada e sua sequência; e, por fim, o início deve acontecer a partir de um depósito, podendo ou não retornar. A Logística de Distribuição busca maximizar o uso de recursos logísticos no planejamento e operacionalização das estratégias logísticas. Nesse sentido, podemos observar que a distribuição física é o transporte do produto do centro produtor ao consumidor, feito diretamente ou via depósitos, que abrange a transferência de produtos entre a fábrica e os armazéns próprios ou de terceiros, seus estoques e sistemas de transportes. Neste capítulo, abordamos as variáveis de decisão e os passos básicos da distribuição física no transporte rodoviário. Em seguida, apresentamos as estratégias de distribuição física do produto (estoque, transporte e localização), visto que a essência da estratégia de distribuição física é selecionara forma de operar, minimizando o custo total, ou seja, maximizando o lucro. O conceito de “última milha” ou last time é importante no processo de distribuição física, pois, além de retratar sobre métodos de roteirização, trata de seus maiores desafios e oportunidades de melhoria. Importante 18 Operações Logísticas Considerações Finais Alcançamos o final da disciplina de Operações Logísticas. No início, destacamos que a logística empresarial é vital para prover bens ou serviços no lugar certo, no tempo exato e na condição desejada pelo menor custo possível. Após esse tema, foram apresentados os custos associados às atividades logísticas, tais como custos da logística industrial, logística de distribuição e logística de suprimentos. No capítulo 3, foram apresentadas as principais características e motivações que orientam os critérios de decisão para a escolha dos modais de transporte. No capítulo 4, foi visto a importância das técnicas de planejamento e reposição de estoques para a estratégia das operações logísticas. Também foram apresentadas as estratégias de atendimento ao cliente, incluindo, nesse escopo, a logística enxuta, oriunda da filosofia lean. Em outro capítulo, observamos que o nível de serviço representa um conjunto de elementos que são percebidos e valorados pelas empresas e seus clientes. Já nos dois últimos capítulos, destacamos a utilização da Logística de Suprimentos como uma forma de obtenção de vantagens competitivas, ou seja, analisamos como o planejamento da estratégia de suprimentos contribui para o sucesso de sua cadeia de valor. Também foi visto que a Logística de Distribuição utiliza métodos de roteirização para atuar de forma efetiva e econômica no transporte do produtor ao consumidor, seus estoques e sistemas de transportes. 19Operações Logísticas Referências BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001. BODIN, L. D. et al. Routing and scheduling of vehicles and crews: the state of the art. Computers and Operations Research, v. 10, 1983. BOSE, R. de C. A. Modelos de roteirização e programação de entregas em redes de transportes. 1990. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Transportes, São Paulo. CHIH, W. Y. Influência dos custos fixos e variáveis na roteirização de frotas de veículos com capacidades variadas. 1987. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Transportes, São Paulo. CUNHA, C. B. Aspectos práticos da aplicação de modelos de roteirização de veículos a problemas reais. Revista Transportes da ANPET, São Paulo, v.8, n.2, p.51-74, novembro, 2000. ______. Uma contribuição para o problema de roteirização de veículos com restrições operacionais. 1997. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Transportes, São Paulo. ENOMOTO, L. M. Análise da distribuição física e roteirização em um atacadista do Sul de Minas Gerais. 2005. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI, Itajubá. 20 Operações Logísticas ENOMOTO, L. M.; LIMA, R. S. Análise da distribuição física e roteirização em um atacadista. 2007. São Paulo. Disponível em: http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132007000100007. Acesso em: 9 set. 2019. GALVÃO, L. C. Dimensionamento de sistemas de distribuição através do diagrama multiplicativo de Voronoi com pesos. 2003. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, UFSC, Florianópolis. GODOY, B. Última milha: entenda seu impacto na logística do comércio eletrônico. 2016. Disponível em: https://www.mandae.com.br/blog/ultima- milha-entenda-seu-impacto-na-logistica-do-comercio-eletronico/. Acesso em: 10 set. 2019. NOVAES, A. G. Sistemas logísticos: transporte, armazenagem e distribuição de produtos. São Paulo: Edgard Blucher, 1989. ______. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Elsevier – Editora Campus, 2004. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frota. São Paulo: Pioneira, 2003. VIEIRA, A. B. Roteirização de ônibus urbano: escolha de um método para as grandes cidades brasileiras. 1999. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, USP, São Carlos. Título da Unidade Objetivos Introdução Logística e Cadeia de Suprimentos Para início de conversa… Objetivos 1. Logística 1.1 O que é a Logística e a Cadeia de Suprimentos: Conceituação 1.2 Evolução Histórica da Logística Empresarial 2. Cadeia de Suprimentos 2.1 Etapas da Logística na Cadeia de Suprimentos: Suprimentos e Distribuição 2.2 Papel da Logística nos Resultados das Empresas (Custos e Benefícios) Referências _mkmbzt7k9rmw Operações logísticas Para início de conversa... Objetivo 1. Custos Associados às Atividades Logísticas 1.2 Custos da Logística de Abastecimento 1.3 Custos da Logística da Planta 1.4 Custos da Logística de Distribuição 2. Princípios de Custos em Logística 2.1 Quanto ao Relacionamento com o Objeto 2.2 Quanto ao Comportamento Diante do Volume de Atividade 2.3 Quanto ao Relacionamento com o Processo de Gestão 3. Impactos dos Custos Logísticos na Cadeia de Suprimentos 3.1 Custos de Armazenagem e Estoque 3.2 Custos de Transporte 3.3 Maior Competição 3.4 Economias de Escala 3.5 Preços Reduzidos Referências _a99w9q2ikt7r _y8w53mgeu97p _h5awxomxtmz6 _qo0bxnyv3p6n _prpqa1ujeqhj _pps4yqlrtgm5 _fgsgh0ffqbd6 _rsxvbhoqliwb _ac3h8rebrjuq _vbnxs7x9ijt _ql70r7xpdw1q _ohabznp45lgh _lyan96bjgxf9 Estratégias de Materiais Para início de conversa… Objetivo 1. Administração de Materiais e Técnicas de Planejamento de Estoques 1.1 Contexto Introdutório 1.2 Tipos de Estoques 1.3 Sistemas de Gerenciamento do Ressuprimento 2. Armazenagem - Conceitos, Técnicas e Operações em Depósitos/Armazéns 3. Armazenagem Estratégica e Decisões sobre Armazenagem Referências Estratégias de Transporte Para início de conversa... Objetivo 1. Papel e Princípios Básicos em Transportes na Cadeia de Suprimentos 1.1 Modos de Transporte: Características e Critérios de Decisão 1.2 Projetos de Transportes e os Critérios de Decisão Referências _tewfdl2qinbc Estratégias de Atendimento Para início de conversa… Objetivo 1. Ciclo do Pedido nas Relações entre Cliente e Fornecedor 1.1 O Gerenciamento de Pedidos como Vantagem Competitiva 1.2 Tempo de Ciclo do Pedido 1.3 OMS e VMI como Tecnologias Dentro do Ciclo de Pedido 1.4 Estratégia de Atendimento do Fornecedor 2. Métodos de Processamento de Pedidos Adequados ao Perfil do Negócio 2.1 Tipos de Processamento de Pedidos 3. Logística de Resposta Rápida e Logística Enxuta 3.1 Logística Enxuta 3.2 O Valor para a Logística Enxuta 3.3 A Cadeia de Valor para a Logística Enxuta 3.4 O Fluxo de Valor na Logística Enxuta 3.5 A Produção Puxada na Logística Enxuta Referências _e2fhckvrglkz _7oyf5mseflk7 _qvlmlmko86wt _d9lcsc1ge9k0 _mayucqjhi1jp _9osefv5ryvnj _s7csi7bgqfqz Trade-offs e Nível de Serviço Logístico Para início de conversa… Objetivo 1. Elementos do Nível de Serviço Logístico 2. Custos Associados ao Nível de Serviço Logístico 3. Principais Trade-offs Logísticos Referências Logística de Suprimentos Para início de conversa… Objetivo 1. Impactos das Decisões de Suprimentos 1.1 Importância da Atividade de Compras 1.2 Obtenção de Vantagem Competitiva 1.3 Supply Chain Management 1.4 Gestão de Risco na Cadeia de Suprimentos 2. Critérios para Decisão de Fornecedor 3. Planejamento da Estratégia de Suprimentos Referências _eezitqwfjg7p Logística de Distribuição Para Início de Conversa… Objetivo 1. Variáveis de Decisão para a Distribuição Física de Produtos 2. Planejamento de Redesde Distribuição e Determinação de Zonas de Entregas 3. Entrega da “Última Milha” e Métodos de Roteirização 3.1 Última Milha ou Last Mile 3.2 Métodos de Roteirização Considerações Finais Referências
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