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Infecções Respiratórias Agudas - IVAS e Doenças periglóticas

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Beatriz Machado de Almeida - Internato 
 
IMPORTÂNCIA 
• Elevada incidência. 
• Causa de óbito em <5 anos (princ). 
• Processo infecioso localizado em qualquer 
ponto do sistema respiratório: manifestações 
clínicas semelhantes. 
RESFRIADO COMUM 
CONCEITOS INICIAIS 
• Outros nomes: rinite viral aguda; rinossinusite 
viral aguda; rinofaringite viral aguda. 
• Infecção viral: mucosa nasal, seios 
paranasais e nasofaringe. 
• Frequência nos 1ºs 5 anos de vida: 6-
8x/ano. Maior quando frequenta creche ... 
• Na maior parte das vezes, é um quadro 
autolimitado (duração aproximada de 7 dias). 
ETIOLOGIA 
• Rinovírus: principal. Imunidade sorotipo 
específica. Eventualmente, pode ser 
encontrado em infecções de VA inferior. 
• Outros: Coronavírus, Influenza, 
Parainfluenza, VSR. 
CLÍNICA 
• CORIZA (hialina abundante → aspecto 
purulento – evolução natural), OBSTRUÇÃO 
NASAL, espirros, roncos (representa a 
presença de secreção em VA superior). 
• Dor de garganta, hiperemia de mucosas. 
• Tosse: nem sempre presente. Principalmente 
noturna. Gotejamento da secreção na 
hipofaringe. 
• Febre: nem sempre presente. 
DIAGNÓSTICO 
• O diagnóstico é clínico. 
• Não há necessidade de exames 
complementares. 
TRATAMENTO 
• Antipiréticos (controle da febre): dipirona, 
paracetamol, ibuprofeno em dose baixa. 
• Não prescrever AAS: Influenza ou Varicela 
+ AAS = risco de Síndrome de Reye 
(encefalopatia + disfunção hepática) em 
indivíduos com predisposição genética. 
• Desobstrução nasal: lavagem nasal com soro 
fisiológico, sempre que necessário. Seringa + 
SF nas narinas (posterior). 
• Não usar medicamentos desnecessários. 
• Mel: alívio da tosse no período noturno. 
Contraindicação absoluta: idade <1 ano 
(associado ao desenvolvimento de botulismo). 
COMO EVITAR A DOENÇA? 
• Lavagem de mãos! 
Lembrar que a principal forma de transmissão do 
vírus não é pela via respiratória, e sim pelo 
contato direto com as mãos. 
COMPLICAÇÕES 
OTITE MÉDIA AGUDA: 
FISIOPATOLOGIA: 
• Principal – mais frequente. Especialmente 
comum nos primeiros 2 anos de vida. 
• Infecção bacteriana que causa inflamação 
da orelha média (espaço cavitário). 
• Fisiopatologia: disfunção tubária → acúmulo 
de secreção → proliferação bacteriana. 
Lembrar que a orelha média se comunica com a 
nasofaringe através da tuba auditiva (funções: 
ventilação, clearance de secreção e evitar 
ascensão de bactérias patogênicas). 
Infecções das Vias Aéreas Superiores 
Beatriz Machado de Almeida - Internato 
 
ETIOLOGIA: 
• S. pneumoniae: gram positivo. 
• H.influenzae (não tipável). 
• Moraxella catarrhalis: menos frequente. 
CLÍNICA: 
• Irritabilidade, choro. 
• Otalgia. 
• Otorreia: secreção no conduto auditivo 
externo. 
DIAGNÓSTICO: 
• Otoscopia. 
❖ Normal: membrana timpânica 
transparente, brilhante (triângulo 
luminoso presente), côncava, móvel 
(avaliada com a otoscopia pneumática). 
❖ Alterada: opaca, 
hiperemiada, abaulada (+ específico; 
obrigatório no diagnóstico), otorreia 
(não é sinônimo de OMA, pois também pode 
estar presente na Otite Média Externa). 
A perfuração, na maioria das vezes, vai evoluir com 
cicatrização espontânea. 
TRATAMENTO: 
• Analgésico: dipirona, paracetamol, ibuprofeno 
em dose baixa. 
• Avaliar antibioticoterapia: não é feito para 
todas as crianças com OMA (boa parte das 
crianças evoluem com resolução espontânea). 
❖ Indicações de ATB: 
 < 6 meses: TODOS. Já no 1º atendimento. 
 6 meses – 2 anos: quadros graves, otorreia 
por OMA, quadro bilateral. 
 >=2 anos: quadros graves, otorreia. 
*Quadro grave: TAX >=39ºC / dor moderada-
intensa / >48h de doença. 
❖ Amoxicilina: antibiótico de escolha. 
 Dose padrão: 40-50mg/Kg/dia: de 12 em 12 
horas, por 10 dias (<2 anos) ou 7 dias (>2a). 
 Mecanismos de resistência: 
▪ Hemófilo (alguns) e Moraxela: beta-
lactamase. 
▪ Pneumo (resistência intermediária; usar dose 
dobrada): menor afinidade PBP. 
 
❖ Amoxicilina-Clavulanato: 
 Falha terapêutica. 
 OMA + conjuntivite: infecção pelo hemófilo. 
 Uso recente de antibiótico: em especial beta 
lactâmicos nos últimos 30 dias. 
COMPLICAÇÕES: 
• Otite Média Serosa – Otite Média com 
Efusão: pode ser uma evolução natural da 
OMA. 
❖ Efusão sem inflamação. 
❖ Observação por 3 meses: reabsorção do 
líquido paulatinamente. 
❖ Após: avaliar tubo de timpanostomia. 
 
• Mastoidite aguda: 
Bastante temida, sendo uma das principais 
justificativas para o uso do antibiótico na OMA. 
❖ Inflamação do periósteo. 
❖ Sinais de inflamação retroauricular: 
hiperemia, dor e edema (desaparecimento do 
sulco retroauricular). 
❖ Deslocamento do pavilhão. 
Internação hospitalar, antibioticoterapia 
parenteral e tomografia (geralmente). 
SINUSITE BACTERIANA AGUDA 
• Disfunção da drenagem dos seios paranasais 
(espaços aéreos localizados nos ossos da face) 
→ acúmulo de secreção → favorecimento de 
proliferação bacteriana. 
RELEMBRANDO A ANATOMIA: 
Os seios paranasais não estão todos presentes 
desde o nascimento. A aeração vai se 
estabelecendo ao longo dos 1ºs anos de vida. 
Beatriz Machado de Almeida - Internato 
 
• <5 anos: seios etmoidal (desde 
o nascimento) e maxilar (aeração nos 
1º anos). 
• Adulto: seio frontal 
(desenvolvimento a partir dos 5-7 
anos de idade; aeração completa no 
início da adolescência). 
CLÍNICA: 
A sinusite bacteriana aguda é facilmente 
confundida com o resfriado comum. 
• Resfriado ¨arrastado¨ (>=10 dias): coriza 
abundante, tosse intensa, diurna e noturna. 
• Quadro grave (>=3 dias): febre alta, coriza 
mucopurulenta acompanhada de tosse. 
• Quadro que piora (bifásico): piora após 
período de melhora. 
DIAGNÓSTICO: 
• Clínico. 
• Não é necessária a realização do Raio X dos 
seios paranasais: não acrescenta em nada. 
• O exame de imagem é feito apenas em 
condições especiais (ex. comorbidades). 
ETIOLOGIA E TRATAMENTO: 
• Agentes = OMA. 
❖ S. pneumoniae. 
❖ H.Influenza (não tipável). 
❖ Moraxella Catarhails 
 
• Antibioticoterapia = Amoxicilina (1º escolha). 
❖ Manter por mais 7 dias após melhora. Em 
geral, vai ser cerca de 10-14 dias. 
FARINGITE AGUDA BACTERIANA 
• Podem acontecer em qualquer fase da vida. 
• As faringites virais são as mais comuns, sendo 
estas, autolimitadas. 
ETIOLOGIA 
• Streptococcus B-hemolítico do grupo A 
(S.pyogenes): frequentemente é autolimitado. 
❖ Quando não tratada, aumenta o risco do 
desenvolvimento da febre reumática. 
❖ Pode levar a Glomerulonefrite Pós 
Estreptocócica (GNPE): o risco não é 
modificado em função do tratamento. 
CLÍNICA 
• 5-15 anos: faixa etária mais frequente. 
• Febre e manifestações inespecíficas (pode 
causar vômito e dor abdominal). 
• Dor de garganta. 
• Exsudato amigdaliano: não é 
obrigatório e nem 
patognomônico (pode estar presente nos 
quadros de faringite viral). 
• Petéquias no palato: não é 
obrigatório e nem é 
patognomônico. Isoladamente, 
são as alterações de maior valor preditivo 
positivo para infecção estreptocócica. 
• Adenopatia cervical. 
• NÃO TEM TOSSE! Não tem coriza nem 
obstrução nasal (manifestações clínicas de 
infecção viral). 
DIAGNÓSTICO 
• Confirmação bacteriológica: mundo ideal. 
• Testes rápidos: coleta de secreção da 
orofaringe com swab + líquido reagente + fita. 
Alta especificidade. Resultado em poucos 
minutos. 
❖ Se positiva → iniciar o esquema 
antimicrobiano. Se negativo → cultura. 
• Cultura de orofaringe: maior sensibilidade. 
❖ Se positiva → iniciar o esquema 
antimicrobiano. 
TRATAMENTO 
• Analgésico e antipirético. 
• Antibioticoterapia: erradicação do 
estreptococcus pyogenes da orofaringe – 
profilaxia primária da febre reumática 
(complicação não supurativa). 
❖ Penicilina benzatina (dose única). 
Beatriz Machado de Almeida - Internato 
 
❖ Amoxicilina (10 dias). 
COMPLICAÇÕES SUPURATIVAS 
ABSCESSO PERIAMIGDALIANO: 
• Relativamente frequente, em 
especial nos adolescentese adultos 
jovens. 
• Amigdalite. 
• Disfagia (dor ao deglutir) / sialorreia 
(marcador de disfagia grave). 
• Trismo (não consegue abrir a boca). 
• Desvio da úvula: o 
abscesso empurra a úvula para o 
lado contralateral. 
Tratamento: esvaziamento do abscesso 
(aspiração) + antibioticoterapia. 
ABSCESSO RETROFARÍNGEO: 
• Muito menos frequente. 
• Espaço retrofaríngeo: espaço virtual localizado 
entre a parede posterior da faringe e os 
corpos vertebrais. 
• <5 anos: gânglios no espaço retrofaríngeo. A 
partir dos 5 anos, os gânglios desaparecem. 
• IVAS recente. 
• Febre alta e odinofagia. 
• Disfagia e sialorreia. 
• Dor à mobilização do pescoço: diagnóstico 
diferencial de torcicolo. 
FARINGITES VIRAIS 
FEBRE FARINGOCONJUNTIVAL. 
• Adenovírus: grande agente etiológico. 
• Faringite + conjuntivite + adenomegalia pré-
auricular. 
• Nem sempre tem a conjuntivite associada. 
• Pode ser idêntica a faringite bacteriana 
(estreptocócica). O que pode diferenciar é a 
hiperemia conjuntival. 
• Não tem tratamento específico. 
 
HERPANGINA 
• Coxsackie A: agente etiológico. 
• Úlceras dolorosas: 
localizada apenas na região mais 
posterior da cavidade oral (úvula, 
pilar amigdaliano, palato mole). 
• Não tem tratamento específico. 
MONONUCLEOSE INFECCIOSA 
• Epstein-Barr. 
• Pode ter uma faringite 
exsudativa idêntica a faringite 
estreptocócica. 
• Linfadenopatia generalizada: comum. 
• Esplenomegalia: presente em cerca de metade 
dos casos. 
• Alguns pacientes podem ter exantema. 
PARA VOCÊ ENTENDER 
As doenças que acometem as estruturas 
periglóticas (epiglote e laringe) cursam com 
estridor (característica semiológica que, na 
maioria das vezes, indica a presença de obstrução 
em uma grande via aérea; ruído grosseiro 
predominantemente inspiratório). 
• Inspiração: redução do calibre da laringe. 
• Expiração: insuflação - aumento do calibre da 
laringe. 
• Processo inflamatório – edema da mucosa 
laríngea – obstrução: dificuldade na 
passagem do ar durante a inspiração → 
turbilhonamento do ar → estridor. 
EPIGLOTITE AGUDA 
• Infecção bacteriana e inflamação 
da mucosa que reveste a epiglote. 
• Não é complicação de uma 
infecção viral prévia, sendo uma 
doença bacteriana desde o início. 
• Pode levar a mortalidade por obstrução 
respiratória. 
• Pouco comum nos dias atuais. 
Beatriz Machado de Almeida - Internato 
 
ETIOLOGIA 
• Haemophilus influenzae B. 
• Outras bactérias: menos comuns. 
Nas questões de prova, sempre prestar atenção na 
vacinação da criança. 
CLÍNICA 
• Início agudo. 
• Evolução rápida. 
• Febre alta, toxemia (comprometimento do 
estado geral). 
• Dor de garganta, disfagia, sialorreia 
(marcador da disfagia grave). 
• Dificuldade respiratória, estridor (obstrução 
respiratória iminente). 
• Posição do TRIPÉ: postura adotada pela 
criança na tentativa de facilitar o fluxo aéreo. 
DIAGNÓSTICO 
• Visualização da epiglote na cor 
vermelho cereja com edema. 
TRATAMENTO 
• Conduta imediata: 
❖ Estabelecimento de vias aéreas: ex. IOT. 
• Enquanto isso: 
❖ Deixe a criança em paz. 
❖ Ofereça oxigênio. 
❖ Não tente visualizar a orofaringe. 
❖ Não solicite exames. 
 
Edema de epiglote = Sinal do 
polegar no raio X. Não deveria 
ter disso feito. 
 
• Após: 
❖ Suporte ventilatório + Antibioticoterapia. 
LARINGOTRAQUEÍTE VIRAL AGUDA 
• Condição bastante frequente, muito vista na 
pediatria. 
• Infecção viral que se inicia nas 
vias aéreas superiores e desce 
pelo trato respiratório, podendo 
ficar limitado a laringe (Laringite 
Viral Aguda), progredir um pouco 
mais até a traqueia (Laringotraqueíte Viral 
Aguda), ou pode se disseminar ainda mais e 
acometer o epitélio brônquico 
(Laringotraqueobronquite Viral Aguda). 
ETIOLOGIA 
• Vírus parainfluenza. 
• Outros: Adenovírus; VSR; Influenza. 
*Todos os vírus que causam doença respiratória 
podem causar doença em qualquer ponto da árvore 
respiratória, porém alguns estão mais intimamente 
relacionados com determinadas condições. 
CLÍNICA 
• Pródromos (tudo aquilo que antecedente a fase 
principal da doença) catarrais: tosse, 
obstrução, secreção nasal. 
➢ Tríade: Síndrome do Crupe. 
• Tosse metálica (¨tosse de cachorro¨): à 
medida que acomete as estruturas laríngeas. 
• Afonia e rouquidão: acometimento das cordas 
vocais (estruturas infraglóticas). 
• Estridor. 
DIAGNÓSTICO 
• O DIAGNÓSTICO É CLÍNICO!!! 
• Radiografia cervical: estreitamento da região 
infraglótica – Sinal da torre/ponta do lápis. 
Tem crianças com a doença que não fazem o 
sinal da tosse, e tem crianças sem a doença, 
que apresentam esse achado radiográfico. 
TRATAMENTO 
• Determinado pela gravidade. 
• Com estridor em repouso: 
❖ Costuma indicar quadro grave. 
❖ Adrenalina (nebulização): reversão do edema 
de mucosa. Melhora imediata, mas temporária. 
Beatriz Machado de Almeida - Internato 
 
❖ Corticoide (VO ou IM): efeito sustentado. 
Mais utilizado: Dexametasona. O início da ação 
plena pode demorar algumas horas. 
OBS: manter em observação por 2-3h após NBZ. 
• Sem estridor em repouso: 
❖ Apenas corticoide. 
COMPLICAÇÕES 
TRAQUEÍTE BACTERIANA: 
• S. aureus. 
• Edema + membranas purulentas aderidas na 
parede da traqueia. 
• Crupe viral + deterioração clínica. 
• Não melhora com adrenalina. 
• Tratamento: hospitalização + intubação 
(frequente) + trat. Infecção estafilocócica. 
Resumo baseado no material do Medcurso

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