Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Acontecimentos históricos do primeiro século da independência do Brasil A história da independência não acabou com a proclamação da república. Na verdade, estava apenas começando. Uma das consequências imediatas foi o início de conflitos armados com tropas portuguesas. Exatamente, não foi um processo tranquilo como muitos pensam. Desde o final de agosto de 1822, antes da proclamação da independência do Brasil, tropas brasileiras já enfrentavam militares em Salvador, por exemplo. A Guerra da Independência ocorreu em ao menos cinco pontos no território brasileiro da época contra movimentos de resistência à libertação do Brasil: além da já mencionada Bahia, também houve conflitos no Maranhão, no Pará, no Piauí, e na Cisplatina (território que pertencia ao Brasil e que hoje é o atual Uruguai). O Brasil tinha desafios imediatos a serem superados. Primeiramente, era necessário cessar a guerra travada contra as províncias rebeldes. Depois, era fundamental garantir o reconhecimento internacional e, por fim, era importante redigir uma Constituição para estruturar o país. O país tornou-se soberano e organizou-se com uma monarquia que foi, inclusive, a única, pois as outras nações organizaram-se como repúblicas. A princípio, as nações vizinhas relutaram em reconhecer a independência do Brasil pelo fato de o país ter se tornado uma monarquia. Grande parte do reconhecimento da nossa independência ocorreu em virtude das ações da Inglaterra e dos Estados Unidos. Os ingleses foram responsáveis por mediar as negociações entre Brasil e Portugal. Portugal, por razões óbvias, resistia em aceitar que a sua ex-colônia fosse uma nação tão autônoma e independente quanto ela, foi aí que foi firmado o Tratado de Paz e Aliança, oficializado em 29 de agosto de 1825, que tinha duas condições principais: Portugal reconheceria a independência do Brasil e, em troca, o Brasil pagaria 2 milhões de libras esterlinas, um débito que Portugal possuía com a Inglaterra. Ambos os países aceitaram o acordo, o que representou a última etapa formal no processo de independência do Brasil. Por que o Brasil tornou-se uma monarquia? Segundo historiadores, a escolha da monarquia em vez da república aconteceu por alguns motivos como: Os idealizadores da nossa independência temiam que o território do Brasil fosse fragmentado caso instaurassem a república no país; A elite brasileira havia sido letrada nas tradições monarquistas de Portugal; Essa forma de governo evitava que transformações no status quo acontecessem. D. Pedro é coroado o 1º Imperador do Brasil Ainda em outubro de 1822, o herdeiro de D. João VI foi aclamado D. Pedro I, Imperador do Brasil. A sua coroação como o primeiro governante do Império brasileiro ocorreu em dezembro daquele ano, dando início ao período que conhecemos como Primeiro Reinado. O início do primeiro reinado trouxe o foco de D. Pedro I para a Guerra da Independência, como já apresentado, e também para a construção da nação brasileira. O Brasil surgia como um país independente, sendo uma das poucas monarquias que existia em meio as repúblicas dos continentes americanos. Sua identidade começava a ser fabricada através da elaboração dos primeiros símbolos nacionais, como a Bandeira do Império do Brasil e a melodia do Hino Nacional. Assembleia constituinte e Constituição de 1824 Outra prioridade de D. Pedro I, que já vinha de planos iniciados em momentos antes da declaração de Independência, era elaborar uma Constituição para o Império do Brasil. O projeto para a primeira constituição brasileira foi elaborado pela Assembleia Constituinte de 1823. Este esboço, no entanto, foi cancelado no meio do caminho, quando em novembro de 1823 o Imperador dissolveu a Assembleia Constituinte. Isto porque ela buscava limitar alguns dos poderes de D. Pedro e ele não estava de acordo com isso. Em 25 de março de 1824, o Imperador outorgou a primeira Constituição da história do Brasil. A Carta Magna do país carregava traços de conservadorismo e autocracia, cujos principais características foram: estabelecer uma monarquia constitucional e hereditária; o voto censitário (só podiam votar homens que tenham uma renda mínima) e descoberto (não era secreto); a União entre a Igreja e Estado, tendo o Catolicismo como religião oficial; e a separação do Estado em quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador. Sim, isso mesmo, um quarto Poder chamado Moderador, isso significava que o Imperador poderia intervir sempre que houvesse um conflito entre os demais poderes. D. Pedro também era responsável por nomear senadores, poderia dissolver a Câmara, e exercia o direito de aprovar ou vetar decisões do Parlamento.
Compartilhar