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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS- ECJS CURSO DE DIREITO - Período:8º- Noturno - Ano: 2020-II Disciplina: DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS Professora: MSc Tatiane Heloisa Martins Cavalcanti Acadêmico:________________________________________________________________ TRABALHO M2 – 26/10/2020 Responda às questões e fundamente: 1 JOSELITA foi nomeada inventariante no processo de inventário dos bens deixados por JOÃO ALFREDO, falecido em 10/02/2020, com quem vivia em união estável há mais de 10 anos. Entretanto, em razão de desentendimento com os herdeiros, filhos de José, Joselita deixou de apresentar as primeiras declarações no prazo legal e, quando as apresentou, deixou de arrolar dentre os bens do espólio, joias e objetos de ouro dos quais José era colecionador, ocultando-os, além de vir se negando a prestar contas de aluguéis de um bem imóvel do espólio que vem recebendo em nome próprio. Dentre os herdeiros de José estão três filhos de uma união anterior que manteve com Josefina, Rosalina, João e Nerci, todos maiores e capazes. A filha mais velha, Rosalina, era sócia do falecido em sociedade empresária e encontra-se na posse dos bens e administração da empresa até o momento. Os demais bens estão na posse e administração da inventariante. Ante tal situação, pergunta-se: 1.1 Qual medida poderá ser tomada contra Joselita, considerando que está descumprindo suas obrigações como inventariante? Poderá ser promovida nos mesmos autos do inventário? Considerando o disposto no art. 622 do CPC, poderá as partes ou o juízo (de oficio), requerer a remoção de Joselita como inventariante, pois conforme disposto acima, Joselita não apresentou as primeiras declarações em prazo legal, deixou de arrolar entre os bens do espólio, joias e objetos de ouro quais José era colecionador, além de negar prestar contas de aluguéis de imóvel do espólio em que vem recebendo em nome próprio, com isso, conforme art. 622 inciso I, V e VI, Joselita poderá ser removida de ofício pelo juízo ou a requerimento das partes. Para a remoção será instaurando o incidente de remoção que correrá em apenso aos autos do inventário, haja visto o disposto no art. 623. 1.2 Caso Joselita seja removida, quem poderá ser nomeado inventariante dentre os demais herdeiros? Uma vez nomeado o novo inventariante, qual medida será adotada para fins de compelir Joselita a entregar-lhe os bens do espólio caso deixe de fazê-lo? A ordem de nomeação encontra-se descrita no art. 617 do CPC, considerando então que, Joselita (cônjuge) foi a primeira a ser nomeado e removida, passará então para o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, sendo a filha mais velha, Rosalina, que, encontra-se na posse dos bens e administração da empresa até o momento (inciso II, art. 617). Desta maneira Rosalina deverá ser nomeada como a inventariante. Conforme o art. 625 do CPC, O inventariante removido entregará imediatamente ao substituto os bens do espólio e, caso deixe de fazê-lo, será compelido mediante mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de bem móvel ou imóvel, sem prejuízo da multa a ser fixada pelo juiz em montante não superior a três por cento do valor dos bens inventariados. 1.3 Caso Joselita não tivesse sua união estável mantida com João Alfredo estabelecida documentalmente e os herdeiros de José contestassem a existência dessa união, o juiz poderia decidir tal conflito nos próprios autos de inventário? Por quê? Não, se demandar a avaliação de provas que não exclusivamente a documental, as partes serão remetidas às vias ordinárias, suspendendo-se, até o julgamento da ação, a entrega do quinhão que competia ao herdeiro impugnado. O juízo só poderia resolver sendo questão de simples solução (provada documentalmente), devendo então, o juiz do inventário decidir sobre o tema, retirando o sujeito impugnado ou mantendo-o como herdeiro (627, §3º). 2 MARCELINA faleceu em 10/04/2020, na cidade de Curitiba-PR, deixou três filhos maiores e capazes. Considerando que Marcelina teve como último domicílio a cidade de Balneário Camboriú, deixou bens a inventariar e testamento estabelecendo legado em favor de sua irmã mais nova, pergunta-se: 2.1 O inventário dos bens de Marcelina poderá ser realizado de forma extrajudicial? Por quê? Não, o art. 610 do CPC dispõe que, se houver herdeiros (interessados) incapazes ou testamento, a partilha proceder-se-á ao inventário judicial. 2.2 Indique o último dia do prazo para a propositura do inventário de Marcelina e qual o Foro competente para o inventário judicial? Conforme o Art. 611 do CPC dispõe, o processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes. Portanto, o último dia do prazo é 10/06/2020. E conforme o Art. 1785 e 1796 do CC, a sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido, e ainda o Art. 48 do CC dispõe que o foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I – o foro de situação dos bens imóveis; II – havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III – não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 2.3 Os herdeiros de Marcelina promoveram a ação de inventário e, não se conformando com a disposição de última vontade de sua mãe em testamento que destinou mais de cinquenta por cento de seu patrimônio, contestaram a validade do testamento nos mesmos autos do inventário. Está correto esse procedimento? Explique. Os herdeiros de Marcelina estão corretos em contestar, pois, o testador só poderá dispor de metade da herança havendo herdeiros necessários, conforme dispõe o Art. 1.789 do Código Civil. Portanto, o procedimento está correto. O art. 627, inciso I, permite arguir erros, omissões e sonegação de bens; sendo que, o § 1º descreve que: julgando procedente a impugnação referida no inciso I, o juiz mandará retificar as primeiras declarações. 2.4 Qual serão as consequências caso os herdeiros de Marcelina promovam a abertura do inventário após o prazo legal? O CPC não previu consequência legal para o descumprimento do prazo. Contudo, o desatendimento do prazo poderá acarretará a imposição de multa por lei estadual e, por consequência, onerará os herdeiros. A multa do imposto devido na transmissão causa mortis (ITCMD), quando o inventário não for aberto no prazo. Em Santa Catarina, conforme Lei 13.136, de 25 de novembro de 2004, dispõe sobre o ITCMD e no Art. 13. Fica sujeito à multa: I - de vinte por cento do valor do imposto, aquele que deixar de: a) abrir, dentro de prazo legal, processo de inventário ou partilha. E ainda a Súmula 542 do STF dispõe que: “Não é inconstitucional a multa instituída pelo estado-membro, como sanção pelo retardamento do início ou da ultimação do inventário.” Tatiane Heloisa Martins Cavalcanti 540544 Melhor adequar a redação, pois a consequência de ordem fiscal, embora não seja processual e não esteja prevista no CPC, é legal. Tatiane Heloisa Martins Cavalcanti 540544 Observar art. 612 do CPC 3. Washington faleceu em Itu (SP), vítima de um ataque cardíaco fulminante. Empresário de sucesso, domiciliado na cidade de São Paulo (SP), Washington possuía inúmeros bens, dentre os quais se incluem uma casa de praia em Cabo Frio (RJ), uma fazenda em Sinop (MT) e alguns veículos de luxo, atualmente estacionados em uma garagem em Fortaleza (CE). Indique o foro competentepara o inventário e a partilha dos bens deixados por Washington. Caso exista possibilidade para a realização de Inventário Extrajudicial, essa regra também será aplicada? Explique. Conforme o Art. 1785 e 1796 do CC, a sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido. Sendo então, para o inventário judicial a cidade de São Paulo/SP o foro competente. Por outro lado, o inventário extrajudicial pode ser feito em qualquer cartório de notas, independentemente do domicílio das partes, do local de situação dos bens ou do local do óbito do falecido. Não se aplicam as regras de competência do Código de Processo Civil ao inventário extrajudicial. 4 O pai da Isabela faleceu e não deixou bens móveis, imóveis ou semoventes, mas tinha em suas contas de FGTS o valor de R$ 12.500,00 depositados. Pergunta-se: 4.1 Isabela deverá requerer abertura de inventário para receber os valores depositados nas contas junto à Caixa Econômica Federal? Qual será o procedimento adequado para que Isabela receba os valores de FGTS depositados em nome de seu pai? Nesse caso não há necessidade de Isabela requerer a abertura do inventário, o procedimento adequado para isso será o Alvará Judicial, nos termos da lei 6858/1980, art. 1º, que nos preceitua: Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento. 4.2 Considerando que Isabela é herdeira única, caso seu pai tivesse deixado outros bens em seu patrimônio, a transferência deveria se dar por inventário ou poderia ser feito na forma de arrolamento? Explique e fundamente. Sendo Isabela herdeira única, poderia ser realizada por arrolamento sumário, com o pedido de adjudicação, nos termos do artigo 659, § 1º do CPC: Art. 659: A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos da lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos arts. 660 a 663. § 1º O disposto neste artigo aplica-se, também, ao pedido de adjudicação, quando houver herdeiro único
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