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Inventário e Partilha (1)

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL – CAMVA 
DIREITO CIVIL – SUCESSÕES 
DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA 
Prof. Felipe Vanin Rizzon 
Acadêmica: Gabrieli Piton da Silva 
 
 
DO INVENTÁRIO 
 
“A palavra “inventário” deriva do latim inventarium, de invenire, que significa 
achar, encontrar, sendo empregada no sentido de relacionar, descrever, enumerar, catalogar o 
que “for encontrado”, pertencente ao morto, para ser atribuído aos seus sucessores. Aberta a 
sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários (CC, art. 
1.784), malgrado os bens imóveis permaneçam ainda em nome do de cujus no Registro de 
Imóveis. É necessário, então, proceder-se ao inventário, isto é, à relação, descrição e avaliação 
dos bens deixados, e à subsequente partilha, expedindo-se o respectivo formal.” 
(GONÇALVES, 2014). 
Além disso, o inventário, segundo o escólio de EUCLIDES DE OLIVEIRA e 
SEBASTIÃO AMORIM, constitui “processo judicial de caráter contencioso, em que são 
interessados o cônjuge supérstite (ou o companheiro), herdeiros, sucessores por testamento 
(herdeiros e legatários), o Ministério Público (quando houver testamento, incapazes, ausentes ou 
Fundação), o testamenteiro, a Fazenda Pública, credores, bem como outras pessoas jurídicas e 
naturais que, de qualquer forma, possam ter direitos em relação ao espólio” 
Embora os herdeiros adquiram a propriedade desde a abertura da sucessão, os seus 
nomes passam a figurar no Registro de Imóveis somente após o registro do formal de partilha. 
Havendo um único herdeiro, o inventário judicial ou administrativo, é indispensável, hipótese 
em que não se procederá com a partilha, mas apenas à adjudicação dos bens. 
 
Dos bens que não se inventariam 
O levantamento de pequenas quantias deixadas pelo falecido pode ser requerido através 
de alvará judicial. Exemplo disso são: depósitos derivados do FGTS e PIS/PASEP não recebidos 
em vida pelos seus respectivos titulares, cadernetas de poupança, restituição de tributos, saldos 
bancários e investimentos de pequeno valor poderão ser levantados administrativamente pelos 
 
dependentes do falecido, desde que não haja outros bens sujeitos a inventário, como preceitua a 
Lei n. 6.858/80. Nesse sentido corrobora o art. 1.037 do Código de Processo Civil, que dispõe: 
“Independerá de inventário ou arrolamento o pagamento dos valores previstos na Lei n. 
6.858, de 24 de novembro de 1980. No entanto, se o falecido não deixou dependentes 
habilitados perante a Previdência Social, o levantamento daqueles depósitos caberá aos 
sucessores, mediante a expedição de alvará judicial. 
Existem outros bens que não estão sujeitos a inventário, quais sejam os que 
estiverem na posse de um ou alguns dos herdeiros ou de terceiros, já tendo se escoado o prazo 
para a consumação da usucapião em favor dos possuidores. 
Ainda, é dispensável o inventário quando feita doação a marido e mulher, esta 
subsiste em favor do cônjuge sobrevivente. Esta regra estende-se também a união estável e 
união homoafetiva. A parte do falecido não se transmite aos seus herdeiros, mas ao 
sobrevivente. 
 
Da abertura do inventário judicial 
 
Instaurar-se-á o inventário no prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, e 
estar encerrado dentro dos doze meses subsequentes (art. 1.796 do Código Civil). 
Contudo, o art. 611 do Código de Processo Civil de 2015, dispõe: “O processo de 
inventário e partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da 
sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses 
prazos, de ofício ou a requerimento de parte”, ou seja, o Código de Processo Civil ab-rogou o 
prazo do Código Civil, prevalecendo o de 60 dias. Se, portanto, houver retardamento por motivo 
justo, o juiz poderá dilatar esses prazos. 
Além disso, conforme o art. 615, caput, e parágrafo único, CC/15, incumbe, 
prioritariamente, a quem estiver na posse e administração do espólio requerer o inventário e a 
partilha, sendo o inventariante punido somente pelo atraso, com a remoção do cargo, a pedido de 
algum interessado e se demonstrada a sua culpa, pois não há remoção ex officio. Nesse caso, se 
for testamenteiro, perderá o prêmio (CC, art. 1.989). 
Os arts. 613 e 614 do Código de Processo Civil de 2015 referem-se ao administrador 
provisório como o encarregado da herança até que haja a nomeação do inventariante, que 
passará então a representar a massa hereditária. 
 
Antes da abertura do inventário e até a nomeação do inventariante cabe ao administrador 
provisório a representação ativa e passiva do espólio. A provisoriedade e a urgência 
caracterizam e legitimam o encargo de administrador provisório. 
Se o falecimento do de cujus, que tenha deixado bens, chegar ao conhecimento do juiz, 
sem que os legitimados tenham promovido a instauração do inventário no prazo legal, deve a 
referida autoridade iniciar o processo de ofício, mesmo que com isso contrarie o princípio ne 
procedat iudex ex officio, demonstrando há um interesse público. 
O requerimento de abertura do inventário, feito fora do prazo legal, não implica, no 
entanto, indeferimento do pedido, pois os dispositivos legais que estabelecem o aludido prazo 
são desprovidos de qualquer sanção, porém, cada Estado pode instituir multa, como pena pela 
não observância desse prazo. 
Instaurado o processo, segue o inventário até final partilha, não podendo ser extinto por 
abandono ou inércia do inventariante. Nesse caso deve o juiz determinar o regular 
prosseguimento do feito, se necessário com remoção do inventariante e sua substituição por 
outro interessado na herança ou por inventariante dativo. Só se extingue o inventário se ficar 
comprovada a inexistência de bens a inventariar, uma vez que nessa hipótese a ação perderá seu 
objeto. 
Será distribuído por dependência o inventário do cônjuge que vier a falecer antes da 
partilha do consorte pré-morto. As duas heranças serão inventariadas e partilhadas em conjunto, 
com a nomeação de um só inventariante, desde que comuns os herdeiros, conforme estatui o art. 
672 do Código de Processo Civil de 2015. 
 
Do inventário pelo rito tradicional 
 
O inventário é realizado pelo rito tradicional e solene, de aplicação residual e 
regulado nos arts. 610 a 658 do CPC. 
 
Do inventário pelo rito de arrolamento sumário 
 Esta espécie de arrolamento abrange os bens de qualquer valor, na hipótese de todos 
os interessados serem capazes e concordarem com a partilha, a qual será homologada de 
plano pelo juiz mediante a prova de quitação dos tributos, na forma do art. 659, aplicável 
também ao pedido de adjudicação quando houver herdeiro único; 
 
 
Do inventário pelo rito de arrolamento comum 
 Conforme prevê o art. 664, para quando os bens do espólio sejam de valor igual ou 
inferior a 1.000 salários mínimos. 
 
Do inventário extrajudicial 
 
O inventário extrajudicial foi introduzido pela Lei n. 11.441, de 04 de janeiro de 
2007, a qual alterou o Código de Processo Civil, admitindo que seja realizado por meio 
administrativo. Será realizado por meio de escritura pública, sendo que todas as partes 
interessadas deverão estar assistidas por advogado comum, ou advogados de cada uma delas, 
cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. 
 
Do inventário negativo 
 
Apesar do inventário negativo não ser previsto na legislação pátria, tem sido admitido 
pelos juízes em situações excepcionais, em que há necessidade de comprovar a inexistência de 
bens a inventariar. 
A finalidade do inventário negativo é, na maioria das vezes, evitar a incidência da causa 
suspensiva prevista no art. 1.523, I, do Código Civil, que exige inventário e partilha dos bens aos 
herdeiros, a cargo do viúvo, ou viúva, que pretende casar-se novamente, sob pena de tornar-se 
obrigatório o regime da separação de bens, ou seja, para que isso não aconteça deverá requerera 
abertura de inventário negativo, para comprovar que não está sujeito àquela causa suspensiva de 
casamento. 
Igualmente acontece com o divorciado que se casar antes de homologar ou decidir a 
partilha dos bens do casal (CC, art. 1.523, II). Para que se celebrem as novas núpcias no regime 
da comunhão, não basta o simples inventário, sendo necessário se homologue a respectiva 
partilha. 
Pode haver interesse do sucessor, ainda, na realização de inventário negativo para 
comprovar que o falecido não deixou bens, nem numerário suficiente, para responder por suas 
dívidas. Tal demonstração se mostra relevante pelo fato de o herdeiro somente responder intra 
vires hereditatis, ou seja, até o limite das forças da herança (CC, art. 1.792) 
 
 
Da nomeação do inventariante 
 
Ao despachar a inicial de abertura de inventário pelo rito tradicional e solene o juiz 
nomeará o inventariante, a quem caberá a administração e a representação ativa e passiva da 
herança até que se ultime a partilha, sendo feita segundo a ordem preferencial estabelecida no 
art. 617 do Código de Processo Civil de 2015, salvo casos especiais, podendo ser alterada se 
houver motivos que aconselhem a sua inobservância. 
Só podem exercer esse cargo pessoas capazes, que não tenham, de algum modo, 
interesses contrários aos do espólio. 
Em primeiro lugar, na aludida ordem, figuram o cônjuge ou companheiro sobrevivente, 
desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste, mesmo sendo cônjuge 
supérstite. Se não houver cônjuge, mas companheiro, este desfrutará da mesma preferência. 
Na falta ou impedimento do cônjuge ou companheiro supérstite, será nomeado o 
herdeiro que se achar na posse e administração dos bens do espólio. Se nenhum preencher esse 
requisito, atribuir-se-á a inventariança a qualquer herdeiro legítimo ou testamentário, a critério 
do juiz. 
Em quarto, consta o herdeiro menor, por seu representante legal; em quinto lugar figura 
o testamenteiro, se lhe foram atribuídas a posse e a administração dos bens e em sexto lugar 
aparece “o cessionário do herdeiro ou do legatário”. 
 
Das atribuições do inventariante 
 
O aludido diploma determina a representação processual do espólio pelo inventariante 
(inciso VII). Constitui tal ente o complexo de direitos e obrigações do falecido, abrangendo bens 
de toda natureza. Essa massa patrimonial não personificada surge com a abertura da sucessão, 
sendo representada de início, ativa e passivamente, pelo administrador provisório, até a 
nomeação do inventariante (CPC/2015, arts. 614 e 75, VII), sendo identificada como uma 
unidade até a partilha, com a atribuição dos quinhões hereditários aos sucessores (CPC, arts. 618 
e 655). 
Com o julgamento da partilha cessa a comunhão hereditária, desaparecendo a figura do 
espólio, que será substituída pelo herdeiro a quem coube o direito ou a coisa. Segue-se daí que o 
espólio não tem legitimidade para propor ação, depois de julgada a partilha. 
 
Além de representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele (CPC/2015, 
art. 618, I), incumbe ao inventariante administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma 
diligência como se seus fossem (inciso II). 
Além dessas tarefas próprias da função de administrador e representante do espólio, lista 
o artigo outras atribuições que se constituem em deveres do inventariante: 
III – prestar as primeiras e últimas declarações pessoalmente ou por procurador com 
poderes especiais; 
IV – exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos 
relativos ao espólio; 
V – juntar aos autos certidão do testamento, se houver; 
VI – trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante ou excluído; 
VII – prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe 
determinar; 
VIII – requerer a declaração de insolvência (CPC/2015, art. 618). 
Não obstante as declarações prestadas pelo inventariante gozem de presunção de 
verdade, incumbe-lhe exibir em cartório, para exame das partes, quando solicitado, os 
documentos relativos ao espólio. 
Compete, ainda, ao inventariante ouvido os interessados e com autorização do juiz, nos 
termos do art. 619 e incisos I a IV do Código de Processo Civil: 
I – alienar bens de qualquer espécie; 
II – transigir em juízo ou fora dele; 
III – pagar dívidas do espólio; 
IV – fazer as despesas necessárias com a conservação e o melhoramento dos bens do 
espólio. 
 
Da remoção e destituição do inventariante 
 
O inventariante poderá ser removido, a requerimento de qualquer interessado, nas 
hipóteses alinhadas no art. 622 do Código de Processo Civil. 
 
Admite-se que a remoção seja determinada ex officio pelo juiz ou a pedido de 
qualquer interessado, máxime havendo interesse de incapazes ou de herdeiros ausentes. Nesses 
casos, deverá o inventariante ser intimado para, no prazo de quinze dias, defender-se e produzir 
provas (CPC/2015, art. 623), correndo o incidente em apenso aos autos do inventário. O 
despacho de remoção deve ser fundamentado. Salienta-se que a simples demora na terminação 
do inventário não justifica a remoção. 
Se o juiz remover o inventariante, nomeará outro, observada a ordem do art. 617 
(CPC/2015, art. 624), devendo entregará imediatamente ao substituto os bens do espólio, sob 
pena de ser compelido mediante mandado de busca e apreensão, ou de imissão de posse, 
conforme tratar-se de bem móvel ou imóvel (art. 625). As partes, no prazo comum de quinze 
dias podem dizer sobre as primeiras declarações “contra a nomeação do inventariante” (inciso 
II). Se acolher o pedido, o juiz destituirá o que se encontra no exercício do cargo e nomeará 
outro em seu lugar (art. 627, CPC/15) 
A remoção é espécie do gênero destituição. Esta é mais ampla e pode ocorrer sem que 
haja ato culposo ou doloso do inventariante. Ambas, no entanto, implicam perda do cargo de 
inventariante. Mas a remoção é determinada em consequência de uma falta, no exercício do 
cargo, relacionada ao inventário, enquanto a destituição é determinada em razão de um fato 
externo ao processo. 
 
Do processamento do inventário 
 
Do foro competente 
 
O inventário é aberto no foro do último domicílio do finado, ainda que todos os 
interessados residam em localidades diversas (CC, arts. 1.785 e 1.796; CPC/2015). 
Se o de cujus teve diversos domicílios, todos seriam, em princípio, hábeis a determinar a 
competência para o processamento do inventário. Nesse caso será ela estabelecida pela 
prevenção, considerando-se competente o foro onde foi primeiro requerido. Em sendo interdito 
o autor da herança, o foro competente para o inventário é o do seu curador. 
Posteriormente de determinada a competência de foro, caberá definir o juízo do 
inventário, de acordo com as normas locais de organização judiciária. 
 
 
 
Do pedido de abertura 
 
O requerimento de abertura do inventário será instruído obrigatoriamente com a certidão 
de óbito do de cujus (CPC/2015, art. 615, parágrafo único) e com a procuração outorgada ao 
advogado que assinar a petição (art. 36). O requerente juntará, também, quaisquer outros 
documentos comprobatórios de interesse processual, como a cédula testamentária, certidão de 
casamento do viúvo-meeiro, certidões de nascimento dos herdeiros etc. 
Ao despachar a petição inicial, o juiz nomeará inventariante, que prestará o 
compromisso e, em vinte dias, as primeiras declarações. Se houver testamento, determinará a 
referida autoridade se junte ao inventário cópia autêntica. 
 
Da prestação das primeiras declarações 
 
Preceitua o art. 620 do Código de Processo Civil de 2015 que o inventariante deverá 
prestar as primeiras declarações dentro de vinte dias, contados da data em que prestou o 
compromisso. Os bens serão descritos com individuação e clareza, assim como os alheios 
encontrados na herança, bem como os imóveis que não estejam registrados em nome do de cujusno registro de imóveis, se lhe pertenciam e se encontravam em sua posse. Os bens pertencentes 
ao de cujus em comunhão com o seu cônjuge devem ser relacionados integralmente, e não 
apenas a parte ideal que lhe pertencia. 
Aduz o § 1º do mencionado art. 620: “O juiz determinará que se proceda: I – ao balanço 
do estabelecimento, se o autor da herança era empresário individual; II – à apuração de haveres, 
se o autor da herança era sócio de sociedade que não anônima”. 
Para a confecção do balanço, no caso de autor da herança que era comerciante em nome 
individual, o juiz nomeará perito, nos termos do parágrafo único do art. 630 do Código de 
Processo Civil de 2015. Se o autor da herança era sócio de sociedade não anônima, somente 
haverá a apuração dos haveres do falecido no caso de a morte do sócio não acarretar a 
liquidação da sociedade. O contrato social costuma ser expresso, determinando a maneira pela 
qual se processa a apuração de haveres e como se solverá a quota do sócio falecido. 
No caso de sociedade simples, liquida-se a quota do sócio morto, nos termos do art. 
1.028 do Código Civil. 
 
 
 
Da citação dos interessados 
 
Reduzidas a termo as primeiras declarações, com observância do disposto no art. 620 do 
Código de Processo Civil de 2015, o juiz mandará citar os interessados no inventário e partilha, 
quais sejam, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os legatários e intimar a Fazenda Pública, 
o Ministério Público, se houver herdeiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se houver 
testamento (CPC/2015, art. 626), sendo citados por mandado, somente as pessoas domiciliadas 
na comarca por onde corre o inventário ou que aí forem encontradas, e por edital, com o prazo 
de vinte a sessenta dias, os residentes foram dela, no Brasil e no estrangeiro (CPC/2015, art. 626, 
§ 1º). A carta precatória é, portanto, substituída pelo edital. 
Será dispensada a citação se os interessados já estiverem representados nos autos ou se 
comparecerem espontaneamente, uma vez que tal fato supre a citação, como acontece no 
processo comum. Dispõe o art. 671 do estatuto processual de 2015 que o juiz nomeará curador 
especial ao ausente, se o não tiver, e ao incapaz, se concorrer na partilha com o seu 
representante, desde que exista colisão de interesses. 
A Fazenda Pública a ser citada é a Fazenda Estadual, por seu interesse no recolhimento 
do imposto de transmissão causa mortis. Será, todavia, também citada a Fazenda Municipal, se 
houver renúncia translativa onerosa, ou partilha com quinhões diferenciados, com reposição em 
dinheiro, devido à incidência do imposto de transmissão inter vivos. 
Em regra, é dispensada a citação do cônjuge do herdeiro, assim como é considerada 
suficiente a outorga unilateral de procuração pelo herdeiro, tendo em vista ser o objeto do 
inventário o recebimento de bens por sucessão mortis causa, máxime se o regime de bens no 
casamento exclui a comunicação da herança, sendo facultada sua participação. 
Da fase das impugnações. 
Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em cartório e pelo prazo comum de 
quinze dias, para dizerem sobre as primeiras declarações, cabendo arguir erros e omissões, 
reclamar contra a nomeação de inventariante e contestar a qualidade de quem foi incluído no 
título de herdeiro (art. 627, CPC). 
Se o juiz julgar procedente a impugnação referida no inciso I, mandará retificar as 
declarações prestadas. Acolhendo o pedido de que trata o inciso II, deverá nomear outro 
inventariante, observando a preferência legal. Se verificar que a questão sobre a qualidade de 
herdeiro (inciso III) constitui matéria de alta indagação, remeterá a parte para os meios 
 
ordinários e sobrestará, até o julgamento final da ação a ser proposta, na entrega do quinhão que 
couber na partilha ao herdeiro admitido (CPC/2015, art. 627, §§ 1º, 2º e 3º). 
Tratando-se de fato de matéria de alta indagação, o juiz remeterá as partes para os meios 
ordinários. Podem ser mencionados como exemplos de questões dessa natureza, surgidas em 
inventário: a admissão de herdeiro que envolva investigação de paternidade ou maternidade; 
eventual prejuízo da legítima, em face de doação feita pelo pai aos filhos, ainda em vida, se 
houver fatos a provar; a anulação de testamento (não sua nulidade, ou sua inexistência, que 
podem ser flagrantes); a questão relativa aos bens, no regime da comunhão parcial, ou da 
separação legal, consistente em apurar se foram adquiridos antes ou depois do casamento; a 
arguição de falsidade de escritura de imóvel arrolado no inventário etc. 
A união estável, como se tem decidido, pode ser reconhecida nos próprios autos do 
inventário do companheiro, desde que provada documentalmente ou desde que os herdeiros e 
interessados na herança, maiores e capazes, estejam de acordo. 
 
Da avaliação dos bens inventariados 
 
A avaliação é dispensável, do ponto de vista fiscal, quando já houver prova do valor dos 
bens cadastrados pelo Poder Público municipal para fins de cobrança de IPTU – Imposto sobre a 
Propriedade Territorial Urbana (valor venal) ou pelo INCRA – Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária (imóveis rurais), bem como se os herdeiros forem capazes e a 
Fazenda Pública concordar com o valor atribuído nas primeiras declarações (CPC/2015, art. 
633). 
Bens situados fora da comarca são avaliados por precatória, salvo se forem de pequeno 
valor ou perfeitamente conhecidos do perito nomeado, conforme estabelece o art. 632 do 
mencionado diploma processual. 
Entregue o laudo de avaliação, o juiz mandará que as partes se manifestem sobre ele no 
prazo de quinze dias, que correrá em cartório (CPC/2015, art. 635). Se a impugnação 
versar sobre o valor dado pelo perito, o juiz deverá decidir de plano, levando em consideração os 
elementos do processo (§ 1º). Se julgar procedente a impugnação, determinará que o perito 
retifique a avaliação, observando este os fundamentos da decisão (§ 2º). 
 
 
 
 
Das últimas declarações do inventariante 
 
Aceito o laudo, ou resolvidas as impugnações suscitadas a seu respeito, lavrar-se-á em 
seguida o termo de últimas declarações, no qual o inventariante poderá emendar, aditar ou 
complementar as primeiras (CPC/2015, art. 636). 
As partes serão ouvidas sobre as últimas declarações no prazo comum de quinze dias 
(CPC/2015, art. 637), podendo arguir a sonegação de bens, pelo inventariante, somente após a 
declaração por ele feita de não existirem outros a inventariar (CPC, art. 621), ou por algum 
herdeiro, depois de declarar que não os possui (CC, art. 1.996). 
Da liquidação dos impostos 
 
Após a manifestação das partes sobre as últimas declarações, procede-se ao cálculo do 
imposto causa mortis (CPC/2015, art. 637), sobre o qual serão ouvidas todas as partes, inclusive 
o representante do Ministério Público, se houver interesse de menores ou incapazes, e a Fazenda 
Pública. Homologado por sentença, são expedidas guias para o pagamento, encerrando-se o 
inventário. 
O imposto causa mortis tem incidência específica sobre a herança. Por herança 
entendesse a parte dos bens do falecido que é transmitida aos sucessores legítimos ou 
testamentários, tanto nos casos de morte como de ausência. Não se considera o total dos bens, 
denominado monte-mor, se houver cônjuge ou companheiro sobrevivente com direito a meação, 
uma vez que esta decorre do regime de bens no casamento ou da união estável, não constitui 
transmissão por via hereditária e por isso não se sujeita à incidência do imposto de renda. 
Quando houver, no espólio, bem compromissado à venda pelo finado, o imposto será 
calculado sobre o crédito existente, ou seja, sobre o preço a receber e cujo valor será transmitido 
aos herdeiros. 
DA PARTILHA 
 
O juiz facultará às partes a formulação, no prazo de quinze dias, de pedido de quinhão e, 
após, proferirá o despacho de deliberação da partilha, que é irrecorrível, resolvendo as 
solicitaçõese designando os bens que devam constituir o quinhão de cada herdeiro e legatário 
(CPC/2015, art. 647). O partidor organizará o esboço de acordo com a decisão do juiz. Contra a 
sentença que julga a partilha cabe recurso de apelação. 
 
O procedimento será obrigatoriamente judicial se o de cujus deixou testamento. 
Somente neste caso a partilha amigável post mortem será homologada pelo juiz. Sempre que os 
herdeiros maiores concordarem com a partilha amigável e buscarem a via administrativa, a 
escritura pública de partilha valerá, por si só, como título hábil para o registro imobiliário (Lei n. 
11.441, de 4-1-2007, art. 1º; CPC/2015, art. 610, § 1º). 
 
Do arrolamento sumário 
 
O arrolamento sumário constitui forma simplificada de inventário-partilha, permitida 
quando todos os herdeiros são capazes e convierem em fazer partilha amigável dos bens 
deixados pelo falecido, qualquer que seja o seu valor. 
Basta que os interessados, portanto, elejam essa espécie de procedimento, 
constituindo procurador e apresentando para homologação a partilha amigável, por instrumento 
público ou particular. Pode ser utilizado também para homologar pedido de adjudicação, quando 
houver herdeiro único, como prevê o § 1º do art. 659 do diploma processual de 2015. 
Se houver testamento, exigem-se os mesmos requisitos, ou seja, poderão os interessados 
propor a partilha amigável através do arrolamento sumário, desde que capazes, mas sob a 
fiscalização do testamenteiro e do representante do Ministério Público. 
Os herdeiros casados deverão juntar também a procuração outorgada pelos respectivos 
cônjuges, em razão do caráter negocial da partilha amigável, máxime se a divisão dos bens não 
for igualitária. 
Das fases processuais 
 
Na petição, portanto, os herdeiros deverão requerer a nomeação do inventariante por 
eles próprios indicado e apresentar o rol de herdeiros e a relação de bens, atribuindo-lhes o valor 
sumário, para fins de partilha. Além da partilha, a inicial deve estar instruída com a certidão de 
óbito e com certidões negativas dos tributos relativos aos bens do espólio. É importante, 
também, estarem todos os interessados representados nos autos, para que o procedimento tenha 
a rapidez desejada. 
Dispensa-se a citação da Fazenda, que não intervém no arrolamento sumário em vista da 
homologação de plano da partilha. Deverá, no entanto, ser cientificada da sentença 
homologatória, mediante publicação pela imprensa, em razão do seu interesse no recolhimento 
do imposto causa mortis, sendo-lhe facultado exigir eventual diferença na via administrativa, 
 
mediante lançamento complementar, uma vez que não fica adstrita aos valores dos bens do 
espólio atribuídos pelos herdeiros. 
Se incabível o arrolamento, deve ser convertido em inventário, feitas as devidas 
adaptações. Inversamente, o inventário pode a todo tempo ser convertido em arrolamento, se 
este for cabível. 
Da eliminação de termos e dispensa de avaliação 
 
O art. 660 do Código de Processo Civil de 2015 dispensa, expressamente, a lavratura de 
termos de qualquer espécie. Desse modo, ao contrário do que sucede no inventário, não se 
lavram, no arrolamento sumário, os termos das declarações iniciais e o de partilha. Também se 
desobriga o inventariante de prestar compromisso nos autos, desburocratizando, assim, o 
procedimento. Não se procede, também, à avaliação dos bens do espólio. 
A estimativa feita pelo inventariante, no caso dos imóveis, não pode ser, entretanto, 
inferior à dos lançamentos fiscais relativos ao ano do óbito do de cujus, pois o § 2º do art. 659 
do diploma processual exige que o pedido de arrolamento seja instruído com prova da quitação 
dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas, para fins de homologação da partilha. 
A partilha é homologada de plano pelo juiz, mediante prova da quitação dos impostos. 
Será dispensada e substituída pela adjudicação se houver um único herdeiro. Decorrido o prazo 
para recurso, é expedido o formal de partilha ou a carta de adjudicação. 
 
Do arrolamento comum 
 
O arrolamento será comum quando o valor dos bens não exceder a 1.000 (mil) salários 
mínimos (CPC/2015, art. 664). Tal modalidade constitui também forma simplificada de 
inventário de bens, porém específico para os de pequeno valor, até o limite de valor 
mencionado. Difere do arrolamento sumário porque neste é condição básica a concordância de 
partes capazes, enquanto no comum basta o reduzido valor da herança, sendo obrigatória a sua 
adoção, ainda que não representados todos os herdeiros e mesmo que haja ausentes ou 
incapazes, ou testamento. Nestes casos, haverá intervenção do Ministério Público. 
Do plano de partilha 
 
O inventariante nomeado apresentará as suas declarações independentemente da 
assinatura de termo de compromisso, com a estimativa do valor dos bens do espólio e o plano de 
partilha. Se o valor atribuído aos bens for impugnado, far-se-á a avaliação. 
 
Apresentado o laudo, em dez dias, pelo avaliador nomeado, o juiz deliberará sobre a 
partilha decidindo de plano todas as reclamações e mandando pagar as dívidas não impugnadas 
(CPC/2015, art. 664 §§ 1º e 2º). 
O esboço ou plano de partilha deve conter os respectivos orçamentos e folhas de 
pagamento a cada parte, com os dados completos, de modo a possibilitar o oportuno registro, 
com relação aos imóveis, e a prevenir problemas futuros com aditamentos ou retificações. Os 
interessados, devidamente citados, poderão impugnar o plano apresentado, propondo novo 
esboço, a exigir deliberação judicial. 
Desde que os bens admitam divisão cômoda, a partilha será feita atendendo-se à perfeita 
igualdade dos quinhões. Não sendo isso possível, ficarão eles indivisos, fazendo-se a partilha em 
partes ideais, na proporção dos quinhões. 
Provada a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas, o juiz 
julgará a partilha (CPC/2015 art. 664, § 5º). Após o julgamento será recolhido o imposto causa 
mortis, expedindo-se o competente formal ou carta de adjudicação. 
 
Do inventário administrativo 
 
O art. 610, §§ 1º e 2º permite a realização de inventário e partilha mediante escritura 
pública lavrada pelo notário, independentemente de homologação judicial, quando todos os 
interessados forem capazes e não houver testamento. Não segue, pois, os princípios do direito 
processual civil, mas do procedimento notarial, extrajudicial. 
Da dispensa de homologação judicial da partilha 
 
Ante a inequívoca redação dada ao § 1º do art. 610 do Código de Processo Civil de 
2015, sempre que as partes maiores e capazes, estando concordes com a partilha, procurarem a 
via administrativa, a escritura pública lavrada pelo notário, de partilha amigável, valerá por si, 
como título hábil para o registro imobiliário, dispensando a exigência de homologação judicial. 
Além de constituir título hábil para o registro imobiliário, que é o seu efeito principal, a 
escritura de partilha amigável serve também para outros fins, como autorizar o levantamento, 
pelos herdeiros, de valores que se acham depositados em instituições financeiras em conta do 
falecido, sem necessidade de exibição de alvará judicial, bem como a transferência da 
propriedade de veículos no DETRAN e outras providências, decorrentes da partilha, perante a 
Junta Comercial, o Registro Civil de Pessoas Jurídicas, as companhias telefônicas etc. 
 
Das partes interessadas 
 
Consideram-se partes interessadas na lavratura da escritura pública de inventário e partilha: 
a) o cônjuge sobrevivente; 
b) o companheiro sobrevivente; 
c) os herdeiros legítimos; 
d) eventuais cessionários; e 
e) eventuais credores. 
As partes e respectivos cônjuges devem estar, na escritura, nomeados e qualificados, 
mencionando-se: nacionalidade, profissão, idade, estado civil, regime de bens, data do 
casamento, pacto antenupcial e seu registro imobiliário, número do documento de identidade,número de inscrição no CPF/MF, domicílio e residência. 
O inventário extrajudicial pode ser promovido por cessionário de direitos hereditários, 
mesmo na hipótese de cessão de parte do acervo, desde que todos os herdeiros estejam presentes 
e concordes. 
Os cônjuges dos herdeiros deverão comparecer ao ato de lavratura da escritura pública 
de inventário e partilha quando houver renúncia ou algum tipo de partilha que importe em 
transmissão, exceto se o casamento se der sob o regime da separação absoluta. 
Compete aos herdeiros indicar não só o ativo, mas também o passivo do espólio, 
discriminando as dívidas e apontando os respectivos credores, bem como a forma de seu 
pagamento. 
O credor do espólio poderá receber diretamente o pagamento de seus direitos mediante 
acordo com os herdeiros, ou figurar na escritura pública para oportuno recebimento de seu 
crédito. Ainda que não indicados ou nomeados expressamente, os credores terão sempre 
ressalvados os seus direitos, podendo exigir o seu reconhecimento em ação própria contra os 
herdeiros, na proporção dos quinhões que lhes forem atribuídos na partilha. Desse modo, a 
existência de credores do espólio não impedirá a realização do inventário e partilha, ou 
adjudicação, por escritura pública. 
 
 
 
 
Da lavratura de escritura pública por tabelião de notas 
 
Para a lavratura dos atos notariais de que tratam a Lei n. 11.441/2007 e o novo Código 
de Processo Civil é livre a escolha do tabelião de notas, não se aplicando as regras de 
competência do Código de Processo Civil. 
A competência para escrituras de inventário e partilha no Brasil restringe-se aos bens 
situados no território nacional. Essa regra, prevista nos arts. 23 e 48 do Código de Processo Civil 
de 2015, concernente ao inventário judicial, aplica-se também ao inventário extrajudicial ou 
administrativo. Os bens situados no estrangeiro devem ser objeto de procedimento autônomo, no 
país em que se encontram. 
O tabelião é responsável por eventuais desvios e atos praticados contra expressa 
disposição legal. Por essa razão, poderá se negar a lavrar a escritura de inventário ou partilha se 
houver fundados indícios de fraude ou em caso de dúvidas sobre a declaração de vontade de 
algum dos herdeiros, fundamentando a recusa por escrito (Res. CNJ n. 35/2007, art. 32). 
A escritura pública pode ser retificada, desde que haja o consentimento de todos os 
interessados. Os erros materiais poderão ser corrigidos, de ofício ou mediante requerimento de 
qualquer das partes, ou de seu procurador, por averbação à margem do ato notarial ou, não 
havendo espaço, por escrituração própria lançada no livro das escrituras públicas e anotação 
remissiva (Res. CNJ n. 35/2007, art. 13). 
 
Da assistência de advogado 
 
Preceitua o § 2º do art. 610 do Código de Processo Civil de 2015, que “o tabelião 
somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por 
advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial”. 
O advogado comparece ao ato e subscreve a escritura como assistente das partes, não 
havendo necessidade de procuração. Com efeito, os arts. 103 e 104 do Código de Processo Civil 
de 2015 exigem a procuração somente para que o advogado venha a “postular em juízo” 
– o que não é o caso. Diferente a situação quando os interessados não se encontram presentes ao 
ato notarial, mas representados por terceiro, advogado ou não. O representante deverá, então, 
apresentar-se munido de procuração. Se o interessado for advogado, poderá participar do ato 
notarial nessa qualidade e na de advogado assistente, sem a necessidade da presença de outro 
advogado. 
 
 
Da sobrepartilha pela via administrativa 
 
Dispõe o art. 2.022 do Código Civil que “ficam sujeitos a sobrepartilha os bens 
sonegados e quaisquer outros bens da herança de que se tiver ciência após a partilha”. 
Os casos previstos no art. 669, CC são aqueles em que a herança contiver bens remotos 
do lugar do inventário, litigiosos, ou de liquidação morosa ou difícil, bem como os bens 
sonegados e os de que tiverem ciência os herdeiros após a partilha. Pode a sobrepartilha ser feita 
também pela via extrajudicial, ou seja, por escritura pública. 
Mesmo que o inventário tenha se processado judicialmente, a sobrepartilha poderá ser 
realizada administrativamente, e vice-versa. É admissível a sobrepartilha por escritura pública, 
ainda que referente a inventário e partilha judicial já findado, mesmo que o herdeiro, hoje maior 
e capaz, fosse menor ou incapaz ao tempo do óbito ou do processo judicial. 
Lavrada a escritura pública de sobrepartilha, deve o notário anotar o fato na escritura de 
partilha, se lavrada em seu cartório, ou fazer a devida comunicação ao Juízo ou ao cartório onde 
se promoveu o inventário primitivo, para a respectiva anotação. 
Se houver um só herdeiro, maior e capaz, com direito à totalidade da herança, lavrar- se-
á a escritura de inventário e adjudicação dos bens, em vez de partilha. 
Do inventário negativo 
 
O inventário negativo, embora não previsto na legislação pátria, tem sido admitido pelos 
juízes em situações excepcionais, quando há necessidade de comprovar a inexistência de bens a 
inventariar. 
É admissível inventário negativo também por escritura pública, como enfatiza o art. 28 
da Resolução n. 35/2007, do Conselho Nacional de Justiça. Nesse caso, a escritura deverá conter 
todos os dados de identificação do de cujus, do cônjuge sobrevivente e dos sucessores, que 
herdariam caso houvesse patrimônio, a declaração da data e do local do óbito, bem como de 
inexistência de bens a partilhar, comparecendo ao ato todas as partes interessadas. 
Do alvará para levantamento ou recebimento de valores 
 
Se a herança estiver limitada a ativos financeiros em instituições bancárias ou a créditos 
específicos junto a órgãos públicos ou privados, pode acontecer de se exigir dos sucessores 
apenas um alvará judicial para a liberação dos valores. 
 
Realizado, porém, o inventário e a partilha pela via administrativa, a liberação de 
valores ou créditos não depende de alvará, sendo hábil para tanto a escritura pública lavrada pelo 
notário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas: 
 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 7 : direito das sucessões / Carlos 
Roberto Gonçalves. – 11. ed. – São Paulo : Saraiva, 2017. 
 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito das sucessões I / Sílvio de Salvo Venosa. - 
13. ed. - São Paulo : Atlas, 2013. - {Coleção direito civil; v. 7). 
 
	UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL – CAMVA DIREITO CIVIL – SUCESSÕES
	DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
	DO INVENTÁRIO
	Dos bens que não se inventariam
	Da abertura do inventário judicial
	Do inventário pelo rito tradicional
	Do inventário pelo rito de arrolamento sumário
	Do inventário pelo rito de arrolamento comum
	Do inventário extrajudicial
	Do inventário negativo
	Da nomeação do inventariante
	Das atribuições do inventariante
	Da remoção e destituição do inventariante
	Do processamento do inventário
	Do pedido de abertura
	Da prestação das primeiras declarações
	Da citação dos interessados
	Da fase das impugnações.
	Da avaliação dos bens inventariados
	Das últimas declarações do inventariante
	Da liquidação dos impostos
	DA PARTILHA
	Do arrolamento sumário
	Das fases processuais
	Da eliminação de termos e dispensa de avaliação
	Do arrolamento comum
	Do plano de partilha
	Do inventário administrativo
	Da dispensa de homologação judicial da partilha
	Das partes interessadas
	Da lavratura de escritura pública por tabelião de notas
	Da assistência de advogado
	Da sobrepartilha pela via administrativa
	Do inventário negativo (1)
	Do alvará para levantamento ou recebimento de valores
	Referências Bibliográficas:

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