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Gra����z Ec�ópi��: Nidação do zigoto (implantação e desenvolvimento) em um sítio que não é o endométrio (fora da cavidade endometrial). Elevada morbimortalidade materna. É a principal causa de mortalidade materna no primeiro trimestre da gestação. Incidência: 2% das gestações; 21/1000 gestações por ano nos EUA; Primitiva: Sítio único; Secundária: Mais de um sítio; Causas Ovulares: Principais, genéticas,imunológicas, oócitos anômalos, refluxo menstrual, FIV, deficiência da fase lútea. Causas Extraovulares: Dificultam o trânsito do oócito ou do zigoto. Salpingite, divertículos, septos, hipoplasia, mesossalpinge estreita, tumores, endometriose, espasmo, cistos tubários imóveis, DIU, mioma subseroso peduncular que comprime a tuba e medicação que altera o movimento ciliar tubário. Fatores de Risco: Gravidez ectópica prévia (10x); Dano tubário: Infecção pélvica (6x); Laqueadura; Mulheres negras; Reprodução assistida; Tabagismo. Localização: Trompa (98%): Ampola (80%), istmo (12%), infundíbulo (5%), cornual/intersticial (2%). Abdominal (1,4%). Ovariana (0,2%). Cervical (0,2%). Manifestações Clínicas: É preciso dar ênfase, pela gravidade, à gravidez tubária complicada (aborto ou ruptura). A dor é sincopal e lancinante na ruptura tubária e em caráter de cólicas no aborto. Dor unilateral, hipogástrica (mais comum na fossa ilíaca direita), irradiando para a região escapular (dor referida por irritação diafragmática pelo hemoperitônio) (Sinal de Laffont): Trofoblasto invade a parede. Atraso menstrual: Sangramento vaginal. Massa palpável na região pélvica. Hipotensão: Sangramento intra-abdominal. - Taquicardia, sudorese. - Gravidez ectópica rota. - Hemorragia intra-abdominal leva ao abdome agudo hemorrágico, com consequente choque hemorrágico. Náuseas, vômitos, lipotimia e taquicardia. Exame Físico: Dor à palpação abdominal e pélvica: Irritação peritoneal (Diagnóstico diferencial: Apendicite e diverticulite). Útero de volume menor que o esperado para a IG. Massa anexial: Abaulamento de fundo de saco. Sangramento genital: Intensidade variável, geralmente pequeno. Choque hipovolêmico: Gravidez ectópica rota. Palidez cutaneomucosa sem perda sanguínea visível, taquicardia e hipotensão arterial. Reação peritoneal, descompressão brusca dolorosa e diminuição de ruídos hidroaéreos intestinais. O útero apresenta-se ligeiramente aumentado e amolecido. Tríade clássica: Dor abdominal, atraso menstrual e sangramento genital. Principais Achados: Dor pélvica abdominal, sangramento, amenorreia e massa anexial (hematossalpinge, anel tubário ou embrião vivo). Complicações: Inflamação local; Aborto espontâneo; Ruptura tubária; Hemorragia: Choque. Malformações (principalmente, pulmonares). Diagnóstico: Dosagem de beta-hCG: - Menor do que em uma gravidez normal com a mesma IG. - > 2000 mUI/mL: USG transvaginal: Saco gestacional em torno de 6 semanas de gestação. USG transvaginal: - Útero com decidualização e aumento de tamanho, mas sem trofoblasto. - Decidualização: Espessamento do endométrio. - Procurar outros sítios: Tuba e ovário. Achados Ecográficos: Saco gestacional ectópico; Tamanho do saco gestacional de acordo com o tempo de gestação; Massa mista anexial; Líquido na cavidade abdominal. A: Sinal do anel tubário: Saco gestacional no anexo. B: Massa anexial. Útero vazio, sem saco gestacional e decidualização. Seta vermelha: Útero vazio, sem saco gestacional. Tamanho normal com coleção anecóica dentro e endométrio espessado. Seta azul: Saco gestacional em topografia de região anexial esquerda (trompa). Seta verde: Área anecóica com coágulos (parte branca), demonstrando início de rompimento. Culdocentese (em desuso): Posição de litotomia; Punção do fundo de saco. Positiva em 90% dos casos: Sangue incoagulável; Negativa: Punção de líquido peritoneal claro, cítrico. Inconclusiva: Punção branca. Diagnóstico Diferencial: Leiomiomas; Hematossalpinge. DIPA; Abscesso tubo-ovariano; Apendicite; Torção de tumor anexial (isquemia e dor); Cisto hemorrágico; Abortamento; Doenças do TU (colelitíase); Solicita: B-hCG + Hemograma + USG transvaginal - Hemograma: descarta infecções; - USG: Descarta outros. Evolução: Nascimento; Reabsorção do embrião; Aborto espontâneo (6-12 semanas) completo ou incompleto; Ruptura (12-16 semanas): Invasão do trofoblasto ou aumento da pressão faz o embrião cair na cavidade peritoneal ou entre os ligamentos, sendo reabsorvido ou formando litopédio; Abdome agudo hemorrágico. Gravidez Ovariana (Rara): Superficial ou profunda; Primitiva ou secundária; Rotura precoce, passagem para a cavidade peritoneal e hemorragia; Relação com DIU: Inserção incorreta. Diagnóstico difícil: Dor abdominal, amenorreia e sangramento vaginal. Conduta Terapêutica: Depende do quadro clínico da paciente, se a gravidez é rota ou íntegra e o tamanho do saco gestacional. Laparotomia; Laparoscopia; Tratamento clínico: Metotrexato; Conduta expectante; O risco de gravidez ectópica recorrente após o tratamento não cirúrgico é igual ao do cirúrgico conservador. Cerca de ⅓ das pacientes submetidas à cirurgia tradicional para gravidez tubária têm gestações subsequentes com feto viável. Laparotomia: Imperativa nos casos de abdome agudo hemorrágico com instabilidade hemodinâmica. 1) Indicações: - Contraindicação à laparoscopia; - Gravidez ectópica rota com condições hemodinâmicas instáveis; - Prole definida. 2) Técnica: - Salpingectomia: Retirada total da trompa; - Salpingostomia linear: Incisão de aproximadamente 2cm no ponto de maior abaulamento da borda antimesentérica da tuba. A incisão não é suturada,mas fechada por segunda intenção (FEBRASGO). Trompa íntegra, abertura longitudinal, retira o saco gestacional e sutura; - Ressecção segmentar. Laparoscopia: 1) Indicações: - B-hCG ascendente na conduta conservadora; - Exacerbação dos sintomas clínicos; - Pequena quantidade de líquidos em fundo de saco; - Paciente estável; - Falha no tratamento conservador; - Saco gestacional <5cm; - Menos invasivo. 2) Técnica: - Salpingostomia linear: Abre a parede tubária e retira o saco gestacional. Tratamento Clínico: 1) Indicações: - IG < 6 semanas; - Paciente hemodinamicamente estável; - GE íntegra com saco gestacional < 5cm; - Ausência de BCF; - B-hCG < 5000 mUI/mL; - Desejo de preservar a fertilidade. 2) Esquemas Terapêuticos: - Metotrexato 50mg/m² ou 1mg/kg, IM ou injeção local. - KCL injeção local: USG transvaginal. - RU-486 (Mifepristone) associado ao metotrexato: Não disponível no Brasil. 3) Metotrexato: - Mecanismo de ação: Antagonista do ácido fólico. Inativa a diidrofolato redutase e a síntese de novo das purinas e pirimidinas, e assim, do DNA celular. - Interrompe o desenvolvimento do embrião e reabsorve o saco gestacional junto com o embrião. - Interfere na síntese de DNA e na multiplicação celular. - Efeitos Colaterais: Supressão medular, hepatotoxicidade, estomatite, alopécia e fibrose pulmonar. 4) Monitorização: - B-hCG: Dosagem seriada. Queda de 15% ou mais em 48h. Dosagem semanal até níveis indetectáveis. Se continuar alto ou estabilizar: Tratamento cirúrgico. - Dor pélvica transitória: Abordagem tubária. - Dosagens laboratoriais: Hemograma e transaminases. Conduta Expectante: 1) Indicações: - Paciente hemodinamicamente estável; - GE íntegra com saco gestacional < 3,5cm; - Ausência de embrião com BCF; - B-hCG < 1000 a 1500 mUI/mL; - Desejo de preservar a fertilidade. 2) Acompanhamento: - Resolução espontânea: 60%. - USG seriada. - Monitorar níveis de B-hCG. 3) Follow-up: - Avaliar permeabilidade tubária: 3 meses (histerossalpingografia e histerossonossalpingografia). - Histeroscopia/ Laparoscopia. Do�nça Tro���lás�i�� Ges����on��: Pode ser definida como uma anomalia proliferativa que acomete as células que compõem o tecido trofoblástico placentário, cito e sinciciotrofoblasto. Todas as formas de apresentação são caracterizadas pela presença sérica de um marcador tumoral biológico e específico, o B-hCG, produzido quase na totalidade pelo sinciciotrofoblasto placentário. No Brasil, estima-se que ocorra1 caso de gravidez molar em cada 200-400 gestações. Designa 5 entidades anatomoclínicas: - Mola hidatiforme: Mais comum; - Mola invasora; - Coriocarcinoma; - Tumor trofoblástico do sítio placentário (TTSP); - Tumor trofoblástico epitelióide (TTE). Os principais fatores de risco são: Idade materna superior a 35 anos e a história prévia de DTG. A mola hidatiforme é classificada em completa e parcial de acordo com o número de cromossomos que o tecido apresenta. As formas malignas são denominadas indistintamente de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). - Mola invasora, coriocarcinoma, TTSP e TTE. - Metástase, invasão local, prolifera rápido e leva ao óbito. Quadro Clínico: Sangramento vaginal intermitente (de spotting a graves hemorragias) com aumento do volume de forma gradual: Sintoma mais frequente. Anemia ferropriva. Aumento do volume uterino em desacordo com a IG (por presença do tecido molar ou pela retenção de coágulos). Pré-eclâmpsia: <24 semanas, mais associado às molas parciais, que geralmente evoluem por mais tempo. Hiperêmese gravídica: Superestimulação do hCG. Dor abdominal (não é tão frequente). Tireotoxicose: Hipertireoidismo. Ocorre também pelas altas concentrações de hCG que possui semelhança estrutural com o TSH. Taquicardia e exoftalmia. 10% dos casos. Sinal Patognomônico: Emissão de vesículas: Presença de restos ovulares (vesículas molares) nas roupas íntimas. Diagnóstico: Dosagem de B-hCG: - >200.000: Sugere mola completa. - Muito alto: Pensar em NTG. - 400.000 no pico da 10ª semana de gestação (normal: 100.000). USG: É frequente a identificação de útero aumentado para a IG e policistose de ovários (múltiplos cistos simples, de 4-8 cm, anecogênicos, geralmente bilaterais). - Mola total: Útero vazio, aumentado de volume, com material ecogênico vesiculoso, sem feto e com BCF. Aspecto de queijo suíço ou cachos de uva (vesículas entremeadas em coágulos sanguíneos). - Mola parcial: Placenta grande, de aspecto normal, com lesões intraplacentárias anecóicas difusas. - Evidencia cistos tecaluteínicos nos ovários. Excesso de volume. OBS: Os cistos tecaluteínicos representam uma forma de hiperestimulação ovariana resultante de níveis elevados do B-hCG sobre a teca dos ovários. 1: Aspecto de cacho de uva ou queijo suíço. 2: Ovário aumentado de volume (cistos tecaluteínicos). Conduta: Solicitar para todas as pacientes em que há suspeita de gestação molar antes do esvaziamento: - Hemograma completo; - Reservar sangue e estabelecer acesso venoso; - Grupo sanguíneo e fator RH; - Determinação do nível de B-hCG; - Radiografia de tórax; Esvaziamento molar por aspiração (risco de perfuração com curetagem). Após a retirada, administrar ocitocina. Se a mulher apresentar mais de 40 anos de idade, pode-se considerar a histerectomia total, pelo risco considerável de coriocarcinoma. Seguimento Pós-molar: Dosagem de B-hCG se for necessário; Vitalidade do concepto; Hematoma retro ovular; Presença de restos ovulares; Idade gestacional. 1) Dosagem de B-hCG: Deve ser realizado 48h após o esvaziamento molar e depois de semanas. Quando for negativo por 3 semanas consecutivas, dosá-lo mensalmente por 6 meses. Após 6 meses consecutivos de negativação, a gravidez é permitida. 2) USG: Útil para sugerir malignização após o esvaziamento. Acompanhar os cistos tecaluteínicos. 3) Histeroscopia: Pode ser utilizado para inspecionar a cavidade uterina após o esvaziamento. 4) Anticoncepção: Importante evitar nova gravidez durante o período de seguimento, pois prejudica a análise do B-hCG que é marcador tumoral. 5) RX ou TC de tórax: Mensalmente. Geralmente os pulmões são os primeiros focos de metástase. Não utiliza quimioterapia enquanto os níveis séricos de B-hCG forem decrescentes. Critérios da FIGO para diagnóstico de neoplasia trofoblástica gestacional através da dosagem do B-hCG: - Estabilização de 4 valores no período de 3 semanas (dias 1, 7, 14 e 21). - Aumento dos níveis de B-hCG >10% a partir de 3 valores obtidos no período de 2 semanas (dias 1, 7 e 14). - Persistência de B-hCG detectável por mais de 6 meses após esvaziamento molar. Acompanhamento das formas malignas será feito em serviço de referência com posterior estadiamento e tratamento que seguirá os protocolos de utilização de agentes quimioterápicos. Prognóstico: 80% dos casos de mola hidatiforme apresentam evolução benigna. 20% dos casos sofrem malignização. - Importância do seguimento pós-diagnóstico e tratamento. - 2% coriocarcinomas. - 18% mola invasora e tumor de sítio placentário. OBS: Útero amolecido por excesso de progesterona.
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