Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ESTUDO DO 
MOVIMENTO III: 
FISIOLOGIA DO 
EXERCÍCIO
Gustavo Leite Camargos
Fundamentos da fisiologia 
do exercício para 
populações especiais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a fisiologia do exercício como ferramenta de auxílio na 
prescrição e montagem do programa de exercícios.
  Apresentar os efeitos fisiológicos de base para interpretação das ne-
cessidades do exercício físico.
  Discutir as condutas iniciais para o atendimento e prescrição do 
exercício.
Introdução
Para aqueles que trabalham com a prescrição de exercício físico, o co-
nhecimento em fisiologia do exercício é altamente necessário, pois é 
extremante importante conhecer a ampla gama de respostas ao exercício, 
incluindo aquelas que ocorrem no âmbito de uma determinada classe 
de doenças, bem como entre as diferentes condições especiais.
Neste capítulo, você conhecerá a importância do conhecimento em 
fisiologia do exercício na prescrição e aplicação de programas de exercício 
físico com ênfase em grupos especiais. Assim, ampliará seu conhecimento 
sobre as principais modificações fisiológicas ocorridas nas condições 
especiais apresentadas, compreendendo o possível papel do exercício 
no seu tratamento. Além disso, conhecerá as principais condutas para 
o atendimento às respectivas populações especiais, com destaque para 
suas individualidades e aspectos mais importantes.
A fisiologia na prescrição e montagem 
de programas de exercícios
O conhecimento em fi siologia do exercício é essencial para compreender quais 
são as demandas impostas ao organismo, dependendo dos tipos e métodos de 
treinamento utilizados, e quais poderão ser as respostas e adaptações provo-
cadas (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). A aptidão física é um estado 
de funcionamento corporal caracterizado pela capacidade do indivíduo em 
tolerar o estresse do exercício. Como diferentes tipos de exercícios envolvem 
diferentes capacidades para serem realizados, a aptidão física abrange um 
conjunto de componentes, como força, potência e resistência musculares, 
a resistência cardiorrespiratória, a fl exibilidade, a composição corporal e a 
agilidade. E para promover melhorias nesses componentes da aptidão física, é 
importante conhecer antes de mais nada quais são as variáveis relevantes e as 
relações de estímulos necessários para promover as modifi cações (POWERS; 
HOWLEY, 2017; MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). Apenas assim é 
possível estabelecer um diagnóstico correto das necessidades do indivíduo 
(EHRMAN et al., 2017).
Quando trabalhamos com grupos especiais, esses conhecimentos se tornam 
ainda mais urgentes, pois estamos lidando com indivíduos que apresentam 
algum problema de saúde ou alguma condição de caráter irreversível que 
pode interferir diretamente na prática esportiva, ou que exigem cuidados 
específicos para participarem de algum programa de exercício físico. Nesse 
contexto, podem ser incluídos idosos e indivíduos com alguma condição 
cardiovascular ou alteração metabólica como diabetes, obesidade e câncer 
(ROBERGS; ROBERTS, 2002; ACSM, 2018). 
Para cada uma das condições citadas, se torna importante compreender 
as principais modificações fisiológicas associadas e como o exercício físico 
deve ser prescrito, ou seja, quais são as principais diretrizes de prescrição e as 
principais variáveis fisiológicas de controle e avaliação. Assim, é necessário 
compreender, por exemplo, as principais modificações vasculares e neuromus-
culares no indivíduo idoso, a fim de promover uma prescrição adequada, que 
permita adaptações específicas e melhora nas variáveis necessárias (POWERS; 
HOWLEY, 2017; MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). 
Além disso, o conhecimento das variáveis fisiológicas e de como elas se 
comportam nas condições especiais permite o controle adequado da intensi-
dade do exercício. Em cardiopatas e hipertensos que usam betabloqueadores, 
por exemplo, o exercício irá promover competição pela ligação de adrenalina 
e noradrenalina nos receptores beta-adrenérgicos cardíacos, o que reduz a 
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais2
frequência cardíaca (FC) e o vigor da contração miocárdica durante o esforço 
físico. Assim, ter esse conhecimento é importante ao prescrever exercícios e 
interpretar os resultados dos testes de esforço de indivíduos que tomam esse 
tipo de medicamento, dentre outros (EHRMAN et al., 2017; ACSM, 2018).
Um fisiologista do exercício capacitado deve possuir ampla gama de co-
nhecimentos nas seguintes áreas: anatomia, fisiologia, química, biologia e 
psicologia, além, é claro, do conhecimento sobre prescrição de exercício físico. 
Os fisiologistas do exercício avaliam, planejam ou implementam programas 
de condicionamento que incluem exercícios físicos destinados a melhorar 
a função cardiorrespiratória, a composição corporal, a força e a resistência 
muscular e a flexibilidade (EHRMAN et al., 2017).
Sendo assim, é possível afirmar que conhecimentos em fisiologia do exer-
cício para prescrição de programas permitem promover melhores resultados, 
com base em análises de dados e levantamentos da condição de cada indivíduo. 
Conhecer todas as respostas fisiológicas durante a realização de diferentes 
modalidades e intensidades de exercícios permitirá ao profissional ser mais 
assertivo na sua prescrição e, principalmente, prestar um trabalho de maior 
qualidade, segurança e eficiência para seu aluno, cliente ou paciente, com 
atenção especial aos indivíduos que possuem alguma condição especial ou 
alguma doença diagnosticada (EHRMAN et al., 2017; POWERS; HOWLEY, 
2017; MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
Efeitos fisiológicos para interpretação 
das necessidades de exercício físico
Como já destacado, os grupos especiais englobam um conjunto de indivíduos 
que apresentam alguma condição especial. A fi m de promover uma melhor 
organização e entendimento dessas condições, serão apresentadas as principais 
alterações fi siológicas para as seguintes condições, nessa ordem: crianças e 
adolescentes; envelhecimento; gestantes; diabetes melito; obesidade; doenças 
cardiovasculares; doenças pulmonares; câncer; doenças neurodegenerativas; 
transtornos mentais comuns.
Crianças e adolescentes
As crianças e adolescentes são fi siologicamente adaptáveis tanto aos treinamen-
tos aeróbicos quanto aos de força muscular (resistência). Para essa população, 
o exercício físico contribui na redução dos fatores de risco cardiometabólicos, 
3Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
auxiliando no controle do peso corporal, no aumento da força óssea e no 
bem-estar psicossocial. Além disso, a atividade física (AF) e a aptidão física 
parecem estar associadas positivamente ao melhor desempenho escolar e 
cognitivo (ACSM, 2018). 
Crianças apresentam menor eficiência ventilatória quando comparadas aos 
adultos, além de possuírem menor amplitude e maior frequência de passadas. 
Além disso, apresentam menores valores de capacidade aeróbica absoluta (l/
min) e menor capacidade de gerar potência muscular. As crianças pré-púberes, 
quando comparadas às crianças púberes e aos adultos, possuem capacidade 
limitada para aumentar a massa muscular, principalmente devido aos níveis 
mais baixos de andrógenos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
Envelhecimento
A partir dos 35–40 anos de idade, a tendência é que nossa capacidade fun-
cional comece a declinar, com a deterioração variando em qualquer idade, 
porém sofrendo infl uências genéticas, sexuais e de estilo de vida de cada um. 
Nosso pico de força muscular geralmente é alcançado entre os 20 e 40 anos, 
quando, então, a força concêntrica da maioria dos grupos musculares começa 
a declinar (MCARDLE; KATCH; KATCH TCH, 2018). A perda de força 
sofre infl uência direta do nível mais baixo de AF em indivíduos idosos; no 
entanto, a perda acelerada que ocorre entre os 60 e 80 anos de idade decorre 
da própria perda de massa muscular, inerente ao envelhecimento, chamada 
de sarcopenia(POWERS; HOWLEY, 2017). 
Observa-se ainda que o ritmo de perda de força é maior nos membros 
inferiores do que nos membros superiores, o que se torna uma preocupação por 
elevar o risco de quedas (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). No entanto, o 
treinamento de força é capaz de promover alterações positivas, aumentando a 
força muscular nos idosos de forma muito similar ao que ocorre em indivíduos 
mais jovens (POWERS; HOWLEY, 2017). De fato, cargas equivalentes a 80% 
de uma repetição máxima (1–RM) são capazes de promover tanto o aumento 
de massa quanto de força muscular (Figura 1), indicando que os idosos apre-
sentam impressionante plasticidade nas características fisiológicas, estruturais 
e relacionadas com o desempenho, mesmos que as capacidades de responder 
aos sinais de crescimento muscular diminuíam com a idade (MCARDLE; 
KATCH; KATCH, 2018).
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais4
Figura 1. Plasticidade na resposta fisiológica de resistência em dutos mais 
velhos: (a) corte transversal da coxa de idoso de 92 anos antes e (b) depois 
de 112 semanas de treinamento de força. Houve aumento de 44% na área 
magra de corte transversal.
Fonte: Adaptada de McArdle, Katch e Katch (2018).
A potência aeróbica máxima (VO2máx) declina com o passar dos anos, em 
aproximadamente 1% ao ano (0,4–0,5 ml/kg) sendo influenciada por reduções 
no nível de AF e aumento no percentual de gordura corporal. A manutenção 
de programas de treinamento é útil para promover menores perdas no VO2máx 
e maior cinética do consumo de O2 de forma semelhante para indivíduos 
jovens, sendo necessário um tempo maior para ocorrer o efeito do treinamento 
(POWERS; HOWLEY, 2017). Durante o envelhecimento, ainda se observam 
outras alterações cardiovasculares, como o declínio da FC e do volume sistólico, 
devido à diminuição do efluxo simpático ao coração, menor débito cardíaco 
e redução na complacência das grandes artérias, com consequente elevação 
da pressão arterial (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
Gestantes
A gestação é marcada por modifi cações fi siológicas e anatômicas progressi-
vas. O organismo da grávida está constantemente tentando adequar as suas 
demandas às necessidades do feto em desenvolvimento. Para isso, vários 
mecanismos tentam manter um ambiente fi siologicamente estável. As principais 
adaptações cardiovasculares e metabólicas à gestação incluem um aumento 
do volume sanguíneo em torno de 40–50%, ligeiro aumento do consumo do 
O2, aumento do gasto energético para exercícios com sustentação de peso, 
5Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
maiores valores para frequência cardíaca e aumento do débito cardíaco durante 
os dois primeiros trimestres, com sua redução no terceiro trimestre, gerando 
maior risco de hipotensão. Dessa forma, a implementação de um programa de 
exercício físico deve levar em consideração essas modifi cações (POWERS; 
HOWLEY, 2017).
De fato, gestantes sem contraindicações são orientadas a se exercitar ao 
longo da gravidez, pois, além dos benefícios do exercício para essa população, 
existe uma preocupação com os riscos a curto e a longo prazos associados ao 
comportamento sedentário. Alguns dos benefícios incluem (ACSM, 2018):
  prevenção no ganho excessivo de peso durante a gestação;
  prevenção de desenvolvimento de diabetes melito gestacional;
  redução do risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia;
  redução dos sintomas de lombalgia;
  risco reduzido de incontinência urinária;
  prevenção e/ou melhora de sintomas da depressão;
  manutenção da aptidão física;
  prevenção de retenção de peso no pós-parto. 
Atualmente, diversas evidências apontam para o benefício da prática de exercício físico 
durante a gestação; no entanto, ainda existem barreiras que precisam ser quebradas, 
tal como o temor de profissionais da saúde com o risco de complicações na gestação 
devido ao exercício físico. Isso é lamentável, pois já é comprovado que a AF praticada 
de forma regular está associada positivamente com a prevenção de várias condições 
e melhora da qualidade de vida da gestante. Portanto, deve-se enfatizar a divulgação 
dessas informações para o grupo de profissionais que atuam junto a essa população, 
para que tenham real conhecimento sobre os riscos e benefícios da AF durante a 
gestação (POWERS; HOWLEY, 2017).
Diabetes melito
Diabetes melito é um termo que abrange um grupo de doenças metabólicas 
caracterizadas pela difi culdade de se produzir insulina sufi ciente ou de utilizá-la 
de forma adequada, resultando em hiperglicemia. A insulina é um hormônio 
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais6
produzido pelas células beta do pâncreas, e é extremamente necessária para 
que os músculos, tecido adiposo e o fígado, consigam utilizar glicose. Os 
tipos que mais acometem os indivíduos são o diabetes melito tipo 1 (DM1) 
(5 a 15% dos casos) e o diabetes metilo tipo 2 (DM2) (90 a 95% dos casos) 
(EHRMAN et al., 2017). 
O DM1 é uma condição ocasionada principalmente pela destruição 
autoimune das células beta do pâncreas, embora, em alguns casos, seja 
idiopático. Pela ausência quase absoluta de insulina, o portador de DM1 
tem grande tendência a desenvolver cetoacidose diabética por acúmulo de 
cetonas (corpos cetônicos) devido a maior metabolismo de ácidos graxos. 
Dessa forma, é prescrito insulina via injeções regulares (insulinodepen-
dentes). A cetoacidose diabética pode ocorrer principalmente se estiverem 
descompensados e/ou quando a insulina encontra-se muito baixa ou o seu 
uso não está correto. Os sintomas associados a essa condição incluem 
dor abdominal, náusea, vômito, hálito com odor adocicado ou de fruta e 
respiração acelerada ou profunda (taquipneico) (EHRMAN et al., 2017; 
MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). 
O DM2 acomete principalmente indivíduos acima de 40 anos; no entanto, 
atualmente observa-se um aumento da sua incidência em adolescentes. Essa 
condição é complexa e multifatorial, manifestando-se geralmente com resis-
tência à insulina (RI) nos tecidos periféricos e/ou secreção diminuída de tal 
hormônio (EHRMAN et al., 2017). Dessa forma, o organismo é incapaz de 
utilizar a insulina de modo adequado, sobretudo nos músculos esqueléticos, 
gerando uma sobrecarga do pâncreas, que aumenta a produção desse hormô-
nio. Uma vez que o pâncreas não consegue mais elevar essa produção para 
compensar a RI, haverá a elevação da glicemia sanguínea (hiperglicemia) 
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). 
Os fatores que influenciam o risco de desenvolver o DM2 são genéticos, 
a obesidade, principalmente central (circunferência de cintura maior que 102 
cm nos homens e 89 cm nas mulheres), a idade, o sedentarismo e a presença 
de hipertensão; além disso, a dislipidemia parece contribuir com a sua fisio-
patologia. De fato, 80% dos indivíduos com DM2 tem excesso de peso ou são 
obesos (EHRMAN et al., 2017). 
Indivíduos que apresentam obesidade central e RI frequentemente evoluem 
para uma condição de pré-diabetes, marcada por hiperglicemia em resposta 
a dietas carboidratadas (intolerância à glicose) e/ou glicemia plasmática em 
jejum elevada (intolerância à glicose em jejum) (Quadro 1). Esses indivíduos 
7Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
apresentam risco elevado de desenvolver DM, uma vez que a capacidade de 
secreção das células beta tende a diminuir com o tempo (ACSM, 2018). O 
exercício físico é capaz de promover o aumento da sensibilidade à insulina e 
melhora no transporte de glicose para as células musculares, por sinalização 
celular via AMPK (POWERS; HOWLEY, 2017).
Fonte: Adaptado de ACSM, (2018).
Normal Pré-diabetes DM
HbA1c < 5,7% HbA1c = 5,7 a 6,4% HbA1c > 6,4%
GPJ < 100 mg.dl-1 GPJ = 100 a 125 mg.dl-1 GPJ > 125 mg.dl-1
GP de 2h < 140 mg.dl-1 GP de 2h = 140 
a 199 mg.dl-1
GP de 2h > 199 mg.dl-1
HbA1c: hemoglobina glicada; GPJ: glicose plasmática de jejum; GP: glicose 
plasmática.
Quadro 1. Critérios diagnósticos para pré-diabetes e DM
ObesidadeO sobrepeso e a obesidade são defi nidos com base na avaliação do índice 
de massa corporal (IMC), correspondendo a 25–29,9 kg.m-2 e a 30 kg.m-2 ou 
mais, respectivamente. Para todas as idades e etnias, ambas condições estão 
associadas a um aumento no risco de diversas condições crônicas como doenças 
cardiovasculares, DM, alguns tipos de cânceres e até alterações musculoes-
queléticas (EHRMAN et al., 2017; POWERS; HOWLEY, 2017; ACSM, 2018).
Embora o IMC seja utilizado para avaliar a obesidade, é necessária a rea-
lização de outras avaliações para corroborar o real estado do indivíduo, pois 
esse dado isolado não leva em consideração sua proporção de massa gorda e 
massa magra (Figura 2) (EHRMAN et al., 2017).
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais8
Figura 2. Comparação entre dois homens com 
mesma estatura e mesmo peso corporal, mas com 
diferenças nas outras variáveis antropométricas. 
Fonte: Adaptada de Ehrman et al. (2017).
O sobrepeso e a obesidade resultam de um balanço calórico positivo a longo 
prazo, associado ao consumo e ao gasto energético (CE e GE, respectivamente); 
portanto, entende-se que a redução do peso exige uma elevação do GE e uma 
diminuição do CE a médio e longo prazos (ACSM, 2018). O GE envolve a taxa 
metabólica basal (TMB), a termogênese dos alimentos e a prática de exercício/
AF. A primeira corresponde à velocidade do gasto energético mensurado em 
condições padronizadas, e representa um gasto entre 60 a 75% do total de um 
indivíduo sedentário, sendo maior em indivíduos mais jovens e, após os 20 anos, 
diminui cerca de 2 a 3% por década em mulheres e homens, respectivamente. 
Além disso, o aumento do percentual de gordura corporal e dietas restritivas 
prolongadas contribuem para redução da TMB. A termogênese dos alimentos 
corresponde a cerca de 10 a 15% do GE total, não sendo, portanto, um preditor 
de obesidade quando se avalia o GE. Por fim, a AF e o exercício representam 
um gasto de até 40% do GE diário. De fato, estudos mostram uma associação 
inversa entre AF e o peso corporal, havendo melhor distribuição de peso em 
pessoas fisicamente ativas (POWERS; HOWLEY, 2017). 
9Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
Atualmente, admite-se que uma inflamação sistêmica crônica subclínica 
está associada a uma gama de doenças crônicas como a hipertensão, car-
diopatias e acidente vascular encefálico, alguns tipos de câncer, condições 
respiratórias, DM2 e síndrome metabólica. Essa inflamação é caracterizada por 
aumento na concentração de citocinas inflamatórias como o TNFα, interleucina 
6 (IL–6), interleucina 1β (IL–1β) e proteína C reativa (PCR). A quantidade 
excessiva de tecido adiposo parece promover o aumento na concentração de 
alguma dessas citocinas, o que poderia justificar o elo entre a obesidade e as 
variadas doenças crônicas (POWERS; HOWLEY, 2017). 
Em condições normais, células chamadas adipócitos sintetizam e armazenam lipídeos, 
além de liberar hormônios anti-inflamatórios como a adiponectina. No entanto, essas 
mesmas células possuem a capacidade de secretar citocinas inflamatórias. De fato, o 
aumento dos adipócitos, principalmente viscerais, promove maior secreção de IL–6, 
concomitantemente à redução de adiponectina. Além disso, macrófagos começam 
a se infiltrar no tecido adiposo aumentado, contribuindo para uma inflamação local, 
onde passam a secretar TNFα. O tecido adiposo passa então a liberar ácidos graxos 
livres (AGL), juntamente com a IL–6 e o TNFα no fígado, que, em seguida, cairão na 
circulação geral. Esses fatores inflamatórios estimulam o fígado a secretar a PCR, e esta 
é usada como marcador inflamatório (POWERS; HOWLEY, 2017). 
Doenças cardiovasculares 
Os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares (DCV) são sobrepeso e obesidade, comportamento seden-
tário e componente genético (EHRMAN et al., 2017). As DCVs mais comuns 
englobam a insufi ciência cardíaca (IC) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) 
(EHRMAN et al., 2017; POWERS E HOWLEY, 2017; ACSM, 2018; MCAR-
DLE; KATCH; KATCH, 2018).
Pacientes que sofrem de IC apresentam uma incapacidade cardíaca em 
acompanhar as demandas metabólica dos órgãos e tecidos. Essa condição 
está associada principalmente ao ventrículo esquerdo (VE), podendo ser 
causada por falhas na função sistólica ou diastólica (EHRMAN et al., 2017). 
Cerca de 60% dos casos de IC estão associados a doença cardíaca isquêmica 
(DCI), ou seja, aterosclerose coronariana, gerando infarto do miocárdio (IM), 
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais10
além de consumo crônico de álcool, hipertensão a longo prazo, disfunções 
das válvulas cardíacas, infecções virais e/ou outros fatores desconhecidos 
(EHRMAN et al., 2017).
Essa condição gera várias adaptações fisiológicas e mudanças compen-
satórias associadas à disfunção do VE. De forma resumida, podem ocorrer 
reduções da fração de ejeção, aumento da massa do VE, com volume diastólicos 
e sistólicos finais elevados (insuficiência sistólica) ou diminuídos (insuficiência 
diastólica), edemas ou retenção de líquido tanto pelo aumento da pressão dias-
tólica quanto pela ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAA) 
e ainda um desequilíbrio do sistema nervoso autônomo, podendo promover 
inibição da atividade parassimpática e aumento da atividade simpática, que 
promove maior resistência periférica, além da diminuição da secreção de óxido 
nítrico (NO) e aumento de endoteliana–1 (EHRMAN et al., 2017). O treina-
mento físico é amplamente reconhecido como um complemento extremamente 
importante na terapêutica para o atendimento de indivíduos com IC crônica e 
estável, promovendo melhoras no VO2pico , na função hemodinâmica central, 
na regulação do sistema nervoso autônomo, na função vascular periférica e 
no aumento da capacidade oxidativa do músculo esquelético dos membros e 
da musculatura respiratória (ACSM, 2018).
A HAS é considerada, atualmente, a doença cardiovascular mais comum, 
afetando milhões de pessoas pelo mundo. Segundo as diretrizes internacionais, 
a HAS é diagnosticada quando o indivíduo apresenta pressão arterial sistólica 
(PAS) em repouso maior que 139mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) 
superior a 89mmHg, confirmadas por no mínimo duas medições em pelo menos 
dois dias separados, ou pela ingestão de algum medicamento anti-hipertensivo 
(EHRMAN et al., 2017; ACSM, 2018).
Os fatores patogênicos que contribuem para a HAS estão associados a 
aumento do débito cardíaco, da resistência periférica total (RPT) ou de ambos, 
sendo mais comumente associada ao aumento da RPT (EHRMAN et al., 
2017). A manutenção de valores pressóricos elevados causa lesão no endotélio 
vascular, contribuindo para o processo de aterosclerose, elevando a RPT. Dessa 
forma, ocorre aumento da pós-carga cardíaca, o que contribui para remodelação 
hipertrófica do VE, que, como já descrito, é uma das principais causas de IC.
Doenças pulmonares
As alterações pulmonares podem ser subdivididas em condições obstrutivas, 
em que há difi culdade do fl uxo de ar pulmonar, ou restritivas, em que há 
redução das dimensões pulmonares (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
11Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) envolve um conjunto de 
doenças do trato respiratório que geram obstrução ao fluxo de ar, sendo as mais 
comuns o enfisema e a bronquite crônica, que se manifestam mais frequen-
temente em indivíduos tabagistas crônicos; seus sintomas incluem dispneia, 
hipercapnia, tosse persistente e cianose. Atualmente a asma não é considerada 
uma DPOC; no entanto, suas condições ventilatórias se assemelham a uma, 
e, por isso, será discutida juntamente com as DPOCs (MCARDLE; KATCH; 
KATCH, 2018). 
O enfisema é caracterizado por um aumento permanente e anormal dos 
bronquíolos e alvéolos, devido à destruição do parênquima pulmonar sem a 
presença de fibrose. Os indivíduos enfisematososcostumam apresentar uma 
baixa capacidade física e sensação de dispneia extrema mediante esforços físi-
cos. Já a bronquite se manifesta como uma inflamação que, quando prolongada, 
pode levar a bronquite crônica. Essa inflamação pode ser desencadeada por 
agentes irritantes como a fumaça do cigarro. As membranas mucosas tendem a 
se dilatar, o que eleva a produção de muco, obstruindo as veias respiratórias e 
gerando a tosse crônica típica desses pacientes. Assim como no enfisema, esses 
indivíduos apresentam capacidade funcional reduzida, podendo apresentar 
fadiga mesmo em esforços mais leves (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). 
Estudos tem demonstrado que, além das alterações pulmonares, a DPOC 
contribui para a disfunção da musculatura esquelética, o que poderia, por sua 
vez, contribuir para a intolerância aos exercícios nesses indivíduos. Biopsias 
de músculos de pacientes com DPOC demonstraram uma menor proporção 
de fibras do tipo 1 (oxidativas), o que poderia ser justificado pela hipoxemia 
crônica (baixa concentração de O2 no sangue) (MCARDLE; KATCH; KA-
TCH, 2018).
Por sua vez, a asma é uma condição que acomete vários indivíduos ao 
redor do mundo, caracterizada por uma inflamação e hipersensibilidade das 
vias aéreas inferiores, gerando broncoconstrição. É uma condição crônica que 
gera episódios recorrentes de falta de ar, sibilo, dor no peito e tosse, estando 
associada a uma ampla variação de obstruções, frequentemente reversíveis. 
Assim, observa-se sintomas característicos da DPOC (EHRMAN et al., 2017; 
MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). Algumas metanálises sugerem que o 
exercício pode ser benéfico, demonstrando melhora na quantidade de dias 
sem sintomas de asma, na capacidade aeróbica, na taxa de trabalho máxima, 
na tolerância ao exercício e na ventilação-minuto pulmonar (POWERS; HO-
WLEY, 2017; ACSM, 2018). 
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais12
Uma atenção especial deve ser dada ao indivíduo com asma, pois os sintomas podem 
ser provocados ou piorados pelo exercício, uma condição associada à broncoconstrição 
induzida pelo exercício (BIE), chamada de asma induzida pelo exercício (AIE). Uma 
forma de minimizar essa condição é evitar a realização de exercícios em ambientes 
frios e secos, bem como com alto nível de poluição (ACSM, 2018).
Por fim, as doenças pulmonares restritivas (DPR) se caracterizam por uma 
redução na mobilidade do tórax, pois os tecidos pulmonares ficam enrijeci-
dos, opondo-se à expansão torácica. Essa resistência aumentada exige maior 
realização de força da musculatura inspiratória para manter uma ventilação 
adequada. Dessa forma, o custo energético da ventilação se eleva, podendo 
corresponder a até cerca de 50% da demanda total de O2 durante a AF. Das 
condições de DPR, a que mais parece se beneficiar pela prática de exercício 
físico é a doença pulmonar intersticial (fibrose pulmonar) (MCARDLE; KA-
TCH; KATCH, 2018). 
Câncer
O câncer engloba um grupo de doenças caracterizadas por um crescimento 
descontrolado de células anormais. Dentre as consequências mais sérias para 
o sobrevivente do câncer, podemos destacar a perda de massa corporal e o seu 
estado funcional, incluindo difi culdade na deambulação, fadiga séria, perda de 
endurance cardiovascular e força muscular, afetando suas atividades diárias. 
Dessa forma, a realização de exercícios e atividades físicas para os pacientes 
durante e após as diferentes modalidades de tratamento pode auxiliar na 
retomada de seu cotidiano, além de parecer prevenir recaídas (MCARDLE; 
KATCH; KATCH, 2018). De fato, existe uma associação inversa entre a prática 
de exercício físico regular após o diagnóstico e a recidiva do câncer, além da 
mortalidade específi ca da doença e geral. Além disso, o exercício parece ter 
um papel preventivo ao desenvolvimento de certos tipos de câncer, como o 
de mama, de próstata e o colorretal (EHRMAN et al., 2017). 
Os tratamentos do câncer acabam por desenvolver manifestações clínicas 
como sensação de dispneia, com redução da capacidade pulmonar, fraqueza 
muscular, incontinência urinária, diarreia, náuseas, vômitos, aterosclerose 
prematura, miocardiopatias, disfunção sexual, anorexia, anemia, perda de 
massa muscular, osteoporose, cefaleia, alterações da pressão arterial, dentre 
13Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
outras (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). A reabilitação para câncer 
com AF auxilia na recuperação e na retomada do estilo de vida normal, com 
maior independência e capacidade funcional, mitigando a sensação de fadiga 
e aumentando a força muscular e o endurance cardiovascular (ACSM, 2018; 
MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). 
Evidências atuais demonstram que a AF está fortemente associada a um menor risco 
de desenvolvimento de câncer de cólon, com uma associação um pouco mais fraca 
para o câncer de mama e de endométrio e ainda limitada para cânceres de próstata, 
estômago, pâncreas, ovários e pulmão. Estima-se uma média de redução nos riscos 
entre 20 a 30%, e acredita-se que esses efeitos protetivos estejam associados a múltiplos 
fatores, como a redução da adiposidade central, mudanças nos biomarcadores e na 
resistência a insulina, aprimoramento da função imune e menores níveis de inflamação 
(KRUK; CZERNIAK, 2013).
Doenças neurodegenerativas
As duas condições neurodegenerativas mais comuns são a doença de Pa-
rkinson (DP) e doença de Alzheimer (DA), que afetam principalmente 
indivíduos idosos. A DP confi gura-se como um transtorno neurológico 
crônico e progressivo marcado por sintomas que consistem em tremores em 
repouso, bradicinesia (redução da velocidade da amplitude do movimento), 
rigidez, instabilidade postural e anormalidade na marcha. A sua causa ainda 
é desconhecida; no entanto, parece haver infl uências genéticas e do meio 
ambiente. Além disso, o processo de envelhecimento, respostas autoimunes 
e a disfunção mitocondrial dos neurônios também parecem contribuir com 
a doença. O exercício físico representa um tratamento complementar no 
auxílio ao paciente com DP. De fato, a prática regular de exercícios parece 
retardar as sequelas secundárias que podem afetar os sistemas musculoes-
quelético e cardiorrespiratório, além de melhorar a performance da marcha, 
a qualidade de vida e a capacidade aeróbica do paciente (ACSM, 2018). Um 
estudo conduzido por Zigmond e Smeyne (2014) propôs a hipótese de que 
o exercício físico apresenta um papel neuroprotetor em indivíduos com DP, 
mas sua comprovação ainda exige mais estudos.
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais14
A DA também é uma doença crônica que apresenta um declínio progressivo 
na capacidade funcional, gerando perda gradual da autonomia do indivíduo. 
É considerada a principal causa de demência nos idosos. Geralmente, co-
meça com sintomas leves, marcados pela piora da memória, principalmente 
para eventos recentes, além de dificuldades de raciocínio e de julgamento e 
problemas de orientação no tempo e no espaço. Na sua evolução, o indivíduo 
passa a ter dificuldade de aprender coisas novas e lembrar de informações 
pouco utilizadas, passando a esquecer de coisas importantes e a apresentar 
comprometimento da linguagem. Estudos tem demonstrado que o nível de 
AF é um fator modificável de risco que pode atenuar o declínio cognitivo 
nas fases progressivas da DA. Além disso, a prática de exercícios revela-se 
uma estratégia importante para melhorar as capacidades neuromotoras e as 
funções cognitivas, contribuindo para a melhora da capacidade funcional e 
outras complicações da DA (FORLENZA et al., 2012).
Transtornos mentais comuns
São considerados transtornos mentais comuns (TMC) as alterações do hu-
mor que, em questões epidemiológicas, atingem grande parte da população. 
Abrangem a depressão, a ansiedade e os transtornos somáticos, condições 
que têm sido incluídas entre os maiores problemas do século XXI, estando 
relacionadas com a correria do dia a dia, pressões cotidianas, questões fi nan-
ceirase familiares, bem como o trabalho (VIEIRA, 2015).
Estudos demonstram que o nível de AF está positivamente associado com 
a boa saúde mental quando esta é avaliada pelo bom humor, bem-estar geral 
e sintomas relativamente esporádicos de ansiedade e depressão. Entre outros 
aspectos, o exercício físico regular parece modular a liberação de alguns neu-
rotransmissores como a serotonina, demonstrando ser positivo para pacientes 
com depressão. A manutenção de um programa de exercícios para indivíduos 
propensos a distúrbios psicológicos parece promover alegria, motivação e 
sociabilização (VIEIRA, 2015).
Distúrbios do sono são uma característica marcante das condições de 
TMC, e muitos medicamentos utilizados no tratamento de TMC parecem 
influenciar no sono (EHRMAN et al., 2017). Um estudo realizado por Singh 
et al. (2005) demonstrou que 8 semanas de treinamento de força promoveram 
melhora em sintomas depressivos e na qualidade do sono em relação ao grupo 
de controle, além de revelar que o treinamento de força de alta intensidade foi 
mais significativo que o treinamento de baixa intensidade.
15Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
Condutas iniciais para prescrição de exercícios
O Colégio Americano de Medicina do Esporte propõe que todos os indivíduos 
antes de iniciarem um programa de exercícios físicos devem passar por uma 
triagem pré-participação (ACSM, 2018). Nessa etapa, deve ser avaliado seu 
histórico médico de forma minuciosa, incluindo informações anteriores e 
atuais a respeito de sua condição. Além disso, devem ser avaliadas as variá-
veis associadas à aptidão física relacionada à saúde (MCARDLE; KATCH; 
KATCH, 2018). Devido às peculiaridades das condições aqui discutidas, 
apresentaremos a seguir as principais orientações e condutas para cada uma 
no que tange a prescrição de exercícios.
No link a seguir, você poderá acompanhar um vídeo de apresentação do instrumento 
proposto pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) para a realização 
da triagem pré-participação em exercícios.
https://qrgo.page.link/6cpdJ
Crianças e adolescentes
Crianças e adolescentes saudáveis podem iniciar um programa de exercícios 
sem a necessidade de realização de teste de esforço; no entanto, se apre-
sentarem condições como asma, diabetes, obesidade ou alguma condição 
cardiovascular, o teste de esforço pode ser solicitado. Em geral, podem ainda 
ser realizados testes de saúde e aptidão, como, por exemplo, a bateria de testes 
do FitnessGram, que avalia os seguintes componentes: composição corporal 
(IMC, dobras cutâneas ou impedância bioelétrica) aptidão cardiorrespiratória; 
e aptidão muscular e fl exibilidade (ACSM, 2018).
Geralmente, as diretrizes de treinamento de força para adultos podem ser 
aplicadas a esta população, respeitando-se as características inerentes a cada 
idade (ACSM, 2018). A maneira como crianças e adolescentes respondem ao 
exercício pode ser diferente de como o adulto responderia, e suas adaptações 
ao treinamento estão associadas, até certo ponto, ao crescimento e maturação 
(EHRMAN et al., 2017).
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais16
Envelhecimento 
As recomendações para programas de treinamento físico voltados para idosos 
são similares àquelas para pessoas mais jovens, com a necessidade de realização 
de um exame clínico e de triagem de fatores de risco, já que idosos apresen-
tam maior probabilidade de terem DCV e outras comorbidades. Devem ser 
investigados os padrões de AF habituais, seu nível de capacidade funcional 
e os sintomas induzidos pelo exercício (dor no peito, dispneia, palpitações, 
tonturas ou claudicações). Caso o idoso apresente histórico desses sintomas 
ou infarto do miocárdio, revascularização periférica, presença de DM e/ou 
outros distúrbios, ele deverá ser colocado em uma categoria de maior risco. 
Devido às possíveis condições que essa população pode apresentar, é importante 
identifi car os medicamentos utilizados, pois podem infl uenciar no desempenho 
e na segurança do exercício físico. Exemplo disso são os fármacos psicoativos 
(como os ansiolíticos), que podem aumentar o risco de quedas (ACSM, 2018; 
MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). 
Deve ser realizado um exame físico focado na PA e na auscultação cardíaca 
e pulmonar, além de avaliações físicas que incluem medidas antropométricas 
para composição corporal, avaliação postural e avaliação funcional. Um teste 
simples de caminhada por um corredor pode revelar alterações na marcha. 
Geralmente, idosos que não apresentam alterações da PA e nenhuma outra DCV 
podem iniciar um programa de exercício de intensidade baixa ou moderada (de 
3 a 6 METs; 40–60% do VO2máx estimado) sem a necessidade de um teste de 
esforço (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). No caso de idosos com riscos 
maiores ou que desejam realizar exercícios mais intensos, é recomendado a 
realização de um teste de esforço, incluindo capacidade cardiorrespiratória, 
força e flexibilidade. Se apresentarem histórico de queda, é importante a 
avaliação do equilíbrio. Alguns dos testes de desempenhos mais utilizados 
são o Senior Fitness Test, Short Physical Performance Battery, Velocidade de 
Marcha Usual, Teste de Caminhada de 6 min e Teste de Desempenho Físico 
de Escala Contínua (ACSM, 2018).
Gestantes
A avaliação médica da gestante para prática de exercícios físicos pode incluir 
a aplicação do PARmed-X para gestação, que é um instrumento que avalia o 
seu estado de prontidão para AF (ACSM, 2018). Os testes de esforço máximo 
não devem ser realizados, a menos que seja uma necessidade médica e desde 
17Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
que a grávida não apresente qualquer contraindicação para a realização de 
exercícios físicos (POWERS; HOWLEY, 2017; ACSM, 2018).
De maneira geral, as seguintes recomendações devem ser observadas junto 
a gestantes (POWERS; HOWLEY, 2017):
  se forem previamente sedentárias e desejam iniciar a prática de exercício 
físico, devem preferir atividades de baixo risco, como caminhada, 
natação, hidroginástica, etc.;
  se já praticam atividade física e desejam continuar, é recomendado 
atividades de médio risco, como ginástica aeróbica, musculação e 
esportes com raquetes;
  atividades que apresentam grandes possibilidades de trauma, como 
esportes coletivos e ginástica de alto impacto, devem ser evitados. 
Diabetes melito
O exercício físico regular em indivíduos com DM2 resulta em melhorias na 
tolerância à glicose, na sensibilidade à insulina e na diminuição da hemoglo-
bina glicada (HbA1c). Além disso, existem outros benefícios para indivíduos 
com DM1, DM2 ou pré-diabéticos, que incluem melhoria nos fatores de risco 
associados a doenças cardiovasculares, bem como no bem-estar geral. A prática 
de exercícios 150 minutos/semana está associada à diminuição da morbimor-
talidade em todas as populações, incluindo aquelas com DM (EHRMAN et 
al., 2017). 
A prescrição de exercícios físicos para indivíduos com DM1 deve ter como 
preocupação a possibilidade de hiperglicemia e cetose, que podem resultar em 
coma diabético (ACSM, 2018). Os sintomas comuns associados à hiperglicemia 
são fadiga, poliúria, fraqueza, sede e hálito cetônico. É recomendado avaliar 
a concentração de cetonas se a glicemia do paciente estiver superior a 250 
mg.dl-1. Indivíduos que apresentem uma glicemia maior que 299 mg.dl -1, se 
estiverem se sentindo bem e não apresentarem corpos cetônicos nos testes de 
sangue e urina, podem praticar exercícios de intensidade moderada, abstendo-se 
de exercícios de intensidade vigorosa. Caso apresentem corpos cetônicos, o 
exercício deve ser adiado (Figura 3) (LAMOUNIER et al., 2015; EHRMAN 
et al., 2017).
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais18
Figura 3. Exercício físico e hiperglicemia.
Fonte: Adaptada de Lamounier et al. (2015).
Porém, outra preocupação é a possibilidade de ocorrência de hipoglicemia 
(glicose sanguínea inferior a 60–70 mg.dl -1) ocasionadapelo excesso de insulina 
ou agente hipoglicemiante oral, ingestão inadequada de carboidratos, jejuns 
prolongados e prática de exercícios excessivos ou mal planejados, sendo os 
principais sintomas tremores, fraqueza, sudorese anormal, ansiedade, formi-
gamento na boca e nos dedos e fome, podendo evoluir para dor de cabeça, 
distúrbios visuais, confusão mental e até coma. A hipoglicemia pode ocorrer 
tanto durante o exercício quanto várias horas após o término da sessão. Em 
indivíduos com DM1, uma glicemia inferior a 70 mg.dl -1 é uma contraindica-
ção relativa para início de exercícios aeróbicos agudos. Dessa forma, quem 
faz uso de insulina deve monitorar a sua glicemia antes, durante e após o 
exercício. A maioria desses indivíduos pode precisar consumir entre 15 e 45 
g de carboidratos (incluindo glicose, sacarose ou lactose) antes da prática 
de exercícios se sua glicemia estiver abaixo de 100 mg.dl -1, dependendo da 
intensidade e da duração do exercício (EHRMAN et al., 2017; MCARDLE; 
KATCH; KATCH, 2018).
Já os indivíduos com DM2 tendem a não apresentar as mesmas flutuações 
na glicemia durante os exercícios. Nesse caso, se sua glicemia estiver elevada 
por duas ou três horas após uma refeição (pós-prandial), eles provavelmente 
sofrerão queda no nível de glicose sanguínea durante o exercício aeróbico, uma 
vez que os níveis endógenos de insulina estarão altos (ACSM, 2018). Nessa 
situação, é preciso ter cuidado, pois pode haver um aumento na micção de 
forma exagerada, o que poderia levar a uma desidratação e uma diminuição 
da atividade mental, podendo resultar em coma. Essa condição é chamada de 
síndrome hiperosmolar não cetótica, e ocorre quando a glicemia é intensa e 
prolongada. Nesse caso, o exercício é contraindicado (EHRMAN et al., 2017).
19Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
Obesidade
Embora a obesidade seja, aparentemente, uma condição médica óbvia, é 
necessária uma avaliação completa para determinar sua real condição. Para 
isso, é preciso realizar uma avaliação da massa corporal, da estatura, das cir-
cunferências de cintura, quadril e pescoço (recentemente sendo demonstrado 
como fator de risco para DM e DCV), gordura corporal, problemas musculo-
esqueléticos e/ou ortopédicos, além de outras medidas para identifi cação de 
possíveis comorbidades, como HAS e DM (ACSM, 2018). 
Um teste de esforço não é indicado para indivíduos com sobrepeso ou obesos 
antes do início de um programa de exercícios de intensidade leve à moderada 
(2–6 METs). Porém, caso seja realizado, principalmente para os indivíduos 
obesos, é recomendado a utilização de bicicletas ergométricas que permitam 
com que o indivíduo possa ficar sentado (ACSM, 2018). Apesar disso, um 
estudo conduzido por McCullough et al. (2006) com indivíduos obesos que 
possuíam indicação para cirurgia bariátrica (IMC > 45 km.m-2), demonstrou 
que apenas um não pode realizar o protocolo de caminhada testado. Além 
disso, recomenda-se a realização de teste de força, para orientar na elaboração 
de um programa de força, e a avaliação da flexibilidade, para identificar 
articulações com amplitude limitada (EHRMAN et al., 2017).
Doenças cardiovasculares 
Antes de iniciar um programa de AF, é necessário realizar uma triagem de 
saúde que deve incluir anamnese, exame físico, avaliações laboratoriais e 
testes fi siológicos pertinentes. O histórico médico deve estar atualizado, 
sendo importante seu acompanhamento ao longo do programa de treinamento 
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). O ACSM (2018) propõe a utilização 
do algoritmo de triagem de pré-participação, um instrumento desenvolvido 
para identifi car participantes com risco de complicações cardiovasculares 
durante ou imediatamente após exercícios.
Para indivíduos com sinais/sintomas ou alguma DCV diagnosticada, é reco-
mendada a avaliação dos níveis plasmáticos de colesterol e triglicerídeos, além 
da glicemia de jejum. Além disso, deve ser realizado, com base na avaliação 
médica, eletrocardiograma de 12 derivações em repouso, angiografia coronária, 
ecocardiograma, radiografia de tórax (em caso de suspeita ou presença de IC), 
perfil bioquímico e hemograma completo (EHRMAN et al., 2017).
O teste de esforço limitado por sintomas é seguro junto a pacientes com 
IC, e, quando associados à medição indireta de gases inspirados, fornece 
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais20
informações úteis sobre respostas eletrocardiográficas e hemodinâmicas ao 
exercício (ACSM, 2018). 
Já para indivíduos hipertensos, controlados e assintomáticos, o teste de 
esforço não é uma indicação; porém, pode ser útil para avaliar a resposta 
da PA ao exercício. Indivíduos com HAS podem apresentar respostas exa-
geradas da PA durante a AF, mesmo se ela estiver controlada em repouso 
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). A utilização de medicamentos pelos 
praticantes sempre deve ser levada em consideração, como é o caso dos be-
tabloqueadores, que podem reduzir a capacidade submáxima e máxima do 
exercício. Medicamentos anti-hipertensivos e vasodilatadores podem levar 
a reduções excessivas e súbitas da PA pós-exercício, justificando uma volta 
à calma de forma gradual e prolongada, com monitorização da PA e da FC 
até que retornem aos níveis de repouso. Independentemente dessa resposta, 
indivíduos que sofrem de HAS tendem a apresentar hipotensão pós-exercício, 
principalmente aeróbico, e devem ser conscientizados sobre isso (EHRMAN 
et al., 2017; ACSM, 2018). 
Doenças pulmonares
Antes de iniciarem um programa de exercício físico, os pacientes que apre-
sentam doenças pulmonares devem ser orientados a realizar testes de esforço, 
pois eles fornecem medidas objetivas da capacidade de exercício, mecanismos 
de intolerância ao exercício, prognóstico, progressão da doença e resposta 
ao tratamento. Em indivíduos cuja doença é leve ou moderada, os sintomas 
podem surgir apenas quando o sistema respiratório é demandado, como du-
rante o exercício. Já nas condições graves, a sua capacidade está tão reduzida 
que até a atividade simples se torna um desafi o para o sistema respiratório 
(EHRMAN et al., 2017). 
Durante os testes, devem ser realizados a monitorização da PA, a atividade 
elétrica cardíaca (eletrocardiograma), a saturação de O2 arterial e a medição 
da dispneia. Já existem aparelhos validados para a medição da PA durante 
exercícios. Além disso, um oxímetro de pulso, também validado, pode ser 
utilizado. Para avaliação da dispneia, podem ser utilizadas escalas subjetivas 
(como a escala de Borg CR-10 modificada para dispneia) (EHRMAN et al., 
2017; ACSM, 2018).
Para indivíduos com DPOC, é preciso tomar um cuidado especial com seu 
risco de desenvolver hipertensão pulmonar, tanto durante os testes quanto 
durante os exercícios. É recomendada cautela ao realizar exercícios de membros 
superiores, pois o aumento da pressão adicional nos músculos assessórios da 
21Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
respiração pode dificultar ainda mais a ventilação nesses indivíduos, aumen-
tando sua dispneia. Para os pacientes que sofrem de asma, deve-se acompanhar 
a utilização do medicamento broncodilatador inalatório de curta duração 
(como albuterol, bitolterol e pirbuterol), que pode ser indicado para evitar BIE 
(ACSM, 2018). Além disso, uma dessaturação de oxi-hemoglobina inferior 
a 80% pode ser utilizada como forma de término tanto do teste quanto do 
exercício. Se houver exacerbações da asma, o paciente não deve se exercitar 
até que os sintomas e a função respiratória tenham melhorado. Também deve 
ser evitada a realização de exercícios em ambientes frios ou com poluentes, 
sob risco de desenvolvimento de broncoconstrição (EHRMAN et al., 2017). 
Câncer
Ainda são poucas as pesquisas que demonstram a prescrição adequada de 
exercícios para indivíduos com câncer, bem como o momento mais adequado 
para iniciar o programa em relação às fases do tratamento. Por conta disso, as 
recomendações para a reabilitaçãooncológica, em geral, incluem exercícios 
que são limitados por sintomas. Devem ser avaliados o estado nutricional, 
possíveis problemas metabólicos, além de sinais agudos ou sintomas que 
são específi cos de um tipo de câncer e que poderiam impedir a participação 
no exercício (uma mulher que realizou mastectomia recente, por exemplo, 
pode estar limitada a realizar exercícios de membros superiores). Também 
deve ser realizada uma avaliação funcional que permita identifi car possíveis 
instabilidades na marcha associadas à quimioterapia ou ao envolvimento do 
sistema nervoso, alterações na cicatrização, imunossupressão e sangramentos. 
Além disso, alguns sintomas agudos podem exigir mudanças no planejamento, 
como náusea, vômito, fadiga e fraqueza. Isso requer uma reavaliação constante 
durante o programa de treinamento (EHRMAN et al., 2017). 
Os procedimentos utilizados para os testes de esforço são os mesmos 
adotados para indivíduos sadios, com a ressalva de que tais pacientes devem 
receber uma atenção especial em termos de suas sensações de fadiga. Não é 
recomendado que se exercitem ao máximo, e algumas informações podem 
sugerir uma contraindicação para a realização de exercícios (EHRMAN et 
al., 2017):
  Hemoglobina < 10 g.dl-1
  Células brancas (leucócitos) < 3.000/ml
  Neutrófilos < 0,5.109.ml-1
  Plaquetas < 50.109.ml-1
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais22
  Febre > 38°C (100,4° F)
  Marcha instável (ataxia)
  Caquexia ou perda de > 35% do peso pré-comorbidade
  Dispneia limitante com esforços físicos
  Dor óssea
  Náusea severa
  Metástase esquelética extensa
Doenças neurodegenerativas
Como estas condições afetam principalmente os idosos e apresentam re-
percussões signifi cativas nas suas capacidades funcionais, é recomendada 
a realização de testes de aptidão física específi cos para idosos, que incluam 
avaliações de equilíbrio, marcha, mobilidade geral, amplitude de movimento 
articular, fl exibilidade e força e resistência musculares (ACSM, 2018).
Como se tratam de condições degenerativas progressivas, pode haver dis-
função do sistema nervoso autônomo, o que talvez acarrete em anormalidades 
na pressão arterial. Dessa forma, deve-se ter cuidado na prescrição e deve 
ser realizado monitoramento constante das variáveis hemodinâmicas. Além 
disso, esses indivíduos podem apresentar com maior frequência hipotensão 
ortostática, sendo recomendado, portanto, a realização de exercícios com a 
maior segurança possível, evitando-se a mudança de posição rápida e constante 
(FORLENZA et al., 2012; ACSM, 2018).
Transtornos mentais comuns
As orientações para indivíduos com TMC são as mesmas, respeitando-se sua 
idade, sexo e/ou alguma comorbidade que apresentem. No entanto, deve-se 
dar uma atenção especial ao seu estado motivacional e à sua percepção de 
esforço, pois eles tendem apresentar menor tolerância à fadiga. Portanto, 
o profi ssional deve criar estratégias que promovam a maior adesão destes 
indivíduos ao programa de treinamento, preferencialmente promovendo a 
prática de exercícios mais prazerosos para cada um. É importante também que 
os profi ssionais conheçam os sintomas específi cos da condição apresentada. 
Sendo assim, todo um processo de pré-participação deve ser realizado junto 
a estes indivíduos (VIEIRA, 2015; EHRMAN et al., 2017).
Com base no que foi exposto, podemos perceber a importância dos co-
nhecimentos em fisiologia aplicada à prescrição de exercícios, principalmente 
associados às populações especiais. Foi possível identificar os principais 
23Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais
cuidados, necessidades e restrições que devem ser levados em conta durante 
a prescrição e orientação do treinamento. São procedimentos a serem segui-
dos para a análise das principais condições associadas aos indivíduos, que 
permitem nortear com segurança a atuação do profissional de educação física 
e outros profissionais que atuem na área do exercício físico. A fisiologia do 
exercício é uma área em constante crescimento, e hoje existe um ramo dessa 
disciplina, chamado fisiologia do exercício clínico, que amplia o entendimento 
das principais doenças crônicas e o papel do exercício físico no seu tratamento. 
ACSM. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 10. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
EHRMAN, J. K. et al. Fisiologia do exercício clínico. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2017.
FORLENZA, O. et al. Doença de Alzheimer: uma perspectiva do tratamento multiprofis-
sional. Rio de Janeiro: Atheneu, 2012.
KRUK, J.; CZERNIAK, U. Physical activity and its relation to cancer risk: updating the 
evidence. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, v. 14, n. 7, p. 3.993–4.003, 2013.
LAMOUNIER, D. et al. (ed.). Atividade física e diabetes: a prática segura de atividades 
desportivas. Posicionamento Oficial SBD no. 04/2015. São Paulo: SBD, 2015. Disponível 
em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/posicionamento-4.pdf. 
Acesso em: 1 ago. 2019.
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e 
desempenho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
MCCULLOUGH, P. A. et al. Cardiorespiratory fitness and short-term complication after 
bariatric surgery. Chest, v. 130, n. 2, p. 517–525, 2006.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condiciona-
mento e ao desempenho. 9. ed. Barueri: Manole 2017.
SINGH, N. et al. A randomized controlled trial of high versus low intensity weight training 
versus general practitioner care for clinical depression in older adults. Journal of Geron-
tology: Series A, Biological Sciences and Medical Sciences, v.60, n. 6, p. 768–776, 2005.
VIEIRA, A. A. U. Exercícios físicos e seus benefícios no tratamento das doenças. Rio de 
Janeiro: Atheneu, 2015.
ZIGMOND, M. J.; SMEYNE, R. J. Exercise: is it a neuroprotective and if so, how does it 
work? Parkinsonism & Related Disorders, v. 20, n. 1, p. S123–S127, 2014.
Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais24
Leituras recomendadas
BEAVERS, K. M. et al. Long-term physical activity end inflammatory biomarkers in 
older adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 42, n. 12, p. 2.189–2.196, 2010.
BELLI, J. F. C. et al. Comportamento do ergorreflexo na insuficiência cardíaca. Arquivos 
Brasileiros de Cardiologia, v. 97, n. 2, p. 171–178, 2011.
CHODZKO-ZAJKO, W. et al. Exercise and physical activity for the older adults. Medicine 
and Science in Sports and Exercise, v. 41, v. 7, p. 1.510–1.530, 2009.
COFFEY, V. G.; HAWLEY, J. A. The molecular bases of training adaptation. Sport Medicine, 
v. 37, n. 9, p. 737–763, 2007.
ESPOSITO, K. et al. Effect of a mediterranean-style diet on endothelial dysfunction 
and markers of vascular inflammation in the metabolic syndrome. Jama, v. 292, n. 12, 
p. 1.440–1.446, 2004.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
KOEPPEN, B. M.; STANTON, B. A. Berne & Levy: fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
RIBEIRO, J. P.; CHIAPPA, G. R.; CALLEGARO, C. C. Contribuição da musculatura inspiratória 
na limitação ao exercício na insuficiência cardíaca: mecanismos fisiopatológicos. Revista 
Brasileira de Fisioterapia, v. 16, n. 4, p. 261–267, 2012.
SILVERTHORN, D. V. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017.
WEST, J. B. Fisiologia respiratória: princípios básicos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
25Fundamentos da fisiologia do exercício para populações especiais

Mais conteúdos dessa disciplina