Buscar

TICs 02 - Cólera

Prévia do material em texto

AFYA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - GARANHUNS 
 
 
 
MARCELA NOBRE BELTRÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS ORGÂNICOS E INTEGRADOS IV 
Cólera 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GARANHUNS 
2023 
MARCELA NOBRE BELTRÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS ORGÂNICOS E INTEGRADOS IV 
Cólera 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de 
Tecnologia da Informação, como requisito 
parcial para obtenção de nota em Sistemas 
Orgânicos e Integrados IV do curso de 
medicina. 
 
Orientador: Prof. Felipe de Melo Souza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
GARANHUNS 
2023 
1. Quando suspeitar clinicamente que o paciente possa apresentar cólera? Qual 
a diferença das outras enterocolites bacterianas? 
 
A bactéria Vibrio cholerae é um microrganismo gram-negativo que causa a 
doença conhecida como cólera. A doença é registrada na maioria dos países costeiros 
com condições de higiene precárias. A bactéria é encontrada na maioria dos oceanos 
e mares, de modo que a maioria dos casos de exposição à bactéria é assintomática 
ou provoca uma diarreia autolimitante. Doença clinicamente significativa ocorre 
apenas após a ingestão de grande quantidade de bactérias. 
A cólera é uma infecção intestinal aguda que a transmissão ocorre 
principalmente através do consumo de água ou alimentos contaminados com fezes 
infectadas pela bactéria, podendo espalhar-se rapidamente em áreas com más 
condições de saneamento e higiene. 
A toxina colérica é uma exotoxina do tipo A-B que se liga a receptores das 
células da mucosa intestinal, levando a uma hipersecreção de eletrólitos e água. O 
pilus de regulação conjunta com a toxina (TCP) serve como receptor para 
bacteriógrafos, que transferem genes das duas subunidades da toxina para a bactéria, 
além de mediar a aderência bacteriana às células da mucosa intestinal. A enterotoxina 
acessória da cólera aumenta a secreção intestinal de fluidos enquanto a toxina da 
zônula oclusiva aumenta a permeabilidade intestinal. 
A cólera manifesta-se como uma diarreia aquosa e vômito repentinos, 
podendo rapidamente evoluir para desidratação grave, acidose metabólica, 
hipocalemia e choque hipovolêmico, sendo necessário rápido atendimento médico 
para evitar possíveis complicações, inclusive morte do paciente. 
De acordo com as manifestações clínicas, numa suspeita de paciente 
contaminado por Vibrio cholerae é importante observar também a história de 
exposição deste paciente, sendo necessária uma anamnese pregressa completa 
desde viagens a casos próximos de infecção na família ou comunidade, na tentativa 
de identificar possível ida a áreas endêmicas ou algum surto local. 
O exame microscópico das fezes pode ser válido no diagnóstico de infecções 
agudas, mas se torna negativo, rapidamente, conforme a doença progride, porque as 
bactérias são “descartadas” para fora do intestino junto com a diarreia intensa. 
Imunoensaios para a toxina colérica ou para o antígeno O1 são válidos, embora a 
performance analítica seja bastante variável. A cultura deve ser realizada na fase 
inicial da doença, com amostras frescas de fezes; demora no processamento das 
amostras pode tornar seu pH ácido, levando à perda de bactérias viáveis. Os NAATs 
(testes simultâneos para múltiplos enteropatógenos) estão se tornando comuns e 
poderão substituir as culturas nos próximos anos. 
A principal diferença da cólera para as demais enterocolites bacterianas é o 
agente causador, onde a cólera é causada pela bactéria Vibrio cholerae e outras 
enterocolites bacterianas por várias bactérias como a Salmonella spp., Shigella spp., 
E. coli enteropatogênica, entre outras. Os sintomas variam dependendo da bactéria 
específica, mas podem incluir diarreia, cólicas abdominais, febre, vômitos e mal-estar 
geral. Já a transmissão de ambas ocorre por ingestão de água e/ou alimentos 
contaminados ou contato direto com indivíduos infectados. A gravidade e o tratamento 
também vão variar, mas hidratação geralmente é necessária e o tratamento de 
antibióticos pode ser necessário em certos casos, dependendo da bactéria. Devido à 
similaridade na transmissão, a prevenção também será por medidas de higiene, 
saneamento e manipulação adequada de alimentos nas enterocolites bacterianas. 
No tratamento da cólera é fundamental a reposição de fluidos e eletrólitos, 
antibióticos (ex. azitromicina) reduzem a carda bacteriana e a produção de exotoxinas, 
mas têm papel secundário no manejo do paciente. A melhora das condições de 
higiene da população também é fundamental para o controle das doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
MURRAY, Patrick R. Microbiologia Médica Básica. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 
2018. E-book. ISBN 9788595151758. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151758/. Acesso em: 22 
ago. 2023. 
 
TEIXEIRA, Ana Flávia Machado. Doenças microbianas de origem 
alimentar. Academia de Ciência e Tecnologia, v. 3, p. 1-8, 2010. 
 
DE ALMEIDA VAZ, Pâmela Augusto; CHAMMA, Rafael Pitanguy; ALVES, Ms Maria 
de Fátima Malizia. Cólera. ACTA MSM-Periódico da EMSM, v. 6, n. 1, p. 46-58, 2018.

Continue navegando