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1
Direito e Atenção à Saúde 
da Pessoa Idosa
Determinantes sociais de saúde 
e o Envelhecimento Ativo2
2
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF
Conteudista:
Paulo Adão de Medeiros (Conteudista, 2021). 
Diretoria de Desenvolvimento Profissional. 
3
Sumário
Unidade 1 – Conceitos e teorias do envelhecimento .............................................................4
1.1 Teorias biológicas do envelhecimento humano ........................................................................................4
1.2 Geriatria e Gerontologia: a multidimensionalidade do processo de envelhecer ............................5
1.3 Mas o que é o envelhecimento? .....................................................................................................................6
Referências ..................................................................................................................................................................8
Unidade 2 – Envelhecimento Ativo: uma política de saúde ..................................................10
2.1 O conceito e os determinantes do Envelhecimento Ativo ....................................................................10
Referências ..................................................................................................................................................................14
Unidade 3: Determinantes comportamentais do Envelhecimento Ativo .........................15
3.1 Saúde oral e alimentação saudável no envelhecimento ........................................................................15
3.2 Atividade física e envelhecimento saudável ..............................................................................................20
3.3 Prevenção do tabagismo e consumo abusivo de álcool em idosos ...................................................23
Referências ..................................................................................................................................................................30
Unidade 4: Uso racional de medicamentos por pessoas idosas .................................................32
4.1 O que é Assistência Farmacêutica no SUS? ..............................................................................................32
4.2 Uso racional de medicamentos......................................................................................................................33
Referências ..................................................................................................................................................................36
Unidade 5: Políticas Públicas e capital visando um envelhecimento digno ...................37
5.1 Quais os capitais que devemos acumular para envelhecer bem?.......................................................37
5.2 Como podemos acumular esses capitais? .................................................................................................38
Referências ..................................................................................................................................................................39
4
Determinantes sociais de saúde 
e o Envelhecimento AtivoMÓ
D
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LO
2
Unidade 1 – Conceitos e teorias do envelhecimento
1.1 Teorias biológicas do envelhecimento humano
Você já deve ter se perguntado, como e por que envelhecemos? A humanidade sempre teve sua 
curiosidade instigada pela inevitabilidade do processo de envelhecimento, frequentemente se referindo 
a este como um mistério ou um problema biológico não solucionado. No entanto, muitos avanços foram 
feitos neste campo no último século, possibilitando vasto número de hipóteses e modelos de análise. 
Desse modo, ao tratar de um conteúdo tão complexo não seria possível aprofundá-lo neste curso. 
Portanto neste tópico a intenção é apresentar um breve apanhado das principais teorias que tentam 
explicar o envelhecimento biológico. 
Avatar do Professor João.
Fonte: br.freepik.com
• Efeitos regenerativos = construir novamente, desenvolver ou realizar algo outra vez. 
• Efeitos degenerativos = perda ou destruição das características originais, diminuição, perda 
ou modificação das qualidades originais
Na juventude uma célula morre para dar espaço para outras células no processo de subdivisão, mas chega 
uma época que as células param de se subdividir e morrem. O envelhecimento biológico normalmente 
ocorre em resultado de um processo gradual, relacionado com o tempo, que se desenvolve à medida 
que os eventos fisiológicos degenerativos superam os regenerativos.
5
1.2 Geriatria e Gerontologia: a multidimensionalidade do processo de 
envelhecer
Ao trabalharmos com as questões do envelhecimento ouve-se muito os termos “Geriatria e Gerontologia” 
que muitas vezes acabam se confundindo e sendo usados como sinônimos ou noutros casos criando-se a 
impressão de que seriam áreas totalmente independentes. No entanto, são diferentes conceitos que apesar 
de estarem bem próximos acabam tendo funções e representações diferentes, vamos ajudar a esclarecer 
isso neste tópico. Continue acompanhando! 
Quando jovem, existe um balanço entre esses efeitos, mas com o passar do tempo os efeitos degenerativos 
superam os efeitos regenerativos e alguns órgãos podem falhar, pois tem menos células se formando e 
realizando as suas funções adequadamente no nosso organismo. 
Além de o envelhecimento humano estar sujeito a influências intrínsecas, como a constituição genética 
individual responsável pela longevidade máxima, ele também é largamente influenciado por fatores extrínsecos 
condizentes às exposições ambientais que o indivíduo sofreu (tipo de dieta, sedentarismo, poluição, entre 
outros), os quais proporcionam uma grande heterogeneidade entre as formas de se envelhecer. 
Várias teorias são propostas para explicar a origem do fenômeno do envelhecimento, cada qual com um 
conjunto de conceitos, fatos e indicadores. Esta variedade de teorias provém dos muitos pontos de controvérsia 
que surgem no momento de estabelecer os fatores envolvidos no processo de envelhecer. Além disso, essa 
variedade vem do próprio entendimento desse fenômeno complexo, uma vez que muitas teorias formuladas 
se apoiam somente na alteração biológica isolada, sem considerar a complexidade e integridade das condições 
que caracterizam o envelhecimento humano. Os estudos são constantes para identificar evidências científicas 
sobre as causas do processo de envelhecimento biológico do organismo, desenvolvendo assim muitas teorias, 
sendo que algumas são mais aceitas pela comunidade científica e outras, com o passar dos anos, acabam não 
encontrando respaldo suficiente que sustente suas hipóteses. 
As teorias biológicas do envelhecimento têm sido classificadas de várias formas, mas frequentemente 
apresentadas em dois grupos: teorias programadas (existência de "relógios biológicos" que regulam o 
crescimento, a maturidade, a velhice e a morte) e teorias estocásticas (tem como premissa a identificação de 
agravos que induzem aos danos moleculares e celulares, aleatórios e progressivos). 
O envelhecimento é um fenômeno complexo que envolve inúmeros fatores levando à elaboração de várias 
hipóteses e teorias voltadas para explicar esse processo. Contudo, compreende-se que possui uma base 
celular, e que diferentes genes envolvidos em processos de reparação, manutenção e reaproveitamento 
de componentes celulares apresentam papel crucial na modulação do processo. Também entende-se que 
possui uma base ambiental e dentre os fatores ambientais mais influentes sobre o envelhecimento, a dieta e 
a atividade física também se fazem presentes por meio da mediação de genes, muitos deles já identificados e 
investigados do ponto de vista funcional. 
O que é Geriatria? 
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) é a especialidade médica que se 
integra na área da Gerontologiacom o instrumental específico para atender aos objetivos da promoção do 
envelhecimento saudável, da prevenção e do tratamento das doenças, em especial aquelas mais comuns na 
velhice, da reabilitação funcional e dos cuidados paliativos. 
Portanto, o geriatra é o médico que se especializou no cuidado de pessoas idosas, utilizando uma abordagem 
ampla para a avaliação clínica, incluindo aspectos psicossociais, escalas e testes. Frequentemente, atua em 
conjunto com uma equipe multidisciplinar, como na avaliação de tratamentos adequados e daqueles que 
trazem riscos e/ou interações indesejadas.
6
Conforme exposto no Tratado de Geriatria e Gerontologia, a ciência cujo fundamento é o 
estudo do fenômeno do envelhecimento possui uma ótica basicamente interdisciplinar. É essa 
peculiaridade que torna a Gerontologia, em todos os seus campos de atuação, como assistência 
à saúde, pesquisa e ensino, diferente de outras áreas do conhecimento científico. De fato, são 
essas características que tornam a interdisciplinaridade obrigatória para o estudo de um 
fenômeno multifacetado em seus aspectos e multifatorial em sua gênese.
GERONTOLOGIA = INTERDISCIPLINARIDADE
A gerontologia caracteriza-se como o campo científico e profissional dedicado ao estudo das questões 
multidimensionais do envelhecimento, as pessoas idosas e as características da velhice enquanto fase final 
do ciclo de vida. Tem como objetivo tratar a descrição e a explicação do processo de envelhecimento nos 
aspectos biológicos, sociais, psicológicos, legais, ambientais entre outros, e promover pesquisas que possam 
esclarecer os fatores determinantes envolvidos na sua gênese. É, por esta natureza, uma disciplina científica 
multi e interdisciplinar.
O que é Gerontologia?
Os profissionais da Gerontologia têm formação diversificada, interagem entre si e com os geriatras. 
O especialista em Gerontologia é o profissional com formação de nível superior nas diversas áreas do 
conhecimento (Psicologia, Serviço Social, Nutrição, Terapia Ocupacional, Direito etc) apto para lidar com 
questões do envelhecimento e da velhice, com um olhar amplo e interdisciplinar a partir da sua área original 
de conhecimento. Atua na promoção da saúde e prevenção de doenças, na orientação e criação de condições 
ambientais acessíveis, na reabilitação e nos cuidados paliativos.
1.3 Mas o que é o envelhecimento?
Agora que já conhecemos a diferença entre os conceitos de Geriatria e Gerontologia, vamos refletir sobre 
o que significa o “envelhecer”.
Infográfico representando o processo de 
envelhecimento 
Fonte: Elaborado por Medeiros 2021 com base no 
Tratado de Geriatria e Gerontologia.
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7
Dentro de uma visão prioritariamente biogerontológica, conforme explica Papaléo Neto, 
o envelhecimento é conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há 
modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam perda da 
capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e 
maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte.
Contudo, o envelhecimento é um processo tão heterogêneo, que leva a pensar que há tantos envelhecimentos 
quanto pessoas. Sendo assim, é um processo determinado por inúmeros fatores a serem observados de 
forma multidimensional. Cabe ressaltar que a velhice é uma fase da vida com características próprias e que 
deve ser combatido qualquer tratamento que infantilize a pessoa idosa, pois independente das condições 
físicas e mentais jamais se regride os estágios vivenciados. Além disso, diferentemente de discussões 
que definem a velhice como doença, entende-se que é uma fase natural da vida com suas características 
peculiares como as demais.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define envelhecimento como o processo sequencial, 
individual, acumulativo, irreversível, universal e não patológico de deterioração de um organismo maduro, 
próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente 
ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte. 
8
CAPOTE, K.R.; CRUZ, N.; JANER, N.L.; MIRANDA, E.C. Un acercamiento a la Teoria de los 
Radicales Libres y el Estrés Oxidativo en el Envejecimento. Revista Cubana de Investicacíon 
Biomédica, La Habana, v. 19, n. 3, sep./dec. 2000.
CUNHA, G. L.; JECKEL-NETO, E.A. da. Teorias Biológicas do Envelhecimento. In: CANÇADO, 
F.A.X.; FREITAS, E.V.; GORZONI, M.L.; PY, L.; NERI, A.L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 13-19, 2002.
FREITAS, E.V.; PY, L.; NERI, A.L.; CANÇADO, F.A.X.C.; GORZONI, M.L.; DOLL, J. Tratado de 
Geriatria e Gerontologia. 4 ed. Grupo Editorial Nacional (GEN), 2016.
FRIES, A. T.; PEREIRA, D. C. Teorias do Envelhecimento Humano. Revista Contexto & Saúde, 
v. 10, n. 20, 2011. 
KALACHE, A.; UEHARA, C. A. Queremos morrer velhos, mas não 'de velhice, Centro 
Internacional de Longevidade - ILC Brasil, 2021. Disponível em: https://ilcbrazil.org.br/
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NEUROGÊNESE. Teorias do Envelhecimento. Youtube, 10 mar. 2020. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=A2Ed2tKoo1k. Acesso em: 10 jun. 2021.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. 
Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2005. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Resumo Relatório Mundial de envelhecimento 
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PAPALÉO NETTO, M. (ed.). Gerontologia. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte: Atheneu, 1996.
PAPALÉO NETTO, M. O Estudo da Velhice no Século XX: Histórico, Definição do Campo 
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Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 2-12, 2002.
PORTILHO, G. Como é obtida a energia que faz nosso corpo funcionar? Ciência Mundo 
Estranho. Super Interessante, 4 jul. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/
mundo-estranho/como-e-obtida-a-energia-que-faz-nosso-corpo-funcionar/. Acesso em: 
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Referências
https://ilcbrazil.org.br/queremos-morrer-velhos-mas-nao-de-velhice/
https://ilcbrazil.org.br/queremos-morrer-velhos-mas-nao-de-velhice/
https://www.youtube.com/watch?v=A2Ed2tKoo1k
https://www.youtube.com/watch?v=A2Ed2tKoo1k
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-obtida-a-energia-que-faz-nosso-corpo-funcionar/ 
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-obtida-a-energia-que-faz-nosso-corpo-funcionar/ 
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-obtida-a-energia-que-faz-nosso-corpo-funcionar/ 
https://sbgg.org.br/espaco-cuidador/o-que-e-geriatria-e-gerontologia/
https://sbgg.org.br/espaco-cuidador/o-que-e-geriatria-e-gerontologia/
9
TEIXEIRA, I.N.A.O; GUARIENTO, M.E. Biologia do envelhecimento: teorias, mecanismos e 
perspectivas, Ciênc. saúde coletiva, v.15, n. 6, 2010.
TEORIAS do Envelhecimento - Aula ao Vivo 18. 2020. (47 min.), son., color. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=A2Ed2tKoo1k&ab_channel=Neurog%C3%AAnese. 
Acesso em: 28 jun. 2022.
TORRES, B.B. (suppl). Bioquímica do Envelhecimento. In: XXXI Reunião Anual: Sociedade 
Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, São Paulo, mai. 2002.
TORRES, T.L.; CAMARGO, B.V.; BOULSFIELD, A.B.; OLIVEIRA SILVA, A.O. Representações 
sociais e crençasnormativas sobre envelhecimento. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 12, 
p. 3621-3630, 2015.
Referências
10
Unidade 2 – Envelhecimento Ativo: uma política de saúde
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer a importância de programas e políticas voltadas ao 
envelhecimento ativo.
2.1 O conceito e os determinantes do envelhecimento ativo
Muito ouvimos falar sobre a importância de se buscar e proporcionar um envelhecimento ativo e saudável, 
mas você sabe o que são esses conceitos? O que isso significa na prática? Quais características os programas 
e ações devem ter para alcançar esse objetivo? Você vai entender mais sobre isso neste próximo tópico. 
Continue aprendendo!
Ao refletir sobre as palavras “envelhecimento ativo", o que se imagina? Geralmente as pessoas associam que 
seja apenas aquele processo de envelhecimento com saúde e cheio de atividades físicas. No entanto, esse 
conceito vai além. A OMS, no final dos anos 90, adotou esses termos para transmitir uma mensagem mais 
abrangente do que “envelhecimento saudável”, e reconhecer que além dos cuidados com a saúde, outros 
fatores afetam o modo como os indivíduos e as populações envelhecem. 
Refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente 
à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. Além disso, busca expressar 
que o envelhecimento deve ser visto como uma conquista e, assim, uma experiência positiva para uma vida 
mais longa que deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança. 
O envelhecimento ativo tornou-se um Marco Político e foi projetado tanto para indivíduos quanto para 
grupos populacionais com a intenção de que as pessoas participassem na sociedade de acordo com as suas 
capacidades, necessidades e vontades, ao mesmo tempo lhes garantindo a devida proteção, segurança e 
cuidado quando necessário. 
Você Sabia?
O documento que originou a Política do Envelhecimento Ativo: “Active 
ageing: a policy framework (WHO, 2002) foi elaborado pela Unidade de 
Envelhecimento e Curso de Vida da Organização Mundial de Saúde (OMS) 
como contribuição para a Segunda Assembleia Mundial das Nações Unidas 
sobre Envelhecimento realizada em abril de 2002, em Madri, Espanha. Em 
2005 foi traduzido para o português e intitulado: “Envelhecimento Ativo: 
uma política de saúde (OMS, 2005), sendo destinado tanto a autoridades 
governamentais quanto a entidades não governamentais, ao setor privado, 
e a todos aqueles responsáveis pela formulação de políticas e programas 
ligados ao envelhecimento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) “é o processo 
de otimização das oportunidades de saúde, participação e segu-
rança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida 
que as pessoas ficam mais velhas”. 
2.1.1 O que é "envelhecimento ativo"?
11
Logo percebemos que surgem três pilares ou áreas-chave para ações estratégicas na perspectiva dessa 
política e que devem ser otimizadas, ou seja, devem ser criadas condições favoráveis, para possibilitar e 
apoiar ações que geram oportunidades para a população ter acesso à saúde, à participação e à segurança 
ao longo da vida. Com isso, o objetivo é melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem, 
contribuindo para o bem-estar físico, mental e social em todas as idades. 
Adicionalmente, como um processo natural de atualização, em 2015 um novo documento foi publicado: 
“Envelhecimento Ativo: Um Marco Político em Resposta à Revolução da Longevidade” (ILC BRASIL, 2015) e 
incluído um novo pilar, que se refere à aprendizagem ao longo da vida, conforme promulgado pela Conferência 
Internacional de Envelhecimento Ativo em Sevilha, em 2010. Assim, entende-se que esses quatro pilares são 
interdependentes e se reforçam mutuamente, conforme infográfico abaixo: 
Representação dos Pilares do Envelhecimento Ativo
Fonte: Envelhecimento Ativo: Um Marco Político em Resposta à Revolução da 
Longevidade Adaptado da OMS 2002.
Saúde: Considerada condição importante para 
participar de todas as esferas de atividade e à 
qualidade de vida. Visa a redução de fatores de riscos e 
o aumento de fatores que protegem a saúde física e a 
mental, as quais se influenciam mutuamente durante 
a vida. Pauta-se na garantia de acesso a serviços 
de promoção, prevenção e tratamento adequados, 
buscando reduzir o limiar de dependência na velhice.
Aprendizagem: A aprendizagem ao longo da vida 
sustenta todos os outros pilares e foi recentemente 
adicionado aos demais, devido a constantes 
mudanças sociais, influenciadas pelo processo 
de globalização, que exigem uma atualização 
constante das informações e inserção às novas 
tecnologias. Este pilar instrumentaliza-se trazendo 
conhecimentos para melhorar o bem-estar físico 
e mental, de forma a se permanecer saudável, 
com poder de decisão, maior segurança pessoal e 
engajamento na sociedade.
Participação: Visa atividades integrais 
socioeconômicas, culturais e espirituais, de acordo 
com os direitos humanos e com as capacidades e 
as preferências das pessoas idosas incentivando a 
sua integração na vida familiar e comunitária. Esse 
pilar significa ter um “engajamento em qualquer 
causa social, cívica, recreativa, cultural, intelectual 
ou espiritual que dê significado à vida e promova 
um sentimento de realização e de pertencimento. 
Segurança: Trata de segurança social, física e 
financeira para proteção, dignidade e assistência 
aos idosos. É fundamental na vida humana, já que 
sua ausência compromete a saúde e a qualidade 
de vida, impossibilitando o desenvolvimento 
de potenciais e o envelhecer ativamente. Como 
adicional, propõe-se a segurança cultural em que 
se favorece a identidade cultural no sentido de 
estabelecer relações harmoniosas entre maiorias e 
minorias em ambientes cada vez mais multiculturais.
12
De acordo com a OMS, o envelhecimento ativo depende de uma 
diversidade de fatores “determinantes” que envolvem indivíduos, 
famílias e países. No entanto, não é possível atribuir uma causa 
única e direta a qualquer um desses fatores, pois todos causam 
algum tipo de influência e a interação entre eles são bons indícios 
de como os indivíduos e as populações envelhecem.
Torna-se importante conhecer como esses amplos fatores atuam 
no processo de envelhecimento para nos auxiliar na elaboração 
de programas e políticas exitosas nessa área. 
A cultura é considerada como um fator transversal que 
abrange todas as pessoas e populações, e modela nossa 
forma de envelhecer, sendo que os valores culturais e 
tradições determinam como uma sociedade encara 
as pessoas idosas e o processo de envelhecimento. 
Ainda, homens e mulheres possuem vivências, adotam 
comportamentos de risco e têm acesso a oportunidades 
de maneira desigual, o que acaba determinando de 
forma transversal o envelhecimento.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde 
(Política do Envelhecimento Ativo), alguns 
fatores são determinantes para o envelhecimento 
ativo, quais sejam, fatores relacionados aos 
sistemas de saúde e serviço social, fatores 
comportamentais, fatores relacionados a 
aspectos pessoais, fatores relacionados 
ao ambiente físico, fatores relacionados ao 
ambiente social e fatores econômicos.
2.1.3 Porque investir em programas e políticas de envelhecimento ativo?
Embora mantidas as preocupações com a crescente dependência dos idosos, compreendendo sua perda de 
capacidades em função de alterações fisiológicas e ao mesmo tempo, cientes de que esta condição pode ser 
modificada, reduzida ou prevenida, quando se observa um ambiente e assistência adequada, o governo e os 
profissionais da saúde têm se reunido na proposição de políticas que visem promover um envelhecimento 
ativo. Portanto, quando políticas sociais de saúde, mercado de trabalho, emprego e educação adotarem as 
diretrizes da Política do Envelhecimento Ativo, teremos muito provavelmente:
• Menos mortes prematuras em estágios da vida altamenteprodutivos; 
• Menos deficiências associadas às doenças crônicas no envelhecimento; 
• Mais indivíduos participando ativamente de aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos da 
sociedade, em atividades remuneradas ou não, e na vida doméstica, familiar e comunitária; 
• Mais pessoas com uma melhor qualidade de vida à medida que envelhecem;
• Mais solidariedade intergeracional e diminuição da violência contra as pessoas idosas;
• Menos gastos das famílias com tratamentos médicos e serviços de assistência médica;
• Redução de gastos públicos com assistência médica especializada, pois pesquisas indicam que a 
velhice em si não está associada ao aumento das despesas médicas, mas o que encarece os gastos são 
as deficiências e a saúde precária associadas à velhice. 
• Redução de custos com serviços e cuidados de longa duração de forma precoce a grande parte dos idosos;
2.1.2 O que determina o envelhecimento ativo?
13
Você sabe o que é a Década do Envelhecimento Saudável?
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o período de 2021- 2030 como “Década do Envelhecimento 
Saudável” expressando a preocupação de que, apesar da previsibilidade do envelhecimento da população 
e do seu ritmo acelerado, o mundo não está suficientemente preparado para responder aos direitos e 
necessidades das pessoas idosas. Reconhece que o envelhecimento da população afeta nossos sistemas 
de saúde, mas também muitos outros aspectos e requer uma abordagem de toda a sociedade (governos, 
sociedade civil, agências internacionais, profissionais, academia, mídia e setor privado) para melhorar a vida 
de pessoas idosas, suas famílias e as comunidades em que vivem.
Estudo de Caso:
Além dos grupos promovidos pela unidade de saúde, torna-se importante a equipe de saúde 
conhecer e ter uma certa proximidade com os demais grupos comunitários em sua área de 
abrangência. Essa interação com as pessoas idosas auxiliará no trabalho de educação em 
saúde, como também na identificação de problemas no estado de saúde dos participantes. 
Por exemplo: um coordenador de grupo observa que um dos participantes está emagrecendo 
(sem causa específica), pois suas roupas estão cada vez mais largas e, simultaneamente, 
verifica que essa pessoa não está mais conseguindo desenvolver as atividades que antes 
fazia com certa facilidade, por se referir muito ao cansaço. Nesse caso essa pessoa idosa 
pode ser encaminhada para avaliação de uma possível Síndrome da Fragilidade. 
Conheça mais: Década do Envelhecimento Saudável 2020-2030 - OPAS/OMS | 
Organização Pan-Americana da Saúde
• Maior participação das pessoas idosas na força de trabalho contribuindo para as receitas públicas;
• Maior contribuição das pessoas mais velhas com o desenvolvimento das suas comunidades e 
transmissão dos valores culturais;
Recomendações:
A política do Envelhecimento Ativo requer ações abrangentes e intersetoriais sobre 
os quatro pilares e todos os fatores determinantes. Devido ao espaço restrito para 
os conteúdos no curso, indica-se a leitura do documento produzido pelo Centro 
Internacional de Longevidade Brasil - ILC Brasil, intitulado – “Envelhecimento Ativo: 
Um Marco Político em Resposta à Revolução da Longevidade”, principalmente 
das páginas 87 a 103 em que existem recomendações pontuais e objetivas 
sobre políticas a serem projetadas envolvendo os diversos atores (governos, 
organizações intergovernamentais como as Nações Unidas, sociedade civil, setor 
privado, mídia e os próprios idosos). As recomendações são divididas pelos quatro 
pilares, além dos determinantes transversais e ajudarão muito na construção de 
ações e programas seguindo as diretrizes desta Política, vale a pena!
Veja o vídeo: O que é a década do envelhecimento saudável?
https://www.paho.org/pt/decada-do-envelhecimento-saudavel-2020-2030
https://www.paho.org/pt/decada-do-envelhecimento-saudavel-2020-2030
https://www.paho.org/pt/decada-do-envelhecimento-saudavel-2020-2030
https://www.youtube.com/watch?v=HsFHV-McdPo
https://www.youtube.com/watch?v=gwxSiFoDA1M
14
ABREU, B. M., GOMES, A. P.; MARTINS, S. Envelhecimento ativo: das diretrizes às ações para 
melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas. perspectivas em políticas públicas, v.11, 
n.21, p. 129–172, 2018. 
 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE BRASIL (ILC BRASIL). (Org.). Envelhecimento 
Ativo: Um marco político em resposta à revolução da longevidade. Rio de Janeiro, 2015. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. 
Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2005. 
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Active Ageing: A Policy Framework. Geneva: 
World Health Organization, 2002. 
Referências
15
Unidade 3: Determinantes comportamentais do 
envelhecimento ativo 
3.1 Saúde oral e alimentação saudável no envelhecimento
Este tópico aborda a relação entre saúde oral e nutricional na perspectiva do cuidado integral à pessoa 
idosa. Assim, espera-se que você conheça algumas possibilidades de orientação para o autocuidado e de 
intervenções voltadas ao envelhecimento ativo.
Historicamente a saúde oral das pessoas idosas esteve excluída das políticas de promoção e prevenção. 
As ações para esse grupo etário costumavam ser dirigidas para as medidas curativas dentro dos espaços 
fechados dos consultórios. Ainda, os serviços destinados à população adulta eram direcionados ao 
atendimento de urgências e resultavam em extrações dentárias. Essa situação tem como consequência 
final o aumento no índice de dentes cariados perdidos e obturados (CPOD) na velhice. Sendo assim, é 
preciso discutir cada vez mais políticas públicas nessa área e desmistificar a perda de dentes como uma 
consequência normal do envelhecimento e não como resultado de falta de acesso às ações preventivas e 
de promoção da saúde ao longo da vida.
Tá na Lei!
O Estatuto do Idoso prevê o direito ao atendimento integral à saúde, dentre 
os quais compreende a saúde oral.
O Ministério da Saúde lançou em 2004 a Política Nacional de Saúde Bucal - 
Programa Brasil Sorridente (Portal da Secretaria de Atenção Primária a Saúde) 
com o objetivo de reorganização da prática e a qualificação dos serviços, 
reunindo uma série de ações em saúde bucal voltada para os cidadãos de 
todas as idades, com ampliação do acesso ao tratamento odontológico 
gratuito por meio do SUS.
As pessoas idosas são referenciadas dentro dessa política na organização 
do modelo assistencial por meio da linha de cuidado à pessoa idosa 
(reconhecimento de especificidades próprias da idade); ações de proteção 
a saúde em nível coletivo junto aos grupos de idosos; e na identificação de 
lesões bucais (busca ativa) seja em visitas domiciliares ou nas campanhas de 
vacinação da população idosa.
Ao final desta unidade, você será capaz de evidenciar fatores comportamentais ligados ao envelhecimento 
ativo e saudável. 
O comportamento individual envolvendo os hábitos saudáveis promove uma vida mais longa com melhor 
capacidade funcional e bem-estar, tendo papel significativo no envelhecimento ativo. Entretanto, estes não 
dependem somente de decisões pessoais e são fortemente influenciados por fatores determinantes legais, 
fiscais, sociais e econômicos. Neste sentido, surge o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das 
Doenças Crônicas não Transmissíveis que aborda os principais grupos de doenças e coloca os seus fatores 
de risco em comum. Continue acompanhando!
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTE4NQ==
16
Os principais agravos de saúde oral que afetam 
as pessoas idosas são perdas dentárias, cárie 
dentária, doença periodontal, xerostomia (boca 
seca) e lesões dos tecidos moles. Existe uma 
relação muito próxima entre a saúde da boca 
com a saúde geral do nosso corpo. Na pessoa 
idosa, a ingestão alimentar pode ser afetada por 
dificuldade de mastigação em virtude da dentição 
precária ou lesões orais causada pelo uso de 
prótese dentária desajustada, o que causa outros 
problemas orgânicos de saúde.
A saúde oralprecária está associada à desnutrição 
e, portanto, ao maior risco de desenvolver várias 
3.1.1 A relação entre a saúde oral e a saúde sistêmica da pessoa idosa
doenças não transmissíveis. Além disso, associa-se 
a doença periodontal com doença cardiovascular e 
pneumonia de aspiração. 
Ainda, a dieta pode afetar a saúde oral e esta pode 
provocar mudanças nos padrões alimentares, com 
repercussões na saúde geral das pessoas idosas. O 
controle da sacarose (açúcar de mesa), considerando 
a abordagem de risco comum, será benéfico, não 
só para o controle da cárie dentária, mas também 
para os riscos de obesidade e diabetes. Além disso, 
a manutenção de uma dieta saudável, rica em 
vegetais e frutas está entre as recomendações para 
a prevenção contra o câncer bucal.
Entre os principais pontos de avaliação da saúde 
bucal das pessoas idosas estão: capacidade de 
realizar as atividades diárias de higiene bucal 
(ADHB), como escovar os dentes, cuspir a saliva, 
usar fio dental; avaliação da função salivar, pois a 
produção insuficiente de saliva predispõe doenças 
bucais, como cárie, erosão dentária e candidíase; 
exames preventivos do câncer bucal, pois de 
acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 
3.1.2 Principais pontos na avaliação da saúde oral das pessoas idosas
idosos tabagistas e etilistas, com má-higiene bucal 
e próteses mal ajustadas são um grupo eletivo 
para participar de exames anuais; e avaliação da 
necessidade do uso de próteses dentárias: com 
associação de indicadores clínicos/profissionais 
e de autopercepção da pessoa idosa sobre essa 
necessidade para a definição correta dos indivíduos 
que terão melhora na qualidade de vida com a 
reabilitação protética.
Infográfico representando a relação da saúde bucal com o estado nutricional e com a saúde sistêmica da pessoa idosa.
Fonte: Elaborado por Medeiros (2021) com base na literatura apresentada nas referências.o da OMS 2002.
17
3.1.3 Possibilidades de cuidados orais no processo de envelhecimentos
Os procedimentos clínicos devem ser planejados considerando a avaliação do profissional e o nível de dependência 
da pessoa idosa. Entre os totalmente dependentes deve-se optar pelo controle frequente de higiene bucal e 
orientações sobre o cuidado com os tipos de alimentos que podem causar problemas bucais, como também pelo 
controle de infecções bucais e da dor. Nesta situação são priorizadas técnicas não-invasivas como o Tratamento 
Restaurador Atraumático (ART), pois demonstra ótima resolutividade e baixo custo.
Você sabia?
O Tratamento Restaurador Atraumático (TRA) pode ser utilizado em 
Odontogeriatria na atenção domiciliar às pessoas idosas acamadas, com 
problemas neuropsíquicos, residentes em instituições de longa permanência 
(ILPIs) ou zona rural. O TRA é uma técnica simples, pois utiliza somente 
instrumentos manuais na remoção de tecido cariado e posterior restauração. 
Dispensa o uso de equipamentos odontológicos tradicionais, minimiza o 
uso de anestesia local, reduz o grau de desconforto, aumenta as chances 
de intervenção precoce e de preservação das estruturas dentárias afetadas.
Agora que você aprendeu sobre a importância da saúde bucal na saúde geral das pessoas idosas e estratégias 
para garantir esse direito, vamos estudar sobre o acesso e promoção da alimentação saudável para a 
qualidade de vida da população idosa.
3.1.4 O que é uma alimentação adequada e saudável?
No ano de 1990, foi aprovada a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), atualizada pela 
Portaria nº 2.715, de 17 de novembro de 2011 (BRASIL, 2011a), visando integrar os esforços do Estado 
Brasileiro que, por meio de um conjunto de políticas públicas, propõe respeitar, proteger, promover e 
prover os direitos humanos à saúde e à alimentação. 
Nas últimas décadas, a população brasileira experimentou grandes transformações sociais que resultaram 
em mudanças no seu padrão de saúde e consumo alimentar provenientes da transição nutricional. Com isso, 
aumentou a ingestão de alimentos açucarados e ultraprocessados que, aliados ao sedentarismo, acarretam 
maior prevalência de obesidade e doenças crônicas associadas.
Saiba Mais sobre essas políticas acessando os links: Política Nacional de 
Alimentação e Nutrição (PNAN) 
O Guia Alimentar Para a População Brasileira foi publicado pelo Ministério da Saúde em 2006 e, atualizado 
em 2014, apresentando as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a nossa população. 
Assim, esclarece que uma alimentação adequada e saudável precisa ser balanceada, deve priorizar os 
alimentos in natura e minimamente processados, bem como preparações culinárias feitas com esses 
alimentos, e limitar o consumo de alimentos ultraprocessados. As recomendações do Guia consideram 
as circunstâncias que envolvem o ato de comer, valorizando a maior interação social e o prazer que a 
alimentação proporciona. Ainda, orienta a escolha de alimentos para compor uma alimentação saborosa, 
culturalmente apropriada e promotora de sistemas alimentares socialmente e ambientalmente sustentáveis.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf
18
Tá na lei!
O Estatuto do Idoso dispõe o acesso à alimentação como um dos direitos 
fundamentais das pessoas idosas. Menciona que os alimentos serão 
prestados na forma da lei civil e que a obrigação alimentar é solidária, 
podendo a pessoa idosa optar entre os prestadores e em caso de ela ou seus 
familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, 
impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social. 
Ainda, as ILPIs são obrigadas a manter padrões de habitação e a prover a 
alimentação regular, suficiente e adequada às suas necessidades. Cabe 
ressaltar que alimentação inadequada ou insuficiente caracteriza negligência 
no cuidado para com a pessoa idosa. Assim como o direito à atenção integral 
no âmbito do SUS engloba a atenção nutricional. 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa diz que para assegurar a 
promoção do envelhecimento ativo e saudável deve-se aproveitar todas as 
oportunidades para informar e estimular a prática de nutrição balanceada e 
hábitos de vida saudáveis. 
Os profissionais da atenção básica de saúde devem dar orientações gerais relacionadas à alimentação 
da pessoa idosa. Caso sejam necessárias orientações nutricionais específicas, o município deve ofertar 
atendimento com nutricionista seja nas equipes de atenção básica ou na atenção especializada, conforme 
a sua organização.
Uma das possibilidades de monitoramento do estado nutricional pode ser realizada pelo Índice de Massa 
Corporal (IMC) considerando os parâmetros específicos recomendados pela OMS devido às alterações 
fisiológicas e na composição corporal das pessoas idosas.
3.1.5 Pontos importantes na avaliação e atuação clínica nutricional
Dez passos para uma alimentação saudável
Em relação à alimentação da pessoa idosa saudável, sem doenças que 
requeiram cuidados alimentares específicos, uma orientação adequada pode 
ser trabalhada por meio do Guia Alimentar Para a População Brasileira: 
Guia alimentar para a população brasileira
No Caderno de Atenção Básica Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa 
os dez passos para uma alimentação saudável foram adaptados para essa 
população. No anexo (página 183) você encontrará tabelas com os diferentes 
grupos de alimentos e o tamanho das porções recomendadas para o consumo 
diário. LINK: Envelhecimento e saúde da pessoa idosa 
Saiba Mais
O IMC é calculado dividindo o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em 
metros). Na página “Saúde Brasil” do Ministério da Saúde encontra-se 
uma calculadora em que você pode preencher os dados e calcular de forma 
automática acessando o link: Ter peso saudável - Benefícios e Dicas para Ter Uma 
Vida Mais Saudável - Saúde Brasil
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/evelhecimento_saude_pessoa_idosa.pdfhttps://saudebrasil.saude.gov.br/ter-peso-saudavel
https://saudebrasil.saude.gov.br/ter-peso-saudavel
19
Questões nutricionais que merecem atenção pois a alimentação das pessoas idosas é influenciada, 
principalmente, por estes três fatores: perda dentária, alteração no paladar (sabor dos alimentos) e 
alteração na absorção dos nutrientes. Portanto, em relação à alimentação da pessoa idosa, é importante 
que o profissional esteja atento para alguns aspectos: 
• perda da autonomia, inclusive financeira, para comprar os alimentos; 
• perda da capacidade/autonomia para preparar os alimentos e para alimentar-se; 
• perda de apetite e diminuição tanto da sensação de sede quanto da percepção da temperatura dos alimentos; 
• perda parcial ou total da visão que dificulte a seleção, preparo e consumo dos alimentos; 
• perda ou redução da capacidade olfativa, interferindo no seu apetite; 
• algum motivo que a faça restringir determinados tipos de alimentos, como dietas para perda de peso, 
diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia; 
• alterações de peso recentes; 
• dificuldade de mastigação por lesão oral, uso de prótese dentária ou problemas digestivos. 
Se for detectado que esses aspectos estão influenciando sensivelmente o estado nutricional do idoso, deve 
ser feita uma avaliação mais aprofundada, incluindo outras medidas antropométricas, avaliação dietética 
detalhada e avaliação de exames bioquímicos.
Estudo de Caso:
Para finalizar apresenta-se um caso para ilustrar o que foi estudado neste tópico:
Imagine uma idosa com graves problemas bucais. Ela nasceu na zona rural onde residiu até 
o início da idade adulta. Durante a sua história de vida não teve muito acesso à educação em 
saúde, a materiais de higiene bucal e possuía dificuldade de acessar atendimento odontológico, 
o qual historicamente era pautado em extrações dentárias. Portanto, aos 72 anos de idade 
preserva poucos dentes naturais na boca e utiliza uma prótese parcial removível que se 
encontra mal ajustada causando lesões. A idosa possui diminuição da capacidade funcional 
que dificulta a sua higiene bucal de maneira satisfatória e, portanto, os dentes remanescentes 
encontram-se com cáries avançadas e alguns são foco de infecção. Por todas essas situações 
ela não consegue ingerir vários tipos de alimentos. Além disso, refere não sentir o sabor da 
comida, o que a leva a exagerar no uso de sal e açúcar. Assim, vem se alimentando cada vez 
menos, pois relata falta de apetite e, como reside sozinha, tem dificuldade de adquirir uma 
maior variedade de alimentos ingerindo mais carboidratos. Todos esses fatos fizeram com 
que a idosa emagrecesse e apresentasse o IMC menor que 22 kg/m2, caracterizando baixo 
peso e um quadro clínico de desnutrição. Vamos refletir quais seriam as estratégias para 
melhorar a qualidade de vida da idosa?
20
3.2 Atividade física e envelhecimento saudável
Neste tópico, você encontrará as principais informações sobre a promoção da atividade física no dia a dia das 
pessoas idosas.
É preciso lembrar que saúde não é apenas uma questão de assistência médica e de acesso a medicamentos. 
A promoção de "estilos de vida saudáveis" é encarada pelo sistema de saúde como uma ação estratégica. 
A prática de atividade física é fundamental para as nossas vidas e deve ser realizada por todas as pessoas 
e em todas as idades. A oportunidade de ter uma vida mais ativa é um direito do idoso e faz parte dos 
determinantes comportamentais do envelhecimento ativo. 
Conforme informa o Ministério da Saúde, a população 
idosa é particularmente propensa às alterações nutri-
cionais, que podem levar à desnutrição. Porém é impor-
tante você perceber que nem sempre a desnutrição está 
associada a uma pessoa magra, pois uma pessoa idosa 
obesa pode se alimentar mal, com pouca variedade de 
alimentos e ter carências nutricionais. Ainda, todas as 
condições encontradas na avaliação odontológica e nu-
tricional devem ser registradas na Caderneta de Saúde 
da pessoa idosa para que os profissionais da equipe 
multidisciplinar possam monitorar a saúde geral. 
21
Tá na Lei!
O Estatuto do Idoso menciona que o idoso goza de todos os direitos 
fundamentais e deve ser assegurado, com absoluta prioridade, a efetivação 
do direito à saúde, ao esporte, ao lazer (...) e todas as oportunidades e 
facilidades para preservação de sua saúde física e mental. Ainda, diz que 
é assegurada a atenção integral à saúde do idoso, que pressupõe ações de 
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, que dentre outras 
medidas, incluem a participação em programas de atividades físicas, esporte 
e lazer. 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) menciona, entre as 
diretrizes, o desenvolvimento de um amplo conjunto de ações e articulação 
intersetorial incluindo a área de esporte e lazer com estabelecimento 
de parceria para a implementação de programas de atividades físicas e 
recreativas destinados às pessoas idosas. Ainda, deve-se aproveitar todas 
as oportunidades para facilitar a participação das pessoas idosas em 
equipamentos sociais, grupos de terceira idade e atividade física. Assim 
como articular ações e ampliar a integração entre as secretarias municipais 
e as estaduais de saúde, além de programas locais desenvolvidos para a 
difusão da atividade física e o combate ao sedentarismo.
A Política Nacional de Promoção da Saúde (BRASIL, 2006b) menciona a 
importância do desenvolvimento de iniciativas de modificação arquitetônicas 
e no mobiliário urbano que objetivem a garantia de acesso às pessoas 
portadoras de deficiência e idosas, bem como a produção e distribuição de 
material educativo voltado aos idosos.
A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as doenças crônicas, associada a dieta 
inadequada, uso do fumo e excesso de álcool. O estilo de vida moderno propicia o gasto da maior parte do 
tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo, assistir televisão. Assim, é bastante comum que a 
maior proporção de brasileiros fisicamente inativos, de acordo com dados do VIGITEL de 2019, encontre-se 
entre a faixa etária dos idosos, sendo de 31,8% entre as pessoas com 65 anos ou mais de idade.
De acordo com o Guia de Atividade Física Para a População Brasileira são movimentos voluntários do 
corpo, com gasto de energia acima dos níveis de repouso, promovendo interações sociais e com o ambiente, 
podendo acontecer em quatro domínios da vida: no tempo livre, no deslocamento, no trabalho ou estudo e 
nas tarefas domésticas.
3.2.1 Mas o que é atividade física? 
Além do domínio, cada tipo de atividade física pode ser realizado em diferentes intensidades: leve, 
moderada e vigorosa, envolvendo o grau do esforço físico necessário para a execução. Normalmente, 
quanto maior a intensidade, há aumento dos batimentos do coração, da respiração, do gasto de energia 
e da percepção do cansaço. 
22
Você Sabia?
Existe diferença entre atividade física e exercício físico. A atividade física é 
mais ampla e nós já a definimos no início, já o exercício físico é um tipo de 
atividade física planejada, estruturada e repetitiva para melhorar ou manter 
as capacidades físicas e o peso adequado. Portanto, todo exercício físico é 
uma atividade física, mas nem toda atividade física é exercício físico. 
E comportamento sedentário, você sabe o que é? 
É o tempo que se gasta pouca energia, geralmente na posição sentada 
ou deitada. Ou seja, quando a pessoa está sem se mexer muito, pode ser 
assistindo televisão, sentada fazendo algum artesanato, jogando cartas, 
mexendo no celular ou no trânsito dentro do carro ou do ônibus.
A pessoa idosa ao se tornar fisicamente ativa perceberá mudanças na sua qualidade de vida. Tais benefícios 
para a saúde têm sido amplamente documentados e atuam de maneira multidimensional (nos aspectos 
biológicos, psicológicos e sociais). Assim, melhora as capacidades físicas das pessoas idosas, como por 
exemplo: resistência aeróbica (auxiliando no deslocamento semcansar); força (auxiliando a carregar pesos, 
sacolas); flexibilidade (auxiliando a se agachar ou vestir roupa mais facilmente); equilíbrio (auxiliando a 
manter a postura, sustentar o corpo sem cair).
• Dicas para adesão à prática de atividades físicas:
Existem muitos motivos para adesão e permanência dos idosos à prática de atividades físicas. Nesse 
processo, alguns aspectos facilitadores são: o incentivo de amigos e familiares; a procura por companhia 
ou ocupação, a proximidade de locais e programas específicos de atividade física e, principalmente, a 
orientação do profissional de saúde estimulando a população idosa a incorporar um estilo de vida mais 
ativo e saudável.
3.2.2 Por que se deve fazer atividade física? 
Você Sabia?
24,3% das pessoas com 55 a 64 anos e 20,9% das pessoas com 65 anos ou 
mais de idade possuem obesidade.
Apenas 26,3% das pessoas com 55 a 64 anos e 26,6% das pessoas com 65 
anos ou mais de idade consomem cinco ou mais porções diárias de frutas e 
hortaliças (atingem as recomendações da OMS).
Fonte: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito 
Telefônico (VIGITEL) de 2019.
23
Você Sabia?
O Programa Academia da Saúde instituído pela Portaria nº 1.402 de 2011 
(BRASIL, 2011b) é uma estratégia de promoção e produção do cuidado 
com a saúde, a partir da implantação de espaços públicos que contam com 
infraestrutura apropriada, equipamentos e profissionais qualificados. A 
atuação conjunta das áreas de vigilância e atenção à saúde no SUS tem 
promovido o fortalecimento do programa, com a finalidade de promover 
práticas corporais e atividade física, alimentação saudável, modos 
saudáveis de vida, produção do cuidado, entre outros, por meio de ações 
culturalmente inseridas e adaptadas aos territórios locais.
Para você ter informações mais detalhadas sobre a prática de atividade física 
para pessoas idosas. Acesse:
Guia de Atividade Física para a População Brasileira lançado em 2021 traz as 
primeiras recomendações e informações do Ministério da Saúde sobre atividade 
física organizado de acordo os ciclos de vida: GUIA DE ATIVIDADE FÍSICA 
3.3 Prevenção do tabagismo e consumo abusivo de álcool em idosos
Neste tópico, você encontrará as principais informações sobre esses comportamentos de risco à saúde das 
pessoas idosas e possibilidades de suporte e encaminhamentopessoas idosas.
O tabagismo e o consumo excessivo de álcool têm efeitos negativos sobre a saúde em todas as idades, 
acarretando não só em problemas de saúde física, mas consequências sociais. Esses hábitos, muitas vezes, 
estão associados à vida das pessoas idosas, sendo que os problemas de dependência podem ter longo 
histórico ou terem sido adquiridos mais tarde para lidar com situações de estresse.
Assista aos vídeos e saiba mais: 
• Programa Academia da Saúde
• Programas do SUS: Saúde na Escola e Academias da Saúde! | com Paulo Sergio
Tá na Lei!
O Estatuto do Idoso dispõe sobre o direito à atenção integral no âmbito do SUS, 
o que engloba a prevenção dos fatores de risco para Doenças Crônicas Não 
Transmissíveis (DCNT) e tratamento no caso do alcoolismo e tabagismo. 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa diz que para assegurar a 
promoção do envelhecimento ativo e saudável deve-se aproveitar todas as 
oportunidades para realizar ações motivadoras ao abandono do uso de álcool e 
tabagismo em todos os níveis de atenção.
A Política Nacional de Promoção da Saúde (BRASIL, 2006b) possui entre as 
ações específicas a redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo 
de álcool e outras drogas, como também a prevenção e controle ao tabagismo.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_fisica_populacao_brasileira.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=OTDAqAd8mjs
https://www.youtube.com/watch?v=-OinwYOKEY8
https://www.youtube.com/watch?v=rWq5UybtaKM
24
Você Sabia?
Aproximadamente 6,2% de todos os óbitos ocorridos no Brasil estavam 
relacionados ao uso do álcool. 
3º principal fator de risco comportamental para carga de doença (os anos 
de vida perdidos ajustados por incapacidade) no Brasil.
Além da relação do álcool com as DCNT (BRASIL, 2011c), evidências 
indicam a importante contribuição negativa do álcool na ocorrência de 
lesões intencionais e não intencionais, como acidentes de trânsito, quedas, 
afogamentos, intoxicações, violência interpessoal e autoprovocada.
11,2% das pessoas com 55 a 64 anos e 4,1% das pessoas com 65 anos ou 
mais de idade tiveram consumo abusivo de bebidas alcoólicas.
Fonte: Global Burden of Disease [Carga Global de Doenças] 2018 / Organização Mundial da 
Saúde em 2018 e VIGITEL de 2019.
Alcoolismo é o termo usado quando o indivíduo que bebe torna-se dependente do álcool. É definido pela 
OMS como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem 
após o uso repetido de álcool, tipicamente associado aos seguintes sintomas:
• Desejo incontrolável (compulsão) por bebidas alcoólicas;
• Dificuldade de controlar o consumo (não conseguir parar de beber depois de ter começado);
• Uso continuado apesar das consequências negativas, 
• Maior prioridade dada ao uso da substância em detrimento de outras atividades e obrigações, 
• Evidências clínicas de aumento da tolerância ao álcool;
• Sinais de abstinência física ao cessar o consumo.
Torna-se fundamental buscar auxílio especializado para o estabelecimento do diagnóstico adequado 
por meio de exames e questionários. Com isso é possível estabelecer quando o uso abusivo se tornou 
dependência e iniciar o devido tratamento e acompanhamento já que se trata de uma doença crônica.
É importante perceber que o alcoolismo pode acometer as pessoas em qualquer idade e continuar ao longo 
da vida. Entre as pessoas idosas, a dependência pode se desenvolver em uma etapa em que o indivíduo 
se encontra mais fragilizado diante de outros fatores, tais como a solidão, a perda de familiares, a chegada 
da aposentadoria, o aparecimento de alguma doença, a limitação na execução das atividades do cotidiano. 
Apesar de ser uma droga lícita, se não utilizado com moderação o álcool pode levar à dependência, já 
que causa entorpecimento e traz uma sensação de prazer momentâneo, geralmente como fuga de uma 
realidade difícil, isto é, em quadros de problemas de saúde mental.
3.3.1 Quando é alcoolismo?
25
O diagnóstico de transtornos relacionados ao uso de álcool é subestimado em pessoas idosas, e os dados 
sobre seu impacto são escassos. O envelhecimento pode diminuir a tolerância do corpo ao álcool devido a 
várias alterações fisiológicas que ocorrem no organismo como: mudanças na capacidade de metabolização 
do fígado e na função renal, bem como na composição corporal, com maior tendência à desidratação. 
Portanto, a pessoa idosa pode estar mais fragilizada e possuir outras comorbidades tornando os danos 
maiores quando comparados com as pessoas mais jovens. 
Felizmente é possível tratar os sintomas e problemas causados pelo alcoolismo buscando ajuda de 
profissionais e contando com uma rede de apoio com o intuito de:
3.3.2. Impactos do uso abusivo de álcool no envelhecimento
1 PERCEBER: Sinais e mudanças de 
comportamento como isolamento social, 
irritabilidade, mudanças de humor, dificuldade 
no desempenho de atividades comuns da rotina. 
2 CONVERSAR: Estabelecer um diálogo 
empático, sem utilizar uma abordagem agressiva 
com julgamentos, ridicularizações e acusações. 
Ao falar sobre o que está sentindo, a pessoa 
tem a oportunidade de refletir sobre a sua vida. 
Quanto antes for a abordagem mais chances de 
prevenir a instalação da dependência.
3 ENCAMINHAR: Um dos pontos mais 
difíceis é a pessoa admitir que está doente 
e que precisa de tratamento. Busque mais 
informações sobre o alcoolismo e maneiras 
de auxiliá-la. Saiba quais serviços existem 
por perto e como você poderia realizar esse 
encaminhamento.
4 APOIAR: Esteja sempre aberto e disponível 
para escutar. O apoio, afeto e compreensão 
são as melhores formasde ajudar, mesmo em 
momentos de recaída. 
A família e amigos têm papel fundamental nesta rede 
de apoio que deve ser ofertada tanto para a prevenção 
quanto para a superação quando o problema da depen-
dência já está instalado. Porém, é essencial que a famí-
lia receba apoio da equipe de saúde para compreender 
a doença e obter orientação adequada sobre a melhor 
forma de ajudar o ente querido e a si próprio, já que em 
muitas situações, são os problemas familiares que cau-
sam situações de estresse e levam à utilização do álcool. 
26
As pessoas idosas podem se beneficiar dos tratamentos contra a dependência de álcool do mesmo modo 
que as pessoas mais jovens. Contudo, a efetividade dos tratamentos tende a ser melhor para aqueles que 
apresentam menor histórico de uso problemático de álcool durante a vida.
Possibilidades de Serviços de Apoio:
• Atenção Básica (ESF) - Os profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde são indicados 
para agir na detecção precoce e realizar alguma intervenção em relação ao uso abusivo do álcool. O 
profissional deve ter uma postura empática, disposição para ajudar e encaminhar para outros serviços, 
se julgar necessário.
• Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) - Estão previstos na Política Nacional de Saúde Mental e 
nas suas diferentes modalidades. São pontos de atenção estratégicos caracterizados por serviços de 
saúde de caráter aberto e comunitário constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica 
interdisciplinar. Realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, 
incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas.
• Ambulatórios - Existem muitas unidades de atendimento vinculadas a hospitais, principalmente de 
caráter universitário, que prestam assistência no tratamento e reabilitação ao alcoolista, funcionando 
como um centro de pesquisa, ensino e treinamento que visa promover e manter a saúde. 
• Grupos de Apoio - Existem vários grupos na comunidade formados por Organizações Sociais que 
prestam auxílio e assistência às pessoas alcoolistas. 
Saiba mais sobre serviços de apoio acessando o link: 
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) — Português (Brasil)
Agora que você já estudou sobre o alcoolismo, vamos falar sobre outro fator de risco importante para 
as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), o tabagismo. Não é novidade que o hábito de fumar é 
prejudicial, porém é uma enfermidade complexa que acarreta em dependência física e psicológica. De 
acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à 
Saúde (CID-10), é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente 
nos produtos à base de tabaco.
Informações da OMS e do Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS) reforçam que o tabagismo é a 
principal causa evitável de morte no mundo, sendo responsável direto pelo desenvolvimento de inúmeras 
doenças. O INCA destaca a relevância dos anos de vida perdidos devido à dependência de cuidados 
associados ao tabagismo, além disso traz sérios prejuízos econômicos como ilustra a Figura abaixo:
3.3.3 Os perigos do tabagismo
https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/caps
27
Representação dos prejuízos do hábito de fumar para a saúde e a economia.
Fonte: Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS), 2020.
Para evitar todas essas consequências, o Brasil é 
reconhecido como um país com uma forte Política 
Antitabagismo exitosa. Dados do Vigitel (BRASIL, 
2019) apontam uma redução de 40% no consumo 
de tabaco entre os anos de 2006 e 2018. Portanto, 
vamos abordar um pouco mais sobre essa política. 
Em novembro de 2005, o Brasil ratificou a 
Convenção-Quadro da OMS para o Controle do 
Tabaco (CQCT/OMS), primeiro tratado internacional 
de saúde pública que tem como objetivo conter a 
epidemia global do tabagismo. A implementação 
nacional desse Tratado ganhou o status de Política 
de Estado e o Programa Nacional de Controle do 
Tabagismo, até então articulado pelo Ministério 
da Saúde, passou a integrar a Política Nacional 
de Controle do Tabaco de caráter intersetorial, 
considerando todos os atores envolvidos e norteada 
pelos objetivos, princípios, obrigações e medidas 
da CQCT/OMS. Dentre os principais programas e 
ações que integram essa Política está o Programa 
Nacional de Controle do Tabagismo, incluindo 
um conjunto de ações nacionais com objetivo de 
reduzir a prevalência de fumantes e a consequente 
morbimortalidade relacionada ao consumo de 
derivados do tabaco no Brasil. 
De acordo com a pesquisa VIGITEL (BRASIL) de 2019, o tabagismo é maior em homens, na população com 
menor escolaridade e na faixa etária entre 45 e 54 anos. Ainda, 13,6% das pessoas com 55 a 64 anos e 
7,8% das pessoas com 65 anos de idade ou mais são fumantes. 
Além disso, é importante você perceber que essa prevalência menor comparada aos adultos pode ser em 
função dos óbitos precoces dos fumantes que não chegam à velhice ou ainda pela cessação do consumo 
de cigarros com o surgimento de doenças que não aparecem nas estatísticas, porém, ainda assim, estes 
podem sofrer os efeitos do uso prolongado durante a vida.
3.3.4 Tabagismo e envelhecimento
Segundo aponta estudo de Maria Zaitume e colaboradores, as pessoas idosas possuem perfil com algumas 
especificidades:
• Possuem exposições mais longas utilizando cigarros sem filtro e com elevados teores de nicotina;
• Por serem sobreviventes às mortes prematuras provocadas pelo tabaco, tendem a ser pouco 
 motivadas a parar de fumar;
• O fumo contribui para o maior risco de complicações das doenças crônicas existentes;
28
Você Sabia?
Ainda que a prevalência venha diminuindo ao longo dos anos, o tabagismo 
continua sendo responsável por um grande número de mortes evitáveis. 
Responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano no mundo e cerca de 
1,2 milhões são decorrentes do fumo passivo.
No Brasil, estima-se que 443 pessoas morrem a cada dia por causa do 
tabagismo.
Fonte: OMS, 2020 / Vigitel - BRASIL, 2019 / IECS, 2020.
Além da dependência à nicotina, existe a dependência psicológica muito forte ligada à ansiedade que 
também precisa ser percebida e tratada pela equipe de saúde. É preciso investigar os possíveis motivos que 
trazem ansiedade nesta fase da vida como, por exemplo, sentimento de solidão, perdas, medos, incertezas 
que trazem vazios existenciais, além de prestar maior atenção em gatilhos mentais que levam a esse hábito. 
Veja no infográfico a sugestão de 10 passos para parar de fumar:
Infográfico representando os dez passos para parar de fumar
Fonte: Plataforma Saúde Brasil do Ministério da Saúde.
• O efeito do fumo interfere no metabolismo de vários medicamentos e na condição nutricional;
• O tabagismo tende a ocorrer na concomitância de vários outros comportamentos não saudáveis.
29
O SUS disponibiliza atendimento individualizado e especializado com equipe multiprofissional pelo 
Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Caso necessário, serão prescritos medicamentos 
que geralmente são da terapia de reposição de nicotina (adesivos e gomas de mascar) e o cloridrato de 
bupropiona. A pessoa idosa pode ligar para o número 136 ou se informar nas Unidades Básicas de Saúde 
como pode acessar o atendimento.
Saiba Mais:
Abordagem ao indivíduo tabagista está descrita no Caderno de 
Atenção Básica nº 14 - Prevenção Clínica de Doença Cardiovascular, 
Cerebrovascular e Renal Crônica, do Ministério da Saúde acessando o link: 
Caderno de Atenção Básica
O site do Instituto Nacional do Câncer e a Plataforma Saúde Brasil, do 
Ministério da Saúde trazem informações e dicas importantes acessando o 
link: EU QUERO Parar de fumar
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad14.pdf
http://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-parar-de-fumar
30
BAUER, J.G. The index of ADOH: concept of measuring oral self-care functioning in the elderly . 
Spec Care Dentist., v. 21, n. 2, p.63-67, 2001. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Brasília, 2004. Disponível em: https://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_brasil_sorridente.pdf. Acesso em: 1 jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). s.d. Disponível em: https://
www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/centro-de-atencao-
psicossocial-caps. Acesso em: 10 jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Eu quero ter peso saudável. s.d. Disponível em: https://saudebrasil.
saude.gov.br/ter-peso-saudavel. Acesso em: 29 mai. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. MS abre consulta pública para Plano de Enfrentamento às Doenças 
Crônicas e Agravos Não Transmissíveis, 2020. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/images/
pdf/2020/October/01/Plano-DANT-vers--o-Consulta-p--blica.pdf. Acesso em: 10 jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Plataforma Saúde Brasil. 2017. Disponível em: https://saudebrasil.
saude.gov.br/. Acesso em: 29 jun. 2022. 
BRASIL. Ministério de Saúde. Portaria nº 1.395, de 10 de dezembro de 1999. Aprova a Política 
Nacional de Saúde do Idoso. Brasília, DF: Gabinete do Ministro, 1999. Disponível em: https://www2.
mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/37/Portaria%20NR%201395-99%20Politica%20
Nac%20Saude%20Idoso.pdf. Acesso em: 1 jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.402, de 15 de junho de 2011. Institui, no âmbito da 
Política Nacional de Atenção Básica e da Política Nacional de Promoção da Saúde, os incentivos 
para custeio das ações de promoção da saúde do Programa Academia da Saúde. Brasília, 
DF:Gabinete do Ministro, 2011b. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2011/prt1402_15_06_2011.html. Acesso em: 29 jun. 2022. 
BRASIL. Ministério de Saúde. Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política 
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Brasília, DF: Gabinete do Ministro, 2006c. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html Acesso em: 1 
jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.715, de 17 de novembro de 2011. Atualiza a Política 
Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília, DF: Gabinete do Ministro, 2011a. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2715_17_11_2011.html. Acesso em: 29 
jun. 2022. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Cadernos de Atenção Básica, n. 19 Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília; 2006a. 
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/evelhecimento_saude_pessoa_
idosa.pdf . Acesso em: 1 jun. 2021. 
Referências
31
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Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. 2 ed. rev. Brasília: MS, 2013. Disponível 
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.
pdf . Acesso em: 6 jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Guia alimentar para a população brasileira. 2 ed. Brasília: 2014. Disponível em: https://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 6 
jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção 
da Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira [recurso eletrônico]. Brasília: 
2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_fisica_
populacao_brasileira.pdf. Acesso em: 1 jul. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de 
Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não 
transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022. Brasília: 2011c. Disponível em: https://bvsms.saude.
gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf. Acesso em: 15 jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e 
Participativa. VIGITEL Brasil 2019. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas 
por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Política Nacional de Promoção 
da Saúde. Brasília: 2006b. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_
nacional_promocao_saude_3ed.pdf. Acesso em: 6 jun. 2021. 
COLUSSI, C. F.; FREITAS, S. F. T. Aspectos epidemiológicos da saúde bucal do idoso no Brasil. Cad 
Saúde Pública, v. 18, n. 5, p. 1313-20, 2002. 
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Política Nacional de controle do tabaco: relatório de 
gestão e progresso 2011-2012. Rio de Janeiro: INCA, 2014. 
PALACIOS, A.; PINTO, M.; BARROS, L.; BARDACH, A.; CASARINI, A.; RODRÍGUEZ CAIROLI, F.; 
ESPINOLA, N.; BALAN, D.; PERELLI, L.; COMOLLI, M.; AUGUSTOVSKI, F.; ALCARAZ, A.; PICHON-
RIVIERE, A. A importância de aumentar os impostos do tabaco no Brasil. Buenos Aires: IECS, 
2020. Disponível em: www.iecs.org.ar/tabaco. Acesso em: 7 jun. 2021. 
VARGAS, A.M.D.; VASCONCELOS, M.; RIBEIRO, M.T.F. Saúde bucal: atenção ao idoso. Belo 
Horizonte: Nescon/UFMG, 2011. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/
biblioteca/imagem/2706.pdf . Acesso em: 1 jun. 2021. 
ZAITUNE, M. P. A.; BARROS, M. B. A.; LIMA, M. G.; CESAR, C. L. G.; GOLDBAUM, M.; ALVES, M. C. 
G. P. Fatores associados ao tabagismo em idosos: Inquérito de Saúde no Estado de São Paulo (ISA-
SP). Cad Saúde Pública, v. 28, n. 3, p. 583-95, 2012. 
32
Unidade 4: Uso racional de medicamentos por pessoas idosas 
4.1 O que é Assistência Farmacêutica no SUS?
É um conjunto de ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, voltadas à promoção, proteção e 
recuperação da saúde, por meio do acesso e uso racional de medicamentos. 
A oferta de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) é organizada em três componentes do Bloco 
de Financiamento da Assistência Farmacêutica - básico, estratégico e especializado - além do Programa 
Farmácia Popular. Com exceção do Farmácia Popular, em todos os outros componentes, o financiamento 
e a escolha de qual componente o medicamento fará parte é tripartite, ou seja, a responsabilidade é do 
Governo Federal, dos estados e dos municípios.
Ao final desta unidade, você será capaz de explanar acerca da assistência farmacêutica no SUS, bem como 
do uso racional dos medicamentos na população idosa. 
À medida que a população envelhece, a demanda por medicamentos que retardam e tratam doenças 
crônicas, aliviam a dor e melhoram a qualidade de vida continua a aumentar. Esta situação demanda um 
esforço renovado para garantir o acesso aos medicamentos essenciais e seguros e a sua utilização adequada.
Tá na Lei!
O Estatuto do Idoso incumbe ao Poder Público o dever de fornecer aos 
idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, 
assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, 
habilitação ou reabilitação.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa menciona que o provimento 
de insumos, de suporte em todos os níveis de atenção, prioritariamente na 
atenção domiciliar, inclusive medicamentos, são recursos para assegurar 
qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa.
A Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998 (BRASIL, 1998) que institui 
a Política Nacional de Medicamentos menciona que a definição de produtos 
a serem adquiridos e distribuídos de forma centralizada deverá considerar a 
sua utilização por grupos populacionais específicos, como as pessoas idosas.
• Programa Farmácia Popular: O cidadão deve procurar atendimento médico nas unidades de saúde para, se 
necessário, ter acesso aos medicamentos para o seu tratamento. Além dos medicamentos citados no RENAME 
e que podem ser acessados pelos serviços de atendimento no SUS, o Ministério da Saúde disponibiliza o 
Programa Farmácia Popular quetem como objetivo oferecer mais uma alternativa de acesso aos medicamentos 
considerados essenciais por meio das farmácias credenciadas no Programa “Aqui tem Farmácia Popular”. 
33
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME configura-se numa lista que compreende a 
seleção e a padronização de medicamentos e insumos indicados para atendimento de doenças ou de agravos 
no âmbito do SUS. Conforme cita o art. 26 do Decreto nº 7.508/2011 (BRASIL, 2011): O Ministério da Saúde 
é o órgão competente para dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em 
âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pelas três esferas de governo. 
Além disso, a cada dois anos o Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENAME, 
do respectivo Formulário Terapêutico Nacional (FTN) e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. É 
uma lista orientativa e cabe a cada município estabelecer sua própria relação de medicamentos de acordo 
com suas características epidemiológicas.
O Formulário Terapêutico Nacional (FTN) é um instrumento de trabalho essencial para todos os profissionais 
de saúde que lidam com medicamentos no âmbito do SUS. Possui como objetivo principal subsidiar 
profissionais de saúde para a prescrição, dispensação e promoção do uso racional de medicamentos.
4.2 Uso racional de medicamentos
A presença de doenças e o uso de medicamentos estão no cotidiano das pessoas idosas. Por isso, devem 
existir estratégias para gerenciar essa situação no sentido de que as medicações contribuam com a saúde e a 
qualidade de vida ao invés de causar ainda mais problemas. Nesse sentido, deve haver a utilização criteriosa e 
cautelosa dos fármacos levando em consideração a sua real necessidade e indicação, a correta administração 
(dose, tipo e intervalos), além da orientação adequada das pessoas idosas e seus familiares.
A administração de medicamentos em qualquer faixa etária pode gerar reações indesejadas (não intencionais), 
entretanto, a incidência dessas aumenta com a idade devido: à complexidade do regime terapêutico, o excesso 
de medicamentos prescritos, à duração do tratamento, ao déficit de informações (doença e medicamentos) e 
aos distúrbios (cardiovasculares, hepáticos e renais), os quais são alguns dos fatores que contribuem para a 
ocorrência de eventos adversos.
Conheça algumas terminologias importantes, extraídas dos Cadernos de Atenção Básica nº19 – Envelhecimento 
e Saúde da Pessoa Idosa:
• Evento adverso é considerado uma injúria sofrida pelo paciente resultante de erros no uso de 
medicamentos e que resultam em falha terapêutica. O evento pode ser devido a vários fatores 
relacionados com o tratamento: dose do medicamento incorreta, dose omitida, via de administração 
não especificada, horário de administração incorreto e outros. 
• Reação adversa é qualquer efeito prejudicial ou indesejável, não intencional, que aparece após a 
administração de um medicamento em doses normalmente utilizadas no homem para a profilaxia, o 
diagnóstico e o tratamento de uma enfermidade. 
• Interações medicamentosas são causas especiais de reações adversas em que os efeitos farmacológicos 
de um medicamento podem ser alterados por outro(s), quando administrados concomitantemente.
Saiba como é feito o atendimento nas farmácias credenciadas acessando o link:
Assistência Farmacêutica no SUS — Português (Brasil)
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/assistencia-farmaceutica-no-sus
34
É o termo usado para descrever a situação em que vários medicamentos são prescritos simultaneamente, 
sendo uma prática clínica comum nas pessoas idosas. Essa situação pode ser explicada pelo maior número 
de doenças crônicas que acometem os idosos, elevada incidência de sintomas e a realização de tratamentos 
com diferentes especialistas. 
A polifarmácia também pode ocorrer por meio da prescrição de agentes farmacológicos, que contenham dois 
ou mais princípios ativos (associações). Por exemplo, uma pessoa recebe um anti-hipertensivo (composto 
de um diurético e um betabloqueador) e um analgésico potente (composto de um agente anti-inflamatório 
não esteroidal e um opioide). Assim, a somatória do número de medicamentos consumidos é igual a quatro.
É bastante frequente a prescrição de medicamentos com a finalidade de corrigir efeitos colaterais 
provenientes de outros agentes administrados anteriormente, que podem levar a uma cadeia de reações 
indesejáveis, a chamada cascata iatrogênica. Essa questão torna-se ainda mais importante quando a 
pessoa idosa é atendida por diferentes especialistas, cada qual fornecendo uma prescrição específica sem 
considerar possíveis e frequentes duplicações e as interações medicamentosas. A principal consequência 
dessa atenção desintegrada é a ocorrência de iatrogenia.
4.2.1 O que é polifarmácia e o que isso causa?
Iatrogenia pode ser definida como qualquer dano, direto ou indireto, decorrente de ações ou 
omissões praticadas por profissionais da saúde, em qualquer tipo de diagnóstico ou terapêutica.
Estudo de Caso:
Para ilustrar vamos te apresentar um caso envolvendo uma situação que pode ser comum no 
cotidiano das pessoas idosas:
Uma idosa hipertensa consultou-se com um médico clínico geral que lhe prescreveu (1) anti-
hipertensivo, porém apresentou um inchaço na perna causado pelo efeito colateral. Para tratar 
essa manifestação clínica ela procurou outro médico que lhe prescreveu um (2) diurético. Ao 
passar alguns dias começa a sentir episódios de tontura característica de queda na pressão 
arterial (proveniente de outro efeito colateral da interação entre os dois medicamentos). Ainda, 
como possui histórico de colesterol elevado, já vinha utilizando (3) estatinas que compra na 
farmácia com uma receita antiga. Naquele período em função das tonturas acabou caindo e 
cortou o pé. Esse ferimento infeccionou, causando dor e febre, e a idosa foi levada a um pronto 
atendimento e lhe foi receitado um (4) antibiótico. A interação medicamentosa da estatina 
com o antibiótico trouxe dores musculares, consequência do efeito colateral, as quais a idosa, 
por conta própria, acabou tentando resolver com o uso de (5) analgésicos que sempre tem 
em casa. Como alguns desses medicamentos estavam acabando, pediu para seu filho ir à 
farmácia comprar mais. Na conversa com o atendente, o filho comenta que a mãe anda muito 
fraca e que está preocupado, pois toma muitos medicamentos. Então, o atendente sugere a 
ingestão de algumas (6) vitaminas e pra evitar problemas no estômago recomenda que ela 
tome (7) omeprazol. A idosa recebe a visita de uma vizinha, que foi saber sobre o seu estado 
de saúde, e ao perceber seu estado de nervosismo lhe oferece um (8) ansiolítico que ajuda 
a acalmar os nervos.
• Efeitos colaterais são os inerentes à própria ação farmacológica do medicamento, porém o 
aparecimento é indesejável num momento determinado de sua aplicação, sendo considerado um 
prolongamento da ação farmacológica principal do medicamento. Alguns exemplos podem ser 
broncoespasmo, sonolência e arritmias cardíacas. 
35
A contribuição especial da Atenção Básica de Saúde é 
juntar as intervenções realizadas pelos especialistas 
(coordenação do cuidado) evitando duplicação desne-
cessária de procedimentos e realizando a prescrição de 
medicamentos quando necessário. Para tanto, é funda-
mental o conhecimento dos aspectos farmacocinéticos 
e farmacodinâmicos dos medicamentos. Além disso, é 
importante educar e orientar os idosos, seus familiares 
e cuidadores para o estabelecimento de uma parceria 
no cuidado com as medicações. 
Você sabia que existe uma lista de medicamentos potencialmente inapropriados 
para uso em pessoas idosas?
Nesta lista são definidos fármacos com risco de provocar reações adversas e 
também efeitos colaterais superiores aos benefícios em pessoas idosas, por isso 
conhecer tais fármacos torna-se bastante útil a fim de prevenir os problemas 
relacionados à prescrição inapropriada de medicamentos. 
No vídeoestão dicas importantes de como organizar as medicações da pessoa 
idosa para evitar acidentes: Como Organizar Medicações de Idosos
Por fim, neste vídeo estão orientações no caso de intoxicações por medicamentos: 
Como agir em casos de intoxicação por medicamentos | Coluna #84
https://www.youtube.com/watch?v=kyGMrW-6Jd0
https://www.youtube.com/watch?v=93dhfAVXNCk
36
BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência Farmacêutica no SUS. s.d. Disponível em: https://
www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/assistencia-farmaceutica-no-sus. Acesso em: 10 jun. 2021. 
BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de 
setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o 
planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras 
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2011. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7508.htm. Acesso em: 7 jun. 2021 
BRASIL. Ministério de Saúde. Portaria nº 1.395, de 10 de dezembro de 1999. Aprova a Política 
Nacional de Saúde do Idoso. Brasília, DF: Gabinete do Ministro, 1999. Disponível em: https://
www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/37/Portaria%20NR%201395-99%20
Politica%20Nac%20Saude%20Idoso.pdf. Acesso em: 1 jun. 2021. 
BRASIL. Ministério de Saúde. Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política 
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Brasília, DF: Gabinete do Ministro, 2006b. Disponível 
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html 
Acesso em: 1 jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998. Dispõe 
sobre a aprovação da Política Nacional de Medicamentos. Brasília, DF: Gabinete do 
Ministro, 1998. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/
prt3916_30_10_1998.html. Acesso em: 7 jun. 2021. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Cadernos de Atenção Básica, n. 19 Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília; 
2006a. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/evelhecimento_
saude_pessoa_idosa.pdf . Acesso em: 1 jun. 2021. 
OLIVEIRA, M. A.; AMORIM, W. W.; OLIVEIRA, C. R. B.; COQUEIRO, H. L.; GUSMAO, L. C.; 
PASSOS, L. C. Consenso brasileiro de medicamentos potencialmente inapropriados para 
idosos. In: Geriatr Gerontol Aging. v. 10, n.4, p. 168- 81, 2016. 
Referências
37
Unidade 5: Políticas Públicas e capital visando um enve-
lhecimento digno 
Ao final desta unidade, você será capaz de compreender que um bom planejamento pode resultar em um 
bom envelhecimento. 
Em economia, a palavra capital (do latim capitis) é qualquer bem econômico que pode ser utilizado na 
produção de outros bens ou serviços. Logo, somos incentivados desde cedo a pensar que é preciso poupar e 
investir nosso tempo, trabalho e dinheiro para acumular patrimônio do ponto de vista financeiro.
No entanto, poucas pessoas imaginam o processo de envelhecimento como um investimento de longo prazo, 
pois refletir sobre quanto tempo viveremos ou como alcançaremos a velhice parece precipitado demais para 
quem ainda é jovem. 
A Política do Envelhecimento Ativo nos ensina que é um processo contínuo, um investimento que se 
estende por toda a nossa existência. Quanto mais cedo se começa a otimizar as oportunidades de saúde, 
aprendizagem, participação e segurança, maior a chance de desfrutar de uma velhice com qualidade. 
Portanto, com a Revolução da Longevidade torna-se indispensável adotar uma perspectiva de curso de 
vida, a partir dos pilares do envelhecimento ativo e acumular capitais para envelhecer bem, pois quanto mais 
cedo nos prepararmos, mais reservas teremos, não obstante nunca é tarde demais para investir e melhorar 
a qualidade de vida atual e futura.
5.1 Quais os capitais que devemos acumular para envelhecer bem?
Segundo Kalache, quem envelhece com saúde 
e conhecimentos pode participar plenamente 
da sociedade. Na falta dessas condições, é 
indispensável prover proteção e segurança para 
que o idoso não se sinta abandonado. Por isso, uma 
política que atenda à Revolução da Longevidade 
deve promover os quatro capitais essenciais para 
envelhecer bem: i) atenção à saúde; ii) acesso 
a conhecimentos; iii) condições financeiras que 
garantam pelo menos renda mínima; e iv) suporte 
e cuidado da família, amigos e pessoas próximas.
Nesse sentido, temos que assumir um compromisso 
individual e coletivo para acumular os quatro capitais 
que ajudam o bom envelhecimento:
• Capital Vital – Englobam comportamentos 
saudáveis e cuidados com a saúde, como por 
exemplo: alimentação equilibrada; realização 
de atividade física; abstinência de fumo e do 
consumo excessivo de álcool; manutenção do 
sono adequado; consultas médicas periódicas; 
uso correto dos medicamentos; atividades de 
lazer e demais formas de promoção da saúde.
• Capital de Conhecimento – É o estímulo 
intelectual, com aprendizagem continuada ao 
longo da vida englobando toda a educação formal 
e informal adquirida sejam: cursos, habilidades 
adquiridas, estímulos a hábitos, tarefas, talentos 
e aprendizagem que envolvam a cognição. É 
imprescindível aprender para si e para os outros. 
• Capital Social – Aquisição e manutenção dos 
relacionamentos interpessoais, sejam com 
familiares, amigos, vizinhos, colegas, rede de 
profissionais. É preciso ser leve ao longo da vida e 
manter contato e boas relações com as pessoas. 
• Capital Financeiro – Envolve o planejamento 
financeiro, começando o quanto antes a construir 
reservas financeiras que possibilitem um futuro 
mais tranquilo nos anos pós-aposentadoria 
(fazer um “pé-de-meia” para a velhice). 
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Ainda, é necessário ter uma atitude positiva, possuir um propósito de vida, algo que lhe traga sentido ao acordar 
todos os dias, pois saber que se tem responsabilidades e que se é alguém que faz a diferença, seja na sua casa, 
família ou sociedade, vai ajudar a envelhecer com um propósito na vida. Outro ponto importante é viver num 
ambiente de confiança e tranquilidade, estimulando uma cultura de autocuidado e solidariedade com os demais. 
5.2 Como podemos acumular esses capitais?
Os indivíduos que estão envelhecendo ativamente 
aproveitam as oportunidades que surgem ao 
longo da vida para alcançar e manter a saúde, uma 
ocupação rica em significado, relações sociais, 
novas habilidades, conhecimento e necessidades 
materiais. No nível pessoal, esses recursos 
acumulados ao longo do curso da vida passam a 
ser fundamentais para o bem-estar físico, mental e 
social em todas as idades.
São grandes os desafios para a promoção e o 
acúmulo dos capitais do envelhecimento, os quais são 
interdependentes e se reforçam mutuamente. Mas 
isso exige que os indivíduos e a sociedade abracem 
uma perspectiva de curso de vida para superá-
los. Assim, a longevidade hoje alcançada, poderá 
ser vivida plenamente. No conjunto, o acúmulo 
desses capitais, que facilitam nossa participação na 
sociedade dependem da nossa resiliência, sendo 
definida como o acesso às reservas necessárias para 
se adaptar, suportar, e aprender com os desafios 
enfrentados ao longo da vida.
A responsabilidade não é apenas individual, 
mas da sociedade e dos governos que precisam 
fazer e executar as políticas públicas para que 
esses capitais possam ser acumulados. Segundo 
Kalache, essas políticas públicas também podem 
ser replicadas para dentro das empresas, no 
trabalho cotidiano durante a vida, garantindo 
maior segurança financeira. Para aqueles que 
têm um trabalho formal, é importante que o 
empregador entenda a sua responsabilidade 
de investir no capital humano, nessas pessoas 
que estão envelhecendo. Porém muitas vezes é 
mais barato demitir os mais velhos e contratar 
pessoas mais jovens, que já possam vir com as 
qualificações que o empregador almeja. Assim, 
a pessoa que está envelhecendo perde seu 
trabalho e o empregador paga um salário mais 
baixo para aquele queestá sendo contratado, 
devido à pouca experiência. Portanto é 
necessário ampliar esse debate para que os 
quatro capitais citados sejam entendidos como 
direitos fundamentais da cidadania. 
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 CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE BRASIL (ILC BRASIL). (org.). Envelhecimento 
Ativo: Um marco político em resposta à revolução da longevidade. Rio de Janeiro, 2015. 
KALACHE, A. Longevidade à vista. In: Revista do SESC, n. 264, 2018. Disponível em: https://
www.sescsp.org.br/online/artigo/12252_LONGEVIDADE+A+VISTA Acesso em: 28 mai. 2021. 
 KALACHE, A. Respondendo à revolução da longevidade. In: Cien Saúde Colet., v. 19, n. 8, p. 
3306-3306, 2014. 
KALACHE, A. Uma política para bem envelhecer. In: Revista Pesquisa Fapesp, n. 145, 2008. 
Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/uma-politica-para-o-bem-envelhecer/. 
Acesso em: 28 mai. 2021. 
Referências
	Unidade 1 – Conceitos e teorias do envelhecimento
	1.1 Teorias biológicas do envelhecimento humano
	1.2 Geriatria e Gerontologia: a multidimensionalidade do processo de envelhecer
	1.3 Mas o que é o envelhecimento?
	Referências
	Unidade 2 – Envelhecimento Ativo: uma política de saúde
	2.1 - O conceito e os determinantes do Envelhecimento Ativo
	Referências
	Unidade 3: Determinantes comportamentais do Envelhecimento Ativo 
	3.1 Saúde oral e alimentação saudável no envelhecimento
	3.2 - Atividade física e envelhecimento saudável
	3.3 – Prevenção do tabagismo e consumo abusivo de álcool em idosos
	Referências
	Unidade 4: Uso racional de medicamentos por pessoas idosas 
	4.1 O que é Assistência Farmacêutica no SUS?
	4.2 Uso racional de medicamentos
	Referências
	Unidade 5: Políticas Públicas e capital visando um envelhecimento digno 
	5.1 Quais os capitais que devemos acumular para envelhecer bem?
	5.2 Como podemos acumular esses capitais?
	Referências

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