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Clínica de Pequenos Animais l → Fluidoterapia em cães e gatos O peso corporal é composto de 60% de água (40% é de líquido intracelular e 20% de líquido extracelular); A fluido altera/mexe com a pressão hidrostática; O pH sanguíneo varia em torno de 7,4 porém ocorrem reações no organismo que fazem com que ele tenda a acidose: êmese – perde muito ácido tendendo a alcalose, diarreia -perde muito bicarbonato tendendo a acidose; Existem alguns pontos que ocasionam alterações no pH sanguíneo como ácidos alimentares, alterações metabólicas, respiração (importante controle de pH), soluções tampões (tampão de bicarbonato e fosfato tendem neutralizar o hidrogênio; Quando mudanças de pH ocorrem dois mecanismos de controle são acionados = rim e o centro respiratório = centro respiratório é um mecanismo imediato que visa a eliminação ou retenção de CO2 conforme a necessidade (pH ácido = taquipneia = eliminar CO2; pH básico = bradipneia = reter CO2), o sistema renal é um mecanismo tardio, porém mais efetivo ajudando na excreção de hidrogênio e produção/reabsorção/secreção de bicarbonato. Quando a fluidoterapia é indicada? Reestabelecer ou manter a volemia, corrigir o equilíbrio ácido-básico ou alterações eletrolíticas, estimular diurese, manter acesso venoso. Como avaliar a desidratação? TPC, turgor cutâneo (só estará alterado se houver acima de 5% de desidratação, que é a desidratação clínica), mucosas, exames laboratoriais (proteína total e VCM elevados; urinálise – densidade urinária), elasticidade da pele (somente acima de 5% de desidratação é que há alterações). A desidratação clínica começa onde há turgor cutâneo alterado, mas já pode estar tendo uma desidratação subclínica. Desidratação Grau Exame físico < 5% Assintomático Sem alterações físicas 5 a 6% Leve Perda discreta da elasticidade da pele 7 a 9% Moderada Perda da elasticidade da pele, TPC discretamente alterado 10 a 12% Severa Perda acentuada da elasticidade da pele, TPC elevado 13 a 15% Muito severa Pulso fraco, taquicardia, mucosas hipocoradas *Necessidade diária de um cão = 30-60 mg/kg Vias de administração da fluidoterapia: Intravenosa ou IV – animal necessita de um volume imediato de reposição ou um volume muito alto de uma vez (em caso de perdas significativas) – glicose deve ser aplicada IV obrigatoriamente – animais desidratados clinicamente, hipotensos ou em choque; Subcutânea – reposição de baixo volume, onde a reposição não necessita ser tão imediata – animais não ou levemente desidratados, fluido de manutenção; Intraóssea – pouco utilizada (somente em filhotes quando a IV não é possível); Oral – via de baixa utilização (volume que é administrado acaba sendo insuficiente) – somente em pacientes sem êmese. Qual fluidoterapia empregar? Cristaloides/isotônicas/eletrolíticas – SF (cloreto de sódio a 0,9%), ringer com lactato, ringer simples, glicofisiológico (aumentam a pressão hidrostática, pois saem do vaso - extravasamento); Coloides – plasma (aumentam a pressão oncótica); Não vão para o interstício se administrar via IV, mas os cristaloides sim (80 a 90% do volume infundido vai para o espaço extravascular após 1 hora); Utilizados quando animal teve sangramento importante, necessidades de elevar a pressão oncótica e em hiponatremia; Hipotônicas – glicose 5%, solução de NaCl 0,45% - quase não são utilizadas pois têm poucos eletrólitos, repõe só kcal. Restaurar equilíbrio ácido-básico: Fluidoterapia que tende a causar acidose – solução de NaCl 0,9%, ringer simples, glicose 5%, GF (usar em caso de alcalose); Fluidoterapia que tende causar alcalose – ringer lactato (lactato é metabolizado no fígado em bicarbonato) – usar em caso de acidose. Indicações da fluidoterapia: NaCl: 0,45 % - hipotônica – manutenção já que repões apenas água (hipernatremia branda); 0,9 % - isotônica – reposição de água e eletrólitos; 7,5 % - hipertônica – choque agudo – não pode ser administrada em pacientes desidratados ou com perda ativa de sangue pois aumenta a pressão (ex.: se o animal tem ferida aberta não pode usar hipertônica pois aumenta a pressão ele começa a ter uma perda ativa de sangue). Glicose 5 % - solução hipertônia: Não contém eletrólitos, somente kcal; reposição apenas de água; não usa-la buscando obter energia (somente se estiver hipoglicêmico); indicado para cardiopatas e hipercalcêmicos. GF = solução de NaCl 0,9 % + glicose 5 %: Indicados para pacientes hipoglicêmicos e hipercalcêmicos (quando a glicose entra na célula o potássio entra junto). Ringer lactato: Não utilizar em hepatopatas e ser evitado em pacientes com neoplasias (devido a produção aumentada de lactato pela glicólise anaeróbica dos tumores), evitar na transfusão (SF), não é indicado em pacientes com hipercalemia e hipercalcemia (já que a composição tem um pouco mais de potássio e de cálcio). Suplementação de potássio: deve ser feita nas doenças que diminuem sua ingestão ou absorção (anorexia prolongada) e nos casos de aumento da sua excreção ou perda (DRC, diuréticos, diarreia grave); Necessidade de potássio – 15 a 30 mEq/L; Ex.: 1 ml de KCL a 19,1% equivale a 2,56 mEq/L 1L de ringer lactato contém 4 mEq de potássio, ou seja, faltam 16 mEq para atingir 20, sendo necessário administrar 6,15 ml de KCL a 19,1%. Obs.: Êmese – fluido com soro fisiológico (SF) – acidifica o pH já que o animal está em um alcalose; Diarreia – fluido com ringer lactato – alcaliniza o pH já que o animal está em uma acidose; Êmese + diarreia – fluido com ringer lacto – a acidose sempre vai ser maior que a alcalose – o pH deve ser alcalinizado para tirar o animal da acidose.
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