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METODOLOGIA DO ENSINO 
DA LITERATURA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Janieyre Scabio Cadamuro Damico 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Você já se considera um leitor literário? Está disposto a aumentar cada 
vez mais seu horizonte de expectativas por meio da leitura de variados tipos de 
texto, procurando obras que atendam ao público infantojuvenil e às 
necessidades dos estudantes? Lembre-se que o importante para o aluno é 
vivenciar o texto em sala de aula e não apenas ouvir falar sobre ele. 
Nesta aula vamos falar sobre os espaços de leitura, a escolha do livro 
literário e a contação de histórias. Vamos explorar os seguintes itens: 
• Espaços de leitores: escola e bibliotecas; 
• Como escolher o livro literário adequado; 
• Clássicos, adaptações ou contemporâneos; 
• Você gosta de ouvir histórias? 
A leitura de um texto é muito diferente de contar uma história; são inclusive 
formações diferentes. Contar uma história exige uma preparação muito grande 
com um excelente domínio do texto, mas nada impede que o professor desperte 
em seus alunos o interesse por ouvir uma boa história. Sendo assim, o que acha 
de transformar a escola em um local de contação de histórias? 
TEMA 1 – ESPAÇOS DE LEITURA: DA SALA DE AULA AOS ACERVOS 
ITINERANTES 
São vários os espaços que podem ser destinados à leitura. Vamos ver 
alguns deles. 
• Sala de aula 
Quando bem preparada, a sala de aula pode ser um excelente espaço de 
leitura. Os livros precisam estar ao alcance dos alunos: é possível ter um baú, 
uma estante ou até uma sacola com livros, que periodicamente são trocados. 
Note que os livros devem ser manuseados pelos alunos e o acervo precisa ser 
constantemente substituído – uma parceria com a biblioteca da escola pode 
facilitar muito esse trabalho. Outro ponto importante é que devem estar 
disponíveis vários gêneros, como narrativas, poemas e textos dramáticos. 
Há também a possibilidade de organizar cantos de leitura para as 
crianças. Estes devem ser um lugar aconchegante e convidativo, com tapete, 
almofadas e luz apropriada. No caso de a escola ter salas vazias, é possível 
 
 
3 
organizar uma especificamente para atividades de leitura, são as chamadas 
salas de leitura. 
Independentemente do espaço, os alunos precisam ter momentos de 
partilha de leituras, ou seja, um tempo na sala de aula para que indiquem livros 
uns aos outros e comentem sobre títulos que leram e suas preferências. Quando 
os alunos levam livros para casa, cria-se um momento de partilha com os 
familiares, fomentando a prática de leitura dentro de casa. 
• Bibliotecas 
Atualmente, as bibliotecas são locais que precisam ser repensados para 
que realmente promovam a formação de leitores. Existem três tipos de 
bibliotecas: a escolar, a pública e a comunitária. 
Algumas escolas possuem bibliotecas que são verdadeiros depósitos; 
outras, os títulos estão tão distantes do alcance das crianças, o que torna o 
manuseio do livro quase inviável. Outro ponto que merece reflexão é que ir à 
biblioteca ler um livro não é objeto de “castigo” por um mau comportamento: ler 
um livro na biblioteca deve ser uma atividade prazerosa, ensinada como positiva. 
Em muitas cidades, as bibliotecas públicas têm um acervo gigantesco e 
espaços destinados à literatura infantojuvenil, embora não seja um local de 
visitação das famílias. Por isso, a escola pode e deve programar uma visita 
guiada à biblioteca, fazendo uso desse espaço público como um espaço leitor. 
As bibliotecas comunitárias são organizadas por pessoas que coletam 
livros e, utilizar esses espaços também é muito interessante. 
Independentemente do tipo de biblioteca, elas servem para guardar 
diferentes acervos, para disponibilizar leitura e pesquisa e para promover ações 
culturais. 
Esse deve ser um espaço sedutor, atraente e disponível nos momentos 
de lazer. 
• Acervos itinerantes 
Os acervos itinerantes são bibliotecas em movimento. Eles normalmente 
são um serviço de extensão da biblioteca pública local, que leva os livros e o 
acesso a eles, aos lugares mais distantes e difíceis. 
Os acervos itinerantes levam livros aonde há potenciais leitores, e esses 
livros chegam aos leitores de barco, ônibus e bicicleta. 
 
 
4 
Há ainda outros espaços, como ONGs ou associações de bairro que 
promovem a formação do leitor, oferecendo espaços de leitura. 
TEMA 2 – A ESCOLHA DO LIVRO LITERÁRIO 
Esse talvez seja o tema mais difícil das nossas aulas, porque mesmo 
conhecendo as estratégias de leitura e as teorias de metodologia do ensino, 
definir qual o texto adequado para cada idade e para as expectativas dos alunos 
é uma situação bem complexa. 
Para resolver esse dilema, em primeiro lugar é preciso que o professor 
seja um leitor assíduo de literatura e tenha um vasto repertório, tanto de títulos 
pessoais quanto dos voltados ao público infantojuvenil. É necessário conhecer 
para poder levar para a sala de aula. Não é possível que continuemos a fazer da 
leitura literária um improviso, é preciso compreender a complexidade do texto 
que está sendo proposto, o nível de leitura e o interesse dos alunos. Assim, a 
tarefa de escolha do livro para utilizar em sala não será tão difícil. 
Segundo vários teóricos da metodologia do ensino da literatura, alguns 
critérios podem facilitar a prática pedagógica de escolha do texto literário, são 
eles: 
• O professor deve ser leitor – não é possível ensinar algo que não tenha 
sido aprendido e vivenciado; 
• Ter amplo repertório de leituras – de todos os gêneros literários possíveis 
e de muitos autores; 
• Conhecer o nível de leitura dos alunos – por meio do diagnóstico que já 
comentamos várias vezes; 
• Apropriar-se de metodologias que despertem os alunos para o mundo da 
leitura – as estratégias e as atividades de leitura que já estudamos são 
um bom início; 
• Ter conhecimento sobre autores e obras – estudar e conhecer os 
expoentes da literatura brasileira e estrangeira; 
• Ter conhecimento da produção literária clássica e canônica para crianças 
e jovens; 
• Conhecer os lançamentos recentes por intermédio de visita a livrarias, 
leitura de catálogos impressos ou eletrônicos, sites na internet – todos os 
 
 
5 
anos são mandados para as escolas, catálogos das editoras com 
inúmeras publicações recentes e essa pode ser uma excelente fonte; 
• Conhecer a função da literatura – sugerimos novamente que você leia 
Antonio Cândido, um grande crítico literário que serve como base para 
reflexões. Seu livro Vários Escritos traz o texto O Direito à Literatura, que 
trata especificamente da função da literatura; 
• Conhecer os interesses dos alunos (sem que eles venham a tornar-se os 
únicos critérios de seleção) – isso porque não podemos trabalhar apenas 
com os primeiros gostos de nossos alunos, precisamos partir desse ponto 
e alargar o horizonte de expectativas deles; 
• Atendimento à filosofia e aos princípios da educação contemporânea – 
ênfase no aprender a aprender e no aprender a ser; 
• Atendimento às qualidades estéticas da literatura, sem preconceitos nem 
moralismo; 
• Preferência por textos inovadores e emancipatórios – textos que gerem a 
criticidade e a reflexão; 
• O professor poderá optar por textos mais ou menos extensos, narrativas 
mais ou menos complexas, livros clássicos ou contemporâneos, livros 
verbais ou de imagem, originais ou adaptações; 
• Conhecer as características de bons livros de imagens, adaptações, 
traduções, clássicos, recontos; 
• Escolher estratégias de leitura adequadas, que ampliem a bagagem de 
leitura dos discentes, assim como as habilidades leitoras. 
TEMA 3 – LIVROS COM IMAGENS, LIVROS DE IMAGENS E RECONTOS 
Vejamos agora algumas possibilidades do mundo editorial, ou seja, quais 
tipos de livros existem para o público da educação básica. 
• Livros com imagens 
Esses livros são utilizados para crianças do fundamental 1 e início do 
fundamental 2. Ospequenos precisam da imagem para construir sua 
interpretação da obra, por exemplo, uma criança pequena, que ainda não foi 
alfabetizada, “lê” um livro infantil por meio das imagens: ela vai contando a 
história do seu jeito ou do jeito que a professora contou. 
 
 
6 
Para escolher os livros com imagens, precisamos estar atentos à fonte 
escolhida (tipo de letra), ao formato do livro, à capa e ao design gráfico. Todos 
esses elementos precisam se harmonizar de forma a apresentar um livro 
atraente para o nosso público. 
Tenha em mente, na hora de escolher um livro, que a imagem é o 
componente visual da obra, por isso, ela não pode ser simplista, devendo abrir 
a possiblidade das várias leituras propostas pelo texto. A imagem é a 
representação de algo que está ausente, que só está na nossa memória ou em 
nossa imaginação. Como as crianças pequenas ainda não têm desenvolvida a 
habilidade de formar imagens mentais sobre o texto que está sendo lido, as 
imagens do livro auxiliam no processo de visualização do enredo e dos 
personagens. 
Com relação às imagens, elas podem ser: 
• Imagem do livro – aquela que temos ao comprar ou adquirir um livro; 
• Imagem no livro – as ilustrações; 
• Imagem que as palavras provocam no imaginário do leitor – uma boa 
estratégia aqui é conversar com as crianças sobre as ilustrações do livro, 
questionando o que poderia ser acrescentado em determinada imagem. 
Lembre-se que o texto não explica a imagem nem a imagem explica o 
texto, eles devem ser complementares e não explicativos. Um conjunto 
harmonioso é aquele em que palavra e texto são dependentes um do outro e, 
por meio da imagem acontece o diálogo, a interação entre texto e imagem sem 
sobreposição de importância. 
Em relação à literatura infantil, sugerimos as ilustrações de Ziraldo, Eva 
Furnari, Graça Lima e Audrey Wood. 
• Livros de imagens 
Em um livro com imagens temos o texto verbal e o não verbal presentes 
na obra, ambos dialogam entre si. Já no livro de imagens a história é contada 
exclusivamente por meio das ilustrações. Você pode imaginar que os livros de 
imagens são apenas para crianças pequenas, mas isso não é verdade. Muitos 
livros de imagens possuem ilustrações bastante complexas e de difícil 
interpretação, por isso, a mediação de um professor, que estudou literatura, é 
fundamental para a compreensão das várias leituras possíveis, para fazer uso 
das inferências e de todas as estratégias que já estudamos. 
 
 
7 
Como sugestão, deixamos o livro Zoom de István Bányai. Este é um livro 
só de imagens e que pode ser lido nos dois sentidos. Há todo um contexto e uma 
narrativa presente, sendo necessária a mediação do professor para a leitura. 
Existem muitos outros livros com histórias bastante complexas contadas por 
imagens que exigem um leitor atento, experiente e com bagagem significativa de 
leitura. 
Camargo (1995, p. 79, citado por Quadros, 2018) explica que 
segundo a experiência de cada um e das perguntas que cada leitor faz 
às imagens, ele pode se tornar o ponto de partida de muitas leituras, 
que podem significar um alargamento do campo de consciência: de nós 
mesmos, de nosso meio, de nossa cultura e do entrelaçamento da 
nossa com outras culturas, no tempo e no espaço. 
• Os recontos 
Outro tipo de livro produzido em larga escala para o público infantojuvenil 
é o reconto, ou seja, aquele que dialoga com outra obra, que foi produzida antes. 
O trabalho com reconto é muito interessante, pois exige do leitor repertório de 
leitura para compreender a intertextualidade presente na obra. 
Para perceber as relações intertextuais presentes é preciso ter 
conhecimento de mundo. Por isso, ao levar um reconto para a sala de aula é 
preciso trabalhar também com o conto original caso os estudantes não o 
conheçam. Existem dois tipos de reconto, são eles: 
1. Paródia – quando o autor modifica um texto que já existe com a finalidade 
de produzir efeito cômico e humorístico. Acaba, dessa forma, deformando, 
transformando e imitando criativamente um texto preexistente, utilizando-
se da ironia e do deboche como matéria-prima. Resulta na subversão do 
sentido original do texto preexistente. Como sugestão aos jovens, temos 
o livro Os Contos de Fada Politicamente Corretos, que quebra com o 
paradigma do clássico. 
2. Paráfrase – endossa e reafirma o texto já existente. Preocupa-se em 
contar, com as próprias palavras, o texto, recontando ou recriando-o. As 
características centrais são preservadas, mas o produto final é outro, pois 
a história original acaba sendo alterada. 
 
 
 
 
8 
TEMA 4 – CLÁSSICOS, CONTEMPORÂNEOS, ADAPTAÇÕES, TRADUÇÕES E 
PARADIDÁTICOS 
Vamos falar agora sobre os livros clássicos ou cânones e as adaptações. 
Uma discussão muito polêmica diz respeito ao uso das adaptações no trabalho 
com os jovens. Será que eles precisam do contato com os textos originais? 
Quais livros você nunca leu, mas conhece a história porque sempre ouve 
falar sobre eles? Provavelmente você se lembrou das obras clássicas ou 
canônicas. Romeu e Julieta, Dom Quixote, Pinóquio, O Mágico de Oz, Dom 
Casmurro e O Pequeno Príncipe são alguns exemplos. São clássicos porque 
ultrapassam o tempo, dialogando com leitores de todas as épocas e tratam de 
temas pertinentes em qualquer lugar do mundo. A leitura dos clássicos é 
relevante para que, com base nesse conhecimento, possamos comparar com a 
leitura das obras contemporâneas, que, de alguma forma, dialogam com os 
cânones. 
Mas é possível substituir a leitura de uma obra clássica por uma 
adaptação? Qual a sua opinião sobre isso? Para avaliar se uma adaptação foi 
bem-feita, é necessário que o professor conheça a obra original para verificar se 
a riqueza da linguagem foi preservada. Outro tema a ser abordado nesta aula é 
o uso de livros paradidáticos. 
• Os clássicos 
Quadros (2018, p. 158-159) ensina que os clássicos trazem 
características em sua estrutura e temáticas que resistem e continuam existindo 
com o passar dos séculos. Falam de seu tempo, de sua sociedade, de seu 
espaço, mas por meio de problemas e sentimentos que continuam existindo por 
toda a linha do tempo: do período em que a obra foi produzida até a atualidade. 
Note que os chamados clássicos resistem ao tempo, dialogando com 
leitores de diferentes épocas porque tem universalidade e atemporalidade. De 
acordo com Ítalo Calvino, um clássico é um livro que nunca terminou de discutir 
a sua problemática, podendo ser reatualizado em qualquer tempo. Se 
pensarmos em Shakespeare, Cervantes e tantos outros, entendemos que eles 
tratam de temáticas universais e atemporais. 
 
 
 
9 
• Os contemporâneos 
Esses são livros que dialogam com os clássicos, porque a literatura 
contemporânea é composta por obras e autores que coincidem com o nosso 
tempo. Os textos infantojuvenis contemporâneos trazem características dos 
clássicos somadas às características da literatura atual. 
Alguns autores que já mencionamos são Ziraldo, Ana Maria Machado, 
Lígia Bojunga Nunes, Eva Furnari, Sérgio Caparelli e Marina Colasanti, entre 
tantos outros. 
• Adaptações e traduções 
As traduções são necessárias quando nos deparamos com obras 
estrangeiras e não dominamos a língua em que foram escritas. Uma obra 
infantojuvenil alemã muito interessante é O pato, a morte e a tulipa, de Wolf 
Erlbruch. Essa obra trata da morte de forma muito leve e sutil, uma discussão 
essencialmente humana e, por isso, muito válida para a literatura. Você pode 
encontrar uma animação sobre esse livro na internet e ele é um bom exemplo 
de obra que precisa de tradução. 
Adaptação é uma reformulação da história para ser compreendida por 
leitores contemporâneos, não exigindo fidedignidade com a forma, apenas com 
o conteúdo. Como professores, devemos nos questionar sobre a necessidade 
de usar determinada adaptação. Será que, com a devida mediação, os nossos 
alunos não conseguem utilizar o textooriginal, o clássico? Não há problema 
algum de utilizar uma adaptação, desde que ela seja bem pensada. 
Outro ponto que merece reflexão sobre uma adaptação é na forma que 
ela foi produzida, ou seja, na hora de escolher uma obra, esteja atento à riqueza 
de detalhes, a questão da criatividade com a linguagem, o uso de metáforas e 
símbolos. As adaptações não podem empobrecer o texto clássico. 
• Livros paradidáticos 
São livros que complementam um conteúdo, apresentando-o ao aluno 
pelo viés da ficção e da imaginação. 
É importante frisar que essas obras não se tratam de literatura, são livros 
utilitários fabricados para ensinar sobre vários temas. O foco dessas obras é 
ensinamento de um conteúdo e por isso, eles precisam de constante atualização. 
Já os textos literários são atemporais. 
 
 
 
10 
TEMA 5 – OS MODOS DE LER E A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS 
Cada pessoa possui um jeito próprio de ler. O progresso e o avanço da 
tecnologia trouxeram muitas mudanças para a humanidade, e a forma de ler 
também pode ter sofrido alterações. Mas será que a importância dada à leitura 
se alterou com o passar dos anos? Ler continua sendo uma prática de inigualável 
valor? 
É certo que utilizar o suporte papel e os meios digitais é muito diferente, 
mas há processos que ocorrem no ato da leitura que são comuns a essas duas 
formas diferentes de ler. 
• Modos de ler 
Quadros (2018, p. 178) explica que ler “extrapola o decifrar, o decodificar, 
ações essas que necessitam do funcionamento da visão e do cérebro. Ler 
implica em compreender, em emocionar-se, em convencer, em conhecer, em 
estabelecer relações, em refletir, em criticar, em argumentar, em estabelecer 
sentidos”. Note que ler é um ato bastante complexo e que envolve inúmeras 
habilidades. 
Quando falamos da leitura de um texto literário, temos uma teoria muito 
utilizada em todo o mundo, que surgiu na Alemanha, na década de 1960, 
chamada de estética da recepção. Essa teoria coloca por terra o conceito de que 
a ideia do texto se sobrepõe sobre o leitor. Ao invés de questionar o leitor sobre 
o que o autor quis dizer em determinado texto, pergunta-se quais sentidos é 
possível atribuir ao texto. De acordo com o repertório de leitura e de mundo de 
cada leitor, buscamos entender como o indivíduo preenche as lacunas deixadas 
no texto, atribuindo sentido a leitura. Aqui deslocamos a importância do autor 
para o leitor. 
A teoria da recepção literária prioriza a leitura e aquilo que o leitor pode 
compreender do texto, quais as relações e sentidos que ele atribui ao que está 
escrito. Lembrando que essa teoria considera a relação da obra de forma mais 
dinâmica, sendo o leitor um sujeito ativo e que participa da leitura, dando um 
aspecto social a ela, vejamos quais os termos específicos dessa estética: 
1. Repertório de leitura – é acionado quando o leitor se depara com um 
novo texto; 
2. Ato da leitura – em que cada leitor faz sua interpretação, de acordo com 
as pistas deixadas no texto; 
 
 
11 
3. Vazios/lacunas no texto – é o convite que o autor faz ao leitor para 
participar ativamente; 
4. Grau de indeterminação do texto – por excelência, o texto literário tem 
alto grau de indeterminação, tornando possível as suas variadas 
leituras. De acordo com a maturidade leitora de nossos alunos, 
escolhemos obras com maior ou menor grau de indeterminação; 
5. Teoria do efeito – consiste no efeito causado pelo texto nos diferentes 
leitores. 
• Contação de histórias 
Para contar bem uma história aos alunos, vamos trazer algumas 
sugestões. Primeiramente, escolha uma história com a qual tenha afinidade. É 
primordial que se prepare a história antes, não tente improvisar. Não se preocupe 
em explicar a história, apenas conte e deixe que os alunos a interpretem. Depois 
de terminada a contação pode-se fazer um diálogo, mas durante não. Olhe para 
a plateia e faça gestos expressivos. Use pausas durante a narrativa, explorando 
os silêncios do texto. 
Dê entonação e ritmo adequados à voz. Coloque na porta da sala um 
aviso de que é a hora da história, para que não haja interrupção nesse momento 
tão especial. Se achar necessário e se sentir confortável, use adereços como 
fantasias, fantoches e máscaras. 
É muito interessante fazer uso de um sinal para que as crianças saibam 
que a história irá começar, como tocar um sino, apagar e acender as luzes ou 
colocar um avental. 
Outra dica interessante é assistir vídeos de contadores de história para 
entender como eles fazem para prender a atenção de seus espectadores. 
NA PRÁTICA 
O desafio dessa aula é que você procure pelos clássicos dos quais 
sempre ouviu falar, mas ainda não teve a oportunidade de ler. Depois, procure 
adaptações desse clássico e avalie a linguagem utilizada. Você também pode ir 
em busca de outras leituras possíveis realizadas a partir do cânone, como obras 
literárias que dialogam com ele, adaptações para o cinema, histórias em 
quadrinhos, animações, músicas etc. 
 
 
12 
Outra prática que você pode realizar é procurar em sua cidade diferentes 
espaços de leitura e de contação de histórias ou visitar aquela biblioteca que 
nunca frequentou. 
Aproveite para procurar obras de literatura infantojuvenil contemporânea 
ou livros que recontam os clássicos, como Chapeuzinho Amarelo ou Fita verde 
no cabelo, sugeridos por Quadros (2018). 
Como sugestão para melhorar sua contação de história, assista ao vídeo 
Rá-Tim-Bum: A princesa e o sapo e verifique a maneira de contar história dessa 
contadora, que utiliza objetos como material de apoio. O vídeo está disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=F3izu2HjtAo>. Acesso em: 27 ago. 
2020. 
FINALIZANDO 
Vamos agora finalizar a aula retomando alguns pontos importantes. Hoje 
falamos dos espaços de leitura, as salas de aula, as bibliotecas, os cantos de 
leitura, os espaços itinerantes e tudo aquilo que podemos explorar como lugares 
em que a leitura pode ser fomentada. 
Comentamos sobre a seleção de livros literários que podemos transitar 
como os clássicos, as adaptações, os recontos e os livros de imagens. Nos 
modos de ler, vimos a teoria da recepção literária e, por fim, falamos rapidamente 
sobre a contação de histórias. 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
QUADROS, D. Metodologia do ensino da literatura juvenil. Curitiba: 
InterSaberes, 2018.

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