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Universidade Santa Úrsula Fernanda Quintino Gentil VA1 da Disciplina Abordagem Centrada na Pessoa O Caso Glória Rio de Janeiro 2020 O vídeo mostra o atendimento da cliente Glória, que aceitou ser filmada durante a realização de 3 sessões de terapia, realizadas por três terapeutas de abordagens diferentes: Carl Rogers (Abordagem centrada na Pessoa), Frederick Pearls (Gestalt Terapia) e Albert Ellis (Terapia Racional Emotiva). Para essa avaliação, o foco será a sessão de Carl Rogers com Glória, e os conceitos que postulam a ACP. A primeira coisa que me chama atenção no vídeo é o cenário criado para a filmagem. Imagino a quantidade de equipamento e pessoas envolvidas para que a filmagem transcorresse sem problemas e o quanto deveria estar desconfortável para o terapeuta e para a cliente aquela situação. Ao iniciar a conversa e informar o tempo que têm juntos, Rogers fala de uma incerteza sobre o rumo que tomarão na terapia, mas de uma forma muito sincera, tranquila e positiva e começa a criar ali um ambiente acolhedor e confortável para a cliente, que por sua vez, pôde sentir isso, tanto que consegue se entregar à sessão e cria-se o vínculo terapêutico. Rogers está atento à Gloria, que inicia sua fala bastante insegura, com a voz trêmula. Ela lhe expõe o problema ao qual ela tem acesso consciente: os ajustes da nova fase de solteira, seus novos relacionamentos e o impacto deles nos filhos, principalmente na filha de 9 anos, chamada Pam. Enquanto a terapia avança e Gloria discorre sobre sua vida, ela demonstra incongruência, pois em diversos momentos diz não saber o que fazer, enquanto deixa claro o que gostaria de fazer. Essa incompatibilidade entre a experiência e a noção do eu, aparece, por exemplo, quando ela diz que sente que deveria conversar com a filha, mas ainda assim não o faz. Ou quando ela questiona suas atitudes baseando-se nos seus valores e em seguida age em desacordo consigo mesma. Rogers demonstra empatia, transparência e congruência o tempo todo, ouvindo a fala da cliente com atenção, demonstrando interesse no que é dito e ponderando sobre tudo que está sendo posto em questão, e conforme levanta questões ditas pela própria Gloria, a conduz à uma obtenção interna de respostas, apenas prestando mais atenção em si mesma. Ele pôde ser genuíno e sincero. Mesmo quando Gloria era mais direta pedindo uma solução para alguma questão, ele devolvia o questionamento lembrando a pessoalidade da situação, mas de maneira gentil, se colocava à disposição para ajudá-la na jornada até a resposta interna e ela nitidamente sentia a verdade desta afirmação. É possível notar também a tendência atualizante em Gloria. Entendo a tendência atualizante como uma capacidade inerente ao ser humano em buscar o melhor de si. Gloria não só busca ajuda como permite ser filmada e exposta publicamente. Com o andar da terapia é possível notar o desenvolvimento de sua autonomia enquanto ser humano. Ela consegue identificar, por exemplo, que culpa seus filhos por padrões de comportamento que estão em desacordo com seus valores e passa a perceber que a questão é ela e não as crianças, apesar da sua preocupação real com os filhos. Outro conceito que fica claro no contato, é a consideração positiva incondicional, onde o apreço e respeito são mútuos na relação terapêutica. Rogers permitiu se afetar, criou um ambiente livre de julgamentos, respeitou, entendeu e aceitou seus sentimentos positivos e negativos e em contrapartida Gloria também o fez. Ela já possuía uma imagem positiva de Rogers, mas se sentiu acolhida à ponto de associar a figura dele a uma figura paterna, mesmo ele não atendendo suas necessidades iniciais de uma resposta direta. Concluo que os conceitos destacados aqui são apenas alguns conceitos extraídos dessa sessão tão enriquecedora. A abordagem de Carl Rogers revolucionou a psicologia ao tirar a autoridade do terapeuta e entregá-la na mão do cliente e encorajá-lo a ser autônomo e livre em suas decisões. Referências Bibliográficas · ROGERS, C.; KINGET, M. Psicoterapia & Relações Humanas. Cap. VIII. In: Psicoterapia e relações humanas: teoria e prática da terapia não-diretiva. 2ª ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1977. 288p. v1. · Shostron Everett L. Três abordagens em psicoterapia: A paciente Gloria. 1965. (48m28s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xnO5ZoNJmEM Acesso em: 15 set. 2020.
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