Buscar

AULAS

Prévia do material em texto

AULA 03 - O CUIDAR E O EDUCAR: CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS
Tradicionalmente o trabalho nas creches e pré-escolas se constituiu por meio de uma equivocada divisão que refletiu práticas fragmentadas e excludentes, marca da divisão social de classes: o cuidar e o educar.
CUIDAR: Atividade ligada meramente ao corpo e destinada às crianças pobres.
EDUCAR: Como experiência de promoção intelectual reservada aos filhos dos grupos socialmente privilegiados.
Atualmente, pesquisadores e especialistas da área buscam em seus discursos e textos deixar explícitas as ações de educar e cuidar como fundamentais e indissociáveis, na construção cotidiana de uma proposta pedagógica de qualidade.
O MEC, ao publicar os Referenciais para o exame nacional de ingresso na carreira docente, além de registrar a garantia de bons professores para a educação infantil, reconhece a importância do brincar e do cuidar para esse público.
“Reconhecer as funções do cuidar e do brincar para o desenvolvimento das crianças da educação infantil.”
Após esses pontos iniciais, vale ressaltar que no cotidiano das instituições de educação infantil serão promovidas as ações que irão consolidar a união do cuidar e do educar como práticas inseparáveis. 
É no espaço do dia a dia, no ritmo e ao longo de cada jornada que acontecem saltos qualitativos no desenvolvimento da criança. Respeitando-se sua singularidade, movimento e necessidade, a criança fará descobertas vivendo experiências a partir de tudo que será oferecido a sua volta.
O professor ao fazer o planejamento do que irá acontecer durante a rotina diária, precisará valorizar alguns aspectos fundamentais.
É preciso ressaltar a importância de um planejamento flexível que permita a participação ativa da criança, deve ser evitada uma rotina que favoreça a convivência mecânica, pois esta forma irá desmotivar a criança, atrapalhando seu processo de desenvolvimento. 
 PLANEJAMENTO FLEXÍVEL 
 ↓
CRIANÇA ATIVA ← PARTICIPAÇÃO
 ↖ ↓
 ↖ CONVIVÊNCIA ESPONTÂNEA 
 ↖ ↓ ↘ 
 ↖ BRINCADEIRAS
 ↖ ↑
 EDUCAÇÃO DAS EMOÇÕES 
É muito importante brincar e estudar, mas isso não é tudo!
Os cuidados com o corpo, envolvendo a higiene, o sono e a alimentação, como parte fundamental do processo educativo das crianças, são ações fundamentais que devem ser planejadas em detalhes na busca de conforto e orientação à criança. Algumas instituições, infelizmente, ainda insistem em uma prática que oferece essas ações de forma mecânica e sem importância. 
A educação das emoções e do afeto.
Outro aspecto importante relacionado ao cuidar e ao educar é a valorização da educação das emoções e do afeto como parte que deve ser considerada tão importante quanto a construção de conhecimentos. 
O educador deve estar atento às várias manifestações das crianças percebendo sua frequência e em que condições ela ocorre. É importante considerar as variações individuais, pois as crianças são diferentes entre si e apresentam formas de manifestar suas emoções que acentuam essas diferenças.
O educador deve prestar atenção nos comportamentos infantis; deve respeitar a individualidade de cada uma e buscar formas afetuosas de intervir durante momentos emotivos, pois a criança poderá viver situações difíceis que irão refletir em seus comportamentos, e o educador deverá amenizar essas situações respeitando os sentimentos das crianças.
Rotina e ambiente escolar.
A organização da rotina e do ambiente são aspectos fundamentais para favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem, a autonomia e a criatividade das crianças.
A altura dos murais e das estantes, o tamanho dos móveis e a disposição deles nas salas, o oferecimento de ambientes externos e internos são alguns dos aspectos fundamentais para ajudar a organizar uma proposta pedagógica de qualidade.
A organização da rotina e do ambiente expressa a ideia de criança e da educação que será oferecida a ela dentro da instituição.
Brincadeira de criança: como é bom!
Perceber a construção de um planejamento para que as brincadeiras ocorram de forma diversificada também faz parte essencial de um trabalho de qualidade.
A brincadeira é uma das atividades essenciais para o desenvolvimento de uma infância saudável, e uma instituição de educação infantil, que é responsável pela formação integral da criança, deve planejar formas diferenciadas que permitam a expressão do lúdico de diferentes maneiras.
À medida que a criança adquire mais autonomia motora e linguística, com a aquisição do andar e do falar, as atividades lúdicas devem ser planejadas envolvendo outros aspectos, tais como: peso, tamanho, material que constituirão os brinquedos, bem como a disponibilidade em que serão oferecidos às crianças. 
A partir dos 4 a 5 anos, é esperado que as crianças já tenham adquirido alguns hábitos de independência e autonomia. Portanto, expressam curiosidades e interesses por vários aspectos, como sexualidade e língua escrita, testando os limites estabelecidos, e possuem laços de amizades, entre outras conquistas alcançadas.
Vale destacar que cuidar e educar as crianças de forma integrada exige a cumplicidade de adultos e crianças, em todo momento.
Os adultos devem proporcionar espaços de ação e compartilhamento em que todos possam interagir trocando experiências significativas, em que “corpo” e “cabeça” não sejam percebidos separadamente, mas com o mesmo valor.
As crianças devem ter acesso à saúde e higiene, tanto quanto aos conhecimentos do mundo e de sua cultura. Os profissionais de creches e instituições de educação infantil devem buscar planejar o cotidiano procurando respeitar as individualidades, bem como as necessidades especificas de cada faixa-etária. 
Afetividade e compreensão devem ser requisitos básicos na constituição de qualquer profissional que tenha o desejo de trabalhar com crianças.
AULA 04 - O PERFIL DOS EDUCADORES QUE TRABALHAM NA CRECHE
Ao discutirmos o perfil desejável dos educadores que trabalham em creches é necessário ressaltar dois aspectos fundamentais que servirão como base para a discussão que será proposta nessa aula.
• O primeiro aspecto é quanto ao perfil, pois, considerando que as pessoas possuem características individuais que refletem sua cultura, sua história de vida e as relações afetivas que tiveram ao longo da vida, não devemos pensar em um controle rígido que incentive um padrão, pois cada um terá uma forma diferente de desenvolver o trabalho com crianças a partir de suas características individuais. É preciso esclarecer que a intenção é traçar critérios que valorizem o papel desse profissional, baseando-se nas Diretrizes Nacionais da Educação Infantil.
• O segundo aspecto é quanto a questão de gênero, pois tradicionalmente a profissão de professor de educação infantil tem sido ocupada exclusivamente pelo universo feminino, refletindo uma concepção de trabalho doméstico e maternagem. Cabe aqui fazer uma pergunta: é possível a inserção de educadores (gênero masculino) no desenvolvimento de trabalhos pedagógicos que envolvam o cuidar e o educar para crianças na faixa etária de 0 a 5 anos?
Perfil dos profissionais de educação infantil.
•Contexto sociocultural: Ao traçar o perfil profissional de professores de Educação Infantil devemos considerá-los em seu contexto sociocultural; o que significa incluir além das questões de gênero, questões de raça, idade e classe social. 
É importante considerar que este assunto é bastante complexo e existem poucos parâmetros para defini-lo de forma absoluta.
•Humor e disposição: Para esse profissional que estamos delineando a partir das considerações das diretrizes postuladas pelo governo e considerandoas diferenças dos aspectos socioculturais, alguns pontos são importantes. Entre eles o fato de procurar estar com bom humor e bem disposto, pois as crianças são ativas e rápidas, por isso necessitam de educadores com essas características.
•Emoções infantis: Outro ponto importante é procurar atuar como mediador entre a criança, as suas emoções e o seu ambiente, isso significa ser capaz de interpretar e compreender o que uma criança está sentindo, por isso envolve o conhecimento de muitas emoções.
Compreender as próprias emoções é essencial para saber lidar com os sentimentos das crianças.
Em primeiro lugar, é necessário que os adultos compreendam e aceitem suas próprias emoções, principalmente, quando essas não são consideradas socialmente positivas, como: raiva, inveja, ciúme entre outras.
Geralmente, ao ouvir “Não”, as crianças manifestam irritabilidades ou choros, por isso, saber lidar bem com essas situações é muito importante. Facilita bastante o fato de um adulto saber lidar de forma equilibrada com seus próprios sentimentos.
Ter equilíbrio emocional facilitará o oferecimento de uma sólida base de afeto – sorrir e falar carinhosamente com as crianças é importante para que elas não se sintam ameaçadas ou pressionadas a fazer coisas que impeçam seu desenvolvimento.
Veja outros pontos muito importantes no trabalho com a Educação Infantil!
É importante saber organizar o espaço e o tempo de modo a favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. Com relação a esse aspecto é essencial organizar detalhes do ambiente, procurando criar uma atmosfera de segurança, como exemplo: sala bem ventilada, limpa, bonita, com objetos, imagens e cores que estimulem a imaginação.
Importante também é distribuir o tempo de modo adequado entre as diferentes atividades do dia, para não cansar as crianças e nem deixá-las sem atividades.
Desde pequenas as crianças já demonstram uma grande capacidade de ajuda mútua. É importante que o professor possa organizar possibilidades em que as crianças ajam umas com as outras, de maneira que vivam a multiplicidade de experiências e superem desafios. 
Construindo regras coletivas...
A criança também tem o direito de falar!
É importante levar as crianças a participarem do processo de tomada de decisão, ou seja, levá-las a fazer uso frequente da palavra e articular ideias de maneira lógica e clara. Isso irá ajudá-las a descentrar e coordenar diferentes pontos de vista, permitindo que possam ser mais autônomas. 
Tradicionalmente, as regras eram oferecidas para a criança de forma autoritária, em uma relação em que só o adulto poderia afirmar impositivamente como as coisas seriam organizadas, e muitas vezes nem mesmo procurando ser justo com  a criança.
Atualmente, pesquisas demonstram que é fundamental possibilitar às crianças o direito de escolher e de argumentar no sentido de negociar e renegociar as normas, avaliando se são justas e, caso não sejam, que possam rediscuti-las de forma continuada e contando com a participação ativa de todos, adultos  e crianças.
Um aspecto facilitador é o fato de poder dialogar com a família procurando saber o que acontece em casa, fazendo relações com o que acontece nos espaços educativos. 
Estar sempre procurando investir em sua formação, buscando aprender cada vez mais sobre o seu trabalho é um aspecto que dará vida e sentido à construção da proposta pedagógica cotidiana. 
Um professor que está sempre em contato com novos conhecimentos de sua área será capaz de fazer reflexões que possibilitarão o aprimoramento constante, permitindo o aumento de sua motivação.
Um professor que está sempre em contato com novos conhecimentos de sua área será capaz de fazer reflexões que possibilitarão o aprimoramento constante, permitindo o aumento de sua motivação.
Reconhecer as especificidades de cada contexto educacional é ponto chave, pois as condições de trabalho desse profissional não podem ser analisadas separadamente de seu perfil. O lugar disponível para a realização do trabalho pedagógico deverá ser o grande aliado desse profissional.
Para favorecer a realização de um trabalho de qualidade é necessário pensar na quantidade de crianças para cada educador. Recomenda-se que quanto menor a faixa etária, menos deverá ser a quantidade de criança por adulto. 
Outros aspectos também importantes estão relacionados à distribuição do tempo e do espaço. É necessário garantir que as crianças possam escolher o que e com quem devem trabalhar, podendo expressar seus reais talentos e interesses.
Podemos resumir que entre algumas características fundamentais para os educadores de crianças estão:
•respeitar e fortalecer a identidade das crianças e suas famílias;
•educar e cuidar da criança, como ser total, completo e indivisível;
•articular e integrar conhecimentos, de forma prazerosa;
•avaliar a evolução das crianças e registrar seus progressos. 
Para finalizar é importante destacar uma característica que não deverá faltar em nenhuma hipótese à capacidade do adulto de “entrar no jogo da criança”, ou seja, despir-se de suas características de adulto e tentar entrar no mundo do faz de conta que a criança está inserida.
O educador para conseguir tal êxito deverá entrar em contato com sua criatividade artística e com o seu humor. O que permitirá elevar-se a sentidos sem aparentes significados imediatos ou fins previamente estabelecidos
AULA 05 - O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O brincar tem sido apontado por vários autores como um dos comportamentos principais da infância. As crianças quando brincam desenvolvem habilidades motoras, cognitivas, sociais e afetivas. Por isso, na educação infantil a brincadeira precisa estar presente como uma atividade importante em si mesma. 
A brincadeira permite à criança transitar entre mundos opostos que delimitam a realidade e a fantasia. O real e o imaginário se misturam abrindo a possibilidade de criação que instiga a viver com mais energia e alegria, encarando as dificuldades com mais leveza.
A partir dos estudos de Vygostsky podemos afirmar que a brincadeira contém todas as tendências do desenvolvimento de forma condensada, sendo uma grande fonte de desenvolvimento. 
É possível pressupor que a criança da educação infantil brinca em um mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados.
Portanto, é necessário garantir espaço e tempo para as crianças brincarem sem que necessariamente tenham que atingir algum objetivo antes, durante ou depois da atividade. 
Atualmente existem no Brasil leis como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - 1990) que garantem a legalidade do brincar à criança brasileira.
Desde a Constituição de 1988 a criança brasileira passou a ser cidadã de direito e como tal, um de seus direitos é o brincar. Portanto, um educador de creches e pré-escolas não pode utilizar o brincar como prêmio ou punição e, em hipótese alguma, escolher um grupo de crianças para uma atividade lúdica e deixar o restante impossibilitado de participar.
Várias pesquisas na área da psicologia do desenvolvimento têm apontado sobre a necessidade de brincar na infância.
A brincadeira deve ser favorecida de diversas formas e os espaços de educação infantil devem ser planejados considerando o tempo para a brincadeira livre e dirigida.
Alguns autores, como Piaget e Vygotsky, consideram o brincar como fundamental nesse período. Apesar de esses estudiosos apresentarem divergências, é fundamental compreender a contribuição que ambos trouxeram para a análise do brincar na infância.
Piaget - Jogo de Exercício, Brincadeiras de Faz de Conta e Jogos com Regras
 - Jogo de exercício:
• Caracteriza a fase do desenvolvimento pré-verbal.
• Tem como finalidade o próprio prazer do funcionamento; por exemplo, quando a criança empurra uma bola, vai atrás dela, volta e recomeça, ela o faz por mero divertimento. 
 - Jogo simbólico:  
• Caracteriza a fase que surge com o aparecimento da linguagem.
• O símbolo implica a representação de um objeto ausente (comparação entre um elemento dadoe outro imaginado).
 - Jogos com regras: 
• A regra substitui o símbolo e enquadra o exercício quando certas regras sociais se constituem.
• As regras podem ser transmitidas ou espontâneas.
Vygotsky – o papel do brinquedo no desenvolvimento
O brinquedo não pode ser definido simplesmente como atividade que dá prazer, mas é preciso tomar cuidado para não ignorar a importância dele no preenchimento das necessidades infantis.
Segundo Vygotsky (1998, p.122),
"Frequentemente descrevemos o desenvolvimento da criança como o de suas funções intelectuais; toda criança se apresenta para nós como um teórico, caracterizado pelo nível de desenvolvimento intelectual superior ou inferior, que se desloca de um estágio para o outro. Porém, se ignoramos as necessidades da criança e os incentivos que são eficazes para colocá-la em ação, nunca seremos capazes de entender ser avanço de um estágio de desenvolvimento para outro, poruqe todo avanço está conectaado com uma mudança acentuada nas motivações, tendências e incentivos. Aquilo que é de grande interesse para um bebê deixa de interessar uma criança um pouco maior."
As atividades lúdicas vão se transformando com o tempo e a criança adquire novas formas de expressá-la. Portanto, é necessário considerar as diferenças entre as atividades lúdicas das crianças para diferentes faixas etárias.
Para crianças de 0 a 3 anos as atividades devem concentrar-se em brincadeiras corporais – tocar e ouvir – engatinhar e andar, atirar, botar, balançar e empurrar objetos, fazer percursos, contornar obstáculos. 
Enquanto que para crianças de 4 a 5 anos  as brincadeiras corporais podem ser de correr, pular, subir, jogar.
O educador deve planejar atividades variadas que favoreçam ao lúdico de diferentes formas, oferecendo contação de histórias (dramatização), música (bandinha musical, construção de instrumentos), arte (pintura, desenho, modelagem, colagem). 
As brincadeiras na Educação Infantil!
É necessário criar condições para a brincadeira no planejamento da rotina da creche. Isso envolve o planejamento do espaço, como possuir um parquinho, ter brinquedos variados e acessíveis na sala de aula e apresentar um lugar com uma brinquedoteca para a brincadeira livre e dirigida.
Finalmente, é importante valorizar o papel do professor como um mediador brincante: um adulto que brinca e constrói vínculos seguros e estáveis com a criança, alguém que reconhece a necessidade de observá-la e aprender com ela. Alguém que acredita na essência lúdica da humanidade, mas sabe que é na cultura e através de espaços e profissionais de qualidade que o brincar se constrói.
AULA 06: OS CAMINHOS PARA A ELABORAÇÃO DE UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA E AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS
As cem linguagens da criança
A criança
é feita de cem.
A criança tem
cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
as maravilhas de amar.
Cem alegrias
para cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos para inventar.
Cem mundos para sonhar.
A criança tem cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubaram-lhe noventa e nove.
Pontos impotantes - Espaço e Possibilidades: 
 • compreender que as crianças constroem e reinventam continuamente e que estão aptas a explorar, fazer descobertas, mudar seus pontos de vista continuamente;
 • entender que a criatividade não deve ser considerada um área separada da mente, mas uma característica integrada ao pensar, conhecer e fazer escolhas;
 • valorizar a capacidade criativa como um aspecto que emerge de múltiplas experiências, juntamente com um desenvolvimento estimulado de recursos pessoais, incluindo um senso de liberdade para aventurar-se além do conhecido;
 • identificar o canal de desenvolvimento criativo relacionado aos processos cognitivos, afetivos e imaginativos, que se unem e que apoiam as habilidades para prever e chegar a soluções inesperadas;
 • incorporar provocações, lembrando que a criatividade encontra seu poder quando os adultos estão menos vinculados a métodos prescritivos de ensino e se tornam, em vez disso, observadores e interpretes de situações problemáticas;
• ressaltar que a criatividade parece ser favorecida ou desfavorecida de acordo com as expectativas dos professores, das escolas, das famílias e das comunidades, conforme o modo como as crianças percebem essas expectativas.
Projetos Pedagógicos
Um projeto de qualidade deverá oferecer uma gama de propostas e possibilidades, em conexão com a sociedade e com as formas próprias de expressão infantil.
 È importante compreender que as crianças constroem e reinventam continuamente e que estão aptas a explorar, fazer descobertas, mudar seus pontos de vista continuamente.
 Geralmente, as crianças ficam pouco tempo concentradas em uma mesma atividade paradas, sem sair do lugar. Elas necessitam correr, pular subir e expressar sua emoções pelo movimento.
As diferentes linguagens:
A motricidade deve ser valorizada permitindo com que a criança faça vários deslocamentos de lugar dentro da instituição. As atividades devem ser planejadas em locais variados.
 A linguagem oral irá produzir saltos importantes na estrutura cognitiva da criança, por esse motivo o contexto social é fundamental. Ao trabalhar com projetos o educador deve oferecer oportunidade para as crianças expressarem suas hipóteses.
 Com relação a linguagem escrita é necessário ressaltar a necessidade de respeitar o período adequado para iniciar a criança ao uso da linguagem escrita, pois geralmente, os adultos preocupados e ansiosos tentam oferecer atividades que não apresentam nenhum significado para a criança.
Valorizando a linguagem plástica, é importante considerar que as crianças desde pequenas adoram mexer com tintas, lápis de cor, massinhas e outros materiais pedagógicos que lhes possibilitam expressar livremente sua ideias e maneiras de ver o mundo.
 A linguagem musical é ao mesmo tempo rítmica e corporal, por esse motivo é importante manter um tempo, sentir a cadencia rítmica, o caráter dos diferentes acentos musicais, realizar os valores de duração, a associação entre os gestos e os sons e a respiração das frases, entre outros aspectos. 
Diferente Atividades
o brincar deve estar presente nos vários momentos de atividades pedagógicas, pois permitirá um desenvolvimento integral, possibilitando que a criança aprenda com prazer e significado. 
é importante apresentar a possibilidade de utilizar diversos tipos de materiais que sejam de fácil manipulação para as crianças, levando em consideração peso, tamanho, textura, forma, tais como: tinta, barro, argila, areia, água, papel, lápis, material reciclado entre outros.
 é fundamental que o educador ao organizar suas atividades ofereça à criança a oportunidade de experimentar diversas possibilidades.
A LUDICIDADE: existem diversas atividades entre jogos, brinquedos e brincadeiras. O faz de conta (regras implícitas) e o jogo com regras (faz de conta implícito) devem ser garantidos nos vários momentos cotidianos das crianças.
 Os jogos com regras simples, brincadeiras tradicionais, brinquedos simbólicos (fantasia, panelinha, carrinho, boneca, entre outros) devem estar disponibilizados como parte do material pedagógico para o desenvolvimento das atividades.
 Os espaços de educação infantil devem oferecer oportunidade para brincadeiras livres e dirigidas. 
 As brincadeiras dirigidas apresentam um objetivo predefinido pelo professor, podem ser chamadas de atividades lúdico-pedagógicas, enquanto que as brincadeiras livres, são conhecidas como espontâneas, permitem as crianças ampliar a imaginação e trocar experiências afetivas e cooperativas com outras crianças, ou brincar individualmente.
A proposta dos projetos pedagógicos será favorecer o processo de aprendizagem, não deve haver uma preocupação centrada no resultado final, o mais importante aqui será o percurso que será trilhado com a participação das crianças.
Através de atividades significativas as crianças devem ser livres para expressar sua formade entender e o seu interesse pelo assunto proposto.
AULA 07: A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E O ESPAÇO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Organizar o cotidiano das crianças na Escola Infantil pressupõe pensar que o estabelecimento de uma sequencia básica de atividades diárias é, antes de mais nada, o resultado da leitura que fazemos do nosso grupo de crianças, a partir, principalmente, de suas necessidades.
É importante que o educador observe que as crianças brincam, como estas brincadeiras se desenvolvem, o que mais gostam de fazer, em que espaços preferem ficar, o que lhes chama mais atenção, em que momentos do dia estão mais tranquilos ou mais agitados.
Pontos importantes: 
 O cotidiano de uma escola de educação infantil não deve parecer monótono e desinteressante para as crianças. Na verdade esse cotidiano deve se transformar em uma aspecto necessário para elas. 
 As crianças devem sentir falta de estar na escola e se sentirem dispostas a criar e inventar participando das atividades propostas durante o dia. 
 As crianças menores não serão as mesmas oferecidas as maiores. Os desafios se modificam e exigem novos elementos. Inclusive a organização das salas não podem ser as mesmas.
 Cores da parede, altura dos murais, tamanho dos móveis e a disposição são apenas alguns dos aspectos fundamentais que envolvem tal tarefa. 
 a sala deve ser um ambiente especialmente criado para proporcionar experiências variadas.
 o mobiliário deve ser adequado as necessidades das crianças criando possibilidades de independência e autonomia, responsabilidade e uso do bem comum.
 fatores como: número de crianças, faixa-etária e características do grupo são pontos fundamentais de atenção na organização do espaço.
 os ambientes infantis devem promover: identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidade para movimentos corporais, estimulação dos sentidos, sensação de segurança, confiança, oportunidade para contato social e privacidade;
 valorizar o uso do espaço interno e externo das creches e dos centros de educação infantil
 a importância de estabelecer normas que regem a estrutura e funcionamento das creches e centro de educação infantil para garantir a rotina e a organização;
 a importância de oferecer um planejamento com os horários de todas as atividades, inclusive entrada e saída das crianças;
 a importância de organizar uma rotina que garanta estabilidade e segurança para as crianças, a equipe e seus familiares;
 a valorização de oferecer durante o dia atividades mais agitadas e mais calmas, sempre com flexibilidade para dar a criança o direito de escolha;
 a garantia de um planejamento com atividades livres e dirigidas.
MURAIS 
PAREDES
ALTURA DOS MOVEIS
SEXISMO: BRINCADEIRA DE MENINO E DE MENINA
ALTURA DAS PRATELEIRAS
PROJETOS PEDAGÓGICOS – MATERIAL RECICLADO
CANTO DA COZINHA
CANTO DO CAMARIM E DA LEITURA
DIREITO A FAZER BAGUNÇA
HORA DE LEMBRAR DOS COMBINADOS 
A ROTINA: 
· Rotinas conferem à criança um ponto de referência indispensável para seu desenvolvimento. 
· Essa maneira de sentir e entender a sucessão temporal é reforçada associando-se cada um dos espaços ou cenários da escola a um determinado momento do dia.
· A criança entende que é o momento da refeição, porque nos dirigimos ao refeitório ou que é o momento dos jogos porque vamos para o pátio.
AULA 08: ALFABETIZAÇÃO OU LETRAMENTO? COMO AVALIAR AS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL?
Qual a função de um centro de educação infantil (creche e pré-escola)? 
Devemos pensar em aproveitar a infância das crianças para treiná-las para o futuro? Preparando-as para serem integradas ao ensino fundamental? 
Como fazer para que as crianças sejam cidadãs criativas e reflexivas dominando a língua escrita e capazes de compreender os códigos e instrumentos de nossa cultura?
Diferença entre alfabetizar e letrar
Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita. Magda Soares (1998)
Alfabetização - processo pelo qual se adquire uma tecnologia – a escrita alfabética e as habilidades de utiliza-la para ler e escrever. Para adquirir tal tecnologia é importante compreender o funcionamento do alfabeto, memorizar as convenções letra-som e dominar o seu traçado, usando instrumentos como lápis, papel ou outros que os substituam.
Letramento - relaciona-se ao exercício efetivo e competente daquela tecnologia da escrita, nas situações em que precisamos ler e produzir textos reais. É o exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita.
Compreensão e valorização da cultura escrita: capacidades, conhecimentos e atitudes
- Conhecer, utilizar e valorizar os modos de produção e de circulação da escrita na sociedade
- Conhecer os usos e funções sociais da escrita
- Conhecer usos da escrita na cultura escolar
- Desenvolver capacidades necessárias para o uso da escrita no contexto escolar
Vygotsky destaca diretrizes para que a escrita se torne um instrumento de expressão e conhecimento do mundo para uma criança leitora e produtora de textos:
 que o ensino da escrita se apresente de modo que a criança sinta necessidade dela.
 que a escrita seja apresentada não como um ato motor, mas como uma atividade cultural complexa,
 que a necessidade de aprender e escrever seja natural, da mesma forma como a necessidade de falar,
 que ensinemos à criança a linguagem escrita e não as letras.
 Como podemos compreender a criança nas suas formas próprias de ser, pensar e agir?
 Como vê-la como alguém que inquieta o nosso olhar, desloca nossos saberes e nos ajuda a enxergar o mundo e a nós mesmos? 
 Como podemos ajudar a criança a se constituir como sujeito no mundo? 
 De que forma a compreensão sobre o significado do brincar na vida e na constituição dos sujeitos situa o papel dos adultos e da escola na relação com as crianças e os adolescentes? 
Como avaliar as crianças na Educação Infantil?
Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental” (Lei 9394/96, artigo 31).
Pontos Importantes:
O processo de avaliação na educação infantil deverá representar um reflexo da forma como todos os conteúdos são construídos com as crianças de forma descontraída e prazerosa, garantindo o interesse da criança a todos os assuntos que lhes são oferecidos.
A avaliação não tem o objetivo de aprovar ou reprovar a criança. Ela representa um momento de trabalhar a auto-estima das crianças. Mostrar como elas avançaram.
Uma criança precisa aprender sobre si mesma que ela é capaz, tem boas ideias, faz bons desenhos, conta boas histórias e pode contribuir com o mundo adulto oferecendo seu conhecimento já conquistado.
 Um processo avaliativo deve representar uma avaliação que não fique restrita apenas as crianças, mas que envolva todos os personagens ativos na tarefa de auxiliar a educação delas. Portanto, significa incluir a família e os educadores.
 A inclusão desses dois personagens é fundamental, pois considerando que uma criança é um ser em desenvolvimento, sozinha ela não conseguirá conquistar com qualidade novas etapas, será necessário que ela esteja - “acompanhada” - ou seja - “estar em companhia” - significa ter um olhar atento de um adulto que auxilia e observa os progressos conquistados pela criança, seja na creche ou em casa.
Uma instituição infantil de qualidade deverá deixar claro para a família aspectos fundamentais relacionados a construção de sua proposta pedagógica:
1) Quais os objetivos da educação infantil?
2) Como é realizado o processo avaliativo?
3) Qual a criança que pretende ajudar a formar?
 A educação infantil tem um fim em si mesma, não deve representar preparação para o ensino fundamental. 
 Atualmente, vivemos em uma sociedade cada vez mais adultizada em que o tempo da infância correo risco de diminuir 
 Infância como um conceito social necessário para criar possibilidades para que a criança possa vivenciar as necessidades especificas desse período da vida.
É importante garantir a possibilidade de oferecer as crianças “coisas de criança” para que possam expressar seus pensamentos e suas ações assimilando o mundo que vivem em doses gradativas e toleráveis, pois a pressa poderá representar ausência de determinados aspectos que serão necessários para as novas etapas.
A educação infantil deve garantir além de outros aspectos que a criança seja tratada como criança e tenha direito ao ócio para organizar suas ideias e testar suas hipóteses através da atividade principal da infância, a brincadeira.
AULA 09: Os Instrumentos de Trabalho do Educador/ora de Educação Infantil
Os Instrumentos de Trabalho do Educador/ora de Educação Infantil
O período de entrada na creche: o período de adaptação, acolhimento
A anamnese, a entrevista inicial
A observação
O diário
O planejamento 
A roda de conversa 
Objetivos dessa aula:
 Apresentar as diferenças entre acolher e adaptar
 Compreender quem são os principais personagens envolvidos durante esse processo e as formas de integra-los
 Ressaltar a questão do tempo de permanência da família da criança na creche como um ponto fundamental na condução do processo
 Destacar os diferentes momentos de adaptação que a criança vive durante o seu percurso em uma instituição de educação infantil
 Compreender a importância e os itens essenciais para a elaboração de uma anamnese ou entrevista inicial;
 Ressaltar alguns pontos fundamentais na elaboração do diário do educador infantil, destacando as formas, os momentos e os principais aspectos para a observação dos comportamentos infantis;
 Destacar os aspectos importantes para o planejamento do educador.
 Ressaltar a importância da roda de conversa
Acolher ou adaptar, eis a questão
O momento inicial da criança na creche é um momento muito importante, pois irá representar pela primeira vez uma separação da criança de sua mãe ou núcleo familiar por momentos maiores de tempo pela primeira vez.
 
Além desse aspecto representa uma nova fase em que a criança está sendo inserida em um contexto social mais amplo e em um ambiente diferente de seu cotidiano. 
A criança sai de seu lar e entra para creche que representa um ambiente diferente com mais pessoas, outras rotinas e atividades diversificadas baseadas no oferecimento da ludicidade.
Durante muito tempo esse momento inicial era planejado sem levar em consideração as características singulares de cada criança, estar integrado representava um processo igual para todas, onde as crianças viveriam essa experiência todas da mesma forma, obedecendo as regras da instituição.
Atualmente, se discute Acolher ao invés de adaptar. Não se trata de mudar por mudar. Não é uma mudança proposta apenas na terminologia mas, mais do que isso, é uma proposta de alterar, de repensar o processo inicial de acolhida das crianças à uma nova comunidade, a um novo grupo, seja ele de creche ou de pré-escola. Muito mais do que um novo termo, representa uma mudança de postura dos professores perante as crianças. 
Hoje sabemos que o ser humano se constitui como sujeito a partir de processos biológicos e sociais e que o contexto social desse indivíduo o torna um ser singular. Essas diferenças devem ser consideradas pela instituição de educação infantil ao receber as crianças pela primeira vez. Garantindo o respeito a valorização de sua cultura familiar.
A compreensão de quem são os principais personagens envolvidos durante esse processo é fundamental na condução do mesmo, aqui o destaque é dado a três personagens:– em primeiro lugar a criança, em seguida a mãe (ou o membro da família que irá acompanhar de perto esse processo) e por último, mas tão importante quanto os outros, a educadora que irá recebe-los e conviver com eles por muito mais tempo.
As conversas com os familiares, com quem busca ou entrega a criança na instituição são fundamentais. Saber as manias das crianças, aceitar junto com elas seu objeto preferido é importante, pois faz parte da estruturação de uma base emocional segura durante esse momento de separação da criança com a mãe por períodos mais prolongados.
Essa parceria irá se solidificar e será construída uma base de maior confiança a medida que a família permanece na creche o período necessário para que a adaptação possa acontecer de uma maneira tranquila e sem pressões. Este aspecto é considerado como um ponto fundamental na condução do processo.
A entrada da criança na creche não representa o único momento em que é necessário um acolhimento, existem outros momentos diferentes em que as crianças passarão por readaptações e precisarão de atenção especial como é o caso: da mudança de turma e de educadora ou a saída da criança da instituição de educação infantil para um outro segmento do ensino. 
Anamnese ou Entrevista Inicial
Para a compreensão da importância deste instrumento é necessário observar os itens essenciais para a elaboração de uma boa anamnese ou entrevista inicial: 
 identificação da criança (nome da criança, nome do entrevistado, grau de Parentesco com acriança.; 
 antecedentes pessoais (concepção e gestação);
 nascimento (local - hospital - em casa – outro; dados do parto); 
 alimentação (mamou - seio - mamadeira - até que idade?)
 Saúde (pediatra – nome – telefone); doenças Infantis? Quais? Já teve alguma doença grave? Sofreu algum acidente? Já foi hospitalizado (a)? A criança toma algum medicamento especificado? A criança faz algum tipo de tratamento? Qual? 
 Sono (dorme sozinho ? Com quem? Tem o sono agitado? Como? Urina na cama? 
 Relacionamento familiar (Com quem a criança vive? Quais são as formas de estabelecer limites com a criança? Tem irmãos/irmãs?)
 Desenvolvimento psico-motor (Quando engatinhou? Quando andou? Quando falou? Controle Esfincteriano? 
 Hábitos de aquisição de independência? (Brincadeiras? Curiosidade Sexual? 
 Sociabilidade (adulto/criança - criança/criança) 
 Rotina da criança (um dia comum – final de semana- férias) 
 Religião ( qual? Qual a frequência com que frequenta?).
Espaço para observações adicionais, caso seja necessário. Vale ressaltar, que essa entrevista deve ser realizada em ambiente privativo, onde o responsável da criança que irá fazer a entrevista sinta-se seguro para disponibilizar as informações necessárias.
Ser discreto e compreensível - quanto ao profissional da instituição que realizará a entrevista permitir que o familiar sinta-se a vontade, pois muitas vezes algumas perguntas irão levá-lo a memórias difíceis e mais ainda poder disponibilizá-las.
Informações Restritas - As informações registradas em uma entrevista inicial devem ficar disponíveis apenas para os profissionais que necessitem consultá-las com o objetivo de garantir afeto e cuidado a criança e apoio a seus familiares.
O Diário do Educador de crianças
Enredos selecionados
Personagens
Formas de expressão e interações entre crianças e com os adultos
Pensamento e linguagem
Aspectos da estrutura emocional e familiar da criança
Registros das falas durante as brincadeiras
Crianças de dois anos – jogo de exercício, inicio do simbólico
Põe a boneca para dormir dando tapinha na bunda e fazendo xi, xi, xi
Balançando as bonecas – serra, serra, serra...
Remédio para garganta melhorar, não e ruim e bom!
Crianças de três anos – jogo simbólico
Adulto – O que você esta fazendo M.E.?
Criança – comida e feijão
Adulto – Eu quero!
M.E. – Espera! (Ela meche as panelas e traz uma colherada para a prova
Dizendo...) – gostosa, essa comida! Sai da frente, vai espirrar em você! Deixa
 eu dar na tua boca. (Adulto abre a boca)
- tem mais metade, come essa metade! Gostoso botei morango, feijão...
Crianças de quatro anos – jogo simbólico
Construindo a fala: 
Criança afirma, brincando com a caixa de ferramentas:
.- “ Aqui quem conserta é o consertador!” 
Dialogo entre uma criança e o adulto:
Criança entregando parao adulto um copo de leite diz :
– toma um copo de leite!
Adulto.- Gostoso! Foi tu que fizestes?
Criança - Eu que fizeis! Eu não gosto de açúcar, gosto de docante
Representação histórico-cultural: 
Criança brincando de cabelereira, penteando o cabelo do adulto:
Criança - Ta cheio de policia no meu trabalho, sabia que o fogo matou o ônibus? 
Representação de uma situação que reflete um aspecto emocional da estrutura familiar da criança:
Adulto- Sua filha está chorando!
Criança - pode bater nela que ela para de chorar, para de chorar no meu ouvido! (gritando)
Crianças de 5 anos:
Enredo 1- L e G são namorados e estão fazendo compras para o aniversario da boneca.
L.- Você vai ser o marido?
G.- Marido não, sou o namorado! 
G.-Namorada, vou botar este cachorro!
L.- Põe! Põe este carrinho também!
L.- Você está de capacete?
G.- To namorada
Ger.- Você ta namorando de verdade ou de mentira? (terceira criança)
L.- de mentira. (responde baixinho)
Observação Individual da Criança: 
Aparência (condição física, higiene, vestimenta)
Cooperação, esforço e atenção
Linguagem (vocabulário, fluência e articulação)
Espontaneidade e iniciativa
Nível de ansiedade (controle do impulso)
Flexibilidade na troca de atividade
Coordenação motora
Tempo de permanência com o mesmo objeto
Interação Social
Está presente?
Desmotivação
Resistência
Desistência fácil
Distração - inquietude
Desobediência
Dificuldade de compreensão
Atitudes em relação:
a si próprio, ao fracasso e ao incentivo
Planejar – imaginar e flexibilizar permitirá organizar:
 - os materiais que serão utilizados,
 - a forma dessa utilização, 
 - a maneira como as crianças ficarão organizadas
 - a sequência do que será desenvolvido, 
Possibilitando uma avaliação da condução da atividade oferecida pelo educador.
 o planejamento nunca pode ser rígido, ele deverá oferecer maleabilidade que permita respeitar os interesses das crianças, seus ritmos e suas diferentes expressões.
 poderá contar com a colaboração da família que poderá pesquisar aspectos que estejam envolvendo o tema que foi escolhido para ser desenvolvido. 
 é essencial perceber a importância de articular e integrar conhecimentos, de forma prazerosa, em contato permanente com a família e a comunidade, tendo o dialogo e a interação como eixos do trabalho pedagógico
A Roda de Conversa
Através dessa ferramenta são organizados os combinados da turma, (regras de convivência que deve contar com a participação ativa das crianças no momento da construção, elas devem dar ideias criando regras, concordando ou discordando de tudo que será permitido ou não para aquele grupo de crianças durante seu tempo de convívio na instituição). 
Muitos adultos não sabem como abordar tais aspectos, as praticas oscilam entre ações tradicionais ou ausência de limites seguros. 
A roda de conversa também permite conhecer as novidades do final de semana, ou qualquer assunto que a criança queira compartilhar, por isso deve ser aberta e flexível para permitir a participação das crianças, acolhendo suas ideias, dúvidas e direcionamentos.
A entrada da criança na creche é um momento crucial que irá representar o inicio de um mundo de desafios e possibilidades que deve ser vivenciado com muito afeto e alegria. 
		
Para a condução do que virá são necessários instrumentos muito importantes para o educador, tais como: a anamnese, o diário, a roda de conversa e o planejamento.
É importante sempre lembrar que avaliar a evolução das crianças e registrar seus progressos é necessário pelo fato de que através dessas ações podemos favorecer com que a criança a sInta-se segura e capaz.
AULA 10: Projeto Político Pedagógico 
Aproximação com a Família e a Comunidade
O projeto politico pedagógico é um documento que deve conter todos os aspectos que envolvam a organização de uma instituição de educação infantil de qualidade e deve favorecer a integração da família e de toda a comunidade que esteja envolvida na condução do processo de educar as crianças que frequentam a instituição.
Como deve ser construído?
Deve ser proposto dentro de uma gestão democrática e participativa que inclua as famílias e toda a equipe durante sua elaboração. Portanto, sua construção deve ser realizada contando com todos os membros da equipe, a participação das famílias e de toda a comunidade escolar.
Como primeiro passo é preciso conhecer as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, e alguns dos critérios e princípios inspirados nelas e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
 Será importante definir diretrizes, critérios e princípios de qualidade para uma educação infantil que respeite a criança e sua cultura familiar.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - 1998) estabelece como princípios os seguintes objetivos:
• O respeito à dignidade e os direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas etc.;
• O direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil;
• O acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética;
• A socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas praticas sociais, sem discriminação de especie alguma;
• O atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade;
• A construção desse documento deve pautasse em princípios éticos, políticos e estéticos discutidos por toda a equipe. Deve reconhecer, respeitar e fortalecer a identidade de todos os envolvidos.
Além desses aspectos é fundamental reconhecer todos os aspectos relacionados a educar e cuidar da criança como ser total, completo e indivisível. 
Vale colocar em destaque a valorização do brincar como atividade principal da infância, articulando e integrando conhecimentos, de forma prazerosa e significativa. 
Outro destaque é a questão da avaliação que na educação infantil representa o acompanhamento da evolução das crianças através de registros de seus progressos.
Valorizar a importância do investimento na formação continuada e em uma formação especializada para quem faz educação infantil que inclua reunião em equipe e estudos e pesquisa.
A educação infantil representa a entrada da criança no sistema escolar e deve ser sinônimo de prazer em que aspectos como o cuidar e o educar sejam considerados indissociáveis.
Ainda precisaremos conquistar muitos direitos, mas o processo já foi iniciado. Por isso vale lembrar que o profissional que irá trabalhar com crianças deve ter uma formação adequada e estar em formação constante. 
Um aspecto central que ajudará a traçar o perfil da instituição necessitará do aperfeiçoamento dos processos de gestão e o exercício da liderança. Garantindo um clima harmoniosa que não seja centralizador e ao mesmo tempo garanta uma diretriz que norteará as práticas.
Participação de Todos
Propostas que favorecem a participação da família na instituição:
- a entrevista inicial;
- reuniões pedagógicas;
- serviços de empréstimo de livros infantis ou jogos;
conversas individuais ou em grupo com o objetivo de abordar assuntos, tais como: sexualidade, limites, desfralde e outros. 
- bazar
- feiras e exposições
Uma escola democrática deve preocupar-se em manter a escuta sempre atenta para as solicitações da equipe, das famílias das crianças e principalmente das próprias crianças.
Um projeto politico pedagógico (PPP) só tem sentido se traduzir os desejos e vontades dos sujeitos envolvidos com a educação das crianças. Deve representar a busca da qualidade de uma proposta pedagógica que garanta um atendimento de qualidade as crianças de nosso país. 
O PPP deve estar atrelado as políticas públicas voltadas para a infância brasileira e as diretrizes nacionais curriculares da educação infantil, pois na exercício da busca de qualidade do atendimento deverá planejarum orçamento que envolva gastos com materiais pedagógicos adequados (brinquedos, livros infantis, mobiliário voltado para o tamanho das crianças, banheiros também proporcionais ao tamanho delas); a previsão da contratação de profissionais especializados (psicomotricista, psicóloga, nutricionista, educadoras).
A visão que deve nortear a proposta do PPP é a que percebe a educação infantil como direito da criança, entendendo como principio o cuidar e o educar substituindo uma visão assistencialista que foi construída e que durante muito tempo representou a maioria dos trabalhos desenvolvidos nas creches e pré-escolas de nosso país.
Atualmente, a família pode compartilhar a educação de seu filho com outros adultos, especializados, que planejam e estudam para oferecer atividades que possam ter sentido e significado à criança.
É importante afirmar que as concepções que a mãe tem sobre a instituição, sua crenças e valores sobre a maternidade, irão repercutir na confiança que a mãe terá nos profissionais e em todo o trabalho que está sendo oferecido. 
PPP deve conter a ideia da instituição a respeito do que representa uma boa educação de crianças: 
- Qual o seu objetivo?
- Como são desenvolvidas as propostas pedagógicas? 
- Como será oferecido o contato com as diferentes áreas do conhecimento:
matemática, ciências, língua portuguesa, artes e outros conhecimento gerais.
Vários aspectos podem ser acrescentados nos itens que aqui foram apresentados, porém é importante que todos tenham a clareza de que um bom projeto politico pedagógico terá vida a partir da união de todos. Ele deverá representar o resultado de uma empreitada que contou com a participação democrática da maioria, enriquecido pelas discussões que foram realizadas dentro das instituições e estar constantemente sendo revisado.

Continue navegando