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PROCESSO DO TRABALHO (1)

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Processo do trabalho
Título da disciplina
Princípios fundamentais do Direito Processual do Trabalho
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os princípios fundamentais que regem o Processo do Trabalho e a eficácia das normas processuais trabalhistas no tempo e no espaço.
1
Teoria geral do processo do trabalho
A eficácia das normas no tempo e no espaço
Os princípios desempenham tríplice função para o Direito Processual do Trabalho:
Informativa, interpretativa e normativa.
Definição do Direito Processual do Trabalho
Conjunto de princípios e normas regulando a atuação jurisdicional da Justiça do Trabalho
Objetivo: solução de conflitos individuais e coletivos entre capital e trabalho
Pacificação Social
O norte da Justiça do Trabalho é alcançar a pacificação social;
Conciliação entre interesses do capital (empresas) e do trabalho (trabalhadores).
Competência da Justiça do Trabalho
Resolução de conflitos específicos atribuídos pela Constituição;
Abrange disputas individuais e coletivas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho.
Princípios em espécie
Princípio da proteção
Deriva do propósito do Direito do Trabalho, controverso em sua aplicação.
Aspectos relevantes: desigualdade econômica, desequilíbrio na produção de provas, falta de proteção contra demissão imotivada e desnível cultural.
Evidências na CLT: Diferença de tratamento na ausência à audiência, depósito recursal e competência territorial.
Princípio do in dubio pro operario: Não se aplica ao direito probatório, decisão conforme o ônus da prova no Processo do Trabalho e Processo Civil, utilizado na interpretação da lei.
Princípios em espécie
Princípio da oralidade
Procedimento essencialmente oral.
Maior interatividade entre partes e juiz.
Concentração dos atos processuais na audiência.
Ênfase na "palavra falada".
Princípios decorrentes da oralidade:
Imediatidade.
Concentração dos atos processuais em audiência.
Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.
Exemplo de audiência telepresencial, que conta com a facilidade de ser gravada.
Princípios em espécie
Princípio da Irrecorribilidade Imediata 
Decisões interlocutórias não são passíveis de recurso imediato (art. 893, §1º da CLT).
Exceções à irrecorribilidade imediata:
Incidentes de desconsideração da personalidade jurídica na fase de execução ou recursal.
Decisões denegatórias da admissibilidade de recursos.
Decisões interlocutórias de Tribunal Regional do Trabalho que contrariem Súmula ou OJ do TST.
Decisões suscetíveis de impugnação por recurso para o mesmo tribunal (agravo regimental).
Decisão que acolhe exceção de incompetência territorial com remessa dos autos a tribunal regional distinto do juízo excepcionado.
Irrecorribilidade é um dos princípios mais importantes do Direito.
Princípios em espécie
Princípio da simplicidade do procedimento
Nasceu para fugir do formalismo excessivo do CPC de 1939.
Foco na celeridade da resolução de conflitos trabalhistas.
Sintomas da informalidade no processo trabalhista:
Notificação inicial pelo cartório após a distribuição do processo (art. 841 da CLT).
Ausência de despacho liminar ou saneador em regra.
Procedimentos ainda mais abreviados, dispensando a transcrição de depoimentos em juízo.
Inaplicabilidade de regras do CPC prejudiciais à celeridade do Processo do Trabalho (OJ 310 da SDI-1 do TST).
Direito Processual tem foco em resolver conflitos com agilidade.
Princípios em espécie
Princípio da simplicidade do procedimento
Ampliação dos poderes instrutórios do juiz trabalhista:
Princípio do art. 765 da CLT.
Protagonismo do juiz para buscar a verdade.
Exemplos de execução de ofício:
Art. 878 da CLT - execução sem advogado.
Art. 114, VIII da Constituição - execução das contribuições previdenciárias.
Art. 43 da Lei nº 8.212/1991 - execução das contribuições previdenciárias.
CLT ampliou poderes instrutórios do magistrado trabalhista.
Princípios em espécie
Princípio da conciliação
Tão antigo quanto a instituição da Justiça do Trabalho.
Conhecida como a "Justiça da Conciliação".
Dever dos magistrados trabalhistas (art. 764 da CLT).
Tentativa de conciliação em dois momentos: antes da contestação em audiência e após as razões finais.
Possibilidade de conciliação em qualquer fase processual.
Falta das tentativas previstas não leva necessariamente à nulidade do processo.
Conciliação pode ocorrer em qualquer instância para solucionar a demanda.
A conciliação é um dever para os magistrados trabalhistas.
Eficácia da norma processual trabalhista no tempo e no espaço
Eficácia da norma pode ser analisada como eficácia social e eficácia técnica.
Eficácia jurídica ou técnica da norma processual no tempo é regulada pelos princípios da irretroatividade e do efeito imediato.
Art. 14 do CPC sintetiza os princípios, respeitando atos processuais sob norma revogada.
No Direito Processual do Trabalho, adota-se a teoria do isolamento dos atos processuais.
Eficácia da lei processual trabalhista no espaço segue o princípio da territorialidade.
Sentenças estrangeiras em matérias trabalhistas requerem homologação pelo STJ, não pelo TST.
Execução de sentenças estrangeiras ocorre em Vara Federal, não em Varas do Trabalho.
Competência da Justiça do Trabalho
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a competência da Justiça do Trabalho em seus aspectos mais relevantes.
2
Teoria Geral do Processo do Trabalho
Competência da Justiça do Trabalho
Competência deriva do latim "competentia", significando "poder de ação" do órgão judiciário.
Critérios de competência: objetivo (matéria, pessoas, valor da causa), funcional (originária, recursal) e territorial.
Competências em razão da matéria e do território são essenciais no processo trabalhista.
Noções preliminares
Competência material
Servidores públicos
Competência da Justiça do Trabalho em relação a servidores públicos:
Servidores estatutários: Competência da Justiça Federal ou Estadual.
Empregados públicos (regidos pela CLT): Competência da Justiça do Trabalho.
Servidores temporários: Competência da Justiça Comum, Federal ou Estadual.
Questões pré-contratuais de empregados públicos: Competência da Justiça Comum, mesmo se regidos pela CLT após a posse.
Competência material
Conflitos sindicais
Inclusão após Emenda Constitucional 45/2004.
Competência ampliativa: ações sobre greves, dissídios coletivos, eleições sindicais, representação, contribuições, intervenção em sindicatos irregulares, entre outras.
Limitação: exclusão das greves de servidores da administração pública direta.
Registro de manifestação sindical na cidade de São Paulo.
Competência material
Danos morais e patrimoniais
Abrange danos morais, estéticos, existenciais, coletivos, biológicos e outros de natureza extrapatrimonial.
Inclui casos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Súmula Vinculante 22 do STF confirma competência para danos decorrentes de acidentes de trabalho.
Demandas acidentárias contra o INSS são da competência da Justiça Estadual.
Justiça do Trabalho também é competente para casos de danos indiretos ou em ricochete decorrentes de acidentes de trabalho.
Súmula 392 do TST protege o direito de dependentes/sucessores do falecido buscarem reparação na Justiça do Trabalho.
Compete à Justiça do Trabalho apreciar ações que envolvam danos decorrentes de acidente de trabalho.
Competência material
Execução das contribuições sociais
Alcance e amplitude da competência foram questões controversas.
Apenas sentenças condenatórias permitem a execução de ofício das contribuições previdenciárias em pecúnia.
Sentenças declaratórias não autorizam a execução das contribuições.
Contribuições previdenciárias executáveis limitam-se ao art. 195, I, "a" e II da Constituição, excluindo contribuições de terceiros e salário-educação.
Exceção para o RAT (antigo SAT) devido a acidentes de trabalho, permitindo sua execução de ofício.
Competência material
Competência penal da Justiçado Trabalho
Parte da doutrina defendeu competência penal para a Justiça do Trabalho com base nos incisos I e IV do art. 114 da Constituição.
Alegação: a competência para habeas corpus (inciso IV) e ações da relação de trabalho (inciso I) abrangeria crimes relacionados ao "organização do trabalho" ou "administração da Justiça" (do Trabalho).
Contudo, o STF decidiu que a competência penal deve ser explicitamente prevista, o que não ocorreu para a Justiça do Trabalho (ADI 3684).
Competência territorial da Justiça do Trabalho
A regra geral
Local da prestação de serviços (art. 651 da CLT).
Objetivo: facilitar o acesso à justiça para o trabalhador.
Razões da escolha da localidade da prestação de serviços:
- Acesso mais fácil aos meios de prova pelo trabalhador.
- Redução de gastos de locomoção para o empregado (como regra, com algumas exceções na prática).
Competência territorial da Justiça do Trabalho
A exceção do §1º do art. 651 da CLT
Abrange agentes ou viajantes comerciais e trabalhadores com uma "zona" ou "área" abrangendo vários municípios.
Exemplo: trabalhador que atua na zona da mata mineira ou no ABC paulista.
Competência será determinada da seguinte forma:
Vara da localidade onde a empresa tenha agência ou filial, e o empregado esteja subordinado.
Se não houver agência ou filial, a vara do local do domicílio do autor ou da localidade mais próxima de seu domicílio.
Competência territorial da Justiça do Trabalho
A exceção do §2º do art. 651 da CLT
Abrange trabalhadores que prestam serviços no exterior, com competência da Justiça do Trabalho brasileira para o litígio.
Questão polêmica: critério para determinar a competência em casos de trabalho no exterior.
Posição majoritária: competência na localidade da sede da empresa no Brasil (ou agência/filial).
Fundamentação: se o autor é transferido para filial ou agência no exterior, é porque a empresa tem presença no Brasil. Portanto, a demanda só seria ajuizada no Brasil se a empresa tivesse sede/agência/filial no país.
Competência territorial da Justiça do Trabalho
Flexibilização jurisprudencial da regra geral
Três etapas da mitigação da regra geral pela jurisprudência do TST:
Primeira etapa
§3º do art. 651 da CLT ampliado para todos os trabalhadores que prestam serviços em localidades diferentes da contratação.
Segunda etapa
Ação pode ser ajuizada no foro onde ocorreu a contratação para evitar recrutamento em regiões distantes.
Terceira etapa
Ação pode ser ajuizada no foro do domicílio do autor se a empresa atua nacionalmente ou regionalmente e tem sede/filial na localidade. Isso viabiliza a defesa da reclamada.
Partes e terceiros
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar partes e terceiros que atuam na Justiça do Trabalho.
3
Teoria Geral do Processo do Trabalho
Partes no Processo do Trabalho
Parte é todo aquele que participa do processo com parcialidade, como autor e réu.
No Direito Processual do Trabalho, dependendo do tipo de ação, são adotadas diferentes denominações para as partes.
Exemplos de denominações: requerente/requerido, suscitante/suscitado, reclamante/reclamado.
Parte em sentido material é aquele que busca em nome próprio direito que lhe pertence.
Parte em sentido processual é o sujeito do processo, nem sempre coincidindo com os sujeitos da relação jurídica de direito material, como na substituição processual.
Conceito
Partes no Processo do Trabalho
Polêmica: Substituição processual pelo sindicato na Justiça do Trabalho.
STF ampliou interpretação do art. 8º, inciso III da Constituição, conferindo plena legitimidade ao sindicato.
TST cancelou Enunciado 310 e reconheceu sindicato defendendo direitos da categoria, incluindo individuais, sem autorização específica.
Questão remanescente: abrangência da substituição para direitos individuais.
Substituição processual no Processo do Trabalho
Manifestação sindical no centro da cidade de São Paulo.
Partes no Processo do Trabalho
Substituição processual: Parte atua em nome próprio para defender direito alheio (art. 18 do CPC).
Capacidade postulatória na Justiça do Trabalho: Empregados e empregadores podem reclamar e acompanhar suas ações pessoalmente (art. 791 da CLT).
Questionamento da constitucionalidade do art. 791 da CLT frente ao art. 133 da Constituição e à Lei nº 8.906/94.
STF pacificou o tema, considerando constitucionais as normas especiais que permitem atos processuais sem advogado.
Exceções ao jus postulandi:
Ações civis regidas por normas específicas (ação rescisória, mandado de segurança).
Recursos do Tribunal Superior do Trabalho (exige prequestionamento).
Ações de homologação de acordo (ambas as partes devem estar assistidas por advogado).
Capacidade postulatória na Justiça do Trabalho
Litisconsórcio e intervenção de terceiros
Conceito de terceiro: Pessoa não considerada parte na relação processual.
Intervenção de terceiros: Ingresso na relação processual de alguém que não é parte.
Conceito de litisconsórcio: Pluralidade de autores ou réus em um processo.
Litisconsórcio ativo: Duas ou mais pessoas litigam como autores.
Litisconsórcio passivo: Duas ou mais pessoas são demandadas conjuntamente.
Objetivos do litisconsórcio: Evitar decisões conflitantes e promover economia processual.
Principais hipóteses de litisconsórcio e intervenção de terceiros no Direito Processual do Trabalho.
Conceitos
Litisconsórcio e intervenção de terceiros
Intervenções de terceiro: Terceiros que se tornam partes no processo.
Acréscimo de sujeitos cria novo processo, mas há divergências sobre a aplicabilidade no Direito Processual do Trabalho.
POSIÇÃO I: Inaplicabilidade das intervenções, visando manter simplicidade e informalidade das normas trabalhistas.
POSIÇÃO II: Apenas no rito sumaríssimo seriam inviáveis as intervenções, por não admitir incidentes que prolonguem o procedimento.
POSIÇÃO III: Prevalece a aplicabilidade do instituto com base no art. 769 da CLT, trazendo economia e celeridade. Analisar a intervenção de terceiros pelo interesse do autor para maior efetividade. Julgados do TST e Enunciado 68 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho apoiam essa posição.
Cabimento das intervenções de terceiro
Litisconsórcio e intervenção de terceiros
Intervenção ad coadjuvandum, onde um terceiro (assistente) auxilia uma das partes da demanda (assistido).
Divide-se em assistência simples, quando o terceiro é uma parte auxiliar, e assistência adesiva, quando o terceiro intervém porque a sentença afeta sua relação jurídica com o adversário do assistido.
Compatível com o Direito Processual do Trabalho, mencionada no art. 896-C, §8º da CLT e admitida pela Súmula 82 do TST.
Exemplo I: Intervenção de empresa sucedida em caso de responsabilização por condenação do sucessor (assistência simples).
Exemplo II: Sindicato patronal intervindo em ação coletiva movida pelo sindicato dos trabalhadores contra empresas da categoria econômica.
Exemplo III: Empregados ingressando como assistentes litisconsorciais em demanda movida pelo sindicato como substituto processual contra o empregador.
Assistência
Litisconsórcio e intervenção de terceiros
Intervenção de terceiros com ação regressiva entre denunciante e denunciado.
Aplicação no Direito Processual do Trabalho após cancelamento da OJ 227 do TST.
Denunciação da lide
Casos possíveis
Sucessão trabalhista com cláusula de responsabilização, responsabilidade do empregador por atos de preposto e responsabilidade civil dos agentes de integração em contratos de estágio.
Jurisprudência trabalhista
Denunciação deve ser deferida considerando os interesses dos trabalhadores. Indeferimento não gera nulidade, pois o novo CPC não prevê perda do direito de regresso por não denunciar.
Litisconsórcio e intervenção de terceiros
Intervenção prevista no art. 130 do CPC.
Réu busca a inclusão de terceiro para responsabilizá-lo solidariamente no resultado da demanda.
Aplicável ao Direito Processual do Trabalho.
Casos possíveis:Subempreiteira chamando a empreiteira principal (art. 455 da CLT).
Empresas de um mesmo grupo econômico (art. 2º, §2º da CLT).
Caso previsto no art. 16 da Lei 6.019/74, em falência de empresa de trabalho temporário.
Ampliação subjetiva da demanda para incluir devedores solidários na coisa julgada.
Chamamento ao processo
Litisconsórcio e intervenção de terceiros
Terceiro que intervém para subsidiar o magistrado no processo.
Objetivo: Fornecer elementos para uma decisão mais acurada.
Previsto no art. 138 do CPC, já presente em outras leis e processos administrativos.
Aplicável no Direito Processual do Trabalho, admitido pela Instrução Normativa 39/2016.
Poderes do amicus curiae fixados pelo juiz.
Poderes mínimos no processo trabalhista:
manifestar-se em 15 dias;
opor embargos de declaração;
recorrer em casos de julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas, incluindo recursos de revistas repetitivos pelo TST.
amicus curiae 
Litisconsórcio e intervenção de terceiros
Conhecido como IDPJ: Intervenção de terceiros prevista na CLT, aplicando o disposto nos arts. 133 a 137 do CPC aos processos trabalhistas.
Questão relevante: Recursos cabíveis em face das decisões da Justiça do Trabalho.
Fase de conhecimento: Decisão no IDPJ não comporta recurso, devido ao princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias (§1º do art. 893 da CLT).
Fase de execução: Recurso cabível é o agravo de petição, mesmo para decisões interlocutórias (art. 897, "a" da CLT).
Fase recursal: Cabível agravo interno se proferida pelo relator.
Instauração do IDPJ suspende o processo, mas tutela de urgência de natureza cautelar (como arresto/bloqueio de bens do sócio) é possível antes da decisão final do incidente, caso requisitos sejam atendidos (art. 301 do CPC).
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
Ação trabalhista
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais aspectos da petição inicial e das ações trabalhistas.
1
Fase postulatória trabalhista
Conceito de ação
Ação, no contexto processual, pode ser compreendida de duas formas distintas: 
Como direito de exigir do Estado o exercício da função jurisdicional, garantido a todas as pessoas físicas, jurídicas e entes despersonalizados.
Como demanda, ou seja, a postulação concreta feita perante o Poder Judiciário.
Direito de ação: Constitucional, público, subjetivo e abstrato, representando o direito fundamental de exigir a solução de uma lide ou o reconhecimento de direitos materiais.
Demanda: Instrumento que pressupõe a manifestação da vontade humana, sendo a exteriorização de vontade do interessado em obter um provimento do Estado-Juiz.
Petição inicial trabalhista
Prestação jurisdicional requer provocação do interessado, seguindo o princípio da inércia da jurisdição.
Demanda é o ato inicial para ativar a função jurisdicional do Estado, realizada por meio de uma petição inicial.
Petição inicial é a peça formal para ativar o processo e deve seguir as formalidades do artigo 840 da CLT.
Funções da petição inicial:
Romper a inércia do Poder Judiciário.
Individualizar os sujeitos da lide, estabelecendo seus limites subjetivos.
Fixar os limites objetivos da lide, com seus fundamentos de fato e de direito e os pedidos.
A CLT utiliza tanto a expressão "reclamação trabalhista" quanto "petição inicial" como sinônimos em diferentes contextos.
Reclamação verbal
A petição inicial nos dissídios individuais pode ser verbal ou escrita, conforme o artigo 840 da CLT.
Procedimentos especiais, como inquérito para apuração de falta grave e dissídios coletivos, não permitem a petição inicial verbal.
Nos processos especiais oriundos do Direito Processual Civil adotados no Direito Processual do Trabalho, como mandado de segurança, ação rescisória, ação civil pública ou civil coletiva, a petição inicial deve seguir as exigências específicas de cada espécie.
A reclamação verbal deve ser reduzida a termo em até cinco dias após a distribuição.
O não comparecimento do reclamante para redução a termo implica em perempção, conforme artigo 786 da CLT, resultando na perda do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho por seis meses.
Requisitos da petição inicial trabalhista
Requisitos subjetivos da petição inicial trabalhista:
Precisão: Narrar os fatos de forma determinada, sem vaguidade ou imprecisão.
Clareza: Apresentar os fatos de maneira clara e compreensível para o réu e o juiz.
Concisão: Incluir apenas os fatos relevantes para a causa, desprezando os demais.
Requisitos objetivos da petição inicial trabalhista:
Endereçamento: Indicar o juízo ao qual é dirigida a petição inicial.
Qualificação das partes: Identificar corretamente as partes envolvidas na ação.
Pedido: Deve conter a exposição clara e precisa daquilo que o autor pretende obter com a ação.
Valor da causa: Deve indicar o valor econômico atribuído à causa.
Outros requisitos:
A especificação das provas e a opção pela audiência de conciliação ou mediação não são obrigatórias na petição inicial trabalhista.
Há debate sobre a aplicabilidade de outros requisitos do CPC ao Direito Processual do Trabalho.
Causa de pedir: breve exposição dos fatos
A CLT exige apenas a "breve exposição dos fatos" na petição inicial, enquanto o CPC menciona "fatos e fundamentos jurídicos do pedido".
A causa de pedir abrange os motivos fáticos e jurídicos que justificam a invocação da tutela jurisdicional.
Alguns autores defendem que a CLT, ao não mencionar explicitamente os fundamentos jurídicos, permite mais liberdade ao juiz trabalhista.
A corrente dominante, no entanto, considera relevante a indicação dos fundamentos jurídicos no Processo do Trabalho.
A indicação da causa de pedir é indispensável, pois é um dos elementos da ação e auxilia na observância de princípios processuais, como a inalterabilidade da demanda.
Portanto, o CPC complementa o disposto na CLT ao abordar os fundamentos jurídicos do pedido na petição inicial.
Pedido: necessidade de indicação de valor
O pedido é o objeto da ação e representa a pretensão do autor perante o juiz.
Na CLT, o pedido deve ser certo, determinado e conter indicação de valor após a Reforma Trabalhista.
Existem pedidos implícitos e inclusos previstos em lei, como despesas processuais e honorários advocatícios.
Há discussões sobre a necessidade de liquidação dos pedidos, mas prevalece a corrente que considera a indicação de valor uma simples estimativa.
Valor da causa
O valor da causa é um requisito indispensável na petição inicial do Processo Civil, conforme o artigo 319, inciso V do CPC.
No Processo do Trabalho, a obrigatoriedade do valor da causa foi estabelecida após a criação do rito sumaríssimo pela Lei nº 9958 de 2000.
O §1º do artigo 840 da CLT estabelece a obrigatoriedade de indicar o valor da causa na petição inicial trabalhista.
Alteração da petição original
A petição inicial pode ser modificada por emenda à inicial ou por alteração qualitativa ou quantitativa.
A emenda à inicial corrige erros materiais ou vícios graves que a tornam inepta.
A alteração qualitativa envolve mudanças na causa de pedir ou no pedido, com ou sem reflexo um no outro.
No Processo Civil, a modificação é permitida até a citação do réu, podendo haver aditamento sem consentimento após a defesa.
No Processo do Trabalho, a aplicação direta do CPC é complexa, mas há posições que permitem modificações até a citação do réu.
Depois do saneamento do processo, nenhuma alteração é permitida, exceto para correção de erros materiais.
Procedimentos trabalhistas
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar os procedimentos trabalhistas e suas peculiaridades.
2
Fase postulatória trabalhista
Processo e procedimento
O processo é o meio utilizado pelo Estado para prestar a tutela jurisdicional.
A ação é o direito de pedir essa tutela.
Etimologicamente, "processo" deriva do latim "procedere", significando "marcha avante".
O processo é uma entidadecomplexa que engloba o procedimento.
O procedimento é a forma material como o processo se manifesta em cada situação concreta.
A CLT possui três tipos principais de procedimentos trabalhistas:
procedimento comum (rito ordinário e sumaríssimo) para dissídios individuais;
procedimentos especiais para dissídios coletivos; e
inquéritos para apuração de falta grave.
Dissídios individuais e dissídios coletivos
Dissídios individuais referem-se a conflitos de interesses concretos entre pessoas determinadas.
Dissídios coletivos envolvem interesses abstratos de uma categoria composta por um número indeterminado de pessoas.
Nos dissídios individuais, busca-se a aplicação de norma jurídica ao caso concreto.
Nos dissídios coletivos, objetiva-se a criação de normas gerais aplicáveis às relações jurídicas das categorias envolvidas.
Somente nos dissídios coletivos é possível o exercício do Poder Normativo pela Justiça do Trabalho.
A legitimidade nos dissídios coletivos é restrita aos sindicatos representantes das categorias, empregadores e Ministério Público do Trabalho.
Nos dissídios individuais, a legitimidade é ampla e irrestrita, permitindo que qualquer parte interessada ingresse com a ação.
Dissídios individuais e dissídios coletivos
O rito ordinário é aplicado a ações com valor acima de 40 salários mínimos, sem rito próprio.
O rito sumaríssimo é para ações até 40 salários mínimos, excluindo entidades públicas.
No rito sumaríssimo, não há citação por edital, e o processo deve ser julgado em até 15 dias.
O número máximo de testemunhas numerárias é 2 no rito sumaríssimo e 3 no rito ordinário.
A prova pericial tem prazos específicos no rito sumaríssimo, enquanto no rito ordinário segue as regras do CPC.
O recurso ordinário no rito sumaríssimo tem procedimento mais abreviado, sem revisor e acórdão por certidão.
O recurso de revista tem limitações no rito sumaríssimo e regras mais amplas no rito ordinário.
Dissídios individuais: rito ordinário e rito sumaríssimo
Dissídios individuais e dissídios coletivos
O rito sumário, originado pela Lei nº 5584 de 1970, é citado por alguns autores, mas sua subsistência no Processo do Trabalho é contestada. 
Características do suposto rito sumário:
Aplicado a causas com valor até dois salários mínimos.
Dispensa resumo e transcrição dos depoimentos, resumindo-os na ata.
Não permite recursos, exceto em matéria constitucional.
Contudo, o posicionamento dominante é que o rito sumário foi absorvido pelo rito sumaríssimo criado em 2000.
A restrição recursal para causas de até dois salários mínimos permanece válida, permitindo recurso apenas em matéria constitucional.
Rito sumário
Defesa e respostas do réu no Processo do Trabalho
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as questões que envolvem a defesa em juízo e suas principais características no Direito Processual do Trabalho.
3
Fase postulatória trabalhista
Revelia no Processo do Trabalho
Princípios do contraditório e ampla defesa se aplicam tanto ao autor quanto ao réu.
O reclamado pode tomar três atitudes após a citação: 
Apresentar sua resposta, contestando o pedido do autor. 
Aceitar como procedente o pedido do autor, gerando a extinção do processo com resolução do mérito. 
Manter-se omisso, não comparecendo e não participando do processo.
A revelia ocorre quando o réu não comparece à audiência em que deveria apresentar sua defesa no Processo do Trabalho.
No Processo do Trabalho, a revelia está ligada à ausência à audiência como decorrência do princípio da concentração dos atos em audiência e da oralidade.
Revelia no Processo do Trabalho
A revelia gera a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor (confissão ficta).
A Lei nº 13.467/2017 trouxe exceções ao efeito da revelia (artigo 844, §4º da CLT).
Exceções: litisconsórcio passivo, direitos indisponíveis, ausência de documento indispensável ou fatos inverossímeis/contraditórios com a prova dos autos.
A presunção de veracidade não é absoluta; o juiz pode verificar pressupostos e evitar injustiças.
Na ausência da reclamada, a presença do advogado permite aceitação da contestação e documentos (§5º do artigo 844 da CLT).
Efeito material da revelia 
Revelia no Processo do Trabalho
A revelia no Processo do Trabalho produz o efeito material de presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, dispensando sua prova.
Os prazos processuais correm independentemente de intimação para o réu revel sem advogado constituído (CPC 346).
Porém, o artigo 852 da CLT estabelece a necessidade de notificação das partes da sentença, tornando inaplicável o dispositivo do CPC na esfera trabalhista.
Efeitos processuais da revelia
Contestação trabalhista
A contestação é uma resposta do réu no processo do trabalho, onde ele exerce seu direito de defesa.
A CLT ainda prevê a exceção de incompetência territorial como uma forma de resposta do reclamado.
A contestação é uma modalidade de insurgência do reclamado em relação às demandas do reclamante.
Contestação trabalhista
A contestação é o ato pelo qual o réu apresenta. Observe a seguir quais são as possibilidades:
Defesas processuais, que se refere às matérias previstas no artigo 337 do CPC.
Defesas de mérito, que se dividem em defesas diretas e defesas indiretas.
Quanto às defesas de mérito, veja atentamente as suas subdivisões.
Formalidades
Defesas diretas
Trata-se da negação do fato constitutivo do autor.
Defesas indiretas
Trata-se da alegação de um fato extintivo, modificativo ou impeditivo.
Contestação trabalhista
Formalidades
Atenção!
Toda matéria de defesa deve ser alegada na contestação, tanto as matérias de fato como as de direito. Esse princípio significa que todas as alegações das partes devem ser produzidas de uma só vez, na primeira oportunidade em que a parte tenha que se manifestar, ainda que contraditórias entre si. Por isso, também é denominado de princípio da concentração, de plena aplicabilidade ao Processo do Trabalho (art. 300 do CPC).
Contestação trabalhista
Princípio da concentração de atos processuais possui algumas exceções:
Questões relativas a direito ou fato superveniente.
Questões que o juiz pode conhecer de ofício (decadência, prescrição ou defesas processuais em geral, exceto convenção de arbitragem).
O reclamado tem o ônus de impugnar de forma precisa e específica cada fato alegado pelo autor (artigo 341 do CPC).
A contestação deve ser apresentada em audiência, e a doutrina sugere o quinquídio como prazo mínimo, mas o réu pode renunciar a esse prazo e apresentar sua defesa em audiência sem prejuízo processual.
Formalidades
Reconvenção e Processo do Trabalho
A reconvenção é uma demanda autônoma oferecida pelo réu contra o autor no mesmo processo, não sendo uma modalidade de defesa.
O CPC de 2015 permitiu que a reconvenção seja apresentada junto com a contestação.
No Direito Processual do Trabalho, embora a CLT seja omissa sobre o assunto, a posição dominante é que a reconvenção é aplicável com base no artigo 769 da CLT.
A reconvenção na seara trabalhista deve seguir o regramento do CPC (artigos 343 e seguintes).
Reconvenção e Processo do Trabalho
Reconvenção é uma ação autônoma apresentada pelo réu contra o autor no mesmo processo.
No CPC de 2015, a reconvenção pode ser realizada junto com a contestação.
Na Justiça do Trabalho, apesar da omissão da CLT, a reconvenção é admitida de forma amplamente dominante na doutrina e jurisprudência.
Em ações com procedimentos especiais, como inquérito judicial e ação de consignação em pagamento, a admissibilidade da reconvenção é controversa, mas pode ser aceita em casos específicos.
Reconvenção e procedimentos especiais
Exceção de incompetência territorial
Lei nº 13.467/2017 introduziu a exceção de incompetência territorial no Processo do Trabalho.
Réu deve suscitar a exceção em até 5 dias úteis após notificação, sem formalidade específica.
Existe controvérsia sobre preclusão do prazo e uso subsidiário do CPC,mas TST exige procedimento previsto na CLT.
Apresentada a exceção, o processo é suspenso e o juiz prossegue no julgamento, ouvindo as partes e testemunhas.
§3º do artigo 800 da CLT permite prova oral, inclusive por carta precatória.
Procedimento
Exceção de incompetência territorial
A decisão sobre a exceção de incompetência territorial é de natureza interlocutória.
Acolhida ou não a exceção, o processo segue no juízo competente.
Da decisão que acolhe a exceção com remessa dos autos para outro tribunal regional, cabe recurso ordinário, uma exceção à regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.
Natureza da decisão e recorribilidade
Objeto e ônus da prova
Ao fim deste módulo, você será capaz de reconhecer o objeto da prova e o ônus da prova nas demandas trabalhistas.
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Provas
Revelia no Processo do Trabalho
Prova é a evidência ou conjunto de informações apresentadas pelas partes em um processo judicial para demonstrar a existência ou não de um fato jurídico.
São meios idôneos estabelecidos pela lei para persuadir o magistrado sobre a veracidade das alegações das partes.
A prova é essencial para que a parte possa comprovar o seu direito material perante o juízo.
Há, pois, uma concepção nos sentidos:
Objetivo
Da prova relacionada à atividade de provar ou aos meios com que tal atividade se desenvolve.
Subjetivo
Diz respeito ao resultado que tal atividade produz no espírito do juiz, que então, reputa comprovada ou não, determinada alegação da parte.
Objeto da prova
O princípio da necessidade da prova determina que as alegações das partes não são suficientes para provar a verdade dos fatos.
É dever das partes apresentarem provas para sustentar suas alegações, caso contrário, os fatos não provados são considerados inexistentes no processo.
Nem todos os fatos precisam ser comprovados; apenas os que se relacionam com a causa em questão e são relevantes para a solução da demanda necessitam de prova. São eles:
Pertinentes à causa
Relacionam-se diretamente com a litiscontestação.
Controversos
São objeto de resistência pela outra parte quanto à sua efetiva existência.
Inverossímeis
Sua existência escapa ao juízo comum do “homem médio”.
Objeto da prova
Alguns fatos são considerados notórios e dispensam prova, como questões culturais da sociedade.
Fatos confessados pela parte contrária, fatos admitidos no processo e fatos com presunção legal também independem de prova.
A confissão ficta e as presunções relativas admitem prova em contrário.
As "máximas de experiência" permitem ao juiz presumir certos fatos, mas não são absolutas e admitem prova contrária.
Fatos que independem de prova
Objeto da prova
Prova de Direito estadual ou municipal é incomum, pois iura novit curia (o juiz conhece o Direito).
O juiz pode determinar a comprovação de costumes, direito municipal ou estadual, e Direito estrangeiro, se aplicáveis ao caso.
Quanto a instrumentos normativos, há três correntes:
O juiz deve buscar a norma coletiva no sistema "mediador" do Ministério do Trabalho e Emprego.
As partes devem comprovar o conteúdo e vigência da norma coletiva, aplicando-se o artigo 376 do CPC.
A inércia das partes em comprovar a norma coletiva pode levar à improcedência do pedido ou à extinção sem resolução do mérito.
Prova do Direito e instrumentos normativos
Ônus da prova na Justiça do Trabalho
Ônus da prova significa o dever que incumbe às partes de apresentar provas para sustentar suas alegações.
O juiz está obrigado a julgar e deve se basear nas provas apresentadas pelas partes para tomar sua decisão.
O descumprimento do ônus da prova pode resultar em desvantagem para a parte que não apresentou as provas necessárias. Há quem divida o instituto em:
Ônus da prova objetivo
Refere-se às regras de julgamento dirigidas ao julgador, a fim de orientá-lo na decisão na situação de “insuficiência” ou “inexistência” de provas.
Ônus da prova subjetivo
Refere-se às regras dirigidas às partes, que disciplinam quais fatos e em que circunstâncias lhes incumbem o encargo probatório.
Ônus da prova na Justiça do Trabalho
O Direito Processual brasileiro estabelece três formas de distribuir o encargo da prova entre as partes:
Regra geral
Regra de distribuição dinâmica ou flexível
Regra de distribuição convencional
O Direito Processual do Trabalho admite apenas duas formas de distribuição do ônus da prova, excluindo a possibilidade de sua definição por convenção das partes.
Ônus da prova na Justiça do Trabalho
Permite ao juiz distribuir o ônus da prova de forma diferente da regra geral (teoria estática).
Inversão ope legis ou legal: prevista em lei (exemplo: artigo 14, §3º, inciso I do CPC).
Inversão ope judicis ou judicial: aplicada pelo juiz em circunstâncias do caso concreto.
Pressupostos materiais e formais para a inversão judicial.
Inversão judicial não é passível de recurso na seara trabalhista (princípio da irrecorribilidade).
Exemplos de casos específicos de inversão judicial do ônus da prova na Justiça do Trabalho:
Súmula 212 do TST: ônus de provar término do contrato de trabalho após negação do trabalhador.
Súmula 443 do TST: ônus de provar que a dispensa de trabalhador portador de doença grave não foi discriminatória.
Súmula 338 do TST: inversão do ônus probatório em relação ao registro de jornada de trabalho.
Teoria dinâmica do ônus da prova
Produção antecipada de prova
Ao fim deste módulo, você será capaz de analisar o procedimento da produção antecipada de provas e sua aplicabilidade na Justiça do Trabalho.
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Provas
Conceito e natureza jurídica
Produção antecipada de provas é regulamentada nos artigos 381 a 383 do CPC.
Aplicável na seara trabalhista por compatibilidade com o processo laboral.
CPC de 2015 reconheceu o PAP como direito autônomo à produção da prova.
Prova no PAP não se vincula necessariamente a um futuro processo ou ação principal.
Pode ser utilizada para evitar perda de oportunidade de produzir prova efetiva.
Exemplos de aplicação na Justiça do Trabalho: oitiva de testemunha enferma, perícia antes do fechamento do estabelecimento, produção de prova documental em poder do empregador.
Natureza jurídica: controvérsia na doutrina entre jurisdição voluntária e caráter tipicamente jurisdicional.
Possui caráter de jurisdição voluntária, sem defesa ou recursos, decisão não resulta em coisa julgada material.
Conceito e natureza jurídica
O interesse de agir se configura por:
Interesse de agir
Necessidade
O meio escolhido é imprescindível para satisfazer a sua pretensão.
Utilidade
O meio escolhido possui aptidão para produzir os efeitos desejados.
Conceito e natureza jurídica
Geralmente, não é necessário indicar o pedido a ser formulado em ação futura, pois a produção de prova não está vinculada a um processo principal.
Em certas circunstâncias, especialmente no âmbito trabalhista, a indicação do direito material pode ser necessária para justificar a utilidade da produção de provas.
Exemplo: Para averiguar a correção do pagamento de horas extras, é necessário postular a exibição dos controles de ponto e dos recibos salariais para aferir a regularidade do pagamento.
Na petição inicial da produção antecipada de provas, é fundamental identificar o interesse-necessidade e o interesse-utilidade do procedimento para evitar o indeferimento liminar.
Interesse de agir
Conceito e natureza jurídica
A questão em debate é se a ação de produção antecipada de provas é aplicável para obter prova documental.
Theodoro Jr. e Didier Jr. excluem a prova documental dessa ação, argumentando que já existe o procedimento de exibição de documentos durante a ação principal.
No entanto, essa posição não parece ser a melhor, pois o incidente de exibição de documentos é apenas incidental, enquanto a produção antecipada de provas tem natureza autônoma.
Não há nada na regulamentação legal que exclua a prova documental da produção antecipada de provas, e interpretações restritivas dos artigos381 a 383 do CPC devem ser evitadas.
O PAP pode ser útil para verificar a viabilidade de uma ação judicial contenciosa, e a prova documental é relevante para a formação da convicção das partes nesse aspecto específico.
Cabimento para prova documental
Conceito e natureza jurídica
Cabimento para prova documental
Atenção!
Na produção antecipada de provas, o juiz não emite juízo de valor sobre as provas produzidas e não profere decisão que seja de observância obrigatória para qualquer juiz em processo futuro, razão pela qual as consequências previstas no incidente de exibição de documentos não se aplicam ao instituto em exame.
Procedimento
Competência
Produção antecipada de provas é aplicável à Justiça do Trabalho em casos relacionados à relação de trabalho.
Competência territorial pode ser determinada pelo local da prova ou pelo domicílio do réu.
Existe competência concorrente entre regras do CPC e regras de competência territorial trabalhista.
Escolha do foro adequado deve compatibilizar ambas as regras.
Ajuizamento do PAP não previne competência do juízo para ação principal futura.
Ação trabalhista será distribuída livremente, sem prevenção do juízo onde o PAP tramitou anteriormente.
Procedimento
Fase postulatória
Não há defesa nem recursos, exceto em caso de indeferimento total da prova.
Procedimento segue conforme o meio de prova requerido pelo autor: pericial, testemunhal, documental, etc.
Possibilidade de cumulação de mais de um meio de prova relacionado ao mesmo fato ou relação de emprego.
Questões de ordem pública podem ser discutidas pelas partes durante o procedimento.
Em casos de violação a direito líquido e certo, é possível utilizar o mandado de segurança como recurso.
Coisa julgada e consequências para ação principal
Coisa julgada e imutabilidade do direito autônomo à prova:
Não possui coisa julgada material.
Não impede novo pedido de produção da prova em ação futura.
Nova prova possível na ação principal com contraditório e cognição exauriente.
Interrupção da prescrição:
Prescrição não é interrompida pelo PAP (entendimento dominante).
Algumas opiniões defendem interrupção da prescrição com base no inciso V do artigo 202 do Código Civil.
Cumulação do pedido de produção antecipada de provas com o protesto interruptivo da prescrição é uma forma inquestionável de interromper a prescrição.
Meios de prova
Ao fim deste módulo, você será capaz de identificar as principais questões sobre os meios de prova no Direito Processual do Trabalho.
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Provas
Depoimento das partes
Análise dos meios de prova na seara laboral é essencial para a jurisdição trabalhista.
Artigo 369 do CPC prevê direito ao uso de todos os meios legais e moralmente legítimos para comprovação dos fatos.
Previsão no CPC não é exaustiva.
Permite o uso de meios de prova não previstos na legislação, desde que moralmente legítimos.
Principais meios de prova:
O depoimento das partes (que em nosso sentir não é tecnicamente meio de prova, mas um meio para obter a confissão, real ou presumida)
A prova testemunhal (de importância ímpar para as lides trabalhistas)
A prova documental
A prova pericial
Depoimento das partes
O depoimento pessoal é um meio de confissão, não de prova.
Previsto nos artigos 139, inciso VIII e 385 do CPC, e nos artigos 820 e 848 da CLT.
Alguns autores negam sua existência, mas é admitido no ordenamento jurídico.
O objetivo principal é obter a confissão, real ou ficta.
A confissão ficta ocorre quando a parte falta à audiência, se recusa a responder perguntas ou o preposto revela desconhecimento relevante.
Não haverá confissão nos casos do artigo 388 do CPC e quando a falta de resposta protege o direito de não produzir prova contra si.
Mesmo com confissão, o juiz pode persistir na produção de prova, exceto para a parte confessa.
Depoimento das partes
Atenção!
Não se pode confundir o depoimento das partes com o interrogatório. Este é determinado de ofício pelo juiz; pode ser determinado em qualquer estado do processo e pode ser único ou se repetir mais vezes. Já o depoimento das partes pode ser requerido pela parte adversa; deve ser colhido na audiência de instrução e julgamento e, em regra, só pode ser realizado uma vez.
Prova testemunhal
O depoimento pessoal é considerado o meio de prova mais inseguro.
Historicamente, o testemunho foi desvalorizado em relação a outras provas, sendo chamado de "prostituta das provas".
A testemunha é uma pessoa física que possui conhecimento dos fatos da lide, sendo estranha à relação jurídica e habilitada para depor.
O testemunho pode ser direto (visual ou presencial) ou indireto.
Classificação da prova testemunhal
A prova testemunhal, segundo a classificação mais prestigiada, divide-se em:
Testemunhas numerárias
Aquelas que são chamadas a depor por indicação das partes, mas dentro de limite numérico estabelecido em cada sistema processual.
Testemunhas referidas
Aquelas que vêm ao processo por determinação direta do juiz, nos termos do artigo 461, inciso I do CPC.
Testemunhas instrumentárias
Aquelas que comparecem para atestar verdade de fato ou ato registrado em documento público ou particular.
Classificação da prova testemunhal
Limites para testemunhas na CLT dependem do rito processual: ordinário (3), sumaríssimo (2) e inquérito de falta grave (6).
Flexibilidade nos limites, adaptando-se às circunstâncias.
O limite fixado para testemunhas numerárias não se aplica ao juiz, que pode determinar diligências que considere necessárias.
Em casos de cumulação objetiva ou necessidade de comprovação de fatos em diferentes locais, pode ser necessário ultrapassar o limite legal de testemunhas.
Inadmissibilidade e limitações da prova testemunhal
Prova testemunhal amplamente cabível no Direito Processual do Trabalho devido ao princípio da primazia da realidade.
Exceções: Lei veda em casos específicos, como insalubridade e periculosidade que exigem perícia.
Restrições à oitiva de testemunhas: incapacidade, impedimento e suspeição.
Súmula 357 do TST: Testemunha não impedida de depor por ter ajuizado demanda contra o réu.
Suspeição pode ser questionada pelas partes através do incidente da contradita.
Flexibilização da regra do momento para suscitar o incidente da contradita no Direito Processual do Trabalho, devido a testemunhas sem intimação prévia.
Prova documental
Prova documental é apresentada por meio de documentos representativos dos fatos alegados.
Referências à prova documental na CLT incluem os artigos 777, 780, 787 e 830.
A Lei 11.925 de 2009 permite que advogados autentiquem documentos, eliminando a necessidade de cópias autenticadas.
Correntes divergem sobre a oportunidade de oferecimento de documentos: 
ambos os lados devem apresentar na petição inicial e na contestação;
o juiz pode determinar a juntada de documentos mesmo após os prazos;
juntada de documentos permitida enquanto não encerrada a instrução, observando a boa-fé e o contraditório.
STJ entende que apenas documentos indispensáveis e substanciais devem ser juntados com a inicial/defesa.
Exceções incluem documentos novos (435 do CPC), força maior ou justo impedimento (1.014 do CPC e Súmula 8 do TST), documentos em posse de repartição pública (438 do CPC), documentos em posse da parte adversária ou de terceiro particular (396 do CPC).
Prova pericial
Perícia é meio de prova para constatar fatos através de análise científica ou técnica.
Classificação: exame (verificação de circunstâncias), vistoria (situação de imóveis), avaliação (relação entre bem e valor).
Oportunidade: judicial (em processo), extrajudicial (fora do processo) ou cautelar (em jurisdição voluntária).
Obrigatoriedade: obrigatória (meio necessário) ou facultativa (requerimento das partes ou do juiz).
Adicionais de insalubridade e periculosidade geralmente exigem perícia obrigatória.
No Processo do Trabalho, aplica-se o CPC, com exceções para prazos especiais e pagamento de honorários periciais.
Plenário do STFjulgou inconstitucionais os arts. 790-B, caput e §4º da CLT, beneficiário da gratuidade não arca com honorários periciais. Súmula 457 do TST segue essa orientação.
Apelação
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os principais aspectos do recurso de apelação e da teoria da causa madura.
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Recursos em espécie
Conceito
A apelação, prevista no artigo 1.009 do CPC de 2015, é o recurso cabível contra sentenças.
Além das sentenças, a apelação também pode ser interposta contra decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento.
O artigo 1.015 do CPC estabelece um rol taxativo das decisões interlocutórias passíveis de agravo de instrumento.
Decisões interlocutórias não agraváveis, conforme o artigo 1.009, §1º do CPC, não sofrem preclusão, permitindo que sejam questionadas em preliminar no recurso de apelação do vencido e nas contrarrazões de apelação do vencedor.
Hipóteses de interposição
Nem toda sentença necessariamente comporta uma apelação, pois há previsões em legislação esparsa para outros recursos contra as sentenças, como:
Sentenças proferidas em execução fiscal de valor igual ou inferior a 50 ORTNS cabem embargos infringentes de alçada em 10 dias, sem preparo, julgados pelo próprio juiz (artigo 34 da Lei nº 6.830/1990).
Sentenças que decretam a falência permitem agravo de instrumento (artigo 100 da Lei nº 11.101/2005).
Sentenças proferidas em juizados especiais cíveis admitem recurso inominado, no prazo de 10 dias (artigo 41 da Lei nº 9.099/1995).
Sentenças em ações na Justiça Federal envolvendo ente estrangeiro e município ou pessoa residente/domiciliada no Brasil permitem recurso ordinário para o STJ julgar (segundo artigo 1.027, II, b, do CPC e por previsão do artigo 105, II, da Constituição Federal).
Hipóteses de interposição
Apelação não se limita ao ataque às sentenças;
Nem toda sentença necessariamente comporta uma apelação;
Legislação prevê outros recursos contra sentenças, como embargos infringentes, agravo de instrumento, recurso inominado e recurso ordinário;
Apelação pode impugnar sentença e/ou decisões interlocutórias
Decisões interlocutórias não agraváveis podem ser atacadas em preliminar de apelação;
Recurso de apelação pode ter dupla finalidade, mas é arriscado atacar só decisão interlocutória;
Vencedor pode recorrer de decisões interlocutórias através de capítulos nas contrarrazões de apelação;
Contrarrazões cumprem papel de espécie recursal, podendo ser subordinadas ou condicionadas;
Momento de julgar as insurgências varia com apelação do vencido ou vencedor.
Características
Prazo da apelação: 15 dias úteis (artigos 1.003, §5º, e 219 do CPC/2015).
Endereçada ao juízo de primeira instância da sentença, com contrarrazões.
Não há análise dos pressupostos recursais pelo juiz de primeira instância; atribuição ao desembargador relator no tribunal.
Efeito suspensivo ope legis é a regra geral da apelação (artigo 1.012 do CPC/2015).
	Sentenças onde ocorrem exceções
	Decreta a interdição
	Condena a pagar alimentos
	Homologa divisão ou demarcação de terras
	Julga procedente o pedido de instituição de arbitragem
	Confirma, concede ou revoga tutela provisória (apenas em relação a tal capítulo)
	Extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado
Características
Cumpre registrar que o rol de hipóteses em que não há efeito suspensivo não é exaustivo, porque há situações em leis extravagantes, conforme o quadro a seguir:
	Situações em leis extravagantes
	Lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/1985)
	Sentença em ações de despejo (Lei nº 8.245/1991)
	Sentença que concede o habeas data (Lei nº 9.507/1997)
	Sentença concessiva no mandado de segurança (Lei nº 12.016/2009)
	Sentença que destituir ambos ou qualquer um dos genitores (Lei nº 8069/1990)
	Sentença que deferir a adoção, salvo a internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando (Lei nº 8069/1990)
Efeito devolutivo da apelação
Trata-se de um recurso com ampla devolutividade, isto é, permite a impugnação de qualquer vício encontrado na sentença, seja ele:
De forma (error in procedendo)
Quando se alega o error in procedendo, a tendência é que se trate de recurso total, o que levará à sua anulação integral.
De julgamento (error in iudicando)
Quando se alega o error in iudicando, o mérito recursal é o erro da atividade do julgador quanto à aplicabilidade da lei ou da norma jurídica para o caso.
Efeito devolutivo da apelação
Pleitear a reforma da decisão alegando "error in judicando".
A parte seleciona as matérias a serem transferidas à análise do tribunal na peça recursal.
O tribunal não pode manifestar-se sobre matéria não apelada, pois restou como transitada em julgado.
No caso de alegação de "error in procedendo", o apelante pode argumentar: 
Vício de formação da sentença (intrínseco)
Vício processual ou procedimental (extrínseco)
Efeito devolutivo da apelação
Comprovado o vício, a sentença pode ser invalidada em grau de apelação pelo colegiado.
A apelação é o recurso com maior devolutividade no processo civil, permitindo a arguição de matéria fática e a revisão da decisão proferida em relação aos fatos.
O tribunal tem ampla possibilidade de reexaminar provas e até produzir prova excepcionalmente (artigo 938, §3º).
Questões discutidas no processo sem solução são automaticamente devolvidas ao tribunal no primeiro grau, desde que estejam relacionadas ao capítulo impugnado no apelo (§1º do artigo 1.013).
Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um, a apelação devolverá o conhecimento dos demais (§2º do artigo 1.013).
Atenção!
Pedido não deve se confundir com fundamento, já que um pedido pode ter diversos fundamentos.
Efeito devolutivo da apelação
O juiz, normalmente, não pode mudar sua sentença após proferi-la.
No entanto, o recurso de apelação pode permitir o efeito regressivo, possibilitando a retratação pelo juiz.
O efeito regressivo ocorre quando o juiz, ao receber a apelação, pode reconsiderar sua decisão e modificar a sentença anteriormente proferida.
Esse efeito só ocorre após a admissibilidade do recurso de apelação ser confirmada.
Apelação contra sentença que indefere a inicial (artigo 331)
Apelação contra sentença de improcedência liminar do pedido (artigo 332, §3°)
Apelação contra sentença que extingue o processo sem resolução do mérito (artigo 485, §7°)
Apelação contra sentença proferida em causas que digam respeito a direitos da criança ou do adolescente (artigo 198, VI, ECA)
Teoria da causa madura
A teoria da causa madura está prevista no artigo 1.013, §3º, do CPC.
Permite ao tribunal decidir imediatamente o mérito da causa quando o processo estiver em condições de julgamento.
Casos em que o tribunal pode decidir o mérito são: reformar sentença terminativa ou sentença fundada no artigo 485, decretar nulidade por falta de congruência ou fundamentação, constatar omissão no exame de um pedido.
Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou prescrição, o tribunal deve julgar o mérito e examinar as demais questões sem retornar o processo ao juízo de primeiro grau.
A aplicação da teoria evita o prolongamento do processo e permite o julgamento direto do mérito no tribunal, sem suprimir instância.
Teoria da causa madura
Aplicando-se o artigo 932, IV e V, do CPC, a apelação comporta julgamentos monocráticos. Desse modo, será possível negar ou dar provimento à apelação se ela for contrária a determinados parâmetros, são eles:
Teoria da causa madura
A decisão colegiada na apelação é tomada por três desembargadores, mesmo que a Câmara ou Turma tenha mais magistrados.
Não há mais a figura do revisor, ao contrário do que era exigido no CPC/1973.
É possível requerer sustentação oral de acordo com o artigo 937, I.
Se não houver unanimidade no julgamento da apelação, o presidente da Turma ou Câmara não proclamará o resultado. Nesse caso, será aplicada a técnica de ampliaçãodo colegiado prevista no artigo 942, convocando desembargadores em número suficiente para viabilizar a inversão do resultado.
Subespécies de agravos
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar as subespécies de agravos, assim como seus requisitos e procedimentos.
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Recursos em espécie
Agravos, seus requisitos e procedimentos
O CPC apresenta os agravos como aptos a atacar as decisões interlocutórias de magistrados de primeira instância e as unipessoais/monocráticas adotadas no âmbito dos tribunais.
Há três subespécies de agravo:
Agravo de instrumento (artigos 1.015/1.020)
Agravo interno (artigo 1.021)
Agravo em recurso especial e em recurso extraordinário (artigo 1.042)
Agravo de instrumento
O agravo de instrumento é o recurso adequado para atacar decisões interlocutórias do juiz de primeiro grau, desde que elas estejam previstas no rol do artigo 1.015 do CPC.
A frequente utilização excessiva dos agravos de instrumento foi motivo de debates na doutrina e jurisprudência, pois sobrecarregavam os tribunais, prejudicando a análise de outras demandas.
A Lei nº 11.187/2005 buscou tornar o agravo de instrumento excepcional, aplicável somente em casos de:
Ataque às decisões de inadmissão da apelação
Equivocada atribuição de efeito suspensivo à apelação
Lesão grave e de difícil reparação
Agravo de instrumento
O agravo de instrumento é o recurso cabível para atacar decisões interlocutórias dos juízes de primeiro grau, estando previsto no artigo 1.015 do CPC.
Existem duas categorias de decisões interlocutórias: as agraváveis e as não agraváveis, sendo permitido o agravo de instrumento apenas contra as agraváveis.
O parágrafo único do artigo 1.015 estabelece que também cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença, cumprimento dela, processo de execução e inventário, independentemente dos incisos.
O STJ decidiu que o rol do artigo 1.015 é taxativo, mas admitiu uma interpretação extensiva para casos urgentes em que não seja adequado aguardar a apelação.
O agravo de instrumento deve ser interposto no prazo de 15 dias úteis, diretamente no tribunal competente, cabendo ao relator realizar o juízo de admissibilidade e intimar o agravado para contrarrazões.
Agravo de instrumento
O agravo de instrumento é um recurso para atacar decisões interlocutórias dos juízes de primeiro grau, cabendo apenas nas situações previstas no rol taxativo do artigo 1.015 do CPC.
Sua interposição deve ser feita diretamente no tribunal competente, em até 15 dias úteis após a decisão agravada, com peças obrigatórias e facultativas, dependendo do tipo de processo.
Em processos físicos, o agravante deve juntar cópia da petição do agravo, comprovante de interposição e relação dos documentos que instruíram o recurso em até três dias.
O agravo de instrumento exige preparo, e se houver falta de documentação essencial, o relator pode conceder cinco dias para complementá-la.
O relator pode julgar monocraticamente o agravo e, se a decisão agravada for reformada integralmente durante o trâmite, o recurso é considerado prejudicado.
Essas medidas visam evitar o uso excessivo desse recurso e tornar o julgamento mais ágil e eficiente nos tribunais.
Agravo de instrumento
Desse modo, será possível negar ou dar provimento monocraticamente ao agravo de instrumento se ele for contrário a determinados parâmetros, são eles:
Agravo de instrumento
Provimento monocrático do agravo de instrumento requer intimação do recorrido para contrarrazões.
Decisão do relator sobre efeito suspensivo e antecipação de tutela, comunicando ao juiz de primeira instância.
Trata-se de um efeito suspensivo ope iudicis – diferentemente do que ocorre com a apelação, cujo efeito decorre da própria lei.
Ministério Público é intimado quando necessário.
Relator solicita inclusão em pauta para julgamento em até um mês da intimação do agravado, evitando demoras.
Agravo interno
Previsto no artigo 1.021 do CPC.
Prazo de interposição: 15 dias úteis.
Cabe contra decisão proferida pelo relator e é julgado pelo órgão colegiado.
Uso comum contra inadmissão de recursos, efeito suspensivo, tutela antecipada e decisões monocráticas do relator.
Também cabível contra decisão de presidente ou vice-presidente de tribunal local com base no Inciso I ou Inciso III do artigo 1.030.
Agravo interno
Negativa de seguimento a recurso extraordinário sem repercussão geral reconhecida pelo STF.
Negativa de seguimento a recurso extraordinário contra acórdão em conformidade com entendimento do STF em repercussão geral.
Negativa de seguimento a recurso extraordinário ou especial em conformidade com entendimento do STF ou STJ em julgamentos repetitivos.
Inciso I
Agravo interno
Agravo interno ataca decisões unipessoais nos tribunais e força análise colegiada dentro da mesma corte.
O agravante deve impugnar especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
Direcionado ao relator, que intimará o agravado para contrarrazões em 15 dias.
Pode haver efeito regressivo se o relator se retratar da decisão monocrática após contrarrazões.
O relator não pode se limitar a reproduzir os fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
Se o recurso for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente por unanimidade, o agravante será condenado a pagar multa de 1 a 5% do valor da causa.
A interposição de qualquer outro recurso fica condicionada ao depósito prévio do valor da multa, exceto para a Fazenda Pública e beneficiários da gratuidade de justiça.
Inciso III
Agravo em recurso especial e em recurso extraordinário
Artigo 1.042 do CPC/2015 prevê cabimento de agravo contra decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou especial.
Exceção: não cabe agravo se a decisão estiver fundamentada em entendimento firmado em repercussão geral ou recursos repetitivos.
Prazo de interposição: 15 dias úteis, conforme artigos 1.003, §5º e 219 do CPC.
O recurso ataca decisões de inadmissão de recursos excepcionais proferidas por presidente ou vice-presidente do tribunal local.
Curiosidade: Originalmente, o CPC/2015 previa a admissibilidade dos recursos excepcionais nos tribunais superiores, mas a Lei nº 13.256/2016 restaurou o duplo juízo de admissibilidade, com o primeiro realizado pelo presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido.
Agravo em recurso especial e em recurso extraordinário
Ao se proferir um juízo de admissibilidade, são verificados os pressupostos recursais:
Genéricos
Tempestividade, motivação, forma, recorribilidade, adequação, preparo, legitimidade e interesse.
Específicos
Esgotamento prévio da via recursal ordinária, prequestionamento e vedação de discussão de conteúdo fático-probatório.
Agravo em recurso especial e em recurso extraordinário
Estando ausentes um ou mais pressupostos recursais, é uma hipótese proferir a decisão de inadmissão do recurso, o que dá ensejo à interposição do agravo em recurso:
Especial
Inadmissão de recurso especial.
Extraordinário
Inadmissão de recurso extraordinário.
Especial e extraordinário
Ambos se farão presentes se a decisão houver sido pela inadmissão dos dois recursos excepcionais.
Na terceira hipótese, de recurso especial e extraordinário, vale ressaltar que não há a possibilidade de usar apenas um agravo que abarque as duas inadmissões.
Agravo em recurso especial e em recurso extraordinário
O agravo é interposto em petição dirigida ao presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido e não depende de custas e despesas postais.
O recurso está sujeito ao regime de repercussão geral e recursos repetitivos, podendo ser sobrestado e objeto de juízo de retratação.
O agravado é intimado de imediato no tribunal recorrido para oferecer contrarrazões em 15 dias úteis.
Caso não haja juízo de retratação, o agravo é remetido ao tribunal superior competente.
O agravo pode ser julgado junto com o recurso especialou extraordinário, permitindo sustentação oral, conforme o regimento interno do tribunal.
Se houver interposição conjunta dos agravos, eles são remetidos primeiro ao STJ para o recurso especial e depois ao STF para o recurso extraordinário, a menos que estejam prejudicados.
As hipóteses de utilização do agravo interno, agravo em recurso especial e extraordinário são distintas e relacionadas à inadmissão e negativa de seguimento do recurso excepcional.
O CPC atual não prevê mais o agravo retido.
Embargos de declaração
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o cabimento dos embargos de declaração e sua relevância à integração das decisões judiciais.
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Recursos em espécie
Conceito
O recurso de embargos de declaração está previsto nos artigos 1.022 a 1.026 do CPC/2015.
É a única espécie recursal do CPC com prazo de interposição de 5 dias, conforme o artigo 1.003, §5º.
Nos processos eleitorais, o prazo para os embargos de declaração é de 3 dias, de acordo com o artigo 275, §1º, do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965).
Cabimento
Os embargos de declaração são cabíveis contra qualquer decisão para corrigir erro material, esclarecer obscuridade, eliminar contradição ou suprir omissão de ponto ou questão que o juiz deveria se pronunciar, seja de ofício ou a requerimento.
A redação atual do CPC esclarece que os embargos de declaração podem ser utilizados em decisões interlocutórias ou unipessoais dos relatores nos tribunais, acabando com a limitação aparente da legislação anterior.
Em certas situações, é possível presumir a omissão em decisões judiciais, o que justifica a oposição de embargos de declaração, como quando a decisão não se manifesta sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos em incidente de assunção de competência (IAC) aplicável ao caso ou quando incorre nas condutas descritas no artigo 489, §1º (decisões desprovidas de fundamentação).
Características
Os embargos de declaração não estão sujeitos a preparo, ou seja, não é necessário recolher custas para a admissibilidade desse recurso.
No CPC anterior, não havia previsão para contrarrazões aos embargos de declaração, mas na prática, alguns juízes permitiam sua apresentação quando houvesse interesse modificativo/infringente.
No atual CPC, o embargado pode manifestar-se sobre os embargos de declaração, caso seu eventual acolhimento implique modificação da decisão embargada, e o prazo para isso é de cinco dias.
O julgamento dos embargos de declaração deve ocorrer em cinco dias, e se for no tribunal, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão seguinte, proferindo seu voto. Caso não ocorra na primeira sessão, será incluído automaticamente na pauta seguinte.
Características
A natureza da decisão que julgar os embargos de declaração será a mesma da decisão embargada, pois sua decisão se integra à embargada. Desse modo:
Decisão: sentença
Para os embargos opostos contra uma sentença.
Decisão: interlocutória
Para os embargos opostos contra uma decisão interlocutória.
Decisão: acórdão
Para os embargos opostos contra um acórdão.
Características
O §2º do artigo 1.024 prevê que, se os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal em tribunal, o próprio órgão que proferiu a decisão embargada poderá decidir monocraticamente sobre os embargos.
Essa medida foi adotada para evitar a possibilidade de uma das partes interpor um recurso e a outra, os embargos de declaração, buscando uma vantagem processual. Por isso:
Caso os embargos sofram modificação no julgamento
O embargado que já havia interposto outro recurso tem o direito de complementar ou alterar suas razões nos limites da decisão dos embargos.
Caso os embargos sejam rejeitados ou não alterem a conclusão anterior
O recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos será processado e julgado independentemente de ratificação.
Características
O artigo 1.024, §5º, corrigiu entendimento anterior, não tornando obrigatória a ratificação dos embargos de declaração para sua admissibilidade.
Os embargos de declaração, em geral, não possuem efeito suspensivo, mas o juiz ou relator pode concedê-lo caso haja probabilidade de provimento do recurso ou risco de dano grave e de difícil reparação.
A oposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para outros recursos, como apelação, recurso especial ou extraordinário.
Após o julgamento e intimação das partes, o prazo para interpor outros recursos recomeça do zero, não se aproveitando o período já decorrido.
Características
Atenção!
A respeito da interrupção do prazo para outros recursos, o legislador de 2015 inclusive corrigiu uma contradição entre o CPC e a Lei nº 9.099/1995, que disciplina os juizados especiais. Enquanto o CPC anterior já previa a interrupção, a lei que regula os juizados tinha a previsão de que os embargos de declaração acarretam a suspensão do prazo (nesse caso, aproveitava-se aquele já computado). No artigo 1.065 do CPC/2015, contudo, alterou-se expressamente a redação do artigo 50 da Lei nº 9.099/1995: sua previsão agora é de que os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição do recurso.
Características
Embargos de Declaração - Previsões Relevantes
Finalidade: Utilizados para prequestionar dispositivos e viabilizar recursos excepcionais.
Rejeição Genérica: Tribunais locais podem rejeitar embargos alegando ausência de omissão, obscuridade ou contradição.
Inclusão de Elementos: Elementos suscitados no recurso são considerados incluídos no acórdão pelo tribunal superior, mesmo se os embargos forem rejeitados.
Alegação de Violação: STJ requer alegação preliminar de violação ao artigo 1.022 do CPC para adentrar o mérito do recurso.
Multa por Embargos Protelatórios: Possibilidade de multa de até 2% do valor da causa, elevada a 10% em caso de reiteração.
Ações autônomas de impugnação das decisões judiciais
Ao final deste módulo, você será capaz de avaliar as principais ações autônomas de impugnação das decisões judiciais, como também os mais relevantes sucedâneos recursais
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Recursos em espécie
Ações autônomas de impugnação e sucedâneos recursais
Ações Autônomas de Impugnação:
Ação Rescisória: Impugnação de decisão judicial transitada em julgado, com fundamentos específicos.
Reclamação: Utilizada para preservar a competência e garantir a autoridade de decisões de tribunais superiores.
Sucedâneos Recursais:
Suspensão de Liminar, Tutela e Segurança: Meio de suspender a eficácia de decisões liminares ou provisórias.
Correição Parcial: Pedido de correção de erros materiais em decisões judiciais.
Pedido de Reconsideração: Requerimento para que o próprio magistrado reavalie sua decisão.
Remessa Necessária: Reexame de decisões proferidas contra a Fazenda Pública, em certos casos.
Ação rescisória
Está disciplinada entre os artigos 966 a 975 do CPC/2015. Já as hipóteses de cabimento estão elencadas no artigo 966, sendo possível o ajuizamento contra decisão de mérito transitada em julgado quando acontecem as situações listadas no quadro a seguir:
	Situações nas quais é possível o ajuizamento contra decisão de mérito transitada em julgado	
	Ofender a coisa julgada	Violar manifestamente norma jurídica
	For proferida por juiz impedido ou juízo absolutamente incompetente	For fundada em erro de fato verificável do exame dos autos
	For proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz	For fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação
	Resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei	Obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável
Ação rescisória
Ação Rescisória: Hipóteses de Cabimento (§5º do Artigo 966do CPC/2015):
Cabível em caso de manifesta violação de norma jurídica em decisões baseadas em súmula ou acórdão de casos repetitivos, sem considerar distinção entre a questão discutida e o padrão decisório.
Outros Aspectos Relevantes:
Ação não exige desconstituição total da decisão, podendo impugnar apenas partes dela.
Legitimados: partes ou sucessores, terceiros interessados, MP não ouvido quando obrigatório e quem não teve oportunidade de se manifestar.
Competência dos tribunais para julgar ação rescisória.
Ajuizamento não se baseia apenas na existência de recursos pendentes no STJ ou STF.
Se recurso especial não foi conhecido e julgado, a ação deve ser proposta no tribunal inferior.
Na petição inicial, deve-se cumular o pedido de rescisão com novo julgamento e depositar 5% do valor da causa como multa se a ação for inadmitida ou improcedente.
Ação rescisória
Tal exigência de depósito prévio, que não pode ser superior a 1.000 salários-mínimos, não se aplica a:
Ação rescisória
Propositura da ação não impede o cumprimento da decisão, mas pode ser requerida uma tutela provisória.
Resposta do réu tem prazo entre 15 a 30 dias, aplicando-se o procedimento comum.
Julgamento: procedente rescinde a decisão e, se for o caso, proferirá novo julgamento, determinando a restituição do depósito.
Se considerada inadmissível ou improcedente de forma unânime, o depósito é revertido ao réu; não unânime, restituído ao autor.
Prazo de dois anos para ajuizamento, contado do trânsito em julgado da última decisão do processo.
Se fundamentada em prova nova, o prazo inicia na data da sua descoberta, com limite de cinco anos após o trânsito em julgado.
Nas hipóteses de simulação ou colusão das partes, prazo inicia quando o terceiro prejudicado ou o MP tiverem ciência da situação.
Suspensão de liminar, tutela e segurança
Pedido de controle das consequências de decisões judiciais.
Prerrogativa da Fazenda Pública e, em alguns casos, do MP.
Hipóteses legais: grave lesão à ordem, economia, saúde ou segurança pública.
Não é recurso, não tem prazo, preparo ou distribuição.
Competência do presidente do tribunal competente para o recurso respectivo.
Não visa reformar ou anular a decisão, mas suspender sua eficácia.
Apresentada independentemente ou concomitantemente com recurso.
Julgamento monocrático suscetível de agravo interno.
Objetiva preservar interesses públicos e administrativos.
Não afeta a legalidade ou razoabilidade da decisão, apenas analisa o risco de grave lesão à ordem ou economia públicas.
Autoridade competente depende da origem da decisão atacada e da existência de recurso anterior com efeito substitutivo.
A competência pode ser alterada pelo efeito substitutivo recursal.
Competência do presidente do STJ ou STF em casos de decisões de TJ ou TRF em agravo, apelação ou ação originária.
Correição parcial
A correição parcial, enquanto sucedâneo recursal, nasceu nas leis estaduais de organização judiciária. Em alguns estados, ela é até mesmo chamada de reclamação. Ambas chegam a ser confundidas em muitas ocasiões. 
Contudo, não é possível haver confusão entre a reclamação com previsão constitucional e a correição parcial.
“
Nem se pretenda equiparar a correição parcial à reclamação perante o STF, porque a última é providência emanada, hoje, dos poderes normativos que a Constituição Federal outorgou à Excelsa Corte (artigo 121, parágrafo único) e que se caracteriza também como desdobramento das atribuições jurisdicionais que lhe cabem como instância especial e última, na estrutura orgânica do Poder Judiciário.
(REVISTA DOS TRIBUNAIS, 510/117)
Correição parcial
A correição parcial não pode ser entendida como um recurso tradicional no processo civil.
Sua origem está na legislação estadual, o que gerava questionamentos sobre sua constitucionalidade.
A correição parcial possui natureza de remédio ou sucedâneo processual.
É referida na lei orgânica da Justiça Federal (Lei nº 5.010/1966) e serve para corrigir atos ou despachos do juiz que não admitem recurso ou que representem erro de ofício ou abuso de poder.
Não é afetada pela irrecorribilidade de despachos prevista no artigo 1.001 do CPC/1973.
Seu objetivo é corrigir atos que causem inversão tumultuária no processo ou que prejudiquem as partes.
A correição parcial não é um recurso, mas um meio processual previsto na legislação para corrigir situações específicas.
Pedido de reconsideração
O pedido de reconsideração é um meio impugnativo atípico das decisões judiciais.
Pode ser utilizado pelas partes para impugnar qualquer ato jurisdicional, não havendo exigência de prazo, preparo, fundamentação específica ou formação do instrumento.
Dispensa a observância das regras cogentes de interposição dos recursos.
Alguns tribunais preveem expressamente sua utilização por meio de seus regimentos internos.
Por não ser um recurso, o pedido de reconsideração não possui os mesmos efeitos da interposição dos recursos, como suspensão ou interrupção do prazo recursal, nem impede a formação da coisa julgada.
Remessa necessária
A remessa necessária é um meio impugnativo atípico das decisões judiciais.
Possui diversas nomenclaturas sinônimas, como reexame necessário, remessa obrigatória e duplo grau obrigatório de jurisdição.
Alguns defendem sua natureza como condição de eficácia da sentença, enquanto outros a consideram como meio recursal.
A remessa necessária ocorre contra sentenças proferidas contra a Fazenda Pública ou quando os embargos à execução fiscal são julgados procedentes no todo ou em parte.
Existem restrições quanto ao valor da condenação ou proveito econômico obtido na causa para que seja cabível a remessa (mil, cem e quinhentos salários mínimos).
Não ocorre remessa necessária quando a sentença estiver fundada em súmula de tribunal superior, acórdão do STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos, entre outros casos.
A remessa não pode gerar reformatio in pejus e não se aplica a julgamentos por maioria com ampliação do colegiado.
Não é admitida a remessa necessária nos Juizados Especiais, ação popular ou mandado de segurança em caso de concessão da segurança.
A remessa pode ocorrer em casos de improbidade administrativa e civil pública, mas não impede a execução provisória no mandado de segurança.
Responsabilidade patrimonial
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar a responsabilidade patrimonial no Processo do Trabalho.
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Execução trabalhista
Aspectos gerais
O direito de ação tem como objetivo buscar a efetivação do direito material pretendido, o que geralmente se concretiza por meio da execução.
A execução no sistema jurídico brasileiro é patrimonial, não sendo admitida a prisão civil por dívida, exceto nos casos de prestação alimentar e de depositário infiel.
Alguns doutrinadores defendem excepcionalmente a prisão do devedor contumaz de execução trabalhista, mas isso é raro e não deve ser o objetivo do Processo do Trabalho.
A fase de execução no processo trabalhista visa satisfazer o crédito ou direito pleiteado por meio da responsabilização patrimonial, com medidas coercitivas ou constritivas de patrimônio.
O título executivo, judicial ou extrajudicial, pode ser executado perante a Justiça do Trabalho, com a imposição de medidas coercitivas ou constritivas ao devedor para a satisfação do crédito ou direito.
Responsabilidade patrimonial secundária
Execução trabalhista: busca inicial dos bens dos devedores mencionados no título executivo.
Obstáculos na satisfação do crédito podem ocorrer.
Responsabilidade patrimonial secundária: possibilidade de direcionar a responsabilização a terceiros relacionados aos devedores.
CLT não aborda o tema, aplicação subsidiária do artigo 790 do CPC/15.
CPC/15 trata da responsabilidade subsidiária do sucumbente no pagamento de honorários advocatícios.
Responsabilidade patrimonial secundária
“
Art. 790. São sujeitos à execução os bens: I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação

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