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1 LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 Introdução ........................................................................................................ 3 Comunicação e linguagem .............................................................................. 4 Elementos básicos da linguagem visual .......................................................... 7 Ponto ............................................................................................................ 7 Formas de representação do ponto .......................................................... 7 Utilização do ponto nas artes visuais ....................................................... 7 Linha ............................................................................................................ 9 Classificação ............................................................................................ 9 Utilização das linhas nas artes visuais ................................................... 10 Significados expressos pelas linhas ....................................................... 11 A forma ...................................................................................................... 12 Formas básicas ...................................................................................... 12 Plano e superfície ...................................................................................... 13 Textura ....................................................................................................... 14 A cor ........................................................................................................... 16 Nomenclatura das cores ......................................................................... 17 Cores Quentes e Cores Frias ................................................................. 19 Tom ............................................................................................................ 19 Fundamentos da composição ........................................................................ 20 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 25 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Linguagem das Artes Visuais Introdução Artes visuais é uma área que abrange qualquer forma de representação visual de cor e forma. As representações visuais dramáticas, como cinema, teatro e música, também se encaixam nessa área. As Artes Visuais são as formas de arte como a cerâmica, desenho, pintura, escultura, gravura, design, artesanatos, fotografia, vídeo, produção cinematográfica e arquitetura. Muitas disciplinas artísticas (artes cênicas, arte conceitual, artes têxteis) envolvem aspectos das artes visuais, bem como artes de outros tipos. Também incluído no campo das artes visuais são as artes aplicadas tais como desenho industrial, desenho gráfico, design de moda, design de interiores e arte decorativa. O conceito de arte visual está intimamente relacionado ao conceito de visualizar - “ver” - e por isso, engloba as artes em que a fruição ocorre por meio da visão. Linguagem visual é todo tipo de comunicação que se dá através de imagens e símbolos. Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, são a matéria-prima de toda informação visual. Entretanto, esses elementos isolados não representam nada, não tem significados preestabelecidos, nada definem antes de entrarem num contexto formal. 4 Comunicação e linguagem Para garantir sua sobrevivência no mundo e preservar seus conhecimentos e memória, o ser humano necessita da comunicação através da linguagem oral e escrita. Veremos que a linguagem visual também tem grande importância no mundo humano. Algumas das características que determinam a condição humana são possuir inteligência, raciocínio, capacidade de simbolização, pensamento abstrato e relacionar-se com o semelhante de maneira que o convívio social funcione como forma de garantir que o conhecimento adquirido hoje seja preservado e passado adiante para possíveis modificações e atualizações, levando à construção de diferentes culturas em diversos contextos históricos. Isto só existe devido à capacidade que o ser humano tem de se comunicar nos níveis pessoal, interpessoal e social. Outros seres vivos também se comunicam, mas não em um nível de complexidade e nuances que o ser humano, nem preservam aquilo que é comunicado ou simbolizam significados concretos em ideias abstratas. 5 A comunicação humana, enquanto perpetuação do conhecimento é entendida como uma troca de informações (estímulos, imagens, símbolos, mensagens) possibilitada por um conjunto de regras explícitas ou implícitas, a que chamamos de código. A comunicação existe basicamente para satisfazer a três necessidades primárias: para que alguém saiba algo, para que alguém faça algo ou para que alguém aceite algo. Um dos modelos de entendimento do processo de comunicação baseia- se nos componentes: Emissor ou remetente: aquele que envia ou transmite uma idéia ou sentimento através de uma mensagem; Mensagem: o conteúdo da ideia ou sentimento das informações transmitidas pelo emissor; Receptor ou destinatário: aquele que recebe a mensagem (um indivíduo ou um grupo) podendo enviá-la de volta ou a outros. Canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem será transmitida (carta, palestra, jornal televisivo, livro, twitter, facebook, etc) Código: é o conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizado para elaborar a mensagem; o emissor codifica aquilo que o receptor irá descodificar. 6 Contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere. A linguagem funciona como a ordenadora dos símbolos da comunicação num contexto de espaço e tempo, através de acordos (convenções) estabelecidos por grupos humanos para transmitir determinados significados, organizando suas percepções, classificando e relacionando acontecimentos para que os símbolos guardem um mesmo sentido para todos que o empregam. Talvez por isso tenha sido mais demorado para você identificar alguns dos símbolos mostrados anteriormente, por não fazerem parte da sua cultura local ou por serem de uma língua estrangeira que você não conhece. A língua que usamos no Brasil é o Português, oral e escrito, mas nem todos têm acesso devido ao alto índice de analfabetismo no nosso país. Se você estiver lendo este livro é por que consegue entender um código (a Língua Portuguesa) que é comum à sua localidade. Este tipo delinguagem (Português, Inglês, Espanhol etc) é chamada de linguagem conceitual. Mas além da linguagem conceitual (oral e escrita) existe também a linguagem visual. A linguagem visual é simbólica e funciona através de analogias e metáforas. A linguagem visual é uma linguagem talvez mais limitada do que a falada, porém mais direta. Isto nos mostra que a transmissão de informações no modo visual tem um maior no impacto e efeito no observador, já que utilizamos maneiras mais objetivas através das mensagens visuais em seus diversos exemplos. Ver significa essencialmente conhecer, perceber pela visão, alcançar com a vista os seres, as coisas e as formas do mundo ao redor. Ver é também um exercício de construção perceptiva onde os elementos selecionados e o percurso visual podem ser educados. Observar é olhar, pesquisar, detalhar, estar atento de diferentes maneiras às particularidades visuais relacionando-as entre si. O saber ver e observar podem ser trabalhados de maneira que a pessoa possa analisar, refletir, interferir e produzir visualmente através do entendimento da linguagem visual. De acordo com o estudo de vários autores, podem-se identificar como principais elementos visuais: o ponto, a linha, a forma, o plano, a textura, e a cor. 7 Elementos básicos da linguagem visual Ponto O ponto é o elemento básico da geometria, através do qual se originam todas as outras formas geométricas. Ponto é o lugar onde duas linhas se cruzam. Ponto é um sinal sem dimensões, deixado na superfície. Ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima (DONDIS, 1997). Considera-se como ponto qualquer elemento que funcione como forte centro de atração visual dentro de um esquema estrutural, seja numa composição ou num objeto (FORTES, 2001). Formas de representação do ponto O ponto pode ser representado graficamente de duas maneiras: pela interseção de duas linhas ou por um simples toque na superfície com um instrumento apropriado. É identificado através de uma letra maiúscula do nosso alfabeto. Utilização do ponto nas artes visuais http://1.bp.blogspot.com/-IbNzOi1f-1Q/Tlex-LaVlbI/AAAAAAAACSw/RzZWmVTolqs/s1600/Pontos.jpg 8 Qualquer ponto tem grande poder de atração visual, quando juntos eles são capazes de dirigir o olhar do espectador. Essa capacidade de conduzir o olhar é intensificada pela maior proximidade dos pontos, ou seja, quanto mais próximos uns dos outros estiverem os pontos, mais rápido será o movimento visual. Nas artes visuais um único ponto não é capaz de construir uma imagem. Porém com um conjunto de pontos podemos obter imagens visuais casuais ou organizadas. Em grande número e justapostos os pontos criam a ilusão de tom ou de cor. Observe: Georges Seurat. http://1.bp.blogspot.com/-W5ZEVt5NT3c/TlezjtHne_I/AAAAAAAACS8/26MeP2gRMYU/s1600/Pontos1.jpg http://1.bp.blogspot.com/-NjCQ112gT28/TlfSDpa_ZFI/AAAAAAAACTA/BVY8bFtmZNw/s1600/seurat+georges+-+The+Bridge+at+Courbevoie+-+1887.jpg http://3.bp.blogspot.com/-h_uvo6mBNZU/TleySL4KYqI/AAAAAAAACS0/sEv3gM5Dowg/s1600/Formas.jpg 9 Linha Linha é a trajetória definida pelo movimento de um ponto no espaço; Linha é um conjunto de pontos que se sucedem uns aos outros, numa sequência infinita; Linha é o elemento visual que mostra direcionamentos, delimita e insinua formas, cria texturas, carrega em si a ideia de movimento. Classificação Alguns autores classificam as linhas simplesmente como físicas, geométricas e geométricas gráficas. Físicas – são aquelas que podem ser enxergadas pelo homem no meio ambiente. Ex.: fios de lã, barbantes, rachaduras de pisos, fios elétricos etc. Geométricas – apresentam comprimento ilimitado não possuindo altura e espessura, sendo apresentadas através da imaginação de cada um de nós quando observamos a natureza. Geométricas gráficas – são linhas desenhadas numa superfície, sendo concretizadas quando colocamos a ponta de qualquer material gráfico sobre uma superfície e o movemos seguindo uma direção. 10 Em artes Visuais, estudaremos as linhas geométricas gráficas que são classificadas quanto ao formato em SIMPLES e COMPLEXAS. As linhas simples podem ser retas ou curvas. Observe: Utilização das linhas nas artes visuais As linhas nascem do poder de abstração da mente humana, uma vez que não há linhas corpóreas no espaço natural. Elas só se tornam fato físico quando são representadas pela mão humana. Independente de onde seja utilizada, a linha é o instrumento fundamental da pré-visualização, ou seja, ela é o meio de apresentar em forma palpável, concreta, aquilo que só existe na imaginação. 11 Nas artes visuais, a linha é o elemento essencial do desenho, seja ele feito a mão livre ou por intermédio de instrumentos. Segundo ARNHEIM (1994) as linhas apresentam-se basicamente de 3 modos diferentes nas artes visuais: Linhas objeto - visualizadas como objetos visuais independentes. A própria linha é uma imagem. Linhas de contorno - obtidas quando envolvem uma área qualquer criando um objeto visual. Linhas hachuradas – são formadas por grupo composto de linhas muito próximas criando um padrão global simples, os quais se combinam para formar uma superfície coerente. Hachurar é usar um grupo de linhas para sombrear ou insinuar texturas. Quanto mais próximas as linhas, mais densa a hachura e mais escuras as sombras. Quanto mais distantes as linhas, menos densa a hachura e menos escuras as sombras. As linhas da hachura podem ter comprimentos e formas diferentes. Significados expressos pelas linhas A linha pode assumir formas muito diversas para expressar uma grande variedade de estados de espírito, uma vez que reflete a intenção do artista, seus sentimentos e emoções e principalmente sua visão de mundo. Quando predomina uma direção, a linha possui uma tensão que pode ser associada a determinado sentimento ou sensação. Exemplos: 12 A forma Forma é o aspecto exterior dos objetos reais, imaginários ou representados. A linha descreve uma forma, ou seja, uma linha que se fecha dá origem a uma forma. Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. Formas básicas Existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero. Cada uma das formas básicas tem suas características específicas, e a cada uma se atribui uma grande quantidade de significados, alguns por associação, outros por vinculação arbitrária, e outros, ainda, através de nossas próprias percepções psicológicas e fisiológicas. Ao quadrado se associam enfado, honestidade, retidão e esmero; ao triângulo ação, conflito, tensão; ao círculo, 13 infinitude, calidez, proteção. Todas as formas básicas são figuras planas e simples, fundamentais, que podem ser descritas e construídas verbalmente ou visualmente. Plano e superfície O plano é uma superfície sem ondulações, de extensão infinita, ou seja, uma superfície plana que se estende infinitamente em todas as direções possíveis. Temos a noção de um plano quando imaginamos uma superfície plana ilimitada e sem espessura. Pense numa folha de papel prolongada infinitamente em todas as direções, desprezando a sua espessura. A representação do plano será feita através de uma figura que sugere a ideia de uma parte dele. Também nesse caso, fica por nossa conta imaginar que essa superfície se http://2.bp.blogspot.com/-sUY4IIzV7Uo/TlfcZrCWOqI/AAAAAAAACTc/-UMx_e2ke9Y/s1600/Superficie.jpg http://3.bp.blogspot.com/-94Phupojk-8/TlfdRFQOYbI/AAAAAAAACTg/nfs5RFGHT4Q/s1600/Superficie1.jpg 14 estende indefinidamente em todas as direções possíveis. Os planos sãodenominados por letras minúsculas do alfabeto grego: alfa (α), beta (β), gama (γ), delta (δ) etc. Superfície é a extensão que delimita no espaço um corpo considerável, segundo a largura e a altura, sem levar em conta a profundidade. É o suporte onde o artista criará sua composição. Textura Textura, nas artes plásticas, é o elemento visual que expressa a qualidade tátil das superfícies dos objetos (DONDIS, 1997). A palavra textura tem origem no ato de tecer. Existem várias classificações para a textura, segundo diferentes autores que tratam do assunto. Para começar, ela pode ser classificada como natural – quando encontrada na natureza – ou artificial - quando produzida pelo ser humano (simula texturas naturais ou cria novas texturas). A textura natural de alguns animais, como o camaleão, pode ser modificada quando ele simula outra cor de pele. O homem também simula texturas naturais em suas vestimentas (como é o caso dos soldados camuflados). As texturas podem também ser divididas em visuais (óticas) e táteis. A textura visual ou ótica possui apenas qualidades óticas. Ela simula as texturas táteis. Ex.: Uma pintura que crie o efeito da maciez de uma pétala de rosa, ou o pêlo do cachorrinho. A textura tátil possui tanto qualidades visuais quanto táteis. Existe textura tátil em todas as superfícies e esta nós podemos realmente sentir através do toque ou do contato com nossa pele. Quanto à forma de apresentação a textura pode ser geométrica ou orgânica. Nas artes gráficas pode ser reproduzida através de desenhos, pinturas, impressões, fotografia, etc. Podemos representar as texturas em forma de trama de sinais, pontos, traços, manchas com os quais se realizam as mais variadas atividades gráficas e artísticas. Exemplos: 15 A textura é tão importante quanto a forma, tamanho, cor, etc. Existem várias técnicas para se criar texturas nas artes plásticas. O pintor, por exemplo, utiliza uma infinidade de técnicas para reproduzir ou criar a ilusão de textura tátil da vida real em suas obras. Entre as técnicas mais conhecidas estão a tinta diluída e o empasto (uso livre de grossas camadas de tinta para dar efeito de relevo). Outra técnica conhecida é a frotagem. A palavra “Frottage” é de origem francesa - frotter, que significa “esfregar”. Consiste em colocar uma folha de papel sobre uma superfície áspera, que contém alguma textura, e esfregá-la, pressionando-a com um bastão de giz de cera, por exemplo, para que a textura apareça na folha. No campo da arte, essa técnica foi usada pela a primeira vez pelo o pintor, desenhista, escultor e escritor alemão Max Ernest (1891 – 1976), um dos fundadores do movimento “Dada” e posteriormente um dos grandes nomes do Surrealismo. Os abstracionistas utilizam uma grande variedade de técnicas como a colagem com pedaços de jornais e materiais “expressivos” como madeira, papelão, barbante, areia, pedaços de pano etc. Os artistas recorrem às texturas para: Traduzir visivelmente o sentido de volume e os efeitos de superfície; 16 Representar graficamente o claro e o escuro, a luz e a sombra. Na escultura os artistas utilizam texturas diferentes conforme os padrões estéticos do período ou movimento artístico a que pertencem. No Renascimento observamos texturas lisas e suaves, enquanto que no Impressionismo percebemos superfícies inacabadas como nas obras de Rodin. Além das artes visuais a textura ocorre também em diferentes espaços da vida. No cotidiano nós a observamos nos utensílios domésticos, nas roupas, nos calçados, nos papéis, nos vidros, na decoração de interiores, etc. A tecnologia favoreceu a criação de uma variedade muito grande de texturas. A tinta de parede, por exemplo, é encontrada em diversos tipos e para as mais diversas aplicações. Essas por si só já permitem efeitos de texturização. A cor A cor é o elemento visual caracterizado pela sensação provocada pela luz sobre o órgão da visão, isto é, sobre nossos olhos. O pigmento é o que dá cor a tudo o que é material. Ao falarmos de cores, temos duas linhas de pensamento distintas: a Cor-Luz e a Cor-Pigmento. A Cor-Luz pode ser observada através dos raios luminosos. Cor- luz é a própria luz que pode se decompor em muitas cores. A luz branca contém todas as cores. No caso da Cor-Pigmento a luz é que, refletida pelo material, faz com que o olho humano perceba esse estímulo como cor. Os pigmentos podem ser divididos em dois grupos diferentes: os transparentes e os opacos. As cores pigmento transparentes são mais utilizadas nas artes gráficas, nas impressoras coloridas entre outros meios de produção. As cores pigmento opacas são geralmente utilizadas nas artes plásticas, são mais populares, portanto, são mais conhecidas pelos estudantes da escola básica. 17 Os dois extremos da classificação das cores são: o branco, ausência total de cor, ou seja, luz pura; e o preto, ausência total de luz, o que faz com que não se reflita nenhuma cor. Essas duas "cores" portanto não são exatamente cores, mas características da luz, que convencionamos chamar de cor. Nomenclatura das cores Tanto a cor-luz quanto a cor-pigmento, seja ela transparente ou opaca se divide em: Cores primárias - aquelas consideradas puras, que não se fragmentam. As cores primárias são VERMELHO-AZUL-AMARELO. Cores secundárias - obtidas através da mistura em partes iguais de duas cores primárias. As secundárias, ao contrário, são as que resultam da mistura de duas cores primárias. 18 Cores terciárias - são obtidas pela mistura de uma primária com uma secundária ou a partir das primárias em proporções desiguais. As cores terciárias são: As cores terciárias são: • Vermelho-alaranjado=combinação do vermelho+laranja. • Amarelo-alaranjado=combinação do amarelo+laranja. • Amarelo-esverdeado=combinação do amarelo+verde. • Azul-esverdeado=combinação do verde+azul. • Azul-arroxeado=combinação do azul+roxo. • Vermelho-arroxeado=combinação do roxo+vermelho. Cores neutras - o preto e o branco, embora sejam considerados como ausência e totalidade das cores-luz respectivamente, no entendimento das cores- pigmento são também conhecidas, juntamente com o cinza, como cores neutras. Não aparecem no círculo cromático. 19 Cores Quentes e Cores Frias As cores possuem seus valores de luminosidade. Algumas são mais alegres, mais vivas, que classificamos de cores quentes. As cores quentes nos lembram o fogo, o sol, e transmitem o arrojo, a aventura, o estímulo, o calor. Outras são mais escuras e tristes, que classificamos de cores frias, que classificamos de cores frias, e transmitem a calma, o repouso, o frio, a sombra. As cores quentes são derivadas do vermelho e as frias derivam do azul. A cor amarela é equilibrada. Os tons de roxo podem ser classificados como quentes ou frios, pois apresentam tanto azul como o vermelho. Tom Nós percebemos o mundo pelos sentidos da audição, olfato, tato, paladar e, principalmente, pela visão que só é possível pela existência da luz. A sensibilidade dos olhos para a luz faz com que possamos discernir formas, movimentos, texturas, cores e tons. O tom é a quantidade relativa de luz existente em um ambiente ou numa imagem, definindo sua obscuridade ou claridade, ausência ou presença de luz. 20 Temos uma relação de contraste entre o claro-escuro. Sem esta relação não veríamos o mundo da maneira que ele nos aparenta. A luz natural emitida pelo sol, a luz branca, é refletida, absorvida, circunda e penetra nos objetos que, por sua vez, têm características de absorver ou refletir a luminosidade que recebe. Assim, podemos enxergar as sombras e perceber o volume das coisas (elemento da dimensão), o espaço que elas ocupam, identificando sua forma,massa, cor, textura, se está estática ou em movimento etc. As múltiplas gradações entre o claro e escuro consistem numa escala tonal. Fundamentos da composição Os elementos básicos por si só não constituem uma mensagem visual, como uma obra de arte, por exemplo, sendo necessário, para isso, seguir alguns fundamentos de como compor a imagem para que transmita e expresse ideias e emoções do autor. Tais fundamentos não surgiram ou foram inventados por acaso, mas foram observados, analisados e experimentados por estudiosos e artistas. Equilíbrio: o ser humano tem por necessidade física e mental a busca constante do equilíbrio, da estabilidade em qualquer objeto visto ou situação vivenciada. Quando uma pessoa observa qualquer imagem tem como referência uma linha do horizonte, que funciona como base para se localizar no espaço que está. A partir desta referência é que podemos definir alto ou baixo, esquerda ou direita, nos orientando e orientando aos outros. O ser humano percebe o todo, mesmo se aquilo que se apresenta para ele é formado por muitas partes separadas, tentando sempre restaurar o equilíbrio. Este fenômeno é a busca do fechamento, simetria e regularidade das unidades que compõem uma figura, objeto ou ação. A maneira de como percebemos e entendemos uma imagem ou situação é que nos leva a determinados comportamentos e reações. Na linguagem visual o equilíbrio é verificado quando traçamos um eixo vertical sob uma linha horizontal secundária 21 como base, obtendo uma estrutura visual, chamada de eixo sentido, que funciona como referência para nossa orientação. O equilíbrio físico e o equilíbrio visual não são necessariamente os mesmos, assim como o centro físico geométrico de um objeto ou figura não é o mesmo centro visual percebido pelas pessoas. Para entendermos isso é importante lembrar que equilíbrio não é simetria, mas esta é apenas a forma mais simples de equilíbrio. Tensão: oposto do equilíbrio, a tensão vem desestruturar a referência do eixo sentido da linha vertical e da linha-base horizontal causando uma instabilidade na observação do objeto ou situação. Passa a existir então uma relação entre o equilíbrio e a tensão, num jogo de forças que atuam no campo de visão percebido pelo ser humano. Estas influências no modo de como percebemos a imagem são chamadas de forças de movimento por que agem sobre um ponto de aplicação, sob uma direção e com certa intensidade na percepção visual. Este jogo de forças pode e deve ser usado para causar sensações, impressões e efeitos diversos na linguagem visual, cabendo adequar sua ação para um fim específico. O dinamismo e a atividade, de uma imagem carregada de tensão, contrastam com a calma e estase de outra que possua equilíbrio. Estes dois fundamentos, equilíbrio e tensão, funcionam como opostos necessários já que um é referência para o outro no campo da percepção visual. 22 Nivelamento e aguçamento: ao buscarmos o equilíbrio em uma imagem instável estamos usando outro fundamento da composição que é o nivelamento. Este princípio funciona quando observamos um objeto ou figura, dispostos de maneira assimétrica e, instintivamente, visualizamos seu centro visual perceptivo tendo de localizar seu centro geométrico através de uma medição mais detalhada. Assim, nivelamos nosso olhar em relação ao centro visual perceptivo e, quando a imagem observada encontrasse fora deste equilíbrio visual, provoca um aguçamento na percepção do todo. Existe um intermediário na composição visual, entre o nivelamento e o aguçamento, que é a ambiguidade. Esta situação pode ou não ser intencional para tornar confusa a imagem, deixando o observador na dúvida se a imagem está equilibrada ou instável. Ângulo de visão: quando o ser humano, de modo geral, efetua o ato de observar, ele tende a ter um direcionamento no olhar. Este direcionamento o modo 23 que percebemos e entendemos os objetos e imagens fazendo uma leitura daquilo que é alvo da observação. Este direcionamento é registrado como sendo, em sua maioria, da esquerda para a direita e de cima para baixo, como que se entrasse, passeasse e saísse da imagem, fazendo uma varredura do que ela contém. Esta ação é facilmente verificada nas culturas ocidentais e no modo como as pessoas leem. Quando sabemos como as pessoas observam a imagem podemos compor seus elementos de maneira que atraiam a sua atenção e a mensagem visual seja transmitida e expressada da maneira como desejamos. Ao se deslocar o Centro Visual Perceptivo da imagem do seu Centro Físico Geométrico cria-se um aguçamento na imagem para o observador. Atração e agrupamento: aqui as forças de movimento atuam de forma que desejo na pessoa de procurar uma “boa-forma” ou “forma correta”, isto é, a presença, na imagem observada, de equilíbrio, simetria, estabilidade e simplicidade. A atração funciona quando numa mesma área estão dispostos dois elementos iguais ou semelhantes que, justamente por esta característica, atraem-se uns aos outros. Quanto maior a proximidade entre os elementos, maior a atração. O agrupamento é a união que a visão faz dos elementos iguais ou semelhantes, relacionando-os numa configuração. Este fundamento se baseia em uma tendência de completar os elementos que “faltam” numa figura. 24 Positivo-negativo / figura – fundo: é a relação existente do contraste entre dois elementos de uma imagem, definindo-os e misturando-os ao mesmo tempo. Quando vemos um exemplo deste fundamento percebemos e entendemos as imagens em momentos diferentes do que é figura e o que é fundo e vice-versa, não enxergando os dois ao mesmo tempo. Os elementos assumem uma característica de positivo e negativo, dependendo de como o observador foca sua atenção na imagem, revelando formas de duplo sentido, causando ilusões de ótica. 25 REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo: Editora Moderna, 1992. ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. 12ª ed. rev. e ampl., São Paulo: Pioneira, 1998. BOCCARA, Ernesto Giovanni. O design e a convergência da mídia através da tecnologia computacional – o surgimento de linguagens híbridas no contexto da comunicação social contemporânea. Revista da Associação dos Designers Gráficos/Brasil. São Paulo, n. 23, outubro, 2001. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais / PCN: Arte (3º e 4º ciclos). Brasília:MEC/SEF, 1998. _______. Parâmetros Curriculares Nacionais / PCN: ensino médio: bases legais. Brasília: MEC/SEMT, 1999. _______. 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