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Fundamentos de Controle e Prevenção da Poluição Ambiental

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FUNDAMENTOS DE 
CONTROLE E PREVENÇÃO DA 
POLUIÇÃO AMBIENTAL
W
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03
88
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1.
0
2
Cristiane Ronchi de Oliveira
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2020
FUNDAMENTOS DE CONTROLE E PREVENÇÃO 
DA POLUIÇÃO AMBIENTAL
1ª edição
3
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Nirse Ruscheinscky Breternitz
Revisor
Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
__________________________________________________________________________________________ 
Oliveira, Cristiane Ronchi de
O48f Fundamentos de controle e prevenção da poluição 
ambiental/ Cristiane Ronchi de Oliveira, – Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S.A., 2020.
 44 p.
 ISBN 978-65-990625-4-4
1. Poluição ambiental. 2. Prevenção ambiental. I. Título
 
 
CDD 574.5 
____________________________________________________________________________________________
Jorge Eduardo de Almeida CRB 8/8753
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
4
SUMÁRIO
Poluição Ambiental _________________________________________________ 05
Classificação e parâmetros de qualidade ambiental _________________ 21
Medidas de controle e prevenção ambiental ________________________ 37
Medidas mitigadoras e remediação _________________________________ 55
FUNDAMENTOS DE CONTROLE E PREVENÇÃO 
DA POLUIÇÃO AMBIENTAL
5
Poluição Ambiental
Autor: Cristiane Ronchi de Oliveira 
Leitor crítico: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Compreender o histórico da crise ambiental mundial.
• Conhecer sobre a poluição nos diferentes 
compartimentos ambientais.
• Discutir sobre seus efeitos da poluição na espécie 
humana e biodiversidade.
• Analisar as diferentes fontes de poluição e os 
principais poluentes.
6
1. Histórico e crise ambiental
O aumento da densidade populacional, aliado ao intenso 
desenvolvimento da sociedade sob o sistema econômico capitalista, 
e a consequente exploração dos recursos naturais, desencadeou um 
desequilibro ambiental sem precedentes. Diariamente, são produzidos 
bens de consumo, dos mais diferentes tipos, modelos e marcas, 
gerando diversos poluentes e resíduos. Mas, o que você e eu temos a 
ver com isso?
A população mundial já ultrapassou os 7,5 bilhões de pessoas, 
contemplando países que ainda possuem áreas bioprodutivas1 e outros 
não. Sociedades com maior igualdade social e outras rodeadas por 
desigualdade e guerras civis. Enfim, vivemos um mundo composto por 
diferentes realidades, culturas e economias.
Os recursos naturais podem ser definidos como: “qualquer insumo de 
que os organismos, populações e os ecossistemas necessitam para sua 
manutenção” (BRAGA et al., 2007, p. 4). Por outro lado, o art. 3º, inciso 
5, da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), define como recursos 
ambientais “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, 
os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da 
biosfera, a fauna e a flora” (BRASIL, 1981).
Os recursos naturais podem ser classificados em recursos renováveis 
e não renováveis. O primeiro termo engloba todos aqueles que 
são constantemente renovados, ou seja, são constantemente 
produzidos ou fazem parte de um ciclo biogeoquímico; enquanto o 
segundo termo trata dos recursos que, após utilizados, não podem 
ser reutilizados e demoram anos para serem produzidos novamente, 
ou talvez não possuam reposição na natureza (BRAGA et al., 2007; 
1 Áreas bioprodutivas: “Áreas de terra e de água consideradas biologicamente produtivas. São consideradas as 
áreas necessárias para absorver carbono, terra para construir moradias e infraestrutura, terra e água para a biodi-
versidade” (LAMIM-GUEDES, 2018, p. 1-2).
7
MILLER, SPOOLMAN, 2015). A água e o solo são exemplos de recursos 
renováveis, enquanto que os minérios e os combustíveis fósseis são não 
renováveis. Basicamente qualquer um deles pode vir a se esgotar em 
virtude da intensidade do uso. Porém, os recursos não renováveis são 
mais facilmente “extintos” do que os renováveis.
Segundo Braga et al. (2007, p. 5), “quando a taxa de utilização supera a 
máxima capacidade de sustentação do sistema” um recurso renovável 
pode vir a se esgotar. Podemos exemplificar com o caso da crise 
hídrica ocorrida no Estado de São Paulo, entre 2014 a 2016, ocasião em 
que a oferta de água foi reduzida e períodos de racionamento foram 
vivenciados por vários munícipes.
Se os recursos estão presentes nos compartimentos ambientais e nos 
diferentes ecossistemas, e se todo ser vivo necessita desse para sua 
sobrevivência, por que ainda estamos explorando-os, em sua maior 
parte, sem consciência ambiental? Por quanto tempo ainda teremos 
recursos naturais disponíveis para atender a população? A humanidade 
conseguirá sobreviver sem recursos básicos, como água e alimentos?
Essas e tantas outras perguntas devem estar passando pela sua 
cabeça, e saiba que você não está sozinho. Várias conferências e 
encontros mundiais têm discutido a crise ambiental. Saiba mais no 
próximo tópico.
Na história da humanidade, conforme ampliava-se a compreensão do 
homem sobre a natureza, mais a intervenção humana se tornava capaz 
de alterar o ambiente em níveis preocupantes e em curtos períodos de 
tempo (DIAS, 2007).
A espécie humana passou por grandes revoluções, como a primeira 
(10 mil anos a.C.) e a segunda revolução agrícola (meados do século 
18 e 19 d.C.), a qual modificou e continua modificando extensas 
áreas bioprodutivas A agricultura possibilitou a produção de diversos 
8
alimentos, que podiam atender a população em crescimento, e com 
ela também surge um novo tipo trabalho (fonte de renda); os primeiros 
vilarejos e aldeias, e, consequentemente, os primeiros impactos 
ambientais nos ecossistemas.
Na sequência, podemos evidenciar o processo de urbanização 
(meados do século 19), que foi a criação dos centros urbanos e grandes 
aglomerados humanos. Algum tempo depois, ocorre o processo de 
industrialização nas cidades, sendo considerada a grande Revolução 
Cientifico-Tecnológica (entre os séculos 18 e 19) (DIAS, 2007).
Todas essas revoluções desencadearam diversas alterações no ambiente 
natural, acelerando o processo de potencial degradação do meio, com 
a emissão de diferentes poluentes, descarte de grandes quantidades 
de resíduos, e a liberação de variados efluentes. Portanto, associado a 
essas transformações, observa-se ao longo da história a contaminação 
da água, ar e solo, os quais são considerados nossos compartimentos 
ambientais.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) define impacto 
ambiental através da Resolução CONAMA 001/1986, como:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 
I–a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II–as atividadessociais 
e econômicas; III–a biota; IV–as condições estéticas e sanitárias do meio 
ambiente; V–a qualidade dos recursos ambientais. (BRASIL, 1986, art. 1º, 
incisos I ao V)
A industrialização, por sua vez, alcançou níveis de extração de matéria-
prima, utilização de insumos e fabricação de produtos nunca vistos 
anteriormente. Esquematicamente (Figura 1), pode-se dizer que com 
o crescimento populacional exponencial, mais recursos naturais 
são extraídos e utilizados no processo produtivo para geração de 
9
bens de consumo. A industrialização e o capitalismo acabam sendo 
movimentados pelo consumismo desenfreado e a obsolescência dos 
produtos. Por outros ângulos, visualizamos a desigualdade social e as 
disparidades entre países e dentro dos países. Ademais, dentro de toda 
a cadeia produtiva, ou seja, etapas que envolvem desde a extração 
de matéria-prima, até sua produção e consumo, são desencadeados 
diferentes impactos ambientais, com magnitudes e efeitos diferenciados 
(MILLER; SPOOLMAN, 2015).
Figura 1 – Esquema das etapas que desencadeiam a crise ambiental
 
População.
Utiliza 
excessivamente 
os recursos 
naturais.
Processos 
produtivos.
Desencadeia 
impactos 
ambientais.
Fonte: elaborada pelo autor.
Dessa forma, percebemos que a evolução da espécie humana foi 
acompanhada da sua apropriação sobre o meio natural, causando 
alterações e desencadeando vários danos e efeitos ao meio ambiente 
e aos seres vivos. Segundo Miller e Spoolman (2015), não se sabe por 
quanto tempo o planeta Terra irá suportar o nível de consumo atual de 
nossa sociedade, pois alguns cientistas consideram que a maioria das 
pessoas possuem um modo de vida embasado na insustentabilidade.
1.1 Acordos e conferências internacionais
Em 1962, foi publicado o livro Primavera Silenciosa (Silent Spring, em 
inglês) de Rachel Carson, em que a autora abordou, de maneira 
fictícia, os efeitos desencadeados pelo intenso uso do agrotóxico DDT 
(diclorodifeniltricloroetano) nas lavouras dos Estados Unidos e sua 
toxicidade nas pessoas e seres vivos (DIAS, 2007; KLUCZKIVSKI, 2015). 
10
O livro foi amplamente divulgado e auxiliou no fortalecimento do 
movimento ambientalista e na realização de conferências internacionais.
A criação do Clube de Roma, em 1968, e a Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo (Suécia), 
em 1972, foram as primeiras manifestações sociais e organizadas a 
discutirem sobre a economia, a sociedade e o meio ambiente. Em 
Estocolmo, participaram mais de 100 países, onde criou-se o Programa 
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA) (DIAS, 2007), que 
tem como objetivos principais:
Manter o estado do meio ambiente global sob contínuo monitoramento; 
alertar povos e nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e 
recomendar medidas para melhorar a qualidade de vida da população 
sem comprometer os recursos e serviços ambientais das gerações futuras. 
(NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2019, [s.p.])
Os objetivos do PNUMA são premissas que são discutidas de tempos 
em tempos durante as conferências mundiais do clima com os líderes 
de cada país participante. Tem a finalidade de debater a influência da 
ação humana na degradação ambiental, e destacando que nossas ações 
podem influenciar na nossa sobrevivência.
Outro evento importante foi a publicação do Relatório de Brundtland em 
1987, que conceituou o termo sustentabilidade. O desenvolvimento 
sustentável consiste naquele que visa atender as necessidades básicas 
e proporcionar recursos naturais para a população atual e gerações 
futuras, de forma justa e igualitária (MILLER; SPOOLMAN, 2015). A 
sustentabilidade geralmente é representada em forma de tripé, em que 
enfoca a integração entre a área social, econômica e ambiental.
Um marco muito importante dentro do histórico do movimento 
ambientalista, ocorreu em 1992. Denominada de Eco-92 ou Rio-
92, a Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento foi realizada no Rio de Janeiro (RJ) e teve a participação 
11
de 170 países. Nessa conferência, foram discutidas formas de agir 
local e globalmente, a fim de reduzir a degradação ambiental e 
proporcionar a conservação ambiental, bem como foi estabelecido um 
compromisso para seguir as premissas do desenvolvimento sustentável 
e implementação da Agenda 21 (DIAS, 2007).
Nessa reunião, ficou acordado um encontro entre os países de tempos 
em tempos, conhecido como Rio+5, Rio+10 e Rio+20, como forma de 
examinar as metas alcançadas e os avanços em prol do meio ambiente 
que foram estabelecidos inicialmente na Rio-92.
As conferências internacionais sobre o meio ambiente são importantes 
para unir os líderes mundiais, bem como possibilitar a participação 
de cientistas, ativistas e mídias para discutir o rumo da economia e a 
preservação ambiental.
2. Poluição ambiental
A poluição é considerada qualquer alteração nas características físicas, 
químicas e/ou biológicas nos compartimentos ambientais, seja na água, 
no solo e no ar, e que causem ou possam causar efeitos para saúde, 
sobrevivência e as atividades dos seres vivos (BRAGA et al., 2007).
É importante, nesse momento, destacar a diferença entre 
contaminação e poluição. O primeiro representa somente o aumento 
das concentrações das substâncias químicas no ambiente, enquanto que 
a poluição são os efeitos decorrentes desse aumento nos seres vivos.
A degradação ambiental pode ocorrer em virtude da ação humana ou 
por forças naturais, e, assim, gerar poluentes e esses virem a causar um 
impacto ambiental. O homem, no seu dia a dia, pode gerar diferentes 
tipos de poluentes em suas atividades, por exemplo, na agricultura tem-
se o uso de agrotóxicos, que podem ser carreados pelas águas pluviais 
12
e, assim atingir corpos hídricos e lençol freático, e até mesmo volatilizar 
e atingir a atmosfera (KLUCZKIVSKI, 2015).
O ciclo da poluição pode ser dividido em três etapas principais, que 
contemplam a emissão do poluente de uma fonte, seja ela fixa ou móvel, 
seguido da dispersão, difusão e/ou reações químicas dessas substâncias, 
e, por fim, o local de imissão, onde o poluente irá causar impactos 
ambientais. É importante destacar que muitas vezes o poluente pode 
agir em outras regiões.
Os poluentes podem ser classificados em físicos, químicos e 
biológicos. Os poluentes físicos podem ser o calor, ruído, vibração e a 
radiação de qualquer natureza. Os poluentes químicos são quaisquer 
substâncias químicas (ex.: cádmio ou gasolina) existentes. Por fim, os 
poluentes biológicos são organismos patogênicos (ex.: bactérias, fungos, 
protozoários e vírus).
Os poluentes também podem ser classificados em primários ou 
secundários. Os poluentes primários são aqueles emitidos diretamente 
da fonte para o meio, enquanto que os secundários são os poluentes 
primários que são emitidos e sofrem reações químicas com outros 
componentes presentes no meio (MILLER; SPOOLMAN, 2015).
E por último, existe a classificação de acordo com o grau de conservação 
dos poluentes: poluentes conservativos e não-conservativos. Os 
poluentes conservativos são aqueles definidos como compostos que 
não são degradados facilmente, são persistentes no ambiente e podem 
sofrer bioacumulação, por exemplo, agrotóxicos, metais pesados e 
dioxinas. Enquanto os poluentes não-conservativos sofrem degradação 
biológica e são facilmente dissipáveis, tendo como exemplos, o esgoto 
doméstico e os coliformes fecais (KLUCZKIVSKI, 2015).
13
As fontes de poluição podem ser classificadas de diferentes formas, 
entre elas as fontes naturais e antrópicas, fontes pontuais ou fixas, não-
pontuais ou difusas; acidentais e sistemáticas.
As fontes naturais liberam poluentes diretamente da natureza, como 
pólen e erupções vulcânicas, enquanto que as fontes antrópicas podem 
ser advindas das indústrias, agricultura, de motores de combustão, 
entre outros.
A fonte pontual é definida como: fonte “única e identificável”, ou seja, 
que descarta poluentes em um ponto específico do ambiente,sendo 
facilmente observáveis e com possibilidades de controle – chaminés de 
diferentes indústrias. Por outro lado, a fonte não-pontual é uma fonte 
de “área ampla e difusa”, os poluentes são difundidos no ambiente 
e a identificação do ponto de origem é difícil – como o escoamento 
de agroquímicos dos campos agrícolas para águas superficiais e solo 
(MILLER; SPOOLMAN, 2015, p. 12).
Fontes acidentais são consideradas casualidades ou fenômenos da 
natureza, por exemplo, tsunamis e furacões (ex.: tsunami da Indonésia 
em 2004). As fontes sistemáticas são fenômenos que ocorrem de 
tempos em tempos, e podem ser exemplificadas pelas queimadas nas 
florestas nas épocas quentes e secas ou pelas tempestades tropicais 
(KLUCZKIVSKI, 2015).
É importante salientar que qualquer substância química pode ser 
poluente e se tornar tóxica, tudo depende da dose e do tempo 
de exposição ao qual os seres vivos forem submetidos (MILLER; 
SPOOLMAN, 2015). Você sabe quais tipos de poluição existem?
2.1 Poluição da água
A água é um recurso extremamente importante para sobrevivência 
dos seres vivos e para a produção de diferentes produtos em nossa 
14
sociedade. Apresenta múltiplos usos, como para o abastecimento, 
irrigação, navegação, geração de energia e recreação, entre 
muitos outros.
O maior problema é a má gestão dos recursos hídricos, principalmente 
da água doce (que representa somente 2,5% de toda água do planeta), 
que acaba sendo amplamente utilizada, desperdiçada e contaminada 
diariamente. A diminuição da qualidade da água reflete diretamente 
na fauna aquática e, consequentemente, na extinção de espécies mais 
suscetíveis aos poluentes. Ademais, pode desencadear um aumento 
de determinadas doenças, como verminoses e protozooses (MILLER; 
SPOOLMAN, 2015).
A poluição da água é definida por qualquer alteração nas suas 
características, em virtude da ação natural ou antrópica, que irá alterar 
os parâmetros de qualidade e potencialmente desencadear impactos 
ambientais. Os poluentes dos corpos hídricos vão ter efeitos diferentes 
devido à sua toxicidade, concentração e natureza (BRAGA et al., 2007).
Os principais poluentes desse compartimento são os poluentes 
orgânicos biodegradáveis e recalcitrantes, os metais, o excesso de 
nutrientes, organismos biológicos e/ou patogênicos, sólidos em 
suspensão, calor e radioatividade (BRAGA et al., 2007). Sendo que, as 
principais fontes de contaminação hídrica são o escoamento de resíduos 
agrícolas e urbanos, e o descarte de esgoto doméstico e industrial.
2.3 Poluição do ar
O ar está abundantemente disponível para os seres vivos, então tem-
se a impressão que ele nunca irá esgotar. Entretanto, a poluição do ar 
existe e pode não ser perceptível, visto que muitas vezes não possui 
odor ou coloração. A poluição do ar pode ser definida como lançamento 
no ambiente de substâncias gasosas (gases, vapores e materiais 
15
particulados) em concentrações capazes de desencadear danos à 
biodiversidade.
A poluição atmosférica tem diversas fontes emissoras de poluentes. 
Pode-se dizer que as indústrias, a agropecuária, a degradação e 
incineração de resíduos, os veículos, as queimadas e a geração de 
energia elétrica colaboram para a emissão de gases, vapores e materiais 
particulados (DERISIO, 2012; KLUCZKIVSKI, 2015).
Gases, como o monóxido e o dióxido de carbono (COx), óxidos 
de nitrogênio (NOx), óxidos enxofre (SOx), gases halogenados 
(HF), compostos orgânicos, oxidantes fotoquímicos (O3), material 
particulado (MP) e metais, são emitidos diariamente e desencadeiam 
diferentes tipos de efeitos nos seres vivos e na própria saúde humana 
(KLUCZKIVSKI, 2015).
2.2 Poluição do solo
O solo é a formação natural que compõe a terra e representa ¾ 
do planeta Terra. Por meio do seu uso e ocupação, os indivíduos 
estabelecem suas moradias e cidades, cultivam seus alimentos, extraem 
a matéria-prima para os produtos e descartam seus resíduos.
A poluição do solo pode ser dividida em decorrência de atividades 
rurais e urbanas. Os poluentes rurais são principalmente os agrotóxicos 
e fertilizantes utilizados nas plantações, além da salinização do solo 
que é prejudicial à flora. Enquanto que no ambiente urbano os 
principais poluentes são os resíduos sólidos (lixo), que são descartados 
diariamente dos diferentes estabelecimentos ou empreendimentos 
(BRAGA et al., 2007).
Os resíduos sólidos são classificados em Classe I – resíduos perigosos 
(apresentam inflamabilidade, corrosividade, reatividade, patogenicidade 
e toxicidade). Exemplo: óleos lubrificantes, resíduos químicos, tintas e 
16
solventes; Classe II A – resíduos não inertes (não se enquadram nas 
outras classes), como materiais orgânicos e recicláveis; e Classe II 
B – resíduos inertes (não solubilizam), como entulhos da construção 
civil e ferragens de automóveis (DERISIO, 2012; KLUCZKIVSKI, 2015). 
Além dos resíduos sólidos urbanos e industriais, existem os resíduos 
de serviços de saúde (RSS), de hospitais e clínicas, e subdivididos 
em cinco categorias (A, B, C, D e E); os resíduos de construção civil 
(RCC), como tijolos, telhas e entulhos gerais, e divididos em quatro 
categorias (A, B, C e D). Por fim, resíduos radioativos que são gerados 
de usinas de energia nuclear e de tratamentos médicos.
A falta de gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, desde seu 
acondicionamento, coleta, transporte e disposição final acarreta na 
degradação ambiental. A presença de lixões nos centros urbanos é 
outro fator preponderante para a continuidade da contaminação e 
poluição nos ecossistemas.
2.4 Poluição térmica, sonora e visual
Existem ainda alguns outros tipos de poluição, como a térmica, 
sonora e visual. A poluição térmica é pouco discutida e consiste 
no aumento ou diminuição brusca da temperatura em algum 
ecossistema, geralmente os sistemas aquáticos, em virtude 
do descarte de água aquecida do processo de refrigeração 
industrial ou caldeiras, causando efeitos sobre a biodiversidade 
(KLUCZKIVSKI, 2015).
A poluição sonora consiste na emissão de sons, ruídos e vibrações 
em intensidades que gerem desconforto ou são agressivas ao 
aparelho auditivo humano ou à fauna local. Por exemplo, os barulhos 
emitidos por máquinas e atividades durante o processo produtivo são 
nocivos, por isso a necessidade de utilização de EPIs (equipamentos 
de proteção individual) para trabalhadores em lugares com diferentes 
17
emissões acústicas (KLUCZKIVSKI, 2015). Outro exemplo, seria o 
somatório de barulhos em uma via movimentada, como de veículos 
automotores, dos pedestres, comerciantes; esses sons se misturam e 
causam um desconforto acústico.
A poluição visual pode ser considerada a de menor importância 
dentre as poluições ambientais, essa é comum nos grandes centros 
urbanos ou em grandes campanhas midiáticas (KLUCZKIVSKI, 2015). 
Lembre-se das campanhas eleitorais tempos atrás, que utilizavam 
diferentes formas de transmitir o slogan e o número eleitoral, com 
banners, outdoors, panfletos e muros pintados. Tudo isso foi proibido 
em virtude da poluição visual e legislação eleitoral.
3. Principais poluentes
Os poluentes estão correlacionados à quantidade, concentração, 
forma de exposição e mecanismo de ação. Existem diversos 
poluentes que são gerados diariamente nas atividades humanas, e 
que podem ser encontrados na água, solo e ar.
Os grandes centros urbanos geram enormes quantidades de 
poluentes, dos mais variados tipos. Você sabe quanto gera de resíduo 
por dia? Você sabe quantos gases do efeito estufa você emite na sua 
rotina? Saberia dizer se na sua cidade existe coleta e tratamento de 
água e esgoto?
Sim, parecem perguntas simples, mas ainda existem muitas cidades 
brasileiras que apresentam defasagens de infraestrutura básica, 
não contando com os serviços de saneamento básico. Por outro 
lado, somente pelo funcionamento diário das indústrias e das 
aglomerações humanas, as cidades acabam gerando emissões diárias 
e contaminando uma grande parcela do seu território.
18
Os veículosautomotores e processos de combustão liberam 
monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), compostos 
orgânicos voláteis (COVs) e material particulado. Destaca-se que 
motores a diesel (veículos pesados) liberam quantidades muito 
maiores de NOx e material particulado, do que os veículos leves 
(DERISIO, 2012).
O descarte inadequado de resíduos colabora para contaminação do 
solo e dos lençóis freáticos. Os lixões, ainda existentes no país, não 
fazem nenhum tipo de tratamento, e geram chorume e gases (ex.: 
CO, NH3, CH4 e COVs) no processo de decomposição da matéria 
orgânica. Além de atraírem pragas urbanas e agentes patogênicos 
que causam risco à saúde pública, fora a poluição visual e o odor. 
Os resíduos eletrônicos oriundos de celulares e computadores, bem 
como resíduos perigosos, a exemplo do descarte de pilha e baterias, 
insere metais no ambiente, os quais são tóxicos aos seres vivos e 
demandam cuidados (BRAGA et al., 2007).
O despejo de esgotos in natura (seja de origem doméstica 
ou industrial) em corpos hídricos, altera completamente os 
parâmetros de qualidade da água superficial, e indiretamente da 
água subterrânea e solo. Este possui muita matéria orgânica que 
proporciona a proliferação de algas e a escassez de oxigênio no corpo 
hídrico (MILLER; SPOOLMAN, 2015).
A agricultura utiliza grandes quantidades de agrotóxicos e 
fertilizantes, que inserem quantidades extras de nitrogênio, potássio 
e fósforo no meio, contribuindo para a alteração do padrão do solo 
e favorecendo a superfertilização (BRAGA et al., 2007). Cabe ressaltar 
que materiais particulados e bifenilas policloradas (PCBs) também 
são liberadas pela agricultura nos mais diversos compartimentos 
(KLUCZKIVSKI, 2015).
19
A mineração e a extração de minérios pelas indústrias, acabam 
descartando no ambiente grandes quantidades de metais, como 
chumbo, zinco, cádmio, entre outros. O vazamento das barragens de 
minérios no Brasil (Mariana e Brumadinho, ambas em MG), foram 
considerados os maiores crimes ambientais que ocorreram em nosso 
território (MILLER; SPOOLMAN, 2015).
As indústrias de diferentes segmentos, por sua vez, também 
colaboram para a poluição do meio, devido ao uso e descarte de 
plásticos, detergentes sintéticos, fármacos, produtos têxteis, papel e 
celulose, entre outros produzidos e utilizados diariamente em nossa 
sociedade. Kluczkivski (2015) e Derisio (2012), relatam em suas obras 
que as indústrias de papel e celulose liberam grandes quantidades de 
enxofre, além de dioxinas e materiais particulados.
A poluição nos mares também é verificada, principalmente em virtude 
do vazamento de petrolíferas e do descarte de esgoto em cidades 
litorâneas, que acabam dificultando o processo fotossintético, a 
oxigenação da água e causando a mortandade da fauna marinha 
(KLUCZKIVSKI, 2015). O vazamento de óleo no litoral do Nordeste 
brasileiro em 2019, foi considerado sem precedentes, afetando 
paisagens naturais muito bem preservadas e impactando recifes de 
corais e a biodiversidade aquática.
A poluição ocasionada pela energia nuclear é considerada uma das 
mais preocupantes, em virtude da alta toxicidade que materiais 
radioativos representam para as espécies. Ademais, as usinas 
nucleares, baterias e reatores radioativos, podem liberar poluentes 
radioativos como plutônio, césio, urânio e estrôncio (KLUCZKIVSKI, 
2015). O descarte desses resíduos precisa ser cuidadoso e correto, 
para evitar potenciais acidentes, como o já ocorrido em Goiânia em 
1987, com o Césio-137.
20
Enfim, existem várias fontes de poluição e poluentes, ao atingirem 
os compartimentos ambientais e entrarem em contato com os seres 
vivos podem desencadear efeitos agudos e crônicos.
Referências Bibliográficas
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental o desafio do 
desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo Pearson, 2007.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução CONAMA nº 
001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais 
para a avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 de 
fevereiro de 1986, p. 2548-2549.
BRASIL. Política Nacional do Meio Ambiente, Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. 
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de 
formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 2 de setembro de 1981, p. 16509.
DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. ed. atual. São 
Paulo: Oficina de Texto, 2012.
LAMIM-GUEDES, V. Pegada ecológica: consumo de recursos naturais e meio 
ambiente. Educação Ambiental em ação, v. 38, 2018. Disponível em: http://www.
revistaea.org/artigo.php?idartigo=1168. Acesso em: 16 dez. 2019.
KLUCZKIVSKI, A. M. R. G. Introdução ao estudo da poluição dos ecossistemas. 1. 
ed. Curitiba: InterSaberes, 2015.
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2011.
MILLER, G. T.; SPOOLMAN, S. E. Ciência Ambiental. 14. ed. São Paulo: Cengage 
Learning, 2015.
http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1168
http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1168
21
Classificação e parâmetros de 
qualidade ambiental
Autor: Cristiane Ronchi de Oliveira 
Leitor crítico: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Compreender a classificação e os parâmetros de 
qualidade ambiental à nível nacional.
• Conhecer sobre os efeitos da poluição na água, ar e 
solo na espécie humana e biodiversidade.
• Atentar para importância do monitoramento 
ambiental.
22
1. Efeitos e danos ambientais
As poluições do ar, hídrica e terrestre são consideradas as 
principais formas de poluição. Estes compartimentos podem ter sua 
qualidade alterada em virtude de diferentes atividades, o que acaba 
desencadeando efeitos nos seres vivos. A poluição pode gerar efeitos 
pontuais, regionais e globais; os primeiros são facilmente observáveis 
em regiões urbanas. Além disso, ela pode atingir municípios vizinhos 
ou até mesmo longas distâncias, e, assim, acarretar em conflitos 
intermunicipais, inter-regionais e internacionais.
Os conflitos intermunicipais podem ser oriundos da cobrança e uso da 
água por uma indústria, enquanto que os internacionais podem ser da 
poluição atmosférica entre países fronteiriços. Os efeitos globais, por 
sua vez, são mais amplamente discutidos na atualidade, principalmente, 
os desencadeados pela poluição atmosférica. O efeito estufa e o 
aquecimento global têm influenciado as discussões sobre mudanças 
climáticas de forma recorrente e permanente, e, com isso, várias 
conferências e acordos sobre o clima tem ocorrido, a fim de possibilitar 
uma melhoria para população global (BRAGA et al., 2007).
Reflita! Quais as principais fontes poluidoras da água? E do 
compartimento terrestre? E do ar? Quais são os efeitos dessa poluição? 
Por que devemos nos preocupar?
1.1 Poluição da água
A poluição da água pode se apresentar de diversas maneiras e 
tipologias, são elas: a natural, a industrial, a urbana e a agropecuária 
(Quadro 1). O maior problema é que os corpos hídricos podem ser 
atingidos por uma variedade de poluentes, sendo necessário que tanto 
os setores privados quanto o Poder Público realizem o monitoramento 
23
periódico dos parâmetros de qualidade dos rios, lagos e afluentes. Tais 
monitoramentos devem ser realizados de forma constante.
Quadro 1 – Fontes de poluição de corpos hídricos
Fontes Causas e poluentes Danos e efeitos
Poluição natural
Matéria orgânica diversa; erosão; 
assoreamento; escoamento 
superficial.
Eutrofização e toxicidade, alteração 
dos parâmetros de qualidade, 
turbidez, sólidos e pH.
Poluição industrial
Efluentes e despejos de poluentes 
industriais diversos. Ex.: poluentes 
liberados por indústria de papel e 
celulose; químicas; farmacêuticas, 
têxteis etc.
Alteração da cor, sabor, odor e 
propriedades da água; aumento 
da temperatura; dureza; corrosão 
das tubulações, compostos 
químicos, DBO e DQO, e efeitos nabiodiversidade.
Poluição urbana
Despejo de esgoto doméstico 
com água oriunda de preparo de 
alimentos, limpeza e higiene.
Microrganismos e doenças; 
alteração da cor, sabor, odor e 
propriedades da água; eutrofização; 
DBO; formação de espumas; 
corrosão da tubulação e efeitos na 
biodiversidade.
Poluição 
agropecuária
Despejo e drenagem de poluentes 
agropecuários. Ex.: água de 
lavagens, agrotóxicos, fertilizantes, 
fezes e esterco.
Toxicidade e doenças; alterações na 
cor, sabor, odor e propriedades da 
água; efeitos na biodiversidade e 
eutrofização.
Fonte: adaptada de Derisio (2012).
A poluição hídrica acaba desencadeando outras consequências, como 
o problema de escassez de água doce, prejudicando o abastecimento 
público, a irrigação, a recreação, além de possibilitar a transmissão de 
24
doenças pela água devido à falta ou precariedade do saneamento básico 
(BRAGA et al., 2007).
Os poluentes no meio aquático acabam sofrendo ação de mecanismos 
físicos, químicos e biológicos no meio, que alteram suas propriedades e 
comportamento no meio, conforme elencado por Braga et al. (2007):
a. Mecanismos físicos: I) Diluição do poluente no meio aquático, 
o que reduz sua concentração; II) Ação hidrodinâmica, devido ao 
fluxo de água que transporta o poluente a outras localidades, e, 
consequentemente, o dissolve e o dispersa; III) Gravidade, que 
influencia na sedimentação dos poluentes em suspensão; IV) Luz, 
importante para realização do processo fotossintéticos e presença 
de oxigênio na água; V) Temperatura, em que a sua alteração 
influencia a solubilidade de gases e a cinética química.
b. Mecanismos químicos: reações químicas que ocorrem entre 
substâncias naturais e antrópicas no meio aquático, sendo essas 
afetadas pelas propriedades da água, radiação solar, catalisadoras, 
entre outros.
c. Mecanismos biológicos: presença de microrganismos e seres 
vivos no meio aquático, que podem alterar a qualidade da água 
devido ao excesso ou escassez de oxigênio e matéria orgânica, a 
alteração do pH, a presença de fitoplâncton normal ou anormal 
(eutrofização).
A eutrofização ocorre quando existe um excesso de nutrientes 
nitrogenados e fosfatados na água, advindos do esgoto, fertilizantes 
ou matéria orgânica morta. Em razão da inclusão desses compostos 
nos ambientes aquáticos, as algas irão proliferar, ocupar a superfície 
da água, e, assim impedir a entrada de luz, reduzir a quantidade de 
oxigênio e causar a morte da fauna, aumentando a quantidade de 
matéria orgânica e até entupindo sistemas de filtragem, tubulações e 
comportas (BRAGA et al., 2007).
25
A poluição do mar por despejo de esgoto, derramamento de petróleo, 
descarte de resíduos sólidos ainda é comum, o que acaba interferindo 
no funcionamento do ecossistema marinho e reduzindo sua qualidade. 
Os ecossistemas marinhos, neste caso, têm sofrido diversos impactos, 
tais como: aumento de partículas da erosão do solo, aquecimento das 
águas, extinção de corais e branqueamento, danos provocados da pesca 
e mergulho, poluição com resíduos etc. O vazamento de petróleo (maré 
negra) é outra causa que impede a oxigenação da água e acarreta na 
mortandade de espécimes.
1.2 Poluição do ar
A poluição do ar é o tipo de poluição mais preocupante e precisa de 
atenção urgente dos países. Esta pode ser vista como um problema local 
ou global. O primeiro, reflete problemas pontuais, enquanto o segundo 
exige uma ação à nível mundial para enfrentá-lo (BRAGA et al., 2007).
A contaminação do ar, pode ocorrer principalmente da queima de 
combustíveis fósseis. Existem ainda outras causas dessa poluição, 
tais como os incêndios florestais, desmatamentos, gases liberados 
das chaminés industriais ou dos automóveis, incineração de lixo e 
cozimento de alimentos à lenha. De modo geral, as fontes de poluição 
deste tipo podem ser classificadas em fontes poluidoras fixas, por 
exemplo, as indústrias e as móveis, como os automóveis. Podem, ainda, 
ser classificadas as fontes de poluição do ar em poluentes primários, os 
quais são liberados diretamente da fonte, e secundários, que sofrem 
reações químicas na atmosfera gerando novos compostos.
A poluição do ar pode causar efeitos agudos e crônicos, mortalidade, 
menor tempo de vida, alterações nos sistemas fisiológicos etc. Com 
relação aos materiais e patrimônio, pode causar abrasão, descoloração, 
deposição e corrosão. Na atmosfera, o excesso de poluentes gasosos 
pode prejudicar a visibilidade, além de reduzir a quantidade de radiação 
26
absorvida, que prejudica a fisiologia da planta e reduz seu crescimento 
produtividade e florada (DERISIO, 2012).
Cabe, ainda, ressaltar que os efeitos da poluição atmosférica são 
considerados silenciosos, e a exposição aguda ou crônica pode acarretar 
em acúmulo dos poluentes nos pulmões e, assim, causar doenças 
como asma, câncer de pulmão, ataque cardíaco e derrames (MILLER; 
SPOOLMAN, 2015). Em relação às doenças menos críticas, porém mais 
comuns, a elevação da concentração de poluentes nas cidades causa um 
aumento doenças respiratórias, como asma, rinite, bronquite etc.
Os problemas da poluição do ar podem ser classificados em escala 
global ou local. Os problemas em escala local são inversão térmica, 
ilhas de calor, smog1 fotoquímico e industrial (BRAGA et al., 2007). Na 
inversão térmica ocorre a inversão das camadas de ar, na qual o ar frio 
fica mais próximo ao solo, e, com isso, dificulta a dispersão de poluentes 
e diminui a temperatura local. Os centros urbanos geralmente são 
mais quentes, mais chuvosos, com névoas, e com maior concentração 
de poluentes do que as áreas rurais, em virtude das construções 
e atividades industriais. Ilhas de calor é a definição dada para ao 
aumento de temperatura observado nas cidades em relação ao campo.
O smog fotoquímico geralmente ocorre em regiões ensolaradas e 
secas, com picos de poluição em dias quentes, em cidades populosas 
e com muitos automóveis, que liberam grandes quantidades de 
hidrocarbonetos, NOx e CO que reagem e formam poluentes como 
ozônio e uma névoa marrom-avermelhada na atmosfera (Ex.: São Paulo 
(SP)). Já o smog industrial geralmente ocorre em regiões frias e úmidas, 
com muitas indústrias e queima de combustíveis fósseis e com altas 
concentrações de SO2 e material particulado, os quais reagem e formam 
ácido sulfúrico e uma névoa acinzentada (Ex.: Londres (Inglaterra)) 
(BRAGA et al., 2007). Os poluentes gerados pelo smog industrial e 
1 Smog, do inglês smoke que significa fumaça, e fog, neblina, formam a palavra smog. Assim, os poluentes atmos-
féricos liberados por indústrias ou veículos, por exemplo, formam uma neblina característica do smog fotoquímico 
ou industrial (PENSAMENTO VERDE, 2014).
27
fotoquímico causam danos à saúde e estão relacionados à problemas 
respiratórios.
No Quadro 2, estão evidenciados os problemas correlacionados à 
poluição atmosférica em escala global, como a destruição da camada 
de ozônio, a chuva ácida, o efeito estufa e o aquecimento global 
(BRAGA et al., 2007).
Quadro 2 – Problemas ambientais correlacionadas a poluição do ar
Problema ambiental Definição Danos e efeitos
Destruição da camada 
de ozônio 
Camada de ozônio é um filtro 
natural para radiações UVs, 
porém, a liberação de CFC, 
óxidos de nitrogênio e CO2, 
acaba destruindo-a.
Aumento de doenças 
de pele, respiratórias e 
nos olhos; impactos na 
produtividade agrícola e 
sobre os ecossistemas.
Chuva ácida
Aumento de elementos ácidos 
(óxidos de nitrogênio e enxofre) 
na atmosfera que alteram a 
acidez da chuva.
Danifica estátuas, 
monumentos e carros; 
doenças respiratórias; 
aumento da acidez da 
água da chuva e inclusão 
de poluentes nos 
ecossistemas.
Efeito estufa
Fenômeno natural que mantém 
a temperatura do planeta, 
porém, a liberação de GEEs 
(ex.: CO2, CH4 e N2O), contribui 
para o maior aumento da 
temperatura.
Aquecimento global e 
alterações climáticas.
Aquecimento global
Aumento da temperatura 
média global em decorrência 
do efeitoestufa, aumento da 
emissão de gases do efeito 
estufa, principalmente o CO2
Causa problemas à 
saúde dos seres vivos 
e à manutenção dos 
ecossistemas; degelo das 
calotas polares, aumento 
do nível do mar, impactos 
na agricultura.
Fonte: elaborada pelo autor.
28
Esses problemas ambientais globais ou locais fazem parte da nossa 
realidade e demandam que medidas sejam incorporadas na gestão das 
cidades, para que seus danos e efeitos sejam reduzidos.
1.3 Poluição do solo
A poluição do solo acaba interferindo direta ou indiretamente na poluição 
da água e do ar. A industrialização, a urbanização, a pecuária e a 
agricultura são fatores que causam consequências diretas no solo e na 
biodiversidade. Esses fatores causam a uso excessivo do solo, perda e 
fragmentação de hábitats, ocupações irregulares, desertificação, erosão, 
desmatamento e redução da vegetação nativa, impermeabilização do solo 
acarretando em menor infiltração de água, inundações e temperaturas 
mais elevadas, infertilidade e salinização do solo que prejudica a agricultura, 
contaminação do solo, água e ar que acarreta em danos ambientais e 
efeitos para biodiversidade (MILLER; SPOOLMAN, 2015).
A utilização de agrotóxicos e fertilizantes na agricultura, pode contaminar 
as águas subterrâneas mediante a lixiviação presente no solo e águas 
superficiais por escoamento, enquanto que os fertilizantes podem alterar 
os parâmetros do solo. Por fim, os poluentes, ao atingirem a água, podem 
aumentar a quantidade de nutrientes e favorecer a eutrofização dos corpos 
hídricos (BRAGA et al., 2007; MILLER; SPOOLMAN, 2015).
Os resíduos sólidos urbanos e industriais e seus subprodutos geram 
efeitos adversos no meio ambiente. A degradação química dos compostos 
orgânicos dos resíduos irá gerar subprodutos, como o chorume, um 
líquido oriundo da decomposição dos resíduos que pode ser lixiviado, 
e contaminar os lençóis freáticos. Aliado a isso, os resíduos e despejos 
industriais (ex.: lodo) podem inibir a vegetação e causar toxicidade 
mediante a sua composição (DERISIO, 2012).
Os resíduos eletrônicos são um problema crescente nos últimos anos, 
pois o descarte deles em lixões e aterros acaba liberando materiais 
29
tóxicos no meio, como metais pesados. Neste contexto, percebe-se a 
necessidade de empresas que reciclem e reaproveitem a matéria-prima 
desses materiais, como alumínio, cobre, prata ou plásticos (MILLER; 
SPOOLMAN, 2015).
Por fim, um problema comum do solo é a “erosão, a qual é causada 
pela ação das águas e do vento e, a consequente remoção das partículas 
do solo” (DERISIO, 2012, p. 166). Isso causa riscos para as construções 
próximas, remoção da camada superficial, e ainda a remoção dos 
nutrientes do solo. Por fim, provocam o assoreamento dos rios 
(DERISIO, 2012).
2. Classificação e parâmetros de qualidade
O estabelecimento de parâmetros de qualidade nos compartimentos 
ambientais é necessário para que os ecossistemas e os recursos naturais 
sejam preservados. A padronização de indicadores e índices pela legislação 
nacional é importante para gerir o funcionamento e manter a qualidade.
2.1 Parâmetros de qualidade da água
A qualidade da água precisa ser verificada para que se tenham dados de 
monitoramento e vigilância, e assim sirvam de comparativo para órgãos de 
controle ambiental e saúde pública. A qualidade da água é caracterizada a 
partir de indicadores físicos, químicos e biológicos, e isso é feito a partir de 
amostras de água coletada de diferentes pontos e analisadas por técnicas 
específicas e padronizadas.
Os indicadores físicos são cor, turbidez, sabor e odor. A cor está 
correlacionada às substancias em solução, enquanto a turbidez é 
relacionada à presença de materiais em suspensão. Sabor e odor na água 
são devido à presença de poluentes ou outras substâncias (BRAGA et 
al., 2007).
30
Os indicadores químicos são o potencial hidrogeniônico (pH), salinidade, 
dureza, alcalinidade, corrosividade, demanda bioquímica (DBO) e química 
de oxigênio (DQO), oxigênio dissolvido (OD), metais como ferro e cádmio, 
agrotóxicos, nutrientes (BRAGA et al., 2007; DERISIO, 2012).
Os indicadores biológicos são algas e microrganismos patogênicos. 
O crescimento excessivo de algas acarreta em problemas ambientais, 
como a eutrofização e a maré vermelha. A presença de microrganismos 
patogênicos ocorre principalmente devido ao despejo de esgotos. 
Dessa forma, a análise de coliformes fecais visa identificar a presença de 
material fecal com bactérias, como a Escherichia coli. No entanto, vermes, 
protozoários e vírus também são microrganismos patogênicos, e muitas 
vezes são mais resistentes que as bactérias, e necessitam de tratamentos 
especiais (BRAGA et al., 2007).
O índice de qualidade da água (IQA) é calculado a partir de um conjunto 
de indicadores específicos como coliformes fecais, pH, DBO, temperatura, 
fosfato total, nitrogênio total, turbidez, resíduo total e oxigênio dissolvido. 
O valor do IQA fica entre 0 a 100 e indica a qualidade da água de um corpo 
hídrico (Quadro 3)
Quadro 3 – Classificação do Índice de qualidade da água (IQA)
Categoria Ponderação
Ótima 79 < IQA ≤ 100
Boa 51 < IQA ≤ 79
Regular 36 < IQA ≤ 51
Ruim 19 < IQA ≤ 36
Péssima IQA ≤ 19
Fonte: CETESB (2017, p. 4).
31
A partir dessa classificação, é possível inferir a utilização da água 
para abastecimento público e/ou definir potenciais medidas a serem 
implementadas.
No âmbito da água, é importante salientar a existência da Lei n. 
9.433/1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, 
que tem como objetivos o gerenciamento adequado e integrado das 
águas, a oferta de água para população, implementação de medidas de 
prevenção e preservação dos recursos hídricos, além de criar o SINGREH 
(Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos) (BRASIL, 
1997, Lei n. 9.433).
Por fim, a Resolução CONAMA nº 357/2005, alterada pela Res. nº 
370/2006, 397/2088, 410/2009 e 430/2011, e complementada pela 
Res. nº 393/2007, “dispõe sobre a classificação dos corpos de água e 
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece 
as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras 
providências” (BRASIL, 2005, res. 357). Essa resolução é utilizada em todo 
o território nacional para aferir os parâmetros de qualidade hídrica em 
diferentes localidades.
2.2 Parâmetros de qualidade do ar
A qualidade do ar deve ser monitorada a fim de conhecer e comparar 
esses dados, verificar potenciais efeitos nos seres vivos, bem como 
respeitar os limites de concentração permitidos por lei ou implementar 
medidas mitigadoras, de controle e emergencial (DERISIO, 2012).
A qualidade do ar é verificada a partir da medição de poluentes 
específicos, que podem ser divididos em material particulado - MP10 ou 
MP2,5 (sólido ou líquido), e gases e vapores, como CO (monóxido de 
carbono), NOx (óxidos de nitrogênio), SOx (óxidos de enxofre), O3 
(ozônio), podendo também ser medidos compostos orgânicos como os 
HC (hidrocarbonetos), compostos halogenados e metais pesados.
32
O índice de qualidade do ar (IQAr) “relaciona as concentrações dos 
poluentes monitorados aos possíveis efeitos adversos à saúde” (BRASIL, 
2018, Res. 491). O índice determina um valor de 0 a 400 ou mais 
(Quadro 4) que indica a classificação da qualidade do ar em uma região.
Quadro 4 – Classificação do Índice de qualidade do ar (IQAr)
IQA Qualidade do ar
0-50 Boa
51-100 Aceitável
101-199 Inadequada
200-299 Má
300-399 Péssima
Maior que 400 Crítica
Fonte: Braga et al. (2007, p. 190).
Caso os valores de monitoramento de uma estação determinem uma 
classificação de má à crítica, medidas de controle e prevenção para o bem-
estar, a saúde e qualidade de vida devem ser implementadas. É importante 
destacar que os padrões meteorológicos irão influenciar diretamente a 
diluição dos poluentes, por isso que no inverno a qualidade do ar é ruim 
(DERISIO, 2012).
A Resolução CONAMA nº 491/2018 “dispõe sobre padrões de qualidade doar” e revoga a Res. nº 03/1990, utilizada anteriormente (BRASIL, 2018, Res 
491). Outras resoluções importantes são a Resolução CONAMA nº 018/1986, 
que apresenta a criação do PROCONVE (Programa de Controle de Poluição 
33
do Ar por Veículos) (BRASIL, 1986), e a Res. nº 005/1989 que aborda sobre o 
PRONAR (Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar) (BRASIL, 1989).
2.3 Parâmetros de qualidade do solo
A qualidade do solo é avaliada a partir de indicadores e valores 
orientadores estabelecidos na legislação, a fim de verificar a presença de 
poluentes e alterações no solo e água subterrânea, e estabelecer medidas 
corretivas e diretrizes para o gerenciamento de áreas contaminadas e 
sua recuperação. A manutenção da qualidade do solo e importante para 
garantir sua utilização e funcionalidade, bem como para preservar e 
proteger as águas subterrâneas.
Os indicadores da qualidade do solo podem ser classificados em: 
físicos (textura, estrutura, porosidade, condutividade etc.), biológicos 
(microrganismos e biodiversidade) e químicos (concentração de 
substâncias e nutrientes, sais, CTC, pH etc.) (GOMES; FILIZOLA, 2006).
Valores orientadores de compostos inorgânicos (ex.: metais pesados), 
hidrocarbonetos aromáticos, benzenos, etanos e etenos clorados, fenóis 
clorados ou não, e pesticidas organoclorados são estabelecidos na 
legislação (BRASIL, 2009). A Resolução nº 420/2009 alterada pela Res. nº 
460/2013 “dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do 
solo quanto à presença de substâncias químicas e dá outras providências” 
(BRASIL, 2009).
O valor referência da qualidade (VRQ) do solo, estabelece uma 
concentração considerada normal, a partir de dados de análises físico-
químicas de amostras. Na legislação é indicado valores de prevenção (VP) 
e investigação (VI); o primeiro indica a “concentração de valor limite de 
determinada substância no solo, tal que ele seja capaz de sustentar as suas 
funções principais”, enquanto o segundo é a “concentração de determinada 
substância no solo ou na água subterrânea acima da qual existem riscos 
potenciais, diretos ou indiretos, à saúde humana” (BRASIL, 2009, Res. 420). 
34
Destaca-se, ainda, que existe um valor de investigação determinado nessa 
resolução para água subterrânea.
3. Monitoramento ambiental
O monitoramento ambiental avalia a qualidade ambiental a partir 
da coleta e análise de amostras em determinado tempo e espaço, 
com o objetivo de estimar potenciais poluentes no compartimento, e 
comparar sua concentração com valores considerados normais e/ou pré-
estabelecidos pela legislação. As redes de monitoramento, podem ser 
utilizadas nos diferentes compartimentos ambientais. De modo geral, estas 
irão coletar as amostras, analisar em laboratório e armazenar os dados, 
para que, assim, exista um banco de dados e séries históricas que poderão 
ser consultadas e utilizadas na tomada de decisão (DERISIO, 2012). As 
redes de monitoramento, têm algumas etapas (Figura 1) a serem seguidas, 
conforme destacado por Derisio (2012):
Figura 1 – Atividades desenvolvidas nas redes de monitoramento
 
Definição da 
rede
Coleta de 
amostras
Análises em 
laboratório
Processamento 
de dados
Análise de 
dados
Divulgação da 
informação
Fonte: adaptada de Derisio (2012).
Nos corpos hídricos é utilizado a delimitação de bacias hidrográficas, ou 
seja, área de drenagem de um corpo hídrico, sendo possível inferir suas 
características e interações. Na bacia hidrográfica, são selecionados pontos 
de coleta estratégicos e no conjunto formam uma rede de monitoramento 
que evidenciam as condições da região e as potencialidades de 
35
melhoria, ou não, da qualidade da água ou para consumo da população 
(DERISIO, 2012).
A qualidade do ar também pode ser aferida a partir de implementação 
de redes de monitoramento, mas, de modo geral, o número de estações 
de monitoramento, a frequência de amostragem, a determinação dos 
poluentes e os instrumentos de medição são preponderantes para verificar 
a qualidade do ar (DERISIO, 2012). As redes podem ser manuais a partir 
da utilização de amostradores passivos ou ativos, e, posteriores análises 
laboratoriais para verificação de dados; ou redes automáticas, que podem 
ser fixas (estações de monitoramento constantes) ou móveis (veículos e 
medições momentâneas), que armazenam as análises em banco de dados. 
Os poluentes e a frequência de medidas irão variar conforme o país e 
região, seguindo a legislação estabelecida para o local, podendo ser medida 
em tempos diferentes.
O monitoramento do solo e de águas subterrâneas é algo que está 
aquém da nossa realidade, e muitos cientistas discutem a necessidade de 
programas de monitoramento e melhor gestão desses compartimentos, 
para que estes sejam preservados e possibilitem sua utilização futura.
O monitoramento e manutenção da qualidade dos compartimentos 
ambientais é importante para preservação dos ecossistemas e saúde dos 
seres vivos. De modo geral, também e preciso manter-se atualizado sobre 
as potenciais alterações e novas legislações que podem ser estabelecidas 
pelo governo.
Referências Bibliográficas
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental o desafio do 
desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo Pearson, 2007.
BRASIL. Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de 
Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, 
36
regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei 
nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro 
de 1989. Diário oficial [da] União: República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 
Seção 1, p. 470, 1997.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 18, de 06 de maio de 1986. Dispõe sobre a criação 
do Programa de Controle de Poluição do Ar por veículos automores–PROCONVE. 
Diário oficial [da] União, Seção 1, 17/06/1986, p.8792-8795.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 15, de 15 de junho de 1989. Dispõe sobre o 
Programa Nacional de Controle de Poluição do Ar – PRONAR. Diário oficial [da] 
União, Seção 1, 25/08/1989, p.14713-14714.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a 
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, 
bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá 
outras providências. Diário oficial [da] União, n. 53, 18/03/2005, p.58-63.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 420, de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre 
critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de 
substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de 
áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. 
Diário oficial [da] União, n. 249, 30/12/2009, p.81-84.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 491, de 19 de novembro de 2018. Dispõe sobre 
os padrões de qualidade do ar. Diário oficial [da] União, n. 223, 21/11/2018, 
p.155-156.
DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. ed. atual. São 
Paulo: Oficina de Texto, 2012.
GOMES, M. A. F.; FILIZOLA, H. F. Indicadores físicos e químicos de qualidade de 
solo de interesse agrícola. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, p. 8, 2006.
MILLER, G. T.; SPOOLMAN, S. E. Ciência Ambiental. 14. ed. São Paulo: Cengage 
Learning, 2015.
PENSAMENTO VERDE. Você sabe o que é smog? Pensamento Verde, 31 de janeiro 
de 2014. Disponível em: https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/
voce-smog/. Acesso em: 16 jan. 2020.
37
Medidas de controle e 
prevenção ambiental
Autor: Cristiane Ronchi de Oliveira 
Leitor crítico: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Compreender a importância da implementação de 
medidas de controle e prevenção da poluição.
• Conhecer técnicas e medidas de controle e 
prevenção da poluição.
• Propor projetos de prevenção e controle 
da poluição.
38
1. Acidentes ambientais
Seja durante o processo produtivo de um bem de consumo, ou na 
extração de matéria-prima, no processamento, transporte,consumo e 
descarte de resíduos, pode ser gerado algum dano direto ou indireto 
no meio ambiente. Pois, durante essas etapas, pode ocorrer a emissão 
de poluentes gasosos, líquidos ou sólidos, que poderá acarretar em 
prejuízos econômicos, sociais e ambientais.
Por outro lado, a poluição do ar, hídrica e terrestre e os impactos 
sobre os ecossistemas podem ocorrer por causas naturais. De modo 
geral, independentemente da potencial fonte de poluição, verifica-se a 
necessidade de medidas de monitoramento, controle e prevenção 
nas indústrias ou em outras atividades potencialmente poluidoras (ex.: 
agricultura, pecuária, queimadas etc). Tais medidas são importantes 
para verificar potenciais contaminações ou reduzir a quantidade 
de poluentes que serão liberados, ou até mesmo substituí-los por 
compostos menos poluentes.
Você já ouviu falar de algum acidente ambiental? Talvez Chernobyl 
(Ucrânia, 1986), Mariana (Minas Gerais, 2015) ou Brumadinho (Minas 
Gerais, 2019)? Na história da humanidade, temos alguns relatos de 
acidentes ambientais ao redor do mundo.
Os acidentes ambientais podem ocorrer em decorrência de desastres 
naturais, ou seja, causados por forças naturais (ex.: furacões, 
terremotos, maremotos) ou devido a erros e desastres humanos ou 
tecnológicos, causado pela ação ou falha humana (ex.: vazamento de 
petróleo nos mares, contaminação de recursos hídricos por esgoto ou 
águas residuárias). Na maioria das vezes, quando se fala em acidentes 
ambientais, estes são associados a desastres humanos.
39
No Quadro 1, estão evidenciados os principais acidentes ambientais 
que aconteceram nas últimas décadas ao redor do mundo.
Quadro 1 – Principais acidentes ambientais no mundo.
Acidentes 
Ambientais
Causas e consequências
1956 – 
Minamata (Japão)
Empresa eletroquímica da região despejou mercúrio 
nos corpos hídricos durante anos. Moradores foram 
contaminados a partir de ingestão de água e alimentos, 
e começaram a ter sintomas de envenenamento e 
convulsões, conhecido como Doença de Minamata. Este 
acidente causou a morte de pessoas, e vários bebês 
nasceram com deformações no corpo.
1976 – Seveso (Itália)
Explosão em uma indústria química lançou no ar uma 
nuvem de dioxina (C12H4Cl4O2), que permaneceu 
sobre a cidade. Os ecossistemas foram impactados, e 
vários animais “apareceram mortos”, e posteriormente 
os homens começaram a manifestar feridas na pele, 
náuseas e visão turva.
1984 – Bhopal (Índia)
Algumas toneladas de gases tóxicos, à base de 
cianeto, vazaram de uma indústria de agrotóxicos. Os 
ecossistemas foram impactados, e milhares de pessoas 
faleceram ou foram expostos aos gases, apresentando 
efeitos agudos ou crônicos como sintomas.
1986 – 
Chernobyl (Ucrânia)
Um dos reatores da usina radioativa explodiu e 
desencadeou outras explosões, que causaram a 
liberação de elementos radioativos (ex.: Urânio e 
plutônio). Uma fumaça radioativa foi emitida e atingiu a 
região e outros países fronteiriços. O número de óbitos 
é incerto, mas centenas de pessoas adoeceram e ainda 
adoecem em virtude desses compostos (ex.: Câncer).
40
1987–Goiânia (Brasil)
A população da região foi exposta ao material radioativo 
(Césio-137) de um aparelho radiológico, que foi 
encontrado em uma clínica abandonada. Várias pessoas 
foram contaminadas, e pelo menos quatro pessoas 
morreram, e algumas apresentaram efeitos tardios, 
fora a contaminação dos compartimentos ambientais. 
A população exposta passa por monitoramento até os 
dias atuais.
1989 – Alasca (EUA)
O navio petroleiro Exxon Valdez colidiu com rochas na 
costa do Alasca e causou um derramamento de milhares 
de litros de petróleo. Esse vazamento contaminou 
quilômetros de praias e causou a morte de mais de cem 
mil aves e várias outras espécies marinhas.
2015 – 
Santos (Brasil)
O incêndio na Ultracargo lançou no ambiente muitos 
litros de efluentes líquidos nos corpos hídricos e gases 
na atmosfera. As pessoas que moravam próximas, foram 
orientadas a sair de suas casas, e os parâmetros da 
qualidade da água foram alterados, causando a morte de 
vários peixes.
2015 – 
Mariana (Brasil)
O rompimento das barragens do Fundão e de Santarém, 
da mineradora Samarco, destruiu tudo que estava 
na sua frente, como vegetação e vilarejos. Várias 
famílias ficaram desalojadas, 19 pessoas faleceram e 
ecossistemas foram intensamente alterados. A lama 
alcançou o Rio Doce, alterando sua qualidade e matando 
vários seres vivos.
41
2019 – 
Brumadinho (Brasil)
O rompimento da barragem do Córrego do Feijão da 
mineradora Vale, destruiu tudo por onde passou, como 
pousadas, plantações, casas e ecossistemas. Causou 
a morte de mais de 200 pessoas, entre funcionários, 
moradores e turistas. Além de destruir unidades de 
preservação, contaminou o Rio Paraopeba e causou 
impactos sociais, econômicos e ambientais.
Fonte: adaptado de Gonçalves (2017).
Outros acidentes ocorreram, porém independentemente do local, 
estes apontados acima foram causados por negligência individual ou 
empresarial, ou por falhas humanas e mecânicas, o que acarreta em 
prejuízos econômicos, perdas de vida e impactos socioambientais.
Para evitar esses acidentes e outros tipos de contaminações em nossos 
compartimentos ambientais, percebe-se a necessidade de projetos 
de monitoramento, fiscalização, controle e prevenção. A partir disso, 
aliado a outras atitudes, será possível preservar nossos ecossistemas 
e recursos naturais, bem como proporcionar bem-estar, saúde e 
qualidade de vida para população.
Você sabe o que são medidas de controle e prevenção? Quais são 
as principais medidas? Por que devemos utilizá-las? Veremos nos 
tópicos a seguir.
2. Medidas de prevenção da poluição
A política ambiental deve ser implementada durante a operação 
e gestão das empresas, e necessita ser adequada à realidade da 
organização e aos tipos de impactos ambientais que possam ser 
gerados por essa.
42
E importante destacar que a política ambiental deve ser proativa, 
com planejamento dos seus produtos e processos, com aplicação de 
métodos preventivos durante o processo, assim, reduzindo e evitando 
os potenciais impactos ambientais. Por outro lado, muitas empresas 
ainda adotam a política ambiental reativa, na qual as organizações irão 
aplicar medidas corretivas após a ocorrência de falhas, contaminações 
e acidentes, algo pouco producente para funcionamento e gestão das 
organizações.
A premissa da política ambiental está embasada na melhoria contínua, 
que é o conjunto de técnicas implementadas pelas empresas, através 
de práticas organizacionais e planejamento, a fim de que seus produtos, 
processos e serviços sejam cada vez melhores e passem por revisões 
e análises de desempenho continuamente. Dessa forma, os produtos 
são planejados com enfoque ambiental, com medidas de controle 
e prevenção da poluição, reduzindo os impactos, respeitando os 
colaboradores e a legislação.
O conceito prevenção da poluição, visa reduzir os potenciais impactos 
ambientais ou a poluição, em todo o ciclo de vida de um produto, desde 
o momento de extração de matéria-prima até o descarte de resíduos. 
Essa prática está correlacionada à redução da emissão de gases e 
efluentes, redução de descarte de resíduos, utilização de energias 
limpas, utilização de recursos renováveis, diminuição dos riscos à saúde 
humana e dos seres vivos, e o principal a preservação do meio ambiente 
(KLUCZKIVSKI, 2015).
A Figura 1 elenca a hierarquia a ser adotada pelas empresas que 
seguem a política ambiental para prevenção e controle da poluição:
43
Figura 1 – Fluxograma da prevenção e controle da poluição
 
 
Reduzir ou eliminar a fonte de poluição.
Reduzir, reutilizar e reciclar a matéria-prima.
Diminuir os potencias efeitos dos resíduos a 
partir de tratamentos específicos.
Descarte adequado dos resíduos.
Prevenção 
3Rs 
Tratamento 
Disposição 
final 
Fonte: adaptada de KluczkivskI (2015; BRAGA et al., 2007).
De acordo com Braga et al. (2007), no conceito de prevenção o objetivoé reduzir a poluição e os potenciais impactos, sempre buscando formas 
de promover a melhoria no processo produtivo e proteção dos recursos 
naturais. Ainda segundo os mesmos autores, os princípios básicos da 
prevenção da poluição são:
a. Substituição de materiais e insumos: optar por recursos 
renováveis, fontes de energia limpa, com menor geração de 
poluentes, e produtos eficientes e de qualidade.
b. Mudanças de procedimentos: buscar métodos mais eficientes, 
criar novas tecnologias e processos que protegem o meio 
ambiente, optar por materiais recicláveis no processo, produtos e 
embalagens etc.
c. Melhorar a organização (Housekeeping): manter a empresa 
e todos os seus setores organizados, limpos e ambientalmente 
equilibrados, minimizar potenciais vazamentos e contaminações, e 
44
implementar programas de contenção dos mesmos, além de adotar 
programas embasados na política ambiental preventiva.
d. Programas educacionais: desenvolver e implementar programas 
de educação ambiental, a fim de garantir a conscientização dos 
funcionários, e possíveis mudanças de hábitos e costumes.
Ao adotar programas de prevenção da poluição na gestão da sua 
organização, a empresa irá proteger a si mesma de potenciais infrações 
e autuações legais, além de reduzir os custos com tratamentos de 
potenciais contaminações, melhorar a imagem corporativa, angariar 
novos investidores e consumidores, e garantir à segurança dos seus 
colaboradores (BRAGA et al., 2007).
Por outro lado, entre os desafios da implantação do programa de 
prevenção, cita-se: a cultura corporativa e as normas institucionais, 
a dificuldade para identificação de oportunidades, o custo de 
implementação, a falta de ferramentas e metodologias de avaliação, as 
externalidades ao processo, a falta de planejamento de longo prazo e 
os processos de tomada de decisão, e a expectativa dos consumidores 
(BRAGA et al., 2007).
Portanto, a prevenção da poluição visa proteger não só o meio ambiente, 
como a saúde de todos seres vivos, reduzindo os potenciais efeitos tóxicos 
e tratamentos que poderiam ser desencadeados com a exposição aos 
poluentes. Além das questões de saúde, oferece novas oportunidades às 
empresas que visam inserir a política ambiental proativa em sua gestão e 
produção, angariando novos consumidores e investidores.
Além do mais, é importante que o governo cobre e fiscalize as atividades 
econômicas ou potencialmente poluidoras, a fim de garantir a qualidade 
ambiental. Conforme Kluczkivski (2015), o governo, por sua vez, deve 
ser neutro e pensar em prol da preservação ambiental, não deixando 
interesses econômicos ou fiscais favorecerem suas decisões e imposições.
45
2.1 Medidas de controle
Você sabe a diferença entre os termos “medidas de prevenção da 
poluição” e “medidas de controle da poluição”?
As medidas de controle são executadas após a emissão de poluentes 
e, assim, medidas mitigadoras são aplicadas. Na prevenção, isso é feito 
anteriormente à emissão de poluentes, trazendo maiores vantagens para 
organização. Segundo Oliveira (2017), as medidas de controle da poluição 
consistem em “ações, processos e equipamentos que visam à mitigação 
e ao controle dos poluentes que são emitidos para o meio ambiente” 
(OLIVEIRA, 2017, p. 82).
O padrão de qualidade a partir de legislações deve existir, bem como 
métodos de medição dos indicadores devem estar descritos, para que, 
assim, técnicas de controle possam ser aplicadas e atinjam os resultados 
desejados. Em um sistema de controle de poluição, é necessário que 
análises de amostras em escala temporal (ex.: semanal, mensal ou anual) 
ou sensores sejam utilizados, indicando a alteração e aplicando medidas 
mitigadoras, em caso de contaminação, de acordo com Derisio (2012).
Mas quais são as medidas de controle e prevenção para água? Ar? Solo? 
Vamos aprender um pouco mais nos próximos itens.
3. Medidas de controle e prevenção
3.1 Medidas de controle e prevenção da 
qualidade da água
Para aferir a qualidade da água é necessário conhecer o local e os 
potenciais causadores da degradação do corpo hídrico. Dessa forma, 
a partir da coleta de amostras verificam-se os parâmetros que possam 
46
estar alterados, ou seja, acima dos níveis permitidos pela legislação ou 
normas técnicas aplicáveis, sendo possível inferir sobre a qualidade do 
uso da água ou não.
Muitas vezes, a falta de conhecimento científico sobre as propriedades 
químicas da composição do efluente, seu modo de ação no meio 
ambiente e nos seres vivos, podem acarretar em demora na proposição 
de medidas de controle e prevenção e potencial degradação dos 
recursos naturais. Porém, é essencial a aplicação dessas medidas pelas 
organizações, mesmo sem conhecimento aprofundado, para, conforme 
Derisio (2012), evitar potenciais impactos ambientais e efeitos sobre a 
biodiversidade.
Os órgãos de controle devem ser os responsáveis legais pela adoção de 
medidas administrativas adaptados à realidade e necessidade de cada 
região, a fim de manter a qualidade da água. O Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA), irá instituir as normas legais e os critérios 
de qualidade dos corpos hídricos, além de ser um órgão fiscalizador, 
juntamente com o Instituto de Meio Ambiente (IBAMA) e o Instituto 
Chico Mendes (ICMBio). Destaca-se que o IBAMA faz a fiscalização 
ambiental dos recursos naturais e aplica sanções e penalidades, 
enquanto que fica a critério do ICMBio a gestão e fiscalização das 
Unidades de Conservação e seus componentes. E, por fim, é importante 
destacar a Agência Nacional das Águas (ANA), responsável pela gestão 
dos recursos hídricos e promoção de seu uso e consumo sustentável, e 
os órgãos ambientais estaduais, como o Conselho Ambiental do Estado 
de São Paulo (CETESB) que exerce atividades de controle, fiscalização e 
monitoramento de fontes de poluição, além de garantir a qualidade dos 
recursos hídrico e auxiliar na recuperação de áreas contaminadas.
O tratamento das águas residuárias (esgoto industrial) realizado a partir 
de processos físicos, químicos e biológicos, a fim de remover as 
substâncias indesejáveis e padronizar as características físico, químicas 
47
e biológicas aos teores aceitáveis. No Quadro 2 estão evidenciados os 
processos e definições:
Quadro 2 – Processos físicos, químicos e biológicos empregados no 
tratamento de águas residuárias
Tratamento da água Definição
Principais tipos de 
tratamentos
Processos físicos
Processos físicos 
para remover ou 
transformar os 
poluentes. Geralmente, 
realizam a separação de 
sólidos em suspensão 
e sedimentáveis; 
homogeneização 
e equalização dos 
poluentes; diluição das 
águas residuárias.
Gradeamento.
Peneiramento.
Aeração.
Tanques de retenção.
Sedimentação/Decantação.
Leitos de secagem de lodo.
Filtração.
Centrifugação.
Adsorção em carvão ativado.
Processos biológicos 
Processos biológicos 
que dependem da ação 
de microrganismos 
aeróbicos e anaeróbicos, 
do mesmo modo que 
esses agem no ambiente.
Lodos ativados.
Filtros biológicos anaeróbicos 
e aeróbios.
Lagoas aeradas.
Lagoas de estabilização 
facultativas ou aeróbicas.
Digestores anaeróbicos.
48
Processos químicos 
Processos químicos que 
utilizam substâncias 
químicas para otimizar a 
remoção de elementos e 
poluentes que alterem as 
características químicas 
da água. Muitas vezes, 
processos realizados são 
físico-químicos.
Coagulação/Floculação.
Precipitação química.
Oxidação.
Neutralização ou 
correção do pH.
Cloração.
Fluoretação.
Abrandamento.
Remoção de ferro 
e manganês.
Fonte: adaptado de Philippi Jr. e Pelicioni (2014).
As medidas de controle dos efluentes podem ser internas, que visam 
que as medidas sejam inseridas no processo industrial, ou externas, 
que visam a implantação de sistemas de tratamento. As medidas 
internas podem ser realizadas pela modificação dos produtos, dos 
processos ou da matéria-prima; e eliminação de produtos. Segundo 
Derisio (2012), as medidas externas podem ser aplicadas em efluentes 
industriaise/ou domésticos.
O sistema de tratamento de esgoto é classificado em função do tipo 
do material a ser removido e de sua eficiência. Sendo classificados 
em: a) Tratamento preliminar–remoção de sólidos grosseiros a 
partir de gradeamento, aeração e caixas de retenção; b) Tratamento 
primário–remoção de resíduos finos em suspensão, a partir de 
flotação, decantação e floculação; c) Tratamento secundário–realiza 
a depuração da água a partir de processos biológicos e reduz a 
quantidade de matéria orgânica, por exemplo, pela ação de lagoas, 
49
digestores e filtros biológicos; d) Tratamento terciário–remoção 
de substâncias tóxicas, microrganismos e nutrientes que não foram 
eliminadas antes, por ozonização, radiação e cloração (PHILIPPI JR; 
PELICIONI, 2014).
O desenvolvimento de novos métodos para o tratamento de águas 
resíduas (ou de esgoto) tem auxiliado na redução da transmissão de 
doenças e preservação do meio ambiente, tornando-a compatível para o 
uso da água por nós e para saúde pública (PHILIPPI JR; PELICIONI, 2014). 
O tratamento de águas residuárias é extremamente importante, bem 
como que as indústrias também tratem seus efluentes previamente e 
até reusem a água em outros processos, otimizando, dessa forma, o uso 
da água e auxiliando na preservação desse recurso.
3.2 Medidas de controle e prevenção da qualidade do ar
Projetos de prevenção da poluição do ar são cada vez mais importantes, 
pois auxiliam na redução de eliminação de gases poluentes, e estão 
correlacionados a problemas atmosféricos, como gases do efeito estufa 
e aquecimento global.
As medidas preventivas ou de controle, podem ser implantadas na 
fonte emissora, no transporte do poluente ou no local de imissão (fonte 
receptora). É essencial que medidas preventivas sejam implantadas 
pelas organizações, que os seus processos e produtos sejam mais 
sustentáveis, que os recursos e energia sejam renováveis, e que pouco 
resíduo seja gerado. Tudo que for gerado no processo produtivo de 
gases, efluentes e resíduos devem ser tratados e medidas de controle 
devem ser aplicadas.
Como afirma Derisio (2012), o planejamento territorial, a eliminação ou 
redução de poluentes, o tratamento na fonte poluidora, a diluição e a 
dispersão poluentes, medidas mitigadoras e equipamentos de controle 
de poluentes são métodos importantes para qualidade do ar.
50
Por exemplo, a produção de gasolina que substituiu o chumbo tetraetila 
[Pb(C2H5)4] por etanol anidro (C2H5OH) foi o que eliminou a liberação de 
gases enxofre por esse combustível. Porém, as medidas de prevenção 
não são focadas somente nas indústrias, mas também em rotinas 
do cotidiano. Automóveis com escapamentos furados ou sistema de 
combustão desregulado, consomem mais combustível e, assim, emite 
mais poluentes. Por outro lado, optar por transportes públicos auxilia na 
manutenção da qualidade ambiental (PHILIPPI JR; PELICIONI, 2014).
Depois de todas as medidas preventivas serem aplicadas, e mesmo 
assim houver geração de poluentes, serão necessárias medidas de 
controle, a partir de equipamentos, técnicas de controle e sistemas de 
exaustores (ex.: chaminés e difusores de vapores automáticos). O uso de 
chaminés altas reduz o teor de concentração de poluentes próximos a 
população. Nesse caso, a localização topográfica da empresa, bem como 
as condições meteorológicas do local, irão influenciar na dispersão dos 
gases (PHILIPPI JR; PELICIONI, 2014).
As técnicas de controle podem ser aplicadas em fontes fixas, como 
as indústrias, hotéis e hospitais. Nestas fontes de poluição, podem 
ser feitas alterações no processo ou utilizar equipamentos de acordo 
com as propriedades do poluente, qualidade, custo e mecanismo de 
ação. Enquanto as fontes móveis são as que englobam os veículos. 
De modo geral, como diz Derisio (2012), o tipo de combustível são 
fatores preponderantes na poluição do ar, por isso, a necessidade 
de combustíveis mais limpos, como etanol, biodiesel e biogás, e 
equipamentos de controle, como filtros e catalisadores, que reduzem a 
eliminação de gases como CO, NOx e COVs.
Os equipamentos de controle são divididos de acordo com o tipo de 
poluente, como equipamentos de material particulado e equipamento 
de gases e vapores. No Quadro 3 estão evidenciados os equipamentos 
de controle para emissão de material particulado (MP) e de gases 
e vapores:
51
Quadro 3 – Equipamentos de controle de material particulado, 
gases e vapores
Poluentes Equipamentos
Material particulado
Precipitadores eletrostáticos.
Filtros de manga.
Ciclones.
Coletores gravitacionais e inerciais.
Lavadores de gás (Lavadores Venturi).
Gases e vapores
Absorção.
Adsorção.
Condensação.
Incineração.
Fonte: adaptado de Braga et al. (2007; DERISIO, 2012).
Portanto, o planejamento urbano nas cidades, planejamento ambiental 
e política ambiental nas indústrias são importantes para gestão da 
qualidade do ar. Inovações tecnológicas como carro híbridos e elétricos 
são importantes, mas só isso não gera grandes benefícios. É necessário 
que a população se conscientize ambientalmente dos seus hábitos e 
atos, assim favorecendo a manutenção da qualidade ambiental (PHILIPPI 
JR; PELICIONI, 2014).
Por fim, é importante destacar a necessidade da gestão do ar que 
envolva procedimentos administrativos, legais, técnicos, econômicos, 
tecnológicos e socioculturais. Outro ponto é a participação da 
sociedade como um todo, seja na aplicação de medidas preventivas, 
como na fiscalização de fontes poluidoras e cobranças das instituições 
governamentais, implantação de programas de monitoramento, que 
não só monitorem a qualidade do ar, mas que compare os dados com 
séries históricas. Por último, que investimentos em novas tecnologias, 
52
pesquisa e equipe técnica sejam realizados a fim de aprimorar o sistema 
de gestão.
3.3 Medidas de controle e prevenção da 
qualidade do solo
As técnicas mais apropriadas para as atividades que usam o solo devem 
ser escolhidas para evitar ou reduzir os impactos ambientais. Portanto, 
como aponta Derisio (2012), a escolha do local é um fator preponderante 
para proteção do solo, e assim, faz-se necessário considerar: a legislação 
para o uso e ocupação do solo na região, verificar potenciais áreas de 
proteção ambiental, conhecer a topografia, tipo de solo, características 
do solo e subsolo, vegetação, possibilidade de inundações e enchentes, 
proximidade com corpos hídricos, áreas residenciais e de comunidades.
Para o uso apropriado do solo, medidas corretivas podem ser aplicadas 
previamente à construção e utilização do mesmo, visando que 
problemas como a erosão e a contaminação do lençol freático sejam 
evitados. As medidas corretivas controlam e reduzem os impactos, 
e auxiliam na recuperação de áreas degradadas e/ou contaminadas 
(PHILIPPI JR; PELICIONI, 2014).
A gestão correta em áreas contaminadas visa conhecer os poluentes, 
suas características e mecanismo de ação no ambiente e seres vivos. 
As medidas mitigadoras a serem implementadas, precisam ser 
sustentáveis, possibilitando a melhoria da qualidade do solo para o 
homem e a biodiversidade (PHILIPPI JR; PELICIONI, 2014). Técnicas de 
recuperação do solo, como escavação, substituição do solo, tratamento 
químico ex situ podem ser aplicadas para solos contaminados por metais 
pesados. Outra técnica muito aplicada é a fitorremediação, que utiliza 
plantas para mitigar solos contaminados. Para Santos (2017), assim 
como a fitoextração, na qual as plantas absorvem os poluentes do solo 
e depois as mesmas podem ser retiradas do local.
53
Outro fator importante é a redução de resíduos gerados a partir 
modificações no processo produtivo, e utilização dos 3Rs – reduzir, 
reciclar e reutilizar. Os 3 Rs têm tido o seu conceito ampliado para 
5 Rs, incluindo os termos repensar e recusar. Ou seja, é importante 
que os cidadãos avaliem seus atos e hábitos de consumo de produtos 
(repensar), além de recusar produtos desnecessário ou que não sejam 
produzidos com premissas ambientais

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