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Acadêmica: Alexsandra dos Santos Código: 42077 – Campus - Xanxerê Exercício 1 Rô, com 20 anos, ao fim da aula, quando vai ao banheiro, esquece seu laptop na sala. Ao retornar, pega um computador de outrem (mas que achava que era seu) e vai embora. Assim que chega em casa, é avisada por um colega que pegou o computador de Cláudia, sendo que esta teria feito um B.O. após olhar as câmeras de vigilância da UNOESC. No dia seguinte, Rô devolve o computador, explicando que teria se confundido. Mesmo assim, o MP oferece denúncia contra ela, por furto simples. Rô, quando ouvida em juízo, confirma o ocorrido. Ao final, MP pede a condenação dela. Você, como advogado, o que poderia argumentar em favor de Rô? Resposta: O argumento a ser apresentado pelo advogado de Rô será baseado primeiramente no erro de tipo essencial inescusável que é quando o agente tem uma falsa percepção da realidade, neste caso Rô acreditava que o objeto era realmente o seu, sendo assim ela desconhecia a natureza criminosa do ato. Extrai-se essa conclusão do art. 20, caput, do CP, que somente menciona os elementares. Neste caso é inescusável, porque ele poderia ser evitado se a universitária tivesse observado o objeto antes, se certificando se era realmente o seu. Apesar do ato ter configurado um fato típico, o erro afasta o dolo, e como no caso do furto não existe a previsão da punição na modalidade da culpa, o fato torna-se atípico. Além disso, o fato de Rô ter menos de 21 anos, caso o Magistrado insista em uma conduta dolosa, pode- se solicitar a aplicação da atenuante prevista no artigo 65 inciso I do CP, pois o inciso I prevê atenuante de pena se o agente for menor de 21 anos. Exercício 2 Rô, de 20 anos, é filho de Luciana. Luciana trabalha na residência de Cláudia, como diarista, em Chapecó. Rô, ao saber, por meio da sua mãe, que Cláudia iria viajar, vai até a residência e subtrai o seu carro, pois queria passear com a namorada. Gostaria apenas de dar umas voltas com ela e, depois de encher o tanque, devolver o veículo no mesmo lugar. Porém, chegando na casa de Cláudia, para devolvê-lo, é abordado pela polícia e preso. MP oferece denúncia por furto simples. Rô, quando ouvido em juízo, confirma o ocorrido. Ao final, MP pede a condenação dele. Você, como advogado, o que poderia argumentar em favor de Rô? Resposta: O fato narrado configuraria furto de uso, que é quando um bem é aparentemente subtraído, mas em razão de um objetivo determinado, sendo usado de forma momentânea e entregue nas mesmas condições em que se encontrava. Nesta modalidade, não haverá uma punição por parte do Direito Penal, já que o bem não sofreu lesão alguma e se torna desnecessário haver uma consequência jurídica, pois poderia ser alegado exclusão de tipicidade. Além disso, como previsto também no caso anterior, caso o magistrado insista na condenação pode-se aplicar a as atenuantes do artigo 65 do CP e ainda com base no Art. 28-A do CP promover o acordo da não persecução Penal que deveria ter sido apresentado pelo MP, pois o mesmo prevê: “Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)” https://canalcienciascriminais.com.br/tag/direito-penal/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3