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Endodontia Pre Clinica I

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Endodontia é a especialidade da odontologia que estuda a 
etiologia, prevenção, diagnóstico e tratamento de condições 
que afetam a polpa dental, a raiz e os tecidos perirradiculares. 
A cavidade pulpar pode ser definida como um espaço no 
interior de um dente limitado pela dentina que abriga a polpa 
dentária. É dividida em câmara pulpar e canal radicular. 
Câmara pulpar: é a porção da cavidade pulpar 
correspondente à coroa dental. É uma cavidade única, 
geralmente volumosa, assemelhando-se em forma à 
superfície externa do dente. 
Nos dentes anteriores, a câmara pulpar é contígua ao canal 
radicular, no entanto, em dentes posteriores, geralmente 
apresenta o formato de um prisma quadrangular irregular 
com seis lados: o teto, o assoalho e as quatro paredes axiais, 
que recebem seus nomes de acordo com a face do dente 
para as quais estão voltadas, sendo identificadas como mesial, 
distal, vestibular e lingual (ou palatina). 
 
 
 
 
 
 
 
Canal radicular: é a porção da cavidade pulpar correspondente 
à raiz ou raízes dentais. Didaticamente, pode ser dividido em 
três porções ou terços denominados cervical, médio e apical. 
Pode ainda apresentar variações quanto ao número, à forma, 
direção e configuração. 
É o conjunto formado pelo canal principal e possíveis 
ramificações. 
1) Canal principal: se estende da câmara pulpar ao ápice. 
2) Canal lateral: emerge do canal principal, localizado no terço 
médio ou cervical. 
3) Canal secundário: emerge do canal principal, localizado no 
terço apical. 
4) Canal acessório: ramificação do canal secundário. 
5) Canal cavo interradicular: sai do assolho da câmara pulpar 
e desemboca na região da furca. 
6) Canal colateral: paralelo ao canal principal. 
7) Canal intercanal: liga o canal colateral com o canal principal. 
8) Canal recorrente: sai do canal principal e forma uma volta. 
9) Canal reticular: liga o canal recorrente com o canal principal. 
Anatomia dental interna 
 
Obs.: cornos pulpares são 
projeções da câmara pulpar. 
10) Canal delta apical: localizado no terço apical, são múltiplas 
ramificações do canal principal, originando o aparecimento de 
vários forames. 
Forma da raiz: cônico-piramidal. 
Forma da coroa: trapezoidal. 
Raízes: possui apena 1 raiz. 
Canais: geralmente 1 canal. 
Direção da curvatura radicular: 75% da raiz é reta. 
Tamanho médio: 21,8mm. 
Forma da raiz: achatada 
Forma da coroa: trapezoidal. 
Raízes: 1 raiz. 
Canais: geralmente 1 canal, mas pode ter 2. 
Direção da curvatura radicular: é reta, porém no terço apical 
tem uma curvatura para distal ou vestibular. 
Tamanho médio: 20,8mm.
Forma da raiz: cônico-piramidal. 
Forma da coroa: trapezoidal. 
Raízes: 1 raiz. 
Canais: 1 canal. 
Direção da curvatura radicular: grande curvatura para distal. 
Tamanho médio: 23,1mm.
Forma da raiz: maiores que o ICI em todas as 
dimensões. 
Forma da coroa: trapezoidal. 
Raízes: 1 raiz. 
Canais: 1 canal. 
Direção da curvatura radicular: 54% é reta, porém 33,3% 
tem inclinação para distal. 
Tamanho médio: 22,6mm. 
Forma da raiz: cônico-piramidal. 
Raízes: 1 raiz. 
Canais: 1 canal. 
Direção da curvatura radicular: maioria das vezes 
é reta, mas pode apresentar uma curvatura leve 
para distal ou vestibular. 
Tamanho médio: 26,4mm. 
Forma da raiz: cônico-piramidal., similar ao canino superio, 
contudo, muito mais achatada na direção mesiodistal e mais 
alongada na direção vestibulolingual. 
Raízes: maioria das vezes é uma, podendo ser 
bífida. 
Canais: 1 canal, podendo ser 2. 
Direção da curvatura radicular: na maioria das 
vezes é reta. 
Tamanho médio:25,0mm.
1º é-
Forma da raiz: ambas cônico-piramidal. 
Raízes: geralmente 2 (vestibular e palatina), 
podendo ter 3. 
Canais: 2 canais. 
Direção da curvatura radicular: a raiz vestibular tem maior 
curvatura para palatina, já a raiz palatina normalmente é reta. 
Tamanho médio: 21,5mm. 
2º é-
Forma da raiz: muito parecida em sua forma 
com a do 1º PMS, porém menor que este em 
todas as dimensões. 
Raízes: 1 raiz. 
Canais: predominância de 1 canal, podendo ter 2. 
Direção da curvatura radicular: predominantemente curvo. 
Tamanho médio: 21,6mm. 
1° é-
Forma da raiz: é semelhante ao do canino 
inferior, com secção oval e achatamento mésio-
distal, ou contorno circular. 
Raízes: 1 raiz. 
Canais: 1 canal. 
Direção da curvatura radicular: maioria é reta. 
Tamanho médio: 21,9mm. 
2º é-
Forma da raiz: quase sempre cônica com ligeiro achatamento 
MD e secção oval. 
Raízes: 1 raiz. Raramente dupla formando raízes vestibulares 
e lingual. 
Canais: 1 canal. 
Direção da curvatura radicular: 40% reta, 10% 
vestibular e 40% distal. 
Tamanho médio: 22,3mm. 
1º
Raízes: 3 raízes (mesiovestibular, distovestibular e palatina). 
Canais: 4 canais. 
Direção da curvatura radicular: raiz 
mesiovestibular tem uma curvatura para 
distal, a raiz palatina tem curvatura para 
vestibular e a distovestibular normalmente 
é reta. 
Tamanho médio: 21,3mm. 
2º
Raízes: 3 raízes 
Canais: 3 canais, podendo ter 4. 
Direção da curvatura radicular: a raiz 
palatina e distovestibular é reta e a 
mesiovestibular curva para distal. 
Tamanho médio: 21,0mm. 
1º
Raízes: 2 raízes (mesial e distal). 
Canais: 3 canais, podendo ter 4. 
Direção da curvatura radicular: a raiz mesial é 
curva para distal e a raiz distal é reta. 
Tamanho médio: 21,9mm. 
2º
Raízes: 2 raízes. 
Canais: 3 canais. 
Direção da curvatura radicular: a raiz mesial 
é curva para distal e a raiz distal é reta. 
Tamanho médio: 22,5mm 
 
 Anatomia da arcada superior e inferior 
DENTE NÚMERO DA RAIZ NÚMERO DE CANAIS TAMANHO MÉDIO DIREÇÃO DA CURVATURA 
RADICULAR 
1 raiz 1 canal 21,8mm 75% da raiz é reta 
1 raiz 1 canal 23,1mm Grande curvatura para 
distal 
1 raiz 1 canal 26,4mm 
 
 
Maioria das vezes é 
reta, mas pode 
apresentar uma 
curvatura leve para 
distal ou vestibular 
2 raízes 2 canais 21,5mm A raiz vestibular tem 
maior curvatura para 
palatina, já a raiz 
palatina normalmente é 
reta 
1 raiz 1 canal 21,6mm Predominantemente 
curvo 
3 raízes 4 canais 21,3mm 
 
 
Raiz mesiovestibular 
tem uma curvatura 
para distal, a raiz 
palatina tem curvatura 
para vestibular e a 
distovestibular 
normalmente é reta. 
3 raízes 3 canais 21,0mm A raiz palatina e 
distovestibular é reta e 
a mesiovestibular curva 
para distal 
1 raiz 1 canal 20,8mm 
 
 
É reta, porém no terço 
apical tem uma 
curvatura para distal ou 
vestibular 
1 raiz 1 canal 22,6mm 54% é reta, porém 
33,3% tem inclinação 
para distal 
1 raiz 1 canal 25,0mm Na maioria das vezes é 
reta 
1 raiz 1 canal 21,9mm Maioria é reta 
1 raiz 1 canal 22,3mm 40% reta, 10% 
vestibular e 40% distal 
2 raízes 3 canais 21,9mm A raiz mesial é curva 
para distal e a raiz distal 
é reta 
2 raízes 3 canais 22,5mm A raiz mesial é curva 
para distal e a raiz distal 
é reta 
A abertura coronária é o ato operatório pelo qual se expõe a 
câmara pulpar com o objetivo de projetar a anatomia interna 
da câmara pulpar sobre a superfície do dente, ou seja, a 
abertura coronária tem a função de permitir o acesso direto, 
amplo e sem obstáculo à região apical do canal radicular. 
Erros durante essa etapa do tratamento podem provocar 
uma limpeza mecânica inadequada, formação de degraus ou 
perfurações da raiz, retenção de restos pulpares, sangue, 
entre outros. 
A fase inicial do tratamento endodôntico compreende: 
abertura da câmara pulpar, remoção do teto da câmara 
pulpar e a realização do desgaste compensatório. 
→ Toda abertura coronária deverá ser efetuada de 
maneira que nos ofereça por meio de linha reta um 
acesso direto ao canal radicular. 
→ O limite da abertura coronária deverá incluir todos os 
cornos pulpares, saliências e retenções do teto da 
câmara pulpar. 
→ A anatomia da parede cervical ou assoalho da câmara 
pulpar nunca deve ser alterado, pois a entrada do canal 
radicular de forma afunilada, lisa e polida auxilia sua 
localização. 
Antes de realizaras etapas operatórias é fundamental ter 
um exame radiográfico. Tal procedimento poderá fornecer 
informações preciosas, como a inclinação do dente, a 
presença e a extensão de cárie, a localização dos cornos 
pulpares, a presença de calcificações, a relação do teto com 
a câmara pulpar, a localização da entrada dos canais, o 
numero de canais, curvaturas, lesões perirradiculares e 
outras estruturas anatômicas. 
As etapas são: ponto ou zona de eleição, direção de 
trepanação, forma de contorno e forma de conveniência. 
 
1) Ponto (zona) de eleição: é o ponto escolhido 
para ser iniciado o desgaste do dente, 
permitindo o acesso direto à câmara pulpar e 
canais radiculares. O desgaste da superfície do 
esmalte vai até atingir a dentina. 
2) Direção de trepanação: é a fase que 
permite atingir o interior da câmara 
pulpar. É preciso posicionar a broca em 
direção à área de maior volume pulpar, 
abrindo um “túnel de penetração”. Nos 
dentes unirradiculares a direção é no longo eixo dos dentes, 
já nos dentes multirradiculares é em direção ao canal de maior 
volume. 
3) Forma de contorno: permite o acesso 
à entrada e ao interior dos canais 
radiculares. É realizado movimentos de 
dentro para fora, utilizando 
preferencialmente broca com ponta inativa. Essa etapa tem 
o objetivo de projetar externamente a anatomia da câmara 
pulpar. O tamanho final da abertura está associado ao 
tamanho da câmara pulpar. 
4) Forma de conveniência: é a fase final da 
abertura. Ocorre a remoção das irregularidades 
e projeções dentinárias e remoção dos nódulos 
e calcificações dentária. Em seguida já vai 
trabalhar de forma suscita no canal radicular 
por meio de alargadores. Não se utiliza broca 
com ponta ativa no interior do canal radicular. Essa etapa 
permite que os instrumentos sejam levados ao interior dos 
canais radiculares atingindo o terço apical sem dificuldade. 
Dentes anteriores superiores e inferiores 
1) Ponto (zona) de eleição: abertura iniciada pela face lingual 
ou palatina situada de 3 ou 4 mm da borda incisal e a 2 mm 
do cíngulo ou logo abaixo dele. Esse desgaste tem que ser 
menor do que o diâmetro da câmara pulpar. 
 
 
 
A abertura realizada com broca diamantada esférica ou 
carbide em alta rotação com diâmetro compatível ao dente. 
A posição inicial do desgaste (ponto de eleição) é 
perpendicular à superfície lingual ou palatina do dente, ou o 
ângulo de 45º com relação ao longo eixo do dente. 
 
A broca é posicionada no ponto de eleição, perpendicular à 
superfície lingual ou palatina do dente. Em seguida com 
movimentos oscilatórios, inicia-se o desgaste do esmalte até 
a junção amelo-dentinaria, dando à cavidade uma 
conformação aproximada à forma da câmara pulpar do 
dente a ser aberto. Deve ser feito o isolamento absoluto no 
dente. 
Nos incisivos a câmara pulpar tem forma triângular com 
base para incisal. Já os caninos tem a forma losangular. 
Obs.: sempre começa o desgaste no ponto mais alto, 
aprofundando e trazendo a ponta diamantada para incisal. 
2) Direção de trepanação: inicialmente o desgaste da dentina 
com broca em alta rotação posicionada em sentido 
perpendicular à face palatina ou lingual do dente ou em 45º 
com o longo eixo do dente (túnel de penetração). Depois 
modificar a inclinação no sentido do longo eixo do dente até 
atingir a câmara pulpar (cair no vazio). Ficar atento a 
inclinação do dente no arco. 
 
Obs.: Ao fazer o túnel de penetração e atingir direto a 
câmara pulpar, é só mudar a inclinação ao longo eixo do 
dente e fazer a remoção do teto. Agora, se tiver uma 
calcificação a mudança de inclinação tem que ser feita antes 
de atingir a câmara pulpar. 
3) Forma de contorno: utiliza-se broca esférica em 
baixa rotação com movimentos de tração, de dentro 
para fora da câmara pulpar, removendose o teto 
da mesma. Em seguida, utiliza a parte angulada da 
sonda explorada para verificar se tem alguma 
retenção. 
Nos incisivos a forma de contorno é triangular de base 
voltada para incisal. Já os caninos apresentam uma forma 
losangular ou oval no sentido cervico-incisal. 
4) Forma de conveniência: realizados com broca Endo Z ou 
broca tronco-cônica de ponta inativa – AR número 3083 e 
Gates-Glidden. O mais usados são os instrumentos de 
GatesGlidden.. Os alargadores são usados até dois terços 
iniciais do canal radicular. 
Nessa face ocorre o alisamento das paredes 
proximais, deixando-as divergentes para incisal e o 
arredondamento dos ângulos cavosuperficiais. 
 
O instrumento que entra mais profundamente no canal 
ele deve ter diâmetro menor e as subsequentes 2 mm de 
distância, para dá uma forma cônica ao canal. 
Obs.: não se usa brocas com ponta ativa no interior dos 
canais radiculares. 
Persistência de cornos pulpares, promovendo 
escurecimento dos dentes de responsabilidade do dentista 
no qual deixa restos pulpares ou resto de materiais no 
interior da câmera pulpar. 
Intervenção do dente errado, principalmente em casos de 
incisivos inferiores e pré-molares superiores. Onde o 
cirurgião diagnostica o dente corretamente, porém, faz a 
abertura do dente errado. 
Pré-molares superiores 
1) Ponto (zona) de eleição: nos dentes posteriores o ponto 
ou zona de eleição é feito na superfície oclusal, no caso dos 
pré-molares superiores é exatamente no centro da face 
oclusal. 
É iniciada no centro da superfície oclusal com broca esférica 
de tamanho compatível em alta rotação. O desgaste deve 
ser na direção dos canais: vestibulares e palatinos, ou seja, 
abertura oval. A broca deve estar posicionada em sentido 
perpendicular a superfície oclusal com tamanho 
proporcional, o desgaste ocorre até a junção 
amelodentonária. 
Na imagem é possível observar na cor azul a abertura inicial 
da zona de eleição, inicialmente ele é menor e na cor 
vermelha a abertura final da abertura coronária após seu 
desgaste. 
 
2) Direção de trepanação: segue trepanação em direção e 
sentido do canal palatino que é o mais amplo até o vazio da 
câmara pulpar com broca diamantada esférica. Não deve 
ser realizados movimentos em sentido mésio-distal e podem 
ser realizada com alta ou baixa rotação. 
3) Forma de contorno: após a trepanação, inicia-se a forma 
de contorno onde o teto da câmara 
pulpar é retirado com movimentos de 
tração de fora para dentro com broca 
esférica (sem tocar com essa broca 
esférica no assoalha da câmara pulpar). 
Após esses movimentos, utiliza-se a 
parte angulada da sonda exploradora 
para verificação de permanência de teto 
ou zonas retentivas no interior da 
câmara, afim de regular câmara pulpar. 
O acabamento é realizado com uma 
broca tronco-cônica de ponta inativa 
(embotada) em movimentos P-V. É 
importante verificar depois com a 
sonda se restou algo. 
As brocas podem ser 3082,3083,2082 e 2083. 
4) Forma de conveniência: a utilização de brocas de gates 
glidden realiza um desgaste compensatório de boa qualidade, 
ampliação e a regulação da embocadura. 
Devido à divergência existente entre as raízes vestibular e 
lingual, não é necessário grande divergência para oclusal 
nessas paredes, onde isso evitará o seu desgaste excessivo. 
Nos dentes posteriores quando o paciente abre a boca e é 
ligado o foco de luz, a luz sempre irá entrar em relação ao 
dente de mesial para distal. A mesma direção que a luz 
entra é a mesma direção que a sua visão irá penetrar, ou 
seja, para que você enxergue o canal é preciso que tenha 
uma leve divergência na parede mesial. 
 Parede mesial é ligeiramente 
divergente para oclusal facilitando 
a visualização e o acesso do 
instrumental endodôntico. 
 Parede distal é voltada para 
mesial. 
 Parede V e P são ligeiramente 
divergentes para oclusal 
 E a forma final é ovalada com maior extensão no 
sentido V-P. 
Pré-molares inferiores 
1) Ponto (zona) de eleição: ocorre na superfície oclusal, 
caracterizada como uma abertura levemente oval e um 
pouco mais próxima à facemesial, respeitando as cristas 
marginais. O desgaste é feito até a junção amelo-dentinária 
e o canal está situado próximo à face mesial. A broca é 
esférica de tamanho compatível posicionada perpendicular à 
face oclusal. 
2) Direção da trepanação: direção vertical, 
paralela ao longo eixo do dente. A 
penetração inicial se faz com a broca 
dirigida paralelamente à linha do longo eixo 
do dente, aprofundando-se alguns 
milímetros em direção à câmara pulpar, 
sem nela penetrar. Observar, durante a 
trepanação, que a coroa destes dentes quase sempre 
apresenta uma inclinação lingual bem acentuada em relação 
à linha do longo eixo da raiz. Erros, neste momento, podem 
provocar acidentes (degrau, desvios e perfurações). 
3) Forma de contorno: após exposição e visualização do 
tamanho da câmara pulpar, é feito a ampliação com 
movimentos de tração de dentro para fora com broca 
esférica. Com a broca troco cônica é feito um controle de 
desgaste para vestibular, o menor desgaste possível e o 
minimamente necessário para ter acesso visual, de limpeza 
e entre outros. A broca esférica usa-se na câmara pulpar 
para remoção de teto, utiliza-se sonda exploradora para 
verificar se possui remanescente de teto e usa-se a tronco 
cônica para dar o acabamento. 
4) Forma de conveniência: feito o 
desgaste, pode-se entrar com a broca 
gates glidden ou pontas diamantadas 
3080, observando a presença do ombro 
lingual do PMI. Devido sua inclinação 
coronária para lingual, faz-se necessário 
o desgaste compensatório na face 
vestibular, podendo atingir a ponta da cúspide. 
De modo normal, o desenho feito na parte preta é a zona 
de eleição e o desenho azul é a forma de contorno final da 
abertura coronária dos pré-
molares inferiores. Fazem-se um 
desgaste levemente ovalado com 
maior extensão no sentido 
vestíbulo lingual, ligeiramente 
desviado para mesial. Parede mesial 
divergente para oclusal e parede distal voltada para mesial. 
Obs:. Um segundo canal deve ser pesquisado próximo à 
parede lingual. 
 Abertura coronária insuficiente 
 Desgaste excessivo da estrutura dentária tornando 
o dente friável ou quebradiço 
 Erro na direção de trepanação 
Molares superiores 
1) Ponto (zona) de eleição: são dentes com visualizações mais 
dificultadas, a abertura da face oclusal é realizada com 
broca diamantada perpendicular a face oclusal. O desenho 
da zona de eleição deve ser sempre menor que o tamanho 
da zona final, que segue o formato da embocadura do canal 
radicular. O desgaste deve sempre ser mínimo para que o 
dente não perca sua resistência, por isso a necessidade de 
preservar as cristas marginais e regiões de ponte de 
esmalte. 
O desgaste começa com a broca diamantada posicionada na 
superfície oclusal no ângulo eixo do dente posicionada na 
fosseta mesial, isso seria o ponto de eleição. A zona de 
eleição (desenho feito) é equivalente à posição da 
embocadura dos canais radiculares no assoalho da câmara 
pulpar. O desenho realizado precisa abranger o canal mésio 
vestibular, canal palatino, canal disto vestibular e canal mesio 
palatino. 
 
Quando se realiza um tratamento endodôntico com 
preservação de crista marginal o dente perde apenas cerca 
de 5 a 10% de sua resistência. No entanto, se for 
desgastado exageradamente a resistência diminui muito. 
2) Direção de trepanação: a broca esférica trabalha sem 
encostar/atingir ao assoalho da câmara pulpar. A direção de 
trepanação é vertical, paralela ao longo eixo do dente. 
 
3) Forma de contorno: a broca tronco cônica de ponta 
embotada realiza o desgaste da parede lateral em direção 
ao vértice da cúspide MV. O canal mésio vestibular está 
localizado bem abaixo da cúspide mésio vestibular e o canal 
distovestibular está localizado 2mm antes do vértice da 
cúspide distovestibular. Na remoção do teto da câmara 
pulpar fazem movimento de tração no sentido oclusal. 
4) Forma de conveniência: parede distal está ligeiramente 
convergente para mesial tentando 
sempre preservar a ponte de esmalte. 
Parede vestibular está paralela à face 
vestibular da coroa. Parede mesial e 
ângulo mésio vestibular divergentes para 
oclusal. 
O acabamento das paredes é feito com a broca 3082, 
arredondando os ângulos e tirando as reentrâncias que 
dificultam o processo de limpeza. 
Forma de contorno final triangular, com base vestibular e 
vértice palatino. A base deste triângulo é voltada para face 
vestibular. 
Molares inferiores 
1) Ponto (zona) de eleição: realizado na face oclusal com 
ponta diamantada perpendicular a face oclusal (longo eixo do 
dente) e ponto de eleição é no quadrilátero central. Seu 
desgaste é realizado até a junção amelo-dentinária. 
 
A forma pode ser triangular se tiver apenas 1 canal e 
trapezoidal quando há mais de 1 canal na distal. 
2) Direção de trepanação: vertical, paralela à linha do longo 
eixo do dente. O isolamento é absoluto e quando chega na 
câmara pulpar tendo um bom volume irá cair num vazio 
sendo preciso tracionar com as brocas esfericas no sentido 
oclusal para retirar o teto da câmara pulpar. 
Repetição de ideias de eventos: broca esferica, tamanho 
compatível com o quadrilatero central. 
Túnel de penetração: broca direcionada ao canal distal ou 
local de maior volume da câmara pulpar em AR. 
3) Forma de contorno: ampliação da área exposta com 
broca esférica em movimentos de tração e uso da sonda 
explorada para verificação de possíveis restos do teto da 
câmara pulpar. O teto da câmara pulpar é removido com 
broca tronco-cônica de ponta embotada. 
4) Forma de conveniência: tenta-se explorar a entrada dos 
canis radiculares e realiza-se desgaste compensatório, 
principalmente na parede mesial da câmara pulpar, para 
facilitar a penetração nos orifícios de entrada dos canais 
radiculares. Esta manobra visa proporcionar acesso direto e 
reto aos canais radiculares. 
A remoção da convexidade é acentuada sobre embocadura 
dos canais mesiais com broca 3082, gates glidden e 2020. 
 Parede mesial com forma final divergente para 
oclusal. 
 Parede distal inclinada levemente para mesial. 
 Paredes vestibulares e linguais são paralelas ou 
ligeiramente divergentes. 
3 canais: triangular com ápice voltado para distal. 
4 canais: trapezoidal. 
 Dentina do assoalho da câmara pulpar é mais 
escura. 
 Sulcos de desenvolvimento que “correm” entre os 
orifícios de entrada do canal radicular. 
 
 
 
É uma ferramenta de natureza metálica, empregada como 
agente mecânico na instrumentação de canais radiculares. O 
endodontista precisa conhecer suas ferramentas para um 
trabalho de excelência, conhecendo as propriedades físicas, 
químicas e mecânicas. 
1938: a partir de uma mola de relógio, surgiu o primeiro 
instrumento endodôntico. 
1875: produção em escala industrial dos instrumentos 
1958: estandardização dos instrumentos, ou seja, padronização 
dos instrumentos, para ter as mesmas características. 
1976: especificação técnica pela ADA (n°28) 
1992: especificação técnica da ISO, com maior modernização. 
Parte 1: lima, alargadores, extirpa nervos, lentulo. 
Parte 2: alargadores acionados a motor. 
Parte 3: calcadores verticais e condensadores laterais. 
Torção: para instrumentos fabricados por torção, a porção dos 
fios metálicos correspondentes às hastes de corte dos 
instrumentos é inicialmente submetida à usinagem (aplainamento), 
para a obtenção de hastes metálicas com formas piramidais e 
seções retas transversais triangulares ou quadrangulares. As 
interseções das paredes (faces) das hastes piramidais formam 
três ou quatro arestas ou fios laterais de corte. Para se obter a 
forma final dos instrumentos, os fios metálicos são imobilizados 
em uma das extremidades e submetidos a deformação plástica 
por torção a esquerda. À medida que o fio é torcido, as paredes 
e arestas laterais de corte da haste piramidal são dispostas na 
forma helicoidal com sentido anti-horário,constituindo a haste de 
corte helicoidal cônica dos instrumentos endodônticos. As arestas 
ou os fios laterais de corte da haste piramidal dão origem as 
hélices, enquanto as paredes dão origem aos canais helicoidais. A 
ponta facetada ou piramidal dos instrumentos é obtida por 
aplainamento, enquanto a ponta cônica circular é obtida por 
torneamento cônico externo. 
 
Usinagem: para instrumentos endodônticos fabricados por 
usinagem, as partes de trabalho (pontas e hastes de corte 
helicoidal cônica) são obtidas por meio de um processo mecânico 
de usinagem de um fio metálico. Denomina-se usinagem o trabalho 
de corte realizado pelas maquinas e ferramentas para a 
fabricação de uma peça com determinada forma, dimensão e 
acabamento. A haste de corte helicoidal cônica da parte de 
trabalho dos instrumentos é obtida por um processo mecânico de 
usinagem denominado roscamento externo. Roscamento externo 
é um processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de 
arestas ou fios de corte dispostos na forma de hélices por meio 
da abertura de um ou mais canais helicoidais, em superfícies 
cilíndricas ou cônicas. A ponta cônica circular dos instrumentos é 
obtida por um processo mecânico de usinagem denominado 
torneamento cônico externo. 
 
Cortes no fio (farpados): esses instrumentos são fabricados por 
cortes do fio de aço inoxidável, com diferentes profundidades, 
formando farpas, sendo, por isso, denominados farpados. Eram 
utilizados no passado, sendo pouco utilizados hoje em dia. A 
função delas era remover a polpa dental com as farpas. O 
problema é que as farpas travavam na dentina, tornando difícil 
remoção do instrumento na dentina. É utilizado atualmente em 
casos de remover o algodão do canal caso ele grude dentro da 
cavidade. É um processo de fabricação por corte criando farpas. 
 
Os instrumentos podem ter vários desenhos nas suas hastes, na 
hora de fabricar/usinar/formar essas facetas elas podem ser: 
triangulares, quadrangular, losangular e circular. 
1) Cabo e haste de fixação: cabo é a extremidade pela qual se 
empunha um instrumento endodôntico e haste de fixação é a 
extremidade para fixação e acionamento mecânico de um 
instrumento endodôntico. 
2) Corpo ou haste metálica: parte de um instrumento que se 
estende desde o cabo ou haste de acionamento até a 
extremidade da ponta. 
3) Intermediário: parte do instrumento que se estende desde a 
ponta até o término da haste de corte. Representa a soma dos 
comprimentos da ponta e da haste de corte. 
4) Parte de corte ou de trabalho: parte do instrumento que se 
estende desde a ponta até o término da haste de corte. 
Representa a soma dos comprimentos da ponta e da haste de 
helicoidal. 
 
É a porção terminal e aguçada da extremidade da parte de 
trabalho de um instrumento ou ferramenta. A ponta é também 
denominada guia de penetração. O perfil da ponta dos 
instrumentos endodônticos é cônico. 
Quando a ponta apresenta a figura geométrica de um cone com 
seção reta transversal poligonal (triangular ou quadrangular), é 
denominada ponta cônica piramidal. É fabricada por um processo 
de usinagem denominado aplainamento. 
 
Quando apresenta uma figura geométrica de um cone com seção 
reta transversal circular é denominada ponta cônica circular. É 
fabricada por um processo de usinagem denominado 
torneamento cônico externo. 
 
A ponta piramidal apresenta capacidade de corte, enquanto a 
cônica circular é não cortante. 
Ativo: sem corte na extremidade 
Passivo: sem corte na extremidade. 
Vértice (extremidade) da ponta pode ser classificado de acordo 
com a configuração geométrica que apresenta. As classificações 
são: pontiagudo quando o vértice apresenta a forma de um 
triângulo com a extremidade aguçada, truncado quando o vértice 
termina por segmento de reta e obtuso quando o vértice 
apresenta a forma arredondada com raio de 1 a 2mm. 
 
Ângulo da ponta: podem ter de 15° a 75° graus. 
É a região de passagem da ponta para a haste de corte do 
instrumento. Essa passagem pode ocorrer por meio de um ângulo 
de transição (ângulo obtuso) ou de uma curva de transição (arco), 
para suavizar a passagem.
 
A imagem abaixo na parte superior representa o ângulo de 
transição e inferior, representa a curva de transição. 
 
Hélice: é a aresta ou fio lateral de corte dispostas na forma 
helicoidal (hélice) traçada em volta de um cone ou de um cilindro. E 
o sulco helicoidal são as laterais desse instrumento. 
 
Entre uma hélice e outra existe um sulco helicoidal, a hélice é a 
parte cortante do instrumento e o sulco helicoidal tem função de 
remover ou recolher raspas de dentina. Cada hélice é uma aresta 
do desenho que foi usado para fabricar o instrumento, seja ele 
triangular/quadrangular ou da forma que foi fabricado. 
Número de hélices: número de filetes ou guias radiais presente 
na haste de corte helicoidal de um instrumento. 
 
Passo da hélice: distância entre vertices ou cristas de uma 
mesma aresta lateral de corte disposta na forma helicoidal ao 
longo da direção axial do instrumento. 
Para instrumentos com uma aresta ou fio lateral de corte, o 
passo da hélice é a distância entre dois vértices ou cristas 
consecutivas. 
Para instrumento com duas arestas laterais de corte, o passo 
envolve uma crista. 
Para instrumento com três arestas laterais de corte, envolve 
duas cristas consecutivas. 
Para instrumento com quatro arestas laterais de corte, envolve 
três cristas consecutivas. 
O comprimento do passo aumenta com a diminuição do ângulo de 
inclinação da hélice. 
Passos importantes para identificar o instrumento: 
 Numeração do instrumento; 
 Cor do cabo; 
 Diâmetro do instrumento; 
 Comprimento da parte ativa; 
 Conicidade do instrumento; 
 Comprimento do instrumento. 
Os instrumentos endodônticos são divididos em quatro séries: 
1° série: 15 a 40. 
2° série: 45 a 80. 
3° série: 90 a 140. 
Série especial: lima rosa n° 06, lima cinza n° 08 e lima roxa n°10. 
A vida útil dos instrumentos no passado era menor por se utilizar 
de instrumentos que fraturavam e enferrujavam com facilidade, 
feitos de aço carbono. Hoje em dia são feitos de aço inoxidável, 
que possibilitou a fabricação de instrumentos mais duráveis e de 
menor calibre (criação da série especial). 
 
 Os especiais aumentam de 0,02mm em 0,02mm. 
 A partir da numeração 10 a 60 aumentam de 0,05 mm 
em 0,05mm. 
 A partir da numeração 60 a 140 aumentam de 0,10 
mm em 0,10mm. 
 
 
 
 
A grande maioria dos instrumentos manuais a grosso modo possui 
sempre 16mm de comprimento, sendo regra geral. 
Na base da ponta do instrumento é aonde tudo começa, sendo 
denominado D0, a cada milimetro vai crescendo até o D16 que 
representa os 16mm de comprimento. 
 
D0: diâmetro da projeção final da parte ativa; 
D3: diâmetro medido a 3mm do final da parte ativa. 
D16: diâmetro da base da parte ativa. 
A conicidade de um instrumento é a relação entre o aumento no 
diâmetro por unidade de comprimento (milímetro) da parte de 
trabalho. A conicidade dos instrumentos convencionais é de 
0,02mm, ou seja, há aumento de 2% a cada 1mm da parte de 
trabalho. 
Por exemplo: 
 D0: diâmetro da base do guia de penetração (valor do 
cabo) 
 0,02 x D16 = 0,32mm 
 D0+ 0,32mm = resultado 
 Aumento de 0,02mm no diâmetro. 
A soma funciona da seguinte forma: multiplica-se o valor do 
diâmetro 0,02mm com o D16 que resultará em 0,32mm e soma-
se o valor do cabo 0,40mm com o resultado de 0,32mm que 
resultará em 0,72mm. 
 
Comprimentos da lâmina diâmetro do instrumento: 
 
Conicidade dos instrumentos rotatorios podem aumentar 0,04 ou 
0,06mm. 
A parte ativa dos instrumentos sempre terá 16 mm. Porém, os 
instrumentos apresentam cumprimentos diferentes em sua 
parte intermediária onde podem ocorrer variações de tamanhos 
como 21 mm, 25 mm e 31 mm. 
Normais ou convencionais: lima tipo K, hedstroem, farpados 
(extirpa-nervos)Flexíveis: lima flexofile, k-flex, flex-r, nitiflex (grande flexibilidade). 
A grande maioria dos instrumentos alargadores são feito de 
níquel titânio, para trazer mais flexibilidade e segurança. Com 
movimento de giro continuo, esse material não se quebra. 
Extirpa-nervos: o cabo deste instrumento normalmente é 
metálico e sua haste é cilíndrica. Sua parte ativa é formada por 
farpas levantadas e são disponíveis no tamanho de 21mm, é um 
instrumento farpado manual que tem como objetivo a remoção 
do conteúdo pulpar. 
São utilizados em canais amplos e retos porque se forem 
utilizados em canais curvos e atresiados as farpas vão agarrar 
na dentina impedindo a saída do instrumento. Seu movimento é de 
introdução e rotação de 1 a 2 voltas e tração. Não devendo ser 
usado em canais curtos. 
 
Instrumento tipo K: os instrumentos tipo K foram desenvolvidos 
pela Kerr, razão da denominação instrumentos tipo K. A forma 
final dos instrumentos tipo K é obtida empregando-se a torção ou 
a usinagem. 
 
 
 
Esse instrumento possui ponta ativa, sendo produzido por meio 
de haste cônica quadrangular, de aço inoxidável e secção 
transversal quadrangular dos n° 6 a 10 (série especial) e dos n° 
15 a 40. A secção passa a ser transversal triangular quando a 
numeração varia de 45 a 80 e 90 a 140. O instrumento que 
possui mais massa/resistência é o quadrangular e o instrumento 
mais flexível é o triangular. 
 
São instrumentos indicados para canais retos ou pouco curvos, 
possuem satisfação na ação de corte e razoável resistência à 
flexibilidade. São variáveis possuindo a série completa (especial, 
1°,2°,3° série) e o comprimento no Brasil são de 21, 25 e 31mm. 
O instrumento tipo K podem executar o movimento de limagem e 
o movimento de alargamento: 
Movimento de limagem: o instrumento toca e corta 
apenas em uma porção das paredes do canal a cada 
movimento. É introduzido o instrumento no canal em 
sentido cervical para apical comprimindo esse instrumento 
na parede do canal tracionando o mesmo. O instrumento 
precisa entrar folgado no canal, a cada movimento que é 
realizado não é possível tocar em todas as paredes, por 
esse motivo é necessário fazer um desgaste por toda 
circunferência do canal. 
Movimento de alargamento: o instrumento toca e corta 
uma maior porção do perímetro do canal a cada 
movimento. Sendo necessário que entre de forma 
arrochada/apertada no canal. O instrumento precisa ser 
mais amplo do que o diâmetro do canal, afinal, ele não 
entrará todo de imediato, entrará parcialmente tocando 
nas paredes do canal onde terá uma resistência nessa 
penetração. 
Por esse motivo é necessario fazer o 
movimento de alargamento, ou seja, penetrar 
no canal fazendo movimento de direita e 
esquerda e ao longo desse processo o 
instrumento vai penetrando no canal radicular. 
 
Limas tipo hedstrom (tipo H): instrumento de aço inoxidável 
apresentando secção transversal circular produzido por 
usinagem. Possuem ótima capacidade de corte e espiral de 
pequenos cones superpostos. 
 
Forma da ponta e forma da haste de corte: 
 
A desvantagem desse instrumento é por possuir uma baixíssima 
flexibilidade e resistência a fratura, podendo fraturar mais 
facilmente. São feitos para alisar paredes de canais retos ou na 
porção reta dos canais, podendo ser utilizados também quando se 
quer retirar materiais obturadores. 
Possuem série de 08 a 140. Detalhe, que esse instrumento só 
aceita movimento de limagem, por possuir resistência a fratura. 
O motivo da baixa resistência é por conta do seu processo de 
fabricação de usinagem a partir de uma haste cônica circular, 
que removeu massa do instrumento, tonando ele mais delgado. Ou 
seja, perde-se quantidade de material e ele acabará fraturando 
facilmente. 
Os instrumentos tipo K de seção reta transversal triangular 
também são identificados com a denominação flex. 
Tipo flex: são instrumentos feitos a partir de uma secção de 
haste cônica triangular, para dar mais flexibiidade. 
Instrumento K- Flexofile: são confeccionados de aço inoxidável e 
fabricados por torção. Inclui apenas a 1° série dos instrumentos 
(n° 15 a 40). Apresentando ponta inativa para dar mais 
segurança e utilizados para preparo de canais retos e curvos. 
São flexíveis e possuem maior capacidade de corte que as limas 
do tipo K. 
 
O instrumento tipo flex de secção triangular corta mais 
comparado ao instrumento tipo K, pois o tipo flex possui três 
ângulos agudos. Porém, por possuir o ângulo mais agudo perderá 
sua capacidade de corte mais rapidamente. Ou seja, são 
instrumentos que possui uma vida útil menor. 
A diferença do tipo K (quadrado sem pintar) e do tipo flex 
(quadrado pintado) a olho nu está no cabo de cada instrumento, 
representado na imagem abaixo: 
Tipo K: 
 
Tipo flex: 
 
Golden medium: possui numeração intermediária a série 
convencional, da mais sequência na troca de um instrumento de 
menor calibre para o de maior calibre durante o preparo químico 
cirúrgico. Possui as mesma características das limas flexofile, 
exceto pela numeração que é intermediária. Os n° são 
12,17,22,27,32,37. 
Não tem como confundir esse instrumento com nenhum outro 
devido ao seu cabo com detalhes dourado. 
 
Liga em níquel titânio (niTi): a liga níquel titânio pertence a um 
grupo de ligas metálicas com propriedades especiais 
caracterizadas por exemplo, pelo efeito memória de forma 
(memória elástica). 
O efeito memória de forma pode ser definido como uma 
capacidade que certos materiais possuem de recuperar grandes 
deformações não lineares por meio de um tratamento térmico 
apropriado, apesar de o material ter sofrido uma deformação 
aparentemente permanente. 
A flexibilidade da liga de NiTi é três a quatro vezes maior quando 
comparado ao aço inoxidável. Por isso esses instrumentos de liga 
em níquel titânio são tão usados em endodontia, permitindo entrar 
em canais curvos com maior segurança. 
 
São confeccionados manualmente ou acionados 
mecanicamente por motores elétricos que 
podem realizar o movimentor de giro contínuo ou 
movimentos alterados para direita e esquerda. 
Produzidos por usinagem, pois é muito difícil 
torcer um instrumento com memoria elástica 
muito grande. 
Como o metal desse instrumento é muito flexível 
ele possui o potencial de corte um pouco menor, 
precisando repetir o movimento mais vezes e 
assim realizar o desgaste necessário. Indicados por 
exemplo, para um preparo de canal mais curto. 
Possuem também alta resistência a fratura, o que é 
bom já que terá que repetir o movimento varias 
vezes para se fazer o desgaste. O preparo deve ser 
realizado em canais retos e acentuadamente curvos. 
Ou seja, o instrumento acompanha com facilidade a 
curvatura do canal radicular, reduzindo o 
deslocamento apical e a alteração de sua forma 
original. 
São semelhante a lima tipo K, fabricado em níquel titânio (niTi) e 
possuem secção transversal triangular quando são manuais, sua 
conicidade é de 0,02mm/mm. E são fabricados por usinagem, 
seguindo a n° de 15 a 60 e comprimento de 21 a 25mm. 
Alargadores: são ferramentas empregadas afim de se obter um 
furo com diâmetro maior, com superfície lisa e bem acabada. Ou 
seja, aumentar o diâmetro do canal até o terço médio. 
Alargadores de gades-glidden: apresentam ponta inativa, sendo 
fabricado sem corte em sua ponta, onde os acidentes de 
perfurações não são possíveis. Possuem três canais helicoidais e 
três arestas laterais de corte, com potencial de corte altíssimo 
cortando dentina. São dinamizados os preparos dos canais 
retificando a porção cervical em média do canal, deixando mais 
uniforme, polida e lisa. 
 
O instrumento possui uma forma mais cônica na parte ativa 
(ponta) e menos cônica quando se aproxima da haste de fixação, 
ou seja, em caso de fratura isso ocorrerá mais próximo à haste 
de fixação. 
 
O diâmetro da parte ativa do instrumento varia de 0,50;0,70; 
0,90; 1,10; 1,30 e 1,50. Ou seja, possuem seis tipos de 
alargadores de gades-glidden. 
Devem ser utilizados em baixa rotação com movimentação 
sempre a direta, com numeração de 1 a 6 de 32 e 28mm. 
Alargadores largo: são instrumentos acionados a motor 
(mecanizados), montados em contra-ângulo com sentido de corte 
a direita e em baixa rotação. São empregados no preparo do 
segmento cervical de canais radiculares achatados e no desgaste 
anticurvatura. São fabricados em aço inoxidável, por usinagem, 
sendo formados por duas hastes de diâmetro diferentes. 
O instrumento possui a parte ativa maior, possuindo 
característica de ter um menor diâmetro próximo à haste de 
fixação, ou seja, em caso de fratura isso ocorrerá mais próximo 
à haste de fixação. 
 
O diâmetro da parte ativa do instrumento varia de 0,70; 0,90; 
1,10; 1,30; 1,50; 1,70. Possuem diâmetro maior do que a gades-
glidden, por exemplo, a gades-glidden n° 2 possui diâmetro igual a 
largo n°1. 
 
 
 
Na endodontia se utiliza mais os alargadores de gades-glidden, 
caso se utilize desse instrumento deve-se guardar uma distância 
do ápice de 4mm, possuindo distância da menor para maior de ao 
menos 2mm. 
Caso não seja realizado da forma correta o canal tomará forma 
cilíndrica, causando diversos problemas. Além de não dar 
conicidade as paredes de dentina ficarão finas dificultando 
também as obturações. 
Movimento de pincelamento: deve ser feito para fora da região 
de furca. Nos casos de raiz mesial de molar devem-se fazer 
movimentos para mesial, se for para vestibular de molar superior 
seria feito contra a curvatura, ou seja, a tração seria para 
vestibular. Fugindo sempre da região de furca para não causar 
um acidente chamado de rasgo (tipo de perfuração). 
É uma importante manobra auxiliar no preparo dos canais que 
devem ser empregada antes, durante e imediatamente após a 
instrumentação do canal radicular. 
Em todo processo de preparo químico mecânico normalmente se 
utiliza a substância de hipoclorito de sódio. 
É utilizada uma seringa com pequena 
agulha, onde a solução é injetada 
dentro do canal com cuidado, sendo 
irrigada. Com uma cânula maior é 
necessário aspirar o líquido que foi 
injetado no canal radicular. 
Uma das ações do hipoclorito de sódio 
é ser bactericida e dissolver restos 
de tecidos orgânicos, remover restos 
de polpa e restos microbianos. Por exemplo, fungos, vírus, 
bactérias. 
Suas propriedades são: 
 Facilita a remoção de restos orgânicos e inorgânicos. 
 Facilita a remoção de corpos estranhos do interior do 
canal. 
Localização da entrada dos canais radiculares: 
realizada através da sondagem com 
explorador reto, fino, resistente e rígido. Um 
das funções é localizar a entrada do canal. 
 
Exploração inicial do canal radicular-cateterismo: é a 
fase inicial de esvaziamento, assim como o 
conhecimento da anatomia interna do canal 
radicular por meio da sensibilidade tátil e por 
avanço de um instrumento endodôntico. Não é 
penetrado o instrumento até o ápice radicular, 
deve-se parar antes, pois não se sabe o comprimento do dente. 
O objetivo de detectar é: 
 Variações do número de canais; 
 Direção dos canais; 
 Calibre e forma de canais; 
 Acessibilidade de canais; 
 Presença de calcificações; 
 Desvios do canal; 
 Presença de corpo estranho. 
Tudo que é colocado dentro do canal possui um diâmetro pré-
determinado. É necessário ter algum 
parâmetro inicial para realizar o 
cateterismo, o primeiro passo antes de 
realizar qualquer procedimento na 
endodontia é a obtenção de uma boa 
radiografia periapical, com o auxilio de 
um posicionador radiográfico. 
A seleção do primeiro instrumento é feita de acordo com o 
presumível diâmetro do canal e com o comprimento do dente na 
radiografia (CDR) 
Exemplo: na imagem abaixo é representado um molar com CDR 
(comprimento do dente na radiografia) de 22,0 mm. Pode haver 
a possibilidade de a radiografia ter alguma alteração na imagem 
(alongada/encurtada), desta forma quando não se sabe o 
comprimento é tirado 2 mm do dente representado na 
radiografia por uma questão de segurança. 
 
Faz-se a soma da ponta do 
molar da cúspide até o ápice 
radiográfico (ápice dentário 
com o auxilio da radiografia). 
Após a soma é necessário 
determinar o comprimento 
de exploração inicial (CEI), ou 
seja, o comprimento que será inserido no interior do canal. 
Incisivo central superior 21,8 mm 
Incisivo lateral superior 23,1 mm 
Canino superior 26,4 mm 
Incisivo central inferior 20,8 mm 
Incisivo lateral inferior 22,6 mm 
Canino inferior 25,0 mm 
1° PMS 21,5 mm 
2° PMS 21,6 mm 
1° PMI 21,9 mm 
2° PMI 22,3 mm 
1° MS 21,3 mm 
2° MS 21,0 MM 
1° MI 21,9 mm 
2° MI 22,4 mm 
Utilizam-se instrumentos endodônticos de aço 
inoxidável tipo K com diâmetros menores do que 
os dos canais radiculares. Devem-se utilizar 
instrumentos que entram folgados no canal. 
 Instrumentos tipo K de aço inoxidável; 
 Diâmetros de 0,06; 0,08 e 0,10mm; 
 Comprimentos de 21 ou 25 mm. 
Canais radiculares amplos: movimento rápido e repetitivo com 
pequenos avanços, a penetração no canal é realizada com giro a 
direita e a esquerda com pequenos retrocessos. É necessário se 
ter um ponto de referência, por exemplo, as pontas de cúspide. 
 
Canais amplos: a pulpectomia é a remoção de todo tecido pulpar 
vital, podendo este apresentar quadro de alteração inflamatória 
ou não. 
Biopulpectomia: bio: polpa viva; pulpectomia: remoção da polpa. 
Em dentes com polpa viva ao final do cateterismo é feito a 
remoção da polpa dentária, que em caso de polpa viva é chamado 
de biopulpectomia. Ao final de todo movimento de cateterismo é 
feito a remoção da polpa dental, fazendo um giro maior à direita 
tracionando o instrumento. 
 
Alguns autores utilizam o termo biopulpectomia para tratamentos 
endodônticos de dentes com polpa vital. Nela, o cateterismo 
antecede a pulpectomia. 
Após o instrumento de cateterismo atingir CEI (comprimento de 
exploração inicia), o tecido pulpar é excisado e removido por meio 
de uma lima K ou H de diâmetro compatível ao do canal radicular. 
Necropulpectomias: é o tratamento endodôntico do dente com 
polpa necrosada. Consiste na remoção da polpa em estado de 
necrose e de bactérias do interior do canal radicular. 
O cateterismo e esvaziamento inicial do canal se desenvolvem 
simultaneamente. É realizada por segmentos (compartilhamentos) 
do canal radicular, imprimindo-se ao instrumento pequenos 
avanços e retrocessos em sentido apical conjuntamente, com 
discretos movimentos de rotação à direita e a esquerda. 
 
Canais atresiados: usar inicialmente instrumentos tipo K ou 
especiais (C+File ou C pilot) de n° 08 ou 10, de 21 mm de 
comprimento preferencialmente. 
Para canais atresiados quanto menor o instrumento menos é 
deformado na hora de penetrar no canal radicular. O movimento 
de penetração é avanço, giro a direita e tração. Quando é feito a 
penetração e é tracionado a direita o instrumento se enrosca na 
dentina, com isso é necessário fazer a tração para que seja 
removida a dentina cisalhada. 
 
É uma execução mais lenta, pois o instrumento não entra folgado, 
esse movimento pode ser utilizado tanto para biopulpectomia 
quanto para necropulpectomia. O cateterismo e o esvaziamento 
do canal radicular (biopulpectomia e necropulpectomia) se 
desenvolvem simultaneamente. 
A dificuldade na introdução dos instrumentos e na execução dos 
movimentos de cateterismo podem resultar em deformação 
plástica por flambagem. 
C-pilot: 
 Diametro nominal: 0,06; 0,08; 0,10 e 0,15mm; 
 Comprimento da parte ativa: 19,21 e 25mm; 
 Conicidade: 0,02mm/mm em todo o comprimento de 
trabalho; 
 Haste quadrangular; 
 Segundo o fabricante existe um tratamento térmico no 
instrumento; 
 Resistência a flambagem. 
 
C+file: 
 Diâmetro nominal: 0,06; 0,08; 0,10 e 0,15mm; 
 Comprimento da parte ativa: 18,21 e25mm; 
 Conicidade: 0,04mm/mm nos 4 milímetros junto a 
ponta do instrumento e 0,02mm/mm no segmento 
restante; 
 Possui massa metálica maior (maior conicidade) 
aumentando a resistência de flambagem desses 
instrumentos. 
 O instrumento c+file apresenta maior resistência a 
flambagem do que os instrumentos c-pilot. 
 
Deformação lateral de um instrumento 
endodôntico quando submetido a uma força 
compressiva na direção do seu longo eixo. 
Quando é imprimido uma força no 
instrumento ele não suporta e 
consequentemente desloca, não conseguindo 
entrar no canal. 
 
Estatísticas descritivas da força máxima dos grupos C+File, C-Pilot 
na superfície e resultado da ANOVA. 
Grupos Média Desvio-
padrão 
Intervalo 
de 
confiança 
de 95% 
 
P-valor 
99,56 
(gf) 
5,74 95,45-
103,66 
 
P<0.05 
68,89 
(gf) 
3,92 66,09-
71,69 
 
 
Os alargadores Gates-Glidden devem ser empregados nos 
segmentos retos de canais radiculares e não devem ultrapassar 
a metade do comprimento do dente na radiografia. 
 
Existem situações em que o canal é muito atresiado e a gates 1 
não entra (diâmetro 50), nesses casos é necessário que antes da 
exploração com a gates seja feito um ligeiro alargamento com 
instrumentos manuais. A gates que penetra mais no canal precisa 
guardar uma distância mínima de exploração inicial de 4mm. 
Após a ampliação cervical, o instrumento de cateterismo atinge 
com facilidade o comprimento de exploração inicial (CEI). 
É o método pelo qual se determina o limite apical de trabalho 
endodôntico. Determinação do comprimento de trabalho (CT) e de 
patência do canal (CPC). 
O estabelecimento da odontometria visa: 
 Estabelecer o limite apical de instrumentação; 
 Estabelecer o comprimento de patência do canal; 
 Estabelecer o limite da obturação do canal. 
Uma correta odontometria proporciona: 
 Melhor controle da limpeza e desinfecção; 
 Previne possíveis injúrias aos tecidos perirradiculares; 
 Determina o limite apical de trabalho e obturação. 
Se estiver uma medida incorreta do dente e instrumentar além 
do forame, pode ocorrer reação inflamatória. 
Método sinestésico: a odontometria era feita por sensação tátil. 
Não são utilizados atualmente, pois já existem equipamentos para 
assegurar as medidas para preparar o dente. Eram utilizados 
antigamente por CD (cirurgião-dentista) mais prático. 
Um exemplo do método de odontometria: na primeira sessão o 
paciente foi anestesiado e foi removida toda a polpa, por algum 
motivo houve um problema de projeção radicular e não foi 
possível observar o ápice radicular com o instrumento dentro do 
canal. Em uma segunda sessão sem anestesia é introduzido o 
instrumento no canal até passar pelo forame, quando passa pelo 
forame o paciente relatará dor. Ou seja, se foi penetrado um 
instrumento a, por exemplo, 24 mm e o paciente relatou dor, 
sabe-se que a 24 mm o instrumento está passando pelo forame, 
sendo necessário reduzir o milímetro até o paciente não sentir 
mais dor. 
 
Essa técnica pode ser ainda utilizada não como uma técnica 
isolada, mas como um auxilio a determinação. Pois essa técnica 
era utilizada quando não se tinha a técnica radiográfica. 
Método radiográfico: consiste na introdução de um instrumento 
no interior do canal radicular, seguida de uma tomada 
radiográfica. Necessita de pouco equipamento, apenas o 
equipamento que o CD (cirurgião-dentista) já possui no consultório. 
Sempre que possível, priorizar o emprego da técnica do 
paralelismo (posicionadores de filmes radiográficos). Sendo 
imprescindível uma radiografia de boa qualidade e com uso de 
posicionador incialmente. 
As limas utilizadas para a realização da odontometria devem 
estar justas no canal radicular para evitar seu deslocamento. 
Importante considerar o caráter dinâmico da odontometria, onde 
a resposta é à distância do ponto de referência que pode ser a 
ponta de uma cúspide até o forame apical. 
Os dois pontos de referência extremo do dente para realizar a 
odontometria são: o plano oclusal e o ápice radicular. 
Um bom desgaste compensatório é necessário para não alterar 
ou alterar minimamente antes da odontometria, caso não faça 
um desgaste compensatório antes da odontometria pode-se 
ocorrer o risco de alteração na medida em que foi feito. 
Técnicas: são usadas para a determinação do comprimento de 
trabalho. 
Técnica de Bregman 
 Não é tão utilizada atualmente, mas foi muito 
utilizada na década de 50. 
 Necessita de realização de cálculos matemáticos; 
 
CRD: comprimento real do dente 
CRI: comprimento real do instrumento 
CAD: comprimento aparente do dente 
CAI: comprimento aparente do instrumento 
 
 
 
 
 
Técnica de Ingle 
 Substitui a técnica de bregman; 
 Técnica que se utiliza para realizar a odontometria; 
 Aspecto visual da radiografia; 
 Cálculo matemático que se necessita fazer é o mínimo 
possível, sem aparatos. 
Com o auxilio de uma régua é medido o comprimento do dente na 
radiografia, chamado por alguns autores de comprimento 
aparente do dente. 
 
O comprimento do dente na radiografia da imagem abaixo é de 
22 mm, desta forma é necessário calibrar em 20 mm subtraindo 
os 2 mm dos 22 mm representados na radiografia. Esses 2 mm 
é basicamente uma margem de segurança. 
 
Deve-se introduzir o instrumento no canal radicular a 20 mm, 
feito isto é realizado uma nova radiografia com o instrumento 
equidistante com cerca de 2 mm do ápice radiográfico. 
 
Novamente é utilizado a régua para medir o espaço resultante 
que no exemplo abaixo deu 3 mm, por convenção a medida deve 
estar a 1 mm aquém do ápice radiográfico. 
 
Desta forma é feito a recalibração do instrumento com 2 mm a 
mais, inserindo novamente no canal. É necessário a tomada de 
uma nova radiografia, onde mostrará a distância correta do 
instrumento até o ápice radiográfico. É necessário ter uma 
radiografia com 1,0 mm aquém do ápice radiográfico. 
 
Segundo Helio Lopes, tanto em dentes polpados quanto 
despolpados, o limite da instrumentação deve ser confeccionado 
preferencialmente a 1,0 mm do ápice radiográfico do dente. 
Condição essencial para execução da odontometria: 
 Boa radiografia de diagnóstico (forma, comprimento e 
n° de raízes); 
 Acesso coronário livre e direto aos canais radiculares; 
 Instrumentos com cursores, limas e régua endodôntica; 
 Ponto anatômico bem definido no dente (bordo incisal ou 
ponta de cúspide). 
Determinação da referência coronária: 
 O ponto ou borda de referência deve ser nítido e 
estável, geralmente nos bordos incisais ou pontas de 
cúspide; 
 Facilmente visualizado durante todo o preparo do canal 
e manter-se estável entre sessões; 
 Evitar cúspides socavadas, material restaurador e 
fraturas coronais irregulares. 
Método eletrônico: é a determinação do comprimento de trabalho 
por meio do uso de um aparelho eletrônico (localizadores 
foraminais). 
É necessário ressaltar que o método eletrônico, embora 
eficiente, não permite a visualização da trajetória do instrumento 
no interior do canal radicular. É por meio da imagem radiográfica, 
mesmo que imprecisa na maioria das vezes, que se planeja a 
instrumentação de um canal radicular. Não deve ser usado 
isoladamente, mas sim combinado ao radiográfico. 
A técnica eletrônica para odontometria demonstra ser um 
método auxiliar importante na determinação do comprimento de 
trabalho, mas não substitui a radiográfica convencional. 
Indicação do método eletrônico: 
 Nas situações rotineiras do tratamento endodôntico; 
 Para acompanhamento do comprimento de trabalho 
durante o processo de limpeza e modelagem de canais 
curvos; 
 Pacientes gestantes; 
 Pacientes que apresentam ânsia de vômito durante a 
tomada radiográfica. 
Contra-indicações 
 Canais calcificados ou com material obturador; 
 Fraturas radiculares, reabsorções comunicantes ou 
perfurações; 
 Ápices com grandes reabsorções; 
 Pacientesque possuam marca-passo (possibilidade de 
interferência) 
Vantagens do método eletrônico 
 Indica com precisão a localização do forame apical; 
 Menor tempo para a obtenção do comprimento de 
trabalho; 
 Não apresenta riscos a saúde do pessoal envolvido no 
ambiente odontológico; 
 Fácil manipulação. 
Localizadores foraminais: Sunada (1962) desenvolveu o primeiro 
localizador foraminal. 
 
 
 
1° geração: método da 
resistência 
2° geração: método da 
impedância. 
3° geração: método da 
impedância frequência 
dependente. 
4° geração: ratio method. 
Localizadores foraminais mais modernos: 
 
Requisitos para um bom desempenho do aparelho medidor do 
canal dentário 
 A alça labial e a presilha da lima deve está 
adequadamente acoplados; 
 O canal radicular sempre úmido e a câmara pulpar seca; 
 Material restaurador metálico em contato com lima 
desvia a corrente. 
Sequência operatória: 
 Acoplar a alça labial no paciente e a presilha na lima; 
 Introduzir a lima lentamente no interior do canal 
radicular. 
 Ajustar o cursor ao bordo de referência; 
 Realizar a tomada radiográfica 
 Remover a lima e aferir a medida com o auxilio de uma 
régua metálica milimetrada. 
A parte mais constrita do canal radicular está na junção/união 
entre o canal dentinário e canal cementário, o limite final é 
chamado de limite CDC (cemento dentina canal). 
No segmento apical existe um canal dentinário e um canal 
cementário, no segmento apical o cemento é um pouco mais 
espesso devido ao tamanho dos cementoplastos ativos que 
produzem ao longo do tempo cada vez mais cementos, com essa 
deposição ocorre à formação de um canal cementário. 
 
No tratamento endodôntico o ideal é que os instrumentos vão no 
máximo até o limite CDC, pois do limite CDC até o forame não é 
mais dentina e sim cemento, sendo considerada uma área de 
ligamento periodontal. 
A localização dessa junção ocorre em média entre 0,5 e 0,75 
mm aquém do forame apical. 83% dos casos, o forame apical 
está localizado parapicalmente, variando entre 0,5 e 3 mm 
aquém do ápice radiográfico. 
Investigação microscópia de ápices radiculares: 
 12,6% coincidem com vértice apical; 
 8,8% na face vestibular; 
 4,6% na face lingual ou palatina; 
 12,1% na face mesial; 
 61,7% na face distal da raiz. 
 
Durante a instrumentação do canal radicular, dois processos são 
simultaneamente envolvidos: instrumentos endodônticos e solução 
química auxiliar. 
1) Limpeza e desinfecção: é a remoção de todo material orgânico 
como restos pulpares, raspas de dentina e contaminação 
bacteriana, criando um ambiente propício à reparação dos 
tecidos perirradiculares. Sempre vai sobrar microrganismos 
dentro dos túbulos dentinários, a limpeza desses túbulos vai 
ser realizada com a solução química irrigadora e medicação 
intracanal. 
2) Ampliação e moldagem: visa a confecção de um canal de 
formato cônico com o menor diâmetro apical e o maior em 
nível coronário. 
 
 
 
 
 
IAI: instrumento apical inicial (primeiro instrumento utilizado no 
comprimento de trabalho). É o primeiro instrumento que se adapta 
ao canal. 
IAF ou IM: instrumento apical final ou instrumento de memória 
(último instrumento utilizado no comprimento de trabalho). 
 
 
O comprimento de trabalho é determinado na odontometria, sendo: 
 
Ou seja, se um canal apresenta um comprimento de 24mm, o 
comprimento de trabalho vai ser 23mm. 
Diâmetro do preparo apical 
Em dentes vitalizados (biopulpectomia): 
Instrumento inicial mais três. 
Exemplo: se o instrumento inicial foi 15, vai adicionar mais três 
instrumentos (20,25,30), com isso o instrumento final é 30. 
Em dentes desvitalizados (necropulpectomia): 
Instrumento inicial mais quatro. 
Exemplo: se o instrumento inicial foi 15, vai adicionar mais quatro 
instrumentos (20,25,30,35), com isso o instrumento final é 35. 
Batente, ombro, parada ou degrau apical 
É o ponto de parada da instrumentação. 
Equivale ao comprimento de trabalho 
determinado pela odontometria. 
Esse degrau no final do preparo está a 
1mm de distância do forame apical, e é onde vai ser adaptado o 
cone de guta percha que vai nos orientar no momento da 
obturação do canal. 
IP: instrumento de patência do canal. (instrumento que vai até a 
abertura do forame apical). Com a finalidade de limpeza do 
milímetro final do segmento apical. 
À medida que os instrumentos vão cortado a dentina radicular, vai 
sair muita raspa de dentina, se essa raspa de dentina não for 
removida corretamente, ela pode entupir esse 1mm de canal, e as 
vezes até entupir o próprio comprimento do canal que está sendo 
instrumentado. Esse entupimento bloqueia o 
canal, ao tentar entrar com o instrumento não 
vai conseguir, com isso acabado forçando o 
instrumento no interior do canal e não 
consegue entrar, e a medida que se força pode 
causar algum problema, como a perfuração do 
canal radicular Portanto, para remover esses restos de dentina 
se utiliza um processo duplo: com a irrigação e com a utilização do 
instrumento de patência do canal. 
O forame apical deve ser mantido 
limpo e patente durante toda a 
instrumentação com instrumentos 
de pequeno calibre ultrapassando o 
forame em no máximo 1mm, 
impedindo que as raspas de dentina se acumulem no segmento 
apical. O instrumento de patência é de menor calibre que o IAI. 
A cada troca de instrumento, por exemplo, do 15 para 20, deve 
se realizar a irrigação do canal com a solução química irrigadora e 
fazer a patência do canal. 
Movimentos dos instrumentos endodônticos 
Movimento de exploração ou cateterismo 
É a exploração inicial do canal radicular. Nos canais amplos a 
penetração do canal é realizada com giro direita e a esquerda com 
pequenos retrocessos, com isso vai avançando no interior do canal. 
 
Movimento de alargamento com rotação 
parcial 
O instrumento deve ter diâmetro maior que o do canal. É indicado 
para alargamento de canais atresiados. 
Penetra com o instrumento realizando movimento de 
pressão na direção apical, gira ½ a ¼ de volta a direita 
e remove o instrumento. Com isso, vai se desgastando, 
ampliando o canal radicular. 
Indicado para lima tipo K de aço ou NiTi. 
Movimentos de alargamento com rotação 
alternada (forças balanceadas ou movimento 
oscilatório) 
Tem a finalidade de alargar os canais radiculares. 
Consiste no movimento de avanço, rotação à direita, 
rotação à esquerda e tração do alargador no interior 
do canal. Faz esse giro de 2 a 3 vezes e depois 
remove. 
O movimento de rotação à direita tem segmento de 
arco menor do que o da esquerda. 
O instrumento deve ter diâmetro maior que o do canal, indicados 
para limas K e NiTi. Os instrumentos não podem ser pré-curvados, 
pois quando curva esse instrumento, acaba criando tensões e 
facilitando a fratura. E também cria tensões no desgaste da 
dentina. 
É preferível que o instrumento por si só se curve no canal, ou seja, 
a própria anatomia do canal curve esse instrumento. 
O movimento de alargamento consiste no avanço e no giro 
(rotação) do alargador no interior de um canal. É feito em 
segmentos mais arredondados e mais estreito. Ele amplia o canal, 
realizando um desgaste bem arredondado. O diâmetro do alargador 
deve ser maior do que o do canal. 
 
Quando o canal é muito achatado, se escolher um instrumento que 
toque todo o perímetro do canal radicular, vai ocorrer uma 
perfuração do canal. Para esses canais, utiliza se o movimento de 
limagem. 
 
Movimento de limagem 
Caracterizado pelo avanço do instrumento em 
direção apical, pressão lateral contra as paredes e 
tração com movimentos curtos entre ½ a 2mm 
em direção a coroa. Estes movimentos são 
realizados igualmente por todo o perímetro do 
canal. 
Pode ser realizada com instrumento tipo K ou tipo restroom. 
Não se deve realizar movimentos de limagem pelo menos nos 3 a 
4 mm apicais, para deixar uma forma arredondada no segmento 
apical. O instrumento deveestar solto no canal. Esse movimento só 
pode ser feito na porção do canal reta e achatada. 
Movimento de alargamento e limagem 
Realizando movimentos de alargamento parcial e a 
seguir tração com pressão de encontro as paredes 
do canal. É um movimento hibrido: penetra no canal 
gira a direita, traciona contra a parede e puxa o 
instrumento. 
Só pode ser feito em porção reta do canal e deve manter a 
distancia de 3 a 4mm apicais. Sendo indicado para cateterismo de 
canais atresiados. 
Apenas as limas tipo K poderão ser utilizadas neste tipo de 
movimento. 
 
Função: eliminação das interferências anatômicas do canal e 
facilitar a penetração dos demais instrumentos no CT e CP 
estabelecidos. 
Condição ideal: instrumentação de canal no CP ao menos 
até o instrumento n° 15. 
Se um determinado canal atresiado foi instrumentado até o seu 
comprimento de patência com um instrumento 0,6, então é 
possível ampliar esse canal por inteiro até pelo menos o 
instrumento 10 (preferencialmente até 15, se possível). Dessa 
forma, usam-se os instrumentos 0,6; 0,8 e 10 até a patência. 
Obs: nem sempre será possível realizar o glide path até a 
numeração ideal, visto que muitos canais atresiados podem ter 
uma acentuada curvatura, impedindo, dessa forma, a utilização de 
instrumentos mais calibrosos. 
Consiste em dilatação até o comprimento de trabalho (CT) com 
uma lima inicial (IAI) que se ajuste ao diâmetro anatômico da região 
apical, mais 3 ou 4 instrumentos de diâmetros ascendentes 
mantendo-se o mesmo comprimento de trabalho (confecção do 
batente apical). 
Esse batente tem o objetivo de criar um degrau próximo ao 
forame apical, com o objetivo de se criar uma região que sirva 
para ancorar o cone de guta percha (que nos auxiliará na 
obturação do canal). A confecção do batente apical permite criar 
uma matriz, contra o qual o material obturador é condensado. 
O uso intencional e repetido dos instrumentos ao mesmo nível 
apical produzirá uma “parada apical” criando um canal cirúrgico de 
diâmetro maior que o canal anatômico original. 
 
Na imagem representada se tem um dente 
com comprimento de patência igual a 22 
mm e comprimento de trabalho igual a 21 
mm. O instrumento apical inicial escolhido foi 
o 15, sendo realizado o movimento de 
alargamento até que esse primeiro 
instrumento fique folgado dentro do canal. 
Nesse momento é feito a irrigação, patência 
e trocado de instrumento. Esse processo será repetido ate 
chagar ao IM, que no exemplo é o instrumento de n° 30. 
Entre cada instrumento faz-se irrigação, aspiração e patência. 
O uso de instrumentos com maiores diâmetros em toda a 
extensão do preparo, devido à redução de sua flexibilidade, induz 
a um número maior de acidentes, principalmente em canais 
curvos e atresiados, com degraus, zip, obliteração apical com 
raspas de dentina, perfurações e dentre outros. 
 
Clem 1969 propôs que instrumentos 
endodônticos de menor calibre fossem 
usados em todo o CT (comprimento de 
trabalho) e os de maior calibre empregados 
em ordem crescente de diâmetro e 
comprimentos inferiores ao de trabalho. 
Clem complementa que durante esse processo de escalonamento, 
deve-se realizar a irrigação, aspiração e patência foraminal a 
cada troca de instrumento. E escalonar com recuo programado 
de 1 mm em cada lima posterior, com o objetivo de preparar os 
terços médio e cervical do canal radicular. 
A cada aumento de diâmetro do instrumento é necessário 
diminuir em 1 mm a instrumentação do canal (CT), fazendo um 
desgaste que lembra a forma de um telescópio. 
Além de conferir um aspecto mais cônico ao canal, o 
escalonamento também tem por função aumentar o contato dos 
instrumentos com a parede do canal. Dessa forma, em uma 
necropulpectomia, por exemplo, será possível cisalhar mais 
dentina e com isso remover mais biofilme e microbiota (aderidos 
aos túbulos dentinários). 
Seguindo o exemplo abaixo, tem-se um canal com 22 mm de 
comprimento até o forame apical, o que significa que o 
comprimento de trabalho do mesmo é de 21 mm. É com essa 
medida de 21 mm que será feito o batente desse dente, ou seja, 
uso do IAI mais três instrumentos para uma biopulpectomia, ou o 
IAI mais quatro instrumentos para uma necropulpectomia. 
 
 
Obs: o canal radicular (e câmara pulpar) deve estar sempre 
inundado com solução irrigadora (hipoclorito de sódio). Caso 
contrário o canal irá entupir. 
Importante frisar: deve-se diminuir progressivamente e 
respectivamente 1 mm a cada instrumento de escalonamento. 
Executar a limpeza do forame apical durante e após a 
instrumentação com IP e deixar sempre o canal repleto de 
solução irrigante. 
 
 
 
O escalonamento não precisa necessariamente ser feito até a 
região cervical. Isso porque 
normalmente até 16 mm utiliza-se os 
alargadores de gates glidden, ou 
seja, a partir de 16 mm a gates já 
faz o alargamento. 
 
Obs: O escalonamento pode e deve 
ser realizado em todos os tipos de 
canal. 
 
 
 
 
 
 
Obturar um canal radicular significa preenche-lo em toda sua 
extensão com um material inerte ou anti-séptico, que sele, 
permanentemente, da maneira mais hermética possível, 
estimulando o processo de reparo apical e periapical. 
 
Segundo De Deus (1992), o selamento do sistema de canais 
radiculares objetiva: 
 
 Prevenir a formação de exsudato e sua percolação em 
seu interior; 
 Impedir a reinfecção por microorganismos que possam, 
eventualmente, ter permanecido. 
 Favorecer o processo biológico de cicatrização dos 
tecidos periapicais 
 
 
O ideal é que toda obturação seja 
bem compacta e preenchida o 
máximo possível como 
representado na imagem ao lado. 
É necessário preencher, pois 
desta forma o microrganismo 
estará trancafiado, impedindo 
assim que cheguem nutrientes 
para o microrganismo. 
 
 
Um canal mal tratado, cujo tratamento 
de canal não foi bem realizado pode 
criar espaços dentro do canal 
radicular, quando cria espaços pode-se 
ocorrer uma percolação, ou seja, 
fluidos teciduais que penetram pelo 
forame apical e vão preencher 
espaços vazios de dentro do canal. 
 
Podem entrar no canal radicular devido esses espaços: proteínas 
solúveis em água, enzimas e sais. Podendo entrar também alguma 
bactéria, fruto de uma bacteremia transitória e penetrar por 
esse forame. Sabe-se que é um ambiente quente, úmido e 
escuro. Ou seja, lugar propício para o microrganismo se 
proliferar. 
 
Obs: a bactéria pode entrar por percolação (via forame apical), 
via infiltração coronária, via túbulo dentinário e pequena trinca no 
esmalte e na dentina. 
 
 
 
 
 
Exemplo de imagens radiográficas de uma obturação bem 
realizada. 
 
 Imagem1: observa-se uma lesão periapical grande. 
 Imagem 2: tem-se osso alveolar formado no local onde 
tinha uma grande lesão (radiografia de 3-4 anos depois). 
 
 
Cowen e Burs (1997), diz que é possível dizer que o tratamento 
endodôntico termina quando a região periapical neutraliza o 
transtorno por este tratamento, ou repara uma lesão pré-
existente. 
 
Propriedades biológicas 
 
 Boa tolerância tecidual 
 Estimular o permitir reparação 
 Ter ação antimicrobiana 
 Não ser mutagênico ou carcinogênico 
 Não desencadear resposta imune 
 Ser reabsorvido no periápice em extravasamento 
acidentais 
 
Propriedades físicas 
 Facilidade de inserção 
 Bom tempo de trabalho 
 Permitir selamento hermético 
 Não sofrer contração 
 Ser radiopaco 
 Ser de fácil remoção 
 Plástico na inserção e solido posteriormente 
 Possuir bom escoamento 
 Possuir boa viscosidade e aderência 
 Não ser solubilizado no interior do canal 
 Não sofrer contração 
 Não manchar estruturas dentais 
 pH próximo ao neutro 
 Ser passível de esterelização 
 
Materiais em estado sólido: 
 Cones de guta-percha; 
 Cones de resina. 
 
Materiais em estado plástico 
 Cimentos a base de OZE; 
 Cimentos a base de resina plástica; 
 Cimento obturador contendo MTA; 
 Cimentos contendohidróxido de cálcio; 
 Cimentos a base de ionômero de vidro; 
 Cimentos a base de silicone. 
 
É uma substância vegetal, removida de uma árvore denominada 
Palaquium Gutta. 
 
Composição: gutapercha 20%; óxido de zinco (60%-75%), 
carbonato de cálcio, sulfatos, óleo de cravo (1,5%- 15%). 
 
O óxido de zinco é o material em maior quantidade e promove um 
poder antisséptico ao material. Ou seja, evita que microrganismos 
proliferem no local. 
 
Propriedades: 
 Facilidade de emprego; 
 Custo reduzido; 
 Bem tolerada pelos tecidos periapicais; 
 Boa radiopacidade; 
 Não solubilizada por fluidos orgânicos; 
 Razoável estabilidade dimensional; 
 Passível de ser removida quando necessário desobturar. 
 
Cones de guta percha alfa: 
 Menor temperatura de fusão; 
 Alto índice de escoamento e adesividade; 
 Pegajosa quando aquecida; 
 Utilizada na técnica da obturação termoplastificada. 
 
Cones de guta percha beta: 
 Maior temperatura de fusão; 
 Baixo escoamento e pouca adesividade as paredes do 
canal; 
 Maleável quando aquecida; 
 Utilizada na técnica de condensação lateral ativa. 
 
Cones de guta percha e seus tipos: 
 Tipo I: principal (estandarlizados) 
 
 
 Tipo II: auxiliares (convencionais) 
 
 
 
Obs: a ponta do cone deve ter o diâmetro da ponta do último 
instrumento utilizado. 
 
 
O momento da obturação deve seguir algumas 
particularidades, como: 
 
 O canal deve ser encontrado preparado, limpo e 
dilatado na forma cônico-progressiva. O preparo no 
dente é o que fornece essa forma cônico 
progressiva de apical para cervical. 
 
 Canal deve estar seco, livre de umidade e exsudato. 
 
Dentes principalmente com patologias periapicais e que é 
instrumentado e obturado na segunda sessão precisam ter as 
seguintes características: 
 
 O dente precisa encontrar-se assintomático, sem dor 
espontânea a percussão e sem sensibilidade apical a 
palpação. 
 
Obs: não é necessária esperar a cicatrização de uma lesão para 
obturar o canal. É necessário fazer a obturação o mais rápido 
possível, mas somente deve ser realizado quando o dente se 
encontrar assintomático. 
 
Em caso de tecido pulpar vital (biopulpectomias) o ideal pela 
ausência de contaminação no canal radicular é obturar em uma 
única sessão. 
 
Em casos de tecido pulpar necrosado (microrganismos no canal) é 
necessário obturar no mínimo duas sessões. 
 
 
Tanto dentes polpados quanto despolpados, o limite da 
instrumentação deve ser confeccionado preferencialmente a1 
mm do ápice radiográfico do dente. 
 
 
É necessário anestesiar, fazer o isolamento absoluto, abertura 
coronária, irriga/remove a medicação e faz-se a recaptulação 
refazendo a patência e experimentando o instrumento de 
memória. 
 
O instrumento de memória é o último instrumento utilizado em 
todo o comprimento de trabalho. Por exemplo: se foi 
instrumentado do 15 ao 40 o instrumento de memória é o 40. 
 
Todo dente que ira passar por uma obturação precisa ser 
preparado com a remoção do curativo de demora e irrigação 
com hipoclorito de sódio ou EDTA 17% por 3 minutos. 
 
Técnica de obturação dos canais radiculares: 
 
 
 
 
 
 
 Escolha do cone de guta-percha principal; 
 
O cone de cuta-percha principal é aquele cuja ponta do cone tem 
diâmetro da ponta do instrumento de memória, ou seja, se o 
instrumento final foi 40 a ponta do cone tem que está calibrada 
no diâmetro 0.4 milímetros. Obtém-se isso de duas formas: 
fazendo o cone principal ou compra-se o cone calibrado. 
 
Pode-se fazer o cone principal pegando qualquer cone, porém, é 
necessário saber que existem espessuras diferentes. Como por 
exemplo, cone XL que é bem fino, L que é mais largo e ML que é 
bem mais calibroso. Ou seja, é no olhômetro que se observa sua 
espessura para utilizar no canal. 
 
Transformação dos cones acessórios em cones principais 
(calibração dos cones por meio das réguas): na parte de trás da 
régua têm-se vários furinhos onde cada um possui sua 
numeração e na parte da frente observam-se os calibres 
diferentes. Desta forma, consegue-se calibrar os cones 
acessórios transformando-os em cones principais e colocando o 
cone pela parte de trás onde tem os números e pela parte da 
frente se pega uma lâmina de bisturi para cortar o cone. Quando 
o cone é cortado ele está calibrando o cone com o número que 
foi escolhido, esse número é o diâmetro em milímetros do que foi 
cortado. 
 
Por exemplo, se for cortado o cone no buraco do 
número 40 significa que o calibre do cone de guta-
percha é igual ao calibre do instrumento da ponta 
de número 40, sendo 0,4 mm de diâmetro. Isto é 
feito, pois o cone principal precisa entrar justo no 
terço apical do canal, precisando vedar e se 
adaptar perfeitamente a região apical. 
 
 
Todos os cones que forem utilizados devem ficar imersos em 
hipoclorito de sódio por 1 minuto para realizar a desinfecção. 
Durante a prova do cone principal o canal deve está inundado e 
não seco, deve está cheio de hipoclorito. 
 
 Executar tomada radiográfica; 
 
O cone principal precisa está chegando até o 
comprimento de trabalho (1 mm) e a 
adaptação do cone principal ao terço apical. 
 
 
 Verificar o “travamento apical” do cone principal; 
 
No terço apical até o comprimento total de trabalho o cone 
principal precisa entrar justo. Essa forma justa é sentida 
manualmente chamando-se de “travamento apical”. Ou seja, 
quando é ajustado o cone no comprimento de trabalho sente-se 
que o cone deu uma travada/adaptada de modo que é sentido 
uma pressão resistente à tração do cone. 
 
Quando o cone fica aquém, ou seja, não chegou ao comprimento 
de trabalho pode ser que ele tenha a ponta de calibre maior do 
que o instrumento de memória ou o cone tem uma conicidade 
maior do que a conicidade que foi dado no preparo. Sendo 
necessário trocar o cone e recaptular. 
 
Quando o cone ultrapassa pode-se calibrá-lo melhor para se 
travar e se adaptar melhor ao seu batente. 
 
 Calibragem do cone principal; 
 
Quando é realizado o corte na régua ficam algumas rebarbas, 
sendo necessário inspecionar o cone, pois o ideal é que o cone 
fique redondo. É necessário posicionar o cone em uma placa de 
vidro e ir com a gilete ou 
lâmina de bisturi acertando o 
Técnica da 
condensação 
lateral 
preparo da ponta do cone e cortando os excessos. 
 
 Secagem do canal com cones de papel 
 
 
Realiza-se a secagem do canal inicialmente utilizando sucção com 
uma ponta aspiradora e, em seguida, cones de papel absorvente 
estéreis de diâmetros compatíveis com o do preparo apical, 
sobre os quais se delimita o CT. Os cones de papel absorventes 
estão disponíveis comercialmente nas conicidades de 0,02, 0,04 
e 0,06 mm/mm e diâmetros em D0 padronizados (ISO). Alguns 
fabricantes oferecem cones de papel absorvente com os 
diâmetros semelhantes aos dos instrumentos endodônticos 
empregados no preparo apical do canal radicular. Outros 
fornecem os cones de papel já esterilizados. Os que não vierem 
estéreis do fabricante devem ser esterilizados em autoclave 
antes do uso. 
 
Um cone de papel absorvente deverá ser mantido no interior do 
canal, até o momento da obturação propriamente dita, a fim de 
absorver a umidade que se deve acumular, principalmente, na 
região apical. Nos casos de canais amplos, mais de um cone de 
papel podem ser colocados lateralmente ao apical. 
 
 Manipulação do cimento endodôntico de forma 
homogênea e cremosa; 
 
Necessário incrementar o pó ao líquido e deixar com um aspecto 
semelhante a um creme dental. Deve ser espalhado em uma 
grande área da placa para poder esmagar os grãos do pó 
deixando tudo em forma homogênea. 
 
 Lubrificar o cone de guta-percha com cimento 
obturador e pincelar contra as paredes do canal; 
 
 Introdução do cone principal com movimento firme e 
curto de vaivém e penetração; 
 
 Condensação lateral; 
 
Seleciona-se o instrumento 
espaçador endodôntico digital 
servindo para auxiliar a colocação 
de cones de guta-percha 
lateralmente o cone principal. O 
ideal é

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