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Os requisitos fáticos e legais para a aplicação do instituto da desapropriação de terras para fins de Reforma Agrária são os seguintes

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1. Os requisitos fáticos e legais para a aplicação do instituto da desapropriação de terras para fins de Reforma Agrária são os seguintes:
· O imóvel rural deve estar em desacordo com a função social da propriedade, conforme previsto no artigo 9º da Lei nº 8.629/93.
· A desapropriação deve ser feita por interesse social, conforme previsto no artigo 184 da Constituição Federal.
· A desapropriação deve ser precedida de declaração do Poder Executivo, conforme previsto no artigo 2º da Lei Complementar nº 76/93.
2. A definição legal de propriedade rural produtiva é dada pelo Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/64) e pela Constituição Federal de 1988. De acordo com o Estatuto da Terra, o imóvel rural é definido como “o prédio rústico de área contínua qualquer que seja a sua localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de iniciativa privada”. Já a Constituição Federal estabelece que a pequena propriedade rural deve cumprir sua função social e atender aos critérios estabelecidos em lei (artigo 185). Não há diferenças entre pequena, média e grande propriedade em relação aos critérios adotados pela lei.
3. O prazo para a propositura da Ação de Desapropriação após a publicação do decreto declaratório que reconhece o imóvel rural como sendo de interesse social é de dois anos, conforme previsto no artigo 3º da Lei Complementar nº 76/93.
4. O processo judicial de desapropriação para fins de Reforma Agrária é regulamentado pela Lei Complementar nº. 76/93. O processo possui três fases: declaratória (administrativa), executória (judicial) e distribuição das propriedades desapropriadas. A fase declaratória ocorre no âmbito administrativo e consiste na declaração do Poder Executivo sobre a necessidade da desapropriação por interesse social. A fase executória ocorre no âmbito judicial e consiste na propositura da Ação de Desapropriação pelo Poder Público. Por fim, a fase de distribuição das propriedades desapropriadas ocorre após a conclusão do processo judicial.
5. Durante o processo de expropriação para fins de reforma agrária, as teses de defesa cabíveis são as seguintes:
· Inexistência dos requisitos legais para a desapropriação;
· Ausência ou insuficiência do pagamento da indenização;
· Inobservância do contraditório e ampla defesa;
· Inobservância dos princípios constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade.
Em relação à violação ao princípio constitucional do contraditório, é possível falar em violação caso não seja garantido ao proprietário o direito ao contraditório e à ampla defesa durante o processo judicial.
6. Os imóveis rurais desapropriados, uma vez registrados em nome do expropriante, não poderão ser objeto de ação reivindicatória.
7. Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a constitucionalidade do trecho da Lei da Reforma Agrária, de 1993, que permite a desapropriação de imóveis rurais produtivos que não cumprem função social.
Durante sessão do plenário virtual da Corte, no dia 05/09/2023, os ministros rejeitaram ação protocolada pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) em 2007. A entidade alegou que a norma é inconstitucional por igualar propriedades produtivas e improdutivas.
Ao se manifestar sobre a questão, o relator do caso, ministro Edson Fachin, entendeu que o cumprimento da função social está previsto na Constituição e que a propriedade produtiva deve demonstrar o cumprimento da regra de função social.
"Seria possível imaginar-se, por exemplo, que a propriedade rural seja racional e adequadamente aproveitada sem que com isso seja produtiva, mas é impossível, tal como propõe a requerente, reconhecer a inexpropriabilidade da propriedade produtiva que não cumpra o requisito relativo ao aproveitamento racional e adequado", afirmou.
Para o STF, a utilização apropriada dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente constituem elementos de realização da função social da propriedade. A desapropriação de terra, segundo a Constituição, será feita com justa indenização em títulos da dívida agrária, com preservação do valor real a área, resgatáveis no prazo de até 20 anos.
O entendimento foi seguido pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, André Mendonça e Nunes Marques.
O julgamento foi realizado no plenário virtual da Corte, modalidade na qual os ministros inserem os votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial. A análise do caso terminou na sexta-feira (1°), e o resultado foi divulgado nesta terça-feira.
Atividade diagnóstica – Direito Agrário – Ricardo De Luca Rossetto

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