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Direito Urbanístico - Procurador da Prefeitura 13 04 17 - CURSO COMPLETO

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Professor:	Vinícius	Marins		 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	PROLABORE		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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CURSO	PROCURADOR	DA	PREFEITURA	DE	BELO	HORIZONTE	
Direito	Urbanístico	
	
Professor:	Vinícius	Marins	
	
22/11/16	
Ø Bibliografia	Básica	
-	Direito	Urbanístico	Brasileiro	–	José	Afonso	da	Silva	(esgotado	na	versão	atualizada)	
Livro	referência	do	Direito	Urbanístico,	todavia	muito	difícil	de	ler.	
Direcionado	para	quem	trabalha,	milita	na	área,	contudo	não	recomendado	para	quem	está	começando	
a	estudar.	
-	Direito	de	Construir	–	Hely	Lopes	Meireles	
Complementa	a	obra	do	José	Afonso	da	Silva.	
Recomendado	para	quem	está	iniciando	na	área	por	possuir	linguagem	de	fácil	compreensão.	
-	Direito	Urbanístico	–	Victor	Carvalho	–	Editora	RT	
Livro	mais	moderno,	abordagem	mais	moderna.	Entretanto,	não	tem	a	profundidade	do	José	Afonso	da	
Silva.	
Autor	bacana	para	começar.	
-	Direito	da	Cidade	–	Joaquim	Castro	Aguiar	(esgotado)	
-	Estatuto	da	Cidade	–	Organizado	por	Adilson	Dallari	–	Editora	Malheiros	
O	Estatuto	da	Cidade	é	a	lei	base	do	direito	urbanístico.		
A	obra	apresenta	um	estudo	dedicado	ao	Estatuto	da	Cidade.	
Ø Introdução	
1.	Considerações	Iniciais	
O	Direito	Urbanístico	remonta	a	ideia	de	ubrs	que	remonta	à	cidade.	
O	Direito	Urbanístico	parte	da	noção	da	cidade,	é	o	Direito	da	Cidade.	
Também	remonta	a	urbanismo.	
	
Professor:	Vinícius	Marins		 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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2.	Conceito	de	Cidade	
O	conceito	de	cidade	se	divide	em	correntes:	
a)	Demográfica	
Agrupamento	concentrado	de	pessoas	
Ex.	Onu:	Agrupamento	territorial	que	reúne,	no	mínimo,	20.000	habitantes.	
EUA:	Reúne,	no	mínimo,	50.000	habitantes.	
Trata-se	de	um	critério	que	não	é	adotado	na	legislação	brasileira.	
Critério	científico,	doutrinário.	
b)	Econômica	
Cidade	se	caracteriza,	sobretudo,	por	se	dedicar	a	uma	produção	essencialmente	urbana,	ou	
seja,	uma	atividade	econômica	que	é	essencialmente	urbana	focada	na	indústria	e	no	comércio.	
Ademais,	a	população	local	é	a	destinatária	de	quase	a	totalidade,	ou	parcela	substancial,	do	
que	é	produzido.	
“Urbano	é	tudo	que	não	se	enquadra	na	produção	extrativista	e	agro-pastoril.	
Crtério	bem	mais	adotado.	
-	Crítica	(cidade	pós	industrial)	
Conceito	de	cidade	muito	próprio	do	regime	capitalista	clássico,	contudo,	na	atualidade,	é	colocado	em	
discussão,	uma	vez	que	há	cidades	que	se	mantêm	com	atividades	econômicas	totalmente	diferentes	das	
clássicas	(cidades	pós-industriais).	
Nas	 cidades	 pós-industriais,	 o	 que	 se	 produz,	 tem	 alto	 valor	 agregado/econômico,	 todavia	 os	 bens	
produzidos	são	intangíveis.	Transcende	a	necessidade	de	um	núcleo	urbano	denso.	
Ex.	Cidades	voltadas	para	a	produção	de	aplicativos	de	celular.	
c)	Sistemas	(doutrinamente	adotado)	
Doutrinariamente,	cidade,	nos	dias	atuais,	é	tratada	como	conjunto	de	sistemas.	
No	agrupamento	territorial,	deve-se	reunir	alguns	sistemas	mínimos,	quais	sejam:	
i.	Sistema	Político-Administrativo:		
Governo,	governança	mínimos.	
Organização	política	em	torno	do	território.	
	
	
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ii.	Sistema	Econômico	
Há	 uma	 produção	 econômica	 voltada	 para	 o	 próprio	 território.	 Ideia	 do	 critério	 econômico	 mais	
qualificada.	
Produção	e	consumo	alimentados	na	própria	cidade.	
iii.	Sistema	Ordenado	do	Território	
Deve	estar	ordenado	por:	
-	Edificações	que	sejam	tipicamente	urbandas;	
-	Equipaments	urbanos	
Locais	que	vão	dar	àquela	circunscrição	territorial	características	de	cidade.	
Ex.	Postos	de	saúde,	quadras,	etc.	
Nota	–	Critério	de	Sistema	no	Brasil:		
No	Brasil,	 a	 cidade	 somente	existe	 enquanto	 sede	do	município,	 sendo	esta	o	 local	 onde	 se	
concentram	as	atividades	governamentais.	
No	 entanto,	 o	 sistema	 político	 administrativo	 não	 é	 nada.	 Deve-se	 somar	 as	 características	
econômicas	e	ordenadas	territoriais.	
3.	Urbanismo	
Fernando	Alves	Correira	diz	que	o	urbanismo	é,	ao	mesmo	tempo,	três	coisas:	
a)	Fato	Social:	Urbanização	+	Industrialização	(Sec	–	XIX)	
Fato	social	também	é	denominado	de	urbanização	que,	a	seu	turno,	é	denominado	como	expansão	da	
atividade	urbana	sobre	o	espaço	rural.		
Fenômeno	muito	clássico	que	altera	drasticamente	as	cidades.	
A	urbanização	moderna	vem	acompanhada	do	fenômeno	da	industrialização.	
b)	Ciência:	Conhecimentos	
Nasce	uma	percepção	muito	clara	de	que	a	urbanização	é	um	fenômeno	que	causa	muitas	distorções.	
A	urbanização	que	se	deu	a	partir	do	século	XIX	não	foi	planejada,	trazendo	consigo	problemas	correlados.	
Ex.	Problemas	sanitários,	moradia,	transporte,	distribuição	de	renda.	
O	urbanismo	como	um	conjunto	de	conhecimentos	que	vai	buscar	corrigir	as	distorções	do	processo	de	
urbanização.	
Conjunto	de	saberes	que	serão	aplicados	na	correção	das	falhas	geradas	pela	urbanização.	
Nasceu	na	França,	entretanto	tinha	um	sentido	preponderantemente	estético	(“Conhecimento	aplicado	
para	embelezar	a	cidade”).	
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O	urbanismo	como	conhecimento	nasce	como	urbanismo	estético.	
As	primeiras	normas	urbanísticas	que	surgiram	no	mundo	são	estéticas,	 influenciadas	pela	concepção	
primeira	do	urbanismo	
Ex.	Altura,	colocação	de	árvores,	etc.	
O	urbanismo	estético	avança	e	dá	origem	ao	sentido	ético.	
Urbanismo	ético	é	consagrado	na	Conferência	Internacional	de	Arquitetura	Moderna	(1928)	através	da	
Carta	de	Atenas.	
A	Carta	de	Atenas	propõe	que	o	papel	do	urbanista	não	é	somente	embelezar	a	cidade,	mas	também	de	
delimitar	a	ordenação	adequada	dos	espaços	habitáveis,	permitindo	aos	cidadãos	da	cidade	o	exercício	
de	quatro	funções	sociais	vitais	mínimas,	sendo	estas:	
1.	Moradia;	
2.	Circulação;	
3.	Trabalho;	
4.	Recreação.	
A	Carta	de	Atenas	traz	uma	ideia	que	é	repetida	até	hoje	pelos	autores,	sendo	este	o	conceito	mais	aceito	
de	direito	urbanístico.	
Importante	mencionar	que	esta	ordenação	não	se	limita	aos	espaços	urbanos,	mas	abrange	os	espaços	
rurais	onde	se	verifica	o	impacto	da	atividade	rural	no	exercício	destas	funções	vitais	no	meio	urbano.	
c)	Técnica:	Ordenação	Social	
Mecanismo	 de	 ordenação	 social	 visando	 a	 aplicação	 dos	 conhecimentos	 produzidos	 pela	 ciência	 do	
urbanismo	e	que	vão	corrigir	as	distorções	oriundas	do	processo	de	urbanização.	
É	consenso	de	que	o	urbanismo	como	técnica	constitui	uma	função	pública,	ou	seja,	constitui	uma	tarefa	
que	é	encargo	do	estado.	
O	 Urbanismo	 é	 uma	 função	 pública,	 ou	 seja,	 compete	 ao	 Estado	 aplicar,	 por	 meio	 de	 normas,	 os	
conhecimentos	 produzidos	 pela	 ciência	 do	 urbanismo,	 delimitando	 como	 se	 dará	 a	 organização	 do	
território.	
Na	 atualidade,	 fala-se	muito	no	urbanismo	 concertado,	 também	conhecido	 como	ordenação	urbana	
consorciada	 que,	 a	 seu	 modo,	 consiste	 no	 poder	 público	 e	 a	 sociedade	 atuando	 em	 conjunto	 na	
organização	do	território.	
Urbanismo	concertado	se	dá	através	do	compartilhamento	das	atividades	urbanísticas	entre	a	sociedade	
(particulares)	e	o	Estado	(Poder	Público).	
Ex1.	Parcelamento	do	solo	(atividade	urbana	básica).	O	loteador	tem	uma	série	de	obrigações	ao	fazer	o	
loteamento	(doar	uma	área	ao	poder	público)	–	encargo	do	empreendedor.	
Ex2.	 Construção	 do	 Pátio	 Savassi,	 construído	 com	um	padrão	 diferente	 da	 região,	 somete	 foi	 possível	
através	de	uma	parceria	com	o	Poder	Público	que	outorgou	ao	empreendedor	diversas	obrigações,	tais	
como	revitalizar	a	área.	
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IMPORTANTE:	
Conceito	mais	aceito	de	Direito	Urbanístico:	
Ordenação	adequada	dos	espaços	habitáveis	para	garantir	a)	moradia,	b)	circulação,	c)	trabalho	
e	d)	recreação.	
4.	Matérias	do	Direito	Urbanísticoa)	Parcelamento	do	Solo	
b)	Uso/ocupação	do	solo	
Somente	se	parcela	para	ocupar/edificar	e,	após,	usar.	
c)	Controle	das	edificações	
Ex.	Altura,	número	de	garagens,	o	que	ocorre	quando	não	se	constrói	de	acordo	com	o	alvará.	
d)	Mobilidade	urbana	
e)	Posturas	
Viés	estético	da	cidade.	
Ex.	Tamanho	do	passeio,	fixação	de	uma	placa,	anúncio.	
f)	Zoneamento	
Controle	urbanístico	sobre	o	tipo	de	atividade	que	vai	se	desenvolver	em	cada	região	da	cidade.	
Regulada	pelas	leis	de	zoneamento.	
Ex.	Regiões	residenciais,	comerciais,	industriais,	mistas.	
g)	Regularização	fundiária	
Procedimento	pelo	qual	se	garante,	a	determinada	pessoa,	o	estado	de	formalidade	urbana.	
Ex.	Indivíduo	que	está	a	30	anos	ocupando	uma	encosta,	todavia	não	se	pode	usucapir	área	pública.	Este	
indivíduo	terá	uma	garantia	formal	de	habitar	aquele	local.	
5.	Constituição	Federal	e	o	Direito	Urbanístico	
a)	Autonomia	Científica	–	Direito	Urbanístico		(Art.	24,	inciso	I)	
A	 Constituição	 de	 1988	 reconheceu,	 pela	 primeira	 vez,	 a	 autonomia	 científica	 do	 direito	
urbanístico	ao	fazer	menção	expressa	ao	Direito	Urbanístico.	
Art.	24.	Compete	à	União,	aos	Estados	e	ao	Distrito	Federal	legislar	concorrentemente	sobre:	
I	-	direito	tributário,	financeiro,	penitenciário,	econômico	e	urbanístico;	
	
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b)	Política	(Arts.	182	e	seguintes)	
A	Constituição	concebeu,	em	linhas	gerais,	como	as	cidades	do	Brasil	devem	ser,	estabelecendo	
diretrizes	de	políticas	urbana.	
Chama-se	 isso	de	constituição	urbanística,	 conceituada	como	o	conjunto	de	diretrizes	gerais	
que	irão	definir	a	ordenação	do	território.	
5.	Competências	
A	competência	urbanística	está	na	competência	legislativa	concorrente	(art.	24,	inciso	I,	CF).	
Em	 matéria	 de	 competência	 concorrente,	 a	 União	 tem	 a	 competência	 de	 elaborar	 normas	
gerais1	e	os	estados	têm	a	competência	suplementar	à	União.	
(1)	 Normas	 gerais:	 Diretriz,	 norma	 de	 caráter	 principiológico.	 Tem	 aplicação	 homogênea	 em	 todo	
território	do	país.	
A	principal	característica	da	norma	geral,	ao	ver	do	Professor,	é	possibilitar	aos	entes	federados	exerçam	
sua	 autonomia,	 ou	 seja,	 que	 os	 entes	 federados	 lidem	 com	 os	 preceitos	 suplementando	 com	 suas	
peculiaridades.	
A	falta	de	norma	geral	produzida	pela	União	atribui	aos	estados	a	competência	legislativa	plena	
até	que	sobrevenha	a	norma	geral.	
Competência	plena	do	estado	até	que	a	União	produza	a	norma	geral.	
As	normas	gerais	de	Direito	Urbanístico	estão	dispersas	em	diversas	leis,	sendo	que	uma	delas	
se	destaca,	qual	seja,	o	Estatuto	da	Cidade	(Lei	n.º	10.257/01).	
Dentre	as	 leis	urbanísticas,	o	Estatuto	da	Cidade	 funciona	 como	uma	espécie	de	 “sobre	 lei”,	
posto	que	concretiza,	esmiúça	as	diretrizes	de	políticas	urbanas	previstas	na	Constituição.	
Por	isso	que,	toda	lei	urbanística	deve	buscar	a	observância	ao	comando	do	Estatuto	da	Cidade,	
mesmo	que	ambos	tenham	o	mesmo	status.	
Ex.	Lei	n.º	6.766/79	–	traz	normas	gerais	sobre	o	parcelamento	do	solo.	Bem	anterior	ao	Estatuto	
das	Cidades,	todavia	sua	aplicação	atual	deve	estar	em	consonância	com	este.		
O	protagonista	do	Direito	Urbanístico	é	o	município,	posto	que	(art.	30,	incisos	I,	II	e	VII	-		CF):	
a)	Trata-se	de	um	assunto	de	interesse	preponderantemente	local	e,	neste	caso,	a	competência	genérica	
(Inciso	I);	
b)	Competência	suplementar	dos	municípios	para	legislar	em	detrimento	do	estado	e	da	União	(Inciso	II);	
c)	Competência	para	promover,	no	que	couber,	o	adequado	ordenamento	territorial	(Inciso	VIII)	
Compete	ao	município	elaborar	o	Plano	Diretor	que,	a	seu	turno,	é	uma	“sobre	lei”municipal,	
uma	vez	que	possui	um	papel	fundamental	no	direito	urbanístico	municipal.	
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Trata-se	de	competência	concorrente	anômala,	pois	é	dividida	com	o	município,	sendo	que	
este	possui	competência	predominante.	
Art.	30.	Compete	aos	Municípios:	
I	-	legislar	sobre	assuntos	de	interesse	local;	
II	-	suplementar	a	legislação	federal	e	a	estadual	no	que	couber;	
VIII	-	promover,	no	que	couber,	adequado	ordenamento	territorial,	mediante	planejamento	e	controle	
do	uso,	do	parcelamento	e	da	ocupação	do	solo	urbano.	
Na	atuação	concreta	do	direito	urbanístico,	o	município	tem	competência	predominante,	mas	
cabe	a	União	legislar	sobre	regras	gerais.	
Art.	21.-	CF	Compete	à	União:	
IX	-	elaborar	e	executar	planos	nacionais	e	regionais	de	ordenação	do	território	e	de	desenvolvimento	
econômico	e	social;	
	X	-	manter	o	serviço	postal	e	o	correio	aéreo	nacional;	
-	Competência	do	estado	
Cabe	ao	estado	o	planejamento	regional	do	desenvolvimento	do	território.	
O	papel	do	estado	na	esfera	urbanista	se	resume	ao	planejamento	regional	e	ordenamento	das	regiões	
metropolitanas,	aglomerações	urbanas	e	microrregiões.	
Nota:	
O	art.	3o	do	Estatuto	da	Cidade	também	delimita	as	competências	da	União	na	esfera	do	Direito	
Urbanístico.	
Art.	3o	–	Estatuto	da	Cidade	-	Compete	à	União,	entre	outras	atribuições	de	interesse	da	política	
urbana:	
I	–	legislar	sobre	normas	gerais	de	direito	urbanístico;	
II	–	legislar	sobre	normas	para	a	cooperação	entre	a	União,	os	Estados,	o	Distrito	Federal	e	os	
Municípios	em	relação	à	política	urbana,	tendo	em	vista	o	equilíbrio	do	desenvolvimento	e	do	
bem-estar	em	âmbito	nacional;	
III	 -	 promover,	 por	 iniciativa	 própria	 e	 em	 conjunto	 com	 os	 Estados,	 o	 Distrito	 Federal	 e	 os	
Municípios,	programas	de	construção	de	moradias	e	melhoria	das	condições	habitacionais,	de	
saneamento	 básico,	 das	 calçadas,	 dos	 passeios	 públicos,	 do	mobiliário	 urbano	 e	 dos	 demais	
espaços	de	uso	público;		(Redação	dada	pela	Lei	nº	13.146,	de	2015)					(Vigência)	
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IV	-	instituir	diretrizes	para	desenvolvimento	urbano,	inclusive	habitação,	saneamento	básico,	
transporte	e	mobilidade	urbana,	que	incluam	regras	de	acessibilidade	aos	locais	de	uso	público;	
(Redação	dada	pela	Lei	nº	13.146,	de	2015)			(Vigência)	
V	 –	 elaborar	 e	 executar	 planos	 nacionais	 e	 regionais	 de	 ordenação	 do	 território	 e	 de	
desenvolvimento	econômico	e	social.	
Nota:	
Lei	n.º	11.445/07	
Lei	12.587/12	–	Lei	de	mobilidade	urbana	
	 	
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25/11/16	
Ø Urbanificação	
Trata-se	de	uma	expressão	jurídica.	
Conjunto	de	políticas	oficiais	que	o	poder	público	realiza	para	corrigir	as	distorções	do	processo	
de	urbanização.	
IMPORTANTE:	
A	priori,	não	existe	um	conceito	legal	de	cidade	no	direito	urbanístico.	
Existem	 conceitos	 de	 cidade	 presentes	 na	 legislação	 quem	 conseguem	 dar	 conta	 da	
complexidade	do	direito	urbanístico.	
Ø Conceito	de	legal	cidade	
1.	Decreto-lei	n.º	311/38	
O	decreto-lei	n.º	311/38	define	o	que	é	cidade.	
Diz	 que	 a	 cidade	 é	 a	 sede	 do	município,	 ou	 seja,	 cidade	 é	 o	 local	 onde	 se	 encontram	 e	 se	
delimitam	as	atividades	político-administrativas	do	município.		
-	Crítica:	
Considera	 a	 cidade	 como	 uma	 mera	 realidade	 político-administrativa.	 Não	 considera	 o	
fenômeno	da	urbanização,	sob	ponto	de	vista	territorial,	econômico	e	populacional.	
Não	muito	utilizado	no	direito	urbanístico.	
Nota:	
O	Brasil	se	torna	um	país	predominantemente	urbano	a	partir	de	1970.	
2.	Código	Tributário	(art.	32	–	Código	Tributário)	
Define	o	conceito	de	cidade	para	fins	de	cobrança	de	IPTU.	
É	 a	 região	 delimitada	 como	 tal	 na	 legislação	 municipal	 e	 que	 atenda	 a	 alguns	 itens	 de	
infraestrutura	urbana.	
-	Itens	de	infraestrutura	urbana	(deve	atender,	no	mínimo,	2	itens	para	ser	considerado	cidade):	
1)	Calçamento;	
2)	Drenagem;	
3)	Saneamento;	
4)	Iluminação	pública;5)	Escolas	num	raio	de	3km.	
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-	Crítica:	
Esse	critério,	em	nenhum	momento,	pondera	quanto	ao	aspecto	econômico	da	cidade.	
Art.	32.	–	CTN	O	imposto,	de	competência	dos	Municípios,	sobre	a	propriedade	predial	e	territorial	urbana	
tem	como	 fato	gerador	a	propriedade,	o	domínio	útil	ou	a	posse	de	bem	 imóvel	por	natureza	ou	por	
acessão	física,	como	definido	na	lei	civil,	localizado	na	zona	urbana	do	Município.	
	§	1º	Para	os	efeitos	deste	imposto,	entende-se	como	zona	urbana	a	definida	em	lei	municipal;	observado	
o	 requisito	 mínimo	 da	 existência	 de	 melhoramentos	 indicados	 em	 pelo	 menos	 2	 (dois)	 dos	 incisos	
seguintes,	construídos	ou	mantidos	pelo	Poder	Público:	
	I	-	meio-fio	ou	calçamento,	com	canalização	de	águas	pluviais;	
	II	-	abastecimento	de	água;	
	III	-	sistema	de	esgotos	sanitários;	
	IV	-	rede	de	iluminação	pública,	com	ou	sem	posteamento	para	distribuição	domiciliar;	
	V	 -	 escola	 primária	 ou	 posto	 de	 saúde	 a	 uma	 distância	 máxima	 de	 3	 (três)	 quilômetros	 do	 imóvel	
considerado.	
Nota:	
Existem	leis	que	definem	o	que	é	área	urbana	por	exclusão,	ou	seja,	definindo	o	que	é	área	rural,	
tais	como:	
-	Leis	n.º	4.504/64	e	n.º	8.629/93	(art.	4º):	
Área	rural	é	o	prédio	rústico	localizado	em	área	rural	dedicado	à	prática	agrícola,	pecuária	ou	
extrativista.	
-	Crítica:	
Não	considera	aspectos	de	infraestrutura	que	impactam	na	realidade	urbana.	
Art.	4º	Lei	4.504/64	-	Para	os	efeitos	desta	Lei,	definem-se:	
I	-	"Imóvel	Rural",	o	prédio	rústico,	de	área	contínua	qualquer	que	seja	a	sua	localização	que	se	destina	à	
exploração	extrativa	agrícola,	pecuária	ou	agro-industrial,	quer	através	de	planos	públicos	de	valorização,	
quer	através	de	iniciativa	privada;	
	 	
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Ø Princípios1	do	direito	urbanístico	
(1)	Princípio:	Possui	dois	sentidos	básicos:	
a)	Comando/mandamento	nuclear	sem	o	qual	o	sistema	não	consegue	existir/se	implode	(adotado	pelo	
Direito	Urbanístico)	
Ex.	No	direito	penal,	tem-se	o	princípio	da	anterioridade.	
b)	Norma	de	conteúdo	aberto,	ou	seja,	o	princípio	é	uma	norma	que	é	aplicada	sobre	a	realidade	a	partir	
de	uma	ponderação.	Não	se	aplica	de	maneira	prática	na	realidade,	mas	sim	por	meio	de	ponderação.	
O	princípio	possui	conteúdo	aberto	e,	a	regra,	conteúdo	fechado.	
Ex.	Princípio		
Contraexemplo:	Para	este	sentido,	o	princípio	da	anterioridade	não	seria	princípio.	
1.	Considerações	iniciais	
Durante	muitos	anos,	a	delimitação	dos	princípios	do	Direito	Urbanístico	apenas	na	doutrina.	
Com	o	advento	do	Estatuto	da	Cidade,	os	princípios	de	Direito	Urbanístico	ganharam	dimensão	
legal,	 posto	 que	 este	 positivou	 diversos	 princípios	 outrora	 definidos	 pela	 doutrina	 (art.	 2º	 -	
Estatuto	da	Cidade).	
Art.	2o	Estatuto	da	Cidade	 -	A	política	urbana	tem	por	objetivo	ordenar	o	pleno	desenvolvimento	das	
funções	sociais	da	cidade	e	da	propriedade	urbana,	mediante	as	seguintes	diretrizes	gerais:	
I	–	garantia	do	direito	a	cidades	sustentáveis,	entendido	como	o	direito	à	terra	urbana,	à	moradia,	ao	
saneamento	ambiental,	à	infra-estrutura	urbana,	ao	transporte	e	aos	serviços	públicos,	ao	trabalho	e	ao	
lazer,	para	as	presentes	e	futuras	gerações;	
II	–	gestão	democrática	por	meio	da	participação	da	população	e	de	associações	representativas	dos	vários	
segmentos	da	comunidade	na	formulação,	execução	e	acompanhamento	de	planos,	programas	e	projetos	
de	desenvolvimento	urbano;	
III	–	cooperação	entre	os	governos,	a	iniciativa	privada	e	os	demais	setores	da	sociedade	no	processo	de	
urbanização,	em	atendimento	ao	interesse	social;	
IV	–	planejamento	do	desenvolvimento	das	cidades,	da	distribuição	espacial	da	população	e	das	atividades	
econômicas	 do	 Município	 e	 do	 território	 sob	 sua	 área	 de	 influência,	 de	 modo	 a	 evitar	 e	 corrigir	 as	
distorções	do	crescimento	urbano	e	seus	efeitos	negativos	sobre	o	meio	ambiente;	
V	 –	 oferta	 de	 equipamentos	 urbanos	 e	 comunitários,	 transporte	 e	 serviços	 públicos	 adequados	 aos	
interesses	e	necessidades	da	população	e	às	características	locais;	
VI	–	ordenação	e	controle	do	uso	do	solo,	de	forma	a	evitar:	
a)	a	utilização	inadequada	dos	imóveis	urbanos;	
b)	a	proximidade	de	usos	incompatíveis	ou	inconvenientes;	
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c)	o	parcelamento	do	solo,	a	edificação	ou	o	uso	excessivos	ou	inadequados	em	relação	à	infra-estrutura	
urbana;	
d)	 a	 instalação	 de	 empreendimentos	 ou	 atividades	 que	 possam	 funcionar	 como	 pólos	 geradores	 de	
tráfego,	sem	a	previsão	da	infra-estrutura	correspondente;	
e)	a	retenção	especulativa	de	imóvel	urbano,	que	resulte	na	sua	subutilização	ou	não	utilização;	
f)	a	deterioração	das	áreas	urbanizadas;	
g)	a	poluição	e	a	degradação	ambiental;	
h)	a	exposição	da	população	a	riscos	de	desastres.					(Incluído	dada	pela	Lei	nº	12.608,	de	2012)	
VII	 –	 integração	 e	 complementaridade	 entre	 as	 atividades	 urbanas	 e	 rurais,	 tendo	 em	 vista	 o	
desenvolvimento	socioeconômico	do	Município	e	do	território	sob	sua	área	de	influência;	
VIII	–	adoção	de	padrões	de	produção	e	consumo	de	bens	e	serviços	e	de	expansão	urbana	compatíveis	
com	os	 limites	da	sustentabilidade	ambiental,	social	e	econômica	do	Município	e	do	território	sob	sua	
área	de	influência;	
IX	–	justa	distribuição	dos	benefícios	e	ônus	decorrentes	do	processo	de	urbanização;	
X	–	adequação	dos	instrumentos	de	política	econômica,	tributária	e	financeira	e	dos	gastos	públicos	aos	
objetivos	do	desenvolvimento	urbano,	de	modo	a	privilegiar	os	 investimentos	geradores	de	bem-estar	
geral	e	a	fruição	dos	bens	pelos	diferentes	segmentos	sociais;	
XI	–	recuperação	dos	investimentos	do	Poder	Público	de	que	tenha	resultado	a	valorização	de	imóveis	
urbanos;	
XII	–	proteção,	preservação	e	recuperação	do	meio	ambiente	natural	e	construído,	do	patrimônio	cultural,	
histórico,	artístico,	paisagístico	e	arqueológico;	
XIII	–	audiência	do	Poder	Público	municipal	e	da	população	interessada	nos	processos	de	implantação	de	
empreendimentos	ou	atividades	com	efeitos	potencialmente	negativos	sobre	o	meio	ambiente	natural	
ou	construído,	o	conforto	ou	a	segurança	da	população;	
XIV	–	regularização	fundiária	e	urbanização	de	áreas	ocupadas	por	população	de	baixa	renda	mediante	o	
estabelecimento	de	normas	especiais	de	urbanização,	uso	e	ocupação	do	solo	e	edificação,	consideradas	
a	situação	socioeconômica	da	população	e	as	normas	ambientais;	
XV	–	simplificação	da	 legislação	de	parcelamento,	uso	e	ocupação	do	solo	e	das	normas	edilícias,	com	
vistas	a	permitir	a	redução	dos	custos	e	o	aumento	da	oferta	dos	lotes	e	unidades	habitacionais;	
XVI	–	isonomia	de	condições	para	os	agentes	públicos	e	privados	na	promoção	de	empreendimentos	e	
atividades	relativos	ao	processo	de	urbanização,	atendido	o	interesse	social.	
XVII	 -	 estímulo	 à	 utilização,	 nos	 parcelamentos	 do	 solo	 e	 nas	 edificações	 urbanas,	 de	 sistemas	
operacionais,	 padrões	 construtivos	 e	 aportes	 tecnológicos	 que	 objetivem	 a	 redução	 de	 impactos	
ambientais	e	a	economia	de	recursos	naturais.								(Incluído	pela	Lei	nº	12.836,	de	2013)	
XVIII	 -	 tratamento	 prioritário	 às	 obras	 e	 edificações	 de	 infraestrutura	 de	 energia,	 telecomunicações,	
abastecimento	de	água	e	saneamento.		(Incluído	pela	Lei	nº	13.116,	de	2015)	
	
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2.	Urbanismo	como	função	pública	
O	papel	de	intervir	na	realidade	urbana,	visando	corrigir	os	erros	do	processo	de	urbanização,	é	um	papel	
preponderante	do	Poder	Público,	sobretudo	do	poder	municipal.	
Todavia,	no	desenvolvimento	do	urbanismo	(função	pública),o	Estado	poderá	recorrer	ao	particular,	
sendo	este	fenômeno	conhecido	como	urbanismo	concertado.	
Ex.	Operações	urbanas	consorciadas.	
3.	Conformação	da	propriedade	urbanística	
Assumida	a	premissa	que	o	Direito	Urbanístico	é	uma	função	pública,	o	direito	de	propriedade	
não	 pode	 ser	 exercido	 pelo	 proprietário	 de	 forma	 livre,	 sendo	 conformado	 pelas	 exigências	
impostas	pelo	processo	de	urbanificação.	
A	conformação	da	propriedade	pode	se	dar	de	duas	formas	básicas	
a)	Leis	que	regulam	interesses	privados;	
Ex.	Direito	de	vizinhança	que,	por	sua	vez,	são	regulados	pelo	Código	Civil.	
É	uma	competência	adstrita	ao	Direito	Civil,	sendo	a	competência	legislativa	privativa	da	união	(art.	22,	
inciso	I,	CF).	
Isto	é,	o	município	não	pode	legislar	sobre	o	direito	de	vizinhança.	
Art.	22.		–	CF	Compete	privativamente	à	União	legislar	sobre:	
I	 -	 direito	 civil,	 comercial,	 penal,	 processual,	 eleitoral,	 agrário,	 marítimo,	 aeronáutico,	 espacial	 e	 do	
trabalho;	
IMPORTANTE:	
Os	Direitos	Urbanísticos	são	renunciáveis,	tendo	a	característica	da	renunciabilidade.		
b)	Interesses	coletivos	(função	social	da	propriedade)	
O	particular	 não	 pode	 exercer	 o	 direito	 de	 propriedade	 unicamente	 a	 seus	 exclusivos	 fins,	mas	 deve	
também	atender	os	interesses	de	toda	a	coletividade.	
-	Função	social	da	propriedade	para	o	Direito	Urbanístico:	
Para	 o	 Direito	 Urbanístico,	 função	 social	 da	 propriedade	 é	 adequar-se	 às	 diretrizes	 do	 plano	 diretor	
municipal.	
Ou	seja,	compete	ao	município	regular	sobre	a	função	social	da	propriedade.	
Art.	5º	-	CF	-	XXIII	-	a	propriedade	atenderá	a	sua	função	social;	
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Art.	170	–	CF	-A	ordem	econômica,	fundada	na	valorização	do	trabalho	humano	e	na	livre	iniciativa,	tem	
por	fim	assegurar	a	todos	existência	digna,	conforme	os	ditames	da	justiça	social,	observados	os	seguintes	
princípios:	
III	-	função	social	da	propriedade;	
Art.	 182	 –	 CF	 §	 2º	 A	 propriedade	 urbana	 cumpre	 sua	 função	 social	 quando	 atende	 às	 exigências	
fundamentais	de	ordenação	da	cidade	expressas	no	plano	diretor.	
IMPORTANTE:	
-	Para	o	viés	do	Direito	Urbanístico,	é	um	equívoco	que	somente	a	propriedade	edificada	atenda	
a	função	social	da	propriedade,	posto	que	depende	do	que	é	regulado	no	Plano	Diretor.	
-	As	cidades	que	não	possuem	Plano	Diretor	que,	por	sua	vez,	não	é	obrigatório,	ficam	carentes	
da	função	social.	
-	Sem	o	Plano	Diretor,	o	Estatuto	da	Cidade	é	inócuo,	pois	este	depende	da	intervenção	daquele	
para	ser	aplicado.	
Assim	sendo,	o	Plano	Diretor	visa	concretizar	o	Estatuto	da	Cidade.	
O	Estatuto	da	Cidade	possui	aplicação	intermediária.	
4.	Correlação	entre	as	mais	valias	e	o	custo	da	urbanificação	
(1)	Mais	valias:	benefícios	econômicos	do	processo	de	urbanificação.	
Deve	haver	uma	compensação	entre	o	benefício	econômico	oriundo	da	intervenção	do	Poder	
Público	e	os	custos	do	processo	de	urbanificação.	
Ex.	No	Direito	Tributário,	tem-se	a	contribuição	de	melhoria.	
-	Crítica:	
Conceito	vago,	pois	resume	o	processo	de	urbanificação	à	obra.	
Ex.	O	Poder	Público	ao	alterar	o	uso	do	território,	poderá	aumentar	os	benefícios	econômicos,	
podendo	exigir	soluções	compensatórias	–	Estado	transforma	determinada	região	em	industrial.	
-	“Solo	criado”	
Empreendimentos	que	acarretam	em	melhorias	podem	desaguar	em	uma	contraprestação	a	ser	paga	e,	
até	mesmo,	executado	pelo	Estado.	
5.	Autonomia	do	direito	de	construir	–	desvinculação	do	direito	de	construir	em	
relação	ao	direito	de	propriedade	(Atenção	especial	do	edital)	
O	direito	de	construir	pode	ser	negócio	 jurídico	autônomo,	 isto	é	desvinculado	do	direito	de	
propriedade.	
Ex.	Transferência	do	direito	de	construir	de	uma	propriedade	para	outra	(vide	abaixo).	
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O	proprietário	pode	negociar	com	o	Poder	Público	construir	acima	do	coeficiente	 legal.	 –	“Se	
você	for	construir	acima	do	coeficiente,	deve	reformar	uma	praça.”	
a)	Tradicionalmente,	a	atividade	de	construir	era	tida	como	prerrogativa	do	proprietário.	
“Se	o	proprietário	tem	a	prerrogativa	de	usar,	a	priori,	tem	a	prerrogativa	de	construir”	
Com	 a	 evolução	 do	 Direito	 Urbanístico,	 entende-se	 que	 o	 direito	 de	 construir	 não	 é	 uma	
consequência	automaticamente	do	direito	de	propriedade.	
b)	 Para	 exercer	 o	 direito	 de	 construir,	 deve	 o	 proprietário	 se	 submeter	 à	 intervenção	
pública/urbanística.	
c)	Há	um	viés,	desenvolvido	principalmente	na	Europa,	a	atividade	do	Poder	Público	no	direito	
de	construir	seria	constitutiva.	
Ex.	Coeficiente	de	aproveitamento	–	relação	entre	a	área	edificável	e	a	área	do	terreno.	
“Se	eu	tenho	um	terreno	com	1000m2	e	o	coeficiente	de	aproveitamento	é	igual	a	2,	poder-se-á	
ter	2000m2	de	área	edificada”	
Se	o	coeficiente	de	aproveitamento	é	alto,	haverá	cidades	mais	edificadas,	verticais.	
Se	o	coeficiente	é	alto,	as	cidades	são	mais	horizontais.	
Na	 Itália,	o	coeficiente	de	aproveitamento	 tende	a	ser	0,	pois	é	o	Poder	Público	quem	define	
quando,	como	e	quanto	poderá	se	construir.	
Ou	seja,	o	proprietário	depende	de	uma	atividade	do	Poder	Público,	isto	é,	não	possui	nenhum	
direito	de	construir	prévio.	
No	Brasil,	esta	ideia	de	coeficiente	de	aproveitamento	0	foi	abolido,	pois	esvazia	o	viés	econômico	
da	propriedade.	
Aqui,	tem-se	definido	um	coeficiente	de	aproveitamento	mínimo.	
-	Alienação	o	direito	de	construir	
Pode-se	vender	o	potencial	de	construir,	independentemente	da	propriedade.	
Pode	ocorrer	dentro	do	município	e	deve	se	dar	em	área	receptora	do	potencial	construtivo	adicional	que,	
a	seu	turno,	será	definida	no	próprio	município.	
Ex.	 Tenho	 1000m2	 e	 posso	 vender	 500m2	 para	 um	 empreendedor	 que,	 caso	 anteriormente	 possuísse	
1000m2	de	potencial	de	construir,	poderá	possuir	1500m2.	
Contraexemplo.	O	Bairro	Buritis,	em	Belo	Horizonte/MG,	não	é	área	receptora	de	potencial	construtivo.	
	 	
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6.	Coesão	dinâmica	
As	normas	do	Direito	Urbanístino	não	admitem	interpretação	isolada.	
-	A	interpretação	deve	ser,	simultaneamente,:	
a)	 Procedimental:	 Pelo	 fato	 da	 atividade	 urbanística	 ser	 formada	 por	 inúmeros	 programas,	 a	
interpretação	deve	visar	todos.	
A	política	urbana	integra	uma	complementariedade	de	polícitas.	
Ex.	Política	de	planejamento	vinculada	à	de	p	
b)	Sistemática:	
Deve	 ser	 sistemática,	 pois	 as	 normas	 de	 Direito	 Urbanístico	 possuem	 uma	 competência	 multinivel	
(federal,	estadual	e	municipal	-	preponderante),	devendo	o	intérprete	levar	em	conta	todo	o	sistema	ao	
interpretar	
7.	Função	social	da	cidade	
É	 uma	 função	 do	 ordenamento	 urbano	 garantir/viabilizar	 os	 direitos	 à	moradia,	 transporte,	
lazer,	trabalho	e	circulação.	
É	frequente	a	correlação	doutrinária	entre	função	social	da	cidade	com	a	cidade	sustentável2.	
(2)	Cidade	sustentável:		
Art.	2o	Estatuto	da	Cidade	 -	A	política	urbana	tem	por	objetivo	ordenar	o	pleno	desenvolvimento	das	
funções	sociais	da	cidade	e	da	propriedade	urbana,	mediante	as	seguintes	diretrizes	gerais:	
I	–	garantia	do	direito	a	cidades	sustentáveis,	entendido	como	o	direito	à	terra	urbana,	à	moradia,	ao	
saneamento	ambiental,	à	infra-estrutura	urbana,	ao	transporte	e	aos	serviços	públicos,	ao	trabalho	e	ao	
lazer,	para	as	presentes	e	futuras	gerações;	
VIII	–	adoção	de	padrões	de	produção	e	consumo	de	bens	e	serviços	e	de	expansão	urbana	compatíveis	
com	os	 limites	da	sustentabilidade	ambiental,	social	e	econômica	do	Município	e	do	território	sob	sua	
área	de	influência;	
8.	Participação	popular	(Gestão	Democrática	–	art.	2º,	inciso	II,	Estatuto	da	Cidade)	
A	participação	popular	é	uma	constante	no	Direito	Urbanístico,	pois	este	é	predominantementemunicipal	e	a	Constituição	a	prevê	(art.	29,	IX,	CF).	
A	participação	popular	se	dá	predominantemente	por:	
-	Consultas:	Corresponde	a	um	período	de	publicidade	em	que	um	determinado	projeto	ou	proposta	será	
submetido	à	crítica	da	população.	
“Na	consulta	tem-se	o	um	lapso	temporal”	
	-	 Audiências	 Públicas:	 Reunião	 formal	 entre	 a	 Administração/Poder	 Público	 e	 a	 população	 que	 irão	
debater	determinado	assunto/tema.	
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-	 Conselhos:	 órgão	 deliberativo	 acerca	 de	 políticas	 públicas,	 sendo	 composto	 por	 integrantes	 do	
Estado/Poder	Público	e	da	sociedade.	
Ex.	O	Conselho	de	Política	Urbana	em	Belo	Horizonte	era	deliberativo	e,	com	a	mudança	da	 legislação	
municipal,	 passou	 a	 ser	 parcialmente	 decisório,	 ou	 seja,	 antes	 de	 uma	 concessão	 que	 acarretará	 em	
impacto	urbano,	este	deve	ser	ouvido.	
Art.	2o	–	Estatuto	da	Cidade	-	A	política	urbana	tem	por	objetivo	ordenar	o	pleno	desenvolvimento	das	
funções	sociais	da	cidade	e	da	propriedade	urbana,	mediante	as	seguintes	diretrizes	gerais:	
I	–	garantia	do	direito	a	cidades	sustentáveis,	entendido	como	o	direito	à	terra	urbana,	à	moradia,	ao	
saneamento	ambiental,	à	infra-estrutura	urbana,	ao	transporte	e	aos	serviços	públicos,	ao	trabalho	e	ao	
lazer,	para	as	presentes	e	futuras	gerações;	
II	–	gestão	democrática	por	meio	da	participação	da	população	e	de	associações	representativas	dos	vários	
segmentos	da	comunidade	na	formulação,	execução	e	acompanhamento	de	planos,	programas	e	projetos	
de	desenvolvimento	urbano;	
Ø Estatuto	da	Cidade	
Traz	a	previsão	de	instrumentos	de	política	urbana,	ou	seja,	institutos	que	municípios	poderão	
utilizar,	ou	não,	no	processo	de	urbanificação.	
Iniciar-se-á	o	estudo	dos	instrumentos	de	política	urbana	previstos	no	Estatuto	da	Cidade	(art.	
4o	do	Estatuto	da	Cidade.	
1.	Instrumentos	de	política	urbana	
a)	Planejamento	
Será	posteriormente	estudado.	
b)	Instrumentos	tributários	
Ex.	IPTU	(tem	um	profundo	viés	extrafiscal,	pois	é	um	instrumento	de	política	urbana	citado	no	estatuto	
da	cidade,	art.	4o,	inciso	IV),	contribuição	de	melhoria.	
c)	Jurídico-políticos	
Estes	serão	estudados	de	forma	bem	detalhada.	
2.	Instrumentos	jurídico-políticos	de	política	urbana	
Art.	4o	–	Estatuto	da	Cidade	-	Para	os	fins	desta	Lei,	serão	utilizados,	entre	outros	instrumentos:	
V	–	institutos	jurídicos	e	políticos:	
a)	desapropriação;	
b)	servidão	administrativa;	
c)	limitações	administrativas;	
d)	tombamento	de	imóveis	ou	de	mobiliário	urbano;	
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e)	instituição	de	unidades	de	conservação;	
f)	instituição	de	zonas	especiais	de	interesse	social;	
g)	concessão	de	direito	real	de	uso;	
h)	concessão	de	uso	especial	para	fins	de	moradia;	
i)	parcelamento,	edificação	ou	utilização	compulsórios;	
j)	usucapião	especial	de	imóvel	urbano;	
l)	direito	de	superfície;	
m)	direito	de	preempção;	
n)	outorga	onerosa	do	direito	de	construir	e	de	alteração	de	uso;	
o)	transferência	do	direito	de	construir;	
p)	operações	urbanas	consorciadas;	
q)	regularização	fundiária;	
r)	assistência	técnica	e	jurídica	gratuita	para	as	comunidades	e	grupos	sociais	menos	favorecidos;	
s)	referendo	popular	e	plebiscito;	
t)	demarcação	urbanística	para	fins	de	regularização	fundiária;						(Incluído	pela	Lei	nº	11.977,	de	2009)	
u)	legitimação	de	posse.						(Incluído	pela	Lei	nº	11.977,	de	2009)	
2.1.	Desapropriação	
2.1.1.	Conceito	
Instrumento	de	aquisição	compulsória	da	propriedade	pelo	Poder	Público.	
2.1.2.	Características	
2.1.2.1.	Compulsoriedade	(em	regra)	
Em	 regra,	 é	 compulsória,	 mas,	 eventualmente,	 não	 será,	 pois	 o	 proprietário	 aceita	 a	 condição	
expropriatória	do	estado	que,	por	sua	vez,	é	denominado	como	desapropriação	amigável.	
Na	desapropriação	amigável	existe	um	acordo	entre	o	proprietário	e	o	Poder	Público	que	retira	o	seu	viés	
compulsório.	
No	Direito	Urbanístico,	a	desapropriação	é	um	 instrumento	bastante	relevante,	pois	grande	parte	dos	
equipamentos	urbanos	executados	pelo	Poder	Público	é	corolário	dela.	
	 	
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2.1.2.2.	Aquisição	originária	
A	desapropriação	é	uma	forma	originária	da	aquisição	da	propriedade.	
Nesta,	o	Poder	Público	adquire	o	domínio	de	maneira	originária.	Isso	significa	que,	na	desapropriação,	o	
Poder	Público	adquire	o	bem	de	maneira	livre	e	desembaraçada,	ou	seja,	a	coisa	ingressa	no	patrimônio	
público	sem	qualquer	ônus	ou	encargo.	
-	Aquisição:	
a)	Livre	e	desembaraçada;	
b)	Sem	ônus	ou	encargo;	
c)	Desvinculada	da	cadeia	dominial	que	precede	a	desapropriação	
A	desapropriação	 inicia	um	novo	ciclo	dominial,	 como	se	a	coisa	expropriada	 fosse	concebida	naquele	
momento	e	o	passado	perdesse	relevância.	
Deste	modo,	não	cabe	discussão	de	evicção	ou	vício	redibitório,	pois,	com	ela,	tudo	que	havia	antes,	no	
passado,	se	extingue.	
Ex.	 Imóvel	 em	 processo	 de	 inventário,	 há	 uma	 ação	 reinvidicatória	 em	 face	 do	mesmo,	 uma	 ação	 de	
usucapião,	uma	ação	de	reintegração	de	posse,	duas	hipotecas	e	um	locatário	que	está	há	35	anos	na	área	
com	estabelecimento	comercial	amplamente	vinculado	ao	imóvel.	
As	ações	de	inventário,	reinvidicatória	e	usucapião	são	ações	reais,	ou	seja,	que	se	discute	a	titularidade	
da	propriedade.	Desta	maneira,	não	será	extinta	com	a	desapropriação,	pois	definirá	quem	levantará	o	
valor	auferido.	
Diz	respeito	somente	a	quem	vai	levantar	o	valor,	mas	não	quanto	à	desapropriação	em	si,	pois	esta	ocorre	
ainda	que	controversa	a	titularidade	do	imóvel.	
As	partes	nas	ações	alhures	mencionadas	poderão	participar	do	processo	discutindo	o	preço.		
Já	a	ação	de	reintegração	de	posse	será	EXTINTA,	pois	tem	natureza	possessória.	A	questão	possessória	
perde	a	razão	de	ser	com	a	desapropriação.	
As	 hipotecas,	 a	 seu	 turno,	 não	 serão	 transferidas	 ao	 Poder	 Público	 adquirente,	 pois	 a	 aquisição,	 na	
desapropriação,	é	livre	e	desembaraçada,	todavia	o	crédito	real	subroga-se	no	preço.	
Quanto	à	relação	locatícia,	será	extinta,	contudo	este	poderá	ajuizar	ação	de	indenização	contra	o	Estado,	
pois	foi	este	quem	deu	causa	à	extinção	do	contrato.	
A	jurisprudência	dominante	do	STJ	reconhece	a	validade	da	pretensão	indenizatória	quanto	ao	locatário	
desapropriado.	
Assim,	as	relações	reais	e	possessórias	se	extinguem.	
Os	créditos	reais	subrogam-se	no	preço.	
	 	
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2.1.3.	Hipóteses	constitucionais	
Apenas	a	Constituição	pode	estabelecer	fundamentos	ou	hipóteses	para	a	desapropriação,	pois	esta	tem	
forte	vínculo	com	o	direito	fundamental	à	propriedade.	
Outrossim,	em	respeito	ao	princípio	da	vedação	do	retrocesso,	o	constituinte	derivado	não	pode	alterar	
a	constituição	para	limitar	o	conteúdo	de	um	direito	fundamental.	
Deste	modo,	não	pode	ser	ampliado	o	rol	da	desapropriação.	
A	 Emenda	 Constitucional	 81/14	 acresceu	 o	 rol	 da	 desapropriação,	 acrescentando	 o	 confisco	 de	
propriedades	 em	 que	 há	 trabalho	 escravo.	 Não	 vai	 de	 encontro	 com	 o	 antes	 mencionado,	 pois	 visa	
garantir	a	incidência	de	outro	direito	fundamental.	
2.1.3.1.		Necessidade	Pública,	utilidade	pública	e	interesse	social	(art.	5o,	XXIV	–	CF)	
Há	diferenças	pequenas	nos	conceitos,	mas	o	regime	jurídico	é	o	mesmo.	
A	publicidade	registral	por	imóvel	adquirido	pelo	Estado	não	é	requerida,	tal	como	quando	adquirido	por	
particular.	
A	DESAPROPRIAÇÃO	SE	CONSUMA	COM	O	PAGAMENTO	DA	INDENIZAÇÃO.	
A	 indenização	 justa	 (corresponderá	 ao	 preço	 de	 mercado),	 prévia	 (a	 transferência	 da	 propriedade	
somente	acontece	após	pagamento	da	indenização)	e	em	dinheiro.	
-	Necessidade	e	utilidade	públicas(art.	5o	–	decreto	lei	3.365/41)	
Necessidade	pública	normalmente	está	relacionada	à	necessidade	urgência.	Adveio	com	a	Constituição.	
Apesar	de	o	art.	5o	apenas	citar	em	seu	caput	 somente	utilidade	pública,	prevê	casos	de	necessidade	
pública	(4	primeiras	hipóteses)	
Ex.	estado	de	calamidade	pública,	guerra,	emergência.	
De	resto,	trata-se	de	utilidade	pública.	
O	bem	expropriado	será	utilizado	pelo	poder	público,	de	sua	titularidade.	
-	Interesse	social	(arts.	1o	e	2o	da	lei	4.132/62)	
O	objetivo	normalmente	está	ligado	a	uma	política	social	que	o	Estado	quer	implementar.	Essa	política	
normalmente	se	dá	para	programas	habitacionais,	para	fins	de	colonização.	
Será	transferida	a	titularidade	do	bem	para	terceiro,	haja	vista	que	a	desapropriação	dar-se-á	em	razão	
de	programas	sociais.		
art.	5o	-	XXIV	–	CF		-		a	lei	estabelecerá	o	procedimento	para	desapropriação	por	necessidade	ou	utilidade	
pública,	ou	por	interesse	social,	mediante	justa	e	prévia	indenização	em	dinheiro,	ressalvados	os	casos	
previstos	nesta	Constituição;	
Ex.	Desapropriação	para	construir	avenida,	escola,	praça.	
	 	
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Art.	5o	–	Decreto	Lei	3.365/41		-	Consideram-se	casos	de	utilidade	pública:	
a)	a	segurança	nacional;	
b)	a	defesa	do	Estado;	
c)	o	socorro	público	em	caso	de	calamidade;	
d)	a	salubridade	pública;	
2.1.3.2.	Desapropriação	urbanística	(art.	182,	par	4o,	inciso	III	-	CF)	
Decorre	do	descumprimento	a	função	social	da	propriedade	urbana	pelo	proprietário.	
A	 indenização	 justa	 (corresponderá	 ao	 preço	 de	 mercado),	 prévia	 (a	 transferência	 da	 propriedade	
somente	acontece	após	pagamento	da	indenização),	MAS	EM	TÍTULOS.	
O	proprietário	recebe	títulos	da	dívida	pública	que	têm	prazo	de	resgate	de	até	10	anos.	Não	são	10	anos	
ininterruptos.	O	pagamento	é	feito	em	até	10	parcelas	anuais.	
SE	CONSUMA	COM	O	PAGAMENTO	DOS	TÍTULOS	e	não	com	o	resgate.	
Nunca	ocorreu	na	prática.	
§	4º	É	facultado	ao	Poder	Público	municipal,	mediante	lei	específica	para	área	incluída	no	plano	diretor,	
exigir,	 nos	 termos	 da	 lei	 federal,	 do	 proprietário	 do	 solo	 urbano	 não	 edificado,	 subutilizado	 ou	 não	
utilizado,	que	promova	seu	adequado	aproveitamento,						sob	pena,	sucessivamente,	de:	
I	-	parcelamento	ou	edificação	compulsórios;	
II	-	imposto	sobre	a	propriedade	predial	e	territorial	urbana	progressivo	no	tempo;	
2.1.3.3.	Desapropriação	para	a	reforma	agrária	(art.	184)	
A	 indenização	 justa	 (corresponderá	 ao	 preço	 de	 mercado),	 prévia	 (a	 transferência	 da	 propriedade	
somente	acontece	após	pagamento	da	indenização),	MAS	EM	TÍTULOS	DA	REFORMA	AGRÁRIA,	cujo	prazo	
de	validade	é	de	até	20	(vinte)	anos.	
Reforma	agrária	em	pagamento	em	títulos,	somente	a	União	pode	executar	(sentido	estrito	art.	184).	
Todavia,	em	sentido	amplo,	abrange	as	desapropriações	sociais	para	fins	de	colonização	que	outros	entes	
federativos	poderão	realizar.	
Art.	184.	–	CF	Compete	à	União	desapropriar	por	interesse	social,	para	fins	de	reforma	agrária,	o	imóvel	
rural	que	não	esteja	cumprindo	sua	função	social,	mediante	prévia	e	justa	indenização	em	títulos	da	dívida	
agrária,	com	cláusula	de	preservação	do	valor	real,	resgatáveis	no	prazo	de	até	vinte	anos,	a	partir	do	
segundo	ano	de	sua	emissão,	e	cuja	utilização	será	definida	em	lei.	
§	1º	As	benfeitorias	úteis	e	necessárias	serão	indenizadas	em	dinheiro.	
§	2º	O	decreto	que	declarar	o	imóvel	como	de	interesse	social,	para	fins	de	reforma	agrária,	autoriza	a	
União	a	propor	a	ação	de	desapropriação.	
§	3º	Cabe	à	lei	complementar	estabelecer	procedimento	contraditório	especial,	de	rito	sumário,	para	o	
processo	judicial	de	desapropriação.	
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§	4º	O	orçamento	fixará	anualmente	o	volume	total	de	títulos	da	dívida	agrária,	assim	como	o	montante	
de	recursos	para	atender	ao	programa	de	reforma	agrária	no	exercício.	
§	5º	São	isentas	de	impostos	federais,	estaduais	e	municipais	as	operações	de	transferência	de	imóveis	
desapropriados	para	fins	de	reforma	agrária.	
2.1.3.4.	Desapropriação	confiscatória	(art.	243	-	CF)	
Desapropriação	em	que	não	há	o	pagamento	de	indenização.	
SEM	INDENIZAÇÃO.	
Abrange	a	propriedade	em	sua	totalidade,	mesmo	que	esta	esteja	delimitada	em	parcelas.	
-	Dois	fundamentos:	
a)	Propriedade	em	que	há	o	cultivo	de	psicotrópicos;	
b)	Propriedade	em	que	há	a	exploração	do	trabalho	escravo	(emenda	81/14).	
Art.	243	-	CF.	As	propriedades	rurais	e	urbanas	de	qualquer	região	do	País	onde	forem	localizadas	culturas	
ilegais	de	plantas	psicotrópicas	ou	a	exploração	de	trabalho	escravo	na	forma	da	lei	serão	expropriadas	e	
destinadas	 à	 reforma	 agrária	 e	 a	 programas	 de	 habitação	 popular,	 sem	 qualquer	 indenização	 ao	
proprietário	e	sem	prejuízo	de	outras	sanções	previstas	em	lei,	observado,	no	que	couber,	o	disposto	no	
art.	5º.						(Redação	dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	81,	de	2014)	
Parágrafo	único.	Todo	e	qualquer	bem	de	valor	econômico	apreendido	em	decorrência	do	tráfico	ilícito	
de	entorpecentes	e	drogas	afins	e	da	exploração	de	trabalho	escravo	será	confiscado	e	reverterá	a	fundo	
especial	com	destinação	específica,	na	forma	da	lei.						(Redação	dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	81,	
de	2014)	
IMPORTANTE:	
A	emenda	81/14	fez	duas	alterações:	
-	 Anteriormente	 à	 emenda,	 a	 Constituição	 referia-se	 a	 desapropriação	 de	 gleba	 (terra	 não	
parcelada	–	rural);	
-	Inclusão	da	desapropriação	por	exploração	ao	trabalho	escravo.	
	
	
	
	
	
	
	
	
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29/11/2016	(material	gentilmente	cedido	por	Thâmara	Laís)	
IMPORTANTE:	
-	O	Estado	pode	realizar	desapropriação	para	fins	de	reforma	agrária?	
Apenas	no	sentido	amplo,	para	efeitos	de	colonização,	pagando	indenização	justa,	prévia	e	EM	DINHEIRO.	
-	O	município	pode	desapropriar	imóvel	rural?	
Sim,	desde	que	não	seja	reforma	agrária	no	sentido	estrito.	
CESPE	–	adota	sentido	estrito.	CUIDADO!	
2.1.4.	Competência	declaratória	
Competência	para	iniciar	o	processo	de	desapropriação	–	deflagrar.	
Pertence	 ao	 poder	 executivo	 que	 exercerá	 tal	 competência	 para	 sua	 chefia.	 Em	 regra,	 por	 meio	 de	
DECRETO.	
Além	deste,	algumas	entidades1	podem	possuir	a	competência	declaratória	se	assim	a	lei	previr.	Neste	
caso	declarará	por	meio	de	RESOLUÇÃO.	
Ex.	Aneel,	DENIT.		
Consórcio	Público	de	Direito	Público	
																												 	 	 	 				Entidade	autárquica								 	
Fundação	Pública	de	Direito	Público	
(1)	 Entidades	 que	 possuem	 competência	 declaratória	 para	 deflagrar	 o	 processo	 de	 desapropriação:	
Entidades	de	Direito	Público.	Entidade	autárquica	–	autarquia	administrativa.	
ATENÇÃO:	
O	Legislativo	poderá	declarar	desapropriações	que	sejam	de	interesse	próprio.	
Legislativo,	 por	 meio	 de	 lei	 de	 efeitos	 concretos	 (“cara	 de	 lei,	 nome	 de	 lei,	 contudo,	
materialmente,	é	ato	administrativo).	
IMPORTANTE:	
Quem	inicia	o	processo	de	desapropriação	para	o	Judiciário	é	o	EXECUTIVO.	
	 	
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2.1.5.	Competência	Executória	
Competência	para	promover	a	desapropriação.	
Quem	 a	 detém	 é	 quem	detém	 a	 competência	 declaratória,	 com	 exceção	 do	 legislativo,	 que	
necessita	do	Executivo	para	promover.	
Art.	 8o	 –	 Decreto-Lei	 3365/41	 -	 O	 Poder	 Legislativo	 poderá	 tomar	 a	 iniciativa	 da	 desapropriação,	
cumprindo,	neste	caso,	ao	Executivo,	praticar	os	atos	necessários	à	sua	efetivação.	
STJ	 –	O	 Legislativo	 só	 tem	 capacidade	 postulatória	 (atuar	 em	 Juízo)	 para	 defender	 direitos	
institucionais.	NÃO	POSSUI	PARA	DEFENDER	DIREITOS	PATRIMONIAIS.	
Ex.	Defender	repasse	correto	–	tem	a	vercom	autonomia	do	Poder	–	pode	ingressar	em	Juízo.	
Nota:	
Concessionários	 de	 serviço	 público	 ou	 detentores	 de	 funções	 delegadas,	 desde	 que	 tal	
atribuição	esteja	em	lei	ou	no	contrato,	competência	apenas	executória.	
Art.	3o		-	Decreto-Lei	3365/41	-	Os	concessionários	de	serviços	públicos	e	os	estabelecimentos	de	carater	
público	 ou	 que	 exerçam	 funções	 delegadas	 de	 poder	 público	 poderão	 promover	 desapropriações	
mediante	autorização	expressa,	constante	de	lei	ou	contrato.	
Capítulo	VII	
DOS	ENCARGOS	DO	PODER	CONCEDENTE	
Art.	29	–	Lei	8987/95.	Incumbe	ao	poder	concedente:	
I	-	regulamentar	o	serviço	concedido	e	fiscalizar	permanentemente	a	sua	prestação;	
II	-	aplicar	as	penalidades	regulamentares	e	contratuais;	
III	-	intervir	na	prestação	do	serviço,	nos	casos	e	condições	previstos	em	lei;	
IV	-	extinguir	a	concessão,	nos	casos	previstos	nesta	Lei	e	na	forma	prevista	no	contrato;	
V	-	homologar	reajustes	e	proceder	à	revisão	das	tarifas	na	forma	desta	Lei,	das	normas	pertinentes	e	do	
contrato;	
VI	 -	 cumprir	 e	 fazer	 cumprir	 as	 disposições	 regulamentares	 do	 serviço	 e	 as	 cláusulas	 contratuais	 da	
concessão;	
VII	-	zelar	pela	boa	qualidade	do	serviço,	receber,	apurar	e	solucionar	queixas	e	reclamações	dos	usuários,	
que	serão	cientificados,	em	até	trinta	dias,	das	providências	tomadas;	
VIII	-	declarar	de	utilidade	pública	os	bens	necessários	à	execução	do	serviço	ou	obra	pública,	promovendo	
as	desapropriações,	diretamente	ou	mediante	outorga	de	poderes	à	concessionária,	caso	em	que	será	
desta	a	responsabilidade	pelas	indenizações	cabíveis;	
IX	-	declarar	de	necessidade	ou	utilidade	pública,	para	fins	de	instituição	de	servidão	administrativa,	os	
bens	necessários	à	execução	de	serviço	ou	obra	pública,	promovendo-a	diretamente	ou	mediante	outorga	
de	poderes	à	concessionária,	caso	em	que	será	desta	a	responsabilidade	pelas	indenizações	cabíveis;	
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X	-	estimular	o	aumento	da	qualidade,	produtividade,	preservação	do	meio-ambiente	e	conservação;	
XI	-	incentivar	a	competitividade;	e	
XII	-	estimular	a	formação	de	associações	de	usuários	para	defesa	de	interesses	relativos	ao	serviço.	
2.1.6.	Visão	geral	da	desapropriação	(Decreto-Lei	3365/41)	
Art.	5º	-	CF	-	XXIV	-	a	lei	estabelecerá	o	procedimento	para	desapropriação	por	necessidade	ou	utilidade	
pública,	ou	por	interesse	social,	mediante	justa	e	prévia	indenização	em	dinheiro,	ressalvados	os	casos	
previstos	nesta	Constituição;	
A	desapropriação	é	um	PROCEDIMENTO	BIFÁSICO.	
Declaratória	(administrativa)/Executória	(judicial)	
A	 desapropriação,	 dando-se	 de	maneira	 amigável,	 extingue-se	 na	 fase	 declaratória.	 Destarte,	 A	 FASE	
EXECUTÓRIA	NÃO	SERÁ	NECESSÁRIA.	
2.1.6.1.	Ato	declaratório	
2.1.6.1.1.	Considerações	iniciais	
-	Efeitos:	Submeter	o	bem	à	força	expropriatória	do	Estado.	
Trata-se	apenas	de	uma	intenção.	Pode	materializar-se	ou	não.	
NÃO	TEM	EFICÁCIA	REAL1.	
(1)	Não	altera	a	declaração	na	matrícula	do	imóvel.	
A	intenção	de	desapropriar	pode	não	se	consumar.	
Ex.	Uma	declaração	de	utilidade	não	impede	que	o	bem	seja	vendido	e,	nem	mesmo,	a	cobrança	de	IPTU.	
Pode-se,	 inclusive,	construir,	mas	a	construção	não	 integrará	a	 indenização,	mesmo	se	 licenciada	(vide	
Súmula	23	–	STF	abaixo).	
Súmula	23	-	STF	
Verificados	os	pressupostos	legais	para	o	licenciamento	da	obra,	não	o	impede	a	declaração	de	utilidade	
pública	para	desapropriação	do	 imóvel,	mas	o	valor	da	obra	não	se	 incluirá	na	 indenização,	quando	a	
desapropriação	for	efetivada.	
-	É	considerado	o	estado	do	bem	para	indenizar.	
a)	O	ato	declaratório	vai	 identificar	o	bem	–	qualquer	bem	que	tenha	natureza	econômica	pode	ser	
desapropriado	(vide	art.	2º	-	Decreto-Lei	3365/41).	
Ex.	Bens	móveis,	imóveis,	direitos	pessoais,	posse.	
Art.	2o	 	 -	Decreto-Lei	3365/41	 -	Mediante	declaração	de	utilidade	pública,	 todos	os	bens	poderão	ser	
desapropriados	pela	União,	pelos	Estados,	Municípios,	Distrito	Federal	e	Territórios.	
§	1o		A	desapropriação	do	espaço	aéreo	ou	do	subsolo	só	se	tornará	necessária,	quando	de	sua	utilização	
resultar	prejuizo	patrimonial	do	proprietário	do	solo.	
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§	 2o	 	 Os	 bens	 do	 domínio	 dos	 Estados,	 Municípios,	 Distrito	 Federal	 e	 Territórios	 poderão	 ser	
desapropriados	pela	União,	e	os	dos	Municípios	pelos	Estados,	mas,	em	qualquer	caso,	ao	ato	deverá	
preceder	autorização	legislativa.		
§	3º	É	vedada	a	desapropriação,	pelos	Estados,	Distrito	Federal,	Territórios	e	Municípios	de	ações,	cotas	
e	 direitos	 representativos	 do	 capital	 de	 instituições	 e	 emprêsas	 cujo	 funcionamento	 dependa	 de	
autorização	do	Govêrno	Federal	e	se	subordine	à	sua	fiscalização,	salvo	mediante	prévia	autorização,	por	
decreto	do	Presidente	da	República.							(Incluído	pelo	Decreto-lei	nº	856,	de	1969)	
-	Desapropriação	de	bens	públicos	por	entes	da	federação	
STF	–	Todos	os	bens	públicos	podem	ser	desapropriados.	
STJ	–	somente	bem	público	dominical	(desafetado)	pode	ser	objeto	de	desapropriação.	
b)	O	ato	também	traz	o	fundamento	da	desapropriação,	podendo	ser:	
i.	Utilidade	pública	(art.	5º	-	Decreto-Lei	3365/41)	
ii.	Necessidade	pública	(art.	5º	-	Decreto-Lei	3365/41)	
iii.	Interesse	social	(arts.	1º	e	2º	-	Lei	4132/62)	
Art.	5o	–	Decreto-Lei	3365/41	-	Consideram-se	casos	de	utilidade	pública:	
a)	a	segurança	nacional;	
b)	a	defesa	do	Estado;	
c)	o	socorro	público	em	caso	de	calamidade;	
d)	a	salubridade	pública;	
e)	 a	 criação	 e	 melhoramento	 de	 centros	 de	 população,	 seu	 abastecimento	 regular	 de	 meios	 de	
subsistência;	
f)	o	aproveitamento	industrial	das	minas	e	das	jazidas	minerais,	das	águas	e	da	energia	hidráulica;	
g)	a	assistência	pública,	as	obras	de	higiene	e	decoração,	casas	de	saude,	clínicas,	estações	de	clima	e	
fontes	medicinais;	
h)	a	exploração	ou	a	conservação	dos	serviços	públicos;	
i)	a	abertura,	conservação	e	melhoramento	de	vias	ou	 logradouros	públicos;	a	execução	de	planos	de	
urbanização;	 o	 parcelamento	 do	 solo,	 com	ou	 sem	edificação,	 para	 sua	melhor	 utilização	 econômica,	
higiênica	ou	estética;	a	construção	ou	ampliação	de	distritos	industriais;							(Redação	dada	pela	Lei	nº	
9.785,	de	1999)	
j)	o	funcionamento	dos	meios	de	transporte	coletivo;	
k)	 a	 preservação	 e	 conservação	 dos	 monumentos	 históricos	 e	 artísticos,	 isolados	 ou	 integrados	 em	
conjuntos	urbanos	ou	rurais,	bem	como	as	medidas	necessárias	a	manter-lhes	e	realçar-lhes	os	aspectos	
mais	valiosos	ou	característicos	e,	ainda,	a	proteção	de	paisagens	e	locais	particularmente	dotados	pela	
natureza;		
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l)	 a	 preservação	 e	 a	 conservação	 adequada	 de	 arquivos,	 documentos	 e	 outros	 bens	moveis	 de	 valor	
histórico	ou	artístico;		
m)	a	construção	de	edifícios	públicos,	monumentos	comemorativos	e	cemitérios;	
n)	a	criação	de	estádios,	aeródromos	ou	campos	de	pouso	para	aeronaves;	
o)	a	reedição	ou	divulgação	de	obra	ou	invento	de	natureza	científica,	artística	ou	literária;	
p)	os	demais	casos	previstos	por	leis	especiais.	
§	1º	-	A	construção	ou	ampliação	de	distritos	 industriais,	de	que	trata	a	alínea	i	do	caput	deste	artigo,	
inclui	o	loteamento	das	áreas	necessárias	à	instalação	de	indústrias	e	atividades	correlatas,	bem	como	a	
revenda	ou	locação	dos	respectivos	lotes	a	empresas	previamente	qualificadas					 	(Incluído	pela	Lei	nº	
6.602,	de	1978)	
§	2º	-	A	efetivação	da	desapropriação	para	fins	de	criação	ou	ampliação	de	distritos	industriais	depende	
de	 aprovação,	 prévia	 e	 expressa,	 pelo	 Poder	 Público	 competente,	 do	 respectivo	 projeto	 de	
implantação".					(Incluído	pela	Lei	nº	6.602,	de	1978)	
§	3o	Ao	imóvel	desapropriado	para	implantaçãode	parcelamento	popular,	destinado	às	classes	de	menor	
renda,	não	se	dará	outra	utilização	nem	haverá	retrocessão.	(Incluído	pela	Lei	nº	9.785,	de	1999)	
Art.	 1º	 -	 Lei	 4132/62	 -	 A	 desapropriação	 por	 interesse	 social	 será	 decretada	 para	 promover	 a	 justa	
distribuição	 da	 propriedade	 ou	 condicionar	 o	 seu	 uso	 ao	 bem	 estar	 social,	 na	 forma	 do	 art.	 147	 da	
Constituição	Federal.	
Art.	2º	-	Lei	4132/62	-	Considera-se	de	interesse	social:	
I	-	o	aproveitamento	de	todo	bem	improdutivo	ou	explorado	sem	correspondência	com	as	necessidades	
de	habitação,	trabalho	e	consumo	dos	centros	de	população	a	que	deve	ou	possa	suprir	por	seu	destino	
econômico;	
II	-	a	instalação	ou	a	intensificação	das	culturas	nas	áreas	em	cuja	exploração	não	se	obedeça	a	plano	de	
zoneamento	agrícola,	VETADO;	
III	-	o	estabelecimento	e	a	manutenção	de	colônias	ou	cooperativas	de	povoamento	e	trabalho	agrícola:	
IV	 -	 a	 manutenção	 de	 posseiros	 em	 terrenos	 urbanos	 onde,	 com	 a	 tolerância	 expressa	 ou	 tácita	 do	
proprietário,	 tenham	 construído	 sua	 habilitação,	 formando	 núcleos	 residenciais	 de	 mais	 de	 10	 (dez)	
famílias;	
V	-	a	construção	de	casa	populares;	
VI	-	as	terras	e	águas	suscetíveis	de	valorização	extraordinária,	pela	conclusão	de	obras	e	serviços	públicos,	
notadamente	de	saneamento,	portos,	transporte,	eletrificação	armazenamento	de	água	e	irrigação,	no	
caso	em	que	não	sejam	ditas	áreas	socialmente	aproveitadas;	
VII	-	a	proteção	do	solo	e	a	preservação	de	cursos	e	mananciais	de	água	e	de	reservas	florestais.	
VIII	 -	 a	 utilização	 de	 áreas,	 locais	 ou	 bens	 que,	 por	 suas	 características,	 sejam	 apropriados	 ao	
desenvolvimento	de	atividades	turísticas.								(Incluído	pela	Lei	nº	6.513,	de	20.12.77)	
Professor:	Vinícius	Marins		 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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§	1º	O	disposto	no	item	I	deste	artigo	só	se	aplicará	nos	casos	de	bens	retirados	de	produção	ou	tratando-
se	de	 imóveis	 rurais	 cuja	produção,	 por	 ineficientemente	explorados,	 seja	 inferior	 à	média	da	 região,	
atendidas	as	condições	naturais	do	seu	solo	e	sua	situação	em	relação	aos	mercados.	
§	2º	As	necessidades	de	habitação,	trabalho	e	consumo	serão	apuradas	anualmente	segundo	a	conjuntura	
e	condições	econômicas	locais,	cabendo	o	seu	estudo	e	verificação	às	autoridades	encarregadas	de	velar	
pelo	bem	estar	e	pelo	abastecimento	das	respectivas	populações.	
Art.	147	-	CF.	Competem	à	União,	em	Território	Federal,	os	impostos	estaduais	e,	se	o	Território	não	for	
dividido	em	Municípios,	cumulativamente,	os	impostos	municipais;	ao	Distrito	Federal	cabem	os	impostos	
municipais.	
c)	Finalidade	do	bem	
Deve	constar	no	ato	declaratório	a	finalidade	do	ato	expropriatório,	a	que	o	bem	será	destinado.	
Desvio	de	finalidade	–	a	finalidade/propósito	indicado	no	ato	e	o	propósito	pretendido	por	quem	produz	
o	ato	não	estão	alinhados.	
≠	 Tredestinação	 –	 Depois	 da	 desapropriação,	 é	 dado	 destino	 diverso	 daquele	 indicado	 no	 ato	
declaratório.	
	
É	 comum	 que	 o	 ato	 declaratório	 indique	 a	 utilidade	 de	 imóveis	 vizinhos	 ao	 que	
efetivamente/imediatamente	 será	 desapropriado,	 sem	 a	 indicação	 de	 finalidade	 imediata	 para	 esses	
outros	imóveis.	Evita	valorização	excessiva	ou	servirá	a	futuras	obras	(Desapropriação	por	zona	–	art.	4º	-	
Decreto-Lei	3365/41).	
Assim,	 caso,	 eventualmente,	 o	 Estado	 for	 dar	 destinação	 às	 áreas	 dos	 imóveis	 vizinhos,	 não	 será	
necessário	outro	ato	declaratório.	
Art.	 4o	 –	 Decreto-Lei	 3365/41	 -	 A	 desapropriação	 poderá	 abranger	 a	 área	 contígua	 necessária	 ao	
desenvolvimento	 da	 obra	 a	 que	 se	 destina,	 e	 as	 zonas	 que	 se	 valorizarem	 extraordinariamente,	 em	
consequência	 da	 realização	 do	 serviço.	 Em	 qualquer	 caso,	 a	 declaração	 de	 utilidade	 pública	 deverá	
compreendê-las,	mencionando-se	quais	as	indispensaveis	à	continuação	da	obra	e	as	que	se	destinam	à	
revenda.	
Parágrafo	 único.	 	 Quando	 a	 desapropriação	 destinar-se	 à	 urbanização	 ou	 à	 reurbanização	 realizada	
mediante	 concessão	 ou	 parceria	 público-privada,	 o	 edital	 de	 licitação	 poderá	 prever	 que	 a	 receita	
decorrente	 da	 revenda	 ou	 utilização	 imobiliária	 integre	 projeto	 associado	 por	 conta	 e	 risco	 do	
concessionário,	 garantido	 ao	 poder	 concedente	 no	 mínimo	 o	 ressarcimento	 dos	 desembolsos	 com	
indenizações,	quando	estas	ficarem	sob	sua	responsabilidade.					(Incluído	pela	Lei	nº	12.873,	de	2013)	
	
-	Direito	de	extensão	–	o	expropriado	pode	requerer,	haja	vista	a	desvalorização.	
Interpretação	extensiva	da	Lei	de	Reforma	Agrária.	
	 	
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2.1.6.1.2.	Efeitos	do	ato	declaratório	
-	Submeter	o	bem	à	força	expropriatória	do	Estado.	
-	Fixar	o	Estado	do	bem	para	efeito	de	indenização	(art.	26,	§1º	-	Decreto-Lei	3365/41).	
i.	Benfeitorias	(≠	acessão)	necessárias:	serão	incluídas	na	indenização.	
ii.	Benfeitorias	(≠	acessão)	úteis:	serão	ressarcidas	apenas	SE	AUTORIZADAS.	
iii.	Benfeitorias	(≠	acessão)	voluptuárias:	NÃO	serão	indenizadas.	
Fundo	de	comércio	pertencente	ao	próprio	proprietário	pode	ser	incluído	no	valor	da	indenização.	Se	não	
pertence	ao	proprietário,	cabe	ação	autônoma	do	terceiro	contra	o	Estado.	
Art.	26	–	Decreto-Lei	3365/41.	No	valor	da	indenização,	que	será	contemporâneo	da	avaliação,	não	se	
incluirão	os	direitos	de	terceiros	contra	o	expropriado.						(Redação	dada	pela	Lei	nº	2.786,	de	1956)	
§	1º	Serão	atendidas	as	benfeitorias	necessárias	feitas	após	a	desapropriação;	as	úteis,	quando	feitas	com	
autorização	do	expropriante.						(Renumerado	do	Parágrafo	Único	pela	Lei	nº	4.686,	de	1965)	
§	2º	Decorrido	prazo	superior	a	um	ano	a	partir	da	avaliação,	o	Juiz	ou	Tribunal,	antes	da	decisão	final,	
determinará	a	correção	monetária	do	valor	apurado,	conforme	índice	que	será	fixado,	trimestralmente,	
pela	Secretaria	de	Planejamento	da	Presidência	da	República.	 	 	 	 	 	 (Redação	dada	pela	Lei	nº	6.306,	de	
1978)	
-	 Delimitar	 o	 termo	 inicial	 de	 caducidade	 –	 prazos	 que	 o	 Poder	 Público	 tem	 para	 promover	 a	
desapropriação,	quais	sejam:	
i.	5	anos	para	desapropriação	por	necessidade	e	utilidade	pública	(art.	10	–	Decreto-Lei	3365/41).	
Art.	 10	 –	Decreto-Lei	 3365/41.	 	 A	 desapropriação	 deverá	 efetivar-se	mediante	 acordo	 ou	 intentar-se	
judicialmente,	dentro	de	cinco	anos,	contados	da	data	da	expedição	do	respectivo	decreto	e	findos	os	
quais	este	caducará.	(Vide	Decreto-lei	nº	9.282,	de	1946)			
Neste	caso,	somente	decorrido	um	ano,	poderá	ser	o	mesmo	bem	objeto	de	nova	declaração.	
Parágrafo	único.	Extingue-se	em	cinco	anos	o	direito	de	propor	ação	que	vise	a	indenização	por	restrições	
decorrentes	de	atos	do	Poder	Público.					(Incluído	pela	Medida	Provisória	nº	2.183-56,	de	2001)	
ii.	2	anos	para	desapropriação	por	interesse	social	(art.	3º	-	Lei	4132/62)		
EXCEÇÃO	-	Para	desapropriar,	tem	2	anos	e,	para	dar	finalidade,	até	2	anos.	
Em	regra,	não	tem	prazo	para	dar	finalidade.	
Art.	 3º	 -	 Lei	 4132/62	 -	 O	 expropriante	 tem	 o	 prazo	 de	 2	 (dois)	 anos,	 a	 partir	 da	 decretação	 da	
desapropriação	por	interesse	social,	para	efetivar	a	aludida	desapropriação	e	iniciar	as	providências	de	
aproveitamento	do	bem	expropriado.	
Parágrafo	único.	VETADO.	
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2.1.6.1.3.	Direito	de	penetração	(art.	7º	-	Decreto-Lei	3365/41)	
Prerrogativa	do	Poder	Público,	após	a	declaração,	de	ingressar	nos	bens	nela	compreendidos.	
Objetivo	principal	–	realizar	vistorias	e	para	defesa	do	bem.	
Art.	 7o	 –	 Decreto-Lei	 3365/41	 -	 Declarada	 a	 utilidade	 pública,	 ficam	 as	 autoridades	 administrativas	
autorizadas	 a	 penetrar	 nos	 prédios	 compreendidos	 na	 declaração,	 podendo	 recorrer,	 em	 caso	 de	
oposição,	ao	auxíliode	força	policial.	
Àquele	que	for	molestado	por	excesso	ou	abuso	de	poder,	cabe	 indenização	por	perdas	e	danos,	sem	
prejuizo	da	ação	penal.	
2.1.6.1.4.	Situações	possíveis	
1)	Expropriante	oferece	preço	–	expropriado	aceita	–	desapropriação	amigável	
Natureza	jurídica	semelhante	à	compra	e	venda.	
Nesse	caso,	não	seria	forma	de	aquisição	originária	da	propriedade.	
2)	 Expropriante	 oferece	 preço	 –	 proprietário	 não	 aceita	 o	 preço	 ou	 é	 incerto	 ou	 desconhecido	 –	 a	
desapropriação	caminha	para	a	fase	judicial	–	ação	expropriatória	
NÃO	HÁ	OBRIGAÇÃO	LEGAL	IMPUTADA	AO	PODER	PÚBLICO	DE	OFERECER	O	PREÇO	ANTES.	
Nota:	
-	Fases	da	desapropriação	
i.	Declaração	–	intenção	de	desapropriar;	
ii.	 Executória	 –	 é	 nela	 que	 o	 poder	 público	 vai	 praticar	 atos	 objetivos	 visando	 a	 transferência	 do	
domínio.	
-	Poder	público	oferece	o	preço	e	o	proprietário	aceita	(desapropriação	amigável	–	compra	e	venda)	
	-	 Poder	 público	 oferece	 o	 preço	 e	 o	 proprietário	 não	 aceita	 –	 direto	 para	 fase	 executória	 –	 ação	 de	
desapropriação	
-	Proprietário	incerto/desconhecido	-	direto	para	fase	executória–	ação	de	desapropriação	
-	 Poder	 público	 não	 tem	 interesse	 em	 acordo	 amigável	 -	 direto	 para	 fase	 executória	 –	 ação	 de	
desapropriação	
Na	fase	declaratória,	caso	o	proprietário,	diante	de	uma	eventual	discordância	da	desapropriação	em	si	
ou	do	preço,	o	proprietário	não	tem	nada	a	fazer,	a	não	ser	aguardar	a	propositura	da	ação.	
Deve	o	proprietário	aguardar	a	caducidade	do	ato	declaratório.	
A	 ação	 de	 desapropriação	 é	 um	 encargo	 exclusivo	 do	 poder	 público,	 sendo	 que	 este	 poderá,	
eventualmente,	 delegar	 aos	 concessionários	 de	 serviço	 público	 a	 possibilidade	 de	 ajuizar	 ações	 de	
desapropriação.	Ex.	Uma	empresa	que	administra	uma	rodovia	poderá,	eventualmente,	ingressar	com	a	
ação	de	desapropriação.	
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2.1.6.2.	Ação	expropriatória	
2.1.6.2.1.	Ação	de	cognição	limitada	
A	 ação	 de	 desapropriação	 possui	 objeto	 restrito,	 pois	 a	 contestação	 somente	 poderá	 versar	
sobre	preço	e	vícios	processuais1.	
(1)	 Vícios	 processuais:	 subdividem-se	 em	 a)	 Condições	 da	 ação	 e	 b)	 pressupostos	 processuais.	 Está	
EXCLUÍDA	QUALQUER	DISCUSSÃO	ACERCA	DA	NULIDADE	DO	ATO	DECLARATÓRIO,	 pois	 esta	 deve	 ser	
discutida	por	meio	de	ação	própria	movida	pelo	proprietário.	
A	contestação	também	permite	que	o	proprietário	discuta	sobre	o	direito	de	extensão,	qual	seja,	
a	possibilidade	de	o	proprietário,	no	caso	de	desapropriação	parcial,	demandar	a	incorporação	
da	área	remanescente	em	vista	da	perda	substancial	de	valor	econômico	da	referida	área.	
Tendo	em	vista	que,	na	ação	de	desapropriação,	discute-se,	basicamente,	o	preço,	em	regra,	o	
poder	público	vai	obter	o	que	espera,	isto	é,	a	transferência	da	propriedade	final.	
Assim,	é	correto	afirmar	que	a	ação	de	desapropriação	é,	basicamente,	uma	ação	de	discussão	
do	preço,	em	que	o	poder	público	geralmente	logra	êxito.	
Não	 se	 pode,	 por	 exemplo,	 discutir	 os	 pressupostos	 da	 desapropriação	 na	 ação	 de	
desapropriação.	
Deve-se	ajuizar	uma	nova	ação	para	discuti-los.	
Se	houver	diversas	ações	ajuizadas	pelo	proprietário,	estas	serão	conexas.	Se	houver	manifesto	
prejuízo	à	ação	de	desapropriação,	poderá	o	juiz	SUSPENDER	o	curso	desta.	
Art.	 20	 –	 Decreto	 Lei	 3.365/41.	 A	 contestação	 só	 poderá	 versar	 sobre	 vício	 do	 processo	 judicial	 ou	
impugnação	do	preço;	qualquer	outra	questão	deverá	ser	decidida	por	ação	direta.	
Art.	9o	–	Decreto	Lei	3.365/41	-			Ao	Poder	Judiciário	é	vedado,	no	processo	de	desapropriação,	decidir	se	
se	verificam	ou	não	os	casos	de	utilidade	pública.	
É	muito	difícil	discutir	sobre	os	pressupostos	da	desapropriação,	pois	estes	são	discricionários.	
O	judiciário	pode	enfrentar	os	pressupostos	da	desapropriação	no	campo	da	certeza	negativa,	
apontando	expressamente	as	hipóteses	que	flagrantemente	estão	desacordo	com	estes.	
2.1.6.2.2.	Imissão	provisória	da	posse	
A	qualquer	momento	o	poder	público	pode	demandar	a	imissão	provisória	da	posse.	
a)	Pressupostos	
-	Declaração	de	urgência	(+	demonstração	da	urgência	–	STJ)	
O	poder	público	deve	produzir	um	ato	específico	indicando	que	existe	uma	urgência	peculiar	para	que	ele	
ingresse	na	posse	do	bem	antes	do	processo	se	consumar,	denominado	com	o	declaração	de	urgência.	
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A	 declaração	 pode	 ocorrer	 por	 ato	 autônomo	 ou	 até	 mesmo	 no	 próprio	 ato	 declaratório	 da	
desapropriação.	
Durante	muitos	anos,	entendeu-se	que	o	judiciário	deveria	acatar	a	declaração	do	poder	público.	
Atualmente,	 o	 STJ	 entende	 ser	 necessário	 que	 o	 Poder	 Público	 DEMONSTRE	 a	 urgência,	 podendo	 o	
judiciário	avaliar	se	de	fato	esta	está	presente.	
Este	caso	revela	que	não	haverá	acordo	com	o	proprietário,	já	se	iniciando	a	fase	executória.	
Realizada	a	declaração	da	urgência,	o	poder	público	tem	120	dias	para	demandar	a	imissão	na	posse.	
Trata-se	de	um	prazo	improrrogável,	ou	seja,	após	expirado,	não	mais	se	poderá	declarar	a	urgência.	
-	Depósito	do	preço	
O	preço	da	avaliação	que	o	poder	público	realizou	e	incluiu	na	inicial	da	ação	de	desapropriação.	
A	avaliação	não	vincula	a	decisão	do	judiciário.	
Atualmente,	a	jurisprudência	considera	que	a	imissão	provisória	da	posse	está	vinculada	ao	depósito	do	
preço	da	avaliação	prévia	do	Juízo.		
Não	são	adotados	os	critérios	elencados	no	art.	15	da	lei	3.365/41.	
É	necessário	que	o	Juiz	faça	uma	avaliação	provisória.	
b)	Levantamento	do	preço	
Atendidos	 os	 pressupostos	 acima,	 o	 poder	 público	 poderá	 realizar	 a	 imissão	 provisória	 da	 posse	 e	 o	
proprietário	poderá	levantar,	a	depender	da	autorização	do	juiz,	até	80%	do	preço	da	avaliação	provisória.	
Para	o	proprietário	levantar	o	preço,	é	necessário:	
-	Prova	da	propriedade;	
-	Quitação	dos	tributos	relativos	ao	imóvel;	
-	Edital	publicado	para	que	eventuais	interessados	se	manifestem	sobre	aquele	valor	apresentado,	cujo	
prazo	mínimo	de	publicidade	é	de	10	dias.	
c)	Registro	
A	imissão	na	posse	deverá	ser	REGISTRADA.	
d)	NÃO	É	PROVISÓRIA	
A	imissão	provisória	é	provisória	somente	no	nome,	posto	que	o	poder	público	quando	ingressa	no	bem	
e	realiza	alterações	que	o	incorporam	ao	bem	público,	este	não	o	devolverá	ao	proprietário.	
As	coisas,	uma	vez	incorporadas	ao	patrimônio	público,	não	serão	alvo	ou	objeto	de	devolução.	
-	 Crítica:	 Neste	 caso,	 pode-se	 dizer	 que	 há	 um	 caso	 de	 “desapropriação”	 o	 sem	 a	 justa	 e	 prévia	
indenização,	em	desconformidade	com	a	constituição,	posto	que	a	imissão	não	é	provisória,	pois	o	bem	
será	 incorporado	definitivamente	ao	patrimônio	público.	 JURIDICAMENTE	NÃO	HÁ	DESAPROPRIAÇÃO,	
MAS,	FATICAMENTE,	HÁ.	
Professor:	Vinícius	Marins		 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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Art.	 15	 –	 Decreto	 Lei	 3.365/41.	 Se	 o	 expropriante	 alegar	 urgência	 e	 depositar	 quantia	 arbitrada	 de	
conformidade	com	o	art.	685	do	Código	de	Processo	Civil,	o	 juiz	mandará	 imití-lo	provisoriamente	na	
posse	dos	bens;	
§	 1º	 A	 imissão	 provisória	 poderá	 ser	 feita,	 independente	 da	 citação	 do	 réu,	 mediante	 o	 depósito:						
(Incluído	pela	Lei	nº	2.786,	de	1956)	
a)	do	preço	oferecido,	se	êste	fôr	superior	a	20	(vinte)	vêzes	o	valor	locativo,	caso	o	imóvel	esteja	sujeito	
ao	impôsto	predial;						(Incluída	pela	Lei	nº	2.786,	de	1956)	
b)	da	quantia	correspondente	a	20	(vinte)	vêzes	o	valor	 locativo,	estando	o	 imóvel	sujeito	ao	 impôsto	
predial	e	sendo	menor	o	preço	oferecido;						(Incluída	pela	Lei	nº	2.786,	de	1956)	
c)	do	valor	cadastral	do	imóvel,	para	fins	de	lançamento	do	impôsto	territorial,	urbano	ou	rural,	caso	o	
referido	valor	tenha	sido	atualizado	no	ano	fiscal	imediatamenteanterior;					(Incluída	pela	Lei	nº	2.786,	
de	1956)	
d)	não	tendo	havido	a	atualização	a	que	se	refere	o	inciso	c,	o	juiz	fixará	independente	de	avaliação,	a	
importância	 do	 depósito,	 tendo	 em	 vista	 a	 época	 em	 que	 houver	 sido	 fixado	 originàlmente	 o	 valor	
cadastral	e	a	valorização	ou	desvalorização	posterior	do	imóvel.					(Incluída	pela	Lei	nº	2.786,	de	1956)	
§	2º	A	alegação	de	urgência,	que	não	poderá	ser	renovada,	obrigará	o	expropriante	a	requerer	a	imissão	
provisória	dentro	do	prazo	improrrogável	de	120	(cento	e	vinte)	dias.	(Incluído	pela	Lei	nº	2.786,	de	1956)	
§	3º	Excedido	o	prazo	fixado	no	parágrafo	anterior	não	será	concedida	a	imissão	provisória.	(Incluído	pela	
Lei	nº	2.786,	de	1956)	
§	4o		A	imissão	provisória	na	posse	será	registrada	no	registro	de	imóveis	competente.						(Incluído	pela	
Lei	nº	11.977,	de	2009)	
Art.	35	–	Decreto	Lei	3.365/41.	 	Os	bens	expropriados,	uma	vez	 incorporados	à	Fazenda	Pública,	não	
podem	 ser	 objeto	 de	 reivindicação,	 ainda	 que	 fundada	 em	 nulidade	 do	 processo	 de	 desapropriação.	
Qualquer	ação,	julgada	procedente,	resolver-se-á	em	perdas	e	danos.	
IMPORTANTE:	
Imissão	provisória	da	posse	É	DIFERENTE	DE	direito	de	penetração.	Vejamos:	
-	Imissão	provisória	da	posse:	consequência	de	uma	decisão	judicial.	
-	 Direito	 de	 penetração:	 consequência	 do	 ato	 declaratório	 que	 permite	 o	 poder	 público	
ingressar	na	coisa	para	avaliá-la	ou	acompanhá-la.	
Nota:	
O	direito	de	extensão	pode	ser	arguido	na	fase	declaratória,	em	ação	própria	e,	 também,	na	
contestação	da	ação	de	desapropriação.	
	 	
Professor:	Vinícius	Marins		 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	PROLABORE		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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2.1.6.2.3.	Indenização	
Na	indenização	estão	compreendidas	algumas	parcelas:	
a)	Valor	do	bem	de	acordo	com	critérios	de	mercado	(principal);	
b)	Perdas	e	danos	decorrentes	da	desapropriação	(morais	ou	materiais,	incluídos	os	lucros	cessantes)	
Ex.	Exame	do	valor	sentimental	que	o	bem	tem	para	o	proprietário.	
c)	Juros1	compensatórios2(art.	15-A	–	Decreto-Lei	3.365/41)	
																			 	Cumuláveis	(Sum.	102	–	STJ)	
d)	Juros	moratórios3	(art.	15-B	–	Decreto-lei	3.365/41)	
(1)	Juros:	remuneração	pela	disponibilização	do	capital.	É	o	que	se	remunera	pela	disponibilização	de	um	
capital.	Aquele	que	dispôs	o	capital	pode	dispô-lo	de	forma	voluntária	ou	involuntária.	
(2)	 Juros	 compensatórios	 (art.	 15-A):	 também	 denominado	 juros	 remuneratórios.	 Decorre	 da	
indisponibilidade	do	bem.	
Começa	a	contar	a	partir	da	imissão	na	posse.	
Seu	valor	é	de	12%	ao	ano	a	partir	da	imissão	na	posse.	
A	base	de	cálculo	dos	juros	compensatórios	é	a	diferença	entre	o	valor	final	do	bem	(avaliação	judicial	do	
bem	na	sentença)	subtraído	do	valor	de	80%	levantado	pelo	proprietário	quando	da	imissão	na	posse.	
O	STF	desconsiderou	que	o	juiz	pode	deferir	um	levantamento	inferior	a	80%	quando	da	imissão	na	posse,	
prejudicando	o	proprietário.	
Equivalem	aos	lucros	cessantes,	não	podendo,	segundo	o	STJ,	ser	cumulados.	
Assim,	o	pagamento	de	juros	compensatórios	afasta	a	incidência	dos	lucros	cessantes.	
Desta	feita,	os	juros	compensatórios	serão	pagos	quando	houver	a	imissão	provisória	na	posse.	
Não	havendo	imissão	provisória	na	posse,	não	haverá	juros	compensatórios	a	pagar,	devendo	o	poder	
público	pagar	os	lucros	cessantes.	
(3)	Juros	moratórios	(art.	15	–	B):	Decorrem	do	atraso	no	adimplemento	da	indenização.	
Termo	inicial	-	1	º	de	janeiro	do	exercício	financeiro	seguinte	àquele	em	que	o	pagamento	deveria	ter	sido	
feito	e	não	foi.	
Incidem	à	base	de	6%	ao	ano.	
e)	Correção	monetária	(Súmula	651	STF)	
f)	Honorários	advocatícios	(Súmula	617	STF)	
São	pagos	à	base	0/5%	e	5%	da	diferença	entre	o	valor	oferecido	pelo	Estado	e	o	estipulado	em	sentença.	
Incluem-se	no	cálculo	os	juros	compensatórios	e	moratórios	e	a	compensação	monetária.	
Professor:	Vinícius	Marins		 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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Incidirá	desde	a	data	do	 trânsito	em	 julgado	da	ação	de	desapropriação	até	o	adimplemento	 total	do	
precatório.	
Súmula	102/STJ	-	26/10/2016.	Desapropriação.	Juros	moratórios	sobre	os	compensatórios.	Cumulação.	
Possibilidade.	CF/88,	art.	5º,	XXIV.	Dec.	22.626/33,	art.	4º.	
«A	 incidência	dos	 juros	moratórios	 sobre	os	 compensatórios,	 nas	 ações	expropriatórias,	 não	 constitui	
anatocismo	vedado	em	lei.»	
Art.	15-A	–	Decreto-lei	3.365/41	No	caso	de	imissão	prévia	na	posse,	na	desapropriação	por	necessidade	
ou	utilidade	pública	e	interesse	social,	inclusive	para	fins	de	reforma	agrária,	havendo	divergência	entre	
o	preço	ofertado	em	juízo	e	o	valor	do	bem,	fixado	na	sentença,	expressos	em	termos	reais,	incidirão	juros	
compensatórios	de	até	seis	por	cento	ao	ano	sobre	o	valor	da	diferença	eventualmente	apurada,	a	contar	
da	imissão	na	posse,	vedado	o	cálculo	de	juros	compostos.					(Incluído	pela	Medida	Provisória	nº	2.183-
56,	de	2001)	
§	1o		Os	juros	compensatórios	destinam-se,	apenas,	a	compensar	a	perda	de	renda	comprovadamente	
sofrida	pelo	proprietário.					(Incluído	pela	Medida	Provisória	nº	2.183-56,	de	2001)						(Vide	ADIN	nº	2.332-
2)	
§	2o		Não	serão	devidos	juros	compensatórios	quando	o	imóvel	possuir	graus	de	utilização	da	terra	e	de	
eficiência	na	exploração	iguais	a	zero.							(Incluído	pela	Medida	Provisória	nº	2.183-56,	de	2001)					(Vide	
ADIN	nº	2.332-2)	
§	 3o	 	 O	 disposto	 no	 caput	 deste	 artigo	 aplica-se	 também	 às	 ações	 ordinárias	 de	 indenização	 por	
apossamento	administrativo	ou	desapropriação	indireta,	bem	assim	às	ações	que	visem	a	indenização	por	
restrições	decorrentes	de	atos	do	Poder	Público,	em	especial	aqueles	destinados	à	proteção	ambiental,	
incidindo	os	juros	sobre	o	valor	fixado	na	sentença.							(Incluído	pela	Medida	Provisória	nº	2.183-56,	de	
2001)	
§	4o		Nas	ações	referidas	no	§	3o,	não	será	o	Poder	Público	onerado	por	juros	compensatórios	relativos	a	
período	anterior	à	aquisição	da	propriedade	ou	posse	titulada	pelo	autor	da	ação.							(Incluído	pela	Medida	
Provisória	nº	2.183-56,	de	2001)						(Vide	ADIN	nº	2.332-2)	
Art.	15-B	-	Decreto-lei	3.365/41Nas	ações	a	que	se	refere	o	art.	15-A,	os	juros	moratórios	destinam-se	a	
recompor	a	perda	decorrente	do	atraso	no	efetivo	pagamento	da	indenização	fixada	na	decisão	final	de	
mérito,	e	somente	serão	devidos	à	razão	de	até	seis	por	cento	ao	ano,	a	partir	de	1o	de	janeiro	do	exercício	
seguinte	 àquele	 em	 que	 o	 pagamento	 deveria	 ser	 feito,	 nos	 termos	 do	 art.	 100	 da	 Constituição.							
(Incluído	pela	Medida	Provisória	nº	2.183-56,	de	2001)	
SÚMULA	617	-	STF	
A	 base	 de	 cálculo	 dos	 honorários	 de	 advogado	 em	 desapropriação	 é	 a	 diferença	 entre	 a	 oferta	 e	 a	
indenização,	corrigidas	ambas	monetariamente.	
Nota:	
-	Precatórios:	
Juiz	indica,	por	meio	de	ofício	requisitório,	ao	Presidente	do	Tribunal	o	precatório	a	ser	pago.	
O	 Presidente	 do	 Tribunal	 encaminha	 uma	 ordem	 (precatório)	 ao	 Chefe	 do	 Executivo	 para	 a	
inclusão	do	débito	na	lei	orçamentária	(LOA).	
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Assim,	precatório	é	a	ordem	expedida	pelo	Presidente	do	Tribunal	ao	Chefe	do	Executivo	para	
que	este	inclua	na	lei	orçamentária	o	débito.	
Não	incluir	na	lei	orçamentária	é	crime	do	Chefe	do	Executivo,	todavia,	o	não	pagamento	não	é	
punido.	
Se	o	precatório	é	encaminhado	até	1º	de	julho,	o	pagamento	pode	ser	feito	até	dezembro	do	
ano	seguinte.	Após,	poderá	ser	feito	até	dezembro	do	ano	subsequente	ao	seguinte.	
Neste	período	em	que	o	pagamento	poderá	ser	feito,	NÃO	haverá	mora.		
Art.	100	-	CF.	Os	pagamentos	devidos	pelas	Fazendas	Públicas	Federal,	Estaduais,	Distrital	e	Municipais,	
em	virtude	de	sentença	judiciária,	far-se-ão	exclusivamente	na	ordem	cronológica	de	apresentação	dos	
precatórios	e	à	conta	dos	créditos	respectivos,	proibida	a	designação	de	casos	ou	de	pessoas	nas	dotações

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