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Apostila PMERJ 2023 soldado

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PM-RJ
Soldado
a solução para o seu concurso!
Editora
POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO 
APOSTILA PREPARATÓRIA 
ELABORADA COM BASE NO 
EDITAL ANTERIOR
CÓD: SL-014JN-23
7908433231967
INTRODUÇÃO
a solução para o seu concurso!
Editora
Como passar em um concurso público?
Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro 
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como 
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução 
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!
• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter 
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você 
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma 
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, 
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não 
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É 
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha 
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto 
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque 
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses 
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais 
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma 
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é 
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo 
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação 
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
ÍNDICE
a solução para o seu concurso!
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Língua Portuguesa 
1. Interpretação e compreensão de textos; relações lexicais; intertextualidade; gêneros textuais; tipologia textual; linguagem 
verbal e não verbal ..................................................................................................................................................................... 7
2. construção de sentido e efeitos de sentido (semântica); denotação (sentido literal) e conotação (sentido figurado) .............. 15
3. funções da linguagem ................................................................................................................................................................. 16
4. variedades linguísticas ................................................................................................................................................................ 17
5. tipos de discurso ......................................................................................................................................................................... 18
6. acentuação gráfica ...................................................................................................................................................................... 20
7. ortografia .................................................................................................................................................................................... 21
8. classe de palavras (substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção, interjeição). 
estrutura e formação de palavras ............................................................................................................................................... 22
9. sintaxe (frase, oração, período; termos essenciais, integrantes e acessórios da oração ............................................................ 31
10. concordância nominal e verbal ................................................................................................................................................... 34
11. regência nominal e verbal (crase) ............................................................................................................................................... 35
12. colocação pronominal ................................................................................................................................................................. 38
13. coesão; coerência ....................................................................................................................................................................... 39
14. pontuação ................................................................................................................................................................................... 40
Redação
1. Introdução À Redação ................................................................................................................................................................ 51
Matemática Básica
1. Números Inteiros: Operações E Propriedades. Números Racionais, Representação Fracionária E Decimal: Operações E 
Propriedades. Mínimo Múltiplo Comum. ............................................................................................................................... 63
2. Razão E Proporção. ................................................................................................................................................................. 65
3. Porcentagem. .......................................................................................................................................................................... 66
4. Regra De Três Simples. ............................................................................................................................................................ 67
5. Média Aritmética Simples. ...................................................................................................................................................... 68
6. Equações. Sistema De Equações. ............................................................................................................................................
70
7. Sistema Métrico: Medidas De Tempo, Comprimento, Superfície E Capacidade. .................................................................... 73
8. Relação Entre Grandezas: Tabelas E Gráficos. ......................................................................................................................... 78
9. Noções De Geometria (Forma, Perímetro, Área, Volume, Teorema De Pitágoras). ................................................................. 82
ÍNDICE
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Noções de Direitos Humanos
1. Direitos E Deveres Individuais E Coletivos. ........................................................................................................................... 93
2. Conceitos, Histórico E Gerações Dos Direitos Humanos. ...................................................................................................... 102
3. Direitos Humanos Na Constituição Federal. ......................................................................................................................... 108
4. Declaração Universal Dos Direitos Humanos (Dudh). ........................................................................................................... 113
5. Convenção Americana Sobre Direitos Humanos ................................................................................................................... 115
Legislação Aplicada à PMERJ
1. Lei Maria Da Penha – Lei Nº 11.340, 2006. .............................................................................................................................. 123
2. Estatuto Da Pessoa Idosa – Lei Nº 10.741, De 2003. ................................................................................................................ 129
3. Estatuto Da Inclusão Da Pessoa Com Deficiência – Lei Nº 13.146, De 2015. ............................................................................ 140
Noções de Direito Administrativo
1. Princípios Da Administração Pública. ...................................................................................................................................... 161
2. Organização Da Administração Pública. .................................................................................................................................. 164
3. Agentes Públicos. .................................................................................................................................................................... 168
4. Atos Administrativos. .............................................................................................................................................................. 179
5. Poderes Da Administração Pública. ......................................................................................................................................... 190
6. Controle Da Administração Pública. ........................................................................................................................................ 197
7. Bens Públicos. ......................................................................................................................................................................... 202
8. Serviços Públicos. .................................................................................................................................................................... 205
9. Responsabilidade Civil Do Estado. ........................................................................................................................................... 216
Noções de Direito Processual Penal
1. Aplicação Da Lei Processual Penal E Princípios Do Processo Penal. ........................................................................................ 225
2. Inquérito Policial. .................................................................................................................................................................... 227
3. Ação Penal. ............................................................................................................................................................................. 230
4. Da Prova. ................................................................................................................................................................................. 231
5. Da Prisão, Das Medidas Cautelares E Da Liberdade Provisória. ............................................................................................... 232
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LÍNGUA PORTUGUESA
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS; RELAÇÕES 
LEXICAIS; INTERTEXTUALIDADE; GÊNEROS TEXTUAIS; TI-
POLOGIA TEXTUAL; LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois 
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo 
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é 
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que 
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação, 
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente, 
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada 
em nossos conhecimentos prévios. 
Compreensão de Textos 
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do 
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. 
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso 
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. 
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem 
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a 
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, 
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos 
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito 
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado 
evento. 
Interpretação de Textos 
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os 
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias 
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar 
é decodificar o sentido de um texto por indução. 
A interpretação de textos compreende a habilidade de se 
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de 
texto, seja ele escrito, oral ou visual. 
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado 
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado 
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, 
podendo ser diferente entre leitores. 
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de 
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em 
um texto misto (verbal e visual):
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar 
Especial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a 
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com 
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou 
menos severas.”
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de 
1988.
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos 
severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes 
ou não.
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser 
incluídos socialmente.
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
Comentário da questão:
Em “A” – Errado: o texto é sobre direito à educação, incluindo as 
pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. 
Em “B” – Certo: o complemento “mais ou menos severas” se 
refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis. 
Em “C” – Errado: o advérbio “também”, nesse caso, indica a 
inclusão/adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito
à 
educação, além das que não apresentam essas condições.
Em “D” – Errado: além de mencionar “deficiências de 
toda ordem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou 
temporárias”.
Em “E” – Errado: este é o tema do texto, a inclusão dos 
deficientes. 
Resposta: Letra B. 
LÍNGUA PORTUGUESA
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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia 
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga 
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, 
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo 
significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um 
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o 
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre 
o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito 
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências 
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com 
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos 
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício 
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto: 
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma 
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos 
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas 
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que, 
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a 
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros 
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da 
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o 
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele 
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo 
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo 
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
As informações que se relacionam com o tema chamamos de 
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, 
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto 
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à 
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. 
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi 
capaz de identificar o tema do texto!
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
-secundarias/
Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos varia-
dos
Ironia
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que 
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou 
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). 
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um 
novo sentido, gerando um efeito de humor.
Exemplo:
Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a 
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
Ironia de situação
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o 
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja 
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a 
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da 
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
LÍNGUA PORTUGUESA
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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que 
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a 
morte.
Ironia dramática (ou satírica)
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos 
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que 
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar 
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado 
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo 
da narrativa.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o 
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história 
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao 
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a 
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. 
Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; 
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente 
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em 
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.
Exemplo:
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
NERO EM QUE SE INSCREVE 
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que 
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao 
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha 
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia 
principal. Compreender relações semânticas é uma competência 
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo 
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na 
apreensão do conteúdo exposto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma 
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já 
citadas ou apresentando novos conceitos.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder 
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas 
entrelinhas. Deve-se ater às ideias
do autor, o que não quer dizer 
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. 
Importância da interpretação
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se 
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos 
específicos, aprimora a escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, 
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes 
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de 
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais 
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, 
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, 
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para 
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. 
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você 
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que 
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. 
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, 
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Diferença entre compreensão e interpretação
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do 
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O 
leitor tira conclusões subjetivas do texto.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou 
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma 
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No 
LÍNGUA PORTUGUESA
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romance nós temos uma história central e várias histórias secun-
dárias.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente 
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única 
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações 
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a 
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O 
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um 
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais 
curto.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que 
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para 
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não 
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos 
como horas ou mesmo minutos.
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, 
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de 
imagens. 
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a 
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto 
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
vencer o leitor a concordar com ele.
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um 
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. 
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas 
de destaque sobre algum assunto de interesse. 
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as 
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando 
os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo 
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação.
Distinção de fato e opinião sobre esse fato
Fato
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência 
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é 
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro. 
Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Interpretação
É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos 
quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
sas, previmos suas consequências. 
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível. 
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
ças sejam detectáveis.
Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
tro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão 
do que com a filha.
Opinião 
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um 
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação 
que fazemos do fato. 
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação 
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião 
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações 
anteriores:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão 
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. 
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões 
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
mos expressando nosso julgamento. 
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, 
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando 
analisamos um texto dissertativo.
Exemplo:
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando 
com o sofrimento da filha.
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS 
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si 
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do 
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as 
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. 
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento 
e o do leitor.
Parágrafo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é 
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma-
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto 
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela-
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre-
sentada na introdução.
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís-
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em 
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem 
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão.
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz 
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você 
irá identificar qual o problema do
texto, o porque ele está sendo 
LÍNGUA PORTUGUESA
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a solução para o seu concurso!
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escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria 
prova.
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e 
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até 
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto.
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado 
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras 
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma 
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto-
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais 
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as 
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe-
ríodo, e o tópico que o antecede. 
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto 
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também 
para a clareza do texto. 
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas 
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro, 
sem coerência.
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores. 
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento 
mais direto.
Níveis de Linguagem
Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias 
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, 
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo 
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa 
linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com 
o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as 
incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo 
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua 
e caem em desuso.
Língua escrita e língua falada
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua 
falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande 
parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e 
ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é 
mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na 
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão 
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas 
pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
Linguagem popular e linguagem culta
Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala, 
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja 
presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou 
valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que 
o diálogo é usado para representar a língua falada.
Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase 
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo 
– erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, 
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular 
está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas, 
irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na 
expressão dos esta dos emocionais etc.
A Linguagem Culta ou Padrão
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que 
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem 
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, 
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, 
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como 
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam 
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam 
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de 
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os 
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode 
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário 
de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, 
“mina”, “tipo assim”.
Linguagem vulgar
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco 
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar 
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na 
comida”.
Linguagem regional
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala-
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, 
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
Tipos e genêros textuais
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem 
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e 
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma 
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou 
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns 
exemplos e as principais características de cada um deles. 
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Tipo textual descritivo
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo 
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma 
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, 
um movimento etc.
Características principais:
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função 
caracterizadora.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu-
meração.
• A noção temporal é normalmente estática.
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini-
ção.
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
Exemplo:
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
(Vinícius de Moraes)
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, 
instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o 
tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e 
comportamentos, nas leis jurídicas.
Características principais:
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro 
do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª 
pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se 
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde 
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou 
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
perior para formação de oficiais.
Tipo textual expositivo
A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição, 
discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação 
pode ser expositiva ou argumentativa. 
A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
• O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
mar.
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa 
de ponto de vista.
• Apresenta linguagem clara e imparcial.
Exemplo:
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no 
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
terminado tema. 
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
Tipo textual dissertativo-argumentativo
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias 
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, 
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor 
(leitor ou ouvinte).
Características principais:
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento 
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho 
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, 
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
gestão/solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações 
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente 
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e 
um caráter de verdade ao que está sendo dito.
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali-
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou 
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de-
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios.
Exemplo:
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente 
administração política (tese), porque a força governamental certa-
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência 
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os 
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo 
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula-
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar 
LÍNGUA PORTUGUESA
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de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o 
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma 
cobrança efetiva (conclusão).
Tipo textual narrativo
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta 
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, 
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Características principais:
• O tempo verbal predominante é o passado.
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – 
onisciente).
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em 
prosa, não em verso.
Exemplo:
Solidão
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era 
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe-
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. 
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni-
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. 
Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurreais/4835684 
GÊNEROS TEXTUAIS
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes 
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um 
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem 
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são 
passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preser-
vando características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela 
que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos 
textuais que neles predominam. 
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
Descritivo Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Injuntivo Receita culinária
Bula de remédio
Manual de instruções
Regulamento
Textos prescritivos
Expositivo Seminários
Palestras
Conferências
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
Verbetes de dicionários
Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
Carta de opinião
Resenha
Artigo
Ensaio
Monografia, dissertação de mes-
trado e tese de doutorado
Narrativo Romance
Novela
Crônica
Contos de Fada
Fábula
Lendas
Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
nitos e mudam de acordo com a demanda social. 
Argumentação
— Definição 
Argumentação é um recurso expressivo da linguagem 
empregado nas produções textuais que objetivam estimular as 
reflexões críticas e o diálogo, a partir de um grupo de proposições. 
A elaboração de um texto argumentativo requer coerência e 
coesão, ou seja, clareza de ideia e o emprego adequado das 
normas gramaticais. Desse modo, a ação de argumentar promove 
a potencialização das capacidades intelectuais, visto que se pauta 
expressão de ideias e em pontos de vista ordenados e estabelecidos 
com base em um tema específico, visando, especialmente, 
persuadir o receptor da mensagem. É importante ressaltar que a 
argumentação compreende, além das produções textuais escritas, 
as propagandas publicitárias, os debates políticos, os discursos 
orais, entre outros. 
Os tipos de argumentação 
– Argumentação de autoridade: recorre-se a uma 
personalidade conhecida por sua atuação em uma determinada 
área ou a uma renomada instituição de pesquisa para enfatizar os 
conceitos influenciar a opinião do leitor. Por exemplo, recorrer ao 
parecer de um médico infectologista para prevenir as pessoas sobre 
os riscos de contrair o novo corona vírus. 
– Argumentação histórica: recorre-se a acontecimentos e 
marcos da história que remetem ao assunto abordado. Exemplo: 
“A desigualdade social no Brasil nos remete às condutas racistas 
desempenhadas instituições e pela população desde o início do 
século XVI, conhecido como período escravista.” 
– Argumentação de exemplificação: recorre a narrativas do 
cotidiano para chamar a atenção para um problema e, com isso, 
auxiliar na fundamentação de uma opinião a respeito. Exemplo: 
“Os casos de feminicídio e de agressões domésticas sofridas pelas 
LÍNGUA PORTUGUESA
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mulheres no país são evidenciados pelos sucessivos episódios de 
violência vividos por Maria da Penha no período em que ela esteve 
casada com seu ex-esposo. Esses episódios motivaram a criação de 
uma lei que leva seu nome, e que visa à garantia da segurança das 
mulheres.” 
– Argumentação de comparação: equipara ideias divergentes 
com o propósito de construir uma perspectiva indicando as 
diferenças ou as similaridades entre os conceitos abordados. 
Exemplo: No reino Unido, os desenvolvimentos na educação 
passaram, em duas décadas, por sucessivas políticas destinadas 
ao reconhecimento do professor e à sua formação profissional. No 
Brasil, no entanto, ainda existe um um déficit na formação desses 
profissionais, e o piso nacional ainda é muito insuficiente.” 
– Argumentação por raciocínio lógico: recorre-se à relação 
de causa e efeito, proporcionando uma interpretação voltada 
diretamente para o parecer defendido pelo emissor da mensagem. 
Exemplo: “Promover o aumento das punições no sistema penal 
em diversos países não reduziu os casos de violência nesses locais, 
assim, resultados semelhantes devem ser observados se o sistema 
penal do Brasil aplicar maiores penas e rigor aos transgressores das 
leis.” 
Os gêneros argumentativos
– Texto dissertativo-argumentativo: esse texto apresenta um 
tema, de modo que a argumentação é um recurso fundamental de 
seu desenvolvimento. Por meio da argumentação, o autor defende 
seu ponto de vista e realiza a exposição de seu raciocínio. Resenhas, 
ensaios e artigos são alguns exemplos desse tipo de texto. 
– Resenha crítica: a argumentação também é um recurso 
fundamental desse tipo de texto, além de se caracterizar pelo pelo 
juízo de valor, isto é, se baseia na exposição de ideias com grande 
potencial persuasivo.
– Crônica argumentativa: esse tipo de texto se assemelha aos 
artigos de opinião, e trata de temas e eventos do cotidiano. Ao 
contrário das crônicas cômicas e históricas, a argumentativa recorre 
ao juízo de valor para acordar um dado ponto de vista sempre com 
vistas ao convencimento e à persuasão do leitor. 
– Ensaio: por expor ideias, pensamentos e pontos de vista, 
esse texto caracteriza-se como argumentativo. Recebe esse 
nome exatamente por estar relacionado à ação de ensaiar, isto 
é, demonstrar as proposições argumentativas com flexibilidade e 
despretensão. 
– Texto editorial: dentre os textos jornalísticos, o editorial é 
aquele que faz uso da argumentação, pois se trata de uma produção 
que considera a subjetividade do autor, pela sua natureza crítica e 
opinativa.
– Artigos de opinião: são textos semelhantes aos editoriais, por 
apresentarem a opinião ao autor acerca de assuntos atuais, porém, 
em vez de uma síntese do tema, esses textos são elaborados por 
especialistas, pois seu objetivo é fazer uso da argumentação para 
propagar conhecimento. 
INTERTEXTUALIDADE
— Definições gerais
Intertextualidade é, como o próprio nome sugere, uma relação 
entre textos que se exerce com a menção parcial ou integral de 
elementos textuais (formais e/ou semânticos) que fazem referência 
a uma ou a mais produções pré-existentes; é a inserção em um texto 
de trechos extraídos de outros textos. Esse diálogo entre textos 
não se restringe a textos verbais (livros, poemas, poesias, etc.) e 
envolve, também composições de natureza não verbal (pinturas, 
esculturas, etc.) ou mista (filmes, peças publicitárias, música, 
desenhos animados, novelas, jogos digitais, etc.).
— Intertextualidade Explícita x Implícita 
– Intertextualidade explícita: é a reprodução fiel e integral 
da passagem conveniente, manifestada aberta e diretamente nas 
palavras do autor. Em caso de desconhecimento preciso sobre a 
obra que originou a referência, o autor deve fazer uma prévia da 
existência do excerto em outro texto, deixando a hipertextualidade 
evidente. 
As características da intertextualidade explícita são: 
– Conexão direta com o texto anterior; 
– Obviedade, de fácil identificação por parte do leitor, sem 
necessidade de esforço ou deduções; 
– Não demanda que o leitor tenha conhecimento preliminar 
do conteúdo;
– Os elementos extraídos do outro texto estão claramente 
transcritos e referenciados.
– Intertextualidade explícita direta e indireta: em textos 
acadêmicos, como dissertações e monografias, a intertextualidade 
explícita é recorrente, pois a pesquisa acadêmica consiste 
justamente na contribuição de novas informações aos saberes já 
produzidos. Ela ocorre em forma de citação, que, por sua vez, pode 
ser direta, com a transcrição integral (cópia) da passagem útil, ou 
indireta, que é uma clara exploração das informações, mas sem 
transcrição, re-elaborada e explicada nas palavras do autor. 
– Intertextualidade implícita: esse modo compreende os textos 
que, ao aproveitarem conceitos, dados e informações presentes em 
produções prévias, não fazem a referência clara e não reproduzem 
integralmente em sua estrutura as passagens envolvidas. Em 
outras palavras, faz-se a menção sem revelá-la ou anunciá-la. 
De qualquer forma, para que se compreenda o significado da 
relação estabelecida, é indispensável que o leitor seja capaz de 
reconhecer as marcas intertextuais e, em casos mais específicos, 
ter lido e compreendido o primeiro material. As características da 
intertextualidade implícita são: conexão indireta com o texto fonte; 
o leitor não a reconhece com facilidade; demanda conhecimento 
prévio do leitor; exigência de análise e deduções por parte do leitor; 
os elementos do texto pré-existente não estão evidentes na nova 
estrutura.
— Tipos de Intertextualidade
1 – Paródia: é o processo de intertextualidade que faz uso da 
crítica ou da ironia, com a finalidade de subverter o sentido original 
do texto. A modificação ocorre apenas no conteúdo, enquanto a 
estrutura permanece inalterada. É muito comum nas músicas, no 
cinema e em espetáculos de humor. Observe o exemplo da primeira 
estrofe do poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel 
Bandeira:
TEXTO ORIGINAL
“Vou-me embora para Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei?”
LÍNGUA PORTUGUESA
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PARÓDIA DE MILLÔR FERNANDES
“Que Manoel Bandeira me perdoe, mas vou-me embora de 
Pasárgada
Sou inimigo do Rei
Não tenho nada que eu quero
Não tenho e nunca terei”
2 – Paráfrase: aqui, ocorre a reafirmação sentido do texto 
inicial, porém, a estrutura da nova produção nada tem a ver com 
a primeira. É a reprodução de um texto com as palavras de quem 
escreve o novo texto, isto é, os conceitos do primeiro texto são 
preservados, porém, são relatados de forma diferente. Exemplos: 
observe as frases originais e suas respectivas paráfrases: 
“Deus ajuda quem cedo madruga” – A professora ajuda quem 
muito estuda.
“To be or not to be, that is the question” – Tupi or not tupi, that 
is the question.
3 – Alusão: é a referência, em um novo texto, de uma dada 
obra, situação ou personagem já retratados em textos anteriores, 
de forma simples, objetiva e sem quaisquer aprofundamentos. Veja 
o exemplo a seguir: 
“Isso é presente de grego” – alusão à mitologia em que os 
troianos caem em armadilhada armada pelos gregos durante a 
Guerra de Troia.
4 – Citação: trata-se da reescrita literal de um texto, isto é, 
consiste em extrair o trecho útil de um texto e copiá-lo em outro. 
A citação está sempre presente em trabalhos científicos, como 
artigos, dissertações e teses. Para que não configure plágio (uma 
falta grave no meio acadêmico e, inclusive, sujeita a processo 
judicial), a citação exige a indicação do autor original e inserção 
entre aspas. Exemplo: 
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”
(Lavoisier, Antoine-Laurent, 1773).
5 – Crossover: com denominação em inglês que significa 
“cruzamento”, esse tipo de intertextualidade tem sido muito 
explorado nas mídias visuais e audiovisuais, como televisão, séries 
e cinema. Basicamente,
é a inserção de um personagem próprio de 
um universo fictício em um mundo de ficção diferente. Freddy & 
Jason” é um grande crossover do gênero de horror no cinema.
Exemplo:
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br
6) Epígrafe: é a transição de uma pequena passagem do texto 
de origem na abertura do texto corrente. Em geral, a epígrafe está 
localizada no início da página, à direita e em itálico. Mesmo sendo 
uma passagem “solta”, esse tipo de intertextualidade está sempre 
relacionado ao teor do novo texto.
 Exemplo: 
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu,
mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
aquilo que todo mundo vê.”
Arthur Schopenhauser
CONSTRUÇÃO DE SENTIDO E EFEITOS DE SENTIDO (SE-
MÂNTICA); DENOTAÇÃO (SENTIDO LITERAL) E CONOTA-
ÇÃO (SENTIDO FIGURADO)
Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo 
da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das 
palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
Denotação e conotação 
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das 
palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das 
palavras. Exemplos: 
“O gato é um animal doméstico.”
“Meu vizinho é um gato.” 
No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro 
sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a 
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma 
de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano. 
Hiperonímia e hiponímia
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, 
palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um 
hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
Exemplos: 
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Polissemia e monossemia 
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra 
apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o 
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas 
palavras apresentam apenas um significado. Exemplos: 
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma 
ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida. 
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não 
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica. 
Sinonímia e antonímia 
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem 
semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados 
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras 
expressam proximidade e contrariedade.
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = 
veloz. 
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x 
atrasado.
Homonímia e paronímia 
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras 
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de 
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas 
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças 
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). 
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de 
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja 
os exemplos:
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo 
caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer). 
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar 
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar 
roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); 
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo 
chorar) . 
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e 
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento 
(saudação).
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Funções da linguagem são recursos da comunicação que, de 
acordo com o objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem trans-
mitida, em função do contexto em que o ato comunicativo ocorre.
São seis as funções da linguagem, que se encontram direta-
mente relacionadas com os elementos da comunicação.
Funções da Linguagem Elementos da Comunica-
ção
Função referencial ou denotativa contexto
Função emotiva ou expressiva emissor
Função apelativa ou conativa receptor
Função poética mensagem
Função fática canal
Função metalinguística código
Função Referencial
A função referencial tem como objetivo principal informar, re-
ferenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da 
comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural, 
o que enfatiza sua impessoalidade.
Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os 
materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por 
meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, 
sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
Exemplo de uma notícia:
O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global 
para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedica-
da ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi 
decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o 
objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo 
exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentá-
rias. Em 75% das nações participantes, o nível de atividade física 
praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomendado 
para garantir um crescimento saudável e um envelhecimento de 
qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esquele-
tos fortes e funções cognitivas preservadas. De “A” a “F”, a maioria 
dos países tirou nota “D”.
Função Emotiva
Caracterizada pela subjetividade com o objetivo de emocionar. 
É centrada no emissor, ou seja, quem envia a mensagem. A mensa-
gem não precisa ser clara ou de fácil entendimento.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que 
empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro in-
conscientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utili-
zação da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, da-
quele que fala.
Exemplo: Nós te amamos!
Função Conativa
A função conativa ou apelativa é caracterizada por uma lingua-
gem persuasiva com a finalidade de convencer o leitor. Por isso, o 
grande foco é no receptor da mensagem.
Trata-se de uma função muito utilizada nas propagandas, pu-
blicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o receptor por 
meio da mensagem transmitida.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na ter-
ceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do 
vocativo.
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com 
a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de ma-
neira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios 
publicitários que nos dizem como seremos bem-sucedidos, atraen-
tes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos 
certos produtos. 
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, 
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza-
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17
a solução para o seu concurso!
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dos, que se deixam conduzir sem questionar.
Exemplos: Só amanhã, não perca!
Vote em mim!
Função Poética
Esta função é característica das obras literárias que possui 
como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será 
transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das 
figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunica-
tivo é a mensagem.
A função poética não pertence somente aos textos literários. 
Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou 
nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas 
(provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
Exemplo: 
“Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...”
(Cecília Meireles)
Função
Fática
A função fática tem como principal objetivo estabelecer um ca-
nal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para iniciar a 
transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua continuação. 
A ênfase dada ao canal comunicativo.
Esse tipo de função é muito utilizado nos diálogos, por exem-
plo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao tele-
fone, etc.
Exemplo:
-- Calor, não é!?
-- Sim! Li na previsão que iria chover.
-- Pois é...
Função Metalinguística
É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a lingua-
gem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um 
código utilizando o próprio código.
Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem des-
taque são as gramáticas e os dicionários.
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um do-
cumentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema 
são alguns exemplos.
Exemplo:
Amizade s.f.: 1. sentimento de grande afeição, simpatia, apreço 
entre pessoas ou entidades. “sentia-se feliz com a amizade do seu 
mestre”
2. POR METONÍMIA: quem é amigo, companheiro, camarada. 
“é uma de suas amizades fiéis”
VARIEDADES LINGUÍSTICAS
É possível encontrar no Brasil diversas variações linguísticas, 
como na linguagem regional. Elas reúnem as variantes da língua 
que foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
Delas surgem as variações que envolvem vários aspectos histó-
ricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros.
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os 
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se 
que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mes-
mo significado dentro de um mesmo contexto. 
As variações que distinguem uma variante de outra se mani-
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, 
sintático e lexical.
Variações Morfológicas
Ocorrem nas formas constituintes da palavra. As diferenças en-
tre as variantes não são tantas quanto as de natureza fônica, mas 
não são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar:
– uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-
-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha (o 
champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal).
– a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e ad-
jetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os livro 
indicado, as noite fria, os caso mais comum.
– o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o 
Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas eleições; Se 
eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que 
ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.
– o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o 
superlativo de adjetivos, recurso muito característico da linguagem 
jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssimo), 
uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossan-
te (em vez de possantíssimo).
– a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regula-
res: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se ele ver (vir) 
o recado, quando ele repor (repuser).
– a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: 
vareia (varia), negoceia (negocia).
Variações Fônicas
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pala-
vra. Entre esses casos, podemos citar:
– a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petró-
polis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas típicas de 
pessoas de baixa condição social.
– A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das 
regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande 
do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipira): 
quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol.
– deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, 
estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social.
– a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem 
oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô.
– o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me 
alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica, 
hoje frequentes na fala caipira.
– a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, ma-
relo (amarelo), margoso (amargoso), características na linguagem 
oral coloquial.
Variações Sintáticas
Correlação entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe, 
como no da morfologia, não são tantas as diferenças entre uma va-
riante e outra. Como exemplo, podemos citar:
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1818
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– a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome 
“que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” com 
o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família 
dele (em vez de cuja família eu já conhecia).
– a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando 
se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com 
você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz 
me irrita.
– ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles che-
gou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou naquela se-
mana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
– o uso de pronomes do caso reto com outra função que não 
a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não irão 
sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de ti) 
e ele.
– o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de 
“o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
– a ausência da preposição adequada antes do pronome relati-
vo em função de complemento verbal: são pessoas que (em vez de: 
de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que) 
eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.
Variações Léxicas
Conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do 
léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e caracteri-
zam com nitidez uma variante em confronto com outra. São exem-
plos possíveis de citar:
– as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às 
vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado a 
lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil 
chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Por-
tugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se diz pequeno 
almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de 
suéter, malha, camiseta.
– a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para 
formar o grau superlativo dos adjetivos, características da lingua-
gem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil; 
Esse amigo é um carinha maior esforçado.
Designações das Variantes Lexicais:
– Arcaísmo: palavras que já caíram de uso. Por exemplo, um 
bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante usa-
va-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supimpa.
– Neologismo: contrário do arcaísmo. São palavras recém-cria-
das, muitas das quais mal ou nem entraram para os dicionários. A na 
computação tem vários exemplos, como escanear, deletar, printar.
– Estrangeirismo: emprego de palavras emprestadas de outra 
língua, que ainda não foram aportuguesadas, preservando a forma 
de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo da 
linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas 
o corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto 
(“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo.
As palavras de origem inglesas são várias: feeling (“sensibilida-
de”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações 
básicas).
– Jargão: vocabulário típico de um campo profissional como 
a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. Furo é no-
tícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma 
barriga. 
– Gíria: vocabulário especial de um grupo que não deseja ser 
entendido por outros grupos ou que pretende marcar sua identida-
de por meio da linguagem. Por exemplo, levar um
lero (conversar).
– Preciosismo: é um léxico excessivamente erudito, muito raro: 
procrastinar (em vez de adiar); cinesíforo (em vez de motorista).
– Vulgarismo: o contrário do preciosismo, por exemplo, de 
saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal, 
arruinou-se).
Tipos de Variação
As variações mais importantes, são as seguintes:
 – Sociocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com 
certa facilidade. 
– Geográfica: é, no Brasil, bastante grande. Ao conjunto das 
características da pronúncia de uma determinada região dá-se o 
nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque 
gaúcho etc. 
– De Situação: são provocadas pelas alterações das circuns-
tâncias em que se desenrola o ato de comunicação. Um modo de 
falar compatível com determinada situação é incompatível com 
outra
– Histórica: as línguas se alteram com o passar do tempo e com 
o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o senti-
do delas. Essas alterações recebem o nome de variações históricas. 
TIPOS DE DISCURSO
Discurso direto
É a fala da personagem reproduzida fielmente pelo narrador, 
ou seja, reproduzida nos termos em que foi expressa.
— Bonito papel! Quase três da madrugada e os senhores com-
pletamente bêbados, não é?
Foi aí que um dos bêbados pediu:
— Sem bronca, minha senhora. Veja logo qual de nós quatro é 
o seu marido que os outros querem ir para casa.
(Stanislaw Ponte Preta)
Observe que, no exemplo dado, a fala da personagem é intro-
duzida por um travessão, que deve estar alinhado dentro do pará-
grafo.
O narrador, ao reproduzir diretamente a fala das personagens, 
conserva características do linguajar de cada uma, como termos de 
gíria, vícios de linguagem, palavrões, expressões regionais ou caco-
etes pessoais.
O discurso direto geralmente apresenta verbos de elocução (ou 
declarativos ou dicendi) que indicam quem está emitindo a mensa-
gem.
Os verbos declarativos ou de elocução mais comuns são:
acrescentar
afirmar
concordar
consentir
contestar
continuar
declamar
determinar
dizer
LÍNGUA PORTUGUESA
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esclarecer
exclamar
explicar
gritar
indagar
insistir
interrogar
interromper
intervir
mandar
ordenar, pedir
perguntar
prosseguir
protestar
reclamar
repetir
replicar
responder
retrucar
solicitar
Os verbos declarativos podem, além de introduzir a fala, indicar 
atitudes, estados interiores ou situações emocionais das persona-
gens como, por exemplo, os verbos protestar, gritar, ordenar e ou-
tros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou 
advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou 
histérica, respondeu irritada, explicou docemente.
Exemplo:
— O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realização de nos-
sas vidas.
Ao utilizar o discurso direto – diálogos (com ou sem travessão) 
entre as personagens –, você deve optar por um dos três estilos a 
seguir:
Estilo 1:
João perguntou:
— Que tal o carro?
Estilo 2:
João perguntou: “Que tal o carro?” (As aspas são optativas)
Antônio respondeu: “horroroso” (As aspas são optativas)
Estilo 3:
Verbos de elocução no meio da fala:
— Estou vendo, disse efusivamente João, que você adorou o 
carro.
— Você, retrucou Antônio, está completamente enganado.
Verbos de elocução no fim da fala:
— Estou vendo que você adorou o carro — disse efusivamente 
João.
— Você está completamente enganado — retrucou Antônio.
Os trechos que apresentam verbos de elocução podem vir com 
travessões ou com vírgulas. Observe os seguintes exemplos:
— Não posso, disse ela daí a alguns instantes, não deixo meu 
filho. (Machado de Assis)
— Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse 
ele, escarrachando-se diante de mim. (Machado de Assis)
— Vale cinquenta, ponderei; Sabina sabe que custou cinquenta 
e oito. (Machado de Assis)
— Ainda não, respondi secamente. (Machado de Assis)
Verbos de elocução depois de orações interrogativas e excla-
mativas:
— Nunca me viu? perguntou Virgília vendo que a encarava com 
insistência. (Machado de Assis)
— Para quê? interrompeu Sabina. (Machado de Assis)
— Isso nunca; não faço esmolas! disse ele. (Machado de Assis)
Observe que os verbos de elocução aparecem em letras minús-
culas depois dos pontos de exclamação e interrogação.
Discurso indireto
No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala 
da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e 
passa para o leitor o que ouviu da personagem. Na transcrição, o 
verbo aparece na terceira pessoa, sendo imprescindível a presen-
ça de verbos dicendi (dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar, 
pedir, exclamar, contestar, concordar, ordenar, gritar, indagar, de-
clamar, afirmar, mandar etc.), seguidos dos conectivos que (dicendi 
afirmativo) ou se (dicendi interrogativo) para introduzir a fala da 
personagem na voz do narrador.
A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava 
muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.
(Ciro dos Anjos)
Fui ter com ela, e perguntei se a mãe havia dito alguma coisa; 
respondeu-me que não. 
(Machado de Assis)
Discurso indireto livre
Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe 
uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado discurso 
indireto livre, processo de grande efeito estilístico. Por meio dele, 
o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas das 
personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, so-
nham, desejam etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde 
ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador.
As orações do discurso indireto livre são, em regra, indepen-
dentes, sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passa-
gem da fala do narrador para a da personagem, mas com transpo-
sições do tempo do verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes 
(terceira pessoa). O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse 
discurso é muito empregado na narrativa moderna, pela fluência e 
ritmo que confere ao texto.
Fabiano ouviu o relatório desconexo do bêbado, caiu numa in-
decisão dolorosa. Ele também dizia palavras sem sentido, conversa 
à toa. Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era 
bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. 
Estava preso por isso? Como era? Então mete- se um homem na 
cadeia por que ele não sabe falar direito?
LÍNGUA PORTUGUESA
2020
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(Graciliano Ramos)
Observe que se o trecho “Era bruto, sim” estivesse um discur-
so direto, apresentaria a seguinte formulação: Sou bruto, sim; em 
discurso indireto: Ele admitiu que era bruto; em discurso indireto 
livre: Era bruto, sim.
Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo inte-
rior da personagem (seus pensamentos, desejos, sonhos, fantasias 
etc.), o narrador precisa ser onisciente. Observe que os pensamen-
tos da personagem aparecem, no trecho transcrito, principalmente 
nas orações interrogativas, entremeadas com o discurso do narra-
dor.
Transposição de discurso
Na narração, para reconstituir a fala da personagem, utiliza-se 
a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. O 
domínio dessas estruturas é importante tanto para se empregar 
corretamente os tipos de discurso na redação.
Os sinais de pontuação (aspas, travessão, dois-pontos) e outros 
recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não 
aparecem no discurso indireto, a não ser que se queira insistir na 
atribuição do enunciado à personagem, não ao narrador. Tal insis-
tência, porém, é desnecessária e excessiva, pois, se o texto for bem 
construído, a identificação do discurso indireto livre não oferece 
dificuldade.
Discurso Direto
• Presente
A enfermeira afirmou:
– É uma menina.
• Pretérito perfeito
– Já esperei demais, retrucou com indignação.
• Futuro do presente
Pedrinho gritou:
– Não sairei do carro.
• Imperativo
Olhou-a e disse secamente:
– Deixe-me em paz.
Outras alterações
• Primeira ou segunda pessoa
Maria disse:

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