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Assessoria de comunicação nas redes sociais Apresentação Segundo o relatório Global Digital Statshot, referente a 2019, 3,5 bilhões de pessoas têm cadastro em alguma rede social. Isso significa que quase metade do planeta tem, atualmente, algum tipo de presença em plataformas digitais. Nessa crescente, com grandes transformações na forma de conduzir o consumo, a comunicação, os métodos de trabalho e as concepções de mundo, é inevitável pensar no papel das redes sociais dentro do planejamento de comunicação de uma empresa. Nesse universo, é fundamental entender o que é exatamente uma rede social e por que não se deve confundir a plataforma com a rede. Ao trabalhar com gestão de comunicação das organizações, um profissional deve estar plenamente atento a todas as possibilidades trazidas pelos canais digitais para se posicionar e adequar as estratégias comunicacionais ao contexto. Nesta Unidade de Aprendizagem, você saberá o que é efetivamente rede social, mídia social e site de rede social. Também entenderá como é possível explorar as redes sociais para fomentar algumas estratégias em empresas e em órgãos públicos. Por fim, compreenderá a importância de usar as informações coletadas por meio das redes sociais no planejamento comunicacional de uma marca. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir redes sociais na Internet.• Reconhecer o uso de redes sociais por empresas privadas e órgãos públicos. • Identificar informações obtidas pela análise das redes sociais.• Infográfico Quando você faz uma pesquisa em buscadores na Internet, há uma espécie de robô que identifica páginas e as lista de acordo com relevâncias. Esse sistema funciona também nas redes sociais, já que algumas postagens aparecem mais do que outras e alguns perfis acessam conteúdos diferentes de outros. Para quem atua na assessoria de comunicação, entender o chamado algoritmo é fundamental para se posicionar, produzir e difundir conteúdo e garantir relevância. Sem uma estratégia que leve em conta as particularidades das plataformas, todo empenho do trabalho da equipe de comunicação, mesmo com bons textos e conteúdos, pode ser em vão. Neste Infográfico, você vai conhecer informações sobre o algoritmo de algumas das principais mídias sociais disponíveis para sua empresa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/49339418-42a4-4c5b-b831-124b23b37165/51f00687-fa82-4046-90e0-fed53dc8e714.png Conteúdo do livro Atualmente, estar presente nas mídias sociais não é um diferencial para as empresas, uma vez que é cada vez maior o número de pessoas nas plataformas, como Facebook e Instagram, e maior também é o tempo que as pessoas permanecem conectadas. É obrigação de quem atua com assessoria de comunicação estar onde os públicos estão, permitindo que a comunicação possa ser direcionada, segmentada e diversificada. Assim, é importante perceber o valor que essas ferramentas têm e como elas se configuram no contexto em que se vive. Todos os dias, são geradas inúmeras compras, conversas, ideias e possibilidades a partir das interações nas redes sociais digitais, exigindo um olhar cada vez mais específico para elas. No capítulo Assessoria de comunicação nas redes sociais, da obra Assessoria de comunicação, você vai estudar algumas construções que permitem entender melhor o que é especificamente a rede social, que tipos de possibilidades estão relacionados a esse universo, permitindo que diferentes organizações possam, inclusive, nortear negócios e propostas com base em dados gerados nas interações ocorridas em sites de mídia social. Boa leitura. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Tércio Saccol Assessoria de comunicação nas redes sociais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir redes sociais na internet. Reconhecer o uso de redes sociais por empresas privadas e órgãos públicos. Identificar informação obtida pela análise de redes. Introdução O posicionamento de marcas e produtos nas redes sociais, atualmente, é imprescindível para a relação das empresas com o público. Nas redes sociais, é possível interagir com os consumidores e compreender suas demandas, manifestações e desejos. Por isso, pensar no conceito, na prática e nas utilidades das mídias sociais é fundamental para qualquer estratégia de comunicação de uma organização. Neste capítulo, você vai estudar a definição e a importância das redes sociais. Vai também conhecer suas potencialidades em contextos de empresas privadas e órgãos públicos. Por fim, você vai conferir como analisar as informações provenientes das mídias sociais, que podem gerar conhecimento para as organizações. 1 Definição de redes sociais Quando falamos de comunicação entre empresas e indivíduos, é inevitável pensar no papel das redes sociais digitais. Segundo pesquisa da GlobalWe- bIndex, o tempo diário médio nas redes sociais aumentou de 90 minutos em 2012, para 143 minutos em 2019. Isso signifi ca um aumento de quase 60%. No Brasil, a média de tempo é de 225 minutos (BBC NEWS BRASIL, 2019). Esse crescimento teve impactos sociais, psicológicos e econômicos, resultando em transformações em nossas vidas. Em 2019, a cada 60 segundos, um milhão de pessoas entravam no Face- book, 347.222 pessoas rolavam suas timelines do Instagram e 87.500 pessoas tuitavam. Observe a Figura 1. Figura 1. O que acontece em 60 segundos na internet. Fonte: Adaptada de Desjardins (2019). Para entender um pouco melhor os impactos da tecnologia e das ferra- mentas digitais, sobretudo para a assessoria de comunicação, vamos começar diferenciando redes sociais e sites de rede social. De acordo com Recuero (2017), plataformas como Twitter e Facebook não são redes sociais per se. É como as pessoas se apropriam delas que se apresentam as redes. Os sites de rede social, portanto, representam as redes sociais. Esses sites permitem que as pessoas tenham um perfil público (ou semipúblico), construam e visualizem Assessoria de comunicação nas redes sociais2 conexões. Sua função estratégica é permitir diálogos e trocas. Recuero (2017, p. 23) explica que “[…] eles amplificam conexões sociais, permitem que estas apareçam em larga escala e também atuam de modo a auxiliar na sua manutenção”. Também é necessário, segundo Gabriel (2010), distinguir redes sociais e mídias sociais. As redes sociais conectam pessoas que têm um interesse comum. Já as mídias sociais são os conteúdos compartilhados nessas redes (GABRIEL, 2010, p. 202). Além disso, para Telles (2010), as redes sociais são uma categoria das mídias sociais. Os conceitos se diferenciam da tecnologia em si, são estruturas para dar suporte às redes sociais. As redes, no ambiente virtual, são como uma transposição ou complementação das formas de rela- cionamento pessoal. Para entender as conexões, é importante conhecer o conceito de nós, cunhado por Recuero (2009b). Os nós representam os atores (as pessoas na rede) expressando personalidade e individualidade. Segundo a autora, “[…] essas ferramentas são apropriadas como formas de expressão do self, espaços do ator social e percebidas pelos demais como tal. […] Portanto, através da observação das formas de identificações dos usuários na Internet, é possível perceber os atores e observar as interações e conexões entre eles” (RECUERO, 2009b, p. 26). Esses nós são nada mais do que pessoas ou grupos e se compõem a partir de conexões. Além disso, para complementar essa ideia, Recuero (2009a) acrescenta a ideia de capital social, já que isso determina como se dão as dimensões dos relacionamentos nessas redes: Valores Relacionais: são aqueles relacionados com a construção da rede em si. Estão focados em criar, aprofundar e manter os laços sociais. Essas formas de capital social (visibilidade,popularidade) são importantes porque auxiliam na manutenção da estrutura social. […] Valores Informacionais (ou cognitivos): são aqueles relacionados com aquilo que circula na rede, mas que não estão diretamente relacionados com sua manutenção. Essas formas de capital social (reputação, autoridade) são importantes porque fazem circular os valores na estrutura social e só pode acontecer quando a primeira forma de valor está presente (RECUERO, 2009a, documento on-line). Esse capital social é tudo que uma empresa ou influenciador busca, ajudando na construção de reputação e reforçando laços. É importante reconhecer nas redes sociais a facilitação das conexões, suas interações, mas também entender 3Assessoria de comunicação nas redes sociais as plataformas que originaram essas conexões. Ainda que originalmente a plataforma tenha como premissa criar relacionamentos, é necessário pensar a economia política desse contexto. Facebook, Twitter, Instagram e demais plataformas fazem essa mediação dentro de parâmetros que envolvem poder econômico, político, algoritmo, legislação, acesso a dados e adequação social e religiosa, por exemplo. Entender as redes sociais, as mídias sociais e os relacionamentos ultrapassa a fronteira do trabalho de quem atua nessa área. Pensar nas possibilidades e compreender as especificidades desse segmento é fundamental, não apenas para estabelecer comunicação de forma coesa e adequada, mas também para projetar e adequar expectativas para indivíduos, marcas e empresas. Desse modo, as organizações, marcas e pessoas passam a ter um desafio a mais, já que não é possível pensar a atividade de uma assessoria de comuni- cação de uma empresa, marca ou personalidade sem o gerenciamento ativo e qualificado das redes sociais. Atualmente, essas plataformas são responsáveis pela comunicação com públicos, realização de fóruns, consulta de opinião, entre outras atividades. Ainda que haja um percentual de pessoas alheias a esse processo, ele é cada vez menor. Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat, TikTok são capazes de mobilizar cada vez mais atenção, recursos e busca por informações de diferentes perfis de usuários. No entanto, isso não significa que se deva pensar na substituição das mídias off-line ou relegar os relacionamentos pessoais presenciais a segundo plano, mas adicionar mais uma preocupação no planejamento da comunicação. Além de dominar tecnicamente a gestão, a técnica, a estratégia e a lógica das redes sociais, é importante ter conhecimento sobre os seus algoritmos. Os algoritmos auxiliam na identificação dos conteúdos mais relevantes para o usuário, ajustando de forma indireta o alcance e a direção de cada postagem. Os algoritmos consideram diferentes informações, como links, dados, acessos e informações disponíveis. Conhecer o algoritmo, ainda que ele se transforme recorrentemente, é um passo importante para criar estratégias e executá-las. Assessoria de comunicação nas redes sociais4 2 Redes sociais em empresas privadas e organizações públicas A partir da defi nição de sites de redes sociais, é importante lembrar que há uma busca pelo aumento de conexão, permitindo aumento na visibilidade dos nós. Assim, a visibilidade passa a ser um valor, permitindo que vejamos os nós na rede. Quanto mais conectado está o ator, maior a chance de alcançar alguns tipos de informações circulantes. A visibilidade, então, está ligada ao capital social relacional (RECUERO, 2009b, p. 108). A ideia de reputação está conectada com as informações sobre nossa presença, existência, o que pensamos e imagem sobre nós. Isso é fun- damental quando pensamos na estratégia de redes sociais para organizações de qualquer tipo. Diferentes organizações, públicas e privadas, inserem-se nessas plataformas de diferentes maneiras para obter ganhos. Além da interatividade, Sant’Anna, Rocha Júnior e Garcia (2009, p. 221) destacam que essas ferramentas oferecem cobertura local e global, segmentação de público, baixos custos de produção e veiculação, facilidade e agilidade na transmissão e acesso às informações, monitoramento de diversos dados e aprimoramento da relação entre empresas e consumidores. Se pensarmos nas plataformas disponíveis, é possível, com- binando diferentes ferramentas, linguagens, estratégias e caminhos, encontrar várias oportunidades para alcançar públicos e se relacionar de forma direta com eles. Segundo Torres (2009, p. 61), a internet acaba afetando o marketing das empresas: […] seja na comunicação corporativa seja na publicidade, e continuará afetando o marketing mesmo que você não invista um centavo nela. Ao contrário da mídia tradicional, em que o controle é dos grupos empresariais, na Internet o controle é do consumidor. Assim, mesmo que você não participe dela, seus consumidores estão lá, falando sobre seus produtos e serviços, comparando sua empresa com as da concorrência, e finalmente, buscando formas de se relacionar com sua marca. É possível que as empresas canalizem as redes sociais para verificar prefe- rências de consumo, ter detalhes sobre como os concorrentes se posicionam, fazer pesquisas de mercado, pensar novas oportunidades, promover diferentes canais de comunicação, criar estratégias de marketing, expandir o negócio e incrementar as vendas. Entre as possibilidades ofertadas pela internet, está a de que seguido- res e clientes possam interagir com conteúdos gerados por marcas, além de 5Assessoria de comunicação nas redes sociais se relacionar de forma direta com elas e comentar, dar retornos ou manter comunicações em aberto. As empresas que atuam nas redes sociais podem objetivar a divulgação, a comunicação de forma direta com os clientes, a criação de comunidades, a educação por meio de conteúdos e as vendas de forma mais imediatas. O importante, no entanto, é que o que é feito nas redes sociais não esteja destoado do carro-chefe estratégico da empresa. Não se pode usar um caminho diferente nas mídias sociais daquele usado de forma estratégica nas mídias off-line. Corrêa (2009, p. 166) acrescenta que: Hoje, a grande tendência da Comunicação Corporativa que se expressa no mun- do das redes digitais é criar presença em novos territórios de relacionamento com os públicos em redes sociais, em dispositivos móveis, em experiências de cloud computing, entre as muitas possibilidades. Com isso, os parâmetros de mensuração do retorno adentram por itens como qualificação do tráfego, ge- ração de boca a boca digital (viral), reputação e imagem digitais, por exemplo. São tendências que exigem a criação de novas competências não apenas para a organização, mas principalmente para os profissionais envolvidos nos pro- cessos de comunicação digital e, também, para as instituições que os formam. Diante do cenário consolidado pelas redes sociais, a ideia de marketing ganha uma nova conotação: a chamada era do marketing 3.0, em que as práticas são diretamente ligadas com a mudança no comportamento e nas atitudes do consumidor. Como afirma Kotler (2010, p. 22): É a forma mais sofisticada da era centrada no consumidor, em que [ele] deman- da abordagens de marketing mais colaborativas, culturais e espirituais […]. A nova onda de tecnologia facilita a disseminação de informações, ideias e opinião pública, e permite aos consumidores colaborarem para a criação de valor. […] à medida que os consumidores vão se tornando mais colaborativos, culturais e espirituais, o caráter do marketing também se transforma. A área de relações públicas cria sinergias com a de marketing cada vez mais, permitindo integrar ferramentas de comunicação, interagir diretamente com o cliente e com formadores de opinião e usando as informações sobre consumidores e públicos-alvo. A respeito disso, Solis e Breakenridge (2009, p. 39-40) afirmam que: As Relações Públicas 2.0 são uma filosofia e uma prática para melhorar a qualidade do trabalho, mudar o jogo e participar de um modo mais infor- mado e inteligente. […] nós prevemosa fusão da inteligência de analistas Assessoria de comunicação nas redes sociais6 de marketing, com especialistas de marketing de web, a credibilidade de formadores de opinião e a convicção e o poder dos evangelistas apaixonados. Isso permanece como meta do RP. Para Recuero (2009b), as empresas acabam usando as redes sociais com quatro valores básicos, listados a seguir. 1. Visibilidade: conexão com as marcas. 2. Reputação: percepção construída por meio de outros atores. 3. Popularidade: facilitada e potencialmente mensurada. 4. Autoridade: poder de influência na rede. A partir daí, constituem-se estratégias visando incrementar vendas, melho- rar relacionamentos, aumentar o alcance ou estabelecer laços. É importante, no entanto, em virtude da velocidade e do ritmo das transformações, analisar estratégias e posicionamentos o tempo todo, alinhando discursos e adequando linguagens a diferentes plataformas. Assim como as empresas, os órgãos públicos são obrigados a reconfigurar suas práticas de comunicação com os avanços da tecnologia e do desenvolvi- mento de plataformas de comunicação entre os públicos. A participação mais ativa da população em redes e fóruns virtuais obriga a comunicação pública a olhar mais para transparência, cidadania e participação popular. Duarte (2007, p. 111-112) explica que: […] o papel das mídias sociais na sociedade democrática implica na mobili- zação, cooperação e formação de vínculos de corresponsabilidade para com os interesses coletivos, e a regra da luta pela inclusão são as expectativas e opiniões conflitantes e não o consenso de vontades. Por isso mesmo, as lutas mais recentes por direitos políticos, civis e sociais ajudaram o Brasil a ampliar a noção de cidadania enquanto um direito universal, não restrito a grupos ou classes sociais, definindo o cidadão como um sujeito capaz de interferir na ordem social em que vive, participando das questões públicas, debatendo e deliberando sobre elas. O autor entende que a comunicação pública precisa oferecer diálogo e não mera divulgação de informações. O que significa que o cidadão precisa conhecer as informações e expressar suas opiniões sabendo que serão ouvidas, além de “[…] participar ativamente, de obter orientação, educação e diálogo” (DUARTE, 2009, p. 64). 7Assessoria de comunicação nas redes sociais Além de emitir informações e conteúdos, é necessário pensar em ações em veículos de comunicação sincronizadas com as redes sociais. A inter- net proporciona “[…] um meio de interação através do qual o público e os políticos podem trocar informações, consultar e debater, de maneira direta, contextualizada, rápida e sem obstáculos democráticos” (MAIA, 2002, p. 47). A utilização de mídias sociais, portanto, é uma maneira de aumentar as vias de comunicação públicas, interagindo com a sociedade e monitorando o conteúdo resultante dessa integração (SANTOS, 2016). 3 Análise das informações obtidas nas redes sociais Como vimos, diferentes canais de comunicação podem e devem ser construídos a partir dos sites de rede social. Diálogos, trocas, construções e lógicas podem ser gerados com estratégias usando Facebook, Instagram, Linkedin, etc. Diferentes plataformas geram milhões de dados, laços, relações, trocas e informações a cada instante, o que demanda que as empresas se posicionem e saibam como manejar tudo isso dentro de um propósito. O monitoramento digital é uma espécie de ferramenta de pesquisa que permite analisar conversações nos sites de redes sociais. Eles permitem gerar ideias, percepções, movimentos e criar oportunidades de negócios. Desse modo, coletam-se, classificam-se e analisam-se menções por meio de palavras-chave, marcas, conteúdos ou relações estabelecidas. Antunes et al. (2014, p. 10) explicam que, “[…] ao capturar dados que frequentemente escapam às fontes de informação oficiais, abriram-se novas perspectivas para o monitoramento, principalmente, por meio das mídias sociais”. As redes sociais podem dar vários indicativos importantes para as organi- zações, como insatisfação, opiniões sobre a empresa, tendências de consumo, debates, inclinações, contextos, temas de predileção e repercussão de infor- mações divulgadas. Nesse sentido, monitorar é uma forma importante para criar bases consistentes de informação. A organização passa, além de ter suas próprias ferramentas de análise e mensuração em comunicação, a ser mais capaz de atuar em situações não favoráveis. No entanto, esse trabalho de identificar informações e transformá-las em conhecimento não é simples. Passa por reconhecer, primeiramente, o que a empresa ou o órgão precisa monitorar, criar ferramentas para isso e contextu- alizar da devida forma. É necessário reconhecer as particularidades de cada rede e de seus membros. Em muitas delas, inclusive, há perfis falsos ou criados Assessoria de comunicação nas redes sociais8 especificamente para nutrir debates de forma artificial, como acontece em alguns contextos políticos. Monteiro e Azarite (2012, p. 82) propõem um modelo de etapas para mo- nitorar informações importantes nas redes sociais. Veja no Quadro 1. Fonte: Adaptado de Monteiro e Azarite (2012). Processo de mídias sociais Metrificar Capturar Analisar Aculturar Nível SMC Dimensionar Analisar Identificar Escopo Estrutura Comunicar Aculturar Objetivos Software Melhorar Planejar Métricas Equipe Classificação Processo Keywords Implementar Acompanhar Quadro 1. Modelo SMC (ciclo de mídias sociais) de monitoramento e métrica em mídias sociais. No caso de governos, monitorar mídias sociais pode ajudar a subsidiar políticas e ações de caráter público, como nas áreas de saúde e urbanismo. Há diferentes iniciativas que permeiam órgãos públicos de diferentes ordens. Com as mídias sociais, os públicos podem expressar sentimentos, sugerir ações, cobrar questões e propor demandas. Segundo Rocha (2014), esses interesses devem ser prioritários ao realizar o monitoramento de mídias digitais. Para a autora, o setor público deve uti- lizar o monitoramento como as empresas privadas: “[…] gerar informação estratégica para os gestores criando padrões para adquirir, criar, distribuir e usar as informações disponíveis nos ambientes interno e externo dessas organizações” (ROCHA, 2014, p. 18). Para Monteiro e Azarite (2012), não podemos falar em certo ou errado na classificação do que é coletado nas mídias sociais. Essa decisão é importante conhecendo quem atua nos diferentes segmentos e tendo em vista os critérios 9Assessoria de comunicação nas redes sociais e a importância das informações para o negócio, o tamanho da equipe para as atividades de classificação simples e qual ferramenta será usada para isso. O trabalho: […] permite compreender com maior nível de exatidão o que é falado em determinado monitoramento, bem como ajuda a priorizar a dar pesos às menções, tornando todos os fluxos alimentados pelo monitoramento mais ágeis — um dos grandes riscos de não ter um plano de classificação é chegar a conclusões equivocadas e tomar decisões baseadas em imprecisões (MON- TEIRO; AZARITE, 2012, p. 151). Os laços mencionados anteriormente podem ter diferentes tipos, a depender de quem está analisando as informações disponíveis. Borgatti et al. (2009) citam alguns tipos de laços, como: relações sociais, interações e similarida- des. As relações sociais envolveriam amizades e parentesco. As interações respeitariam os laços a partir das interações nas redes. Já as similaridades seriam os laços de copresença em grupos ou características. O trabalho para identificar e transformar as informações relevantes é ativo e deve considerar o nome da marca (inclusive com variáveis de erros), nomes de produtos e serviços, concorrentes, tags, hashtags usadas em campanhas e monitorar palavras-chave impactantes para aquela organização. Cada plata- forma conta com suas particularidades e contextos. É necessário, além disso, estar constantemente identificando as informaçõesadvindas das redes para compreender como está a reputação da marca, os concorrentes e os públicos. É muito comum que pequenas e médias empresas mais tradicionais não deem a devida atenção a esse assunto. No entanto, na era do big data, em que há informações pulverizadas fornecidas por nós e outros consumidores, desde a compra do pãozinho na padaria até o parabéns para um familiar na rede social, é importante saber o que fazer com as informações e como elas podem modelar o negócio ou a estratégia de comunicação de uma empresa. Assessoria de comunicação nas redes sociais10 ANTUNES, M. N. et al. Monitoramento de informação em mídias sociais: o e-Monitor Dengue. TransInformação, v. 26, n. 1, p. 9-18, 2014. Disponível em: https://www.scielo. br/pdf/tinf/v26n1/a02.pdf. Acesso em: 17 maio 2020. BBC NEWS BRASIL. Brasil é 2º em ranking de países que passam mais tempo em redes sociais. Época Negócios, 6 set. 2019. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/ Tecnologia/noticia/2019/09/brasil-e-2-em-ranking-de-paises-que-passam-mais-tempo- -em-redes-sociais.html. Acesso em: 19 maio 2020. BORGATTI, S. P. et al. Network analysis in the social sciences. Science, v. 323, n. 5916, p. 892-895, 2009. CORRÊA, E. S. A comunicação digital nas organizações: tendências e transformações. Organicom, ano 6, n. 10/11, 2009. Disponível em: http://www.eca.usp.br/departam/crp/ cursos/posgrad/gestcorp/organicom/re_vista10-11/161.pdf. Acesso em: 19 maio 2020. DESJARDINS, J. What happens in an internet minute in 2019? 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Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 13Assessoria de comunicação nas redes sociais Dica do professor Diferentes perfis de empresas demandam estratégias cada vez mais segmentadas e elaboradas de acordo com diversos aspectos e contextos. As ações em sites de redes sociais podem melhorar a projeção da empresa, incrementar vendas, corrigir posicionamentos e estabelecer novos vínculos. Para saber quais plataformas são adequadas à estratégia da organização, não basta escolher de forma intuitiva. É necessário considerar diversos aspectos, como públicos, horários, demandas estruturais, perfis para construção de relacionamentos e recursos. Nesta Dica do Professor, você saberá mais sobre o Instagram Stories, uma ferramenta muito usada por assessorias de comunicação no composto de ações para empresas de diferentes segmentos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/1e8ce4af69561f03930307cca03d5d2e Na prática Muitas interações acontecem a cada instante nas mídias sociais. São curtidas, compartilhamentos, diálogos, comentários e trocas de diferentes formas que acabam gerando informações sobre perfis de consumo, reputação de marcas, ideias, tendências e lógicas de sociabilidade. Dessa forma, plataformas como Facebook, Instagram, Twitter e outras se tornaram fontes inesgotáveis de dados e de informações sobre hábitos, rotinas, preferências, reações e percepções. É fundamental que assessorias de comunicação trabalhem para operacionalizar esses conteúdos e transformá-los em conhecimento, com o objetivo de incrementar relações, qualificar vendas ou aumentar visibilidade, bem como entender melhor as predileções e os hábitos de diferentes públicos que se relacionam com a marca. Neste Na Prática, você vai conhecer o trabalho de uma assessora de comunicação de um museu que, mesmo diante de limitações de recursos e de conhecimentos técnicos, conseguiu alavancar a imagem da instituição e usar informações a seu favor na construção de estratégias de comunicação. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/80a8aac0-a3f4-4d52-a9d4-223ee9780082/f996ac60-db04-4f08-ab00-0e9a009951c3.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Redes sociais x comunicação empresarial Leia este artigo da advogada Gisele Truzzi, especialistaem Direito Digital, que aborda dados e estratégias para usar as redes sociais a favor da comunicação nas empresas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Especialista explica diferença entre rede social e mídia social Neste vídeo da TV Brasil, a doutora em comunicação e jornalismo digital Caru Schwingel fala da diferença entre mídia social e rede social. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.istoedinheiro.com.br/redes-sociais-x-comunicacao-empresarial/ https://www.youtube.com/embed/9_rNz8OYDJA Comunicação e cidadania Apresentação Além da sólida formação nos âmbitos humano, profissional e técnico, o profissional de Publicidade e Propaganda deve estar preparado para atuar como promotor da participação e da educação popular. Assim, atendendo às novas demandas sociais, em uma profissão que se renova a cada dia, é necessária a compreensão das relações entre comunicação e cidadania, termos profundamente ligados e fundamentais para a compreensão da sociedade em que se vive. O papel do comunicador na sociedade deve ser delineado a partir do entendimento da cidadania como base para a vida em comum para que, a partir dessa premissa, ele possa atuar como profissional e ator social engajado em seu ambiente político. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprofundar seus conhecimentos sobre cidadania, comunicação, mobilização social e participação comunitária. A partir daí, você poderá perceber as possibilidades de aplicações em seu cotidiano profissional e na vida em sociedade. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Estabelecer a relação entre cidadania, comunicação e atores sociais.• Identificar o papel da comunicação na mobilização da sociedade.• Descrever o uso da comunicação comunitária para o fortalecimento da cidadania. • Infográfico Cidadania, comunicação e atores sociais são expressões que se relacionam e que têm fundamental importância na compreensão da sociedade em que se vive, principalmente para os profissionais da Comunicação, que atuam com base nesses princípios. No Infográfico a seguir, você vai conhecer um pouco mais sobre essas expressões por meio de conceitos e exemplos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/55891cb0-c859-45c3-aee5-78a0a23b7049/d5adfb30-267c-4066-8f6f-20547f083bd4.jpg Conteúdo do livro O profissional de Publicidade deve ter características que unem a expertise de lidar com o mercado e um sólido conhecimento teórico. No entanto, ele também deve ser um cidadão preparado para enfrentar os desafios profissionais tendo como base o entendimento das práticas comunicacionais calcadas no exercício da plena cidadania. A área de Publicidade tem passado por transformações importantes, que ressignificam os profissionais que nela atuam, exigindo ações cada vez mais engajadas e mais atuantes diante das necessidades da sociedade. Diante desses desafios, o capítulo Comunicação e cidadania, da obra Legislação aplicada à Comunicação Social, aborda temas essenciais para o profissional de Publicidade e Comunicação, como cidadania, comunicação, atores sociais e a utilização da comunicação comunitária na mobilização social. Você vai conhecer esses conceitos e entender como eles se relacionam. Boa leitura. LEGISLAÇÃO APLICADA À COMUNICAÇÃO SOCIAL Nair Prata Moreira Martins Comunicação e cidadania Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Estabelecer a relação entre cidadania, comunicação e atores sociais. Identificar o papel da comunicação na mobilização da sociedade. Descrever o uso da comunicação comunitária para o fortalecimento da cidadania. Introdução A comunicação desempenha papel primordial na mobilização de uma sociedade, tendo a cidadania como elemento articulador. Neste capítulo, você vai estudar a comunicação e a cidadania a partir de uma perspectiva histórica e conceitual. Para isso, vamos abordar o tema sob três perspec- tivas: a relação entre cidadania, comunicação e atores sociais, o papel da comunicação na mobilização da sociedade e o uso da comunicação comunitária para o fortalecimento da cidadania. 1 Cidadania, comunicação e atores sociais Cidadania, comunicação e atores sociais são termos que se relacionam e têm fundamental importância quando se quer refl etir sobre o papel do comuni- cador na sociedade. Inicialmente, vamos buscar na literatura especializada a conceituação de cada um dos termos e, posteriormente, vamos refl etir sobre as relações entre eles. Cidadania, de acordo com o Dicionário Etimológico (CIDADANIA, [2020]), vem do latim civis, que designava os moradores de uma cidade. O termo evoluiu para civitas, que significa “conjunto de direitos atribuídos ao cidadão” (CIDADANIA..., [2020], documento on-line). O conceito de cida- dania, como conhecemos hoje, é fruto de uma evolução do termo ao longo da história e do amadurecimento das sociedades, começando na Antiguidade Clássica, na Grécia — que considerava cidadão quem tivesse nascido em C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 1 08/05/2020 16:24:23 terras gregas — e passando por Roma, onde eram cidadãos apenas os homens livres. As revoluções, principalmente a Francesa, no século XVIII, levaram à modernização do conceito, que ficou mais próximo do que é atualmente. A partir da Segunda Guerra Mundial, a humanidade passou a ter a percepção de que os direitos individuais já não supriam as necessidades da sociedade — era preciso garantir direitos coletivos, de modo a assegurar a igualdade. Esses direitos, por atingirem coletivamente a sociedade, são chamados de direitos difusos, pois não são inerentes a um indivíduo, e sim a todos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), promulgada pela Organização das Nações Unidas em 1948, foi um marco fundamental no desenvolvimento da cidadania, pois, pela primeira vez, estabeleceu-se a proteção universal dos direitos humanos. O documento reúne os direitos das três dimensões: 1ª dimensão — direitos civis e políticos; 2ª dimensão — direitos sociais, econômicos e culturais; 3ª dimensão — direitos difusos. O artigo primeiro da DUDH inova nos direitos civis, ao determinar: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade” (DECLARAÇÃO..., 2009, documento on-line). O preâmbulo do documento aponta o seguinte: A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por me- didas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efetivos, tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição. (DECLARAÇÃO..., 2009, documento on-line). A promulgação da DUDH trouxe em sua esteira vários outros tratados e do- cumentos, que ampliaram o conceito de cidadania, promovendo o ordenamento jurídico de vários países. Pode-se destacar a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (1948), a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965), a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres Comunicação e cidadania2 C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 2 08/05/2020 16:24:24 (1979), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) e a Convenção sobre os Direitos das Pessoascom Deficiência (2006), entre várias outras. A noção de direito é a base para a concepção de cidadania. E a trajetória do desenvolvimento da cidadania está imbricada com a conquista de quatro tipos de direitos: os direitos civis, humanos, sociais e políticos. Nesse sentido, Dallari (1998, p. 14) afirma que: A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibili- dade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social. Por sua vez, Pinsky e Pinsky (2005, p. 9) apontam que: Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade pe- rante a lei: é, em resumo, ter direitos civis, é também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: O direito à educação, ao tra- balho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. No Brasil, o conceito de cidadania também foi evoluindo no decorrer da história. No Império, mesmo com a escravidão, a Constituição determinava que as cadeias deveriam ser limpas e arejadas, além de proibir penas como açoites e marcas de ferro quente. Já na primeira Constituição republicana, em 1891, a Igreja foi separada do Estado, e os títulos nobiliárquicos deixaram de existir. Em 1934, a Carta Magna inovou ao explicitar a igualdade de todos perante a lei, ao determinar que não haveria “[…] privilégios nem distinções, por motivo de nascimento, sexo, raça, profissão própria ou dos pais, riqueza, classe social, crença religiosa ou ideias políticas” (BRASIL, [1935], documento on-line). Após os trabalhos de uma assembleia constituinte, em 1988, foi promulgada a chamada Constituição Cidadã. Democrática e liberal, a Constituição Federal de 1988 (CF/1988) é fundamental para a consolidação do Estado democrático de direito no país, ao ampliar as garantias dos direitos do cidadão (BRASIL, [2016]). Avança também com relação aos direitos sociais e inova ao criar o direito ao voto para analfabetos e menores entre 16 e 18 anos de idade. 3Comunicação e cidadania C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 3 08/05/2020 16:24:24 A CF/1988 está dividida em nove títulos: Princípios Fundamentais, Direitos e Garantias Fundamentais, Organização do Estado, Organização dos Poderes, Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, Tributação e Orçamento, Ordem Econômica e Financeira, Ordem Social e Disposições Constitucionais Gerais. O título II trata de vários direitos e garantias do cidadão, como direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos (BRASIL, [2016]). O Estado democrático de direito no Brasil se fundamenta na soberania como poder máximo, garantindo que o Estado crie suas leis e as execute e que nenhuma outra nação interfira em suas decisões. A cidadania é um pressuposto da existência do Estado democrático de direito. O conceito de cidadania deve ser ativo, e o povo deverá cumprir uma série de institutos para exercer sua vontade. Todos os direitos fundamentais devem levar em conta o princípio da dignidade da pessoa humana. O Brasil garante a liberdade de pensamento político e qualquer ação, desde que dentro dos limites de licitude. O conceito de cidadania está profundamente ligado ao entendimento do papel da comunicação nas sociedades modernas. Originária do latim com- municatio, a palavra comunicação desde os seus primórdios significava o ato de distribuir, repartir, dividir. Para Freire (1982), a comunicação pode ser entendida como a coparticipação dos sujeitos no ato de pensar. Desde os desenhos das cavernas dos homens pré-históricos, passando pela criação do alfabeto, até as primeiras formas de entrega de mensagens, a humanidade se movimenta em busca de uma comunicação veloz, eficaz e de qualidade. É possível afirmar que a história da comunicação se confunde com a própria história. A história das comunicações evolui no mesmo trilho da história. Pelo simples fato de que a última só existe porque de alguma forma foi relatada de pai para filho, de tribo para tribo, de cidade para cidade, de país para país por meio de indivíduos e de tecnologias que expandiram os recursos do corpo humano. Os meios de comunicação são extensões de nosso corpo, e suas mensagens, de nossos sentir e pensar. (GONTIJO, 2004, p. 11). O primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense, foi lançado em 1º de junho de 1808. Era impresso em Londres, já que a Coroa portuguesa proibia a Comunicação e cidadania4 C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 4 08/05/2020 16:24:24 existência de impressoras na colônia. Com a chegada da família real ao Brasil, vieram também as primeiras máquinas, dando origem à Imprensa Régia. No início do século XX, o país recebeu as primeiras transmissões de rádio, que causavam espanto na população pela instantaneidade na veiculação de músicas, notícias e prestação de serviços. A rádio Clube de Pernambuco, fundada por Oscar Moreira Pinto, em Recife, foi a primeira a realizar uma transmissão radiofônica no Brasil, no dia 6 de abril de 1919, com um trans- missor importado da França. Aqui no Brasil, o rádio nasceu oficialmente no dia 7 de setembro de 1922, como parte das comemorações do centenário da independência. O discurso do então presidente da República, Epitácio Pessoa, foi ouvido no Rio de Janeiro e também em Niterói, Petrópolis e São Paulo, graças à instalação de uma retransmissora e de aparelhos de recepção. Mas somente no dia 20 de abril de 1923 começou a funcionar a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, considerada a emissora pioneira no Brasil. Segundo seus fundadores, Roquette-Pinto e Henry Morize, o objetivo da emissora era lutar pela cultura e educação do povo brasileiro. (PRATA, 2009, p. 17). A população brasileira viveu efusivamente a experiência da comunicação pelo rádio, com as radionovelas, os programas de auditório, os humorísticos e os noticiários, que traziam a informação diretamente do cenário do acontecimento. Em 18 de setembro de 1950, foi inaugurada a televisão no Brasil, com a TV Tupi, em São Paulo, a partir de uma iniciativa do empresário Assis Chate- aubriand, que importou os equipamentos e abriu para o país a era da imagem. Vários aparelhos de TV tiveram que ser espalhados pela cidade, para que as pessoas pudessem acompanhar a cerimônia. “Já na década de 60, os aparelhos de TV estavam em muitos lares e as famílias se reuniam com vizinhos e amigos para passar horas a fio acompanhando uma programação que repetia as antigas transmissões radiofônicas” (PRATA, 2009, p. 20). De lá para cá, a televisão se tornou parte da cultura brasileira, e, hoje, a programação reflete muito do que é a nossa sociedade e como ela se organiza. A chegada da internet, no final do século XX, provocou uma ruptura nos processos comunicacionais, uma revolução que, segundo Alves (2001), pode ser comparada à trazida pela invenção da imprensa e pela Revolução Industrial. A impressão generalizada é a de que as distâncias foram repentinamente abolidas. O tempo que a informação levava para ir de um lugar a outro ou de uma pessoa à outra foi drasticamente reduzido, e a vida das pessoas foi, desse modo, bruscamente alterado. […]. Esse novo meio, o quarto depois da imprensa 5Comunicação e cidadania C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 5 08/05/2020 16:24:24 escrita, do rádio e da televisão, é sobretudo um espaço de comunicação que pode ser aproveitado por todos para se fazerem conhecer e “ouvir” suas vozes, se assim se pode dizer. (ALVES, 2001, documento on-line). A web comercial brasileira nasceu no dia 31 de maio de 1995, data de criação do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), entidaderesponsável pela rede mundial de computadores no país. Apesar de a primeira conexão à web ter sido feita em janeiro de 1991, e em 1994 a Embratel ter começado a oferecer acesso à rede, a criação do CGI é o marco inaugural da internet comercial brasileira. O Comitê é responsável por administrar os nomes dos domínios no Brasil, a interconexão de redes nacionais e internacionais, além de representar a web em organismos internacionais relacionados à internet no mundo (PRATA, 2009). Na segunda década do século XXI, o Brasil se tornou um país profunda- mente conectado, com mais de 70% da população com acesso à internet. O smartphone é o principal dispositivo utilizado para as interações on-line, e o país tem mais aparelhos celulares do que habitantes. A primeira ligação feita por um telefone portátil foi realizada no dia 3 de abril de 1973, por Martin Cooper, um engenheiro americano. Ele trabalhava na Motorola e fez uma ligação para a concorrente AT&T. Mas a comercialização dos primeiros apa- relhos só começou 10 anos depois. Hoje, o telefone celular se tornou o lugar de interação e de consumo de mídia. Por fim, chegamos ao terceiro conceito deste tópico: atores sociais. Em linhas gerais, o ator social pode ser entendido como um dos membros de um grupo que integra o sistema político de um país, cujos membros estabelecem relações de poder entre si. Mocelin (2010, documento on-line) diz que “[…] os atores sociais manifestam interesses sociais, econômicos, políticos, culturais de forma articulada, geralmente expressos através de formas perceptíveis e legítimas”. Afirma também que: Os atores sociais ocupam diferentes posições sociais (estratos), que expressam diferença e desigualdade social. Atitudes são regradas por valores éticos com- partilhados, mas que também vivenciam simultaneamente, valores culturais específicos ou identidades. Identificá-lo numa relação alterativa: imbuí-lo do(s) outro(s) e situá-lo numa realidade social, mediada por relações e concepções de mundo, estilos de vida, atividades, natureza, religião. (MOCELIN, 2010, documento on-line). Para Viezzer (2005), o ator social pode ser uma pessoa, um grupo ou uma organização que participa de algum jogo social, tem forças no jogo e, portanto, Comunicação e cidadania6 C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 6 08/05/2020 16:24:24 possui capacidade de produzir fatos no jogo. Fortuna et al. (2009, documento on-line) lembram que: A atividade dos atores sociais é regida por uma miríade de decisões tomadas por indivíduos que ocupam posições de autoridade nos poderes executivo, legislativo e judiciário em âmbito local, estadual e federal. A percepção de que suas decisões tomadas nestas instâncias são relevantes para o desempe- nho de suas atividades é o motivo que leva os atores sociais a desenvolverem ações políticas durante os processos decisórios, com a intenção de promover os seus interesses. Para Martín-Barbero e Rey (2001), as mídias são também atores sociais. Essa imbricação se dá a partir do entendimento da cidadania como construtora da sociedade. Assim, a tessitura que relaciona os três termos — cidadania, comunicação e atores sociais — se dá por meio da atividade política exercida pelos indivíduos em prol de uma sociedade. 2 O papel da comunicação na mobilização da sociedade Segundo Caminhas (2015), a articulação entre a cidadania e os meios de comunicação passa por duas dimensões: o conhecimento das formas de desen- volvimento da hegemonia e a construção dos sujeitos políticos nas sociedades atuais. Segundo a autora: Essa relação deve percorrer a edificação das formas de reconhecimento e atuação dos indivíduos em contextos midiatizados — enquanto público e produtor dos media, possuindo a capacidade de interferir no debate político. A ação cidadã implica a agência em todos os âmbitos do poder, inserindo-se na esfera de elaboração de regras — legais e sociais — instituídas e legitimadas. Os atores sociais, nesse contexto, devem demandar e propor direitos em âm- bitos vinculados às suas experiências. Para tanto, é preciso que se apropriem dos instrumentos que possibilitem sua atuação e a constituição de demandas, dentre eles, a efetiva expressividade e comunicabilidade das questões que lhes concernem. (CAMINHAS, 2015, documento on-line). Partindo da premissa da liberdade de expressão dos sujeitos, a comunicação é a ferramenta para a mobilização social. O direito à liberdade de expressão está presente nos principais documentos referentes aos direitos humanos. O Quadro 1 traz três exemplos desses documentos. 7Comunicação e cidadania C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 7 08/05/2020 16:24:24 Fonte: Adaptado de Programa Novas Alianças (2009). Declaração Universal dos Direitos Humanos Art. 19. Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e difundir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras. Convenção Interamericana de Direitos Humanos Art. 13. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Este direito compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, seja verbalmente ou por escrito, ou de forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de sua eleição. Constituição Federal Art. 5º. […] IX – É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença […]. Quadro 1. Documentos nacionais e internacionais que fazem referência à liberdade de expressão como direito Um texto da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) aponta que, “[…] nos últimos séculos, a atuação dos meios de comunicação passou a estar fortemente conectada à consolidação dos modelos democráticos de governo” (PROGRAMA NOVAS ALIANÇAS, 2009, documento on-line), tornando a presença de meios livres de informação e expressão um dos fun- damentos das democracias. Para Temer e Tondato (2009, documento on-line), a mídia é um ator social e “[…] está sujeita às múltiplas variáveis que interferem nos processos sociais, o que determina a ausência de uma única constante no poder formador da mídia, ou mesmo dos seus agendamentos”. Segundo as autoras, apesar de cada novo meio contribuir para acelerar as trocas de informação, “[…] os processos de apreensão dos conteúdos e a interferência dessas informações nos processos comunicativos ocorrem a partir de diferentes graus de acesso à informação e de diferentes níveis de valorização dessa informação” Comunicação e cidadania8 C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 8 08/05/2020 16:24:24 A ANDI é uma organização da sociedade civil, apartidária e sem fins lucrativos, que busca articular ações de mídia para o desenvolvimento da infância e da juventude. Ela foi criada logo depois da promulgação da CF/1988 e, hoje, ampliou seu escopo de atuação, focando seu trabalho em temas ligados à infância e à juventude, à inclusão e à sustentabilidade e a políticas de comunicação. 3 O uso da comunicação comunitária para o fortalecimento da cidadania O primeiro congresso organizado pelo Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina, em 1973, na Costa Rica, foi o marco das discussões acerca da busca por alternativas teóricas e metodológicas, na tentativa de encontrar soluções para os países da região, priorizando dois aspectos: o papel das comunicações na educação e nas organizações populares (CARVALHAL, 2007). Temos, assim, a origem da comunicação comunitária, que, segundo uma cartilha editada pelo Grupo de Trabalho Amazônico ([2006], documento on- -line), tem o objetivo de “[…] servir à comunidade, identifi cando e transmitindo o interesse da comunidade em que está inserida, por meio de informes, avisos, campanhas, entre outras formas”. Ainda de acordo com a cartilha, esse modelo de comunicação“[…] busca a valorização da cultura, tradições e histórias comu- nitárias” (GRUPO DE TRABALHO AMAZÔNICO, [2006], documento on-line). O GTA é uma rede que congrega mais de 600 organizações representativas de agricul- tores, extrativistas, indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, pescadores, ribeirinhos, entre outras. Acesse o site do grupo e saiba mais. A partir dos anos 1980, tem-se a proliferação, conforme aponta Castro (2005, documento on-line), “[…] da comunicação popular urbana e rural, através de 9Comunicação e cidadania C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 9 08/05/2020 16:24:24 atores que desenvolvem projetos sociais de comunicação”. Segundo a autora, esses atores “[…] utilizam as TICs (...), rádios e TV comunitárias e jornais (impressos ou on-line) ou ainda revistas alternativas para mostrar uma outra versão dos fatos e também para mostrar que um outro mundo é possível”. Quando se conceitua comunicação comunitária, é importante o entendi- mento do significado dos vários tipos de mídia. Além da mídia comunitária, que pode ser efetivada por meio de rádio comunitária, rádio poste, blogs, jornais comunitários e redes sociais, existe a mídia comercial, que é aquela cujo modelo de negócio tem o lucro ao final da sua cadeia de valor. Já as diferenças entre a mídia pública e a mídia estatal podem ser entendidas a partir do detalhamento do Quadro 2. Fonte: Adaptado de Programa Novas Alianças (2009). Características Mídia pública Mídia estatal Gestão Sociedade civil organizada Três Poderes, no âmbito das três esferas da Federação Conteúdo Plural e diverso, com finalidade pública Interesse público e ações de cada um dos Poderes Público-alvo Todos os segmentos da população Todos os segmentos da população Financiamento Prioritariamente estatal, mas combinado com doações e apoios culturais. O recurso chega por fundos públicos e por vinculações fixas de alíquotas de impostos, o que garante a independência desses veículos em relação ao governo Estatal Exemplo O modelo clássico de mídia pública apontado pelos especialistas é a emissora britânica BBC. No Brasil, alguns exemplos são as TVs educativas — como a TV Cultura de São Paulo —, as TVs e rádios comunitárias, as TVs universitárias e a recém-criada TV Brasil TV Justiça, TV Câmara, TV Senado e Rádio Nacional são referências de mídia estatal no Brasil Quadro 2. Mídia pública e mídia estatal Comunicação e cidadania10 C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 10 08/05/2020 16:24:25 Assim, para encerrar, podemos refletir sobre as palavras de Maia (2009, documento on-line), que aponta que, “[…] para além da visibilidade e das ações estratégicas, torna-se importante entender os media também como uma arena discursiva, em que opiniões e argumentos são trocados e disputados”. ALVES, S. C. de O. Interação on-line e oralidade. In: MENEZES, V. (org.). Interação e apren- dizagem em ambiente virtual. Belo Horizonte: FALE-UFMG, 2001. p. 126-145. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/site/e-livros/Intera%C3%A7%C3%A3o%20e%20apren- dizagem%20em%20ambiente%20virtual.pdf. Acesso em: 27 abr. 2020. BRASIL. [Constituição (1934)]. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (de 16 de julho de 1934). Nós, os representantes do povo brasileiro, pondo a nossa confiança em Deus, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para organizar um regime democrático, que assegure à Nação a unidade, a liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico, decretamos e promulgamos a seguinte. Rio de Janeiro: Presidência da República, [1935]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituicao34.htm. Acesso em: 28 abr. 2020. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 28 abr. 2020. CAMINHAS, L. R. P. Confluências entre cidadania e comunicação: desdobramentos do conceito e as possibilidades de atuação política na mídia. 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Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobrequalidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 13Comunicação e cidadania C13_Comunicacao_e_cidadania.indd 13 08/05/2020 16:24:25 Dica do professor O rádio é um dos meios que mais se adapta à tarefa de mobilização de uma sociedade, em virtude de suas características que atraem e fidelizam o ouvinte. É o veículo com maior penetração, chegando com facilidade aos ouvintes. No entanto, não é apenas o rádio tradicional que tem essas características. Esta Dica do Professor apresenta exemplos de novas plataformas que têm trazido novos modos de fazer e de ouvir rádio. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/8b1a3c65ae9fe1baddbc7d7e97893726 Na prática O uso da comunicação comunitária para o fortalecimento da cidadania é um dos desafios dos atores sociais engajados em projetos em prol do bem comum. O objetivo não é apenas informar, mas analisar a situação-problema e enfrentá-la a partir de uma perspectiva comum. Neste Na Prática, você vai conhecer o caso da comunidade de Alfazim, que utilizou uma ferramenta de comunicação comunitária muito criativa para resolver uma questão que afligia os moradores da localidade. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: O perfil e a atuação dos/as comunicadores/as em projetos de educomunicação dos movimentos populares Esta dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa sobre o perfil do comunicador atuante na educação para a comunicação em ações voltadas para adolescentes e jovens desenvolvidas por movimentos populares. O perfil é construído a partir de dados como formação, motivações, objetivos, princípios e valores. A dissertação foi desenvolvida por Anderson Luiz Moreira, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Declaração Universal dos Direitos Humanos comentada A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um pacto internacional que inspira as constituições e as legislações de muitos países, sendo um marco nos estudos da cidadania, além de um documento de indiscutível relevância política, jurídica e histórica. Vale a pena conhecer os artigos da Declaração e os comentários feitos por uma especialista no assunto. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Como ser um líder mobilizador? Uma mobilização social eficaz necessita de atores sociais engajados e atuantes. Além disso, é preciso um líder mobilizador, que coordene as ações e organize os atores. Confira, no vídeo, as informações da professora Nísia Werneck, que fala sobre como conectar pessoas e causas para ações sociais transformadoras. https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/27403?show=full https://www.direitocom.com/declaracao-universal-dos-direitos-humanos Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/FaODycFkpoc Gestão de redes sociais Apresentação Nas últimas décadas, podemos observar inúmeras mudanças e avanços significativos nas redes sociais, as quais possibilitaram ao mundo uma nova forma de se comunicar e interagir. Atualmente, as redes sociais disponibilizam recursos aos seus usuários, resultando em mais participação e engajamento, o que se consolidou como oportunidade de expandir e inovar por meio de negócios virtuais. Logo, é fundamental entender e conhecer as ações estratégicas de inserção neste mercado que tanto cresce no mundo todo. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o que é a gestão de redes sociais, compreendendo o panorama brasileiro de redes sociais, as estratégias para busca de consumidores e o processo de gestão desses canais. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Sintetizar o panorama das redes sociais no Brasil e no mundo.• Identificar as estratégias de busca de consumidores por meio das redes sociais.• Analisar o processo de gestão de canais de vendas e perfis em redes sociais.• Infográfico Diariamente, é possível acompanhar a evolução das redes sociais. Por meio delas, é possível trocar ideias, enviar arquivos, buscar oportunidades de empregos, divulgar marcas, assistir a vídeos e filmes, escutar músicas, etc. No entanto, assim como qualquer tipo de produto ou serviço, as redes sociais têm seu ciclo de vida, com introdução, crescimento, maturidade e declínio. Veja, no Infográfico a seguir, quais são as principais redes sociais dos últimos anos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/26e60585-5506-443c-be56-bbcbbc733299/d341e16b-d940-4308-8203-b9d1fd4166c8.png Conteúdo do livro A presença on-line possibilita muito mais que interação; ela influencia, compartilha, informa, vende, agrega, divulga, promove, entre tantas outras funções. Para os usuários, é uma oportunidade de interação e participação com empresas, marcas, celebridades e um mundo de contatos disponíveis para efetuar a comunicação por meio das redes sociais. Para as empresas, é a oportunidade de vender, a possibilidade de conversar diretamente com o seu cliente, de contar um pouco mais sobre a sua rotina, seus produtos e serviços e as novidades que estão sendo elaboradas. Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Gestão de redes sociais da obra Comércio eletrônico, que serve como base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. COMÉRCIO ELETRÔNICO Pâmela Freitas Fagundes Gestão de redes sociais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Sintetizar o panorama das redes sociais no Brasil e no mundo. Identificar as estratégias de busca de consumidores por meio das redes sociais. Analisar o processo de gestão de canais de vendas e perfis em redes sociais. Introdução Em meio às mudanças advindas dos avanços tecnológicos, as redes sociais ganharam espaço e atualmente são um dos principais canais de comunicação no mundo. Com elas, as empresas puderam se aproximar mais do público (clientes e possíveis clientes), uma vez que tais plataformas auxiliam no acesso à informação. As redes sociais geram ainda oportunidades de negócio ao redor do mundo, por representarem uma forma de divulgação de produtos e de comércio eletrônico de baixo custo. Nesse sentido, a publicação de conte- údos exclusivos bem-elaborados, que despertem o interesse e a atenção dos clientes e atendam aos seus desejos e às suas necessidades, aumenta a margem de retorno positivo dos investimentos em redes sociais. Neste capítulo, você vai obter um panorama das redes sociais no Brasil e no mundo, aprendendo a identificar as estratégias para buscar novos clientes por meio dessas plataformas. Além disso, vai analisar ainda o processo de gestão dos canais de vendas e os perfis nas redes sociais. As redes sociais no Brasil e no mundo No século XXI, auge do acesso à informação e da chamada “era digital”, é raro encontrar pessoas ou empresas que ainda não tenham um perfi l em alguma rede social. Os constantes avanços tecnológicos — entre eles o acesso à rede móvel — resultaram no crescimento das redes sociais, o que teve uma forte infl uência em diversos segmentos. Belch e Belch (2014) comentam que podem ser citados alguns entre os inúmeros motivos para explicar esse crescimento tão rápido: o desejo dos con- sumidores de obter informações, a velocidade e a conveniência para obtê-las, a capacidade de controlar o que é recebido. Nos últimos anos, o crescimento significativo das redes sociais resultou em novas formas de a sociedade con-temporânea pensar e se comunicar com o restante do mundo, trazendo um novo conceito de interação e conectividade. Para Abreu, Eisenstein e Estefenon (2013), as tecnologias da informação e comunicação (TICs) modernas, como os computadores, o acesso à internet e os telefones celulares, estão revolucionando a forma como as pessoas se comunicam, socializam, buscam e trocam informações, e adquirem conhecimentos. As novas formas de comunicação permitem que os usuários tenham mais acesso a assuntos políticos, econômicos, sociais, culturais, tecnológicos, entre outros. A liberdade de expressão tomou conta do mundo e o conhecimento tem se ampliado; assim, as redes sociais possibilitam aos seus usuários um papel democrático e universal. Há muito tempo o Brasil desperta a atenção pela forte presença e participa- ção da sua população nas redes sociais, sendo considerado um dos países que mais passa tempo conectado nas redes, entre elas, o Facebook, o Instagram e LinkedIn. As redes sociais geram um grande impacto nas opiniões dos seus usuários e, segundo Marinho (2018), o mundo cada vez mais conectado está provocando uma mudança acentuada no comportamento dos eleitores. Um exemplo disso, no Brasil, foi o que ocorreu no período das eleições presidenciais de 2018, em que o País se viu diante de discussões intermináveis nas redes sociais sobre a opinião política de cada um dos lados. Nesse contexto, as empresas viram a necessidade de estar presentes na internet e em contato constante com o mundo, para o compartilhamento de conteúdo e a interação com os clientes. Hoje, por exemplo, muitas das tendên- cias do ramo de vestuário derivam da forte influência das redes sociais. Por esse motivo, é importante que as empresas utilizem essas plataformas para contribuírem com as atualizações da marca, já que os clientes muitas vezes buscam pelo que está circulando nas redes. A conectividade e interação em tempo real despertam o interesse das empresas, que enxergam nas redes sociais uma oportunidade de negócio. Muitos dos investimentos de mídia são destinados ao marketing digital focado nas redes sociais. Assim, as redes possibilitam que as empresas não apenas divulguem os seus produtos e serviços, mas também compartilhem conteúdo, curiosidades e questões sobre a sua rotina e o seu modelo de negócio. Gestão de redes sociais2 Nesse sentido, as redes sociais abriram portas para que a exposição da vida se tornasse uma oportunidade de negócio. Foi expondo as suas rotinas diárias que algumas pessoas viram a chance de ganhar dinheiro, dando origem a um conceito popular na atualidade: os digital influencers. Essas figuras atuam em diversos segmentos, como moda, gastronomia, games, sustentabilidade, maternidade, turismo, tecnologia, alimentação saudável, vida fitness, pets, entre outros. Os digital influencers promovem a divulgação de produtos e serviços nas suas redes sociais, em parceria com as empresas que investem, patrocinam e apostam nesse mercado. Essa é a nova forma de as empresas se comunicarem com os seus clientes, com o objetivo de terem os seus produtos divulgados por formadores de opinião. Por outro lado, há empresas que optam por fazer isso por conta própria, por meio de um contato mais próximo com os clientes nas redes sociais. O público contribui com críticas, sugestões e elogios, e a empresa esclarece dúvidas, conversa e interage com os consumidores. Porém, para que esse contato seja eficaz, é necessário haver monitoramento e acompanhamento das mensagens recebidas, dos compartilhamentos, dos comentários nas postagens, etc.. Logo, além de fazer publicações relevantes no seu perfil de rede social, a empresa precisa responder a todos aqueles que interagem com as publicações. Farias, Duschitz e Carvalho (2015) comentam que a atualização pode parecer uma tarefa simples, mas não é. Ler comentários e respondê-los exige bom senso e paciência. Para Marques (2016), a gestão de redes sociais requer uma série de competências transversais. É preciso saber comunicar, escrever bem, estar dentro da cultura organizacional, perceber o produto ou serviço e dominar tecnicamente a plataforma. Dessa forma, a interação é fundamental, e a presença constante nas redes gera excelentes resultados. No entanto, para investir em conteúdos digitais, os interessados devem compreender que estes apresentam características peculia- res do composto de marketing, que foram adaptadas para as suas realidades. Entre os aspectos que exigem atenção de quem empreende nesse ramo está o horário da publicação. Esse ponto é decisivo para o sucesso da postagem, assim como a qualidade do conteúdo (tanto do texto como da imagem). Vale ressaltar que publicações realizadas fora do horário comercial têm mais êxito, em função de as pessoas estarem livres dos seus compromissos profissionais. Além disso, a qualidade do conteúdo é primordial: os conteúdos devem ser atrativos, os textos não podem ser extensos, e as publicações devem ser atualizadas diariamente. Imagens devem ser estrategicamente pensadas e pos- suir alta qualidade. Assim, quanto maior a atenção dedicada a esses detalhes, melhores serão os resultados obtidos. 3Gestão de redes sociais Ao mesmo tempo, é importante identificar as características do público- -alvo. Informações como faixa etária, classe social e grau de instrução influen- ciam na escolha das redes sociais nas quais a empresa deverá estar presente para efetuar as suas ações estratégicas. De acordo com Sertek, Guindani e Martins (2012), os produtos e serviços passam, ao longo da vida, pelas etapas de introdução, crescimento, maturidade e declínio. Logo, vale ressaltar que, assim como os produtos e serviços, as redes sociais também têm o seu ciclo de vida útil. Nos últimos 20 anos, algumas das plataformas de mensagens e redes sociais que surgiram foram mIRC, ICQ, MSN, fotologs, blogs, Orkut, Badoo, YouTube, LinkedIn, Twitter, Snapchat, Facebook, Instagram, Pinterest, WhatsApp. Algumas delas surgiram, fizeram sucesso e aos poucos saíram de cena, dando espaço para as novas entrantes, e outras se mantêm ativas. Cada rede social que surge lança uma nova proposta e novas oportunidades de interação. Provavelmente no início dos chats de bate-papo, ainda nos anos 1990, os seus idealizadores e usuários não imaginavam que no futuro, as redes sociais se tornariam uma ferramenta estratégica e uma potência para fazer negócios. Hoje existem redes de relacionamento, redes para troca de mensa- gens, para visualizar imagens, para procurar empregos, entre outras. Assim, cabe aos empreendedores digitais analisar o público e a forma de interação no ambiente virtual no qual pretendem investir e adaptar a linguagem e os conteúdos publicados a esse contexto. As redes sociais transformaram as relações interpessoais e geraram impac- tos sociais e culturais para a sociedade. O seu rápido crescimento impactou também nas mídias tradicionais, causando a extinção de algumas emissoras de rádio, de jornais e revistas. Além disso, o seu novo formato contribuiu para que os velhos meios de comunicação saíssem prejudicados, em função dos novos hábitos, como a substituição de ligações telefônicas por videochamadas e áudios no WhatsApp. Com tantas mudanças na rotina pessoal e profissional proporcionadas pelas novas formas de se comunicar, as empresas tiveram de correr para se adaptar a essas novas tendências de mercado. Assim, a atenção com a visibilidade das empresas é de extrema importância, uma vez que, com as redes sociais, a velocidade com que a informação circula pode ajudar ou prejudicar a imagem de uma empresa. Conforme uma pesquisa realizada em 2017 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, 29% das microempresas possuíam site e 65% estavam presentes nas redes sociais. A presença significativa nas redes sociais, em relação aos sites próprios, Gestão de redes sociais4 provavelmente se dá em função do acesso facilitado e do
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