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Imunologia Básica Prof.ª Dra. Jaqueline de Santana da Silva Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Geovane Vinícius da Broi Maciel Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt Carlos Firmino de Oliveira 2022 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2022 Os autores Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Per- mitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP S586i Silva, Jaqueline de Santana da Imunologia básica / Jaqueline de Santana da Silva. Paranavaí: EduFatecie, 2022. 75 p. : il. Color. 1. Imunologia. 2. Imunidade. 3. Doenças imunológicas. I. Centro Universitário Unifatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23 ed. 616.079 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. AUTORA Professora Jaqueline de Santana da Silva ● Doutora em Biologia Comparada pela Universidade Estadual de Maringá (PGB- UEM / 2016-2020); ● Mestre em Biotecnologia Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá (PBA-UEM / 2014-2016); ● Especialista em Gestão e educação Ambiental (2012); ● Possuo Graduação em Tecnologia em Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Maringá (2013) e Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Paranaense (UNIPAR - 2009). Atualmente, leciono e co-oriento na área de Mutagêneses e Monitoramento Ambiental, Gestão e Educação Ambiental, atuo na elaboração de projetos e Assessoria Ambiental (Projetos e licenças) ASAMB. Tenho experiência como Professora de ensino Profissionalizante, Cursos Técnico em Meio ambiente e Técnico em Segurança do trabalho, Governo do Estado do Paraná. Atuo no Núcleo de Educação a Distância DA Instituição Unifamma, Taxidermista ministração teoria e pratica em cursos de formação promovidos por intuições IES privadas e governamentais, e como professora elaboradora de conteúdos nas disciplinas da modalidade EaD e Semipresenciais para os cursos de Graduação e de Pós-Graduação. Professora na modalidade híbrida nas IES, UNIFAMMA e UEM e Tutora mediadora dos cursos de Biológicas e Saúde na Instituição Unicesumar. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/4773242515852393 http://lattes.cnpq.br/4773242515852393 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se esta temática lhe despertou a sua atenção, isso já é motivo para desenhamos um incrível percurso de conhecimento. A proposta que faço a você é desbravamos ao longo deste caminho os principais conceitos e fundamentos da imensurável imunologia básica, deixando bem claro quem são os principais órgão envolvidos, os sinais e os mecanismos de ação que nos cercam promovendo a proteção do nosso corpo, pelo tão importante sistema imunológico. Além de conhecer os principais conceitos e definições, vamos explorar a constituição do sistema pelas várias células envolvidas, e a função de cada uma destas, além das diversas aplicações destas células de defesa do nosso corpo, por exemplo o reconhecimento de antígenos pelos linfócitos T e ativação de um linfócito B no corpo humano onde é capaz de detectar os sinais de invasão de um agente estranho ou patógenos. Na unidade I, começaremos a nossa jornada pelos conceitos e denominações das células de defesa imune de progenitoras mieloides e linfoides, além da apresentação dos órgãos e tecidos envolvidos nas respostas imunológicas. Desta forma iremos descrever as origens e percurso destas células até a sua maturação e atuação no sistema de defesa do organismo. O processo de percepção e reconhecimento das características de diferenciação de cada uma das células imune também será discutido nesta unidade inicial. Será apresentado ainda como cada órgão e tecido envolvido na defesa do nosso organismo de forma imunológica participa e contribui para a produção e atuação de células imunológicas, a importância destes órgãos e tecidos conferindo a defesa do corpo humano. Esta noção é necessária para que possamos trabalhar as demais unidades do livro, que versarão sobre as funções e diferenciação destas células no processo de atuação que determinam as funções exercidas por cada uma delas em contato com um agente estranho, gerando uma resposta do sistema imunológico no corpo humano. Na unidade II, trataremos sobre a apresentação e diferenciação da Imunidade inata e adquirida e interação dos antígenos e ativação de linfócitos, compreender a atuação e importância da imunidade adquirida bem como, entender como funciona as propriedades e funções do sistema imunológico diante dos mecanismos de reconhecimento de um antígeno, seus receptores e os linfócitos responsáveis por parar ou barrar um agente estranho e patogênico, diante da atuação e participação das barreiras primarias e secundarias. Na unidade III, vamos aprender como descrever e reconhecer os anticorpos e suas ligação aos antígenos por meio das células que já conhecemos na unidade I e II. Estudaremos as propriedades que determinam o complexo de histocompatibilidade para podermos conceituar as principais defesas imunológicas do sistema imune, a partir de então a atuação e importância das respostas imunológicas desenvolvidas contra agentes estranho e patológicos, então compreender como ocorre os mecanismos de reconhecimento de um antígeno, seus receptores e os linfócitos responsáveis por parar ou barrar um agente estranho e patogênico auxiliado pelo reconhecimento de anticorpos específicos. Finalmente, na unidade IV, vamos tratar sobre imunoprofilaxia ativa e passiva, bem como a tolerância e a autoimunidade, o qual está relacionado a manipulação do sistema imune na tentativa de proteger os seres humanos contra doenças infecciosas. Também iremos estudar como ocorre os mecanismos de tolerância e seu reconhecimento, diante de um agente “próprio” e “não próprio” do organismo humano. Aproveito então para robustecer o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada da sabedoria e multiplicar o nosso conhecimento sobre todos esses assuntos abordados em nosso material. Esperamos cooperar e participar para com o seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigada e bom estudo! SUMÁRIO UNIDADE I ......................................................................................................4 Introdução ao Sistema Imunológico UNIDADE II ................................................................................................... 22 Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico UNIDADE III .................................................................................................. 38 Mecanismos de Respostas Imunológicas UNIDADE IV .................................................................................................. 56 Imunoprofilaxia e Autoimunidade 4 Plano de Estudo: ● Células de defesa imune de progenitoras mieloides; ● Células de defesa imune de progenitoras linfoides; ● Órgãos e tecidos envolvidos na resposta imune. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar as principais células envolvidas na atuação do sistema imune; ● Compreender a atuação e importância dos órgãos e tecidos que participam da proteção do organismo contra agentes estranho e patógenos; ● Estudar como ocorre a atuação dos mecanismos responsáveis por parar ou barrar um agente estranho e patológico; ● Entender quais propriedades e funções do sistema imune frente as barreiras primarias e secundárias. UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico Prof.ª Dra. Jaqueline de Santana da Silva 5UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico INTRODUÇÃO Seja muito bem-vindo ao nosso componente de Imunologia Básica, aproveitem ao máximo essa experiência de aprendizagem. Nesta unidade I você irá conhecer como o organismo humano se defende de corpos ou agentes causadores de doenças. Por este motivo todos os organismos nascem com uma proteção, você já ouviu ou sabe que nós possuímos com um sistema de proteção as doenças desde a nossa vida fetal, e o chamamos de imunidade inata? Se esta informação já faz parte dos seus saberes, muito bem! Facilitará a sua absorção de todo o conteúdo que iremos aprender. Se você ainda não sabe ou não conhece as defesas imunológicas de um organismo, não se preocupe iremos compreende-las parte a parte e a função de cada uma delas, as células e órgãos e tecidos do corpo que participam gerando proteção, um “escudo” a nossa saúde contra os agentes causadores de doenças ou que possam debilitar o nosso bem estar, como as adquirimos e aperfeiçoamos cada uma delas com o passar do tempo. 6UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 1. CÉLULAS DE DEFESA IMUNE DE PROGENITORAS MIELOIDES O sistema imunológico responsável por toda atuação desta ciência chamada imunologia se confere ao conjunto de células, tecidos, órgão e moléculas que os humanos e outros seres vivos usam para a eliminação de agentes ou moléculas estranhas, inclusive o câncer, com a função de se manter a homeostase do organismo. Os mecanismos fisiológicos do sistema imune correspondem a uma resposta dirigida dessas células e moléculas diante dos organismos infecciosos e dos demais ativadores, o que desencadeiam as respostas específicas e seletivas, inclusive com memória imunológica, que também podem ser geradas por meio de vacinas. Quando nos referimos a imunologia estamos abordando uma ciência ainda recente. Sua origem é atribuída, por alguns autores, a Edward Jenner, que, em 1796, verificou proteção induzida pelo cowpox (vírus da varíola bovina) contra a varíola humana, ato ao qual nomeou o processo de vacinação. Contudo entende-se que na antiguidade, os chineses já inalavam o pó das crostas secas das pústulas de varíola e além cobriam pequenas incisões na epiderme, em busca de proteção (BARARDI et al, 2010). De acordo com Abbas (2007), caso o sistema imunológico não esteja atuando de forma funcional, infeções brandas podem predominar o organismo hospedeiro culminando a morte. No entanto com o sistema imune ativamente atuante, os seres vivos ainda sim podem adquirir doenças, pode adquirir uma doença infecciosa ou um câncer, pois a resposta imune específica, frente a um agente agressor, leva determinado tempo para se desenvolver e, com isso, tanto organismos estranhos, como células neoplásicas, elaboram mecanismos de evasão para fugir da resposta imune. 7UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico Nesta unidade, iremos realizar uma abordagem dos conceitos básicos dos principais componentes do sistema imunológico, os mecanismos de resposta específica diante das principais formas de invasão de agentes infeciosos e parasitários. As células são as principais envolvidas à frente da nossa defesa, vamos aprender que todas elas se originam de única célula que tem inúmeras capacitações. Essas células portadoras multipotencialidades são denominadas “progenitoras” ou “células-tronco hematopoiéticas” e são originadas da medula óssea constantemente e em altas quantidades, são também chamadas de “células-tronco pluripotenciais” e possuem um caráter muito versátil. Elas são encarregadas pela futura formação de todas as células sanguíneas envolvidas direta ou indiretamente na defesa do nosso organismo, até mesmo pelas hemácias (células vermelhas do sangue ou eritrócitos) e as plaquetas (importantes na coagulação sanguínea e responsáveis pela formação dos trombos venosos) figura 1. A primeira etapa de diferenciação das células-tronco será na formação de células progenitoras denominadas mieloides e de células progenitoras denominadas linfoides (BARARDI et al, 2010; ROITT, 2014). FIGURA 1: CÉLULAS SANGUÍNEAS Fonte Adaptada de: https://stock.adobe.com/br/search?load_type=search&is_recent_search=&sear- ch_type=usertyped&k=plaquetas+e+eritrocitos&native_visual_search=&similar_content_id= As células mieloide são responsáveis por gerar os leucócitos polimorfonucleares (PMN) também conhecidos por “granulócitos” são as células sanguíneas que possuem grânulos no seu citoplasma e que seu núcleo possui um formato polimórfico. O precursor mieloide é o responsável pela formação desses granulócitos e também pela formação dos monócitos, macrófagos, células dendríticas e mastócitos, todo esse conjunto de células são responsáveis pela nossa primeira linha de defesa contra muitos agentes patogênicos (RENA et al, 2001), representadas na figura 2. Vamos então nos aprofundar um pouco nas funções deliberadas a cada uma dessas células e começando pelos macrófagos. 8UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico Para Lévesque et al, (2021) estas são uma das mais importantes células de potencial fagocítico do sistema imunológico, ou seja, aquelas que têm a capacidade de englobar agentes estranhos e destruí-los por completo ou em porções mais simples que serão posteriormente reconhecidas pelo sistema imune, porém não sendo as únicas capazes de realizar o processo de fagocitose. Os macrófagos são basicamente a forma madura dos monócitos sanguíneos, ou seja, são as células que circulam no sangue e, quando essas células migram para os tecidos, sofrerão novas diferenciações, compondo uma variedade de formas histológicas. Estas células realizam a fagocitose com auxílio de todas as enzimas degradadoras em seus grânulos lisossomais, de fragmentar os materiais englobados a aminoácidos simples, açúcares e diversas substâncias para que após este processo possa excretar ou direcionar a reutilização. Os macrófagos ainda possuem outra função, além de englobar agentes estranhos, processá-los por desnaturação ou digestão parcial e apresentá-los em sua superfície para células envolvidas na resposta imune específica, que são os linfócitos T específicos. Dentre estas funções imunológicas estes também funcionam como “células apresentadoras de antígenos” (ABBAS, 2012). Os granulócitos ou leucócitos polimorfonucleares (PMN), adquiriram esse nome por obterem grânulos densamente coráveis em seu citoplasma e que possuem núcleos multilobados ou polimórficos. Esses núcleos constituem cerca de 65% das células brancas em nosso sangue. São divididos em 3 tipos de granulócitos em nosso sangue, todos eles com uma vida relativamente curta e produzidos em grande quantidade durante as respostas imunes. Nessas horas, eles abandonama circulação e conseguem chegar até o local da infecção ou da inflamação. Após realizarem a fagocitose essas células morrem, são as responsáveis pela formação do pus na região portadora de infecção (LÉVESQUE et al, 2021). As características dos grânulos ao microscópio óptico, após coloração convencional, é que define a posterior subdivisão. O primeiro e mais abundante tipo de granulócito são os neutrófilos, apresentam coloração neutra e representam a terceira célula fagocitária do sistema imunológico e possuem uma vida média de aproximadamente 12h em circulação e são os mais numerosos representando aproximadamente 95% dos granulócitos e mais importantes a nossa primeira barreira de defesa, que vamos denomina-la “imunidade inata”. Os grânulos vermelhos significam a presença dos eosinófilos, que representam 3% a 5% dos granulócitos circulantes, são importantes na defesa contra infecções parasitárias, pois o conteúdo dos seus grânulos são tóxicos para estes específicos microrganismos. 9UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico O número dessas células aumenta na circulação quando a pessoa está com verminose, por exemplo. Grânulos com intensa coloração azul são localizados nos basófilos, que representam 0,5 a 1% dos granulócitos. A função dos basófilos é similar e provavelmente complementar a dos eosinófilos e mastócitos. A função dessas células está diretamente ligada as reações alérgicas (BARARDI et al, 2010; ROITT, 2014). As células dendríticas igualmente possuem funções fagocíticas, mas sua atuação mais importante não é a de degradar os agentes estranhos, mas sim processar esses agentes em formas mais simples e depois apresentar cada uma dessas porções para os linfócitos T, definindo então estas células como as principais células apresentadoras de antígenos do nosso organismo e por isso são extremamente importantes no estudo da imunologia. As células dendríticas podem ser encontradas na corrente sanguínea e em alguns tecidos do corpo. A sua morfologia nos tecidos possui semelhanças com estrelas- do-mar, e seus prolongamentos são denominados de dendritos, está relacionada com sua excelente capacidade de capturar agentes estranhos e depois reapresentá-los, este formato potencializa o contato com esses agentes (XING et al, 2004). Os mastócitos também pertencentes as células progenitoras mieloides, caracterizam-se por apresentarem-se como células diferenciadas e residentes nos tecidos, onde seu precursor sanguíneo ainda não se apresenta bem estabelecido. Essas células se localizam principalmente ao lado de pequenos vasos sanguíneos, e quando acionadas pela presença de um agente estranho, realizam a liberação substâncias que vão afetar a permeabilidade desses vasos. O armazenamento destas substâncias ocorre nos grânulos celulares desencadeiam respostas alergênicas, ou até mesmo o choque anafilático em alguns indivíduos, dependendo da quantidade liberada na circulação auxiliando os processos reativos imunológicos (ABBAS, 2007; ABBAS, 2012). 10UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico FIGURA 2: CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE Fonte: Murphy et al (2008, p.4). Completando assim a nossa explanação sobre as células originadas a partir de progenitoras mieloides, daremos sequencia nesta nossa jornada de aprendizagem reconhecendo então as mais importantes e essenciais células responsáveis pela defesa do nosso organismo, no próximo tópico iremos conhecer as células originadas a partir de progenitoras linfoides. 11UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 2. CÉLULAS DE DEFESA IMUNE DE PROGENITORAS LINFOIDES Agora nesta etapa damos continuidade a conhecer as células originadas a partir de progenitoras porem agora as de origens linfoides, ou também denominados, os linfócitos, para que neste momento você entenda características morfológicas e, as funções destas células na linha de frente em defesa do nosso organismo a agentes estranhos e patogênicos. Os linfócitos são células mononucleares que possuem uma fina borda de citoplasma quando se encontram no seu estado de repouso. Uma célula quando ainda não foi estimulada por um antígeno denominamos à estado de repouso. Os linfócitos, progenitor linfoide comum da medula óssea origina os linfócitos antígenos-específicos do sistema imune adaptativo, ao qual iremos entender a seguir as diferenças entre sistema “imune inato” e “sistema imune adaptativo”, porem também dá origem a um tipo de linfoide que responde à presença de infecções, mas não especifico para antígeno e, no entanto, é considerado parte do sistema imune inato. Como já apresentadas essas células, quando não estimuladas por antígenos encontram-se em repouso na fase G0 (G-zero) fase do ciclo celular onde a célula permanece indistintamente na interfase. São células extremamente especializadas, estruturalmente pequenas e apresentam cerca de 6-10 µm de diâmetro, núcleo de cromatina condensada e um citoplasma muito escasso. Quando são expostas ao antígeno essas células interagem e passam a ser consideradas ativas e evoluem para as demais fases do ciclo celular. Inicia-se a produção de novas proteínas por essas células. A partir de então aumentam de tamanho porque o citoplasma se torna mais abundante e rico em organelas. 12UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico Os linfócitos tornam-se, linfócitos grandes, conhecidos como linfoblastos, e chegam a atingir cerca de 10-12 µm de diâmetro. Os linfoblastos caracterizam-se por serem células imatura encontrada na medula óssea em pequenas proporções, precursora de linfócitos maduros (BARARDI et al, 2010). Quando há um grande número de células em processo de divisão celular, apontamos que ocorreu uma amplificação clonal. Esses eventos são identificados quando há produção de um grande número de células potencialmente capacitadas para reagir contra os antígenos, que inicialmente foram as substâncias responsáveis pela ativação celular (ABBAS, 2007). Os linfócitos são identificados em dois principais conjuntos populacionais, os linfócitos T ou células T (timócitos) e os linfócitos B ou células B, figura 3. Estas células formam 25 a 35% do total das células brancas ou os chamados leucócitos presentes no sangue. A presença dos linfócitos T e B no sangue segue, respectivamente, à relação de 5:1. Os linfócitos T ou células T se desenvolvem a partir de precursores no timo. Os linfócitos B ou células B se diferenciam no fígado fetal e na medula óssea (MURPHY e TRAVERS, 2008; DINIZ e FIGUEIREDO, 2014). Ainda nesta linha de defesa temos as células “Natural Killer (NK)” de origem precursoras da medula óssea. No seu estágio de repouso, são pequenas em tamanho, porem quando ativadas, aumentam de tamanho e são identificadas como células ou linfócitos granulares grandes, visto que o citoplasma é maior e rico em grânulos. Essas células são consideradas como uma população distinta dos linfócitos T ou B. Não migram para o timo e atuam na imunidade inata. Os receptores de superfície, podem interagir com porções proteicas, glicosídicas ou lipídicas de glicoproteínas ou ainda com glicolipídios presentes nas superfícies de outras células. As NK representam 10 a 15% das células no sangue e são responsáveis pela citotoxicidade contra determinadas células-alvo, e como consequência deste processo observa-se a lise delas. Estas células atuam principalmente na lise de células infectadas por vírus e tumorais ou de células revestidas por IgG (MURPHY, 2014). FIGURA 3: CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE Fonte: Adaptado de Murphy et al (2008, p.4). 13UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico Os linfócitos T e B são células de defesa dos organismos que desempenham funções diferentes, são indistinguíveis ao microscópio óptico, porem apresentam diferenças que podem ser observadas ao microscópio eletrônico ou outras técnicas. O processo de desenvolvimento dessas células está vinculado ao aprendizado do nosso próximo tópico de estudos desta unidadeos órgãos que possui um pequeno ambiente próprio para a maturação e a produção dos linfócitos (ABBAS, 2012). Quando nos referimos a imunidade propretora contra microrganismos estas são mediadas pelas reações iniciais da imunidade inata e pelas respostas posteriores da imunidade adaptativa. As respostas imunológicas naturais são estimuladas por estruturas moleculares compartilhadas por grupos microrganismos e por moléculas expressas pelas células lesionadas do hospedeiro. A imunidade adquirida é especifica para diferentes antígenos microbianos e não microbianos e é aumentada por reexposições ao antígeno gerando a memória imunológica (MURPHY, 2014). Para a imunidade inata se trata das barreiras protetoras primarias que nascem junto com o organismo afetado por corpos estranhos, como a pele, cílios, lagrimas, saliva, fluxos urinários e todas as ocorrências fisiológicas de um indivíduo, juntamente com células e proteínas, que constituem a nossa primeira linha de defesa, que nos protege no dia a dia e que agem impedindo que adoeçamos facilmente, mesmo estando rodeados de microrganismos patogênicos no ar, na água, nos alimentos e diversas outras formas de contato. Quando falamos de imunidade adquirida ou especifica, os termos “especificidade” refere-se à capacidade de diferenciar cada um dos componentes de um agente estranho, e “memória” ao potencial de “lembrar” um contato prévio com um antígeno e “discriminação entre o próprio e o não próprio” qualificação para reagir a antígenos “não próprios” e proteger antígenos que fazem parte do “próprio” organismo de reações que farão parte da resposta imune mediada por linfócitos T e B (PEAKMAN e VERGANI, 1999; BARARDI et al, 2010). 14UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 3. ÓRGÃOS E TECIDOS ENVOLVIDOS NA RESPOSTA IMUNE No tópico anterior discutimos sobre a maturação das células de defesa do sistema imune, vamos então agora caracterizar e descrever as principais funções destes órgãos e tecidos pertencentes a entrega de proteção ao nosso organismo, e que de fato cabe recordar alguns mencionados anteriormente como timo e medula óssea, e inserir novos conhecimentos importantes e fundamentais para o entendimento do sistema imune. Agora para entendermos o mecanismo de maturação das células ou linfócitos B, temos o timo um órgão linfoide primário, bilobado e localizado no mediastino superior. Possuem os lobos que apresentam semelhanças com duas pétalas rosas brancas que são observadas sobre o coração. Cada um desses lobos contém vários lóbulos que possuem três regiões, denominadas de zona subcapsular, córtex e medular. O processo de diferenciação das células no timo se faz bem complexo e envolve várias fases. As células precursoras dos linfócitos T, originadas da medula óssea, figura 4, percorrem para o timo e iniciam o seu processo de maturação (ABBAS, 2007). FIGURA 4: MEDULA ÓSSEA - CÉLULAS PRECURSORAS Fonte: https://adobe.ly/3JKjLXW 15UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico As células derivadas da medula óssea localizadas na zona capsular, são ditas triplonegativas, uma vez que não possuem ainda moléculas na superfície celular e receptores para antígeno. Na região cortical do timo, figura 5, encontra-se células que passam por rearranjos gênicos que resultam na aquisição de receptores para antígenos nas superfícies celulares, receptores são denominados de TCRs o que significa receptores de células T (do inglês, T Cell Receptor) (LÉVESQUE et al, 2021). As células T ou timócitos migram da área cortical para a medular. No processo desta passagem, essas células evoluem consideravelmente para maturação, podendo assim receber nova denominação, pois além da aquisição do receptor para antígeno na célula T (TCR), também adquirem o aparecimento ordenado e pela perda de muitas outras moléculas evidenciadas, como os marcadores de superfície de células T, para os marcadores de superfície dos linfócitos T, citamos o CD3, o CD4 e o CD8 (BARARDI et al, 2010; XING et al, 2004). FIGURA 5: ESTRUTURA DO TIMO Adaptado de: https://adobe.ly/3zGSIrS Os linfócitos B ou células B realizam seu desenvolvimento na medula óssea, ocor- rendo ainda na vida fetal, o fígado é também um importante local de desenvolvimento do linfócito B, e assim como o timo, a medula óssea também é considerada como um órgão linfoide primário. A diferenciação na medula óssea passa por inúmeros estágios evolutivos que são explicados pelos rearranjos gênicos das moléculas de imunoglobulinas produzidas endogenamente, denominadas anticorpos de superfície e pela expressão de moléculas de superfície, como, por exemplo, o CD 19 (LÉVESQUE et al, 2021). As moléculas de imunoglobulinas ou anticorpos expressos na região superficial dos linfócitos B atuam como receptores de antígenos. 16UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico Depois de maduras, essas células deixam a medula óssea, migram para circulação e para os órgãos linfoides secundários, onde nestas localidades podem se diferenciar em células plasmáticas (plasmócitos) células capazes de secretar anticorpos as imunoglobulinas (MURPHY, 2014). Concluindo nossa explanação de sobre como os linfócitos T e B se desenvolvem e se tornam aptos a atuação na linha de defesa. Abordamos agora o percurso das células Natural Killer (NK) também originárias de precursores na medula óssea. Quando ativadas e aumentam seu tamanho se tornam células ou linfócitos granulares grandes como vimos anteriormente (XING et al, 2004). Essas células são consideradas distinta dos linfócitos T ou B, não percorrem para o timo, e atuam na imunidade inata. São reconhecidas como exterminadoras pelo seu potencial citotóxico contra células tumorais de diferentes linhagens, sem a necessidade de reconhecimento prévio de um antígeno específico (JOBIM e JOBIM, 2008). Após seu percurso de maturação, os linfócitos T e B deixam o timo e a medula óssea os órgãos primários, respectivamente, e migram para órgãos linfoides secundários como para os linfonodos, que são estruturas encapsuladas que possuem cerca de 25 mm de diâmetro e estão localizados junto aos tratos linfáticos principais. Os linfonodos são conhecidos como gânglios linfáticos no corpo humano ou ainda como nódulos linfáticos (ABBAS, 2007). Possuem formas semelhante a um pequeno feijão. Temos os linfonodos axilares, encontrados nas axilas; os linfonodos inguinais, presentes na região inguinal; e os linfonodos mesentéricos, presentes no mesentério. Morfologicamente as três principais áreas de um linfonodo são córtex, paracortical e medula. Nestas regiões encontram-se principalmente linfócitos B, linfócitos T CD4+, linfócitos T e macrófagos. Em linfonodo não estimulado, os linfócitos B estruturam-se em folículos primários no córtex, após o estímulo antigênico, esses folículos evoluem e formam os folículos secundários, que contêm áreas de grande multiplicação celular chamadas de centros germinativos. Em eventos infecciosos, os linfonodos aumentam significativamente de tamanho (BARARDI et al, 2010; ROITT, 2014). Entre os órgãos linfoides secundários também se compreende o baço encontrado na região abdominal no hipocôndrio esquerdo, realiza funções essenciais além das imunológicas, como a filtração do sangue e a conversão da hemoglobina em bilirrubina. Por analise em um corte do baço ao microscópio óptico, encontramos uma polpa branca que compreende um tecido linfoide denso, nodular, preservando arteríolas e que contém uma grande quantidade de linfócitos agregados, também identificamos, uma polpa vermelha com seios e tecidos reticulares banhados pelo sangue, contendo hemácias em processo de distribuição, figura 6. 17UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico Estas polpas se se organizam em regiões, como as equivalentes a cor branca os nódulos, os folículos linfoides, localizam em áreas onde se encontram, fortemente, os linfócitos B (UNIFAL, 2022). No interior dos folículosocorre a formação de centros germinativos contendo células B em processo de divisão celular. Esses centros germinativos podem ser formados durante a ativação de uma resposta imune (BARARDI et al, 2010). FIGURA 6: ESTRUTURA DO BAÇO Fonte: BAGUINHO, C. C. O Baço. Prevenir, 2016. Disponível em: https://www.prevenir.pt/literacia-em-sau- de/corpo-humano/o-baco/# Acesso em: 20 mai. 2022. A polpa branca compreende também a camada ou bainha linfocitária que envolve essas arteríolas e denominada de bainha linfoide periarteriolar (BLPA). Nessa área encontramos demasiadamente os linfócitos T. Já na polpa vermelha localiza-se rede de vasos de parede extremamente frágeis os sinusoides. Onde localizam-se os monócitos ou macrófagos e células dendríticas em grande quantidade. Além dessas células, podemos encontrar neutrófilos, eritrócitos, linfócitos e plasmócitos. Nessa região do baço, considerada como um essencial filtro para o sangue, identifica-se a hemocaterese, que possui funcionalidade de eliminação das hemácias e plaquetas lesadas ou de idade afuncional pela ação dos macrófagos (ABBAS, 2007; MURPHY, 2014). No baço, os antígenos e os linfócitos atingem o órgão pelos vasos, filtros sanguíneos. Uma das características das células no baço é a vagarosa velocidade de circulação, o que possibilita um continuo monitoramento da corrente sanguínea, principalmente quanto à invasão por agentes infecciosos. O baço tem a sua importância reconhecida, entre diversas outras funções, é um órgão importante para a remoção de antígenos distribuídos pelo sangue (UNIFAL, 2022). 18UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico Os tecidos linfoides associados as mucosas não possuem capsulas em suas superfícies gastrointestinais, respiratória e do trato geniturinário são coletivamente chamados de tecidos associados às mucosas, figura 7. Entre todos os tecidos envolvidos os associados ao intestino são os mais caracterizados, como as “Placas de Peyer” no intestino delgado e os folículos linfoides isolados dentro da submucosa intestinal; os tecidos associados aos brônquios; e os tecidos associados à nasofaringe e os que englobam as amígdalas e as adenoides (BARARDI et al, 2010). FIGURA 7: TECIDOS ENVOLVIDOS NA PROTEÇÃO JUNTO AS MUCOSAS Fonte: https://adobe.ly/3pdkW8G As células M são reconhecidas nesses tecidos, caracterizadas células epiteliais especializadas, os antígenos inalados ou ingeridos são capturados por elas mediante o processo denominado por pinocitose, contudo, compreende-se ainda nesses tecidos plasmócitos produtores de IgA, células T e macrófagos (ABBAS, 2012; BARARDI et al, 2010). Todos os órgãos e tecidos linfoides, os quais destacamos o baço, os linfonodos e os tecidos linfoides associados a mucosas respiratória e intestinal, são denominados secundários, regiões de armazenamento de linfócitos para onde são drenados os antígenos, a realização da maioria das interações dos antígenos com os linfócitos na imunidade específica. 19UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico SAIBA MAIS CD (do inglês, Cluster of Differentiation) são grupos de diferenciação, nomenclatura adotada para caracterizar moléculas que se encontram na superfície das células e servem como seus marcadores. Os linfócitos e outros leucócitos expressam distintas moléculas CD na sua superfície celular, conferindo funções diferenciadas a essas células. Fonte: Barardi et al, (2010). REFLITA Sobre as células e tecidos envolvidos na resposta imunológica você já ouviu falar sobre os Canais linfáticos eferentes? Trate-se dos locais de drenagem dos fluidos dos tecidos que transporta os antígenos dos locais de infecção para os linfonodos. Fonte: Barardi et al, (2010). 20UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade apresentamos o conceito sobre o que significa o sistema imune e a sua importância para o bem estar de um organismo, bem como a diferença entre as principais células que participam e são ativadas quando o corpo se encontra em estado de alerta em especial as Células T e B, suas origens na medula óssea, classificação e formas de atuação eliminando o agente patológico. Em seguida aprofundamos nossos estudos órgãos e tecidos envolvidos, os órgãos classificados para defesa primária e secundária. Estudamos também como cada um trabalha habilitando e realizando a maturação das células envolvidas nas respostas imunológicas. Abordamos os tecidos linfoides as principais regiões de mucosas denominadas como tecidos de defesa secundária onde, armazenam linfócitos e antígenos os grandes responsáveis por culminar a proteção a vida de um organismo. Finalmente, entendemos que podemos ter a imunidade resultado da atuação geradas por várias classificações de defesas, seja inata a que nasce e permanece com indivíduo, a adquirida ao longo da vida aprimorada a cada luta enfrentada pelo nosso sistema imunológico. Na próxima unidade estudaremos a respeito das classificações da imunidade dentro do sistema imunológico, como um indivíduo armazena memória para se defender a um próximo ataque frente a uma agente já exposto. A manifestação dos anticorpos e antígenos junto com as propriedades de ativação, frente a estes fenômenos de interferência a proteção ao organismo hospedeiro. 21UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Imune: A extraordinária história de como o organismo se defende das doenças Autor: Matt Richtel. Editora: HarperCollins. Sinopse: Abordagem de um paciente em estágio câncer terminal que consegue recuperar sua vida, junto a história narra um sobre um desbravador médico que desafia o HIV, e duas mulheres com doenças autoimunes descobrem que seus corpos se viraram contra elas. Imune abraça de forma única essas histórias com o desejo e os esforços da humanidade para desvendar os mistérios da saúde e da doença, lançando nova luz sobre o sistema imunológico. Conta como o sistema imune é a linha essencial de defesa do corpo, um guardião vigilante que enfrenta doenças e cura feridas, mantendo a ordem e o equilíbrio para que possamos continuar vivos, associando a uma legião de soldados microscópicos. FILME/VÍDEO Título: Osmose Jones - Uma Aventura Radical pelo Corpo Humano Ano: 2001. Sinopse: Um construtor Frank que não se alimenta bem e vive uma vida sedentária. Quando um vírus novo e letal entra no seu corpo que é conhecido por “Cidade de Frank”, e faz com que a célula branca policial Osmosis Jones (Chris Rock) e a pílula Drixorial (David Hyde Pierce) juntem suas forças a fim de eliminar os vírus que estão dentro do corpo de Frank e ameaçam todo a “cidade” onde vivem., seus glóbulos brancos correm contra o relógio biológico para perseguir e destruir essa ameaça. 22 Plano de Estudo: ● Componentes celulares envolvidos na ativação de defesa imune; ● Imunidade Inata e Adquirida; ● Antígenos e ativação de linfócitos. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar as principais defesas imunológicas do sistema imune; ● Compreender a atuação e importância da imunidade adquirida contra agentes estranho e patógenos; ● Estudar como ocorre dos mecanismos de reconhecimento de um antígeno, seus receptores e os linfócitos responsáveis por parar ou barrar um agente estranho e patológico; ● Entender quais propriedades e funções do sistema imune frente as barreiras primarias e secundárias. UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico Prof.ª Dra. Jaqueline de Santana da Silva 23UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 23UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico INTRODUÇÃO Caro aluno seja muito bem-vindo ao nosso componente de Imunologia Básica, aprecie ao máximo o saber ao qual essa experiência irá lhe proporcionar. Nesta unidade II você irá conhecer como o organismo humano possui diferentes tipos de imunidade, a inata a qual já iniciamos uma explanação na primeira unidade, falaremos sobre a imunidade adquirida a qual aderimosao longo da vida, e partir de nosso organismo gera a imunidade e como principal resposta da imunidade adquirida ocorre a inflamação, com objetivo de nos defender em situações de invasão ao nosso organismo ou prontamente em casos de uma reinvasão de um agente estanho ou causador de doenças. Por este motivo se faz tão importante entendermos a imunidade humoral e celular. Iremos ainda nesta unidade intender quem são os antígenos, como ocorre o reconhecimento destes, a ativação do linfócito responsável por realizar a fagocitose e elimina-lo. Caso você ainda não obtenha conhecimento algum destes diferentes mecanismos do sistema imunológico de um organismo, não se sinta apreensivo iremos compreender todas as etapas desde a inicial base, para fortalecer seu aprendizado até evoluirmos ao fim desta unidade, compreenderemos cada uma destas etapas na defesa de eliminação de um agente causadores de doenças ou que possam debilitar a nossa saúde. 24UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 24UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico 1. COMPONENTES CELULARES ENVOLVIDOS NA ATIVAÇÃO DE DEFESA IMUNE Frente a uma invasão de um micro-organismo potencialmente patogênico ao qual invade e ultrapassa as várias barreiras fisiológicas e químicas, a próxima linha de defesa a imunidade inata adquirida consiste em várias células especializadas cuja suas funções se define em destruir o invasor. Esses componentes aos quais já conhecemos na nossa primeira unidade os glóbulos brancos ou seja os neutrófilos, os macrófagos, os eosinófilos, os mastócitos e as células NK. Estas células as quais participam intensivamente na defesa dos nossos organismos desencadeiam respostas de defesa no nosso organismo, seja na imunidade inata, seja na imunidade específica. Essas células desenvolvem umas das maiores e extremamente importantes respostas imunológicas de um organismo a “inflamação” a resposta, a qual iremos entender a partir de agora. Esta resposta imunológica já se é estudada desde a Antiguidade. O primeiro a descrevê-la em suas denominações fundamentais foi Aurélio Cornélio Celso, na Roma Antiga, cerca de 50 a.C. Já no século XIX, o patologista alemão Rudolf Virchow introduziu o conceito de perda funcional e estabeleceu as bases fisiopatológicas do processo inflamatório. A inflamação (do latim, inflammatio, que significa estimular fogo) ou processo inflamatório corresponde a resposta do organismo a uma agressão sofrida e o mecanismo mais importante da defesa do organismo. Entende-se como agressão qualquer processo passível de promover lesões celulares ou tecidual, figura 1. 25UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 25UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico Esta resposta-padrão é comum a vários tipos de tecidos e orientada por diversas substâncias produzidas pelas células danificadas e pelas células do sistema imune que estejam eventualmente alocadas nas proximidades da lesão, onde podemos identificar o início da ativação de resposta a quimiotaxia, onde ocorre processo de migração das células em direção a um gradiente químico. A indução de quimiotaxia pode ocorrer em dois sentidos, de forma negativa na qual as células se movem em sentido oposto de uma substância, ou, positiva na qual induzem as células a se moverem em direção a um gradiente químico, ou seja, ao agente estranho. (TORTORA et al, 2017). Este percurso se dá essencialmente como ativador no sistema imunológico como alerta as células de defesa do processo imunitário, ou seja, em uma resposta inflamatória, a quimiotaxia alerta os leucócitos para que migrem em direção a região invadida ou seja ao gradiente quimiotático disposto no sitio inflamatório (TIZARD, 2014). FIGURA 1: INFLAMAÇÃO LESÃO CELULAR E TECIDUAL Fonte: INFLAMAÇÃO. Resumo Fisio, 2017. Disponível em: https://resumofisioterapia.blogspot.com/2017/08/ inflamacao.html?view=snapshot Acesso em: 25 jun. 2022. Os elementos quimiotáticos se juntam a receptores específicos na superfície celular. Esta ligação coorienta o fenômeno de transdução de sinal no interior dos leucócitos, ocasionando a montagem dos elementos contráteis do citoesqueleto, imprescindíveis para o movimento dessas células. 26UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 26UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico Os leucócitos caminham projetando pseudópodes que se ancoram na matriz extracelular, ao qual denominamos esta migração, saída dos glóbulos brancos dos vasos sanguíneos por diapedese. Por quimiotaxia, os neutrófilos e monócitos são atraídos até o local da inflamação, passando a englobar (emitindo pseudópodes) e a destruir os agentes invasores. impulsionando a célula na direção da projeção. Este movimento é acometido pela alta densidade de interações ligante quimiotático-receptor, situado na parte dianteira do leucócito. Grande parte dos processos inflamatórios, os primeiros leucócitos que migram em direção a região onde se localiza a inflamação são os neutrófilos, predominando no infiltrado inflamatório durante as primeiras 6 a 24 horas, sendo, posteriormente, substituído por monócitos, que, quando migram para os tecidos passam a ser chamados de macrófagos, dentro de 24 a 48 horas (ABBAS, 2012). Assim como a maioria das células envolvidas na resposta inflamatória é constituída de células fagocíticas, consistindo principalmente, em sua maior parte, em leucócitos polimorfonucleares, fagocitam o invasor ou o tecido comprometido e liberam suas enzimas lisossomais na tentativa de destruir o invasor (Figura 2). Se o motivo causador da resposta inflamatória persistir além desse ponto, dentro de aproximadamente 2 a 3 dias a área será infiltrada por células mononucleares atuando então os macrófagos e monócitos. Os macrófagos vão intensificar a atividade fagocítica dos polimorfonucleares, aumentando assim a defesa da área. Os principais sintomas inflamatórios marcantes conhecidos como sinais cardinais da inflamação descritos há quase 2.000 anos como o edema (tumor), a vermelhidão (rubor), o calor, a dor e a perda da função da área inflamada. Dentro de minutos após o ferimento, o processo inflamatório inicia-se com a concentração e o aumento da concentração de substâncias farmacologicamente potentes. FIGURA 2: ATIVAÇÃO, QUIMIOTAXIA E DIAPEDESE DE NEUTRÓFILOS PARA O SÍTIO INFLAMATÓRIO Fonte: Adaptado de Mayer (2010). 27UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 27UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico A inflamação deve ser destacada em duas em dois tipos principais, de acordo com a sua velocidade de instalação: a aguda e a crônica. Inflamação aguda é aquela que se instala rapidamente, como, como após um acidente em que ocorre lesão tecidual de forma súbita. Algumas vezes, é difícil ou impossível retirar as causas da inflamação. No entanto, a inflamação crônica se instala de forma lenta e enganadora, como, por exemplo, nas doenças reumatológicas, na tuberculose, na glomerulonefrite e em doenças autoimunes. Essas categorizações não se correlacionam à gravidade do processo, mas apenas, como já dito anteriormente, à agilidade de alocação. Diante disto se é sabido, podem existir processos inflamatórios agudos de gravidade baixa ou alto grau de gravidade, o mesmo ocorre com no processo de inflamação crônica. variando da duração da inflamação, essa resposta é suplementada e amplificadas por elementos da imunidade específica ou adquirida, que será tratada nas próximas unidades. Esses agentes incluem anticorpos e imunidade mediada por linfócitos T (MURPHY et al, 2008). Um ponto importante a ser ressaltado é que a cascata de ativação das proteínas de complemento também é ativada. Completando assim a nossa explanação essas proteínas ativadas elevam capacidade de permeabilidade vascular, dilatação capilar e as substâncias quimiotáticas que atraem e ativam células polimorfonucleares adicionais e linfócitos antígeno específicos. 28UNIDADEI Introdução ao Sistema Imunológico 28UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico 2. IMUNIDADE INATA E ADQUIRIDA Se faz extremamente necessário enfatizar que as ações da imunidade inata são inespecíficas, do ponto de vista em que, elas atuam independentemente do tipo do patógeno, seja ele vírus, fungo ou bactéria. A imunidade adquirida já é pré-estabelecida formada por linfócitos, células especializadas em reconhecer os antígenos. Esta ação ocorre quando o sistema de imunidade inata não é suficiente para barrar a entrada do patógeno, ele consegue atingir os órgãos linfoides, onde será reconhecido pelos linfócitos de uma maneira específica (ABBAS, 2007; MURPHY, 2014). Veja, no esquema da figura 3, uma representação desses dois tipos de imunidade. Onde Os mecanismos da imunidade inata fornecem a defesa inicial contra infecções. A resposta imune adaptativa desenvolve-se posteriormente e constituem a ativação dos linfócitos. A cinética das respostas imunológicas inata e adaptativa é uma grande potencialidade de amplificação com poder de variar em diferentes infecções. FIGURA 3: IMUNIDADE INATA E ADAPTATIVA Fonte: Adaptado de Abbas (2012, p.4). 29UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 29UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico O sistema imunológico é responsável por defender o nosso corpo e todo sistema contra agentes invasores desconhecidos ou perigosos aos quais somos expostos todos os dias. Neste objetivo em compreendermos como nosso sistema imunológico é formado, entendemos que após a atuação do sistema imune inato, este sendo insuficiente agindo de forma unificada, estendemos se a ativação da ação do sistema imune adquirido, ao qual adquirimos longo da vida, gerando memoria, o sistema imune humoral, aos componentes nesta organização como mostra a figura 4. Como já explanado há dois tipos de imunidade adquirida: ● Imunidade humoral: coordenada pelos linfócitos B, células produtoras de anticorpos, compostas de glicoproteínas, disponíveis no sangue e nas mucosas e atuam contra patógenos extracelulares, bloqueando a entrada destes nos tecidos conjuntivos. ● Imunidade celular: composta pelos linfócitos T, com a demanda de eliminar patógenos intracelulares. Os linfócitos T acionam as células fagocíticas para eliminar os patógenos por elas fagocitados. Existem alguns tipos de linfócitos T que possuem capacidade de destruir todos os tipos de célula alojadas em um patógeno em seu citoplasma (ABUMARE et al, 2017). As características de especificidades e de memória imunológica são duas grandezas extremamente importantes da imunidade adquirida. Na especificidade, os linfócitos T possuem receptores que fazem o reconhecimento para antígenos distintos. Na memória imunológica, entendemos que, a partir de exposições repetitivas de determinado antígeno, as respostas imunes se tornam mais especificas. A primeira exposição de um antígeno gera uma reposta imunológica primária, que é coordenada por linfócitos “virgens”, os que de fato desconhecem o corpo estranho com seu antígeno específico. A repetição do contato com o antígeno elabora as respostas imunológicas secundárias, estas já são mais rápidas e ágeis para realizarem a eliminação dos antígenos em relação às respostas primárias. Capacidade adquirida após as respostas primárias, são criados linfócitos de memória, que são células de vida longa, que quando acionadas novamente pelo mesmo antígeno, tornam as respostas imunes mais eficazes (DINIZ e FIGUEIREDO, 2014). 30UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 30UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico FIGURA 4: IMUNIDADE HUMORAL E IMUNIDADE CELULAR Fonte: Adaptado de Abbas (2012, p.5). As fases das respostas imunológicas adquiridas de modo geral, seguem uma sequência de fases linear, como: “Reconhecimento” os linfócitos T ou B aqueles que ainda não obtiveram nenhum contato com seu antígeno específico ativam seus receptores de membrana para reconhecerem o antígeno. “Ativação” a comunicação do receptor do linfócito com o antígeno, agregados aos sinais secundários, realizados pelos agentes patogênicos ou por outras células do sistema imune, induzem maior produção dos linfócitos em um processo chamado de expansão clonal, que é o aumento numérico de linfócitos que reconhecem o antígeno. A terceira a “Fase Efetora” os linfócitos acionados, também nominados de efetores, desenvolvem um planejamento imune para a exterminação do antígeno. Como a produção de anticorpos que retiram substâncias mediadoras para estimular as células fagocíticas, ou se diferenciam em células que destroem células já infectadas. “Declínio” acontece quando a eliminação dos antígenos, a maioria dos linfócitos efetores morre por apoptose e são retirados pelos fagócitos. E assim a quinta fase “Memória” os linfócitos efetores sobreviventes permanecem vivos por longos períodos e podem ser reativados, acionados rapidamente (ABBAS, 2012; MURPHY, 2014). 31UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 31UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico FIGURA 5: PRODUÇÃO DE ANTICORPOS Fonte:https://stock.adobe.com/br/images/b-cell-lymphocyte-producing-antibodies/60757357?prev_url=detail Para concluirmos estas funcionalidades e diferenciação da imunidade inata e imunidade adquirida de proteção ao indivíduo de maneira eficaz contra uma doença, o sistema imune deve realizar quatro principais tarefas dentre elas as já citadas acima. A capacidade de reconhecimento imune: a presença de uma infecção deve ser detectada. Essa tarefa é realizada pelos leucócitos do sistema imune inato, os quais proporcionam uma resposta imediata, e pelos linfócitos do sistema imune adaptativo. Sequentemente a tarefa é barrar paralisar a infecção e, se possível, eliminá-la por completo, o que traz à ativação das funções imunes efetoras, como o sistema do complemento de proteínas sanguíneas, os anticorpos gerados por alguns linfócitos e a capacidade destrutiva dos linfócitos e outros leucócitos. Em paralelo, a resposta imune deve ser mantida sob controle para que não cause nenhum maleficio ao próprio organismo invadido. A regulação imune, ou seja, a função que o sistema imune possui para autorregulação, é, portanto, um aspecto importante nas respostas imunes, e a falha desta regulação acentua para o desenvolvimento de determinadas condições, como alergias e doenças autoimunes. E por último a sistema imune deve proteger o indivíduo contra a recorrência de uma doença devida a um mesmo patógeno. Uma propriedade particular do sistema imune adaptativo, a capacidade de produzir memória imunológica, de forma que, ao acorrer a exposição uma vez a um agente infeccioso, uma pessoa produzirá uma resposta forte e imediata contra qualquer exposição subsequente ao mesmo patógeno, isto é, ela terá imunidade protetora contra ele. Obter maneiras de produzir imunidade de longa duração contra patógenos que não provocam essa imunidade naturalmente é um dos maiores desafios dos imunologistas hoje (ABBAS, 2007; BARARDI et al, 2010). 32UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 32UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico 3. ANTÍGENOS E ATIVAÇÃO DE LINFÓCITOS Agora nesta etapa seguimos nossa caminhada de saberes e após conhecermos as células T a partir seus antígenos e receptores, para que neste tópico você entenda características e, as funções destas células na linha de frente em defesa do nosso organismo e como estas atuam frente a um agente estranho invasor. Os linfócitos são células mononucleares que possuem uma fina borda de citoplasma quando se encontram no seu estado de repouso. Uma célula quando ainda não foi estimulada por um antígeno denominamos à estado de repouso, no entanto, é considerado parte do sistema imune inato chamados de células T ou linfócitos. Como já apresentadas essas células se faz necessário compreender as potencialidades da resposta imunológica em todos osâmbitos como, ser capaz de distinguir o que é próprio do organismo do que não é. Caso contrário, as células T e os anticorpos atacariam constantemente as células autólogas células do próprio organismo, componentes dos tecidos ou até bactérias comensais. Na década de 1950, Sir Frank Macfarlace Burnet apresentou pela primeira vez que, no estágio pré-natal, a interação dos autoantígenos com linfócitos específicos para antígenos levaria à eliminação dos linfócitos autorreativos e, assim, à tolerância imunológica. Quando em ocasionalidades em que a tolerância imunológica não funcionasse, os anticorpos e as células sensibilizadas (reativas para antígenos) que são direcionadas contra autoantígenos provocam as doenças autoimunes (ABBAS, 2007). 33UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 33UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico O sistema imune adaptativo atua de formas três estratégias principais para combater a maioria dos micro-organismos. Por meio dos anticorpos, ou seja, definimos por antígenos moléculas desconhecidas no organismo as quais se destacam de células estranhas, tais como bactérias, fungos, protozoários, capazes de se ligarem aos anticorpos, no entanto, existem substâncias “antigênicas” estas reagem com o anticorpo, mas não são capazes de estimular sua produção. Os anticorpos secretados ligam-se aos agentes estranhos extracelulares bloqueiam a sua capacidade de infectar células do hospedeiro e realizam a sua ingestão e sequentemente a destruição por células fagocitárias. Os linfócitos T reconhecem os antígenos proteicos de microrganismos que são expostos sobre as superfícies das células invadidas pelo agente como peptídeos vinculados às moléculas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC) (ABBAS, 2007). Neste cenário temos as células T auxiliares amplificando a capacidade microbicida dos fagócitos aos quais ingerem os micro-organismos e os destroem, auxiliando também neste processo os linfócitos T citotóxicos (CTL) destroem as células infectadas por agentes estranhos que são inacessíveis aos anticorpos e à destruição fagocítica. O princípio da resposta adquirida consiste em ativar um ou mais desses mecanismos de defesa contra agentes estranhos diversos que podem estar em diferentes localizações anatômicas, na. circulação ou dentro de células. Todas as respostas imunes adaptativas constituem e atuam em etapas, e cada etapa corresponde a reações específicas dos linfócitos, figura 5. Iniciamos estas etapas com a principal fase da resposta da imunidade adquirida definida pelo reconhecimento do antígeno. (ABBAS, 2007; MURPHY e TRAVERS, 2008). FIGURA 6: RECONHECIMENTO DE ANTÍGENOS Fonte: https://stock.adobe.com/br/images/antigen-presentation-for-b-cell-recognition-illustra- tion/452668177?prev_url=detail 34UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 34UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico Após a apresentação do antígeno o número de linfócitos virgens específicos para todas as categorias de antígeno é muito pequeno aproximadamente da ordem de 1 em 105 a 106 linfócitos e a quantificação do antígeno disponível também pode ser muito pequena, são necessário o auxílio de mecanismos para captura dos agentes a serem abordados no processo final de fagocitose e eliminação, assim completando sua função ao alojar seus antígenos na posição correta e apresentá-los aos linfócitos específicos (DINIZ e FIGUEIREDO, 2014). As células dendríticas são as APC que apresentam os peptídeos microbianos aos linfócitos T CD4 e CD8 virgens iniciando respostas imune adquiridas aos antígenos proteicos. Estas células localizadas nos tecidos conjuntivos e epiteliais capturam os microrganismos digerem suas proteínas em peptídeos e expressam em suas áreas superficiais, os peptídeos ligados a moléculas de MHC, desta forma as moléculas capacitadas em apresentarem peptídeos ao sistema imune adaptativo. As células dendríticas transportam sua carga antigênica até os gânglios satélites e permanecem nestas áreas nas mesmas regiões dos gânglios linfáticos por onde os linfócitos T virgens realizam circulação continuamente (ABBAS, 2012). Neste processo sincrônico a probabilidade de um linfócito com receptores de antígeno entrar em contato com esse antígeno figura 6, então adquire a probabilidade aumentada pela concentração do antígeno de forma identificável na localização anatômica exata. FIGURA 7: RECONHECIMENTO DO ANTÍGENO, ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS E ELIMINAÇÃO Fonte: Adaptado de Abbas (2012, p.8). 35UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 35UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico SAIBA MAIS Para reforçarmos o seu conhecimento nesta unidade saiba que os linfócitos B são um componente da resposta imune “adquirida” que possuem características de especificidade e memória. Os papéis mais importantes dos linfócitos B são: 1. Garantir a produção de anticorpos contra antígenos-alvo apropriados com a ajuda dos linfócitos T; e 2. Mostrar antígenos aos linfócitos T e propiciar sinais para a ativação dos linfócitos T. Fonte: Barardi et al, (2010). REFLITA Você já aprofundou seu conhecimento a importância dos epítopos? Entende-se por epítopo a menor parte de um antígeno capaz de estimular resposta imunológica ligando-se ao anticorpo. Estes são regiões moleculares dos antígenos que se ligam aos receptores celulares e aos anticorpos. Um antígeno possui vários epítopos. Fonte: Barardi et al, (2010). 36UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 36UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade apresentamos o conceito sobre os diferentes tipos de imunidade a imunidade inata a adquirida ou adaptativa de memória, a humoral do sistema imune e a sua importância para o bem estar de um organismo, explanamos a principal resposta imunológica a inflamação. Entendemos a diferença entre as principais células que atuam no reconhecimento de um agente estranho, os antígenos, seus receptores e a apresentação destes gerando a ativação aos linfócitos responsáveis pelo fenômeno fagocitário e o processo de eliminação, em especial as Células T e B. Compreendemos a imunidade humoral no contexto de ativação dos linfócitos e eliminação dos microrganismos extracelulares, gerando a memória imunológica, a qual proporciona uma ágil defesa em casos de reincidências de invasões ao organismo. os grandes responsáveis por culminar a proteção a vida de um organismo. Finalmente, entendemos que podemos ter em diferentes tipos de imunidade que nos proporcionam várias classificações de defesas, seja inata a que nasce e permanece com indivíduo, a adquirida ao longo da vida aprimorada a cada contato com um novo microrganismo ou agente desconhecido. Na próxima unidade abordaremos a respeito da atuação dos anticorpos na imunidade diante do sistema imunológico, o entenderemos sobre o complexo de histocompatibilidade diante aos fenômenos de interferência a proteção do organismo hospedeiro. 37UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 37UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Imunidade, intestinos e Covid19: O que fazer para preparar seu corpo para a próxima pandemia Autor: Denise de Carvalho. Editora: Pandorga. Sinopse: A ciência vem realizando relevantes descobertas sobre a importância do intestino e sua relação com os demais sistemas do organismo, como o sistema nervoso, endócrino e imunológico. Estamos acostumados com a ideia de que o intestino é o local de digestão e absorção dos alimentos, mas, há várias décadas, os estudos vêm mostrando que sua mucosa aloja a maior coleção de células imunes do corpo e que estas estão em atividade contínua, intensa e silenciosa. A microbiota do intestino, quando bem equilibrada, produz substâncias com ação antibiótica, antifúngica e antiviral, incluindo enzimas que digerem as paredes de outros microrganismos. Por isso é importantíssimo mantero bom funcionamento do intestino, prevenindo doenças. Conhecimento é investimento contínuo e com o objetivo de aprimorá-lo, chegou a hora de não apenas compreender, mas integrar: sistema imunológico, sistema digestivo e mecanismos fisiopatológicos envolvidos em enfermidades como a Covid-19, por exemplo, para, assim, nos prepararmos melhor para o incrível desafio que é sobreviver no mesmo mundo em que os microrganismos. FILME/VÍDEO Título: Eu sou a lenda Ano: 2007. Sinopse: Robert Neville (Will Smith) é um cientista que não conseguiu impedir a propagação de um terrível e incurável vírus produzido em laboratório. Um dos poucos imunes à doença que transforma pessoas em seres agressivos, Neville agora acredita ser o último sobrevivente humano em Nova York e talvez do mundo. Enquanto tenta descobrir uma cura para a doença, ele segue tentando encontrar outros sobreviventes e lidando com a solidão de viver sozinho no mundo. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=hXO-1bJHk-s 38 Plano de Estudo: ● Anticorpos e Ligação aos Antígenos; ● Complexo de Histocompatibilidade. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar os principais mecanismos de respostas imunológicas do sistema imune; ● Compreender a atuação e importância da interação linfócitos e antígenos, e da ativação dos linfócitos frente aos patógenos; ● Estudar como ocorre os mecanismos de reconhecimento de um antígeno, seus receptores e os linfócitos responsáveis por parar ou barrar um agente estranho e patológico auxiliado pelo reconhecimento de anticorpos específicos; ● Entender quais propriedades e funções dos anticorpos e sua atuação em defesa ao organismo. UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas Prof.ª Dra. Jaqueline de Santana da Silva 39UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas INTRODUÇÃO Olá aluno seja muito bem-vindo a nossa unidade III da nossa disciplina de Imunologia Básica, desfrutem de todo o percurso alavancando ainda mais se conhecimento na nossa penúltima unidade, espero que esteja animado e disposto a se dedicar neste percurso de grande saber. Neste momento iremos compreender alguns termos para o nosso embasamento como já mencionado na unidade anterior a importância de especificidade o que se é definido a habilidade do nosso corpo reconhecer agentes estranhos, memória a capacidade de lembrar ou reconhecer um antígeno distinguindo entre o próprio e não próprio sendo prejudicial, adquirir potencial de manifestação de antígenos não próprios e impedir respostas a antígenos que fazem parte do nosso próprio organismo, atuando como parte da resposta imune intervindo glóbulos brancos (linfócitos) T e B desempenhando várias funções no sistema imune. Entenderemos que os glóbulos brancos B são as únicas células capazes de produzir anticorpos. Aprofundaremos os estudos dessas células e abordaremos a sua diferenciação completa. Despertando a capacidade de entender que os anticorpos na superfície dos linfócitos B, serão específicos para cada determinante antigênico que é a menor porção de antígeno com potencial de gerar a resposta imune, antes do contacto com antígeno. Assim entenderemos em conjunto sobre as disposições estruturais e a função dos anticorpos. Por tanto, entenderemos que os anticorpos atuando unicamente não serão capazes de proteger por completo e que precisão de outras proteínas encontradas no corpo, as proteínas de complemento. As proteínas são relevantes, ainda na imunidade inata antes da existência de anticorpos no organismo para aquele agente invasor, já contribui com essa defesa. 40UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas 1. ANTICORPOS E LIGAÇÃO AOS ANTÍGENOS Quando realizamos explanação da imunidade inata, compreendemos que essa age como nossa primeira defesa contra os microrganismos invasores e que também é conhecida como imunidade não específica. Agora abordaremos com mais detalhes o desenvolvimento dos linfócitos B e T, são as células encarregadas em gerar resposta imune específica, e as proteínas que fazem parte dessas respostas. Assim, essa resposta imune desempenha características que não está presente na imunidade inata, sendo: a) especificidade: é a capacidade de distinguir cada um dos componentes de um agente estranho (que denominamos de antígenos) e age como resposta específica para os mesmos, ou seja, denominamos de epítopo antigênico, sendo os componentes antigênicos de um antígeno. b) memória: é a capacidade de se lembrar de um contacto prévio com um tipo de antígeno, da forma a qual uma exposição que proporcione uma resposta imune ágil e potente. c) discriminação entre o próprio e o não próprio: atua como resposta aos antígenos que são não próprios (estranhos), dessa forma evita respostas aos antígenos que são considerados próprios. No entanto, esses mecanismos podem apresentar falhas e podendo desencadear doenças autoimunes, associados pelo fato de o corpo reconhecer elementos estranhos e agirem contra eles, através de uma resposta imune. 41UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas Dessa maneira, busca reconhecer e combater os patógenos de um indivíduo, além disso, foram desenvolvidos os linfócitos do sistema imune adaptativo, que agem no reconhecimento vários antígenos propagadores de doenças oriundos de bactérias, fungos, parasitas e outros agentes. Desta forma, os linfócitos também podem atuar no reconhecimento de agentes inócuos como fezes de ácaros, pó, pólen de flores e entre outros, entretanto podem desencadear problemas alérgicos preocupantes para sociedade (JANEWAY et al, 2005). Os principais tipos de antígenos consistem em proteínas, carboidratos, lipídeos, ácidos nucleicos e pequenos grupamentos químicos (haptenos). Os antígenos podem ser componentes dos microrganismos, helmintos, de substâncias ingeridas como por meio da alimentação, substâncias inaladas. Como um grão de pólen, de órgãos ou tecidos transplantados e até de componentes próprios, ou seja, antígenos próprios. A antigenicidade confere a capacidade de um antígeno de ser reconhecido por pelo sistema imunológico e a imunogenicidade, é a capacidade do antígeno de estimular uma resposta imune, quando utilizado com objetivo de imunização. Quando um antígeno é capaz de induzir imunogenicidade, ele é denominado imunógeno (MURPHY, 2014). Os linfócitos B são elementos da resposta imune adquirida agem em função das características de especificidade e memória. Desempenham como funções importantes: Garantir que os anticorpos sejam produzidos se opondo aos antígenos-alvo através dos linfócitos T; Mostrar antígenos aos linfócitos T, além disso propiciar a ativação dos linfócitos T através de sinais. Desta forma, as moléculas de reconhecimento de antígenos que estão presentes na superfície das células B são as imunoglobulinas ou Ig, ou popularmente conhecidas como anticorpos. Essas proteínas são também sintetizadas pelos linfócitos B com uma ampla variedade de especificidades antigênicas, fica encarregado a cada linfócito B a função pela síntese de uma imunoglobulina de especificidade única para um único epítopo antigênico. Após reconhecerem o epítopo antigênico, essas células são ativadas e proliferam gerando muitos clones idênticos e produzindo Ig com a mesma especificidade para o mesmo epítopo antigênico inicial. Algumas dessas células se diferenciam em um tipo celular denominado plasmócito que, em vez de conter a Ig em sua membrana, excreta essa proteína, conferindo o que chamamos de imunidade humoral, ou seja, uma imunidade que pode ser medida no soro dos indivíduos pelo anticorpo ali presente (ABBAS, 2007). 42UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas Para estar pronto para esta linha de defesa aos linfócitos passam por um processo de maturação e diferenciação. O processo de maturação e diferenciação dos linfócitos B é regido pela expressão da imunoglobulina de sua superfície. As células mais precoces da linhagemB são conhecidas como células pró-B por serem as células progenitoras com capacidade de autorrenovação limitada. Essas células são derivadas de um precursor pluripotente denominado célula-tronco hematopoiética, como já estudamos na unidade I. Essas células podem ser diferenciadas através das cadeias da molécula de anticorpo, ou cadeia pesada mi (µ). Nesse caso, quando ocorre da célula B, estar associada cadeia da imunoglobulina, podemos denominar de pré- B. Dessa forma, essa célula pré- B têm a função de parar os rearranjos gênicos relacionados a cadeia pesada de Ig, consequentemente expresse cadeias mais leves. No entanto, pode ocorrer a união de uma proteína de cadeia pesada com uma proteína de cadeia leve, sucedendo a formação de uma molécula completa de imunoglobulina a (IgM) (o M vem da designação µ da cadeia pesada). No caso, da molécula IgM, quando associada a superfície da célula B passa a ser chamada de célula B imatura (ABBAS, 2012; BARARDI et al., 2010). No interior da célula na medula óssea ocorre o estágio de maturação, no entanto, não depende da estimulação proveniente de antígeno. Dessa forma, as células imaturas passam pelo processo de seleção dos antígenos encontrados no corpo, além disso, controla a capacidade de sobrevivência no sangue periférico. No caso das células B, essas têm a função de deixar a medula óssea e chegando até sangue periférico. Ainda, temos as células (autorreativas) que estão relacionadas ao antígeno próprio, ocorrendo o processo de deleção clonal, consequentemente entra em apoptose. As células que não estão interagindo com autoantígenos, essas passam a indicar uma molécula de IgD (com cadeia pesada delta), também com a mólecula IgM, chamadas de células B maduras ou células B virgens. Logo, essas células estão associadas a circulação ou em órgãos linfoides, através da ligação de antígeno (Figura 1) (BARARDI et al., 2010). 43UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas FIGURA 1: MATURAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS LINFÓCITOS B Fonte: Adaptado de Benjamini, et al. (2002, p. 80). A quantidade media da produção diária de 10-20 x 106 de novas células B corresponde a 5-10% das células B, recorrente ao sangue periférico e para os órgãos linfoides, cerca de 90 a 95% dessas células acabam sendo mortas diariamente. Além disso, 50% das células maduras sobrevivem por cerca de três dias ao chegarem ao sangue periférico. As outras conseguem viver um pouco mais, devido a não estimulação de antígenos, através da entrada de folículos linfoides pertencente aos órgãos linfoides. Dessa maneira, as células terão vida longa caso estejam associadas aos antígenos. A ativação do linfócito B, estar associado aos resultados da expansão clonal, através da a geração de linfócitos B de memória e células plasmáticas (BARARDI et al., 2010; JANEWAY, 2014). 44UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas Ao serem ativados por um antígeno um linfócito B consegue gerar a primeira resposta, a produção de IgM, percebe-se a presença do mesmo no período de cinco a dez dias da estimulação começando os indícios no sangue periférico (Figura 2). Contudo lembrem-se que, após o processo de infecção, após algum tempo, ocorrerá a detecção de anticorpos no soro do indivíduo, isso acontece devido ao fenômeno que chamamos de janela imunológica, ou seja apesar de apresentar a infecção, o teste sorológico não consegue diagnosticar o indivíduo pelo espaço de tempo da infecção até a manifestação. Além disso, nesse período o indivíduo pode estar infectado, por outros vírus, que geram conflito de resposta, ou seja, uma reatividade cruzada, como é o caso do HIV, sem ter o conhecimento. FIGURA 2: SELEÇÃO E EXPANSÃO CLONAL DE LINFÓCITOS B APÓS O CONTATO COM O ANTÍGENO, COM GERAÇÃO DE LB DE MEMÓRIA Fonte: Adaptado de Barardi et al, 2010. 1.1 Estrutura e função dos anticorpos A fração do sangue é composta por soro, o sangue coletado não apresenta anticoagulante, ou pelo plasma, ao contrário, o sangue apresenta anticoagulante, o processo consiste em submeter a uma eletroforese simples e não desnaturante, (campo elétrico em que ocorre a separação de proteínas), isso ocorre devido a presença de cargas positivas e negativas que separam as proteínas decorrentes dos aminoácidos presentes. No sangue são encontradas proteínas denominadas de solúveis, sendo albumina encontrada em maior quantidade desse grupo, além disso, as globulinas divididas em frações Alfa, Beta e Gama globulinas. Dentre essas frações, a gama globulinas do soro se destaca por apresentar propriedades que atuam na imunidade e barreira protetiva contra agentes estranhos. Assim, essas são glicoproteínas solúveis que tem a função de ligar antígenos. 45UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas Dessa forma, as glicoproteínas podem ser denominadas de anticorpos ou imunoglobulinas (LOCKER et al, 2021). Conforme já abordamos nesse estudo, os linfócitos B são as únicas células que têm a capacidade de conter imunoglobulinas associada a membrana. Desse modo, a imunoglobulina proveniente na membrana, está ligada a duas proteínas diméricas importantes, sendo denominadas de Ig/Igß. Esse conjunto é responsável entre a ligação do antígeno na Ig e também associada a célula B, além disso, esse conjunto é chamado de receptor de célula B ou BCR (B Cell Receptor), referindo ao termo em inglês (Figura 3). A produção dos anticorpos presente no sangue, ocorre através dos plasmócitos, esses são os linfócitos B encontrados em estágio final, mas agem na produção de vários anticorpos. (BARARDI et al., 2010). FIGURA 3: ESTRUTURA DE BCR Fonte: Adaptado de Barardi et al, 2010. Na superfície das células ocorre a junção dos elementos quimiotáticos com receptores específicos, isso se dar através do fenômeno de transdução de sinal no interior dos leucócitos, acarretando a formação dos elementos contráteis do citoesqueleto, que atuam diretamente na movimentação das células. Já os leucócitos andam com os pseudópodes agindo na matriz extracelular, ocorrendo o processo de migração, ou seja, acontece a saída dos leucócitos presente nos vasos sanguíneos acarretando a diapedese. Além disso, por quimiotaxia, os neutrófilos são impulsionados até a região da inflamação, destruindo os agentes invasores, seguindo a projeção da célula. 46UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas Os processos inflamatórios, são decorrentes em maior parte, pelos leucócitos que mudam em direção a região que ocorre a inflamação, sendo denominados de neutrófilos, esses se encontram infiltrados onde ocorre a inflamação, entre 6 a 24 horas, após esse período, são substituídos por monócitos, além do mais, no período de 24 a 48 horas se ocorrer a migração para os tecidos, esses são denominados de macrófagos (ABBAS, 2012). 1.1.1 Linfócitos ou células T Imunidade celular: composta pelos linfócitos T, atua eliminando patógenos intracelulares. Os linfócitos T tem a função de ativar as células fagocíticas, buscando a eliminação dos patógenos que foram fagocitados. Além de que, são encontrados alguns tipos de linfócitos T, agindo na destruição de células que contenha um patógeno em seu citoplasma (ABUMAREE et al, 2017). As características especifidade e de memória imunológica são duas potencialidades importantes da imunidade adquirida. Desse modo, os linfócitos T possuem receptores que desempenham o reconhecimento para antígenos diferentes. Se tratando da memória imunológica, compreendemos que ocorre uma maior especificidade das respostas imune quando exposta as repetições de determinado antígeno. Quando o antígeno é exposto, ocorre uma resposta imunológica primária, esse processo é conduzido por linfócitos “virgens”, o que de fato desconhecem o corpo estranho com seu antígeno específico. A repetição do contato com o antígeno elabora as respostas imunológicas secundárias, estas já são mais rápidas e ágeis para realizarem
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