Buscar

Imunologia Básica - Unifatecie

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Imunologia Básica
Prof.ª Dra. Jaqueline de Santana da Silva
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Jéssica Eugênio Azevedo
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
2022 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2022 Os autores
Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Per-
mitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas 
sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
S586i Silva, Jaqueline de Santana da 
 Imunologia básica / Jaqueline de Santana da Silva. 
 Paranavaí: EduFatecie, 2022. 
 75 p. : il. Color. 
 
 
 
1. Imunologia. 2. Imunidade. 3. Doenças imunológicas. 
 I. Centro Universitário Unifatecie. II. Núcleo de Educação a 
 Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23 ed. 616.079 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTORA
Professora Jaqueline de Santana da Silva 
● Doutora em Biologia Comparada pela Universidade Estadual de Maringá (PGB- 
UEM / 2016-2020); 
● Mestre em Biotecnologia Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá 
(PBA-UEM / 2014-2016); 
● Especialista em Gestão e educação Ambiental (2012); 
● Possuo Graduação em Tecnologia em Meio Ambiente pela Universidade Estadual 
de Maringá (2013) e Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade 
Paranaense (UNIPAR - 2009). 
Atualmente, leciono e co-oriento na área de Mutagêneses e Monitoramento 
Ambiental, Gestão e Educação Ambiental, atuo na elaboração de projetos e Assessoria 
Ambiental (Projetos e licenças) ASAMB. Tenho experiência como Professora de ensino 
Profissionalizante, Cursos Técnico em Meio ambiente e Técnico em Segurança do trabalho, 
Governo do Estado do Paraná. Atuo no Núcleo de Educação a Distância DA Instituição 
Unifamma, Taxidermista ministração teoria e pratica em cursos de formação promovidos 
por intuições IES privadas e governamentais, e como professora elaboradora de conteúdos 
nas disciplinas da modalidade EaD e Semipresenciais para os cursos de Graduação e de 
Pós-Graduação. Professora na modalidade híbrida nas IES, UNIFAMMA e UEM e Tutora 
mediadora dos cursos de Biológicas e Saúde na Instituição Unicesumar. 
 
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/4773242515852393 
http://lattes.cnpq.br/4773242515852393
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), se esta temática lhe despertou a sua atenção, isso já é motivo 
para desenhamos um incrível percurso de conhecimento. A proposta que faço a você é 
desbravamos ao longo deste caminho os principais conceitos e fundamentos da imensurável 
imunologia básica, deixando bem claro quem são os principais órgão envolvidos, os sinais e 
os mecanismos de ação que nos cercam promovendo a proteção do nosso corpo, pelo tão 
importante sistema imunológico. Além de conhecer os principais conceitos e definições, vamos 
explorar a constituição do sistema pelas várias células envolvidas, e a função de cada uma 
destas, além das diversas aplicações destas células de defesa do nosso corpo, por exemplo o 
reconhecimento de antígenos pelos linfócitos T e ativação de um linfócito B no corpo humano 
onde é capaz de detectar os sinais de invasão de um agente estranho ou patógenos.
Na unidade I, começaremos a nossa jornada pelos conceitos e denominações das 
células de defesa imune de progenitoras mieloides e linfoides, além da apresentação dos 
órgãos e tecidos envolvidos nas respostas imunológicas. Desta forma iremos descrever 
as origens e percurso destas células até a sua maturação e atuação no sistema de 
defesa do organismo. O processo de percepção e reconhecimento das características 
de diferenciação de cada uma das células imune também será discutido nesta unidade 
inicial. Será apresentado ainda como cada órgão e tecido envolvido na defesa do nosso 
organismo de forma imunológica participa e contribui para a produção e atuação de células 
imunológicas, a importância destes órgãos e tecidos conferindo a defesa do corpo humano. 
Esta noção é necessária para que possamos trabalhar as demais unidades do livro, que 
versarão sobre as funções e diferenciação destas células no processo de atuação que 
determinam as funções exercidas por cada uma delas em contato com um agente estranho, 
gerando uma resposta do sistema imunológico no corpo humano.
Na unidade II, trataremos sobre a apresentação e diferenciação da Imunidade inata 
e adquirida e interação dos antígenos e ativação de linfócitos, compreender a atuação e 
importância da imunidade adquirida bem como, entender como funciona as propriedades e 
funções do sistema imunológico diante dos mecanismos de reconhecimento de um antígeno, 
seus receptores e os linfócitos responsáveis por parar ou barrar um agente estranho e 
patogênico, diante da atuação e participação das barreiras primarias e secundarias. 
Na unidade III, vamos aprender como descrever e reconhecer os anticorpos e 
suas ligação aos antígenos por meio das células que já conhecemos na unidade I e II. 
Estudaremos as propriedades que determinam o complexo de histocompatibilidade para 
podermos conceituar as principais defesas imunológicas do sistema imune, a partir de 
então a atuação e importância das respostas imunológicas desenvolvidas contra agentes 
estranho e patológicos, então compreender como ocorre os mecanismos de reconhecimento 
de um antígeno, seus receptores e os linfócitos responsáveis por parar ou barrar um agente 
estranho e patogênico auxiliado pelo reconhecimento de anticorpos específicos. 
Finalmente, na unidade IV, vamos tratar sobre imunoprofilaxia ativa e passiva, bem 
como a tolerância e a autoimunidade, o qual está relacionado a manipulação do sistema 
imune na tentativa de proteger os seres humanos contra doenças infecciosas. Também 
iremos estudar como ocorre os mecanismos de tolerância e seu reconhecimento, diante de 
um agente “próprio” e “não próprio” do organismo humano.
Aproveito então para robustecer o convite a você, para junto conosco percorrer 
esta jornada da sabedoria e multiplicar o nosso conhecimento sobre todos esses assuntos 
abordados em nosso material. Esperamos cooperar e participar para com o seu crescimento 
pessoal e profissional. 
Muito obrigada e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ......................................................................................................4
Introdução ao Sistema Imunológico
UNIDADE II ................................................................................................... 22
Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
UNIDADE III .................................................................................................. 38
Mecanismos de Respostas Imunológicas 
UNIDADE IV .................................................................................................. 56
Imunoprofilaxia e Autoimunidade
4
Plano de Estudo:
● Células de defesa imune de progenitoras mieloides;
● Células de defesa imune de progenitoras linfoides;
● Órgãos e tecidos envolvidos na resposta imune.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar as principais células envolvidas na atuação do sistema imune;
● Compreender a atuação e importância dos órgãos e tecidos que participam 
da proteção do organismo contra agentes estranho e patógenos;
● Estudar como ocorre a atuação dos mecanismos responsáveis por 
parar ou barrar um agente estranho e patológico; 
● Entender quais propriedades e funções do sistema imune
 frente as barreiras primarias e secundárias.
UNIDADE I
Introdução ao 
Sistema Imunológico
Prof.ª Dra. Jaqueline de Santana da Silva
5UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo ao nosso componente de Imunologia Básica, aproveitem ao 
máximo essa experiência de aprendizagem. 
Nesta unidade I você irá conhecer como o organismo humano se defende 
de corpos ou agentes causadores de doenças. Por este motivo todos os organismos 
nascem com uma proteção, você já ouviu ou sabe que nós possuímos com um sistema 
de proteção as doenças desde a nossa vida fetal, e o chamamos de imunidade inata? Se 
esta informação já faz parte dos seus saberes, muito bem! Facilitará a sua absorção de 
todo o conteúdo que iremos aprender. 
Se você ainda não sabe ou não conhece as defesas imunológicas de um organismo, 
não se preocupe iremos compreende-las parte a parte e a função de cada uma delas, as 
células e órgãos e tecidos do corpo que participam gerando proteção, um “escudo” a nossa 
saúde contra os agentes causadores de doenças ou que possam debilitar o nosso bem 
estar, como as adquirimos e aperfeiçoamos cada uma delas com o passar do tempo. 
6UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
1. CÉLULAS DE DEFESA IMUNE DE PROGENITORAS MIELOIDES
 
O sistema imunológico responsável por toda atuação desta ciência chamada imunologia 
se confere ao conjunto de células, tecidos, órgão e moléculas que os humanos e outros seres 
vivos usam para a eliminação de agentes ou moléculas estranhas, inclusive o câncer, com a 
função de se manter a homeostase do organismo. Os mecanismos fisiológicos do sistema 
imune correspondem a uma resposta dirigida dessas células e moléculas diante dos organismos 
infecciosos e dos demais ativadores, o que desencadeiam as respostas específicas e seletivas, 
inclusive com memória imunológica, que também podem ser geradas por meio de vacinas.
Quando nos referimos a imunologia estamos abordando uma ciência ainda recente. 
Sua origem é atribuída, por alguns autores, a Edward Jenner, que, em 1796, verificou 
proteção induzida pelo cowpox (vírus da varíola bovina) contra a varíola humana, ato ao qual 
nomeou o processo de vacinação. Contudo entende-se que na antiguidade, os chineses já 
inalavam o pó das crostas secas das pústulas de varíola e além cobriam pequenas incisões 
na epiderme, em busca de proteção (BARARDI et al, 2010). 
De acordo com Abbas (2007), caso o sistema imunológico não esteja atuando de 
forma funcional, infeções brandas podem predominar o organismo hospedeiro culminando 
a morte. No entanto com o sistema imune ativamente atuante, os seres vivos ainda sim 
podem adquirir doenças, pode adquirir uma doença infecciosa ou um câncer, pois a 
resposta imune específica, frente a um agente agressor, leva determinado tempo para se 
desenvolver e, com isso, tanto organismos estranhos, como células neoplásicas, elaboram 
mecanismos de evasão para fugir da resposta imune. 
7UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
Nesta unidade, iremos realizar uma abordagem dos conceitos básicos dos principais 
componentes do sistema imunológico, os mecanismos de resposta específica diante das 
principais formas de invasão de agentes infeciosos e parasitários.
As células são as principais envolvidas à frente da nossa defesa, vamos aprender 
que todas elas se originam de única célula que tem inúmeras capacitações. Essas células 
portadoras multipotencialidades são denominadas “progenitoras” ou “células-tronco 
hematopoiéticas” e são originadas da medula óssea constantemente e em altas quantidades, 
são também chamadas de “células-tronco pluripotenciais” e possuem um caráter muito versátil. 
Elas são encarregadas pela futura formação de todas as células sanguíneas envolvidas 
direta ou indiretamente na defesa do nosso organismo, até mesmo pelas hemácias (células 
vermelhas do sangue ou eritrócitos) e as plaquetas (importantes na coagulação sanguínea e 
responsáveis pela formação dos trombos venosos) figura 1. A primeira etapa de diferenciação 
das células-tronco será na formação de células progenitoras denominadas mieloides e de 
células progenitoras denominadas linfoides (BARARDI et al, 2010; ROITT, 2014).
FIGURA 1: CÉLULAS SANGUÍNEAS 
 
Fonte Adaptada de: https://stock.adobe.com/br/search?load_type=search&is_recent_search=&sear-
ch_type=usertyped&k=plaquetas+e+eritrocitos&native_visual_search=&similar_content_id=
As células mieloide são responsáveis por gerar os leucócitos polimorfonucleares 
(PMN) também conhecidos por “granulócitos” são as células sanguíneas que possuem 
grânulos no seu citoplasma e que seu núcleo possui um formato polimórfico. O precursor 
mieloide é o responsável pela formação desses granulócitos e também pela formação dos 
monócitos, macrófagos, células dendríticas e mastócitos, todo esse conjunto de células 
são responsáveis pela nossa primeira linha de defesa contra muitos agentes patogênicos 
(RENA et al, 2001), representadas na figura 2.
Vamos então nos aprofundar um pouco nas funções deliberadas a cada uma dessas 
células e começando pelos macrófagos.
8UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
Para Lévesque et al, (2021) estas são uma das mais importantes células de potencial 
fagocítico do sistema imunológico, ou seja, aquelas que têm a capacidade de englobar 
agentes estranhos e destruí-los por completo ou em porções mais simples que serão 
posteriormente reconhecidas pelo sistema imune, porém não sendo as únicas capazes de 
realizar o processo de fagocitose. Os macrófagos são basicamente a forma madura dos 
monócitos sanguíneos, ou seja, são as células que circulam no sangue e, quando essas 
células migram para os tecidos, sofrerão novas diferenciações, compondo uma variedade 
de formas histológicas.
Estas células realizam a fagocitose com auxílio de todas as enzimas degradadoras 
em seus grânulos lisossomais, de fragmentar os materiais englobados a aminoácidos 
simples, açúcares e diversas substâncias para que após este processo possa excretar ou 
direcionar a reutilização. Os macrófagos ainda possuem outra função, além de englobar 
agentes estranhos, processá-los por desnaturação ou digestão parcial e apresentá-los em 
sua superfície para células envolvidas na resposta imune específica, que são os linfócitos 
T específicos. Dentre estas funções imunológicas estes também funcionam como “células 
apresentadoras de antígenos” (ABBAS, 2012).
Os granulócitos ou leucócitos polimorfonucleares (PMN), adquiriram esse nome 
por obterem grânulos densamente coráveis em seu citoplasma e que possuem núcleos 
multilobados ou polimórficos. Esses núcleos constituem cerca de 65% das células brancas 
em nosso sangue. São divididos em 3 tipos de granulócitos em nosso sangue, todos eles 
com uma vida relativamente curta e produzidos em grande quantidade durante as respostas 
imunes. Nessas horas, eles abandonama circulação e conseguem chegar até o local da 
infecção ou da inflamação. Após realizarem a fagocitose essas células morrem, são as 
responsáveis pela formação do pus na região portadora de infecção (LÉVESQUE et al, 
2021). As características dos grânulos ao microscópio óptico, após coloração convencional, 
é que define a posterior subdivisão. O primeiro e mais abundante tipo de granulócito são 
os neutrófilos, apresentam coloração neutra e representam a terceira célula fagocitária do 
sistema imunológico e possuem uma vida média de aproximadamente 12h em circulação 
e são os mais numerosos representando aproximadamente 95% dos granulócitos e mais 
importantes a nossa primeira barreira de defesa, que vamos denomina-la “imunidade inata”. 
Os grânulos vermelhos significam a presença dos eosinófilos, que representam 3% a 5% 
dos granulócitos circulantes, são importantes na defesa contra infecções parasitárias, pois 
o conteúdo dos seus grânulos são tóxicos para estes específicos microrganismos. 
9UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
O número dessas células aumenta na circulação quando a pessoa está com 
verminose, por exemplo. Grânulos com intensa coloração azul são localizados nos 
basófilos, que representam 0,5 a 1% dos granulócitos. A função dos basófilos é similar e 
provavelmente complementar a dos eosinófilos e mastócitos. A função dessas células está 
diretamente ligada as reações alérgicas (BARARDI et al, 2010; ROITT, 2014).
As células dendríticas igualmente possuem funções fagocíticas, mas sua atuação 
mais importante não é a de degradar os agentes estranhos, mas sim processar esses 
agentes em formas mais simples e depois apresentar cada uma dessas porções para os 
linfócitos T, definindo então estas células como as principais células apresentadoras de 
antígenos do nosso organismo e por isso são extremamente importantes no estudo da 
imunologia. As células dendríticas podem ser encontradas na corrente sanguínea e em 
alguns tecidos do corpo. A sua morfologia nos tecidos possui semelhanças com estrelas-
do-mar, e seus prolongamentos são denominados de dendritos, está relacionada com sua 
excelente capacidade de capturar agentes estranhos e depois reapresentá-los, este formato 
potencializa o contato com esses agentes (XING et al, 2004).
Os mastócitos também pertencentes as células progenitoras mieloides, 
caracterizam-se por apresentarem-se como células diferenciadas e residentes nos tecidos, 
onde seu precursor sanguíneo ainda não se apresenta bem estabelecido. Essas células 
se localizam principalmente ao lado de pequenos vasos sanguíneos, e quando acionadas 
pela presença de um agente estranho, realizam a liberação substâncias que vão afetar a 
permeabilidade desses vasos. O armazenamento destas substâncias ocorre nos grânulos 
celulares desencadeiam respostas alergênicas, ou até mesmo o choque anafilático em 
alguns indivíduos, dependendo da quantidade liberada na circulação auxiliando os 
processos reativos imunológicos (ABBAS, 2007; ABBAS, 2012).
10UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
FIGURA 2: CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE
Fonte: Murphy et al (2008, p.4).
Completando assim a nossa explanação sobre as células originadas a partir 
de progenitoras mieloides, daremos sequencia nesta nossa jornada de aprendizagem 
reconhecendo então as mais importantes e essenciais células responsáveis pela defesa 
do nosso organismo, no próximo tópico iremos conhecer as células originadas a partir de 
progenitoras linfoides.
11UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
2. CÉLULAS DE DEFESA IMUNE DE PROGENITORAS LINFOIDES
 
Agora nesta etapa damos continuidade a conhecer as células originadas a partir de 
progenitoras porem agora as de origens linfoides, ou também denominados, os linfócitos, 
para que neste momento você entenda características morfológicas e, as funções destas 
células na linha de frente em defesa do nosso organismo a agentes estranhos e patogênicos. 
Os linfócitos são células mononucleares que possuem uma fina borda de citoplasma quando 
se encontram no seu estado de repouso. Uma célula quando ainda não foi estimulada por 
um antígeno denominamos à estado de repouso.
Os linfócitos, progenitor linfoide comum da medula óssea origina os linfócitos 
antígenos-específicos do sistema imune adaptativo, ao qual iremos entender a seguir as 
diferenças entre sistema “imune inato” e “sistema imune adaptativo”, porem também dá 
origem a um tipo de linfoide que responde à presença de infecções, mas não especifico 
para antígeno e, no entanto, é considerado parte do sistema imune inato.
Como já apresentadas essas células, quando não estimuladas por antígenos 
encontram-se em repouso na fase G0 (G-zero) fase do ciclo celular onde a célula permanece 
indistintamente na interfase. São células extremamente especializadas, estruturalmente 
pequenas e apresentam cerca de 6-10 µm de diâmetro, núcleo de cromatina condensada e 
um citoplasma muito escasso. Quando são expostas ao antígeno essas células interagem e 
passam a ser consideradas ativas e evoluem para as demais fases do ciclo celular. Inicia-se 
a produção de novas proteínas por essas células. A partir de então aumentam de tamanho 
porque o citoplasma se torna mais abundante e rico em organelas. 
12UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
Os linfócitos tornam-se, linfócitos grandes, conhecidos como linfoblastos, e chegam 
a atingir cerca de 10-12 µm de diâmetro. Os linfoblastos caracterizam-se por serem células 
imatura encontrada na medula óssea em pequenas proporções, precursora de linfócitos 
maduros (BARARDI et al, 2010).
Quando há um grande número de células em processo de divisão celular, apontamos 
que ocorreu uma amplificação clonal. Esses eventos são identificados quando há produção 
de um grande número de células potencialmente capacitadas para reagir contra os antígenos, 
que inicialmente foram as substâncias responsáveis pela ativação celular (ABBAS, 2007). Os 
linfócitos são identificados em dois principais conjuntos populacionais, os linfócitos T ou células 
T (timócitos) e os linfócitos B ou células B, figura 3. Estas células formam 25 a 35% do total das 
células brancas ou os chamados leucócitos presentes no sangue. A presença dos linfócitos 
T e B no sangue segue, respectivamente, à relação de 5:1. Os linfócitos T ou células T se 
desenvolvem a partir de precursores no timo. Os linfócitos B ou células B se diferenciam no 
fígado fetal e na medula óssea (MURPHY e TRAVERS, 2008; DINIZ e FIGUEIREDO, 2014).
Ainda nesta linha de defesa temos as células “Natural Killer (NK)” de origem 
precursoras da medula óssea. No seu estágio de repouso, são pequenas em tamanho, 
porem quando ativadas, aumentam de tamanho e são identificadas como células ou linfócitos 
granulares grandes, visto que o citoplasma é maior e rico em grânulos. Essas células são 
consideradas como uma população distinta dos linfócitos T ou B. Não migram para o timo 
e atuam na imunidade inata. Os receptores de superfície, podem interagir com porções 
proteicas, glicosídicas ou lipídicas de glicoproteínas ou ainda com glicolipídios presentes 
nas superfícies de outras células. As NK representam 10 a 15% das células no sangue e são 
responsáveis pela citotoxicidade contra determinadas células-alvo, e como consequência 
deste processo observa-se a lise delas. Estas células atuam principalmente na lise de células 
infectadas por vírus e tumorais ou de células revestidas por IgG (MURPHY, 2014).
FIGURA 3: CÉLULAS DA RESPOSTA IMUNE
 
Fonte: Adaptado de Murphy et al (2008, p.4).
13UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
Os linfócitos T e B são células de defesa dos organismos que desempenham 
funções diferentes, são indistinguíveis ao microscópio óptico, porem apresentam diferenças 
que podem ser observadas ao microscópio eletrônico ou outras técnicas. O processo de 
desenvolvimento dessas células está vinculado ao aprendizado do nosso próximo tópico 
de estudos desta unidadeos órgãos que possui um pequeno ambiente próprio para a 
maturação e a produção dos linfócitos (ABBAS, 2012).
Quando nos referimos a imunidade propretora contra microrganismos estas são 
mediadas pelas reações iniciais da imunidade inata e pelas respostas posteriores da 
imunidade adaptativa. As respostas imunológicas naturais são estimuladas por estruturas 
moleculares compartilhadas por grupos microrganismos e por moléculas expressas pelas 
células lesionadas do hospedeiro. A imunidade adquirida é especifica para diferentes 
antígenos microbianos e não microbianos e é aumentada por reexposições ao antígeno 
gerando a memória imunológica (MURPHY, 2014).
Para a imunidade inata se trata das barreiras protetoras primarias que nascem 
junto com o organismo afetado por corpos estranhos, como a pele, cílios, lagrimas, saliva, 
fluxos urinários e todas as ocorrências fisiológicas de um indivíduo, juntamente com células 
e proteínas, que constituem a nossa primeira linha de defesa, que nos protege no dia 
a dia e que agem impedindo que adoeçamos facilmente, mesmo estando rodeados de 
microrganismos patogênicos no ar, na água, nos alimentos e diversas outras formas de 
contato. Quando falamos de imunidade adquirida ou especifica, os termos “especificidade” 
refere-se à capacidade de diferenciar cada um dos componentes de um agente estranho, e 
“memória” ao potencial de “lembrar” um contato prévio com um antígeno e “discriminação 
entre o próprio e o não próprio” qualificação para reagir a antígenos “não próprios” e proteger 
antígenos que fazem parte do “próprio” organismo de reações que farão parte da resposta 
imune mediada por linfócitos T e B (PEAKMAN e VERGANI, 1999; BARARDI et al, 2010).
14UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
3. ÓRGÃOS E TECIDOS ENVOLVIDOS NA RESPOSTA IMUNE
 
No tópico anterior discutimos sobre a maturação das células de defesa do sistema 
imune, vamos então agora caracterizar e descrever as principais funções destes órgãos 
e tecidos pertencentes a entrega de proteção ao nosso organismo, e que de fato cabe 
recordar alguns mencionados anteriormente como timo e medula óssea, e inserir novos 
conhecimentos importantes e fundamentais para o entendimento do sistema imune.
Agora para entendermos o mecanismo de maturação das células ou linfócitos B, 
temos o timo um órgão linfoide primário, bilobado e localizado no mediastino superior. 
Possuem os lobos que apresentam semelhanças com duas pétalas rosas brancas que são 
observadas sobre o coração. Cada um desses lobos contém vários lóbulos que possuem três 
regiões, denominadas de zona subcapsular, córtex e medular. O processo de diferenciação 
das células no timo se faz bem complexo e envolve várias fases. As células precursoras 
dos linfócitos T, originadas da medula óssea, figura 4, percorrem para o timo e iniciam o seu 
processo de maturação (ABBAS, 2007). 
FIGURA 4: MEDULA ÓSSEA - CÉLULAS PRECURSORAS
 
Fonte: https://adobe.ly/3JKjLXW
15UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
As células derivadas da medula óssea localizadas na zona capsular, são ditas 
triplonegativas, uma vez que não possuem ainda moléculas na superfície celular e receptores 
para antígeno. Na região cortical do timo, figura 5, encontra-se células que passam por 
rearranjos gênicos que resultam na aquisição de receptores para antígenos nas superfícies 
celulares, receptores são denominados de TCRs o que significa receptores de células T 
(do inglês, T Cell Receptor) (LÉVESQUE et al, 2021). As células T ou timócitos migram 
da área cortical para a medular. No processo desta passagem, essas células evoluem 
consideravelmente para maturação, podendo assim receber nova denominação, pois além 
da aquisição do receptor para antígeno na célula T (TCR), também adquirem o aparecimento 
ordenado e pela perda de muitas outras moléculas evidenciadas, como os marcadores de 
superfície de células T, para os marcadores de superfície dos linfócitos T, citamos o CD3, o 
CD4 e o CD8 (BARARDI et al, 2010; XING et al, 2004).
FIGURA 5: ESTRUTURA DO TIMO
Adaptado de: https://adobe.ly/3zGSIrS
Os linfócitos B ou células B realizam seu desenvolvimento na medula óssea, ocor-
rendo ainda na vida fetal, o fígado é também um importante local de desenvolvimento do 
linfócito B, e assim como o timo, a medula óssea também é considerada como um órgão 
linfoide primário. A diferenciação na medula óssea passa por inúmeros estágios evolutivos 
que são explicados pelos rearranjos gênicos das moléculas de imunoglobulinas produzidas 
endogenamente, denominadas anticorpos de superfície e pela expressão de moléculas 
de superfície, como, por exemplo, o CD 19 (LÉVESQUE et al, 2021). As moléculas de 
imunoglobulinas ou anticorpos expressos na região superficial dos linfócitos B atuam como 
receptores de antígenos. 
16UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
Depois de maduras, essas células deixam a medula óssea, migram para 
circulação e para os órgãos linfoides secundários, onde nestas localidades podem se 
diferenciar em células plasmáticas (plasmócitos) células capazes de secretar anticorpos 
as imunoglobulinas (MURPHY, 2014).
Concluindo nossa explanação de sobre como os linfócitos T e B se desenvolvem e se 
tornam aptos a atuação na linha de defesa. Abordamos agora o percurso das células Natural 
Killer (NK) também originárias de precursores na medula óssea. Quando ativadas e aumentam 
seu tamanho se tornam células ou linfócitos granulares grandes como vimos anteriormente 
(XING et al, 2004). Essas células são consideradas distinta dos linfócitos T ou B, não percorrem 
para o timo, e atuam na imunidade inata. São reconhecidas como exterminadoras pelo seu 
potencial citotóxico contra células tumorais de diferentes linhagens, sem a necessidade de 
reconhecimento prévio de um antígeno específico (JOBIM e JOBIM, 2008).
Após seu percurso de maturação, os linfócitos T e B deixam o timo e a medula 
óssea os órgãos primários, respectivamente, e migram para órgãos linfoides secundários 
como para os linfonodos, que são estruturas encapsuladas que possuem cerca de 25 mm 
de diâmetro e estão localizados junto aos tratos linfáticos principais. Os linfonodos são 
conhecidos como gânglios linfáticos no corpo humano ou ainda como nódulos linfáticos 
(ABBAS, 2007). Possuem formas semelhante a um pequeno feijão. Temos os linfonodos 
axilares, encontrados nas axilas; os linfonodos inguinais, presentes na região inguinal; e 
os linfonodos mesentéricos, presentes no mesentério. Morfologicamente as três principais 
áreas de um linfonodo são córtex, paracortical e medula. Nestas regiões encontram-se 
principalmente linfócitos B, linfócitos T CD4+, linfócitos T e macrófagos. Em linfonodo não 
estimulado, os linfócitos B estruturam-se em folículos primários no córtex, após o estímulo 
antigênico, esses folículos evoluem e formam os folículos secundários, que contêm áreas de 
grande multiplicação celular chamadas de centros germinativos. Em eventos infecciosos, os 
linfonodos aumentam significativamente de tamanho (BARARDI et al, 2010; ROITT, 2014).
Entre os órgãos linfoides secundários também se compreende o baço encontrado 
na região abdominal no hipocôndrio esquerdo, realiza funções essenciais além das 
imunológicas, como a filtração do sangue e a conversão da hemoglobina em bilirrubina. Por 
analise em um corte do baço ao microscópio óptico, encontramos uma polpa branca que 
compreende um tecido linfoide denso, nodular, preservando arteríolas e que contém uma 
grande quantidade de linfócitos agregados, também identificamos, uma polpa vermelha 
com seios e tecidos reticulares banhados pelo sangue, contendo hemácias em processo 
de distribuição, figura 6. 
17UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
Estas polpas se se organizam em regiões, como as equivalentes a cor branca 
os nódulos, os folículos linfoides, localizam em áreas onde se encontram, fortemente, 
os linfócitos B (UNIFAL, 2022). No interior dos folículosocorre a formação de centros 
germinativos contendo células B em processo de divisão celular. Esses centros germinativos 
podem ser formados durante a ativação de uma resposta imune (BARARDI et al, 2010).
FIGURA 6: ESTRUTURA DO BAÇO
 
Fonte: BAGUINHO, C. C. O Baço. Prevenir, 2016. Disponível em: https://www.prevenir.pt/literacia-em-sau-
de/corpo-humano/o-baco/# Acesso em: 20 mai. 2022.
A polpa branca compreende também a camada ou bainha linfocitária que envolve 
essas arteríolas e denominada de bainha linfoide periarteriolar (BLPA). Nessa área 
encontramos demasiadamente os linfócitos T. Já na polpa vermelha localiza-se rede de 
vasos de parede extremamente frágeis os sinusoides. Onde localizam-se os monócitos ou 
macrófagos e células dendríticas em grande quantidade. Além dessas células, podemos 
encontrar neutrófilos, eritrócitos, linfócitos e plasmócitos. Nessa região do baço, considerada 
como um essencial filtro para o sangue, identifica-se a hemocaterese, que possui 
funcionalidade de eliminação das hemácias e plaquetas lesadas ou de idade afuncional 
pela ação dos macrófagos (ABBAS, 2007; MURPHY, 2014).
No baço, os antígenos e os linfócitos atingem o órgão pelos vasos, filtros 
sanguíneos. Uma das características das células no baço é a vagarosa velocidade 
de circulação, o que possibilita um continuo monitoramento da corrente sanguínea, 
principalmente quanto à invasão por agentes infecciosos. O baço tem a sua importância 
reconhecida, entre diversas outras funções, é um órgão importante para a remoção de 
antígenos distribuídos pelo sangue (UNIFAL, 2022).
18UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
Os tecidos linfoides associados as mucosas não possuem capsulas em suas 
superfícies gastrointestinais, respiratória e do trato geniturinário são coletivamente 
chamados de tecidos associados às mucosas, figura 7. Entre todos os tecidos envolvidos 
os associados ao intestino são os mais caracterizados, como as “Placas de Peyer” no 
intestino delgado e os folículos linfoides isolados dentro da submucosa intestinal; os tecidos 
associados aos brônquios; e os tecidos associados à nasofaringe e os que englobam as 
amígdalas e as adenoides (BARARDI et al, 2010).
FIGURA 7: TECIDOS ENVOLVIDOS NA PROTEÇÃO JUNTO AS MUCOSAS 
 
Fonte: https://adobe.ly/3pdkW8G
As células M são reconhecidas nesses tecidos, caracterizadas células epiteliais 
especializadas, os antígenos inalados ou ingeridos são capturados por elas mediante 
o processo denominado por pinocitose, contudo, compreende-se ainda nesses tecidos 
plasmócitos produtores de IgA, células T e macrófagos (ABBAS, 2012; BARARDI et al, 2010).
Todos os órgãos e tecidos linfoides, os quais destacamos o baço, os linfonodos e os 
tecidos linfoides associados a mucosas respiratória e intestinal, são denominados secundários, 
regiões de armazenamento de linfócitos para onde são drenados os antígenos, a realização 
da maioria das interações dos antígenos com os linfócitos na imunidade específica.
19UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
SAIBA MAIS
CD (do inglês, Cluster of Differentiation) são grupos de diferenciação, nomenclatura 
adotada para caracterizar moléculas que se encontram na superfície das células e servem 
como seus marcadores. Os linfócitos e outros leucócitos expressam distintas moléculas 
CD na sua superfície celular, conferindo funções diferenciadas a essas células.
Fonte: Barardi et al, (2010).
REFLITA
Sobre as células e tecidos envolvidos na resposta imunológica você já ouviu falar sobre 
os Canais linfáticos eferentes? Trate-se dos locais de drenagem dos fluidos dos tecidos 
que transporta os antígenos dos locais de infecção para os linfonodos.
Fonte: Barardi et al, (2010).
20UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade apresentamos o conceito sobre o que significa o sistema imune 
e a sua importância para o bem estar de um organismo, bem como a diferença entre as 
principais células que participam e são ativadas quando o corpo se encontra em estado de 
alerta em especial as Células T e B, suas origens na medula óssea, classificação e formas 
de atuação eliminando o agente patológico.
Em seguida aprofundamos nossos estudos órgãos e tecidos envolvidos, os órgãos 
classificados para defesa primária e secundária. Estudamos também como cada um trabalha 
habilitando e realizando a maturação das células envolvidas nas respostas imunológicas.
Abordamos os tecidos linfoides as principais regiões de mucosas denominadas 
como tecidos de defesa secundária onde, armazenam linfócitos e antígenos os grandes 
responsáveis por culminar a proteção a vida de um organismo. 
Finalmente, entendemos que podemos ter a imunidade resultado da atuação 
geradas por várias classificações de defesas, seja inata a que nasce e permanece com 
indivíduo, a adquirida ao longo da vida aprimorada a cada luta enfrentada pelo nosso 
sistema imunológico.
Na próxima unidade estudaremos a respeito das classificações da imunidade 
dentro do sistema imunológico, como um indivíduo armazena memória para se defender 
a um próximo ataque frente a uma agente já exposto. A manifestação dos anticorpos e 
antígenos junto com as propriedades de ativação, frente a estes fenômenos de interferência 
a proteção ao organismo hospedeiro.
21UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Imune: A extraordinária história de como o organismo se 
defende das doenças 
Autor: Matt Richtel.
Editora: HarperCollins.
Sinopse: Abordagem de um paciente em estágio câncer terminal 
que consegue recuperar sua vida, junto a história narra um sobre 
um desbravador médico que desafia o HIV, e duas mulheres com 
doenças autoimunes descobrem que seus corpos se viraram contra 
elas. Imune abraça de forma única essas histórias com o desejo e 
os esforços da humanidade para desvendar os mistérios da saúde 
e da doença, lançando nova luz sobre o sistema imunológico. 
Conta como o sistema imune é a linha essencial de defesa do 
corpo, um guardião vigilante que enfrenta doenças e cura feridas, 
mantendo a ordem e o equilíbrio para que possamos continuar 
vivos, associando a uma legião de soldados microscópicos. 
 
FILME/VÍDEO
Título: Osmose Jones - Uma Aventura Radical pelo Corpo Humano
Ano: 2001.
Sinopse: Um construtor Frank que não se alimenta bem e vive 
uma vida sedentária. Quando um vírus novo e letal entra no seu 
corpo que é conhecido por “Cidade de Frank”, e faz com que a 
célula branca policial Osmosis Jones (Chris Rock) e a pílula 
Drixorial (David Hyde Pierce) juntem suas forças a fim de eliminar 
os vírus que estão dentro do corpo de Frank e ameaçam todo 
a “cidade” onde vivem., seus glóbulos brancos correm contra o 
relógio biológico para perseguir e destruir essa ameaça.
22
Plano de Estudo:
● Componentes celulares envolvidos na ativação de defesa imune;
● Imunidade Inata e Adquirida;
● Antígenos e ativação de linfócitos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar as principais defesas imunológicas do sistema imune;
● Compreender a atuação e importância da imunidade 
adquirida contra agentes estranho e patógenos;
● Estudar como ocorre dos mecanismos de reconhecimento de um antígeno, 
seus receptores e os linfócitos responsáveis por parar 
ou barrar um agente estranho e patológico; 
● Entender quais propriedades e funções do sistema imune 
frente as barreiras primarias e secundárias.
UNIDADE II
Mecanismos Basicos 
do Sistema Imunológico
Prof.ª Dra. Jaqueline de Santana da Silva
23UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 23UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
INTRODUÇÃO
Caro aluno seja muito bem-vindo ao nosso componente de Imunologia Básica, 
aprecie ao máximo o saber ao qual essa experiência irá lhe proporcionar. 
Nesta unidade II você irá conhecer como o organismo humano possui diferentes 
tipos de imunidade, a inata a qual já iniciamos uma explanação na primeira unidade, 
falaremos sobre a imunidade adquirida a qual aderimosao longo da vida, e partir de nosso 
organismo gera a imunidade e como principal resposta da imunidade adquirida ocorre a 
inflamação, com objetivo de nos defender em situações de invasão ao nosso organismo ou 
prontamente em casos de uma reinvasão de um agente estanho ou causador de doenças. 
Por este motivo se faz tão importante entendermos a imunidade humoral e celular.
Iremos ainda nesta unidade intender quem são os antígenos, como ocorre o 
reconhecimento destes, a ativação do linfócito responsável por realizar a fagocitose e elimina-lo. 
Caso você ainda não obtenha conhecimento algum destes diferentes mecanismos 
do sistema imunológico de um organismo, não se sinta apreensivo iremos compreender 
todas as etapas desde a inicial base, para fortalecer seu aprendizado até evoluirmos ao fim 
desta unidade, compreenderemos cada uma destas etapas na defesa de eliminação de um 
agente causadores de doenças ou que possam debilitar a nossa saúde.
24UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 24UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
1. COMPONENTES CELULARES ENVOLVIDOS NA ATIVAÇÃO DE DEFESA IMUNE
Frente a uma invasão de um micro-organismo potencialmente patogênico ao qual 
invade e ultrapassa as várias barreiras fisiológicas e químicas, a próxima linha de defesa 
a imunidade inata adquirida consiste em várias células especializadas cuja suas funções 
se define em destruir o invasor. Esses componentes aos quais já conhecemos na nossa 
primeira unidade os glóbulos brancos ou seja os neutrófilos, os macrófagos, os eosinófilos, 
os mastócitos e as células NK. Estas células as quais participam intensivamente na 
defesa dos nossos organismos desencadeiam respostas de defesa no nosso organismo, 
seja na imunidade inata, seja na imunidade específica. Essas células desenvolvem umas 
das maiores e extremamente importantes respostas imunológicas de um organismo a 
“inflamação” a resposta, a qual iremos entender a partir de agora.
Esta resposta imunológica já se é estudada desde a Antiguidade. O primeiro a 
descrevê-la em suas denominações fundamentais foi Aurélio Cornélio Celso, na Roma 
Antiga, cerca de 50 a.C. Já no século XIX, o patologista alemão Rudolf Virchow introduziu 
o conceito de perda funcional e estabeleceu as bases fisiopatológicas do processo 
inflamatório. A inflamação (do latim, inflammatio, que significa estimular fogo) ou processo 
inflamatório corresponde a resposta do organismo a uma agressão sofrida e o mecanismo 
mais importante da defesa do organismo. Entende-se como agressão qualquer processo 
passível de promover lesões celulares ou tecidual, figura 1. 
25UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 25UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
Esta resposta-padrão é comum a vários tipos de tecidos e orientada por diversas 
substâncias produzidas pelas células danificadas e pelas células do sistema imune que 
estejam eventualmente alocadas nas proximidades da lesão, onde podemos identificar o 
início da ativação de resposta a quimiotaxia, onde ocorre processo de migração das células 
em direção a um gradiente químico. A indução de quimiotaxia pode ocorrer em dois sentidos, 
de forma negativa na qual as células se movem em sentido oposto de uma substância, ou, 
positiva na qual induzem as células a se moverem em direção a um gradiente químico, ou 
seja, ao agente estranho. (TORTORA et al, 2017).
Este percurso se dá essencialmente como ativador no sistema imunológico como 
alerta as células de defesa do processo imunitário, ou seja, em uma resposta inflamatória, 
a quimiotaxia alerta os leucócitos para que migrem em direção a região invadida ou seja ao 
gradiente quimiotático disposto no sitio inflamatório (TIZARD, 2014).
FIGURA 1: INFLAMAÇÃO LESÃO CELULAR E TECIDUAL
 
Fonte: INFLAMAÇÃO. Resumo Fisio, 2017. Disponível em: https://resumofisioterapia.blogspot.com/2017/08/
inflamacao.html?view=snapshot Acesso em: 25 jun. 2022. 
Os elementos quimiotáticos se juntam a receptores específicos na superfície 
celular. Esta ligação coorienta o fenômeno de transdução de sinal no interior dos leucócitos, 
ocasionando a montagem dos elementos contráteis do citoesqueleto, imprescindíveis para 
o movimento dessas células. 
26UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 26UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
Os leucócitos caminham projetando pseudópodes que se ancoram na matriz 
extracelular, ao qual denominamos esta migração, saída dos glóbulos brancos dos vasos 
sanguíneos por diapedese. Por quimiotaxia, os neutrófilos e monócitos são atraídos até o 
local da inflamação, passando a englobar (emitindo pseudópodes) e a destruir os agentes 
invasores. impulsionando a célula na direção da projeção. Este movimento é acometido 
pela alta densidade de interações ligante quimiotático-receptor, situado na parte dianteira 
do leucócito. Grande parte dos processos inflamatórios, os primeiros leucócitos que migram 
em direção a região onde se localiza a inflamação são os neutrófilos, predominando no 
infiltrado inflamatório durante as primeiras 6 a 24 horas, sendo, posteriormente, substituído 
por monócitos, que, quando migram para os tecidos passam a ser chamados de macrófagos, 
dentro de 24 a 48 horas (ABBAS, 2012).
Assim como a maioria das células envolvidas na resposta inflamatória é constituída 
de células fagocíticas, consistindo principalmente, em sua maior parte, em leucócitos 
polimorfonucleares, fagocitam o invasor ou o tecido comprometido e liberam suas enzimas 
lisossomais na tentativa de destruir o invasor (Figura 2). Se o motivo causador da resposta 
inflamatória persistir além desse ponto, dentro de aproximadamente 2 a 3 dias a área 
será infiltrada por células mononucleares atuando então os macrófagos e monócitos. Os 
macrófagos vão intensificar a atividade fagocítica dos polimorfonucleares, aumentando 
assim a defesa da área. Os principais sintomas inflamatórios marcantes conhecidos como 
sinais cardinais da inflamação descritos há quase 2.000 anos como o edema (tumor), a 
vermelhidão (rubor), o calor, a dor e a perda da função da área inflamada. Dentro de minutos 
após o ferimento, o processo inflamatório inicia-se com a concentração e o aumento da 
concentração de substâncias farmacologicamente potentes.
FIGURA 2: ATIVAÇÃO, QUIMIOTAXIA E DIAPEDESE DE NEUTRÓFILOS PARA O SÍTIO 
INFLAMATÓRIO
 
Fonte: Adaptado de Mayer (2010).
27UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 27UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
A inflamação deve ser destacada em duas em dois tipos principais, de acordo com 
a sua velocidade de instalação: a aguda e a crônica. Inflamação aguda é aquela que se 
instala rapidamente, como, como após um acidente em que ocorre lesão tecidual de forma 
súbita. Algumas vezes, é difícil ou impossível retirar as causas da inflamação. No entanto, 
a inflamação crônica se instala de forma lenta e enganadora, como, por exemplo, nas 
doenças reumatológicas, na tuberculose, na glomerulonefrite e em doenças autoimunes. 
Essas categorizações não se correlacionam à gravidade do processo, mas apenas, como 
já dito anteriormente, à agilidade de alocação. Diante disto se é sabido, podem existir 
processos inflamatórios agudos de gravidade baixa ou alto grau de gravidade, o mesmo 
ocorre com no processo de inflamação crônica. variando da duração da inflamação, 
essa resposta é suplementada e amplificadas por elementos da imunidade específica ou 
adquirida, que será tratada nas próximas unidades. Esses agentes incluem anticorpos e 
imunidade mediada por linfócitos T (MURPHY et al, 2008). Um ponto importante a ser 
ressaltado é que a cascata de ativação das proteínas de complemento também é ativada. 
Completando assim a nossa explanação essas proteínas ativadas elevam capacidade de 
permeabilidade vascular, dilatação capilar e as substâncias quimiotáticas que atraem e 
ativam células polimorfonucleares adicionais e linfócitos antígeno específicos.
28UNIDADEI Introdução ao Sistema Imunológico 28UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
2. IMUNIDADE INATA E ADQUIRIDA
 
Se faz extremamente necessário enfatizar que as ações da imunidade inata 
são inespecíficas, do ponto de vista em que, elas atuam independentemente do tipo do 
patógeno, seja ele vírus, fungo ou bactéria. A imunidade adquirida já é pré-estabelecida 
formada por linfócitos, células especializadas em reconhecer os antígenos. Esta ação 
ocorre quando o sistema de imunidade inata não é suficiente para barrar a entrada do 
patógeno, ele consegue atingir os órgãos linfoides, onde será reconhecido pelos linfócitos 
de uma maneira específica (ABBAS, 2007; MURPHY, 2014).
Veja, no esquema da figura 3, uma representação desses dois tipos de imunidade. 
Onde Os mecanismos da imunidade inata fornecem a defesa inicial contra infecções. 
A resposta imune adaptativa desenvolve-se posteriormente e constituem a ativação 
dos linfócitos. A cinética das respostas imunológicas inata e adaptativa é uma grande 
potencialidade de amplificação com poder de variar em diferentes infecções.
FIGURA 3: IMUNIDADE INATA E ADAPTATIVA
 
Fonte: Adaptado de Abbas (2012, p.4).
29UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 29UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
O sistema imunológico é responsável por defender o nosso corpo e todo sistema contra 
agentes invasores desconhecidos ou perigosos aos quais somos expostos todos os dias. 
Neste objetivo em compreendermos como nosso sistema imunológico é formado, entendemos 
que após a atuação do sistema imune inato, este sendo insuficiente agindo de forma unificada, 
estendemos se a ativação da ação do sistema imune adquirido, ao qual adquirimos longo da 
vida, gerando memoria, o sistema imune humoral, aos componentes nesta organização como 
mostra a figura 4. Como já explanado há dois tipos de imunidade adquirida: 
● Imunidade humoral: coordenada pelos linfócitos B, células produtoras de anticorpos, 
compostas de glicoproteínas, disponíveis no sangue e nas mucosas e atuam contra 
patógenos extracelulares, bloqueando a entrada destes nos tecidos conjuntivos.
● Imunidade celular: composta pelos linfócitos T, com a demanda de eliminar 
patógenos intracelulares. Os linfócitos T acionam as células fagocíticas para 
eliminar os patógenos por elas fagocitados. Existem alguns tipos de linfócitos T que 
possuem capacidade de destruir todos os tipos de célula alojadas em um patógeno 
em seu citoplasma (ABUMARE et al, 2017).
As características de especificidades e de memória imunológica são duas grandezas 
extremamente importantes da imunidade adquirida. Na especificidade, os linfócitos T 
possuem receptores que fazem o reconhecimento para antígenos distintos. Na memória 
imunológica, entendemos que, a partir de exposições repetitivas de determinado antígeno, 
as respostas imunes se tornam mais especificas. A primeira exposição de um antígeno 
gera uma reposta imunológica primária, que é coordenada por linfócitos “virgens”, os que 
de fato desconhecem o corpo estranho com seu antígeno específico. A repetição do contato 
com o antígeno elabora as respostas imunológicas secundárias, estas já são mais rápidas 
e ágeis para realizarem a eliminação dos antígenos em relação às respostas primárias. 
Capacidade adquirida após as respostas primárias, são criados linfócitos de memória, que 
são células de vida longa, que quando acionadas novamente pelo mesmo antígeno, tornam 
as respostas imunes mais eficazes (DINIZ e FIGUEIREDO, 2014).
30UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 30UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
FIGURA 4: IMUNIDADE HUMORAL E IMUNIDADE CELULAR
 
Fonte: Adaptado de Abbas (2012, p.5).
As fases das respostas imunológicas adquiridas de modo geral, seguem uma 
sequência de fases linear, como: “Reconhecimento” os linfócitos T ou B aqueles que ainda 
não obtiveram nenhum contato com seu antígeno específico ativam seus receptores de 
membrana para reconhecerem o antígeno. “Ativação” a comunicação do receptor do linfócito 
com o antígeno, agregados aos sinais secundários, realizados pelos agentes patogênicos ou 
por outras células do sistema imune, induzem maior produção dos linfócitos em um processo 
chamado de expansão clonal, que é o aumento numérico de linfócitos que reconhecem 
o antígeno. A terceira a “Fase Efetora” os linfócitos acionados, também nominados de 
efetores, desenvolvem um planejamento imune para a exterminação do antígeno. Como 
a produção de anticorpos que retiram substâncias mediadoras para estimular as células 
fagocíticas, ou se diferenciam em células que destroem células já infectadas. “Declínio” 
acontece quando a eliminação dos antígenos, a maioria dos linfócitos efetores morre por 
apoptose e são retirados pelos fagócitos. E assim a quinta fase “Memória” os linfócitos 
efetores sobreviventes permanecem vivos por longos períodos e podem ser reativados, 
acionados rapidamente (ABBAS, 2012; MURPHY, 2014).
31UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 31UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
FIGURA 5: PRODUÇÃO DE ANTICORPOS
Fonte:https://stock.adobe.com/br/images/b-cell-lymphocyte-producing-antibodies/60757357?prev_url=detail
Para concluirmos estas funcionalidades e diferenciação da imunidade inata e 
imunidade adquirida de proteção ao indivíduo de maneira eficaz contra uma doença, o sistema 
imune deve realizar quatro principais tarefas dentre elas as já citadas acima. A capacidade 
de reconhecimento imune: a presença de uma infecção deve ser detectada. Essa tarefa é 
realizada pelos leucócitos do sistema imune inato, os quais proporcionam uma resposta 
imediata, e pelos linfócitos do sistema imune adaptativo. Sequentemente a tarefa é barrar 
paralisar a infecção e, se possível, eliminá-la por completo, o que traz à ativação das funções 
imunes efetoras, como o sistema do complemento de proteínas sanguíneas, os anticorpos 
gerados por alguns linfócitos e a capacidade destrutiva dos linfócitos e outros leucócitos. 
Em paralelo, a resposta imune deve ser mantida sob controle para que não cause nenhum 
maleficio ao próprio organismo invadido. A regulação imune, ou seja, a função que o sistema 
imune possui para autorregulação, é, portanto, um aspecto importante nas respostas imunes, 
e a falha desta regulação acentua para o desenvolvimento de determinadas condições, como 
alergias e doenças autoimunes. E por último a sistema imune deve proteger o indivíduo 
contra a recorrência de uma doença devida a um mesmo patógeno. Uma propriedade 
particular do sistema imune adaptativo, a capacidade de produzir memória imunológica, de 
forma que, ao acorrer a exposição uma vez a um agente infeccioso, uma pessoa produzirá 
uma resposta forte e imediata contra qualquer exposição subsequente ao mesmo patógeno, 
isto é, ela terá imunidade protetora contra ele. Obter maneiras de produzir imunidade de 
longa duração contra patógenos que não provocam essa imunidade naturalmente é um dos 
maiores desafios dos imunologistas hoje (ABBAS, 2007; BARARDI et al, 2010).
32UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 32UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
3. ANTÍGENOS E ATIVAÇÃO DE LINFÓCITOS
Agora nesta etapa seguimos nossa caminhada de saberes e após conhecermos 
as células T a partir seus antígenos e receptores, para que neste tópico você entenda 
características e, as funções destas células na linha de frente em defesa do nosso 
organismo e como estas atuam frente a um agente estranho invasor. Os linfócitos são 
células mononucleares que possuem uma fina borda de citoplasma quando se encontram 
no seu estado de repouso. Uma célula quando ainda não foi estimulada por um antígeno 
denominamos à estado de repouso, no entanto, é considerado parte do sistema imune 
inato chamados de células T ou linfócitos.
Como já apresentadas essas células se faz necessário compreender as 
potencialidades da resposta imunológica em todos osâmbitos como, ser capaz de distinguir 
o que é próprio do organismo do que não é. Caso contrário, as células T e os anticorpos 
atacariam constantemente as células autólogas células do próprio organismo, componentes 
dos tecidos ou até bactérias comensais. Na década de 1950, Sir Frank Macfarlace Burnet 
apresentou pela primeira vez que, no estágio pré-natal, a interação dos autoantígenos com 
linfócitos específicos para antígenos levaria à eliminação dos linfócitos autorreativos e, assim, 
à tolerância imunológica. Quando em ocasionalidades em que a tolerância imunológica não 
funcionasse, os anticorpos e as células sensibilizadas (reativas para antígenos) que são 
direcionadas contra autoantígenos provocam as doenças autoimunes (ABBAS, 2007).
33UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 33UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
O sistema imune adaptativo atua de formas três estratégias principais para 
combater a maioria dos micro-organismos. Por meio dos anticorpos, ou seja, definimos 
por antígenos moléculas desconhecidas no organismo as quais se destacam de células 
estranhas, tais como bactérias, fungos, protozoários, capazes de se ligarem aos anticorpos, 
no entanto, existem substâncias “antigênicas” estas reagem com o anticorpo, mas não 
são capazes de estimular sua produção. Os anticorpos secretados ligam-se aos agentes 
estranhos extracelulares bloqueiam a sua capacidade de infectar células do hospedeiro e 
realizam a sua ingestão e sequentemente a destruição por células fagocitárias. Os linfócitos 
T reconhecem os antígenos proteicos de microrganismos que são expostos sobre as 
superfícies das células invadidas pelo agente como peptídeos vinculados às moléculas do 
complexo maior de histocompatibilidade (MHC) (ABBAS, 2007).
Neste cenário temos as células T auxiliares amplificando a capacidade microbicida 
dos fagócitos aos quais ingerem os micro-organismos e os destroem, auxiliando também 
neste processo os linfócitos T citotóxicos (CTL) destroem as células infectadas por agentes 
estranhos que são inacessíveis aos anticorpos e à destruição fagocítica. O princípio da 
resposta adquirida consiste em ativar um ou mais desses mecanismos de defesa contra 
agentes estranhos diversos que podem estar em diferentes localizações anatômicas, na. 
circulação ou dentro de células. Todas as respostas imunes adaptativas constituem e 
atuam em etapas, e cada etapa corresponde a reações específicas dos linfócitos, figura 5. 
Iniciamos estas etapas com a principal fase da resposta da imunidade adquirida definida 
pelo reconhecimento do antígeno. (ABBAS, 2007; MURPHY e TRAVERS, 2008).
FIGURA 6: RECONHECIMENTO DE ANTÍGENOS
Fonte: https://stock.adobe.com/br/images/antigen-presentation-for-b-cell-recognition-illustra-
tion/452668177?prev_url=detail
34UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 34UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
Após a apresentação do antígeno o número de linfócitos virgens específicos para 
todas as categorias de antígeno é muito pequeno aproximadamente da ordem de 1 em 105 a 
106 linfócitos e a quantificação do antígeno disponível também pode ser muito pequena, são 
necessário o auxílio de mecanismos para captura dos agentes a serem abordados no processo 
final de fagocitose e eliminação, assim completando sua função ao alojar seus antígenos na 
posição correta e apresentá-los aos linfócitos específicos (DINIZ e FIGUEIREDO, 2014). As 
células dendríticas são as APC que apresentam os peptídeos microbianos aos linfócitos T 
CD4 e CD8 virgens iniciando respostas imune adquiridas aos antígenos proteicos. Estas 
células localizadas nos tecidos conjuntivos e epiteliais capturam os microrganismos digerem 
suas proteínas em peptídeos e expressam em suas áreas superficiais, os peptídeos ligados 
a moléculas de MHC, desta forma as moléculas capacitadas em apresentarem peptídeos ao 
sistema imune adaptativo. As células dendríticas transportam sua carga antigênica até os 
gânglios satélites e permanecem nestas áreas nas mesmas regiões dos gânglios linfáticos 
por onde os linfócitos T virgens realizam circulação continuamente (ABBAS, 2012). Neste 
processo sincrônico a probabilidade de um linfócito com receptores de antígeno entrar 
em contato com esse antígeno figura 6, então adquire a probabilidade aumentada pela 
concentração do antígeno de forma identificável na localização anatômica exata. 
FIGURA 7: RECONHECIMENTO DO ANTÍGENO, ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS E ELIMINAÇÃO 
 
Fonte: Adaptado de Abbas (2012, p.8).
35UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 35UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
SAIBA MAIS
Para reforçarmos o seu conhecimento nesta unidade saiba que os linfócitos B são um 
componente da resposta imune “adquirida” que possuem características de especificidade 
e memória. Os papéis mais importantes dos linfócitos B são:
1. Garantir a produção de anticorpos contra antígenos-alvo apropriados com a ajuda 
dos linfócitos T; e 
2. Mostrar antígenos aos linfócitos T e propiciar sinais para a ativação dos linfócitos T.
Fonte: Barardi et al, (2010).
REFLITA
Você já aprofundou seu conhecimento a importância dos epítopos? Entende-se 
por epítopo a menor parte de um antígeno capaz de estimular resposta imunológica 
ligando-se ao anticorpo. Estes são regiões moleculares dos antígenos que se ligam aos 
receptores celulares e aos anticorpos. Um antígeno possui vários epítopos.
Fonte: Barardi et al, (2010).
36UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 36UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nesta unidade apresentamos o conceito sobre os diferentes tipos de imunidade 
a imunidade inata a adquirida ou adaptativa de memória, a humoral do sistema imune e 
a sua importância para o bem estar de um organismo, explanamos a principal resposta 
imunológica a inflamação.
Entendemos a diferença entre as principais células que atuam no reconhecimento 
de um agente estranho, os antígenos, seus receptores e a apresentação destes gerando a 
ativação aos linfócitos responsáveis pelo fenômeno fagocitário e o processo de eliminação, 
em especial as Células T e B.
Compreendemos a imunidade humoral no contexto de ativação dos linfócitos e 
eliminação dos microrganismos extracelulares, gerando a memória imunológica, a qual 
proporciona uma ágil defesa em casos de reincidências de invasões ao organismo.
os grandes responsáveis por culminar a proteção a vida de um organismo. 
Finalmente, entendemos que podemos ter em diferentes tipos de imunidade que 
nos proporcionam várias classificações de defesas, seja inata a que nasce e permanece 
com indivíduo, a adquirida ao longo da vida aprimorada a cada contato com um novo 
microrganismo ou agente desconhecido.
Na próxima unidade abordaremos a respeito da atuação dos anticorpos na imunidade 
diante do sistema imunológico, o entenderemos sobre o complexo de histocompatibilidade 
diante aos fenômenos de interferência a proteção do organismo hospedeiro.
37UNIDADE I Introdução ao Sistema Imunológico 37UNIDADE II Mecanismos Basicos do Sistema Imunológico
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Imunidade, intestinos e Covid19: O que fazer para preparar 
seu corpo para a próxima pandemia 
Autor: Denise de Carvalho.
Editora: Pandorga.
Sinopse: A ciência vem realizando relevantes descobertas sobre 
a importância do intestino e sua relação com os demais sistemas 
do organismo, como o sistema nervoso, endócrino e imunológico. 
Estamos acostumados com a ideia de que o intestino é o local de 
digestão e absorção dos alimentos, mas, há várias décadas, os 
estudos vêm mostrando que sua mucosa aloja a maior coleção de 
células imunes do corpo e que estas estão em atividade contínua, 
intensa e silenciosa. A microbiota do intestino, quando bem 
equilibrada, produz substâncias com ação antibiótica, antifúngica 
e antiviral, incluindo enzimas que digerem as paredes de outros 
microrganismos. Por isso é importantíssimo mantero bom 
funcionamento do intestino, prevenindo doenças. Conhecimento 
é investimento contínuo e com o objetivo de aprimorá-lo, chegou 
a hora de não apenas compreender, mas integrar: sistema 
imunológico, sistema digestivo e mecanismos fisiopatológicos 
envolvidos em enfermidades como a Covid-19, por exemplo, 
para, assim, nos prepararmos melhor para o incrível desafio que é 
sobreviver no mesmo mundo em que os microrganismos.
FILME/VÍDEO
Título: Eu sou a lenda 
Ano: 2007.
Sinopse: Robert Neville (Will Smith) é um cientista que não 
conseguiu impedir a propagação de um terrível e incurável vírus 
produzido em laboratório. Um dos poucos imunes à doença que 
transforma pessoas em seres agressivos, Neville agora acredita 
ser o último sobrevivente humano em Nova York e talvez do 
mundo. Enquanto tenta descobrir uma cura para a doença, ele 
segue tentando encontrar outros sobreviventes e lidando com a 
solidão de viver sozinho no mundo.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=hXO-1bJHk-s 
38
Plano de Estudo:
● Anticorpos e Ligação aos Antígenos; 
● Complexo de Histocompatibilidade.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar os principais mecanismos de respostas 
imunológicas do sistema imune;
● Compreender a atuação e importância da interação linfócitos e 
antígenos, e da ativação dos linfócitos frente aos patógenos;
● Estudar como ocorre os mecanismos de reconhecimento de um antígeno, seus 
receptores e os linfócitos responsáveis por parar ou barrar um agente estranho 
e patológico auxiliado pelo reconhecimento de anticorpos específicos; 
● Entender quais propriedades e funções dos anticorpos 
e sua atuação em defesa ao organismo.
UNIDADE III
Mecanismos de 
Respostas Imunológicas 
Prof.ª Dra. Jaqueline de Santana da Silva
39UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas 
INTRODUÇÃO
Olá aluno seja muito bem-vindo a nossa unidade III da nossa disciplina de 
Imunologia Básica, desfrutem de todo o percurso alavancando ainda mais se conhecimento 
na nossa penúltima unidade, espero que esteja animado e disposto a se dedicar neste 
percurso de grande saber.
Neste momento iremos compreender alguns termos para o nosso embasamento 
como já mencionado na unidade anterior a importância de especificidade o que se é 
definido a habilidade do nosso corpo reconhecer agentes estranhos, memória a capacidade 
de lembrar ou reconhecer um antígeno distinguindo entre o próprio e não próprio sendo 
prejudicial, adquirir potencial de manifestação de antígenos não próprios e impedir 
respostas a antígenos que fazem parte do nosso próprio organismo, atuando como parte 
da resposta imune intervindo glóbulos brancos (linfócitos) T e B desempenhando várias 
funções no sistema imune.
Entenderemos que os glóbulos brancos B são as únicas células capazes de produzir 
anticorpos. Aprofundaremos os estudos dessas células e abordaremos a sua diferenciação 
completa. Despertando a capacidade de entender que os anticorpos na superfície dos 
linfócitos B, serão específicos para cada determinante antigênico que é a menor porção de 
antígeno com potencial de gerar a resposta imune, antes do contacto com antígeno. 
Assim entenderemos em conjunto sobre as disposições estruturais e a função dos 
anticorpos. Por tanto, entenderemos que os anticorpos atuando unicamente não serão capazes 
de proteger por completo e que precisão de outras proteínas encontradas no corpo, as proteínas 
de complemento. As proteínas são relevantes, ainda na imunidade inata antes da existência de 
anticorpos no organismo para aquele agente invasor, já contribui com essa defesa.
40UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas 
1. ANTICORPOS E LIGAÇÃO AOS ANTÍGENOS
Quando realizamos explanação da imunidade inata, compreendemos que essa age 
como nossa primeira defesa contra os microrganismos invasores e que também é conhecida 
como imunidade não específica. Agora abordaremos com mais detalhes o desenvolvimento 
dos linfócitos B e T, são as células encarregadas em gerar resposta imune específica, e 
as proteínas que fazem parte dessas respostas. Assim, essa resposta imune desempenha 
características que não está presente na imunidade inata, sendo:
a) especificidade: é a capacidade de distinguir cada um dos componentes 
de um agente estranho (que denominamos de antígenos) e age como resposta 
específica para os mesmos, ou seja, denominamos de epítopo antigênico, sendo 
os componentes antigênicos de um antígeno. 
b) memória: é a capacidade de se lembrar de um contacto prévio com um tipo de 
antígeno, da forma a qual uma exposição que proporcione uma resposta imune ágil 
e potente.
c) discriminação entre o próprio e o não próprio: atua como resposta aos 
antígenos que são não próprios (estranhos), dessa forma evita respostas aos 
antígenos que são considerados próprios. No entanto, esses mecanismos podem 
apresentar falhas e podendo desencadear doenças autoimunes, associados pelo 
fato de o corpo reconhecer elementos estranhos e agirem contra eles, através de 
uma resposta imune. 
41UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas 
Dessa maneira, busca reconhecer e combater os patógenos de um indivíduo, além 
disso, foram desenvolvidos os linfócitos do sistema imune adaptativo, que agem no 
reconhecimento vários antígenos propagadores de doenças oriundos de bactérias, 
fungos, parasitas e outros agentes. Desta forma, os linfócitos também podem atuar 
no reconhecimento de agentes inócuos como fezes de ácaros, pó, pólen de flores 
e entre outros, entretanto podem desencadear problemas alérgicos preocupantes 
para sociedade (JANEWAY et al, 2005).
Os principais tipos de antígenos consistem em proteínas, carboidratos, lipídeos, 
ácidos nucleicos e pequenos grupamentos químicos (haptenos). Os antígenos podem ser 
componentes dos microrganismos, helmintos, de substâncias ingeridas como por meio 
da alimentação, substâncias inaladas. Como um grão de pólen, de órgãos ou tecidos 
transplantados e até de componentes próprios, ou seja, antígenos próprios. A antigenicidade 
confere a capacidade de um antígeno de ser reconhecido por pelo sistema imunológico 
e a imunogenicidade, é a capacidade do antígeno de estimular uma resposta imune, 
quando utilizado com objetivo de imunização. Quando um antígeno é capaz de induzir 
imunogenicidade, ele é denominado imunógeno (MURPHY, 2014).
Os linfócitos B são elementos da resposta imune adquirida agem em função das 
características de especificidade e memória. Desempenham como funções importantes: 
Garantir que os anticorpos sejam produzidos se opondo aos antígenos-alvo 
através dos linfócitos T;
Mostrar antígenos aos linfócitos T, além disso propiciar a ativação dos linfócitos T 
através de sinais. 
Desta forma, as moléculas de reconhecimento de antígenos que estão presentes na 
superfície das células B são as imunoglobulinas ou Ig, ou popularmente conhecidas como 
anticorpos. Essas proteínas são também sintetizadas pelos linfócitos B com uma ampla 
variedade de especificidades antigênicas, fica encarregado a cada linfócito B a função pela 
síntese de uma imunoglobulina de especificidade única para um único epítopo antigênico. 
Após reconhecerem o epítopo antigênico, essas células são ativadas e proliferam gerando 
muitos clones idênticos e produzindo Ig com a mesma especificidade para o mesmo epítopo 
antigênico inicial. Algumas dessas células se diferenciam em um tipo celular denominado 
plasmócito que, em vez de conter a Ig em sua membrana, excreta essa proteína, conferindo 
o que chamamos de imunidade humoral, ou seja, uma imunidade que pode ser medida no 
soro dos indivíduos pelo anticorpo ali presente (ABBAS, 2007).
42UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas 
Para estar pronto para esta linha de defesa aos linfócitos passam por um processo 
de maturação e diferenciação. O processo de maturação e diferenciação dos linfócitos B 
é regido pela expressão da imunoglobulina de sua superfície. As células mais precoces 
da linhagemB são conhecidas como células pró-B por serem as células progenitoras com 
capacidade de autorrenovação limitada. Essas células são derivadas de um precursor 
pluripotente denominado célula-tronco hematopoiética, como já estudamos na unidade I. 
Essas células podem ser diferenciadas através das cadeias da molécula de anticorpo, ou 
cadeia pesada mi (µ). Nesse caso, quando ocorre da célula B, estar associada cadeia da 
imunoglobulina, podemos denominar de pré- B. Dessa forma, essa célula pré- B têm a função 
de parar os rearranjos gênicos relacionados a cadeia pesada de Ig, consequentemente 
expresse cadeias mais leves. No entanto, pode ocorrer a união de uma proteína de cadeia 
pesada com uma proteína de cadeia leve, sucedendo a formação de uma molécula completa 
de imunoglobulina a (IgM) (o M vem da designação µ da cadeia pesada). No caso, da 
molécula IgM, quando associada a superfície da célula B passa a ser chamada de célula B 
imatura (ABBAS, 2012; BARARDI et al., 2010).
No interior da célula na medula óssea ocorre o estágio de maturação, no entanto, 
não depende da estimulação proveniente de antígeno. Dessa forma, as células imaturas 
passam pelo processo de seleção dos antígenos encontrados no corpo, além disso, controla 
a capacidade de sobrevivência no sangue periférico. No caso das células B, essas têm a 
função de deixar a medula óssea e chegando até sangue periférico. Ainda, temos as células 
(autorreativas) que estão relacionadas ao antígeno próprio, ocorrendo o processo de deleção 
clonal, consequentemente entra em apoptose. As células que não estão interagindo com 
autoantígenos, essas passam a indicar uma molécula de IgD (com cadeia pesada delta), 
também com a mólecula IgM, chamadas de células B maduras ou células B virgens. Logo, 
essas células estão associadas a circulação ou em órgãos linfoides, através da ligação de 
antígeno (Figura 1) (BARARDI et al., 2010).
43UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas 
FIGURA 1: MATURAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS LINFÓCITOS B
 
Fonte: Adaptado de Benjamini, et al. (2002, p. 80).
A quantidade media da produção diária de 10-20 x 106 de novas células B corresponde 
a 5-10% das células B, recorrente ao sangue periférico e para os órgãos linfoides, cerca 
de 90 a 95% dessas células acabam sendo mortas diariamente. Além disso, 50% das 
células maduras sobrevivem por cerca de três dias ao chegarem ao sangue periférico. As 
outras conseguem viver um pouco mais, devido a não estimulação de antígenos, através da 
entrada de folículos linfoides pertencente aos órgãos linfoides. Dessa maneira, as células 
terão vida longa caso estejam associadas aos antígenos. A ativação do linfócito B, estar 
associado aos resultados da expansão clonal, através da a geração de linfócitos B de 
memória e células plasmáticas (BARARDI et al., 2010; JANEWAY, 2014).
44UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas 
Ao serem ativados por um antígeno um linfócito B consegue gerar a primeira 
resposta, a produção de IgM, percebe-se a presença do mesmo no período de cinco a dez 
dias da estimulação começando os indícios no sangue periférico (Figura 2).
Contudo lembrem-se que, após o processo de infecção, após algum tempo, 
ocorrerá a detecção de anticorpos no soro do indivíduo, isso acontece devido ao fenômeno 
que chamamos de janela imunológica, ou seja apesar de apresentar a infecção, o teste 
sorológico não consegue diagnosticar o indivíduo pelo espaço de tempo da infecção até a 
manifestação. Além disso, nesse período o indivíduo pode estar infectado, por outros vírus, 
que geram conflito de resposta, ou seja, uma reatividade cruzada, como é o caso do HIV, 
sem ter o conhecimento.
FIGURA 2: SELEÇÃO E EXPANSÃO CLONAL DE LINFÓCITOS B APÓS O CONTATO 
COM O ANTÍGENO, COM GERAÇÃO DE LB DE MEMÓRIA
 
Fonte: Adaptado de Barardi et al, 2010.
1.1 Estrutura e função dos anticorpos 
A fração do sangue é composta por soro, o sangue coletado não apresenta 
anticoagulante, ou pelo plasma, ao contrário, o sangue apresenta anticoagulante, o processo 
consiste em submeter a uma eletroforese simples e não desnaturante, (campo elétrico em 
que ocorre a separação de proteínas), isso ocorre devido a presença de cargas positivas e 
negativas que separam as proteínas decorrentes dos aminoácidos presentes. No sangue 
são encontradas proteínas denominadas de solúveis, sendo albumina encontrada em maior 
quantidade desse grupo, além disso, as globulinas divididas em frações Alfa, Beta e Gama 
globulinas. Dentre essas frações, a gama globulinas do soro se destaca por apresentar 
propriedades que atuam na imunidade e barreira protetiva contra agentes estranhos. Assim, 
essas são glicoproteínas solúveis que tem a função de ligar antígenos. 
45UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas 
Dessa forma, as glicoproteínas podem ser denominadas de anticorpos ou 
imunoglobulinas (LOCKER et al, 2021). 
Conforme já abordamos nesse estudo, os linfócitos B são as únicas células que têm a 
capacidade de conter imunoglobulinas associada a membrana. Desse modo, a imunoglobulina 
proveniente na membrana, está ligada a duas proteínas diméricas importantes, sendo 
denominadas de Ig/Igß. Esse conjunto é responsável entre a ligação do antígeno na Ig e 
também associada a célula B, além disso, esse conjunto é chamado de receptor de célula B 
ou BCR (B Cell Receptor), referindo ao termo em inglês (Figura 3). A produção dos anticorpos 
presente no sangue, ocorre através dos plasmócitos, esses são os linfócitos B encontrados 
em estágio final, mas agem na produção de vários anticorpos. (BARARDI et al., 2010).
FIGURA 3: ESTRUTURA DE BCR
 
Fonte: Adaptado de Barardi et al, 2010.
Na superfície das células ocorre a junção dos elementos quimiotáticos com 
receptores específicos, isso se dar através do fenômeno de transdução de sinal no 
interior dos leucócitos, acarretando a formação dos elementos contráteis do citoesqueleto, 
que atuam diretamente na movimentação das células. Já os leucócitos andam com os 
pseudópodes agindo na matriz extracelular, ocorrendo o processo de migração, ou seja, 
acontece a saída dos leucócitos presente nos vasos sanguíneos acarretando a diapedese. 
Além disso, por quimiotaxia, os neutrófilos são impulsionados até a região da inflamação, 
destruindo os agentes invasores, seguindo a projeção da célula. 
46UNIDADE III Mecanismos de Respostas Imunológicas 
Os processos inflamatórios, são decorrentes em maior parte, pelos leucócitos que 
mudam em direção a região que ocorre a inflamação, sendo denominados de neutrófilos, 
esses se encontram infiltrados onde ocorre a inflamação, entre 6 a 24 horas, após esse 
período, são substituídos por monócitos, além do mais, no período de 24 a 48 horas se 
ocorrer a migração para os tecidos, esses são denominados de macrófagos (ABBAS, 2012).
1.1.1 Linfócitos ou células T
Imunidade celular: composta pelos linfócitos T, atua eliminando patógenos 
intracelulares. Os linfócitos T tem a função de ativar as células fagocíticas, buscando a 
eliminação dos patógenos que foram fagocitados. Além de que, são encontrados alguns 
tipos de linfócitos T, agindo na destruição de células que contenha um patógeno em seu 
citoplasma (ABUMAREE et al, 2017).
As características especifidade e de memória imunológica são duas potencialidades 
importantes da imunidade adquirida. Desse modo, os linfócitos T possuem receptores 
que desempenham o reconhecimento para antígenos diferentes. Se tratando da memória 
imunológica, compreendemos que ocorre uma maior especificidade das respostas imune 
quando exposta as repetições de determinado antígeno. Quando o antígeno é exposto, 
ocorre uma resposta imunológica primária, esse processo é conduzido por linfócitos 
“virgens”, o que de fato desconhecem o corpo estranho com seu antígeno específico. A 
repetição do contato com o antígeno elabora as respostas imunológicas secundárias, estas 
já são mais rápidas e ágeis para realizarem

Continue navegando