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Lesões sem significado clínico São aquelas não importantes para a causa da morte. Sistema Respiratório 1. Enfisema pulmonar (alveolar ou intersticial):só pode ser considerado patológico se existir evidência de dispneia e/ou doença pulmonar prévia. É reconhecido como maior quantidade de ar no pulmão dentro dos septos alveolares e intersticiais. Ocorre quando, no período peri mortem, o bovino faz movimentos de respiração bucal profunda, comum em abatedouros. 2. Atelectasia: são comuns em necropsia de bovinos e suínos, possuem consistência semelhante ao fígado, muito diferente do pulmão, são áreas de pneumonia antiga, crônica, resolvida, que não acarreta sinal clínico desde que de pequeno tamanho. Há de avaliar se a lesão é crônica (atelectasia) ou aguda (acompanhada de inflamação). Sistema Cardiovascular 1. Hemorragias epicárdicas: podem ser vistas no endocárdio , miocárdio e, mais comumente, no pericárdio. 2. Diátese hemorrágica: há distúrbio de coagulação, as hemorragias devem aparecer em outros locais, em especial nas serosas, também podem ocorrer em casos de septicemia. 3. Hematocisto: hematoma congênito nas margens das valvas atrioventriculares, comuns em bezerros, não tem correlação com traumas. 4. Cistos serosos/linfáticos: ocorrem mais frequentemente em valva AV esquerda. Os cistos não regridem com a idade, e podem inclusive aumentar com a idade. Sistema Digestório 1. Listas tigróides: são comumente observadas no cólon (porção terminal), também podem ser observadas na vesícula urinária. Ocorre por aprisionamento do sangue no topo das dobras da mucosa, quando no peri mortem o animal comprime para urinar ou defecar, com a coagulação, o sangue fica aprisionado e permanece ali. 2. Telangiectasia: comum em bovinos, (de mais idade), sendo caracterizada pelo desaparecimento de cordões de hepatócitos e formação de lacunas repletas de sangue. Forma manchas vermelhas na superfície capsular e interior do órgão. 3. Lipidose de tendão: áreas amareladas na superfície do fígado, em especial nas bordas, essas áreas penetram o parênquima hepático e tem bordos bem definidos. É ocasionado por uma pequena área de hipóxia tecidual, levando ao acúmulo de ácidos graxos de forma local. A hipóxia geralmente é causada por uma fibrose antiga que tensiona a cápsula e aumenta a pressão dentro dessa pequena área. 4. Fibrose capsular hepática: é uma lesão sem significado clínico que pode ocasionalmente ocorrer em bovinos, são áreas de tecido conjuntivo normalmente pequenas na superfície parietal do órgão, somente na cápsula, não penetrando no parênquima. Ocorrem por peritonite crônica, após biópsia ou por migração parasitária. 5. Vesícula biliar aumentada: quando está aumentada e nem obstruída, ela pode estar aumentada por falha no esvaziamento, como ocorre comumente na inanição, quando o animal fica muito tempo sem se alimentar. ● deve ter cautela quando o conteúdo da bile estiver mais denso e grumoso que o normal 6. Muco na luz intestinal: material branco-amarelado e viscoso aderido à mucosa, pode ocorrer em todo intestino, sendo geralmente mais comum no grosso, ocorre quando há um reduzido trânsito intestinal, ou mesmo ausência, associado a contínua produção de muco pela células caliciformes intestinais , levando a deposição e acúmulo de muco. 7. Pseudo-divertículo abomasal: é uma bolsa de fundo cego (saculação) na mucosa do órgão, preenchida por alimento, representado por dobras de mucosa e serosa. Pode ser múltiplo e mais comumente localizado próximo ao omaso, pela tensão criada pelo ligamento entre omaso e abomaso. 8. Úlcera antiga cicatrizada: deve-se diferenciar de úlceras recentes, onde há inflamação, independente do tempo de evolução há que determinar a extensão do processo, de modo geral, pequenas lesões não têm significado clínico. 9. Oegofagostomose: a lesão inicial do parasita surge como uma pequena intumescência na parede do intestino delgado e grosso, contendo leucócitos, pus e sangue. A parede intestinal se apresenta inflamada e edematosa, quando as larvas migram do local, deixam nódulos que irão fibrosar. 10. Piloconcrementos: são constituídos por pêlos, podendo conter fibras vegetais e alimentos, o tamanho varia e a superfície pode ser lisa ou rugosa. Permanecem livres no rúmen e não estão relacionadas com a morte do animal. 11. Corpo estranho no retículo: comum. 12. Conteúdo omasal ressecado: frequentemente observado, principalmente quando o animal está desidratado, o conteúdo entre as folhas omasais pode estar ressecado e quebradiço. Sistema Urinário 1. Infarto renal: observar se o mesmo é crônico ou recente, principalmente quanto à extensão, a menos que os rins tenham 50% de comprometimento, o animal não morreu de insuficiência renal. Se o infarto for crônico (deprimido) provavelmente não está envolvido com a causa da morte. 2. Cistos renais congênitos: são comuns, podem ser únicos ou múltiplos, pequenos ou grandes, e normalmente não têm mais de 1 cm. Ocorre quando a urina não consegue escoar para a pelve, formando então uma cavitação que irá acumulando líquido, são comuns em bovinos e não representam perigo a menos que comprometam mais de 50% do rim. Sistema Hematopoiético 1. Nódulos esplênicos: podem ser causados por um trauma com hemorragia ou um trombo êmbolo. 2. Congestão e hemorragia na adrenal: são artefatos ocasionados pelo aumento da resistência da circulação sanguínea arterial periférica no período peri mortem, levando a uma maior pressão arterial central, ocasionado por hemorragias agônicas. ● essa também é uma lesão indicativa de septicemia e endotoxemia, no qual deve ser observado outro local que originou septicemia. 3. Cisto da bolsa de Rathke: formação de um cisto na junção das duas porções da hipófise. 4. Cisto hipofisário: buraco com ou sem líquido, na formação da hipófise se formou esse cisto, colher a estrutura. 5. Nódulos de regeneração no pâncreas: também podem aparecer no fígado, baço e rins, consiste em múltiplos nódulos discretos de tamanho variado, são branco-acinzentados e firmes. Achados Gerais 1. Locais de aplicação de medicamentos: encontrados na musculatura esquelética, especialmente do membro pélvico, como áreas hemorrágicas, fibróticas, secas, amareladas ou esverdeadas. Lesão sem significado clínico a menos que ocorra inflamação, necrose ou conteúdo purulento.