Buscar

AÇÕES AFIRMATIVAS DE INCLUSÃO SOCIOECONÔMICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDesc… 1/20
Imprimir
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula vamos aprofundar nossos estudos sobre o conceito de cidadania, ampliando seu
espectro para lutas pela liberdade sexual e de gênero, pelos direitos civis e liberdade LGBTI+ (Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Transgênero, Intersexo e qualquer outra minoria relacionada). Ressalta-se que a cidadania é um
conceito antigo que passou por transformações, desde a sua introdução por Aristóteles até concepção atual,
passando pela Revolução Francesa, com o lema de liberdade, igualdade e fraternidade, muito utilizado na luta
pelos direitos humanos. 
A partir dos anos de 1970, houve uma explosão de movimentos de lutas pelos direitos das minorias, que
ampliaram a luta por cidadania e direitos civis, o que deu maior visibilidade aos grupos minoritários. Assim,
cidadania passa a ser percebida como chave para conquistar mudanças e inovações, e deixa de ser somente
associada ao exercício de direitos políticos, ampliando a percepção para a necessidade de uma compreensão
diferente da ideia de igualdade, com diversidade.
NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE AÇÕES AFIRMATIVAS
Aula 1
NOÇÕES DE RECONHECIMENTO DE MINORIAS
Nesta aula vamos aprofundar nossos estudos sobre o conceito de cidadania, ampliando seu
espectro para lutas pela liberdade sexual e de gênero, pelos direitos civis e liberdade LGBTI+.
29 minutos
AÇÕES AFIRMATIVAS DE INCLUSÃO
SOCIOECONÔMICA
 Aula 1 - Noções de reconhecimento de minorias
 Aula 2 - Ações a�rmativas de inclusão cultural e educacional
 Aula 3 - Ações a�rmativas de inclusão política
 Aula 4 - Povos indígenas, ribeirinhos e meio ambiente
 Referências
136 minutos
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDesc… 2/20
Nesta seção vamos focar nossos estudos sobre a necessidade de proteção às minorias e aos grupos
vulneráveis. Você pôde observar até aqui que esses grupos vivem em posição de subjugação e vulnerabilidade
e, portanto, necessitam de auxílio até mesmo para preservar a sua própria identidade. Além disso, outras
justi�cativas para fortalecer essa proteção podem ser apontadas, a partir da análise da tríade consagrada pela
Revolução Francesa, nos princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade, que balizam o respeito à
dignidade humana.
Assim, a efetivação do princípio da liberdade, transplantada para a temática minoritária, permite que cada ser
humano seja quem é, ou quem quer ser. Já o princípio da igualdade, deve seguir a máxima aristotélica que
propõe que a igualdade é composta de elementos da isonomia e da equidade, pelas quais se deve tratar os
iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual na medida de sua desigualdade, respectivamente,
veri�ca-se que o princípio da igualdade se encontra visceralmente atrelado à temática minoritária. Por �m, a
ideia de fraternidade, vai além do reconhecimento da igualdade e avança em um processo de construção de
meios jurídicos e políticos para a proteger a dignidade humana e, em se tratando de pessoas em situação de
vulnerabilidade, tal responsabilidade é ainda maior, e justi�ca a necessidade de proteção especí�ca e particular
consagradas às minorias e aos grupos vulneráveis (JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014).
Essa proteção pode ser concretizada por meio das ações a�rmativas, que podem ser compreendidas como
medidas públicas e privadas, coercitivas ou voluntárias, implementadas para promover e integrar indivíduos e
grupos sociais, tradicionalmente discriminados em função de sua origem, raça, sexo, opção sexual, idade,
religião, patogenia física ou psicológica. As ações a�rmativas são, portanto, atos de discriminação lícitos e
necessários à conformação do Estado Democrático de Direito, pois constituem medidas especiais e temporárias
que, buscando remediar um passado discriminatório, objetivam acelerar o processo com o alcance da igualdade
substantiva (MIRANDA, 2010).
Essas ações podem ser estabelecidas na educação, na saúde, no mercado de trabalho, nos cargos políticos, ou
seja, em qualquer dos setores em que a discriminação a ser superada se faz mais evidente e no qual é
constatado um quadro de desigualdade e de exclusão. A sua implementação carrega uma intenção explícita de
mudança nas relações sociais e propõem políticas de reparações e de reconhecimento que formarão os
programas de ações a�rmativas, dirigidos à correção de desigualdades e à oferta de tratamento diferenciado,
com vistas a corrigir desvantagens e marginalização criadas e mantidas pela estrutura social excludente e
discriminatória (MIRANDA, 2010).
É importante esclarecer que as ações a�rmativas não se limitam à política de cotas, podem ser medidas estatais
e privadas que se voltam à integração socioeconômica dos grupos discriminados, mantendo sua identidade
sociocultural. Por isso, é fundamental ressaltar que as ações a�rmativas não são atos de caridade nem de
clientelismo, elas são ações de reconhecimento da identidade e do pertencimento cultural de grupos sociais, e
têm caráter temporário. Ou seja, a intenção é que vigorem o tempo necessário para a efetivação da igualdade
de condições. Isso signi�ca considerar não só o acesso aos bens sociais, mas também à desconstrução das
representações e das mentalidades que sustentam preconceitos e reforçam discriminações (MIRANDA, 2010).
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDesc… 3/20
A DISCRIMINAÇÃO POSITIVA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE ÀS
DESIGUALDADES
Para aprofundar nosso estudo a respeito do combate às desigualdades, vamos analisar com mais detalhe o
conceito de igualdade, que pode ser analisado em três formas de expressão: a igualdade-identidade, a
igualdade-diferenciação e a igualdade-discriminação. A primeira forma repousa no fundamento de que os
indivíduos não são vistos naquilo que os diferencia, em suas particularidades, de sexo, de etnia, de idade, mas
sim no que os une, enquanto seres humanos. A evolução dessa visão tradicional de igualdade formal conduziu
ao reconhecimento de uma tolerância sobre um tratamento diferenciado, desde que este servisse não para
aumentar as diferenças, mas, ao contrário, para atenuá-las, trazendo a segunda forma de igualdade, com a
ideia de igualdade-diferenciação, que se fundamenta nas diferenças de fato, visando conferir tratamento
jurídico diferenciado em situações especí�cas, na intenção de compensá-las e atenuá-las. A igualdade continua
presente nessa concepção, uma vez que, na ideia de que os sujeitos de direito, enquanto pessoas, são todos
igualmente diferentes, essa concepção permite atenuar o peso das desigualdades, especialmente quando se
trata de infortúnios (JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014).
Contudo, essa tomada de consciência das diferenças não foi su�ciente para criar a igualdade de condições e
oportunidades, razão pela qual se concebe a terceira forma, a igualdade-discriminação, também conhecida
como “discriminação positiva”, “ação a�rmativa” ou, “medida de aparência discriminatória”. O primeiro elemento
de de�nição da igualdade-discriminação é o aspecto positivo ao grupo de bene�ciários da medida, que se
destina a combater uma discriminação negativa existente. O segundo elemento assegura uma igualização de
resultado, por exemplo, a reserva de candidaturas para mulheres em eleições, diferente de uma bolsa
concedida a um estudante com situação �nanceira desfavorável (igualdade-diferenciação), pois, embora a
atribuição da bolsa não deixede constituir um resultado, não se trata de uma �nalidade em si, mas de um meio
para a obtenção do resultado. Ou seja, enquanto a igualdade-diferenciação visa ao alcance de uma igualdade de
meios, a igualdade-discriminação se aplica, com mais ou menos intensidade, para uma igualização de
resultados.
Não obstante, nenhuma dessas expressões da igualdade é exclusiva; deve haver uma articulação entre medidas
que expressam diferentes dimensões da igualdade, sempre buscando a realização do princípio constitucional
da igualdade em última instância (JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014).
Portanto, justamente para evitar que os impactos discriminatórios se perpetuem e se posterguem no tempo,
devem ser implementadas políticas públicas cuja ação seja de discriminação positiva. Isso porque, caso as
políticas estatais sejam apenas neutras, elas podem se con�gurar em fonte geradora de discriminação indireta,
uma vez que, embora aparentemente não sejam discriminatórias, seus efeitos poderão manter, perpetuar e até
mesmo exacerbar uma discriminação. Daí a necessidade de um protagonismo estatal, orientado pelo dever do
Estado Democrático de Direito de respeitar e não violar direitos, proteger e não permitir que terceiros violem
esses direitos, e implementar ações a�rmativas, ou discriminação positiva que garantam direitos humanos
(JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014).
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDesc… 4/20
AS REIVINDICAÇÕES POR RECONHECIMENTO, REPRESENTATIVIDADE E
EMPODERAMENTO
Nesta seção, estudante, buscaremos alinhar teoria e prática, analisando como as reivindicações por
reconhecimento, representatividade e empoderamento se apresentam ao longo da história das sociedades, por
meio dos movimentos sociais que buscam garantias de direitos. Conforme a evolução e o crescimento desses
grupos, as frentes de lutas também se modi�caram, passando a ter o ser humano como centro das
reivindicações e questões trabalhistas, de saúde e de moradia passaram a fazer parte dessas mobilizações.
Atualmente, os movimentos sociais protagonizados pela sociedade civil, somam um conjunto variado de
demandas por meio de múltiplas bandeiras de lutas sociais. A partir dos anos de 1970 e 1980, houve uma
intensi�cação desses movimentos e uma amplitude das demandas que passaram a fazer parte de suas
reivindicações. Após as conquistas de direitos que se concretizaram com a promulgação da Constituição Federal
de 1988, novas reivindicações e buscas por representatividade se sucederam durante os anos de 1990 e início
dos 2000. Nessa esteira, até os dias atuais, novas formas de articulação surgiram, especialmente via internet.
Por meio da dinâmica realidade das redes sociais, ações reivindicatórias são mais e�cazmente organizadas, com
maior alcance de participantes. São organizados movimentos sociais que podem se materializar em denúncias,
abaixo-assinados, mobilizações, marchas, concentrações, passeatas, distúrbios, negociações, expressões
culturais temáticas, entre outros (SANTOS et al., 2018).
Com relação à busca por reconhecimento, representatividade e empoderamento, ganham destaque o
movimento feminista e o movimento LGBTQI+ que, em diversos contextos são considerados como
transgressores. Isso porque a corrente dominação patriarcal busca manter seu lugar de privilégio e liderança,
pois por meio da cultura do desmerecimento, o modelo dominante busca dar a esses movimentos, que ele
considera como transgressores, menor relevância e aceitação. Como se não bastasse as desigualdades e
injustiças cotidianas, esses movimentos se veem diante uma luta que precisa ser travada todos os dias, que é a
de se provar como um movimento social sério, que efetivamente conquista direitos e garantias, pelas suas
manifestações, sejam elas práticas ou teóricas (SANTOS et al., 2018).
Assim, para dar cumprimento às suas reinvindicações por reconhecimento, representatividade e
empoderamento, é necessário que esses grupos aliem a educação ao empoderamento, pois é com essa união
que se tem as melhores condições de aprimorar a capacidade de agir, reforçando os poderes pessoais de
leitura crítica da realidade. Esse envolvimento da educação com o empoderamento é estratégico e precisa se
rodear de certos cuidados, uma vez que o empoderamento, apesar de signi�car, mais poder, ou acréscimo de
poder, é um conceito disputado no espectro das orientações políticas vigentes, dando origem a dissensos
interpretativos (BARBOSA; MÜHL, 2016).
Por esse motivo, o processo de empoderamento se compromete com a luta pela equidade, com o propósito de
promover uma sociedade mais justa, pois empoderamento signi�ca ampliar a liberdade de escolher e agir, ou
seja, signi�ca buscar um aumento da autoridade e do poder dos indivíduos e grupos sobre os recursos e as
decisões que afetam suas próprias vidas. O empoderamento proporciona que a pessoa possa de�nir seus
próprios objetivos, adquirir competências, ou ter suas competências reconhecidas (ONU MULHERES, 2016).
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDesc… 5/20
VÍDEO RESUMO
Neste vídeo vamos aprofundar nossos estudos acerca das políticas de inclusão e ações a�rmativas, que nada
mais são do que medidas especiais e temporárias, cujo objetivo é eliminar desigualdades historicamente
acumuladas, garantir a igualdade de oportunidades, entre outras reinvindicações para compensar perdas
provocadas pela discriminação e marginalização decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e
outros. Em resumo, ações a�rmativas são medidas tomadas que visam atribuir direitos iguais a grupos da
sociedade que são oprimidos ou sofrem com as sequelas do passado de opressão.
 Saiba mais
Veja como este boletim do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, analisa algumas ações
a�rmativas do serviço público no Brasil.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula vamos aprofundar nossos estudos sobre as políticas de inclusão e ações a�rmativas
no nosso país, à luz dos princípios constitucionais. Vamos estudar como aprimorar a diversidade por meio da
cultura e da educação. Além disso, veremos que as cotas para acesso dessas minorias à universidade são
fundamentais para mitigar exclusões históricas do nosso país. Vamos ver também que a epistemologia histórica
do ocidente precisa ter o contraponto das epistemologias negras, femininas e indígenas, para que sejam
valorizadas a cultura e a diversidade dos povos. Por �m, vamos analisar a importância das cotas para
participação e acesso de minorias em produções culturais.
COTAS PARA ACESSO A UNIVERSIDADES
Nesta seção vamos focar nossos estudos sobre a questão das cotas para acesso às universidades.
Começaremos com alguns conceitos importantes, destacados no Texto Constitucional, que consagra,
simultaneamente, o princípio da igualdade formal, ou seja, igualdade perante a lei, expressamente previsto no
Aula 2
AÇÕES AFIRMATIVAS DE INCLUSÃO CULTURAL E
EDUCACIONAL
Nesta aula vamos aprofundar nossos estudos sobre as políticas de inclusão e ações a�rmativas
no nosso país, à luz dos princípios constitucionais.
31 minutos
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/11122/1/EmQuestao_n12_Acoes.pdf
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDesc… 6/20
caput do art. 5º; e o princípio da igualdade material, que é realizado pela lei e constitui o fundamento dos
objetivos sociais previstos no art. 3º da Constituição Federal,dos direitos sociais previstos nos arts. 6º, 7º ao 11 e
no Título VIII que trata da Ordem Social. Portanto, a nossa Carta Magana “não se contenta com a posição
abstencionista característica do Estado Liberal, que veda ao Estado todo tipo de tratamento discriminatório
arbitrário” (JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014, p. 25), criando obrigações concretas para o Poder Público agir
no sentido de reduzir as desigualdades de fato existentes na sociedade, por meio de políticas públicas e leis que
atendam as especi�cidades dos grupos menos favorecidos.
Essas políticas estão previstas nos incisos I, III e IV do art. 3º, que tratam dos objetivos fundamentais da
República, a partir da: construção de uma sociedade livre, justa e solidária; redução das desigualdades sociais e
regionais; promoção do bem comum. Além disso, o Texto Constitucional estabeleceu, especi�camente,
tratamento diferenciado a determinados grupos vulneráveis, por exemplo, no inciso XX do art. 7º, que traz a
proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especí�cos; e o inciso VIII do art. 37, que
reserva percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas com de�ciência, além de ter valorizado
explicitamente a contribuição indígena e afro-brasileira à cultura nacional no § 1º do art. 215. Tais objetivos e
valores só se realizam por meio de políticas promocionais que combinem redistribuição e reconhecimento
(BRASIL, 1988).
Importante destacar as discriminações positivas estabelecidas pela Constituição Federal que não são taxativas,
pois ela não vedou a adoção de outras diferenciações, desde que plenamente justi�cadas. Assim, não é correto
a�rmar que as políticas de cotas ou outras espécies de ações a�rmativas sejam inconstitucionais, tampouco que
sejam incompatíveis com o princípio da igualdade, posto que, quando existe um vínculo de correlação lógica
entre a peculiaridade diferencial e o objeto, as discriminações positivas são estabelecidas justamente para
realizar os valores e objetivos fundamentais previstos na Carta Maior (JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014).
Especi�camente, com relação à política de cotas nas universidades, ela promove a “abertura desta instituição à
diversidade e à pluralidade, com a inserção de crenças, tradições e valores culturais de grupos tradicionalmente
excluídos, como os negros e os povos indígenas” (JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014, p. 25). Dessa forma, essa
ação a�rmativa contribui para a democratização do acesso ao ensino superior, conferindo maiores
possibilidades de ascensão social a grupos vulneráveis e minorias e a democratização do acesso aos postos de
poder existentes na sociedade.
Portanto, com base nesses pressupostos, podemos a�rmar que a adoção de políticas de ação a�rmativa está
em consonância não só com a ordem constitucional brasileira, como com a ordem internacional, mas também
com a necessidade de buscar justiça social e reconhecimento do direito à diferença, aliviando a carga do
passado discriminatório e fomentando, no presente, as transformações sociais necessárias para o futuro. Como
são medidas de exceção, elas devem ser transitórias e prever mecanismo de revisão periódica de seus
resultados, pois só se justi�cam se servirem para alcançar objetivos concretos de redução de desigualdades
sociais e combate aos mecanismos de exclusão fruto de práticas culturais que aniquilam o direito à diferença.
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDesc… 7/20
EPISTEMOLOGIAS NEGRAS, FEMININAS E INDÍGENAS
Para aprofundar nosso estudo a respeito das ações a�rmativas em favor do combate às desigualdades, vamos
ver como esse combate passa pela superação do modelo de Estado uniformizado e uniformizador ainda vigente
na maioria dos países, o qual foi criado a partir de instituições como: o exército nacional; as moedas nacionais;
os bancos nacionais; a polícia; a burocracia estatal; o direito internacional; as ideias de democracia
representativa; a separação de poderes; as constituições nacionais; entre outras ideias e instituições que
buscam a ideia de uniformização; homogeneização; normalização e negação sistemática da diversidade
(JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014).
Em contraponto, as transformações recentes no direito constitucional, com o Estado Plurinacional e a
repercussão desses movimentos no direito internacional anunciam um possível rompimento de 500 anos de
tradição uniformizadora e hegemônica comandada por uma visão estritamente europeia. Para compreender
esse processo, precisamos compreender o pluralismo epistemológico, para entender a sustentação desse novo
constitucionalismo e de um possível novo direito internacional. Para tanto, precisamos antes compreender
alguns dos vários mecanismos que sustentam a hegemonia ideológica europeia (ocidental): a defesa de uma
história linear, construída como justi�cativa para uma suposta missão civilizatória, baseada na ideia de culturas
mais desenvolvidas (na realidade com mais poder militar e econômico), ao intervir em outras culturas,
desenvolvem avanços civilizacionais; e a intervenção humanitária, para levar direitos humanos e democracia.
Esses discursos encobrem as reais motivações econômicas que movimentam os civilizadores e a unicidade
�losó�ca e epistemológica que rebaixa e esconde o considerado diferente (JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014).
Assim, a epistemologia das mulheres, dos indígenas, dos negros e quilombolas confronta o discurso
hegemônico, racista, machista e colonialista, confronta a academia e questiona a matriz epistêmica ocidental,
ressaltando três grandes premissas, que são também ensinamentos dessas epistemologias:
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDesc… 8/20
Portanto, podemos perceber que a academia é monoepistêmica e se fundamenta nas epistemologias ocidentais
impostas ao mundo todo, movimentando-se em via de mão única, pois a sua condição de detentora do
conhecimento válido não lhe permite dialogar verdadeiramente com outros conhecimentos e outros sujeitos
conhecedores. Diante desse quadro, as epistemologias negras, indígenas e quilombolas, entre outras,
reivindicam mudanças, não apenas na instituição acadêmica, mas também no campo político, assumindo uma
postura crítica, contra colonialista, antimachista e antirracista. En�m, o som do tambor e do maracá deve guiar
as epistemologias ocidentais no labirinto que elas próprias entraram (ALVES, 2019).
COTAS PARA PARTICIPAÇÃO E ACESSO DE MINORIAS EM PRODUÇÕES
CULTURAIS
Nesta seção, caro estudante, buscaremos alinhar teoria e prática, analisando algumas políticas públicas que
tentam dar maior acesso e participação de minorias em produções culturais. Analisando a história das políticas
públicas culturais no Brasil, poderemos observar que somente após a Revolução de 1930 houve ampliação dos
espaços culturais por parte do Estado. A criação do Ministério da Educação e Saúde em 1930 e a entrada de
Mário de Andrade no Departamento de Cultura da Prefeitura da cidade de São Paulo (1935) introduziram novas
de�nições para a cultura (RUBIM, 2007).
Em 1939, foi criado o Departamento de Informação e Propaganda (DIP), que implementou uma política pública
cultural nacionalista, que buscou apaziguar os ânimos entre as classes sociais e valorizar a cultura brasileira. O
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) teve um papel de protagonismo cultural até o �nal
O primeiro grande ensinamento é a possibilidade de ser transepistêmico, ou seja, a
premissa de que os saberes não são submetidos a ordem hierárquica de conhecimento.
Os sonhos, a poesia, as imagens, os cantos, os sons, as histórias, as plantas, os animais
etc.tem igualmente capacidade explicativa, comunicativa e transformadora, podendo
ser transmitidas, ensinadas e aprendidas através da fala, da cantoria, pintura, do
desenho ou da escrita e principalmente, cada uma delas está conectada e coexiste com
as outras sem negar a existência umas das outras. 
O segundo grande ensinamento está no que se refere a uma característica distintiva do
pensamento feminista negro, que se [...] refere ao relacionamento com outros projetos
de justiça social.
O terceiro grande ensinamento advém da concepção de que o conhecimento é coletivo
e corporal [...] Vem da força do povo, da realidade social e da força vital dos ancestrais.
Assim, a grande premissa das epistemologias não ocidentais [...] reside no fato de que o
conhecimento não é individual, mas coletivo. 
— (ALVES, 2019, p. 90 e 91).
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDesc… 9/20
da década de 1960, quando passou a se chamar Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
(RUBIM, 2007).
Em 1964 o cenário muda de forma signi�cativa com o início da ditadura no Brasil, a volta do tradicionalismo
juntamente com um autoritarismo de proporções monumentais. A ditadura militar controlava a indústria
cultural e os meios audiovisuais do país, de acordo com a política de segurança nacional. Nesse sentido, foram
criadas a Fundação Nacional de Artes – FUNARTE e a Secretaria de Cultura do MEC – Ministério da Educação e
Cultura (RUBIM, 2007).
Após o �m da ditadura e com a promulgação da Constituição Federal de 1988, foi criado o Ministério da Cultura.
No entanto, no início dos anos de 1990, com o Governo Collor, houve um ensaio neoliberal no país, tirando
parte da autonomia do Estado na área de produção cultural, que praticamente desmonta a área de cultura no
plano federal. O Ministério da Cultura foi extinto a uma secretaria e são também extintos inúmeros órgãos,
como a Empresa Brasileira de Filmes – EMBRAFILME, o Conselho Nacional de Cinema – CONCINE, entre outros
(RUBIM, 2007).
Com a diminuição do Estado na área cultural, houve um estímulo ao mercado por meio de algumas leis de
isenção �scal, por exemplo, a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual, as quais têm por premissa o auxílio �scal para
patrocinar produções nacionais. Assim, as verbas utilizadas nas produções nacionais continuam sendo
basicamente do Estado, mas o mercado privado a ser o protagonista, o que acaba por corroer o poder de
intervenção do Estado nas políticas culturais e potencializa a intervenção do mercado. Isso proporciona um
crescimento na produção cinematográ�ca na região Sudeste, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, o
que aumento a desigualdade na produção cultural (RUBIM, 2007).
Em 2001, foi criada a Agência Nacional do Cinema – ANCINE, uma agência reguladora que tem como atribuições
o fomento, a regulação e a �scalização do mercado do cinema e do audiovisual no Brasil. Uma autarquia
especial, vinculada ao Ministério da Cidadania, que mudou os princípios básicos de como as políticas públicas
relacionadas ao audiovisual. Isso abriu novas oportunidades de criação, �nanciamento, suporte e aumentou o
dinamismo da área, com a produção de centenas de series, �lmes, curtas, entre outras produções relacionadas
ao audiovisual (OCA, 2022).
No entanto, como demonstram os dados do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual – OCA, não
existe diversidade de gênero na produção audiovisual. Somando todas as diretoras que trabalharam em uma
produção cinematográ�ca, o número total chega há um pouco mais de 20% do total de produções, percentual
muito abaixo do número de mulheres da população brasileira (OCA, 2022).
VÍDEO RESUMO
Neste vídeo vamos aprofundar nossos estudos acerca das políticas de inclusão e ações a�rmativas nas áreas da
cultura e da educação. Vamos dar um destaque especial para a questão das cotas para o acesso aos cursos
universitários, para as de�nições epistemológicas das mulheres e das comunidades negras e indígenas, assim
como para a participação e para o acesso dessas minorias em produções culturais.
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 10/20
 Saiba mais
Conheça o Observatório de Coletivos Culturais da Periferia de São Paulo (OCCP), criado em 2019, e que tem
como objetivos veri�car processos de comunicação construídos por essas experiências, analisar relações
institucionais e de diálogos de saberes desenvolvidas por estes grupos com organismos o�ciais e as
comunidades onde atuam, bem como veri�car quais interseccionalidades envolvem as sujeitas e os
sujeitos periféricos que participam dos coletivos.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula vamos aprofundar nossos estudos sobre as ações a�rmativas de inclusão política.
Veremos a importância dessas ações para que haja uma diversidade nas representações políticas. Observe que
se analisarmos a origem do termo representação, veremos que ela provém do latim: repraesentare, que
signi�ca ato de trazer literalmente à presença algo previamente ausente (SOUZA; RICHER, 2018). Ou seja,
representação sugere uma ação pela qual uma pessoa age por outra.
Portanto, no âmbito político, a representação assume uma posição muito importante no contexto democrático,
em que os indivíduos participam e se fazem representar nas decisões políticas. Assim, os representantes
mantêm vínculos fortes com os representados, representando-os politicamente e com autonomia para decidir
sobre questões que possam afetar os seus direitos.
PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA DE MINORIAS
Nesta seção vamos focar nossos estudos sobre a participação e a representação política das minorias.
Importante destacar que, entre as diversas minorias existentes nas sociedades atuais, cada uma delas tem as
suas pautas especí�cas e seus motivos de exclusão política. Portanto, cada grupo tem as suas reivindicações
próprias por direitos e reconhecimento (ARAÚJO, 2020).
Em comum, essas minorias se deparam com o modelo cultural e social europeu ocidental dominante, em que
predomina o homem branco, rico e intelectual. Nesse modelo, qualquer indivíduo que não se enquadre no
padrão dominante, é considerado hierarquicamente inferior. Para contrapor esse modelo, há uma diversidade
Aula 3
AÇÕES AFIRMATIVAS DE INCLUSÃO POLÍTICA
Nesta aula vamos aprofundar nossos estudos sobre as ações a�rmativas de inclusão política.
29 minutos
https://www.observatorio-periferias.com/
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 11/20
de públicos e grupos historicamente compreendidos como minorias: negros, mulheres, comunidade LGBTQI+,
etc., os quais estão a demandar direitos iguais e paridade de participação na esfera pública dominante
(ANSELMINI; CRISTIANETTI, 2020).
As minorias podem ser de�nidas de acordo com critérios quantitativos e qualitativos. Conforme o critério
quantitativo, a de�nição de minorias está relacionada com 
Entretanto, o elemento numérico, por si só, não é su�ciente para caracterizar uma minoria, pois as mulheres
representavam 51,03% da população brasileira, no censo de 2010 do IBGE, ou seja, são a maioria numérica, mas
são consideradas minorias sociais, sob o critério qualitativo. Segundo esse critério, são considerados minorias,
os grupos de cultura não dominante dentro da sociedade em que estão inseridos e; portanto, são suscetíveis de
maior violação de seus direitos (BRAGATO, 2018).
Acrescenta Teixeira (2008), queà expressão proteção às minorias poderia ser atribuída a proteção à
discriminação e contra a assimilação. Assimilação entendida como processo de uniformização de
comportamentos e costumes. Assim, para caracterizar um grupo dentro de um estado como minoria, é
necessário observar a sua situação política, econômica e cultural e suas relações com a maioria dominante, se
são amigáveis ou hostis.
Por conseguinte, é necessário compreendermos que o conceito de minoria deve abranger os grupos não
dominantes, ou seja, os vulneráveis. Assim, deve ser aplicado o critério qualitativo e não somente quantitativo
na de�nição do conceito de minoria, uma vez que nem sempre a vulnerabilidade apresenta-se em grupos
numericamente inferiores. A importância dessa de�nição reside no fato de que essa ampliação do conceito de
minorias para o aspecto qualitativo, permite que esses grupos tenham maior possibilidade de buscar o seu
reconhecimento para, consequentemente, lutarem pela proteção de seus direitos e reivindicá-los por meio de
uma participação política mais ativa e igualitária (ANSELMINI; CRISTIANETTI, 2020; JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES,
2014).
Nesse sentido, podemos concluir que são necessárias políticas a�rmativas que se destinem a incrementar a
representatividade das minorias nos cargos políticos. Dessa forma, elas terão cada vez mais espaço nos debates
e proporcionarão maior democratização.
Grupos numericamente inferiores ao resto da população de um Estado, em uma
posição não dominante, cujos membros possuem características étnicas, religiosas ou
linguísticas diferentes das do resto da população e mostram, ainda que implicitamente,
um sentimento de solidariedade, dirigida no sentido de preservar a sua cultura,
tradições, religião ou linguagem.
— (ANSELMINI; CRISTIANETTI, 2020 apud ONU, 2010)
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 12/20
A REPRESENTAÇÃO DE MULHERES, NEGROS, INDÍGENAS E LGBTQI+ NO BRASIL
Para aprofundarmos nosso estudo a respeito da participação e representação das minorias no Brasil, vamos
observar como se dão as políticas e ações a�rmativas em favor de mulheres, negros, indígenas e LGBTQI+. A
Constituição Federal de 1988 não se refere explicitamente a “minorias”; contudo, dedica grande parte de suas
normas ao estabelecimento de tratamentos especiais para grupos desfavorecidos. A Constituição Federal de
1988 trata de uma variedade de grupos minoritários, entre os quais se incluem os índios e os quilombolas, com
sua identidade étnica e cultural peculiar. Mas há também regras especí�cas em relação a muitos grupos
minoritários sem referência identitária, por exemplo: mulheres, negros, crianças, idosos, desamparados,
pessoas com de�ciência, trabalhadores rurais, presos, etc. (DIMOULIS, 2021).
No âmbito desse debate, é importante de�nir o uso dos termos identidade e identitário, os quais são utilizados
para se referir às minorias e aos seus desejos. Sem dúvida, é desejo dessas minorias manter a identidade
coletiva que as distingue dos demais. Portanto, o termo identidade, utilizado neste texto, serve para manter a
identidade coletiva distinta que gera unidade e permite sua reprodução intrínseca. Contudo, no que se refere
ao termo identitário, é importante destacar que ele serve para expressar reivindicações políticas e jurídicas de
grupos estruturalmente e institucionalmente excluídos (DIMOULIS, 2021). Nesse sentido,
Pode-se a�rmar que para muitos grupos minoritários não é evidente a existência de unidade político-cultural,
nem a consciência dessa identidade. Já outras minorias não possuem consciência coletiva, mas possuem a
consciência da necessidade de se unir para lutar contra a discriminação. Por esse motivo, na política, as
Pergunta-se se esses grupos desejam realmente preservar uma identidade coletiva ou
querem apenas manter a identidade pessoal, sem que isso acarrete consequências
negativas para o indivíduo membro de uma minoria social. Nessa perspectiva,
pergunta-se, por exemplo, se a mulher negra brasileira deseja ser o que ela “é” e não
deseja ser vista como membro de um coletivo que abrange as mulheres negras do
Brasil (ou do mundo), como algo que é diferente e deve permanecer diferente dos
demais grupos humanos.
A questão é difícil e não permite resposta unitária. Isso ocorre porque a identidade da
mulher negra brasileira (e qualquer outra) não consiste apenas em um conjunto de
características que a diferenciam do homem negro colombiano, do homem gay grego
ou da aposentada pobre vietnamita. Sua identidade traz as marcas da submissão e do
desigual tratamento, ainda que sejam comuns os per�s hagiográ�cos de grupos, sem
mencionar a relação de poder que os constitui. A mulher negra brasileira deseja apenas
preservar lembranças, tradições e características fenotípicas ou quer ser o que é hoje,
vítima de racismo, de superexploração e de exclusão social?.
— (DIMOULIS, 2021, p. 40)
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 13/20
minorias apresentam instabilidade e transitoriedade. A preocupação em proteger sua voz expressa-se no direito
parlamentar e eleitoral, assim como no papel da justiça constitucional (DIMOULIS, 2021). 
O DESAFIO DAS FALSAS REPRESENTAÇÕES DE MINORIAS
Nesta seção, caro estudante, buscaremos alinhar teoria e prática, analisando algumas representações das
minorias. É importante começarmos essa análise da representação das minorias reconhecendo que este é um
problema central em diversas discussões normativas e empíricas da ciência política. Nesses debates, podemos
observar que, entre as diversas minorias existentes na nossa sociedade, cada uma delas têm suas causas
especí�cas de reivindicações próprias por direitos e reconhecimento, além de motivos especí�cos para serem
excluídos da política. No entanto, esses grupos têm demonstrado que são parte relevante do debate político e
da agenda de pesquisa sobre as inequidades da representação e, dessa forma, demonstram que, mesmo sendo
mais da metade da população, no caso das mulheres, elas são minoria em termos de expressão política, tanto
fora quanto dentro dos espaços decisórios institucionalizados (ARAÚJO, 2020).
No entanto, apesar da importância desses movimentos reivindicatórios, visando e promovendo mudanças de
valores e práticas sociais, as instituições políticas e o sistema eleitoral são vistos, como uma das principais
causas da exclusão, e, paradoxalmente, como uma das potenciais fontes de solução do problema. Os sistemas
eleitorais e a estrutura interna das organizações partidárias são temas centrais nesse paradoxo. Ainda mais,
que o compromisso com a democracia tem levado pesquisadores a concluírem que as demandas de grupos
minoritários por soluções institucionais, tais como aquelas que asseguram cotas ou reserva de vagas nos
processos de seleção de representantes, são a melhor forma de impedir o surgimento e o crescimento das
falsas representações (ARAÚJO, 2020, p. 286).
Por esse motivo, os partidos políticos são importantes, como lembra Young (2006) lembra que essas
organizações são canais importantes na representação de opiniões, pois, por meio da elaboração dos seus
programas, eles buscam expressar os interesses de uma determinada parcela do eleitorado, organizando os
temas políticos, segundo princípios, valores e prioridades que eles se propõem a representar. Ademais, no
Brasil, os partidos políticos detêm o monopólio da representação, sendo somente possível alcançar cargos
eletivos por meio deles. Portanto, é possível a�rmar que os partidos políticos detêm o controle do recrutamento
e da formação de das representações e dos governantes.
Não obstante,a ênfase recente nas dinâmicas participativas, antielitistas, associadas às
novas formas de mobilização social, às novas práticas governamentais e à criação de
instituições que viabilizam a participação direta, as instituições representativas são tidas
como indispensáveis. Destacam-se os partidos como instituições centrais do sistema,
por seu forte poder de mobilização política, a despeito da crise das últimas décadas.
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 14/20
Nesse ponto, precisamos analisar um aspecto institucional importante, no que se refere à representação das
minorias e do desa�o que é enfrentar as falsas representações. Precisamos analisar a forma como os partidos
políticos se organizam internamente e como enfrentam o problema das falsas representações dos grupos
minoritários. Araújo (2020) a�rma que vários estudos sustentam que a adoção de medidas a�rmativas formais e
de práticas de empoderamento das minorias no interior das estruturas partidárias, inclusive na ocupação de
funções de poder na estrutura das organizações partidárias daria às minorias oportunidades para in�uenciar a
distribuição dos recursos �nanceiros, organizacionais e logísticos dos partidos políticos, de modo a torná-la
mais equânime entre os diversos segmentos que compõem o seu corpo de �liados.
VÍDEO RESUMO
Neste vídeo vamos aprofundar nossos estudos acerca ações das a�rmativas de inclusão política das minorias.
Daremos também um destaque especial para a questão das representações político-partidárias e a forma como
os partidos políticos devem ser organizados para garantir a participação dessas minorias, a partir de suas
próprias estruturas organizacionais.
 Saiba mais
O artigo Como representar as minorias ausentes na política brasileira traz uma importante re�exão sobre
como as tecnologias digitais podem facilitar a representação de minorias na política, como mostra o caso
do Brasil:
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula vamos aprofundar nossos estudos sobre as ações a�rmativas de inclusão
socioeconômica. A renda é um dos componentes mais importantes da economia, pois a partir dela as pessoas
movimentam a economia. A qualidade de vida da população está diretamente relacionada à renda e aos bens e
Aula 4
POVOS INDÍGENAS, RIBEIRINHOS E MEIO AMBIENTE
Nesta aula vamos aprofundar nossos estudos sobre as ações a�rmativas de inclusão
socioeconômica. A renda é um dos componentes mais importantes da economia, pois a partir
dela as pessoas movimentam a economia.
32 minutos
https://www.opendemocracy.net/pt/representar-minorias-ausentes-politica-brasil/
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 15/20
serviços que ela pode adquirir. Portanto, a desigualdade de renda vai além das relações econômicas e sociais,
pois ela pode afetar outros aspectos, como a segurança, pois a criminalidade aumenta na medida em que há
uma lacuna maior entre os mais pobres e os mais ricos. 
Assim, nesta aula vamos dar um destaque especial para a questão da solidariedade, do apoio mútuo e da
autogestão, enquanto ações que fazem parte do desenvolvimento dos direitos humanos e da busca da
igualdade material. Também veremos as políticas de promoção de emprego e renda básica e de redistribuição
de investimentos públicos e redirecionamentos �scais.
SOLIDARIEDADE, APOIO MÚTUO E AUTOGESTÃO
Nesta seção vamos focar nossos estudos sobre ações a�rmativas de inclusão socioeconômica, lembrando que
essas ações fazem parte do desenvolvimento dos direitos humanos e da busca da igualdade material. Assim,
veri�camos que, a partir da Declaração Universal de 1948, começam a se desenvolver tratados internacionais
voltados à proteção de direitos fundamentais (PIOVESAN, 2005). 
A evolução desse conceito demonstrou que é insu�ciente tratar o indivíduo de forma genérica, sendo
necessário especi�car o sujeito de direito, com suas peculiaridades e particularidades, além de suas violações
de direitos, que exigem uma resposta especí�ca e diferenciada. Nesse cenário, cada um dos grupos vulneráveis
deve ser visto nas especi�cidades e peculiaridades de sua condição social. Nesse sentido, destacam-se três
vertentes, no que tange à concepção da igualdade: a igualdade formal, reduzida à fórmula “todos são iguais
perante a lei”; a igualdade material, correspondente ao ideal de justiça social e distributiva (orientada pelo
critério socioeconômico); e a igualdade material, correspondente ao ideal de justiça como reconhecimento de
identidades (orientada pelos critérios gênero, orientação sexual, idade, raça, etnia e demais critérios)
(PIOVESAN, 2005).
Quando embasada pelo critério socioeconômico, a igualdade material corresponde ao ideal de justiça
distributiva e requer a adoção de medidas concretas de enfrentamento da marginalização e da desigualdade
real. Ele está relacionado ao princípio da solidariedade, o qual deve ser compreendido como um dever jurídico,
fundamentado nos direitos sociais. Ele se concretiza por políticas públicas que buscam garantir amparo e
proteção social aos mais fracos e mais pobres, ou seja, aqueles que não dispõem de recursos próprios para
viver dignamente (JUBILUT; BAHIA; MAGALHÃES, 2014).
A primeira fase de proteção dos direitos humanos foi marcada pela tônica da proteção
geral, que expressava o temor da diferença (que no nazismo havia sido orientada para
o extermínio) com base na igualdade formal. A título de exemplo, basta avaliar quem é
o destinatário da Declaração de 1948, bem como basta atentar para a Convenção para
a Prevenção e Repressão ao Crime de Genocídio, também de 1948, que pune a lógica
da intolerância pautada na destruição do “outro” em razão de sua nacionalidade, etnia,
raça ou religião.
— (PIOVESAN, 2005, p.46)
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 16/20
Ainda segundo o princípio da solidariedade, para fugir da tendência à atomização, impõe-se deveres positivos
de colaboração e apoio mútuo, levando-se em conta as diferenças de condição social entre os membros da
sociedade. Trata-se da aplicação de um critério de justiça que busca, na distribuição de bens e serviços pelos
poderes públicos, a compensação entre os que têm e os que não têm, ou seja, uma alocação mais justa de
recursos e bens, transferindo a riqueza dos ricos para os pobres (JUBILUT; BAHIA, MAGALHÃES, 2014).
Para tanto, como poderoso instrumento de inclusão social e de garantia de implantação do princípio da
igualdade, existem as ações a�rmativas. Elas se constituem em medidas especiais e temporárias que buscam
remediar um passado discriminatório e acelerar o processo de alcance da igualdade material por parte de
grupos vulneráveis, como as minorias étnicas e raciais e as mulheres, entre outros grupos (PIOVESAN, 2005).
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DE EMPREGO E RENDA BÁSICA
Para aprofundar nosso estudo a respeito das ações a�rmativas de inclusão socioeconômica no Brasil, vamos
analisar algumas políticas de promoção de emprego e renda básica, a partir da ótica macroeconômica, que
analisa o comportamento econômico, em termos amplos, de grandes agregados, como: renda, nível geral de
preços, emprego, etc. Assim, a teoria macroeconômica questões conjunturais, no curto prazo, como
desemprego e in�ação e, no longo prazo, analisa os grandes agregados, preocupando-se com a trajetória de
longo prazo da economia e com as questões estruturais, que não envolvem apenas a utilizaçãode instrumentos
de política econômica, mas também fatores institucionais, sociais, tecnológicos, como quali�cação da mão de
obra, progresso tecnológico, qualidade de vida da população, distribuição de renda, etc. (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2019).
Nesse sentido, com relação à geração de empregos, Vasconcellos e Garcia (2019) a�rmam que essa é uma das
funções do governo para estimular a economia e o interesse de empresários em investir e contratar. Dessa
forma, a con�ança dos empresários, em relação ao futuro do país, é elevada, o que faz com que eles queiram
investir ainda mais no setor produtivo e gerar empregos. O resultado disso é o aumento da massa salarial do
país e da capacidade de compra das pessoas, melhorando as suas condições de vida e estimulando outros
setores da economia, pois o consumo passa a ser maior, o que gera crescimento econômico.
No entanto, é preciso diferenciar crescimento econômico de desenvolvimento econômico. O desenvolvimento
envolve um aspecto mais qualitativo e representa melhorias nas condições de vida ou bem-estar da população.
Assim, enquanto o crescimento econômico estiver alto e houver uma distribuição justa da renda gerada, assim
como investimentos em saúde, educação e lazer, por parte do governo, signi�ca que o país está se
desenvolvendo. Porém, poderá ocorrer uma elevada taxa de crescimento, mas baixo desenvolvimento
econômico, caso haja muita concentração de renda e os investimentos em questões sociais não sejam
realizados, ou ocorram com baixa intensidade, prejudicando o bem-estar da população e, consequentemente, o
desenvolvimento econômico do país (SILVA et al., 2018).
Um exemplo de política que trouxe crescimento sem desenvolvimento econômico no Brasil foi o chamado
milagre econômico, ocorrido durante o período da Ditadura entre 1967 e 1973, quando a concentração de
renda no país foi acentuada, deliberada pelo governo, que a�rmava ser necessário primeiro crescer para depois
distribuir.
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 17/20
Para evitar a reincidência de cenários como esse, existem as políticas de promoção de renda, que se referem à
intervenção direta do governo na formação de rendas, como salários e aluguéis, a partir do controle de preços.
Alguns tipos de controle podem ser considerados dentro do âmbito das políticas monetária, �scal ou cambial.
Por exemplo, o controle das taxas de juros e da taxa de câmbio. Outra forma de controle é atuação sobre
preços e salários, que buscam evitar o aumento da in�ação (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019).
Portanto, os objetivos que envolvem as políticas de rendas estão relacionados a questões estruturais, que
buscam resultados no longo prazo. São modi�cações mais profundas e complexas que buscam justiça social e
melhor distribuição de renda no país. Dessa forma, elas servem de exemplo da busca pelo desenvolvimento
econômico (SILVA et al., 2018).
REDISTRIBUIÇÃO DE INVESTIMENTOS PÚBLICOS E REDIRECIONAMENTOS
FISCAIS
Nesta seção, estudante, buscaremos alinhar teoria e prática, analisando algumas ações a�rmativas de
redistribuição de investimentos públicos. Assim, para que o governo alcance esses objetivos, é necessária a
análise da situação por meio da avaliação de alguns indicadores que vão subsidiar o delineamento das ações
a�rmativas necessárias para garantir a redistribuição de investimentos públicos (SILVA et al., 2018).
É importante destacar que não existe uma medida precisa para mensurar o desenvolvimento econômico e o
bem-estar da população. A renda ou o produto per capita é uma das medidas mais utilizadas para avaliar o
crescimento econômico, mas ela não mede o bem-estar da coletividade, isto é, não considera os custos sociais
derivados do crescimento econômico, tais como poluição, congestionamentos, piora do meio ambiente, etc. e
não considera diferenças na distribuição de renda entre os vários grupos da sociedade. Daí a necessidade de
uso de outros indicadores que permitam uma visão mais adequada do padrão de vida e de bem-estar. Nesse
sentido, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é o indicador mais utilizado para veri�car o grau de
desenvolvimento econômico e social. Ele é composto por uma média aritmética de três indicadores sociais: o
índice de expectativa de vida ao nascer, o índice de educação e o índice de atividade econômica. Ele varia de
zero a um e quanto mais próximo de um, maior o padrão de desenvolvimento humano do país
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2019).
Outro indicador importante de desenvolvimento econômico é o que avalia a dispersão da distribuição da renda,
o Índice ou Coe�ciente de Gini. Ele consiste em um número entre zero e um, em que o valor zero corresponde
a uma situação de completa igualdade de renda entre os indivíduos, ou de desigualdade de renda nula, e o
valor um corresponde à situação de completa desigualdade. Assim, quanto mais o índice de uma sociedade se
aproximar de um, mais podemos dizer que ela tende a ser desigual, com mais indivíduos recebendo uma
pequena parcela da renda e menos indivíduos recebendo uma grande parcela (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019).
Outro índice de desenvolvimento econômico e social importante é o que mede as condições de pobreza.
Existem duas medidas: a pobreza absoluta e a pobreza relativa. A pobreza absoluta é o número de indivíduos
que não atingem níveis mínimos de condições de vida, que não conseguem consumir uma quantidade de
calorias minimamente adequada para sua subsistência, ou seja, sofrem de subnutrição e, por conseguinte,
devem sofrer de outros problemas sérios que prejudicam a sua sobrevivência. A pobreza relativa ocorre
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 18/20
quando o indivíduo tem o mínimo necessário para subsistir, mas não possui os meios necessários para viver de
acordo com a área onde está inserido ou como as pessoas de status social comparável (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2019).
Podemos perceber que a pobreza absoluta é uma condição mais severa e indesejável, pois inclui aqueles que
têm efetivamente di�culdades para sobreviver. No caso da pobreza absoluta, é necessário estabelecer uma
renda mínima que a pessoa deveria ter para que pudesse consumir uma quantidade mínima de calorias para
sobreviver. Em geral, o indicador mais utilizado para de�nir quem faz parte do grupo dos considerados pobres é
a chamada linha de pobreza, em que são considerados pobres todos aqueles que têm renda inferior a essa
linha (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019).
VÍDEO RESUMO
Neste vídeo vamos aprofundar nossos estudos acerca das ações a�rmativas de inclusão socioeconômica.
Vamos dar um destaque especial para a questão da solidariedade, do apoio mútuo e da autogestão, enquanto
ações que fazem parte do desenvolvimento dos direitos humanos e da busca da igualdade material. Também
veremos as políticas de promoção de emprego e renda básica e de redistribuição de investimentos públicos e
redirecionamentos �scais
 Saiba mais
Estudante, este artigo traz a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo Instituto Brasileiro
de Geogra�a e Estatística (IBGE), que analisou a pobreza no Brasil.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 1
BARBOSA, M. G.; MÜHL, E. H. Educação, empoderamento e lutas pelo reconhecimento: a questão dos direitos
de cidadania. Educação e Pesquisa, v. 42, p. 789-802, 2016.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA. Ações a�rmativas no serviço público: a reserva de vagas
para pessoas negras. Policy Brief - Em Questão, n. 12, mar. 2022. Disponível em:
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/11122/1/EmQuestao_n12_Acoes.pdf . Acesso em: 28 set. 2022.JUBILUT, L. L.; BAHIA, A. G. M. F.; MAGALHÃES, J. L. Q. D. Direito à diferença: aspectos teóricos e conceituais da
proteção às minorias e aos grupos vulneráveis. v. 1. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
REFERÊNCIAS
15 minutos
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-12/ibge-brasil-tem-14--de-sua-populacao-vivendo-na-linha-de-pobreza
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/11122/1/EmQuestao_n12_Acoes.pdf
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 19/20
MIRANDA, S. A. D. Diversidade e ações a�rmativas: combatendo as desigualdades sociais. São Paulo: Grupo
Autêntica, 2010.
ONU MULHERES. Princípios de empoderamento das mulheres. 2016. Disponível em:
http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/cartilha_WEPs_2016.pdf. Acesso em: 11 set. 2022.
SANTOS, A. P. F. dos et al. Movimentos sociais e mobilização social. Porto Alegre: Grupo A, 2018.
Aula 2
ALVES, L. da C. Reivindicando o território epistêmico: mulheres negras, indígenas e quilombolas interpelando a
antropologia. Humanidades & Inovação, v. 6, n. 16, p. 82-94, 2019.
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 11 set. 2022.
JUBILUT, L. L.; BAHIA, A. G. M. F.; MAGALHÃES, J. L. Q. D. Direito à diferença: aspectos teóricos e conceituais da
proteção às minorias e aos grupos vulneráveis. v. 1. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
Observatório de Coletivos Culturais da Periferia de São Paulo - OCCP. c2020. Disponível em:
https://www.observatorio-periferias.com/ . Acesso em: 28 set. 2022.
OCA – Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual. Disponível em: https://www.gov.br/ancine/pt-
br/oca/. Acesso em: 11 set. 2022.
RUBIM, A. A. C. Políticas culturais no Brasil: tristes tradições, enormes desa�os. In: RUBIM, A. A C; BARBALHO, A.
(orgs.). Políticas culturais no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2007.
Aula 3
ANSELMINI, P.; CRISTIANETTI, J. Minorias e a busca pelo reconhecimento no Estado Democrático de Direito: uma
abordagem a partir de Jurgen Habermas e Nancy Fraser. Revista Jurídica Cesumar-Mestrado, v. 20, n. 1, p.
151-165, 2020.
ARAÚJO, P. M. Mulheres e homens na representação política – per�s sociais e trajetórias de parlamentares no
Congresso Nacional. Revista Pós-Ciências Sociais, [S. l.], v. 16, n. 32, p. 283–311, 2020. Disponível em:
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rpcsoc/article/view/13246 . Acesso em: 17 jun. 2022
BRAGATO, F. F. Sobre o conceito de Minorias: uma análise sobre a racionalidade moderna, direitos humanos e
não discriminação. In: STRECK, L. L.; ROCHA, L. S.; ENGELMANN, W. (org.). Constituição, Sistemas Sociais e
Hermenêutica: Anuário do Programa de Pós-Graduação em Direito da Unisinos. Mestrado e Doutorado. N. 14.
São Leopoldo: Karywa, Unisinos, 2018.
DIMOULIS, D. Direito de Igualdade: antidiscriminação, minorias sociais, remédios constitucionais. Coimbra:
Grupo Almedina (Portugal), 2021.
http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/cartilha_WEPs_2016.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.observatorio-periferias.com/
https://www.gov.br/ancine/pt-br/oca/
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rpcsoc/article/view/13246
21/08/2023, 16:05 wlldd_231_u4_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681235&atividadeDes… 20/20
Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
JUBILUT, L. L.; BAHIA, A. G. M. F.; MAGALHÃES, J. L. Q. D. Direito à diferença: aspectos teóricos e conceituais da
proteção às minorias e aos grupos vulneráveis. v. 1. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
SOUZA, C. A. de; RICHER, R. Alguma coisa está fora da ordem: participação, representação e movimentos
sociais no Brasil contemporâneo (2013-2018). In: Democratização, tensões e aprendizados, 2018. Disponível em:
https://www.jstor.org/stable/pdf/j.ctvn96fr4.22.pdf. Acesso em: 11 set. 2022.
TEIXEIRA, Â. M. A. Os direitos das minorias sob a proteção da ONU. Fragmentos de Cultura, v. 18, n. 1, 2018.
YOUNG, I. Representação política, identidade e minorias. Lua Nova, São Paulo, n. 67, p. 139-190, 2006.
Aula 4
JUBILUT, L. L.; BAHIA, A. G. M F.; MAGALHÃES, J. L. Q. D. Direito à diferença: aspectos teóricos e conceituais da
proteção às minorias e aos grupos vulneráveis. v. 1. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
OLIVEIRA, N. IBGE: 50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza. 2017.
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-12/ibge-brasil-tem-14--de-sua-
populacao-vivendo-na-linha-de-pobreza. Acesso em: 11 set. 2022.
PIOVESAN, F. Ações a�rmativas da perspectiva dos direitos humanos. Cadernos de Pesquisa, v. 35, n. 124, p.
47, p. 43-55, jan.-abr. 2005.
SILVA, D. F. da et al. Realidade socioeconômica e política brasileira. Porto Alegre: Grupo A, 2018.
VASCONCELLOS, M. A; GARCIA, M. E. Fundamentos da economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
https://storyset.com/
https://www.shutterstock.com/pt/
https://www.jstor.org/stable/pdf/j.ctvn96fr4.22.pdf
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-12/ibge-brasil-tem-14--de-sua-populacao-vivendo-na-linha-de-pobreza

Continue navegando