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Prof. Dr. Tiago Bezerra de Sá de Sousa Nogueira 2 Definição É a área da Toxicologia que estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de fármacos ou drogas, causando danos não somente aos indivíduos mas também a sociedade. Prostituição Criminalidade Doenças Violência 3 Droga de abuso é a substância capaz de causar dependência Lícitas Ilícitas Farmacodependência Síndrome comportamental caracterizada pela perda de controle (compulsão) sobre o consumo do droga/fármaco mesmo com intensos prejuízos individuais e sociais. Usuário Dependente 4 REGISTROS DE INTOXICAÇÃO 26,5% 23% 10,6% 6,9% 8% 25% Medicamentos Animais peçonhentos Domissanitários Drogas de abuso Agrotóxicos Demais Dados obtidos de http://www.fiocruz.br/sinitox http://www.fiocruz.br/sinitox 5 REGISTROS DE ÓBITOS POR INTOXICAÇÃO Dados obtidos de http://www.fiocruz.br/sinitox http://www.fiocruz.br/sinitox 6 Segundo CEBRID 7 Toxicologia Social ETANOL 8 Toxicologia Social ETANOL Substância psicoativa mais consumida Estima-se que 1 em cada 10 indivíduos apresentam problemas por consumo abusivo. Acidentes de trânsito, hepatopatias e dependência são os piores problemas. 9 ToxicocinéticaETANOL Absorção: 20% no estômago 80% no intestino delgado Pico plasmático: em 30-90 minutos Atravessa a barreira hematoencefálica e placentária Metabolizado prioritariamente pelo fígado Acetaldeído AcetatoÁlcool Adeído desidrogenaseÁlcool desidrogenase Toxicodinâmica ETANOL Modulador do receptor GABA Depressores do SNC ETANOL EFEITOS TÓXICOS Efeitos agudos Efeitos crônicos 0,3 – 0,5: Relaxamento, despreocupação, coordenação levemente afetada 0,5 – 0,8: Reflexos retardados, dificuldades de adaptação da visão a diferenças de luminosidade, capacidade de julgamento diminuída,riscos e tendência à agressividade 0,8 – 1,5: comprometimento funções motoras 1,5 – 3,0: perda de equilíbrio, fala pastosa, confusão mental 3,0 – 5,0: inconsciência, coma e morte Sistema gastrointestinal: aumento incidência de câncer, gastrite, úlceras, esteatose hepática --- hepatite ------- cirrose -------câncer Sistema cardiovascular: aumento AVC e IAM, hipertensão e aumento do colesterol, SNC: neuropatia, alterações cognitivas, etc. Síndrome fetal: abortos, malformações, baixo peso. ETANOL DEPENDÊNCIA • Desenvolvimento de tolerância e dependência • Síndrome de abstinência – Ansiedade, tremor, insônia, desconforto gastrintestinal – Irritabilidade, agitação, sudorese, febre, taquicardia, aumento da PA, náusea e vômitos – Confusão mental, alucinações, distúrbios hidroeletrolíticos, convulsões 1 3 Toxicologia Social TABACO 90% dos casos de câncer de pulmão. 75% dos casos de bronquite crônica e enfisema. 25% dos casos de infarto do miocárdio Nos últimos anos aumento do número de mulheres usuárias. Folhas: contém cerca de 500 constituintes, quando queimada pode chegar a 4800. Nicotiana tabacum 1 4 Toxicologia Social TABACO FUMAÇA É RESULTADO DA COMBUSTÃO INCOMPLETA Gasosa -Monóxido de carbono -Óxido de nitrogênio -Amônia -Aldeídos (acroleína) -Nitrosaminas voláteis Particulada -Nicotina -Água - Alcatrão (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, nitrosaminas, íons metálicos, etc.) 1 5 Toxicologia Social TABACO APRESENTAÇÕES DO TABACO Cigarro Pequena porção de tabaco enrolado em papel muito fino Charuto Preparado com folhas curadas, envolvidos em uma folha seca Cachimbo Aparelho composto de um formilho e de um tupo Tabaco de mascar Folhas secas muitas vezes adicionada de mentol, cravo EFEITOS TÓXICOS NICOTINA Coronariopatias Monóxido de carbono Carboxiemoglobinemia - Liberação de catecolaminas - Aumento pressão arterial - Aumento frequência cardíaca Ação sinérgica = maior frequência esclerose, isquemia e trombose coronarianas EFEITOS TÓXICOS • Bronquite crônica e enfisema: substâncias irritantes (acroleína, fenóis, cresóis, ácidos orgânicos) redução dos movimentos ciliares dos brônquios • Câncer: hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (benzopireno) e nitrosaminas (voláteis e não voláteis) • Gravidez: aborto, redução da taxa de crescimento, síndrome da morte súbita infantil • Dependência: causada pela nicotina Toxicologia Social CANABINÓIDES A Cannabis sativa (maconha) é a droga ilícita mais cultivada, traficada e consumida no mundo Apresenta aproximadamente 70 fitocanabionóides. Inicialmente utilizada pelas propriedades têxteis e medicinais. Cannabis sativa ∆9THC Ligantes dos receptores canabinóides e compostos relacionados • + Encontrado nas inflorescências • Na planta : forma carboxilada (precisa pirólise para se tornar ativo) • Erva comum, skunk, óleo de haxixe 9 – THC (tetrahidrocanabinol) Psicoativo (principal) CANABINOL (SEM EFEITO) E CANABIDIOL Toxicocinética CANABINÓIDES FUMADO efeitos rápidos. Detectável no plasma em segundos com pico plasmático em minutos. Perde-se muito na pirólise (biodisponibilidade de 25% ). ORAL Absorção lenta, irregular. Baixa Biodisponibilidade (15%), pico de concentração em 2 horas. Degrada-se no estômago, sofre grande biotransformação. THC: altamente lipossolúvel, quase totalmente ligado à proteínas plasmáticas, atinge SNC, se redistribui e pode se depositar no tecido adiposo, gera vários metabólitos (eliminação inalterada desprezível), 70% da dose é excretada em 72 horas (renal e fecal), podendo ser detectada em até 30 dias para fumantes mais frequentes Toxicocinética CANABINÓIDES Biotransformação 3 metabólitos mais importantes •11-hidroxi−∆9-tetraidrocanabinol (hidroxiTHC ou 11-OH-THC): composto levemente mais psicoativo que THC; •Ácido 11-nor−∆9-tetraidrocanabinol-9- carboxílico (carboxi-THC ou THC-COOH): produzido pela oxidação do 11-OH−∆9 -THC. É um composto polar e inativo; • Ácido 11-nor−∆9-tetraidrocanabinol-9- carboxílico glicuronídeo (carboxi-THC glicuronídeo): produzido pela conjugação do carboxi-THC com ácido glicurônico para ser eliminado pela urina. Toxicodinamica CANABINÓIDES Atuam nos receptores CB1 e CB2 (agonista sintético: anandamida) Do tipo MATABOTRÓPICOS, acoplados à proteína Gi que atua inibindo a adenilciclase. Quando um agonista se liga a um receptor acoplado à proteína Gi. Inibição da adenilato ciclase e consequente diminuição do AMPcíclico Redução da liberação de neurotransmissores, abertura de canais de potássio. Inibição da transmissão sináptica. Toxicodinamica CANABINÓIDES Pouco se sabe sobre o mecanismo exato Pode induzir tolerância farmacodinâmica aos receptores CB1. Efeitos subjetivos variáveis: euforia, sonolência, perda da discriminação espaço e tempo, incoordenação motora, prejuízo da memória recente, déficit intelectual e cognitivo, diminuição da percepção sensorial, hiperemia das conjuntivas, elevação do apetite, boca seca. Psicose tóxica: dose elevada! Efeitos crônicos sobre o efeito pulmonar: diminuição do número de bronquíolos, carcinogênese. Sistema cardiovascular: elevação da saturação de carboxiemoglobina, elevação da velocidade dos batimentos cardíacos exigindo maior aporte de oxigênio Sistema imune: supressão CB1: Propriedades analgésicas; modulam canais de Cálcio, abrem canais de potássio (reduzindo transmissão nervosa) CB2: associado à modulação do sistema imune e hematopoiese (ação imunossupressora) EFEITOS TÓXICOS CANABINÓIDES Efeitos agudos Efeitos crônicos Físicos: hiperemia da conjuntiva, boca seca, taquicardia, coordenação motora diminuída Psíquicos: euforia seguida de relaxamento, sonolência e depressão, hilariedade, prejuízo de memória recente e atenção, perda da discriminação de tempo e espaço, aumento do apetite Sistema pulmonar: bronquite, câncer Sistema cardiovascular: aumento da carboxihemoglobina, risco aumentado de ataque cardíaco Desenvolvimento de tolerância – dessensibilização dos receptores , Dependência Opiáceos:OPIÁCEOS E OPIÓIDES são substâncias naturais contidas no ópio como a morfina, codeína e tebaína. Opióides: é uma denominação mais ampla, referindo-se a todos os compostos relacionados ao ópio. Ex. Heroína, oxicodona, meperidina, propoxifeno. Natural ou sintética. A papoula está fortemente ligada ao ópio, já que este é o látex do fruto da papoula enquanto ainda não está maduro. Este látex é bastante semelhante ao da seringueira, no entanto possui propriedades diferentes, sendo que o extraído da papoula contém morfina, codeína, papaverina e outras substâncias. OPIÁCEOS E OPIÓIDES Papaver somniferum Ópio Morfina Heroína Codeína OPIÁCEOS E OPIÓIDES PADRÕES DE USO • O ópio é empregado no forma de goma de mascar ou em solução, pode ser fumado na forma de cachimbos especiais. • Heroína administrada pela via intravenosa, inalatória e intranasal OPIÁCEOS E OPIÓIDES Mecanismo de Ação e Efeitos OPIÁCEOS E OPIÓIDES OPIÓIDES MORFINA Combate dores viscerais e intensas, maioria eliminada pela urina (glucuronato – morfina). O glicuronato 6 da morfina é 13 a 200 vezes mais potente do que a morfina. Neonatos não conseguem conjugar glicuronato à morfina. Lembrar da tríede: pupilas puntiformes + depressão respiratória + coma. CODEÍNA Antitussígeno e analgésico. Associada a glutetimida resulta em euforia semelhante à heroína. Também provoca a tríede estudada em morfina. BUPRENORFINA 30 a 50 vezes mais potente que a morfina como analgésico e provoca menor depressão respiratória (+segura). Alternativa à metadona em dependentes de heroína. HEROÍNA Vias IV, inalatória e fumada. 11" após ser absorvida pelo pulmão ela está no cérebro. Possui ½vida muito curta (cerca de 3‘ ). Mais potente indutora de dependência. RNs que nascem com abstinência são tratados com clorpromazina + elixir paregórico. A morte não é devido aos efeitos farmacológicos típicos dos opiáceos. FENTANIL Pré anestésico, anestésico pós cirúrgico. 200 vezes + potente que morfina. Efeito quase imediato. Alcança [ ] máxima no cérebro entre 1 e 2’, ½ vida de 1,5 a 6 horas. Existe o alfentanil (analgésico de ação ultra curta) e carfentanil , 10.000 vezes mais analgésico que a morfina e usado em animais de grande porte. PROPOXIFENO Analgésico de eficácia inferior à codeína. Dose letal é menor quando associada a bebidas alcoólicas. TRAMADOL Análogo sintético da codeína. Trata dor leve a moderada. Não desenvolve miose. Inibe captação de serotonina (abuso). DEXTROMETORFANO Não tem ação analgésica. Produz miose, depressão respiratória e depressão do SNC. METADONA Controle da dor crônica e tratamento do vício em morfina. Ação analgésica muito similar à morfina, porém provoca abstinência com menor intensidade. Administrada via oral. Possui meia vida longa (24horas). NALOXONA Não é usada como droga de abuso. Usado tanto na terapia das superdosagens de opióides como no diagnóstico de intoxicação, porque precipita a absitinência em indivíduos dependentes. Ela desloca os opióides dos seus sítios e se liga a eles, antagonizando os efeitos sedativos, analgésicos e oculares dos mesmos. Estimulantes do SNC Substâncias usadas voluntariamente com a finalidade de obtenção de estados alterados de consciência, caracterizados por euforia, aumento da capacidade física e mental decorrente do estímulo do SNC. COCAÍNA AFETAMINAS • Padrões de uso • Toxicocinética • Toxicodinâmica • Dependência, Tolerância e abstinência • Efeitos NICOTINA, XANTINAS... Estimulantes do SNC COCAÍNA • Alcalóide extraído da Erythroxylon coca Lam. e Erythroxylon novogranatense. O anel tropano é formalmente constituído pelos anéis pirrolidina e piperidina Anel pirrolidínico Anel piperidínico Estimulantes do SNC COCAÍNA Alcalóide extraído da Erythroxylon coca Lam. e Erythroxylon novogranatense. Andes, Equador, Bolívia e Bacia Amazônica Colômbia e Venezuela Pasta de coca (contém cocaína na forma de base livre) Sulfato e cloridrato de cocaína Rendimento 1% Maceração Efeitos ➔ Anestésico local, Simpatomimético Usos ➔ Rituais religiosos, tratamento de doenças, bebidas, tratamento para dependência de morfina. Padrões de uso COCAÍNA PASTA DE COCA HCl ou H2SO4 Cloridrato de cocaína ou sulfato de cocaína (IV, Nasal*, via oral) NÃO FUMADO! *MELHOR ABSORÇÃO Base livre → Baixo PF (perto de 100°C) Aquecimento Vapores podem ser inalados Crack, merla, Oxi, base, freebase, bazuco e pedra Manipulação com:querosene, cal, pó de barrilha, bicarbonato de sódio, éter, ácido sulfúrico Favorece queimaduras! 120mg/ dia ou 4 a 5g/semana Até 3x/dia Padrões de usoCOCAÍNA SAIS OU COCAÍNA BASE Droga de rua: anestésicos locais (benzocaína, procaína, tetracaína, bupivacaína, etidocaína, lidocaína, mepivacaína, dibucaína, prilocaína); estimulantes (cafeína, teofilina, ergotamina, estricnina, efedrina, fenilpropanolamina, metilfenidato e anfetamina); piracetam; diluentes (glicose, lactose, sacarose, manitol, amido, talco, carbonatos, sulfatos e ácido bórico). Cocaína + etanol cocaetileno (propriedade da cocaína + duradoura) Cocaína + maconha Aumento do prazer, redução da compulsão. Cocaína + ansiolíticos ou antidepressivos Reduzir sensações negativas após uso ToxicocinéticaCOCAÍNA ABSORÇÃO 8 ”→ Fumada. 3 a 5’ → IV. 10 a 15’ → nasal. TEMPO PARA PRODUZIR EFEITOS Fumada e IV→ velocidade de “absorção”, pico de concentração plasmática, duração e intensidade dos efeitos comparáveis. IV e fumada possuem padrões cinéticos similares: Início rápido e duração curta do efeito! Efeitos mais pronunciados na via pulmonar! Intervalo de meia hora entre carreiras, tempo de efeito da euforia produzida. Biodisponibilidade: Fumada (70%); nasal (60 a 80%). Quando o indivíduo FUMA ele produz ÉSTER METILANIDROECGONINA! A absorção oral ou nasal é de velocidade baixíssima (vasoconstrição). Absorção Via oral Estômago (ionizada), Intestino (não ionizada prevalece). Maior velocidade no intestino! Não depender de agulhas, efeito mais intenso e facilidade de administrar facilitam o reforço! ToxicocinéticaCOCAÍNA BIOTRANSFORMAÇÃO ToxicocinéticaCOCAÍNA Distribuição e Eliminação Alta capacidade de ligação a alfa-1-glicoproteína ácida e baixa, porém significativa, pela albumina. Fração livre: 67 a 68% Acúmulo: fígado (receptores hepáticos); cabelo; SNC (uniformemente) Atravessa a BHE e placentária (encontra benzoilecgonina em sangue de cordão, líquido amniótico, urina, mecônio, cabelo e urina de neonatos). Eliminação: leite materno, sêmen (nasal, IV, respiratória) Cocaína benzoilmetilecgonina Ester Metilecgonina 32 a 49% da excreção urinária de cocaína benzoilecgonina 29 a 44% da excreção urinária de cocaína OUTROS EM MENOR % Ecgonina Norcocaína Benzoilnorecgonina Cocaetileno (mesmo padrão cinético, maior meia vida) As Concentrações de BE no SNC refletem a biotransformação no local, pois o metabólito é POLAR, incapaz de atravessar a BHE. ToxicodinâmicaCOCAÍNA USO DA NE DA NE Euforia Depressão Vias Nigroestrial (principal, 75% da DA); Mesolímbica ou mesocortical Sistema túbero-hipofisário Neurônios dopaminérgicos locais. MECANISMO BLOQUEIO DE RECAPTAÇÃO DE DA e NE FENDA SINÁPTICA USO CRÔNICO REDUZ DA E NE SIGNIFICATIVAMENTE NO CÉREBRO (MECANISMO DE AUTORREGULAÇÃO) Toxicodinâmica COCAÍNA Cardiotoxicidade → sinergismo entre ação simpatomimética e anestésica pelo bloqueio dos canais de Sódio. Convulsões→ Relacionada a ação do Glutamato (antagonista de glutamato) Esteriótipo → Relacionado a vias dopaminérgicas (Haloperidol) Menos Na+ = Menor condução do impulso nervoso NE gera taquicardia fibrilação ventricular Tolerância, Dependência e Abstinência COCAÍNA • Tolerância aos efeitos comportamentais ocorre em usuários crônicos após consumo de altas doses → redução do efeito eufórico e fisiológico. • Tolerância reversa → Sensibilização • Alta capacidade de produziro reforço positivo (abuso) devido aos efeitos mesolímbicos! • A depleção de dopamina após o uso aumenta o desejo por busca (elo entre mecanismo e padrão de uso) • Anticorpos anti cocaína poderiam inibir o efeito de reforço em cocaína (animais) • Retirada da cocaína após uso crônico: depressão, fadiga, irritabilidade, perda do desejo sexual, impotência, tremores, dores musculares, distúrbios da fome, mudança no eletroencefalograma, mudança dos padrões de sono. Esse é o reforço negativo (abstinência). Distúrbios COCAÍNA PSIQUIÁTRICOS:Euforia, alteração do humor, sensação de aumento de energia, vigília e auto confiança; supressão de medo e pânico; prejuízo das funções de memória e julgamento; agitação; convulsão; comportamento paranoico; agressividade; senso de poder; aparecimento de halos de luz no campo visual; manifestações auditivas e visuais psicóticas que podem levar ao comportamento suicida ou homicida, alucinações tácteis; depressão e esquizofrenia. RESPIRATÓRIOS: Hiperemia relativa da mucosa nasal; rinite; deposição de adulterantes nos seios etmoidas; sinusite. “Pulmões de Crack” (bronquiolite obstrutiva, infiltrados e granulomas pulmonares, rinorreia de líquido pleural e fibrose pulmonar se o adulterante for talco). CARDIOVASCULARES: São independentes da via de exposição! Aumento da pressão sistólica, aumento da frequência cardíaca, sobrecarga cardíaca pela vasoconstrição periférica, aumento da resistência vascular coronariana reduzindo o aporte de sangue para o miocárdio. Taquicardia, fibrilação, parada cardíaca. Ação pro coagulante por aumento da agregação plaquetária. Relacionada a via intravenosa → miocardite, cardiomiopatia, endocardite. HEPÁTICOS: Necrose hepática. Anfetamínicos Grupo de Substâncias sintéticas e estimulantes que inclui: anfetamina; metanfetamina e ao grupo das anfetaminas anel substituídas, como o “êxtase”. Atuam como aminas simpatomiméticas Maior potencial de abuso Anfetamínicos • II Guerra Mundial: Alemães usaram anfetamina para aumentar o estado de alerta das tropas e combater a fadiga. • JAPÃO: Usava nas tropas e para aumentar a produtividade de trabalhadores. • Uso abusivo por caminhoneiros (“Rebite”) • Estudantes (metilfenidato): Aumentam o estado de alerta físico e mental e estímulo do SNC (para tarefas mais simples). “Doping intelectual” • Anorexígenos • Distúrbios de Hiperatividade em crianças (TDAH e narcolepsia) • Descongestionantes nasais • Alucinógenos • Ice drops, chalk, speed, meth, glass, crystal (FUMADOS) Padrões de uso Anfetamínicos Características estruturais Posições chaves: p, m do anel benzênico Beta da cadeia lateral Anfetamínicos Efeitos tóxicos Principal →Cardiovascular →neuropsíquico Anfetamínicos Toxicocinética • ABSORÇÃO: Absorvida pelo TGI com pico de 1 a 2 horas (metilfenidato e pico após 3 horas). • DISTRIBUIÇÃO: Capacidade de ligação a proteínas plasmáticas (15% para anfetamina e metilfenidato) e 34% fenfluramina. Mesmo na forma ionizada, passa rapidamente pela BHE (transporte especiais) • BIOTRANSFORMAÇÃO: fígado (primordial). Metabólitos (anfetamina e metanfetamina). Metabólito de metilfenidato → ácido ritalínico) • EXCREÇÃO: após conjugação com sulfato. A porcentagem de eliminação na urina depende do pH da mesma. A cada unidade de pH que aumenta na urina ocorre o aumento de 7 horas de meia vida plasmática (em média). Anfetamínicos Toxicodinámica Atuam como aminas simpatomiméticas nos receptores ALFA e BETA adrenérgicos (potência variável de acordo com a estrutura). • Aumentam a liberação de neurotransmissores adrenérgicos na fenda sinápticas • Inibem a recaptação • Inibem a MAO (enzima que destrói norepinefrina e serotonina) Alucinógenos Substâncias químicas que em doses não tóxicas produzem mudanças na percepção, no pensamento e no estado de ânimo ALUCINAÇÕES: conjunto de percepções elaboradas pela mente e projetadas sobre os sentidos como se a sensação tivesse sido provocada por algo que existe. Uma sensação subjetiva que não corresponde a estímulos externos........ ERRO MENTAL: Atribui percepção a dados subjetivos! MEDO PRAZER DOR ANSIEDADESensações reais • Visuais • Auditivas • Olfativas • Gustativas • Táteis Cannabis Sativa L. (perturbador) Anfetamínicos/Ecstasy (entactógenas) Alucinógenos Busca de sensações e percepções experimentadas na AUSÊNCIA de eventos externos desencadeantes, privando o indivíduo de RAZÃO, ENTENDIMENTO E REALIDADE. MÍSTICA? DIVINO? RECREATIVO? INSPIRADOR? CURANDEIRISMO? Aspectos Gerais Alucinógenos LSD Cogumelos Alucinógenos Plantas Alucinógenas CURANDEIRISMO? Alucinógenos Atropa belladonna L. DMT (Dimetiltriptamina) Atropina, Escopolamina, Hiosciamina CURANDEIRISMO? Plantas Datura stramonium Dutra Ceatocaulis Brugmansia Mimosa hostilis Banisteriopsis caapi Ipomoea violácea L Harmina - ayahuasca LSA Lophophora Williamsii (cacto peyot) Mescalina Alucinógenos Delírios Construção intelectual mórbida, afastada da realidade e de convicção inabalável do paciente. Perturbação mental + alucinação + excitação mental + inquietude física Ciúme, perseguição, grandeza Paranoico ➔ superioridade Esquizoide → introversão Astênico → obsessão Histérico → imaginação Alucinógenos Bad Trip Viagem ruim (efeito adverso) Sentimento de perda de controle, distorções da imagem do corpo, alucinações bizarras e aterrorizantes, medo da insanidade ou da morte, desespero, tendência suicida. Alguns sintomas físicos: Suor, palpitações, náuseas, parestesia. Anfetaminas, anti-histamínicos, sedativos/hipnóticos também provocam. Alucinógenos Flashbacks Transtornos de percepção pós-alucinógena Recorrências fragmentadas de efeitos alucinógenos (distorções visuais, intensificação de uma cor percebida, aparente movimento de objetivo fixo, confusão de um objeto com outro, sintomas físicos, perda do limite do ego ou emoção intensa) Tem curta duração (segundos ou horas) e repetem exatamente o sintoma da alucinação anterior. Podem ser precipitados pela intoxicação alcóolica, cansaço, uso de outras drogas etc......... Alucinógenos Substâncias que podem provocar alucinações Quando em altas doses (ruptura dos tecidos nervosas) Etanol, metais, hidrocarbonetos Delirantes Atropina, fenciclidina, triexifenidila Alucinógenas LSD, mescalina, psilocina Alucinógenos Padrão de uso Anos 60 e anos 80 Papel de filtro impregnado com 30 a 50 µg da substância (sublingual) Alucinógenos Padrão de uso CAPS AD Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas Alucinógenos LSD25 - Dietilamida do ácido lisérgico Alcalóide indólico, produto do fungo Claviceps purpúrea (esporão do centeio). Pesquisa de Albert Hofmann pela Sandoz. Efeitos: 40 minutos após absorção e duram até 9h (ondas de LSD, depois tensão e fadiga) Alucinógenos Estágios da ação do LSD Latência (0,5 a 3h) Mudança física (frio, suor, midríase, dor de cabeça) Período intermediário (medo, angústia) Período de síndrome psíquica e afetiva Modificação do tempo vivido Modificação da sensação de espaço Modificação da sensação do próprio corpo Modificação afetiva Modificação do curso do pensamento Alucinações (principalmente visuais) Conotação erótica e sensual (simbólica) Lucidez relativa DEPENDÊNCIA TOLERÂNCIA MECANISMO: AGONISTA 5HT2A AGONISTA DOPAMINÉRGICO Ativação dos receptores é TEMPO DEPENDENTE! Prof. Dr. Tiago Bezerra de Sá de Sousa Nogueira
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