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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO Disciplina: POLÍTICA EDUCACIONAL Aluno: João Lucas Anselmo Eleutério Professora: Juliana Souza A desafiadora justiça social frente à educação brasileira A sociedade brasileira é diversa, sendo composta por cidadãos singulares e essas particularidades dos sujeitos culminam nas desigualdades sociais. O fenômeno referido tem como resultante a injustiça social, onde os sujeitos não possuem os mesmos acessos à serviços públicos essenciais como educação, saúde, moradia, dentre outros. Salienta-se que o fenômeno supradito tem resultados finais dessemelhantes, mas igualmente injustos, a depender dos serviços essenciais que de certa forma não cumprem a sua função isonômica como princípio. Objetivando aclarar o fato supramencionado toma-se como exemplo a questão educacional brasileira, que tem a competição desigual entre os indivíduos, o abandono escolar, a precariedade do ensino básico e a falta de representatividade na educação pública superior como resultantes das desigualdades sociais. De acordo com a Constituição Federal de 1988 a educação é um direito de todos tencionando o pleno desenvolvimento, o preparo para o exercício da cidadania e a qualificação do brasileiro para o trabalho, sendo dever do Estado e da família, e possui em um de seus princípios a igualdade de acessos e condições para permanência na escola, entretanto, devido as diferentes realidades socioeconômicas e socioculturais do cidadão brasileiro não é o que se nota na prática. No que se refere às diferenças socioeconômicas existe uma diferença considerável na qualidade dos ensinos, fundamental e médio, entre as escolas públicas e privadas do Brasil. Observa-se também, que tais desigualdades se fazem presentes dentro de um mesmo ambiente escolar, onde é notório que sujeitos com rendas mais abastadas, em sua maioria, terão resultados escolares superiores em relação àqueles que convivem com a miséria, pais ausentes, entre outros problemas oriundos da má distribuição de renda no país. No que concerne às desigualdades socioculturais é notório que sujeitos pertencentes à grupos sociais denominados “minorias” (população LGBTQIA+, negros, indígenas, população periférica, imigrantes, refugiados, membros de religiões de matrizes africanas, dentre outros) são marginalizados no ambiente escolar, onde ocorre a desvalorização étnica, regional e cultural desses indivíduos, sendo considerados menos capazes pela população branca, heterossexual, cristã, com ascendência europeia e habitada na zona Sul. Tal fenômeno segregacionista tem como consequência a evasão escolar desses grupos minoritários. Diante desse contexto, salta aos olhos um movimento comum acarretado pelas desigualdades socioeconômicas e socioculturais, que é o acesso ao ensino superior de qualidade, composto quase que em sua totalidade por universidades públicas. Em um giro pelas universidades federais do Brasil fica evidente que a representatividade do corpo discente dos grupos oriundos de classes sociais menos favorecidas e das minorias supraditas ainda é insuficiente em relação ao percentual populacional desses grupos. Posto isso, nota-se que os princípios básicos da Constituição de 1988, no que tange a educação, não estão sendo cumpridos e a discussão acerca da justiça social que objetiva compensar as desigualdades se faz necessária. É imprescindível abandonar o caráter meritocrático da educação brasileira e para que isso aconteça o Estado tem que desenvolver políticas sociais pontuais objetivando: uma melhor redistribuição de capital entre os sujeitos diminuindo assim a disparidade socioeconômica entre eles, a criação e ampliação de políticas de inclusão nas universidades públicas como as cotas sociorraciais e a promoção de atividades em ambiente escolar de modo a valorizar as especificidades de cada indivíduo. Considerando as realidades socias, econômicas e culturais do povo brasileiro é importante que o desenvolvimento dessas políticas aconteça de forma democrática, a fim de compreender todas as realidades e assim desenvolver o princípio de equidade, não da igualdade. Desse modo, vale ressaltar a importância do envolvimento dos ditos grupos subordinados na discussão e elaboração de tais políticas, ou seja, a participação dos sujeitos na coordenação e desenvolvimento dessas ações.
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