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TRITRICHOMONAS FOETUS

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TRITRICHOMONAS FOETUS (RIEDMULLER,1928) (PROTISTA ,TRICHOMONADIDAE) E A IMPLICAÇÃO NA PECUÁRIA DO BRASIL
O conhecimento sobre as doenças que afetam os bovinos é muito importante, tanto quanto a existência de um controle sobre as mesmas, com intuito de prevenir o gado e consequentemente evitar prejuízos. Dentre estas doenças, encontra-se a tricomonose, que afeta os bovinos e tem como principal sequela o aborto. É uma doença venérea contagiosa causada pelo protozoário Tritrichomonas foetus, transmitida sexualmente e uma vez não detectada pode expandir rapidamente por todo rebanho comprometendo a produção do mesmo. Desta forma, o conhecimento sobre a doença torna-se importante, para que, aos primeiros sintomas, se saiba como proceder. 
Causada pela espécie protozoário flagelado a Tricomonose é de formato piriforme, ovóide ou arredondado que possui quatro flagelos, sendo três anteriores livres e o quarto que dirige à porção posterior acompanhando uma membrana ondulante que termina em um flagelo caudal. Quanto ao tamanho, encontra-se diferenças na literatura, de 5 a 10 micrometros de largura e 10 a 25 de comprimento ou em média 16 micrômetros de comprimento e 5 de largura e até mesmo a variação de 8 – 18 micrometros de comprimento e 4 – 9 de largura. O habitat do é o trato genital de bovinos. 
O principal local onde poderia ser encontrado, nas fêmeas, era o útero, porém, sabe-se atualmente, que pode ser encontrado na vagina, útero e quando há piometra, pode ser encontrado na secreção uterina até nas trompas. Independentemente do método utilizado na coleta, o material do trato genital das fêmeas nem sempre possibilita evidenciar o parasito. Nos machos, eles podem ser encontrados na cavidade prepucial, pênis principalmente na glande e criptas prepuciais, mucosa peniana, porção inicial e distal da uretra. No feto, é encontrado mais comumente no líquido amniótico e alantóico além do fluido do abomaso.
O T.foetus é transmitido através da cópula podendo ser, tanto do macho infectado para a fêmea susceptível, como da fêmea infectada para o macho não infectado, pode ocorrer também, a transmissão mecânica, embora com menor frequência, pela inseminação artificial, com sêmen ou instrumental contaminado, através da vagina artificial contaminada e instrumentos obstétricos. 
O touro por ser hospedeiro assintomático é considerado principal disseminador, pois quanto mais velhos, há também um aumento na profundidade das criptas prepuciais, nicho ecológico do parasito na mucosa, e isso os torna mais suscetíveis a contrair a doença e a manterem-se portadores permanentes; além disso, eles apresentam dominância sobre os touros mais jovens na época de monta e isto proporciona um aumento no risco de transmissão da doença As fêmeas infectadas apresentam alterações reprodutivas e mantêm os parasitos por longos períodos transmitindo-os aos touros através da cópula. 
Os sintomas são diversos, entre eles, taxa de natalidade menor que a prevista, estação de nascimentos prolongada, morte embrionária, abortamentos, piometra, vaginites, cervicites, reabsorções embrionárias, infertilidade, vaginite moderada, vaginite granulosa, maceração do feto, endometrite, endometrite purulenta, piometra fechada, foliculite, vestibulite, repetição de cios a períodos irregulares, infertilidade temporária, inflamação do útero podendo ocorrer encurtamento do ciclo estral. Quando se trata do período de abortamento, há divergências, pode ocorrer da 3ª a 16ª semana, o aborto pode, em alguns casos, não ser percebido devido o tamanho do feto. A fêmea infectada pode conceber, porém o embrião não se fixa na mucosa uterina, ocorrendo sua morte e reabsorção ou aborto. 
O primeiro sinal clínico é a foliculite e vestibulite devido a maior deposição de tricomonas na porção ventral da vagina e do vestíbulo e a primeira anormalidade é a repetição de cios que ocorre na maioria das vacas do rebanho. As fêmeas não possuem resistência ao protozoário, desta forma, quando a infecção surge pela primeira vez todas poderão se infectar, adquirindo imunidade somente ao longo da vida reprodutiva. Após o contágio, a infecção se estabelece primeiro na vagina, passando em seguida para o útero, podendo causar endometrite, tornando-o um ambiente impróprio para o zigoto em desenvolvimento, causando sua morte e reabsorção, aborto ou piometra. Nos casos onde houver endometrite purulenta ou de piometra fechada a vaca pode ficar estéril permanentemente 
Para diagnosticar a doença deve ser feito suspeita clínica baseada no desempenho reprodutivo do rebanho, tanto dos machos quanto das fêmeas, escolha do meio seletivo apropriado para isolamento bem como um método de colheita para identificação do parasito consideram dois métodos para diagnóstico da Tricomonose bovina: o direto, que é feito logo após a colheita, através de microscópio e o indireto o qual inclui incubação por 24, 48, 72 horas a 37°C em meio seletivo e posteriormente observado ao microscópio, sendo o primeiro indicado para uma pequena quantidade de amostra e considerado menos sensível e o segundo para qualquer quantidade. 
Para confirmação da doença, é necessária a visualização de no mínimo um parasito vivo no material analisado, devendo apresentar movimentos bruscos. Poderá ser necessário que o exame seja repetido diversas vezes, pois a presença do parasito pode ser intermitente. Porém quando um touro examinado for positivo deve-se considerar todo rebanho positivo para iniciar as medidas de controle. O diagnóstico da Tricomonose bovina deve ser obtido através de pesquisa microscópica do protozoário na secreção prepucial em touros, vaginal em fêmeas ou utilizando fetos abortados.
 Quanto aos métodos de coleta nos touros, no método do raspado prepucial, faz-se escarificação da mucosa do pênis e bainha peniana utilizando uma pipeta de inseminação artificial e o material resultante é aspirado por uma seringa ou pêra acoplada na outra extremidade. Para realização do lavado prepucial deve-se inocular no prepúcio, 50ml de solução salina utilizando um tubo plástico estéril ou seringa e sonda, em seguida, o orifício prepucial deve ser obstruído com os dedos e com a outra mão todo prepúcio deve ser massageado vigorosamente, durante 30 a 60 segundos e por fim o conteúdo deve ser colhido em um frasco de boca larga, considera este método trabalhoso, T. foetus swab o material coletado deve ser examinado em laboratório através de microscópio e quando necessário o protozoário deve ser cultivado em meios seletivos. As amostras coletadas em campo devem, em seguida, ser inseridas em meio seletivo, transportadas em temperatura ambiente e colocadas em estufa a 37°C e serem examinadas diariamente durante 7– 10 dias (SOUSA et al., 1991). 
Para coleta utilizando o método do direto, o pênis deve ser exteriorizado através de manipulação manual ou por administração de tranqüilizante. Depois de distendido, a glande deve ser segurada com gaze esterilizada e a extensão do pênis deve ser completada por tração direta. Posteriormente, toda a superfície deve ser analisada para verificar presença de nódulos linfáticos comumente observados em casos de Tricomonose. A glande, mucosa e região do fórnix devem ser esfregadas com gaze embebida em solução salina e o material coletado deve ser espremido e examinado o mais rápido possível. O exame direto após sedimentação propicia a visualização do parasito. 
Nas fêmeas: A coleta do muco ou secreção vaginal é feita utilizando, por aspiração do material utilizando tubo estéril, ou através de pipeta de inseminação artificial, durante o cio, quando há líquidos fetais, liquido de piometra e quando há exudato uterino e vaginal nas 48 horas após abortamento. No método da pipeta, a mesma, contendo meio Locke ovo-sangue-soro, deve ser introduzida na vagina e um bulbo colocado previamente na extremidade externa da pipeta deve ser retirada, inserida em tubos de cultivo e colocada na estufa de um dia para o outro e só então ser examinada ao microscópio.
Na técnica do sweb, deve-se introduzir na vulva o espéculo e em seguidao embebido em meio de cultivo. A penetração deve ser feita até a cérvix e através de movimentos circulares, o entra em contato com a mucosa da vagina, o bastão é retirado e o material proveniente é espremido em tubos de cultivo e enviado ao laboratório para ser examinado nas três primeiras horas.
Quanto ao tratamento e profilaxia os touros infectados não se restabelecem naturalmente e o tratamento só é recomendável quando o mesmo apresenta um alto valor zootécnico, já os demais devem ser substituídos, descartados ou abatidos. O tratamento não deve ser feito em um grande número de animais, nem mesmo em um rebanho indiscriminadamente, visto que o tratamento além de envolver gastos com medicamentos necessita também de tempo e esforço para testar o touro até que seu tratamento seja considerado seguramente bem sucedido. Um animal só deve ser considerado negativo após três análises, com intervalos de 7 e 15 dias entre as coletas para que se obtenha um resultado mais seguro. O tratamento recomendado para os touros portadores deve ser com produtos específicos a base de Triplafavina, Dimetridazole, Acriflavina.
As fêmeas conseguem recuperar-se, sem medicamentos, após descanso sexual de aproximadamente 60 ou 90 dias. Portanto as que apresentarem piometra ou outras infecções genitais devem ser tratadas individualmente. A inseminação artificial dos touros recuperados é recomendada como medida profilática, a reprodução não necessita ser interrompida em rebanho onde é utilizada esta prática e não existe risco de transmissão de um animal para outro e neste caso o índice de recuperação das fêmeas é satisfatório. Quando se observa aumento da natalidade, diminuição de morte embrionária e aborto, são indícios de que o rebanho adquiriu imunidade contra a Tricomonose.
Para o controle, em locais onde a inseminação artificial é utilizada, a doença tem sido controlada é recomendada como melhor método para quem deseja esta finalidade, sendo utilizada em um rebanho por dois anos poderá na maioria das vezes eliminar a infecção. Também é relevante ter controle sanitário do sêmen e realizar descarte dos animais infectados. Caso haja retorno à monta natural, deve-se descartar as fêmeas restabelecidas, pois podem permanecer portadoras. Monta com touros não infectados de 2 a 3 anos de idade pode prevenir que a doença seja disseminada. Ao introduzir animais no rebanho, o produtor deve certificar-se se os mesmos são provenientes de rebanhos com índice de fertilidade considerável.

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