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2 - Limitações ao Poder de Tributar

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Limitações ao Poder de Tributar 
 
As limitações são verdadeiras garantias de direitos 
fundamentais, notadamente a propriedade. Elas 
protegem o contribuindo diante de atuações 
arbitrárias por parte do Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Consiste em princípios e imunidades. 
 
Princípios 
 
1. Capacidade Contributiva – art. 145, § 1º, 
CR/88 
Sempre que possível os impostos serão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade 
econômica do contribuinte (quem tem mais paga 
mais). 
 
➢ Sempre que possível, os impostos terão 
caráter pessoal e serão graduados segundo a 
capacidade econômica do contribuinte, 
facultado à administração tributária, 
especialmente para conferir efetividade a 
esses objetivos, identificar, respeitados os 
direitos individuais e nos termos da lei, o 
patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte. 
 
Obs.: não se aplica apenas aos impostos, mas sim a 
todos os tributos. 
 
A aplicação do princípio aos impostos é regra, e nos 
demais tributos, exceção. 
 
Se o serviço estiver atrelado a um direito 
fundamental e a pessoa não tiver capacidade 
contributiva o Estado assegurará o direito 
independentemente do pagamento da taxa 
(considera a capacidade negativa). 
 
Ex: assistência judiciária gratuita > imunidade 
tributária aos que comprovarem insuficiência de 
recursos. 
Obs.: só se aplica essa imunidade em direitos 
fundamentais, não se aplica aos passaportes, CNH, 
por exemplo. 
➢ Art. 5º, LXXVI. CF. são gratuitos para os 
reconhecidamente pobres, na forma da lei: 
a) O registro civil de nascimento; 
b) A certidão de óbito; 
 
➢ Art. 5º, LXXIV. CF. o Estado prestará 
assistência jurídica integral e gratuita aos 
que comprovarem insuficiência de recursos. 
 
Taxa judiciária: para o STF é constitucional a 
cobrança de acordo com o valor da causa. 
 
Subprincípios – operacionalizam a capacidade 
contributiva 
➢ Progressividade: corresponde a alíquotas 
diferenciadas que passam pela mesma 
pessoa. 
Ex: IRPF > 7,5%, 15%, 22% e 27,5%. 
A pessoa que está no plano negativo (que não aufere 
renda tributável) está isenta de IR (está no mínimo 
existencial). 
A medida que aumenta a riqueza da pessoa, aumenta 
a alíquota. O valor recebido que não ultrapassa o 
limite não tributável não será tributado, apenas o 
que ultrapassar. 
 
Há também a progressividade extrafiscal > função 
regulatória > função social IPTU e ITR (arts. 182, § 4º, 
II e 153, § 4º, I, CR/88). 
O ITR é progressivo > obrigatoriamente “será 
progressivo”. 
O IPTU possui progressividade facultativa > “é 
facultado ao Poder Público municipal” > pode 
tributar de acordo com a capacidade contributiva ou 
extrafiscal. 
 
 
São consideradas 
cláusulas pétreas, não 
podem ser retiradas 
por emenda 
constitucional. 
 
 
 
➢ Seletividade 
Alíquotas diferenciadas levando em consideração um 
determinado critério (na maioria das vezes, a 
essencialidade, quanto mais essencial, menor a 
alíquota). 
Aplica-se ao IPI e ICMS. 
A essencialidade é definida pelo ente tributante. 
 
➢ Proporcionalidade 
Aqui existe uma alíquota fixa, o que varia é a base 
de cálculo. 
É a forma de aferir a capacidade contributiva dos 
impostos reais > simples exteriorização de riqueza, 
independentemente da condição de pagar do 
contribuinte (presunção absoluta de condições). 
Ex: tem imóvel, deve pagar o IPTU, 
independentemente de não ter condições financeiras. 
São impostos reais (presunção absoluta de condições 
de pagar): IPTU, IPVA, ITR, ITDCM, ITBI. 
Obs: O ITR também é extrafiscal – não se aplica a 
capacidade contributiva. 
 
Súmula 656. STF. É inconstitucional a lei que 
estabelece alíquotas progressivas para o imposto de 
transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com 
base no valor venal do imóvel > a regra é a 
proporcionalidade. 
 
 
 
 
 
O legislador constituindo pode criar exceções, 
previstas na Constituição > Impostos reais com 
progressividade > EC 29/2000 (IPTU progressivo com 
relação ao valor do imóvel). 
 
Súmula 668. STF. É inconstitucional a lei municipal que 
tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 
29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se 
destinada a assegurar o cumprimento da função 
social da propriedade urbana. 
Depois da emenda pode, pois previsto na CR/88. 
 
Conclusão: a) para o ITBI não pode a progressividade, 
deve ser proporcional; b) para o IPTU, após a EC 
29/2000 pode na forma como consta na CR/88. 
 
IPTU 
Regra: proporcional. 
Progressivo: função social (Art. 182, § 4º, II, CR/88) 
ou pelo valor do imóvel (art. 156, § 1º, I, CR/88). 
Seletivo: localização (mais nobre ou não) e uso 
(residencial ou não). 
 
IPVA 
É Seletivo: tipo e utilização (pessoais ou profissionais). 
 
ITCMD 
Art. 156, § 1º, IV CR/88: alíquotas máximas fixadas 
pelo Senado Federal. 
Resolução 09, SF: máximo de 8%. 
Obs.: cada estado tem a liberdade de regulamentar 
a alíquota. 
 
➢ O ITCMD pode ser progressivo mesmo não 
estando autorizado na Constituição Federal. 
Essa é a posição do STF. 
 
2. Legalidade Tributária – art. 150, I, CR/88 
➢ Vedado exigir ou majorar tributo sem lei que 
o estabeleça. 
 
A constituição apenas autoriza a instituição por meio 
da competência mas não cria tributos (CTN – normas 
gerais; Lei de entes cria, extingue, modifica, majora, 
etc). 
 
Em regra, a lei será ordinária, exceções (serão 
mediante lei complementar): 
a) Empréstimos compulsórios; 
b) Imposto sobre grandes fortunas; 
c) Imposto residual; 
d) Contribuição residual da seguridade social. 
 
Obs.: medida provisória não pode dispor sobre estes 
tributos. 
Mas pode instituir e regular todos os demais tributos 
> e não é exceção ao princípio da legalidade, pois MP 
tem força de lei. 
Aplica-se a 
proporcionalidade para 
todos os impostos reais. 
 
 
 
Obs.: em tributos continuados (pagos 
periodicamente), pode ocorrer a simples correção 
monetária por meio de ato infralegal (decreto, por 
exemplo). 
➢ Art. 97, § 2º, CTN: § 2º Não constitui 
majoração de tributo, para os fins do disposto 
no inciso II deste artigo, a atualização do 
valor monetário da respectiva base de 
cálculo. 
 
Lei VS Legislação Tributária 
Lei: em sentido estrito 
Legislação: sentido mais amplo, não se restringe à lei 
propriamente dita, pode ser tratados internacionais, 
decretos e normas complementares (atos 
administrativo com força normativa). 
➢ Art. 96, CTN: A expressão "legislação 
tributária" compreende as leis, os tratados e 
as convenções internacionais, os decretos e 
as normas complementares que versem, no 
todo ou em parte, sobre tributos e relações 
jurídicas a eles pertinentes. 
 
Obs.: a obrigação acessória pode ser por meio de 
legislação tributária. 
 
Regra: precisa de LEI para instituir, majorar, 
extinguir e reduzir tributos. 
➢ Absoluta: instituir e extinguir tributos; 
➢ Exceções: majorar e reduzir tributos: 
a) II 
b) IE 
c) IPI 
d) IOF 
Todos os impostos acima possuem função extrafiscal, 
cujo objetivo é regular a economia. O Poder Executivo 
pode utilizar qualquer ato, até mesmo uma portaria 
para alterar a alíquota desses tributos. 
Por isso o art. 153, § 1º, CTN: § 1º É facultado ao 
Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos 
impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. 
Obs.: a exceção é apenas em relação à alíquota – o 
Poder Executivo pode alterar a alíquota dentro dos 
limites fixados na lei que instituiu o tributo (mínimo e 
máximo). 
e) CIDE Combustível – art. 177, § 4º, CR/88 
O Poder Executivo pode reduzir (sem limite) e depois 
restabelecer (aos limites definidos em lei – no que já 
era) as alíquotas. Também tem caráter extrafiscal 
para regular o uso de combustível. 
Não é hipótese de majoração – é reestabelecimento 
ao que inicialmente eram previstasem lei. 
A redução pode ser por decreto. 
 
f) Renúncia de receita: isenção, anistia, 
remissão, redução da base de cálculo. 
O ente tem direito de receber o tributo, mas dispensa. 
Em regra, apenas por lei específica (lei que precisa 
de pertinência temática com o assunto) pode 
renunciar receitas. 
Lei específica é aquela lei que trata com 
exclusividade da matéria ou do tributo. 
➢ Art. 150, § 6º Qualquer subsídio ou isenção, 
redução de base de cálculo, concessão de 
crédito presumido, anistia ou remissão, 
relativos a impostos, taxas ou contribuições, 
só poderá ser concedido mediante lei 
específica, federal, estadual ou municipal, que 
regule exclusivamente as matérias acima 
enumeradas ou o correspondente tributo ou 
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 
155, § 2.º, X, g (ICMS). 
 
Obs.: o art. 155, § 2º, X, G, faz referência à lei 
complementar para regular ICMS > os benefícios 
fiscais (renúncia de receitas) em matéria em ICMS só 
poderão ser concedidos por deliberação dos Estados 
> instrumentalizada por meio de convênios (Conselho 
de Política Fazendária Confaz). 
 
3. Anterioridade Tributária – art. 150, III, “b” e 
“c”, CR/88 
➢ Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
III - cobrar tributos: 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja 
sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data 
 
 
É o princípio da vedação da surpresa: só se aplica às 
causas de instituição ou majoração de tributos. 
Atua na eficácia da lei e não na sua validade. 
 
Publicação > PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE > Efeitos 
 
Refere-se a um tempo para que o contribuinte se 
planeja para a incidência da nova carga tributária. 
 
➢ Anterioridade é o lapso temporal mínimo e 
necessário para que as pessoas possam se 
programar a respeito da nova tributação. 
Oportunidade para realização do 
planejamento tributária, seja através da fuga 
do fato gerador, não o praticando. 
 
Tipos: 
 
a) Anterioridade do exercício financeiro 
seguinte - anual – “b” 
É a impossibilidade de a lei produzir efeitos no 
mesmo exercício financeiro (ano civil) em que 
instituído ou majorado o tributo. 
 
b) Anterioridade dos 90 dias – “c”, 
anterioridade nonagesimal, noventena ou 
mínima 
É a impossibilidade de a lei produzir efeitos nos 
próximos 90 dias após sua publicação em que 
instituído ou majorado o tributo. 
Aqui não importa o exercício financeiro. 
 
Obs: A anterioridade nonagesimal será aplicada sem 
prejuízo do princípio da anterioridade do exercício 
financeiro seguinte. Aplicabilidade simultânea das 
duas anterioridades. 
Conta assim: conta os 90 dias, se caiu no mesmo ano, 
só aplica o ano que vem, se cair no ano seguinte, se 
aplica depois dos 90 dias. 
 
Exceções ao princípio da anterioridade – art. 150, § 
1º, CR/88: 
➢ Do exercício financeiro: se observa a 
anterioridade dos 90 dias, mas pode se 
aplicar ao mesmo exercício financeiro 
a) Empréstimos compulsórios (calamidade 
pública ou guerra); 
b) II; 
c) IE; 
d) IPI – se aplica após 90 dias. 
e) IOF; 
f) IEF. 
Todos os tributos demandam urgência. 
 
➢ Dos 90 dias 
a) Empréstimos compulsórios (calamidade e 
guerra); 
b) II; 
c) IE; 
d) IR – se aplica no próximo exercício financeiro 
– 01/01; 
e) IOF; 
f) IEF; 
g) Base de cálculo (IPTU/IPVA) - se aplica no 
próximo exercício financeiro – 01/01. 
Se muda a alíquota aí aplica ambas as 
anterioridades. 
 
Medidas Provisórias 
Em casos de relevância e urgência, em matérias 
reservadas a lei ordinária. 
*os tributos que não são reservados à LC podem ser 
objetos de MP. 
Só o Poder Executivo define o que é urgente e 
relevante. 
Prazo: 60 dias + 60 dias, se não aprovada, será 
rejeitada tacitamente. 
Depois da rejeição, em até 60 dias, deve haver um 
decreto legislativo regulamentando as relações 
ocorridas sob os efeitos da MP. 
Não havendo o decreto, as relações ocorridas na 
vigência da MP serão por ela regulamentadas. 
 
Princípio da anterioridade da MP 
➢ § 2º Medida provisória que implique 
instituição ou majoração de impostos, exceto 
os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, 
só produzirá efeitos no exercício financeiro 
seguinte se houver sido convertida em lei até 
o último dia daquele em que foi editada. 
 
 
II, IE, IPI, IOF e IEG > não se aplica, pois já 
são exceções ao exercício financeiro. 
 
Publicada MP que majora e institui tributos > CONTA 
AS DUAS ANTERIORIDADES 
 
Para MP de instituição ou majoração de impostos > 
CONTA 90 DIAS DA PUBLICAÇÃO E O EXERCÍCIO 
FINANCEIRO CONTA DA CONVERSÃO EM LEI. 
 
4. Vedação ao Confisco – art. 150, IV, CR/88 
É derivação da capacidade contributiva > a pessoa 
deve ter a possibilidade de pagar o tributo, dentro 
de sua capacidade. 
Quando a capacidade contributiva não é respeitada, 
naquilo que ultrapassa a capacidade da pessoa de 
contribuir, haverá confisco com aplicação do 
princípio. 
Se vai além da capacidade contributiva > o que 
ultrapassa é confisco. 
➢ Toda vez que a tributação comprometer o 
conteúdo econômico da propriedade ou a 
tributação impedir o desenvolvimento de uma 
atividade econômica, temos o efeito 
confiscatório. 
 
5. Liberdade de Tráfego – art. 150, V, CR/88 
É a proibição de os entes estabelecerem limitações ao 
tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, salvo a cobrança 
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo 
Poder Público > direito de ir e vir. 
Taxa de preservação ambiental 
Ocorre nos paraísos ecológicos, cobrada apenas para 
turistas. 
Ex: Fernando de Noronha > taxa para entrar e 
permanecer na cidade (taxa progressiva). 
É a ponderação de interesses > esses lugares devem 
ser preservados > colisão de interesses: meio 
ambiente VS direito de locomoção. 
 
Pedágio 
Pagamento para a utilização de via conservada pelo 
poder público. 
 
➢ Para o STJ, é impossível o valor cobrado ter 
natureza de tributo, pois a relação é entre a 
concessionária, pessoa jurídica de direito 
público, regido pelo direito público e o 
usuário, regido pelo CDC. 
 
Nesse sentido, pedágio é tarifa ou preço público. 
Todo tributo é previsto em lei, o pedágio não é, é por 
meio de contrato de concessão. 
 
Imunidades 
➢ Não incidência constitucionalmente 
qualificada > proibição constitucional de 
tributação. 
 
STF: São cláusulas pétreas, não podem ser revogadas. 
 
Diferenças 
➢ Não incidência pura: é a própria atipicidade 
> a pessoa não é alcançada pela incidência 
tributária. 
A lei de instituição gera incidência do poder de 
tributar > a pessoa está fora do alcance da 
norma. 
Ex: IPVA > pessoa não tem veículo automotor. 
 
➢ Imunidade: proibição constitucional de 
tributação. 
A Constituição proíbe que o tributo incida sobre 
determinada pessoa. 
Quem é imune não pratica o fato gerador. 
 
➢ Isenção: dispensa legal do pagamento do 
tributo. 
A obrigação tributária existe, a pessoa é 
atingida, pratica o fato gerador, mas não paga 
porque a lei a isenta. 
 
➢ Alíquota zero: é a nulificação de um dos 
elementos quantitativos do fato gerador: a 
alíquota. 
Se dá por atos do poder executivo, decreto, 
portaria. 
 
Não incidência: não atinge a pessoa porque não 
pratica o fato gerador. 
 
 
Imunidade: se não fosse a imunidade, a pessoa 
pagaria o tributo. 
Isenção: a lei impede o lançamento, dispensa o 
pagamento. 
Alíquota 0: fato gerador ocorre, a autoridade pode 
até fazer o lançamento, mas calculará a alíquota a 0, 
que dará 0. 
 
 
 
Obs1: Constituição Estadual não pode prever 
imunidades, que só pode estar prevista na 
Constituição Federal que pode limitar o poder de 
tributar. 
Obs2: Constituição Estadual também não pode prever 
hipótese de isenção. Isençãose dá por meio de lei (do 
legislativo). 
Obs3: Imunidades não podem ser revogadas > 
cláusula pétrea > apenas o poder constituinte 
originário pode mudar. 
Obs4: Em regra, isenções podem ser revogadas. A 
isenção onerosa não pode ser revogada > aquela que 
exige uma contrapartida do beneficiário, por prazo 
determinado. 
Isenções concedidas de forma onerosa não podem ser 
livremente suprimidas, por demandar onerosidade 
para o beneficiário. 
 
➢ Súmula 544. STF. Isenções tributárias 
concedidas, sob condição onerosa, não podem 
ser livremente suprimidas. 
 
A lei que concede a isenção pode ser revogada a 
qualquer momento, impedindo que novas pessoas 
preencham os requisitos, mas as pessoas que já 
preencheram os requisitos permanecerão com o 
benefício pelo tempo estipulado. 
. 
Imunidade recíproca 
➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e 
Municípios instituir impostos sobre: 
 
a) patrimônio (IPTU, IPVA, ITR), renda (IR) ou 
serviços (ISS, ICMS), uns dos outros; 
É a finalidade de proteção da federação. 
É específica de imposto, pode cobrar outros 
tributos como, por exemplo, taxa de coleta de lixo. 
É estendida às autarquias e fundações públicas – 
são prestadoras de serviço público (§2º): 
A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às 
autarquias e às fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, no que se refere ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
 
Obs.: Sociedade de Economia Mista e Empresas 
Públicas atuam em atividade econômica 
(imperativos de segurança nacional ou relevante 
interesse público) e, por isso não possuem a 
imunidade. 
Dessa forma, o Estado que explora atividade 
econômica atua como particular, devendo 
observar a livre concorrência (art. 170, IV, CR/88) 
> não pode ter imunidades que os outros não 
possuem. 
Art. 173, § 2º, CR/88: § 2º As empresas públicas e 
as sociedades de economia mista não poderão 
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do 
setor privado. 
 
No entanto, as Sociedade de Economia Mista e 
Empresas Públicas podem prestar serviços público 
e, se assim o fizerem, terão o mesmo tratamento 
da Fazenda Pública, com imunidade. 
 
Obs.: Correios > STF: serviço de postagem é 
monopólio da União, serviço público, tendo 
tratamento de pessoa jurídica de direito público. 
As dívidas judiciais dos Correios devem ser pagas 
por meio de precatórios, com responsabilidade 
objetiva e imunidade tributária – art. 6, § 6º, 
CR/88. 
 
Sociedade de Economia Mista e Empresas 
Públicas prestadoras de serviço público fazem jus 
imunidades tributárias. 
 
 
Exemplo: Correios, Infraero, Casa da Moeda -> 
possuem tratamento de direito público, prestam 
serviço público. 
 
Imunidade religiosa 
➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e 
Municípios instituir impostos sobre: 
 
b) Templos de qualquer culto 
A liberdade ao culto religioso é direito 
fundamental. 
Entidade religiosa é uma pessoa jurídica, com 
CNPJ. A existência da pessoa se inicia com o 
arquivamento no registro competente, 
adquirindo personalidade jurídica. 
 
A imunidade compreende: patrimônio, renda e 
serviços relacionados as finalidades essenciais 
das entidades nelas mencionadas. 
 
A imunidade é da entidade religiosa, e não da 
pessoa religiosa. Padres, pastores não possuem 
imunidade. 
 
Obs.: Maçonaria: STF > não se enquadra como 
entidade religiosa. 
 
Entidade religiosa não pode desenvolver 
atividade econômica. Se a entidade explorar seu 
patrimônio, bens ou serviços auferindo receita e 
reverter à sua finalidade essencial, permanece a 
imunidade, do contrário não. 
 
➢ Súmula Vinculante 52. STF. Ainda quando 
alugado a terceiros, permanece imune ao 
IPTU o imóvel pertencente a qualquer das 
entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da 
Constituição Federal, desde que o valor dos 
aluguéis seja aplicado nas atividades para as 
quais tais entidades foram constituídas. 
Obs.: originariamente a imunidade religiosa 
veio da línea “c”. O STF já estendeu a 
aplicabilidade da Súmula às entidades 
religiosas. 
 
Imunidade dos sindicatos, partidos políticos e 
entidades da educação sem fins lucrativos 
 
➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e 
Municípios instituir impostos sobre: 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações (as 
fundações dos partidos), das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições 
de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
 
➢ Súmula Vinculante 52. STF. Ainda quando 
alugado a terceiros, permanece imune ao 
IPTU o imóvel pertencente a qualquer das 
entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da 
Constituição Federal, desde que o valor dos 
aluguéis seja aplicado nas atividades para as 
quais tais entidades foram constituídas. 
 
Entidade beneficente: é a que presta serviço 
gratuito > imunidade prevista no art. 195, § 
7º, CR/88. 
 
Entidade de educação e assistência sem fins 
lucrativos: cobram pelo serviço prestado e 
podem obter lucro. 
 
Todos devem atender aos seguintes requisitos 
– art. 14, CTN: 
a) O lucro deve ser aplicado pela própria 
entidade, não podendo distribuir lucros. 
Não precisa ser imediatamente. 
 
b) Toda receita deve ser aplicada no Brasil; 
 
c) Possuir livros de escrituração de receitas 
e despesas que a administração possa 
fiscalizar. 
 
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 
9º é subordinado à observância dos seguintes 
requisitos pelas entidades nele referidas: 
 I – não distribuírem qualquer parcela de seu 
patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
 
 
 II - aplicarem integralmente, no País, os seus 
recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
 III - manterem escrituração de suas receitas e 
despesas em livros revestidos de formalidades 
capazes de assegurar sua exatidão. 
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste 
artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade 
competente pode suspender a aplicação do benefício. 
 § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso 
IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente 
relacionados com os objetivos institucionais das 
entidades de que trata este artigo, previstos nos 
respectivos estatutos ou atos constitutivos. 
 
Imunidade Objetiva 
 
➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e 
Municípios instituir impostos sobre: 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado 
a sua impressão; 
A imunidade recai sobre esses objetos, não incide 
ICMS e o IPI. 
Obs.: se for importado não incide II. 
Imunidade é para qualquer livro, técnico ou não. 
O papel deve ser destinado à impressão do livro, 
jornal ou período. 
Alcança também os livros eletrônicos. 
 
➢ Súmula Vinculante 57. A imunidade tributária 
constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-
se à importação e comercialização, no 
mercado interno, do livro eletrônico (e-book) 
e dos suportes exclusivamente utilizados para 
fixa-los, como leitores de livros eletrônicos (e-
readers), ainda que possuam funcionalidades 
acessórias. 
 
Imunidade das mídias musicais 
 
➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e 
Municípios instituir impostos sobre: 
e) fonogramas e videofonogramas musicais 
produzidos no Brasil contendo obras musicais 
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou 
obras em geral interpretadas por artistas 
brasileiros bem como os suportes materiais ou 
arquivos digitais que os contenham, salvo na 
etapa de replicação industrial de mídias 
ópticas de leitura a laser. 
 
Refere-se a qualquer mídia que transmita som ou 
som e imagem de conteúdo musical. 
 
Requisitos: 
➢ ICMS e IPI 
➢ mídia produzida no Brasil e por brasileiros. 
Incide II; 
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