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Limitações ao Poder de Tributar As limitações são verdadeiras garantias de direitos fundamentais, notadamente a propriedade. Elas protegem o contribuindo diante de atuações arbitrárias por parte do Estado. ➢ Consiste em princípios e imunidades. Princípios 1. Capacidade Contributiva – art. 145, § 1º, CR/88 Sempre que possível os impostos serão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (quem tem mais paga mais). ➢ Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Obs.: não se aplica apenas aos impostos, mas sim a todos os tributos. A aplicação do princípio aos impostos é regra, e nos demais tributos, exceção. Se o serviço estiver atrelado a um direito fundamental e a pessoa não tiver capacidade contributiva o Estado assegurará o direito independentemente do pagamento da taxa (considera a capacidade negativa). Ex: assistência judiciária gratuita > imunidade tributária aos que comprovarem insuficiência de recursos. Obs.: só se aplica essa imunidade em direitos fundamentais, não se aplica aos passaportes, CNH, por exemplo. ➢ Art. 5º, LXXVI. CF. são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) O registro civil de nascimento; b) A certidão de óbito; ➢ Art. 5º, LXXIV. CF. o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Taxa judiciária: para o STF é constitucional a cobrança de acordo com o valor da causa. Subprincípios – operacionalizam a capacidade contributiva ➢ Progressividade: corresponde a alíquotas diferenciadas que passam pela mesma pessoa. Ex: IRPF > 7,5%, 15%, 22% e 27,5%. A pessoa que está no plano negativo (que não aufere renda tributável) está isenta de IR (está no mínimo existencial). A medida que aumenta a riqueza da pessoa, aumenta a alíquota. O valor recebido que não ultrapassa o limite não tributável não será tributado, apenas o que ultrapassar. Há também a progressividade extrafiscal > função regulatória > função social IPTU e ITR (arts. 182, § 4º, II e 153, § 4º, I, CR/88). O ITR é progressivo > obrigatoriamente “será progressivo”. O IPTU possui progressividade facultativa > “é facultado ao Poder Público municipal” > pode tributar de acordo com a capacidade contributiva ou extrafiscal. São consideradas cláusulas pétreas, não podem ser retiradas por emenda constitucional. ➢ Seletividade Alíquotas diferenciadas levando em consideração um determinado critério (na maioria das vezes, a essencialidade, quanto mais essencial, menor a alíquota). Aplica-se ao IPI e ICMS. A essencialidade é definida pelo ente tributante. ➢ Proporcionalidade Aqui existe uma alíquota fixa, o que varia é a base de cálculo. É a forma de aferir a capacidade contributiva dos impostos reais > simples exteriorização de riqueza, independentemente da condição de pagar do contribuinte (presunção absoluta de condições). Ex: tem imóvel, deve pagar o IPTU, independentemente de não ter condições financeiras. São impostos reais (presunção absoluta de condições de pagar): IPTU, IPVA, ITR, ITDCM, ITBI. Obs: O ITR também é extrafiscal – não se aplica a capacidade contributiva. Súmula 656. STF. É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel > a regra é a proporcionalidade. O legislador constituindo pode criar exceções, previstas na Constituição > Impostos reais com progressividade > EC 29/2000 (IPTU progressivo com relação ao valor do imóvel). Súmula 668. STF. É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. Depois da emenda pode, pois previsto na CR/88. Conclusão: a) para o ITBI não pode a progressividade, deve ser proporcional; b) para o IPTU, após a EC 29/2000 pode na forma como consta na CR/88. IPTU Regra: proporcional. Progressivo: função social (Art. 182, § 4º, II, CR/88) ou pelo valor do imóvel (art. 156, § 1º, I, CR/88). Seletivo: localização (mais nobre ou não) e uso (residencial ou não). IPVA É Seletivo: tipo e utilização (pessoais ou profissionais). ITCMD Art. 156, § 1º, IV CR/88: alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal. Resolução 09, SF: máximo de 8%. Obs.: cada estado tem a liberdade de regulamentar a alíquota. ➢ O ITCMD pode ser progressivo mesmo não estando autorizado na Constituição Federal. Essa é a posição do STF. 2. Legalidade Tributária – art. 150, I, CR/88 ➢ Vedado exigir ou majorar tributo sem lei que o estabeleça. A constituição apenas autoriza a instituição por meio da competência mas não cria tributos (CTN – normas gerais; Lei de entes cria, extingue, modifica, majora, etc). Em regra, a lei será ordinária, exceções (serão mediante lei complementar): a) Empréstimos compulsórios; b) Imposto sobre grandes fortunas; c) Imposto residual; d) Contribuição residual da seguridade social. Obs.: medida provisória não pode dispor sobre estes tributos. Mas pode instituir e regular todos os demais tributos > e não é exceção ao princípio da legalidade, pois MP tem força de lei. Aplica-se a proporcionalidade para todos os impostos reais. Obs.: em tributos continuados (pagos periodicamente), pode ocorrer a simples correção monetária por meio de ato infralegal (decreto, por exemplo). ➢ Art. 97, § 2º, CTN: § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Lei VS Legislação Tributária Lei: em sentido estrito Legislação: sentido mais amplo, não se restringe à lei propriamente dita, pode ser tratados internacionais, decretos e normas complementares (atos administrativo com força normativa). ➢ Art. 96, CTN: A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Obs.: a obrigação acessória pode ser por meio de legislação tributária. Regra: precisa de LEI para instituir, majorar, extinguir e reduzir tributos. ➢ Absoluta: instituir e extinguir tributos; ➢ Exceções: majorar e reduzir tributos: a) II b) IE c) IPI d) IOF Todos os impostos acima possuem função extrafiscal, cujo objetivo é regular a economia. O Poder Executivo pode utilizar qualquer ato, até mesmo uma portaria para alterar a alíquota desses tributos. Por isso o art. 153, § 1º, CTN: § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. Obs.: a exceção é apenas em relação à alíquota – o Poder Executivo pode alterar a alíquota dentro dos limites fixados na lei que instituiu o tributo (mínimo e máximo). e) CIDE Combustível – art. 177, § 4º, CR/88 O Poder Executivo pode reduzir (sem limite) e depois restabelecer (aos limites definidos em lei – no que já era) as alíquotas. Também tem caráter extrafiscal para regular o uso de combustível. Não é hipótese de majoração – é reestabelecimento ao que inicialmente eram previstasem lei. A redução pode ser por decreto. f) Renúncia de receita: isenção, anistia, remissão, redução da base de cálculo. O ente tem direito de receber o tributo, mas dispensa. Em regra, apenas por lei específica (lei que precisa de pertinência temática com o assunto) pode renunciar receitas. Lei específica é aquela lei que trata com exclusividade da matéria ou do tributo. ➢ Art. 150, § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, X, g (ICMS). Obs.: o art. 155, § 2º, X, G, faz referência à lei complementar para regular ICMS > os benefícios fiscais (renúncia de receitas) em matéria em ICMS só poderão ser concedidos por deliberação dos Estados > instrumentalizada por meio de convênios (Conselho de Política Fazendária Confaz). 3. Anterioridade Tributária – art. 150, III, “b” e “c”, CR/88 ➢ Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data É o princípio da vedação da surpresa: só se aplica às causas de instituição ou majoração de tributos. Atua na eficácia da lei e não na sua validade. Publicação > PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE > Efeitos Refere-se a um tempo para que o contribuinte se planeja para a incidência da nova carga tributária. ➢ Anterioridade é o lapso temporal mínimo e necessário para que as pessoas possam se programar a respeito da nova tributação. Oportunidade para realização do planejamento tributária, seja através da fuga do fato gerador, não o praticando. Tipos: a) Anterioridade do exercício financeiro seguinte - anual – “b” É a impossibilidade de a lei produzir efeitos no mesmo exercício financeiro (ano civil) em que instituído ou majorado o tributo. b) Anterioridade dos 90 dias – “c”, anterioridade nonagesimal, noventena ou mínima É a impossibilidade de a lei produzir efeitos nos próximos 90 dias após sua publicação em que instituído ou majorado o tributo. Aqui não importa o exercício financeiro. Obs: A anterioridade nonagesimal será aplicada sem prejuízo do princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte. Aplicabilidade simultânea das duas anterioridades. Conta assim: conta os 90 dias, se caiu no mesmo ano, só aplica o ano que vem, se cair no ano seguinte, se aplica depois dos 90 dias. Exceções ao princípio da anterioridade – art. 150, § 1º, CR/88: ➢ Do exercício financeiro: se observa a anterioridade dos 90 dias, mas pode se aplicar ao mesmo exercício financeiro a) Empréstimos compulsórios (calamidade pública ou guerra); b) II; c) IE; d) IPI – se aplica após 90 dias. e) IOF; f) IEF. Todos os tributos demandam urgência. ➢ Dos 90 dias a) Empréstimos compulsórios (calamidade e guerra); b) II; c) IE; d) IR – se aplica no próximo exercício financeiro – 01/01; e) IOF; f) IEF; g) Base de cálculo (IPTU/IPVA) - se aplica no próximo exercício financeiro – 01/01. Se muda a alíquota aí aplica ambas as anterioridades. Medidas Provisórias Em casos de relevância e urgência, em matérias reservadas a lei ordinária. *os tributos que não são reservados à LC podem ser objetos de MP. Só o Poder Executivo define o que é urgente e relevante. Prazo: 60 dias + 60 dias, se não aprovada, será rejeitada tacitamente. Depois da rejeição, em até 60 dias, deve haver um decreto legislativo regulamentando as relações ocorridas sob os efeitos da MP. Não havendo o decreto, as relações ocorridas na vigência da MP serão por ela regulamentadas. Princípio da anterioridade da MP ➢ § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. II, IE, IPI, IOF e IEG > não se aplica, pois já são exceções ao exercício financeiro. Publicada MP que majora e institui tributos > CONTA AS DUAS ANTERIORIDADES Para MP de instituição ou majoração de impostos > CONTA 90 DIAS DA PUBLICAÇÃO E O EXERCÍCIO FINANCEIRO CONTA DA CONVERSÃO EM LEI. 4. Vedação ao Confisco – art. 150, IV, CR/88 É derivação da capacidade contributiva > a pessoa deve ter a possibilidade de pagar o tributo, dentro de sua capacidade. Quando a capacidade contributiva não é respeitada, naquilo que ultrapassa a capacidade da pessoa de contribuir, haverá confisco com aplicação do princípio. Se vai além da capacidade contributiva > o que ultrapassa é confisco. ➢ Toda vez que a tributação comprometer o conteúdo econômico da propriedade ou a tributação impedir o desenvolvimento de uma atividade econômica, temos o efeito confiscatório. 5. Liberdade de Tráfego – art. 150, V, CR/88 É a proibição de os entes estabelecerem limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, salvo a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público > direito de ir e vir. Taxa de preservação ambiental Ocorre nos paraísos ecológicos, cobrada apenas para turistas. Ex: Fernando de Noronha > taxa para entrar e permanecer na cidade (taxa progressiva). É a ponderação de interesses > esses lugares devem ser preservados > colisão de interesses: meio ambiente VS direito de locomoção. Pedágio Pagamento para a utilização de via conservada pelo poder público. ➢ Para o STJ, é impossível o valor cobrado ter natureza de tributo, pois a relação é entre a concessionária, pessoa jurídica de direito público, regido pelo direito público e o usuário, regido pelo CDC. Nesse sentido, pedágio é tarifa ou preço público. Todo tributo é previsto em lei, o pedágio não é, é por meio de contrato de concessão. Imunidades ➢ Não incidência constitucionalmente qualificada > proibição constitucional de tributação. STF: São cláusulas pétreas, não podem ser revogadas. Diferenças ➢ Não incidência pura: é a própria atipicidade > a pessoa não é alcançada pela incidência tributária. A lei de instituição gera incidência do poder de tributar > a pessoa está fora do alcance da norma. Ex: IPVA > pessoa não tem veículo automotor. ➢ Imunidade: proibição constitucional de tributação. A Constituição proíbe que o tributo incida sobre determinada pessoa. Quem é imune não pratica o fato gerador. ➢ Isenção: dispensa legal do pagamento do tributo. A obrigação tributária existe, a pessoa é atingida, pratica o fato gerador, mas não paga porque a lei a isenta. ➢ Alíquota zero: é a nulificação de um dos elementos quantitativos do fato gerador: a alíquota. Se dá por atos do poder executivo, decreto, portaria. Não incidência: não atinge a pessoa porque não pratica o fato gerador. Imunidade: se não fosse a imunidade, a pessoa pagaria o tributo. Isenção: a lei impede o lançamento, dispensa o pagamento. Alíquota 0: fato gerador ocorre, a autoridade pode até fazer o lançamento, mas calculará a alíquota a 0, que dará 0. Obs1: Constituição Estadual não pode prever imunidades, que só pode estar prevista na Constituição Federal que pode limitar o poder de tributar. Obs2: Constituição Estadual também não pode prever hipótese de isenção. Isençãose dá por meio de lei (do legislativo). Obs3: Imunidades não podem ser revogadas > cláusula pétrea > apenas o poder constituinte originário pode mudar. Obs4: Em regra, isenções podem ser revogadas. A isenção onerosa não pode ser revogada > aquela que exige uma contrapartida do beneficiário, por prazo determinado. Isenções concedidas de forma onerosa não podem ser livremente suprimidas, por demandar onerosidade para o beneficiário. ➢ Súmula 544. STF. Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas. A lei que concede a isenção pode ser revogada a qualquer momento, impedindo que novas pessoas preencham os requisitos, mas as pessoas que já preencheram os requisitos permanecerão com o benefício pelo tempo estipulado. . Imunidade recíproca ➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e Municípios instituir impostos sobre: a) patrimônio (IPTU, IPVA, ITR), renda (IR) ou serviços (ISS, ICMS), uns dos outros; É a finalidade de proteção da federação. É específica de imposto, pode cobrar outros tributos como, por exemplo, taxa de coleta de lixo. É estendida às autarquias e fundações públicas – são prestadoras de serviço público (§2º): A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Obs.: Sociedade de Economia Mista e Empresas Públicas atuam em atividade econômica (imperativos de segurança nacional ou relevante interesse público) e, por isso não possuem a imunidade. Dessa forma, o Estado que explora atividade econômica atua como particular, devendo observar a livre concorrência (art. 170, IV, CR/88) > não pode ter imunidades que os outros não possuem. Art. 173, § 2º, CR/88: § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. No entanto, as Sociedade de Economia Mista e Empresas Públicas podem prestar serviços público e, se assim o fizerem, terão o mesmo tratamento da Fazenda Pública, com imunidade. Obs.: Correios > STF: serviço de postagem é monopólio da União, serviço público, tendo tratamento de pessoa jurídica de direito público. As dívidas judiciais dos Correios devem ser pagas por meio de precatórios, com responsabilidade objetiva e imunidade tributária – art. 6, § 6º, CR/88. Sociedade de Economia Mista e Empresas Públicas prestadoras de serviço público fazem jus imunidades tributárias. Exemplo: Correios, Infraero, Casa da Moeda -> possuem tratamento de direito público, prestam serviço público. Imunidade religiosa ➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e Municípios instituir impostos sobre: b) Templos de qualquer culto A liberdade ao culto religioso é direito fundamental. Entidade religiosa é uma pessoa jurídica, com CNPJ. A existência da pessoa se inicia com o arquivamento no registro competente, adquirindo personalidade jurídica. A imunidade compreende: patrimônio, renda e serviços relacionados as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. A imunidade é da entidade religiosa, e não da pessoa religiosa. Padres, pastores não possuem imunidade. Obs.: Maçonaria: STF > não se enquadra como entidade religiosa. Entidade religiosa não pode desenvolver atividade econômica. Se a entidade explorar seu patrimônio, bens ou serviços auferindo receita e reverter à sua finalidade essencial, permanece a imunidade, do contrário não. ➢ Súmula Vinculante 52. STF. Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. Obs.: originariamente a imunidade religiosa veio da línea “c”. O STF já estendeu a aplicabilidade da Súmula às entidades religiosas. Imunidade dos sindicatos, partidos políticos e entidades da educação sem fins lucrativos ➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e Municípios instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações (as fundações dos partidos), das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; ➢ Súmula Vinculante 52. STF. Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. Entidade beneficente: é a que presta serviço gratuito > imunidade prevista no art. 195, § 7º, CR/88. Entidade de educação e assistência sem fins lucrativos: cobram pelo serviço prestado e podem obter lucro. Todos devem atender aos seguintes requisitos – art. 14, CTN: a) O lucro deve ser aplicado pela própria entidade, não podendo distribuir lucros. Não precisa ser imediatamente. b) Toda receita deve ser aplicada no Brasil; c) Possuir livros de escrituração de receitas e despesas que a administração possa fiscalizar. Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. Imunidade Objetiva ➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e Municípios instituir impostos sobre: d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; A imunidade recai sobre esses objetos, não incide ICMS e o IPI. Obs.: se for importado não incide II. Imunidade é para qualquer livro, técnico ou não. O papel deve ser destinado à impressão do livro, jornal ou período. Alcança também os livros eletrônicos. ➢ Súmula Vinculante 57. A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica- se à importação e comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente utilizados para fixa-los, como leitores de livros eletrônicos (e- readers), ainda que possuam funcionalidades acessórias. Imunidade das mídias musicais ➢ É vedado à União, Estados, Distrito federal e Municípios instituir impostos sobre: e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. Refere-se a qualquer mídia que transmita som ou som e imagem de conteúdo musical. Requisitos: ➢ ICMS e IPI ➢ mídia produzida no Brasil e por brasileiros. Incide II; o conteúdo pode ser brasileiro ou estrangeiro.
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