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Guia de Regras United Nations Model of São Paulo 1 2020 Sumário Apresentação 2 Informações às delegações participantes 2 Ambiente virtual 2 Preparação para o UNSP XV - 2021 2 Fontes úteis 3 Modelo Tradicional 4 Quórum e Maiorias 4 Discursos 4 Moções 6 Questões 6 Documento de Posição Oficial 6 Documentos de Trabalho 7 Proposta de Resolução 8 Regras de Votação 8 Comitês Históricos 9 Modelo Corte 9 O Estatuto 9 Sessão de Abertura 10 Interrogatório 11 Argumentos Finais 1 2 Veredito 1 2 Representações 1 2 Apresentação de Evidências 14 Objeções 16 Modelo Imprensa 19 Jornais 19 Manchetes 19 Notícias 19 Outros textos 2 0 Questões e Moções 2 0 Código de Conduta 21 2 Apresentação Propõe-se, mediante os modelos de simulação das Nações Unidas, proporcionar aos estudantes a oportunidade de experimentar uma realidade diplomática, na qual a tentativa de negociação de impasses globais e o entendimento acerca do modus operandi das Organizações Internacionais figuram-se como peças-chave no desenvolvimento de habilidades discursivas e do exercício de conhecimentos que vão desde a geopolítica contemporânea até a arte de negociação e oratória. Nesse âmbito, breves conferências são simuladas e os(as) participantes atuam nos procedimentos decisórios, buscando compreender a política externa do país representado e formulando estratégias para tentar solucionar as complexas questões internacionais que permeiam o mundo da diplomacia. Informações às delegações participantes 1. Ambiente virtual 1.1. A décima quinta edição do United Nations Model of São Paulo (UNSP) será realizada nos dias 20 e 21 de novembro de 2021, em ambiente virtual (Zoom), conforme as instruções diretamente repassadas aos participantes por e-mail. 2. Preparação para o UNSP XV - 2021 2.1. Para além da leitura do guia de estudos preparado para cada comitê, recomenda-se que os(as) delegados(as) pesquisem sobre os conflitos que irão debater, bem como sobre o posicionamento do país que irão representar, por meio de jornais, revistas, notícias e vídeos de pronunciamento dos representantes de Estado acerca do tema em discussão. 3 2.2. Aconselha-se que os(as) delegados(as) analisem, de forma geral, a história e a cultura do seu país e, mais importante, que identifiquem a opinião do chefe de Estado em relação ao tema a ser debatido, relacionando as políticas de seu país com a questão em pauta e identificando as políticas dos demais países para tentar antecipar os argumentos de que os demais delegados podem acabar lançando mão. 3. Fontes úteis 3.1. Além dos meios de comunicação, como agências de notícias, artigos acadêmicos e revistas especializadas, outras fontes indicadas são: 3.1.1. Biblioteca Digital das Nações Unidas: maior fonte de discursos, documentos, relatório oficiais, pronunciamentos e históricos de votação que foram feitos na Organização desde a sua constituição ( https://digitallibrary.un.org/?ln=en ); 3.1.1.1. How to find UN documents: https://research.un.org/en/docs/find 3.1.2. Registro das declarações de cada Estado-membro: https://www.un.org/en/library/unms ; 3.1.3. Websites dos Ministérios das Relações Exteriores; 3.1.4. Websites das missões permanentes das Nações Unidas: fontes primárias de discursos oficiais e declarações dos representantes de um país nas organizações por meio das missões diplomáticas. Porém, nem todos os países possuem tais websites; 3.1.5. Websites para Press Releases e cobertura de reuniões das Nações Unidas ( https://www.un.org/press/en ); 3.1.6. Organizações Não-Governamentais (ONGs): importantes por fazerem relatórios detalhados, que são base para diversas discussões e resoluções em órgãos como o Conselho de Segurança; https://digitallibrary.un.org/?ln=en https://research.un.org/en/docs/find https://www.un.org/en/library/unms https://www.un.org/press/en 4 3.1.7. Website do Tribunal Penal Internacional ( https://www.icc-cpi.int/Pages/Home.aspx ); 3.1.8. Sites de comunidades de nações: 3.1.8.1. ASEAN: https://asean.org/ 3.1.8.2. Mercosul: https://www.mercosur.int/ 3.1.8.3. União Africana: https://au.int/en 3.1.8.4. União Europeia: https://europa.eu/european-union/index_pt Modelo Tradicional 1. Quórum e Maiorias 1.1. Quórum: é o número de pessoas no comitê. Sessões somente podem ser abertas mediante a presença de um quórum mínimo de 1/3 dos participantes inscritos, e a votação de uma proposta de resolução só pode ocorrer mediante a presença de metade do comitê. O quórum será recontado sempre que a mesa considerar necessário. 1.2. Maiorias: para as votações, é necessário que haja uma forma de contagem, sendo essa a maioria simples: metade do comitê mais um (M = T/2 + 1). Quando o número total de representações no comitê for ímpar, conta-se apenas a metade do comitê, arredondando para cima. 1.2.1. A maioria qualificada, por outro lado, é contada como dois terços do quórum, e geralmente é verificada apenas em questões substanciais, como a votação das propostas de resolução e o encerramento do debate/adiamento da sessão. 2. Discursos 2.1. Dos discursos iniciais 2.1.1. Cada delegação terá 3 minutos para proferir seu discurso inicial (leitura do Documento de Posição Oficial), o que será realizado por ordem alfabética do nome oficial das nações; https://www.icc-cpi.int/Pages/Home.aspx https://asean.org/ https://www.mercosur.int/ https://au.int/en https://europa.eu/european-union/index_pt 5 2.2. Toda vez que finalizar uma fala, o(a) delegado(a) deve notificar a mesa do encerramento do seu discurso (“Obrigada(o) mesa” ou “Encerro minha fala/discurso”). 3. Moções 3.1. Moções são requerimentos realizados pelos delegados para alterar o fluxo e a forma de debate, com um determinado objetivo. Podem tomar diversas formas, objetivos e nomes, que serão aceitos ou não pela mesa e, posteriormente, colocados em votação, com algumas raras exceções. Listamos abaixo as mais utilizadas em modelos de simulação das Nações Unidas: 3.1.1. Moção para Debate Moderado: É a moção que abre o debate moderado, no qual os delegados não utilizam a lista de discursos, mas colocam o nome no chat do Zoom para que sejam reconhecidos pela mesa para falar. Durante o debatemoderado, a mesa decidirá quem terá a palavra no comitê. Deve ser apresentada com um tempo de até 3 (três) minutos. 3.1.2. Moção para Debate Não Moderado: É a moção que abre o debate não moderado, no qual os delegados estão livres para se pronunciar a qualquer momento, retirando a figura da mesa como moderadora por um tempo limitado. Funciona como uma pausa para negociações e redação de documentos. Deve ser apresentada com um tempo de duração. 3.1.3. Moção para Consulta Informal: Mobiliza o comitê para uma consulta sobre um determinado tema. O delegado que requisitou a moção faz um questionamento, na forma de pergunta de sim ou não, de forma breve e controlada. O comitê, então, pronuncia-se, levantando suas placas em resposta à pergunta. 3.1.4. Moção para Fechamento/Abertura da Lista de Discursos: São requerimentos com o objetivo de impedir que novos países 6 adentrem a lista de discursos, por essa superlotar com frequência ou por conforto de alguns delegados. Após o fechamento, a lista pode ser reaberta a qualquer momento, por meio de outra moção e mediante aprovação de 2/3 do comitê, sendo que, quando acabarem os discursos, a lista é automaticamente aberta. 3.1.5. Moção para Adiamento da Sessão/Encerramento do Debate: Essas moções são sempre aprovadas por maioria qualificada, sendo a primeira para o fim de uma sessão, para que se possa almoçar, lanchar, ou ir para casa, e a segunda para o fim das discussões sobre o tema. A última só costuma ocorrer posteriormente à votação de uma proposta de resolução, conforme descrito adiante. 4. Questões 4.1. Assim como no caso das moções, para expressar questões, será necessário que, quando for perguntado pela mesa, a delegação anuncie o nome da questão desejada pelo microfone ou pelo chat 4.1.1. Tal condição não se aplica somente em caso de Questão de Privilégio Pessoal, a qual poderá ser expressada diretamente pelo microfone. 4.2. Questão de Privilégio Pessoal : utilizada pelos delegados em casos de desconforto (a ÚNICA que pode interromper outros discursos). A mesa deve pedir que os delegados utilizem tal questão com prudência, já que não é agradável a utilização da mesma a todo o momento. 4.3. Questão de Informação : Refere-se a temas administrativos, como horário, quantidade restante de sessões, etc. 4.4. Questão de Dúvida Parlamentar : Dúvidas quanto às regras do comitê. 4.5. Questão de Ordem : Utilizada para corrigir erros da Mesa. 5. Documento de Posição Oficial (DPO) 7 5.1. O DPO é o documento que serve como guia da política externa de cada representação para os delegados. Por meio deste, os demais delegados de um comitê podem verificar a política externa de seus colegas quanto ao tema em tela, de modo a facilitar sua atuação no comitê. É um documento simples, exigido pela mesa ao início da simulação e parte importante da avaliação final. 5.2. O DPO é composto por: 5.2.1. Brasão de armas do país, centralizado e no topo da página; 5.2.2. Nome do comitê em negrito, juntamente com o tema e o nome oficial do país, centralizados e abaixo do brasão de armas; 5.2.3. Texto em Arial ou Times New Roman, tamanho 12, espaçamento de 1,5 e justificado; 5.2.4. Primeiro parágrafo de introdução, com informações como o nome do país, sua localização e atuações internacionais; 5.2.5. Parágrafo de dissertação sobre o tema, com informações gerais sobre o assunto; 5.2.6. Parágrafo conclusivo com a posição do país e expectativas sobre o comitê; 5.2.7. Espaço para assinatura do delegado; e 5.2.8. Máximo de uma página. 5.3. O Documento de Posição Oficial é componente essencial para a participação no UNSP e deve ser entregue até dois (2) dias antes do evento. Como o nome já diz, é o documento no qual é constatada a posição oficial de seu país, e deve ser escrito pela dupla que compõe a delegação. 5.4. O DPO deve ser conciso e objetivo, isto é, deve ser escrito da forma mais direta, clara e resumida possível, agregando a maior quantidade de informações úteis. 8 5.5. É por meio do DPO que outros delegados verão a sua posição oficial e é por meio dele, também, que você poderá extrair informações relevantes para traçar suas estratégias de ação durante a conferência. 6. Documentos de Trabalho 6.1. A Mesa Diretora e as delegações podem apresentar Documentos de Trabalho para consideração durante o Debate Formal-Informal a qualquer momento durante a conferência. É recomendável que eles sejam escritos visando o formato da resolução final. 6.2. Esses documentos deverão ser aprovados pela Mesa Diretora para que sejam considerados pelo comitê, mencionados em suas discussões e utilizados em um futuro projeto de resolução final. 6.3. Os signatários para Documentos de Trabalho podem ser as delegações. 6.4. Todos os Documentos de Trabalho aprovados pela Mesa Diretora estarão disponíveis para consulta posterior em uma pasta disponibilizada ao final do dia. 7. Proposta de Resolução 7.1. A Proposta de Resolução dita o sucesso e o fim das discussões. É um documento que reúne as decisões dos delegados, de forma a finalizar o debate sobre o tema e efetivar tudo o que foi discutido. São documentos que devem ser votados pelo comitê, mediante procedimento especial descrito adiante, para que possam ser efetivamente aceitos por ele. São escritos em forma de carta e começam com a frase “A Assembleia Geral,”, ou, se o comitê não for órgão da ONU, a exemplo da OMC, “A Organização Mundial do Comércio,” etc. São compostos por: 7.1.1. Preâmbulo com cláusulas introdutórias, sem indicar qualquer decisão do comitê, apresentando meramente os pontos que levaram o comitê à decisão. Cada item inicia-se com um verbo em itálico, no gerúndio; e 9 7.1.2. Cláusulas Operativas com as decisões do comitê, numeradas e iniciadas com verbos no presente. Cada ideia, por assim dizer, deve tomar uma linha, e podem haver subitens. Todas as Propostas de Resolução precisam de, no mínimo, 5 signatários para serem reconhecidas dentro do comitê.8. Regras de Votação 8.1. Recomenda-se que, quando propício, em necessidade de votação de questões, moções e aprovação de pautas, os delegados usem o recurso “levantar a mão” da sala virtual para se manifestar como delegação favorável ao assunto em questão. 9. Comitês Históricos 9.1. Por se tratarem de simulações de comitês que ocorreram no passado (CSNU e TPI), os delegados não poderão utilizar informações complementares ocorridas posteriormente à data na qual ocorreu cada Comitê específico. 9.2. Apesar de se tratarem de simulações de comitês históricos, nas quais os delegados representam as posições oficiais de cada país na época em questão, o desfecho da simulação não precisa ser o mesmo que o ocorrido nos comitês reais. Modelo Corte 1. O Estatuto 1.1. O modelo da Corte possui como membros as partes representantes da acusação e da defesa, as testemunhas, e os juízes. Dessa forma, o modelo da Corte se diferencia do modelo de outros comitês por não possuir membros que se apresentem como delegados do corpo diplomático de algum país. 1.1.1. Os juízes serão parte ativa da simulação, mas também serão responsáveis por supervisionar as questões de ordem, constituindo o equivalente à mesa da 10 simulação em modelo tradicional. Desse modo, serão representados por membros do Secretariado do UNSP XV. 1.2. Como será simulado o Tribunal Penal Internacional (TPI), deve-se manter em mente que, embora se trate de uma instituição independente, portanto não sendo parte das Nações Unidas, o TPI possui uma relação de cooperação com a mesma. É de extrema importância que os juízes sejam neutros e ajam segundo valores do Direito Internacional e do Estatuto de Roma 1.3. O Estatuto de Roma rege a atuação do TPI, orientando seus julgamentos. Uma acusação não fundamentada no Estatuto não é analisada pelos juízes. Por isso, é de extrema importância que os advogados, ao formularem seus argumentos, estejam dentro do Estatuto. 1.4. O Comitê do TPI do UNSP XV seguirá o Estatuto de Roma, à exceção de adaptações determinadas para fins da simulação; tais adaptações serão esclarecidas nos itens a seguir ou no momento devido antes do início da simulação. Assim sendo, é recomendado aos advogados de ambas as partes que se familiarizem com o Estatuto. Uma tradução do mesmo ao português pode ser encontrada no seguinte link: https://www5.pucsp.br/ecopolitica/documentos/cultura_da_paz/docs/estatuto_rom a_tribunal_penal_internacional.pdf . 1.5. Uma introdução ao Estatuto, aos seus principais artigos e aos crimes por ele regidos está presente no Guia de Estudos do TPI do UNSP XV 2. Sessão de Abertura 2.1. Na primeira sessão, serão lidas as acusações contra o réu e o mesmo terá o direito de se declarar inocente ou culpado perante o tribunal. Entretanto, uma confissão não encerrará o julgamento; para fins da simulação, os juízes automaticamente considerarão que o caso requer evidências mais concretas para a admissão de culpabilidade, atuando conforme o determinado no parágrafo 3 do artigo 65 do Estatuto de Roma. Assim, tanto a Defesa quanto a Promotoria devem se empenhar https://www5.pucsp.br/ecopolitica/documentos/cultura_da_paz/docs/estatuto_roma_tribunal_penal_internacional.pdf https://www5.pucsp.br/ecopolitica/documentos/cultura_da_paz/docs/estatuto_roma_tribunal_penal_internacional.pdf 11 em montar seus casos conforme as evidências disponíveis ou mobilizadas pelas Partes. 2.2. Em seguida, um advogado será encarregado de fazer a introdução dos artigos do Estatuto de Roma relevantes ao caso, os quais serão mais bem explicados e detalhados dentro do Guia de Estudos do TPI. 2.3. Após tal procedimento, um dos advogados do trio fará um discurso de abertura de, no máximo, 10 minutos, no qual deverá apresentar seu caso aos juízes, trazendo uma prévia expositiva e objetiva do que será defendido (a inocência ou culpabilidade do réu); nesse discurso, deve-se evitar argumentações . 3. Interrogatório 3.1. Após o término dos discursos, será iniciado o interrogatório das testemunhas . 3.2. Começando sempre pelos advogados de Acusação, um dos 3 advogados deve apresentar uma entre as 3 testemunhas de Acusação disponíveis e iniciar as perguntas de examinação direta. O advogado tem 5 minutos para fazer perguntas que provem a culpabilidade do réu dentro do testemunho apresentado. Encerrados os 5 minutos, o advogado de Defesa tem direito a 5 minutos para fazer perguntas à testemunha na examinação contrária, visando desconstruir os argumentos da Acusação ou provar a inocência do réu através do testemunho apresentado. 3.3. Para finalizar, o advogado de Acusação tem direito a mais 3 perguntas à testemunha, se for necessário. 3.4. Logo após todo esse procedimento, a testemunha ter á 3 minutos para responder às perguntas d os juízes , a fim de esclarecer dúvidas ou pontos que não se mostraram tão claros durante o interrogatório. A testemunha será liberada logo em seguida e, assim, outra testemunha será apresentada ao tribunal, partindo dessa vez dos advogados de Defesa . O procedimento será o mesmo do descrito acima, porém quem começará as perguntas será o advogado de Defesa, não mais o de Acusação. 3.5. Os advogados da Defesa e da Acusação seguirão alternando-se dessa forma até que todas as testemunhas forem devidamente interrogadas. Cada advogado ficará responsável pela examinação de uma testemunha de sua Parte e pela examinação 12 contrária de uma testemunha da Parte oponente. 4. Argumentos Finais 4.1. Quando todas as testemunhas forem ouvidas, os advogados de Defesa e de Acusação devem encerrar seus casos no momento para tal. Então, inicia-se o processo dos argumentos finais. Um dos advogados de cada Parte deve realizar um discurso argumentativo baseado nas evidências e nas testemunhas apresentadas à Corte, buscando refutar o material da Parte contrária e valorizar o material trazido por sua equipe. 4.2. Os discursos deverão ter no máximo 10 minutos cada e são a última oportunidade que os advogados têm de convencer os juízes do que defendem (a inocência ou culpabilidade do réu). São discursosargumentativos. A Acusação é a primeira a discursar. 5. Veredito 5.1. Assim que a Defesa encerrar seu argumento final, os juízes irão pedir para que os advogados e as testemunhas fiquem em salas separadas à da deliberação. 5.2. A decisão final será o resultado deliberado por todos os juízes. Deve-se buscar o consenso no veredito. Todas as posições deverão ser levadas em conta no processo de deliberação. Os juízes devem ser imparciais e podem basear-se somente no que foi apresentado na Corte, visando um julgamento justo, íntegro, eficiente e livre de qualquer interferência externa, tanto da mídia como de convicções pessoais. 6. Representações 6.1. Cada delegado fará parte de um grupo dentro da Corte, tais como: Acusação, Defesa ou testemunhas. É importante ressaltar que todos possuem importância equivalente dentro do comitê e o modelo foi desenvolvido para que todos possam participar de maneira igualitária. 6.2. Advogados 13 6.2.1. Cabe aos advogados trazer evidências, testemunhos e argumentos para defender a inocência, no caso dos advogados de Defesa, ou culpabilidade do réu, no caso dos advogados da Acusação. 6.2.2. É de suma importância que o grupo de advogados esteja em consonância durante todo o curso do julgamento, para que possam defender mais firmemente sua Parte. 6.2.3. Para um bom desempenho, é necessário que os advogados, além de colocar seu caso, refutem o que foi colocado pelos advogados contrários, apontando furos em sua argumentação. 6.2.4. Durante o julgamento, os advogados devem se referir aos juízes apenas como “Vossa Excelência”. 6.3. Testemunhas 6.3.1. As testemunhas apresentam parte essencial da composição do caso de ambas as Partes, por isso é imprescindível que estejam em perfeita harmonia durante os interrogatórios e durante as sessões de preparação. 6.3.2. A leitura atenta dos testemunhos disponibilizados no Guia de Estudos é o principal meio de preparação para esse papel. Trabalhá-los com o respectivo grupo de advogados é a finalidade das sessões de preparação, criando questões para a examinação direta e montando estratégias para refutar possíveis furos encontrados pela Parte contrária. 6.3.3. No TPI, uma testemunha pode objetar a responder alguma pergunta quando julgar que a resposta possa incriminá-la. Não obstante, a depender da relevância e da unicidade da evidência que a testemunha pode oferecer, os juízes podem requerer que ela responda à pergunta. Nesse caso, será-lhe garantida confidencialidade no caso dessa resposta especificamente. 14 6.3.4. Ressalta-se que, p or se tratar de uma simulação, as pessoas representantes das testemunhas podem não se manter fiéis a suas especificidades de raça, etnia e/ou gênero. Não obstante, é necessário que o papel das testemunhas seja interpretado de forma coerente com as culturas e as trajetórias pessoais e profissionais das pessoas representadas. 7. Apresentação de Evidências 7.1. Examinação 7.1.1. É obrigatório que todas as testemunhas realizem o juramento antes de seu interrogatório direto. Quando oportuno, o juiz que está presidindo a sessão perguntará: “Você afirma solenemente, sob pena de perjúrio, que o testemunho que você possa dar na causa agora pendente neste tribunal será a verdade, toda a verdade e nada além da verdade?” A testemunha deve levantar seu braço direito e responder: “Eu juro”. 7.1.2. Ao fazer esse juramento, a testemunha não pode, em hipótese alguma, mentir durante seu interrogatório, estando sujeita à acusação de crime de perjúrio caso a inverdade for comprovada. 7.1.3. Examinação Direta 7.1.3.1. Os advogados não podem realizar perguntas que exijam conhecimentos além do compreendimento de suas testemunhas. Para isso, o foco das questões deve estar nos dizeres do testemunho escrito, disponível no Guia de Estudos do TPI. 7.1.3.2. Perguntas que sugiram determinada resposta (sugestivas) não são permitidas. 7.1.4. Examinação Contrária 7.1.4.1. O advogado pode realizar perguntas sugestivas, mas não pode realizar narrações ou perguntas que exijam respostas amplas e longas. 15 7.1.4.2. Quando o advogado quiser mostrar aos juízes que a testemunha não é confiável, é possível entrar com um processo de impeachment. Para isso, pode realizar questões sobre a postura passada da testemunha ou sobre as respostas da mesma na examinação direta, buscando provar que o que foi dito não condiz com o testemunho ou com as respostas anteriores. 7.1.4.3. Caso o depoente insista na postura contraditória, o advogado deverá: 7.1.4.3.1. Pedir permissão ao juiz que está presidindo o comitê para se aproximar do advogado oponente que realizou o interrogatório direto; 7.1.4.3.2. Mostrar a parte do testemunho que apresentou a problemática da contradição, dizendo “que os registros mostrem que eu mostro ao advogado de oposição o testemunho do indivíduo que está sendo examinado”; 7.1.4.3.3. Pedir para abordar testemunha e entregar o testemunho; 7.1.4.3.4. Pedir para que o mesmo leia as linhas relacionadas ao conteúdo da contradição; 7.1.4.3.5. Refazer a questão original; 7.1.4.3.6. Pedir para reaver o testemunho. 7.2. Introdução de Evidências 7.2.1. Os advogados podem introduzir evidências adquiridas por conta própria, sendo, inclusive, encorajados a tanto. Entretanto, para garantir a equanimidade ao longo da simulação, o número máximo de evidências originais que cada Parte (Acusação e Defesa) poderá introduzir é cinco. 16 7.2.1.1. O conteúdo disponibilizado pelo Comitê de Imprensa não será contabilizado como evidência original, visto estar disponível para todas as Partes a priori. As Partes podem utilizar tantas matérias da Imprensa quando julgarem necessário e relevante ao caso, sem limite numérico para tanto. 7.2.2. Para a introdução de evidências, deve-se seguir o seguinte procedimento: 7.2.2.1. Introduzir o documento ou objeto à Corte como “Evidência número X da Acusação” ou “Evidência letra Y da Defesa”; 7.2.2.2. Entregar a evidência à mesa de Juízes Presidentes; 7.2.2.3. Dada a autorização do Juiz Presidente, mostrar a evidência ao advogado oponente, declarando “que os registrosdigam que eu mostro ao advogado de oposição o que foi identificado como evidência número/letra X/Y da Acusação/Defesa”; 7.2.2.4. O advogado oponente pode objetar à introdução da evidência. Caso o faça, cabe ao juiz que está presidindo a sessão sustentar ou anular a objeção. Caso o juiz a sustente, tal evidência é excluída. Caso ele a anule, a evidência pode ser introduzida; 7.2.2.5. Se a evidência for introduzida, o advogado deve pedir para abordar a testemunha para lhe mostrar a evidência, perguntando-lhe sobre o conhecimento de tal. 8. Objeções 8.1. As objeções são recursos utilizados durante o interrogatório para interromper o interrogatório do advogado oponente, caso o mesmo ultrapasse limites ou quebre regras do processo de examinação. Podem ser interrompidas tanto a fala do advogado oponente quanto a da testemunha interrogada 8.2. Ao pedir uma objeção, o advogado deve se levantar e dizer “Objeção, Vossa Excelência”, anunciando o motivo logo em seguida. Vale lembrar que essa ação pode ser realizada por qualquer um dos advogados do grupo, de forma ordenada, tanto durante a examinação direta como durante a examinação contrária. 17 8.3. Após o pedido, o juiz que está presidindo a sessão deve tomar a decisão de sustentar ou anular a objeção. Ao sustentá-la, o mesmo deverá decidir se a fala motivo da objeção deve ser reformulada ou descartada de todos os registros da Corte. Ao anulá-la, o curso da sessão segue normalmente a partir do momento anterior ao da objeção. 8.4. Tipos de Objeção 8.4.1. Para os fins da presente simulação, objeções poderão ser aplicadas caso o discurso ou a evidência apresentada pelo advogado apresentem dúvidas quanto a: 8.4.1.1. Relevância 8.4.1.1.1. Caso a pergunta realizada ou a evidência trazida à Corte seja irrelevante ao caso julgado. 8.4.1.1.2. Conhecimento Técnico 8.4.1.1.2.1. Caso a pergunta realizada necessite de um conhecimento técnico por parte da testemunha interrogada. Importante ressaltar que essa objeção não vale para o caso de testemunhas especialistas quando questionadas sobre algo de seu escopo intelectual. 8.4.1.2. Ambiguidade 8.4.1.2.1. Caso a pergunta realizada possua dupla interpretação e isso prejudique a resposta da testemunha. 8.4.1.3. Respondido 8.4.1.3.1. Caso a pergunta já tenha sido respondida pela testemunha durante o interrogatório de um mesmo advogado. 8.4.1.4. Fora do Escopo 8.4.1.4.1. Caso não haja possibilidade de a testemunha ter o conhecimento exigido para responder à pergunta. Essa objeção difere da “Conhecimento Técnico” porque, nessa, o 18 conhecimento pode ser geral, referente a qualquer assunto e não somente a conhecimentos de origem técnica. 8.4.1.5. Narração 8.4.1.5.1. Caso o advogado, ao realizar uma pergunta, narre uma história visando repetir o que já foi dito pela testemunha, ou caso tal questão seja ampla e abra espaço para que a testemunha dê uma resposta ampla. 8.4.1.6. Indução 8.4.1.6.1. Caso a pergunta realizada induza a testemunha a ter determinada resposta. 8.4.1.7. Ofensa 8.4.1.7.1. Caso o advogado ofenda a testemunha de qualquer forma. 8.4.1.8. Privilégio 8.4.1.8.1. Caso a informação requerida para responder à pergunta seja privilegiada, ou seja, se tal informação for registrada nos autos da Corte, poderá causar problemas de confidencialidade. Isso também se aplica a jornalistas, visto que o sigilo de fontes é garantido a esse grupo de profissionais. 8.4.1.9. Especulação 8.4.1.9.1. Caso a evidência ou argumentação seja baseada em boatos ou informações adquiridas por fontes não-confiáveis. 8.4.1.10. Incompetência 8.4.1.10.1. Caso a testemunha não seja capaz de responder à pergunta realizada. Isso é considerado quando a mesma não é psicologicamente competente ou estável, ou quando ela é muito jovem. 8.4.1.11. Inflamatório 19 8.4.1.11.1. Caso a evidência apresentada ou a pergunta realizada tenha finalidade de apenas inflamar as emoções do júri contra a testemunha ou o réu. Modelo Imprensa 1. Jornais 1.1. Dentre os 12 indivíduos que ficarão encarregados de representarem a imprensa, cada um será representante de um jornal diferente (Sputnik, CNN, El País, O Globo, Fox News, Al Jazeera, Fraternité Matin, BBC, NY Times). Esses mudarão de comitê para comitê de acordo com o tema a ser abordado, porém alguns dos jornais aparecerão em mais de um comitê, como é o caso da CNN, da Al Jazeera e do El País. 1.2. É papel de todos os jornais, sem excepção, lançar, ao final de cada dia de simulação, um texto sobre a respectiva sessão, sendo esse uma espécie de artigo de opinião que visa fornecer um balanço/resumo dos eventos que acabaram por se desenrolar. 1.3. É importante que a forma de escrita e posicionamento de cada representante da imprensa vá de acordo com a visão e o ideal propagados pelo jornal em questão. 1.4. Sobre as formas indicadas de escrita, sejam das notícias, manchetes ou dos balanços de opinião, haverá mais detalhes e sugestões no Guia de Estudos da Imprensa. 2. Notícias e Manchetes 2.1. Em relação aos comitês COPUOS e CSNU, em ambos os dias, cabe também à imprensa soltar notícias ao longo das sessões, como manchetes chamativas ou comentários sobre o que está acontecendo na sessão, que serão transmitidos ao vivo na tela da chamada dentro do próprio Zoom. O intuito dessas manchetes e notícias será o de informar os telespectadores a respeito das decisões tomadas, conflitos ou qualquer outro evento considerado, por parte dos jornalistas, importante de ser reportado ao público. 20 2.1.1. As manchetes e notícias transmitidas ao longo da sessão também têm capacidade de persuasão e influência, dependendo da maneira que forem escritas, para desestabilizar ou favorecer delegações, por exemplo. Desse modo, são parte importante da simulação, sendo úteis para fornecer um estímulo à discussão das delegações. 2.2. A respeito do TPI, por se tratar de um tribunal internacional, a imparcialidade permanece como sendo essencial. Desse modo, as notícias só poderão ser acessadas pelos juízes ao final da sessão, a fimde não afetar sua opinião ou resolução. 3. Outros textos 3.1. Qualquer documento não oficial, mas que tenha o intuito auxiliar na discussão do comitê e/ou sustentar um argumento, pode ser trazido pelos participantes, como, por exemplo, matérias de jornais, textos, artigos etc. 3.2. Caso a mídia em questão não esteja na língua oficial do comitê (em português) é recomendável que: 3.2.1. uma legenda seja colocada ao compartilhar a tela ou; 3.2.2. os indivíduos, ao usarem dessa ferramenta, traduzam seu conteúdo enquanto realizam sua argumentação. 4. Moções e Questões 4.1. Assim como as delegações, é permitido à imprensa requerer moções, tais como: 4.2. Moção para Sessão Extraordinária de Perguntas: Essa moção, caso aceita pela delegação, permite à imprensa realizar perguntas a uma determinada delegação por um tempo pré-determinado. 4.3. Moção para Reunião em Grupo: Esta moção, caso aceita por maioria qualificada, permite que o jornal realize uma comitiva de imprensa com as delegações participantes. 21 4.4. Moção para leitura de notícia: Esta moção permite ao jornal enviar à mesa (via chat, em particular) uma notícia sobre a discussão para que ela seja lida pela mesa. 4.5. A imprensa também tem permissão de realizar questões: 4.5.1. Questão de Informação: A imprensa é permitida a realizar perguntas relativas a horário, tempo e número de sessões restantes. Código de Conduta 1. É dever dos participantes: 1.1. Tratar a todos de maneira polida, não faltando com decoro em nenhum momento, de forma a manter o comportamento e a linguagem diplomática. É esperada, ao referir-se a outro delegado, a utilização de termos como “Estimado delegado” e, ao manifestar a opinião de seu país, referir-se a ela como “a posição do meu país”. 1.2. Saber dos assuntos que serão tratados em seu comitê. 1.3. Atentar-se aos horários do evento e ser pontual ao cronograma de simulações. 1.4. Defender os interesses de seu país com veracidade. 1.5. Evitar sair durante as sessões e, caso isso ocorra, avisar a um contato da organização do evento caso precise se retirar por mais de 5 minutos. 1.6. Respeitar o tempo de fala dos outros participantes, não interrompendo por chat ou abrindo o microfone quando outro participante estiver em seu momento de fala. 1.7. Agir de forma profissional: não fazer gestos, caretas ou movimentos que possam ofender os demais. Além disso, os participantes que desejarem ligar suas câmeras devem utilizar um plano de fundo neutro ou não utilizá-lo. 2. Não serão tolerados: 2.1. Falas ou gestos preconceituosos ou que faltem com o respeito a algum participante. 2.1.1. Sujeito a ser banido(a) da simulação.
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