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EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 – 7ª FASE TUT 6 – Síndrome nefrótica e nefrítica Fontes usadas: Uptodate e Riella Síndrome nefrótica - Alteração na permeabilidade dos glomérulos as proteínas. Maioria dos casos são idiopáticos (primarias), alguns por condições subjacentes (secundárias). - PROTEINÚRIA >3,5g/24h (adultos) ou 40-50mg/kg/24h (criança): avalia pela relação proteína/creatinina em amostra de urina: >2mg proteína/mg creatinina ou urina de 24h. - PROTEÍNAS: queda da antitrombina III (deixa em estado de pró coagulação), queda de IgG (deixa imunocompetente), queda da transferrina (desenvolve anemia ferropriva irresponsiva a reposição de ferro, pois não tem transportador). Alfa 2 globulina aumenta, pois não perde por ser muito grande, mas como fígado fica sendo estimulado a produzir as proteínas tudo acaba produzindo mesmo sem perder. - Hipoalbuminemia (pela perda da proteína urinária, por secreção reduzida pelo fígado e por redistribuição dentro do corpo). - EDEMA: pela hipoproteinemia cai pressão osmótica, reduz volemia, ativa eixo SRAA que retém sódio e líquido e gera o edema. É grave quando tem ascite (sem defesa), pode ter infecção pelo pneumococo, peritonite bacteriana espontânea. - HIPERLIPIDEMIA: produz mais lipoproteína no fígado para tentar aumentar pressão coloidosmótica, + lipidúria (cheio de lipoproteína, satura sistema de absorção de proteína: aumento da filtração glomerular de lipídios), cilindros graxos na urina. CLÍNICA: urina espumosa (pela proteinúria importante), edema (periorbitário, MMII), proteinúria. Pode ter HAS. DIAGNÓSTICO: EQU: 3+ de proteinúria e níveis variáveis de hematúria, sendo que uma urina de 24h geralmente mostra >3,5g/dia. (Qdo se determina proteinúria intensa, etiologia pode vir da história e do exame físico) Labs para definir se é uma Síndrome Nefrótica Idiopática Primária ou uma causa secundária relacionada a doença sistêmica. • Nível de Glicemia em jejum • Hb glicosilada • Teste do anticorpo antinuclear para doença do colágeno • Complemento Sérico (Lúpus, Endocardite, Poliartrite nodosa, Lesão Mínima etc). • Sorologia para hepatite B e C • Teste de HIV • Pesquisa de crioglobulinas • ANCA - Biópsia renal é padrão-ouro para determinar causa da proteinúria. Em crianças, se prefere teste empírico com corticoide pq tem muita doença de lesão mínima. Em adultos, prefere-se biopsia por dar dx e prognóstico, além de dar informações para decidir tto. COMPLICAÇÕES: - TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP por diminuição de antitrombina III: trombose da veia renal): dor lombar, hematúria, pior da proteinúria, assimetria renal, varicocele à esquerda (pela veia testicular drenar para veia renal). Mais relacionada a glomerulopatia membranosa (principal), gomerulonefrite membranoproliferativa e amiloidose. Tratamento com anticoagulação. - INFECÇÃO: peritonite bacteriana espontânea: pneumococo. - ATEROGENESE ACELERADA: pela dislipidemia. ETIOLOGIA - PRIMÁRIA: doença por lesão mínima, glomeruloesclerose focal e segmentar (GEFS), glomerulonefrite proliferativa mesangial, glomerulopatia membranosa, glomerulonefrite membranoproliferativa (mesangiocapilar). SECUNDÁRIA: diabetes, HAS, lúpus: lesão igual das causas primarias, simulam o que a causa primaria faz no glomérulo. DOENÇA POR LESÃO MÍNIMA – NEFROSE LIPOIDE - A mais comum e sd nefrótica em crianças (90% em <10a e >50% em crianças mais velhas). 70% são do sexo masculino. Adultos podem ter como origem idiopática, em associação com linfoma de Hodgkin ou uso de AINES. PATOGÊNESE: resulta da produção de substância circulante que lesa as células viscerais e causa proteinúria. Ocorre após infecção – viral ou IVAS ou imunização (vacina). Primária: não está associada a doença ou evento subjacente, mas acredita-se relacionar-se com a produção de um fator de permeabilidade glomerular que afeta a parede capilar glomerular, levando a proteinúria. Secundária: drogas (AINE, antimicrobianos, lítio), neoplasias, infecções e alergia. CLÍNICA: síndrome nefrotica clássica de início agudo (edema periorbitário, periférico, proteinúria-albuminúria, hematúria microscópica 30%), com períodos de atividade-remissão, complemento normal, sem HAS, creat pode estar elevada. DX: Por ausência de outras lesões glomerulares. Histologia pode mostrar apagamento difuso (>80%) dos prolongamentos das células epiteliais na microscopia eletrônica. - Se tiver hematúria macroscópica, exclui dx. TRATAMENTO: excelente resposta ao corticoide-prednisona (80-90% respondem em 4 semanas), podendo fazer prova terapêutica antes de biopsia (evita biopsia em criança com nefrotica, primeiro testa corticoide). - Índice de recidiva mesmo com uso de corticoide é alto (40- 50%). 1-20% podem ficar dependentes de corticoides. - Remissão completa: redução da proteinúria para <300mg/d, creat estável e albumina >3,5g/dl. Quando fica entre 300mg e 3,5g para reduzir >5%, é remissão parcial. - Recaída: retorno da proteinúria para >3,5g/d e pcte que já tinha remissão completa. GLOMERULOESCLEROSE FOCAL E SEGMENTAR (GEFS) - Causa mais comum de síndrome nefrotica em adultos. É um padrão morfológico de lesão glomerular dirigida principalmente à célula epitelial visceral glomerular (o podócito) e definida pela presença de esclerose em partes (segmentar) de alguns glomérulos (focais) por microscopia de luz de uma biópsia renal espécime. - Quando se analisa a população pediátrica esse número é de 10 a 15% e ocorre em pctes com idade inferior a 5 anos. Em adultos ocorre em idade até os 40 anos. - Associações: diversas (HAS, HIV, anemia falciforme). - Tem proteinúria geralmente nefrotica e retração dos processos podocitarios. PATOGÊNESE: - Primária: difícil determinar causa, pode ser fator de permeabilidade circulante que é tóxico para podócitos e causa disfunção generalizada deles. - Secundária: se desenvolve em resposta a hipertrofia glomerular ou hiperfiltração. Pode ter sequela (inflamação, medicamento), sobrecarga (glomérulo com sobrecarga desenvolve glomeruloesclerose: fibrose), hiperfluxo, abuso de heroína, HIV, anemia falciforme, obesidade, refluxo vesicoureteral e rim único. CLÍNICA: proteinúria (geralmente nefrotica-pode ser assintomática), HAS, hematúria microscópica, complemento normal, TFG diminuída, pode ser visto glicosúria. DX: microscopia de luz pode mostrar presenta de alguns glomérulos com áreas segmentares de colapso mesangial e esclerose. Imunofluorescência com depósito de IgM e C3 (áreas de esclerose), microscopia eletrônica pode mostrar alças colapsadas. TRATAMENTO: corticoide (primária) e nefroproteção (IECA ou BRA, estatina-secundária). 40-60% dos casos recorrem da doença, e usa-se ciclosporina ou ciclofosfamida. - Medidas gerais: restrição dietética de sódio e proteína, controle da PA, minimização da proteinúria com inibição do SRAA, tto da dislipidemia, anticoagulação. Diuréticos para controlar edema e manutenção da nutrição adequada. - Alta taxa de recorrência, mesmo após o transplante renal: 20 a 40%. Geralmente essas recorrências ocorrem no primeiro mês após o transplante com apresentação clínica de Síndrome Nefrótica. Os fatores de risco para tal fato incluem: idade inferior a 15 anos, rápida evolução para IRC e presença de proliferação mesangial nos rins primitivos. - Remissão completa: redução da proteinúria para <300mg/d, creat estável e albumina >3,5g/dl. Quando fica entre 300mg e 3,5g para reduzir >5%, é remissão parcial. - Recaída: retorno da proteinúria para >3,5g/d e pcte que já tinha remissão completa. - A evolução da GESF não tratada gera proteinúria progressiva e declínio da TFG. Pode levar a insuficiência renal em 1 a 2 anos. Síndrome nefrítica - Glomerulite (aumento de número de cels inflamatórias), oliguria (urinando menos por perda defunção), edema (líquido não esvaziando), HAS (aumento da pressão por hipervolemia), hematúria dismórfica (hemácias passando por onde não deveria, “distorcida”: isso diferencia hemácia saindo de outros lugares!!!). - Aumento das escórias: como não está filtrando pode começar a desenvolver insuficiência renal (diminui TFG). - Proteinúria: 150mg a 3,5g/24h: subnefrótica, se acima de 3,5 é síndrome nefrótica: aumento da permeabilidade glomerular a macromoléculas. - Urina escura: esfumaçada ou coca-cola, pq sedimentos urinários com eritrócito, leuc, cilindros (hemáticos) depositados. - Piúria: pela inflamação pode ter leucocitúria. Causas: agentes infecciosos (grupo A de estreptococos, Staphylococcus aureus, Streptococcus viridans), deposição de imunocomplexos de doenças autoimunes, presença de anticorpos circulantes que irão contra a membrana glomerular (Síndrome de Goodpasture). - Os agentes inflamatórios (neutrófilos e monócitos) podem lesar o glomérulo por meio da liberação de mediadores inflamatórios como oxidantes, agentes quimiotáxicos, proteases, citocinas e fatores de crescimento. - Microscopia óptica: hipercelularidade do glomérulo, causada por células inflamatórias e/ou proliferação de células glomerulares. GLOMERULONEFRITE PÓS ESTREPTOCÓCICA (GNPE) - Principal causa de síndrome nefrítica. Sequela TARDIA de infecção por cepas nefritogenicas do estreptococos B- hemolítico do grupo A- S pyogenes, pode ser por infecção de garganta (faringoamigdalite: incubação 7-21 dias) ou de pele (piodermite: incubação 15-28 dias). Prognóstico muito bom. - É uma doença da infância (masc, 7-10a), mas pode ocorrer em adultos (tendência a ser um quadro mais grave). FISIOPATO: Resposta autoimune a antígenos estreptocócicos que forma imunocomplexos e ativa via alternativa de complemento, que leva a inflamação e lesão glomerular. - Porém, ainda não está definida se a lesão renal é resultado da decomposição de imunocomplexos circulante ou da ligação de antígenos estreptocócicos no rim e formação subsequente de imunocomplexos. CLÍNICA: pode variar de hematúria assintomática até síndrome nefrítica clássica/pura: urina vermelha-marrom, proteinúria, edema, HAS e elevação da creatinina. - A epidemiologia define que para cada caso sintomático existem, no mínimo, 4 casos assintomáticos da doença. HISTÓRIA NATURAL: oliguria até 7 dias, hipocomplementemia até 8 semanas, hematúria microscópica até 1-2 anos (até recuperação glomerular completa), proteinúria <1g/dia até 2-5 anos (sem repercussão). DIAGNÓSTICO: questiona sobre piodermite ou faringoamigdalite previa, checar período de incubação (tem que ser compatível), documentar infecção estreptocócica (por cultura ou anticorpo: anti-DNAse melhor para pele e ASLO (>70%) melhor para garganta), queda transitória do complemento (hipocomplementemia transitória, pela via alternativa: queda de C3 e CH50). - Teste de estreptozima,mede 5 anticorpos estreptocócicos diferentes, sendo + em >95% dos pctes faringite e >80% com infecção cutânea: Antiestreptolisina (ASO), anti-hialuronidase, antiestretouinase, anti-NAD e anticorpos anti-DNaseB. EMANUELA HANNOFF PILON – MEDICINA 202 – 7ª FASE - EQU: hematúria (hemácias dismórficas), com ou sem cilindros hemáticos e/ou leucocitários. - Função renal: declínio da TFG com aumento da creatinina, em 20% dos casos pode evoluir para lesão renal aguda. - Urina de 24h: proteinúria característica de Síndrome Nefrítica. - Níveis sérios de complemento total e C3: diminuídos. - Microscopia óptica: glomérulo aumentado, com hipercelularidade, esta pode até obstruir o lúmen. Todos os glomérulos são acometidos igualmente. - Imunofluorescência: mostra depósitos de C3 e IgG num padrão granular difuso. (Padrão de céu-estrelado). - Microscopia eletrônica: imunocomplexos preso: gibas (corcovas ou humps): específico, patognomonico. - Biópsia: tenta invadir o mínimo possível, então primeiro tenta definir pelos critérios, não faz de rotina, pois padrão geralmente é inespecífico e + em crianças. Indicado quando insuficiência renal acelerada (rápida e progressiva), proteinúria nefrotica >4 semanas, hematúria macroscópica >4 semanas, HAS> 4 semanas, hipocomplementemia >8 semanas ou normal. TRATAMENTO: não trata especificamente o rim, pois prognostico é muito bom com resolução espontânea. - Faz suporte (restrição hidrossalina diminui ingesta, diurético de alça-furosemida para eliminar líquidos, vasodilatadores para distender os vasos, hemodiálise só se não resolve), - ATB penicilina benzatina (não previne GNPE, sem benefício na GNPE já instalada, usa apenas como medida epidemiológica para erradicação da cepa). GLOMERULONEFRITICA RAPIDAMENTE PROGRESSIVA (GNRP) - Síndrome nefrítica que representa várias doenças glomerulares que evoluem para insuficiência renal de forma rápida e fulminante. Inflamação extremamente rápida. Importante diagnóstico precoce. ETIOLOGIA: quando a agressão glomerular é direcionada para membrana basal tem mais risco de desenvolver GNRP: Tipo 1: depósito de anticorpo anti membrana basal glomerular (anti-MBG): goodpasture: protótipo da GNRP. Acomete 20-30a em homens e após os 60 em mulheres. - Doença causada por anticorpos circulantes que são dirigidos contra membrana basal glomerular, causando lesão inflamatória e ruptura que leva a glomerulonefrite proliferativa crescêntica. - Doença de Goodpasture: anticorpo anti MBG atacam membrana basal dos glomérulos e dos alvéolos pulmonares, + em homens 20-30 anos, no pulmão tem hemoptise, hemorragia pulmonar e no rim GNRP clássica. Pode-se ter lesão renal sem acometimento pulmonar, pois o epitélio glomerular renal é fenestrado, facilitando assim o acesso. - Biopsia renal com crescentes na microscopia, padrão linear na imunofluorescência. - TTO: plasmaferese (lavar os anticorpos circulantes), (corticoide prednisona 1mg/kgdia) + imunossupressor (azatioprina ou ciclofosfamida) (para parar a formação de mais anticorpos). Tipo 2: depósitos de imunocomplexos: berger, GNPE, endocardite, hepatites virais, LES. - Definida pela presença de depósitos imunes nos glomérulo. - Achados soro e histo mostram doença subjacente, como depósito de IgA na parede capilar glomerular e mesangial na nefropattia por IgA, anticorpos antiestreptocócicos e protuberâncias subepiteliais na GN pós-infecciosa. - Tratamento: corticoesteroides EV seguido de corticoide oral (prednisona). Tipo 3: pauci-imune: vasculites anca + (poliarterite), microscópica e granulomatosa com poliangeite (wegener): anticorpos circulantes (ANCA) dirigidos contra componentes dos grânulos primários dos neutrófilos. - Pouco ou nenhum depósito imune por imunofluorescência ou microscopia eletrônica. Ocorre por agressão de uma reação de hipersensibilidade celular. - Predomina em pctes mais velhos e do sexo masculino. Observada em pcte com vasculite sistêmica. - A maioria dos pctes são ANCA + e mtos tem ou terão sintomas sistêmicos. Pctes com GN crescente com ANCA – pode ocorrer por anormalidades da via alternativa do complemento. FISIOPATOLOGIA - Anatomicamente os 3 tipos de lesão se caracterizam pela presença de várias camadas de células que irão preencher o espaço de Bowman e assumem a forma de meia-lua. - Essas células serão substituídas por colágeno num aspecto fibroso. Quando é realizada uma biopsia pode haver várias partes do glomérulo com níveis de colágeno variáveis, sendo assim há teoria de que a formação de colágeno ocorre já nas primeiras 24h. - Crescente: células epiteliais da cápsula de Bowman + infiltração (macrófagos, linfócitos T e histiócitos). - A diferenciação dos 3 tipos da doença será feita, basicamente por imunofluorescência, sendo que o aspecto típico do Tipo I é a deposição linear de IgG + complemento, a do Tipo II é deposição de IgG e/ouIgM + C3 em padrão granular pela membrana basal, e a do Tipo III é negativa podendo apresentar apenas complemento. - Inicialmente há ruptura da membrana basal glomerular -> passagem de fibrinogênio para o espaço de Bowman -> fibrinogênio se polimeriza e forma fibrina -> proliferação de células inflamatórias -> crescente fibroso. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA - Geralmente é semelhante nos 3 tipos: quadro agudo com edema, hematúria macro ou microscópica e HAS leve. - Oligúria acentuada ou anúria, aumento rápido de creatinina são sinais que sugerem diagnóstico. - Hematúria e cilindros hemáticos + proteinúria intensa são achados frequentes. - A hipoalbuminemia e a hipercolesterolemia são raras devido a curta duração da doença. DIAGNÓSTICO - Sugerido por lesão renal aguda em pcte com hematúria e eritrócitos dismórficos ou cilindros hemáticos. - Exames incluem: • Creatinina (N ou elevada >3); • Exame de urina: hematúria, cilindros hemáticos. Sedimentos com múltiplos elementos. • Hemograma completo: anemia presente e leucocitose. • Testes sorológicos: anticorpos anti-MBG (doença de anticorpos anti- MBG); anticorpos antiestreptolisina O, anticorpos anti-DNA ou crioglobulinas (GNRP por complexos imunitários); e títulos de anticorpo citoplasmático antineutrófilo (ANCA) (GNRP pauci-imune). • Complemento:se suspeita de imunocomplexos, mostra hipocomplementemia. • Biópsia renal: proliferação focal de células epiteliais glomerulares, podendo ser entremeadas por neutrófilos, que formam massa celular em crescente que preenche e espaço de Bowman em >50% dos glomérulos. Pode ter bola de fibrose causada pela inflamação, ocupando espaço, tufo capilar glomerular sem espaço para filtração: uma vez estabelecida não tem volta. TTO - Se não tratar. Progride para doença terminal em dias-semanas- meses. Pctes com glomérulos pouco afetados podem ter curso mais prolongado e não tão rápido progressivo. Metilprednisolona pulsada seguida om prednisona VO diária ciclofosfamida VO ou IV ou rituximabe, plasmaférese. Tratamento inespecífico: controlar pressão intraglomerular, edema, retenção de sódio, hiperlipidemia e outras alterações metabólicas que podem lesar o glomérulo. Nefropatia por IgA: Doença de Berger - Glomerulopatia idiopática mais frequente, e ocorre por deposição renal de imunocomplexos circulantes. - + em homens entre 10-40 anos. - Depósito granular de IgA no mesangio pelo aumento da síntese por linfócitos nas mucosas ou pela diminuição da depuração hepática ou esplênica.. CLÍNICA: subclínica: EPISÓDIOS RECORRENTES DE HEMATÚRIA. 5 formas clínicas: - Hematúria macroscópica recorrente (forma mais comum, + crianças e adultos jovens, episódios desencadeados por infecções, vacinação ou exercício físico vigoroso, melhor prognostico). - Hematúria microscópica persistente (pior prognostico, ataque constante ao glomérulo, pode fazer proteinúria subnefrotica, pode ter crises de hematúria macro). - Síndrome nefrítica (igual GNPE, sem período de incubação, tendo infecção já desencadeia, com complemento normal). - Síndrome nefrotica. - GNRP. - HAS ocorre em 20-50% dos casos. Pode ter mal-estar generalizado com dores musculares discretas, função renal normal e complemento normal também. Aumento do nível de IgA não se relaciona com evolução da doença. DIAGNÓSTICO: tem labs com hematúria dismórfica, complemento normal, aumento de IgA sérico, depósitos de IgA em vasos da pele, diagnostico de certeza com biopsia renal. - Indica biopsia: síndrome nefrítica, proteinúria >500mg/dia, insuficiência renal. - Microscopia óptica: proliferação mesangial discreta até a presença de glomerulonefrite crescêntica. ME: Expansão da matriz mesangial. Essas alterações podem tanto ser difusas quanto focais. TRATAMENTO: inespecífico, se sem os critérios abaixo só vai acompanhando. - Corticoide: proteinúria>1g/dia, HAS, Cr>1,5 ou alterações à biópsia sugestivas de mau prognostico (crescentes). - IECA/BRA (relaxa a arteríola eferente: rim com menos pressão): proteinúria >1g/dia ou HAS. Melhor ainda se associar com corticoide. - Pode dar junto com IECA/BRA um inibidor da angiotensina, que retarda a progressão da doença. PROGNÓSTICO: 60% evolução benigna (rim estável), 40% evolução lenta para insuficiência renal. - Fatores de mau prognóstico: idade avançada ao diagnostico, masculino, Cr>1,5 ao diagnóstico, HAS, proteinúria persistente >1-2g/dia, ausência de hematúria macroscópica, depósito de IgA nas alças capilares (sai do mesangio).
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