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Análise Econômica de Mercado - Unidade 3 e 4

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Análise Econômica de Mercado
Unidade 3 – Aula 1 
"O governo Sarney (1985-1990) ficou marcado na história da República brasileira como o governo da “década perdida”, em decorrência do inexpressivo crescimento econômico do período. Herdando as consequências do esgotamento das políticas econômicas da ditatura militar e das crises mundiais da década de 1970, o objetivo principal de seu governo foi conciliar a reformulação das instituições políticas em um sentido democrático representativo e de encontrar soluções para manter uma estabilidade econômica. A expressão deste último ponto pode ser encontrada nas consequências de seus planos econômicos.
O principal desafio do primeiro governo da “Nova República” era conter a inflação dos preços, que em 1985 chegou a 235% ao ano. A solução encontrada pela equipe econômica formada por Sarney encontra-se no “Plano Cruzado”, anunciado em fevereiro de 1986, cujas principais medidas eram: congelamento de preços; substituição da moeda corrente do país, do cruzeiro para o cruzado (daí o nome do plano); gatilho salarial, uma medida de aumento dos salários toda vez que a inflação atingisse 20% ao mês."
"Inicialmente, o Plano Cruzado teve sucesso, garantindo à população uma melhoria nas condições de vida, e por outro lado trazendo popularidade ao presidente, que além de transformar a população em “fiscais” de preços, conseguiu uma expressiva vitória eleitoral em 1986."
"A melhora das condições foi efêmera, pois já nos últimos meses de 1986 havia falta de mercadorias nas prateleiras, empresários conseguiam burlar as tabelas de preços e vender por preço maior (ágio), falta de carne em face da recusa dos pecuaristas em vender pelos preços tabelados.
Frente a esta situação, Sarney foi obrigado a buscar apoio político entre os grupos conservadores do país para a aprovação de novos planos econômicos (Plano Cruzado II em 1986, Plano Bresser em 1987, Plano Verão em 1989), com o objetivo de controlar os gastos públicos, conter a forte inflação e renegociar a dívida externa.
Uma nova moeda surgiu, o Cruzado Novo, mas as medidas não foram suficientes para a estabilidade econômica, já que não houve mudanças estruturais na economia, e em março de 1990 a inflação alcançou o recorde 84,23% ao mês e um índice acumulado nos doze meses anteriores de 4.853,90%.
Este foi o legado deixado pelo governo Sarney na área econômica e pelo qual todos os candidatos à presidência em 1990 se dedicaram a combater."
O Plano Real foi um conjunto de reformas econômicas implementadas no Brasil, em 1994, no governo de Itamar Franco, na primeira metade dos anos 1990. Seu objetivo principal era combater a hiperinflação no país. Foi o 13º plano econômico executado desde 1979, quando se iniciou a crise que levou à hiperinflação.
O Plano Real representa hoje um marco em nossa história recente por ter criado condições de combate para o grave problema da hiperinflação e, consequentemente, o descontrole fiscal do Estado brasileiro. Foi também responsável pela criação do real, a moeda que circula até os dias de hoje na economia brasileira.
O Plano Real resultou de uma série de decisões políticas internas e externas que afetaram diretamente o Brasil e ainda hoje possuem lastro nos debates acadêmicos. Desde a Era Vargas, sobretudo no final dos anos 1930, a dívida pública externa do país, que corresponde aos débitos acumulados por empréstimos contraídos de outros países, acumulava-se. Um dos legados principais de Vargas na presidência do Brasil foi a implementação de um projeto nacional de desenvolvimento, que enxergava a necessidade do país de superar a sua dependência de importações de produtos industrializados, a qual era responsável pelo deficit comercial.
Foi desenvolvido, assim, a partir desse projeto nacional-desenvolvimentista, um crescente processo de industrialização do Brasil – o maior de sua história, inclusive. Essa política foi continuada por Juscelino Kubitschek, que governou o Brasil de janeiro de 1956 a janeiro de 1961, por meio do Plano de Metas, que contava com um esquema de financiamento externo. Após o Golpe de 1964, apesar da ruptura institucional provocada, a receita de substituição de importações, industrialização pesada e dívida externa foi herdada dos governos anteriores.
Em 1973, ocorreu uma crise petrolífera, provocada por um embargo da Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (Opaep), que atingiu diretamente países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, entre outros., afetando diretamente as fontes de financiamento externo de onde o Brasil contraía empréstimos para seu projeto de desenvolvimento.
Já no processo de abertura política do país, no contexto do fim da ditadura, um grande montante da dívida externa brasileira já se acumulava. Com a Crise da Dívida Externa Latino-Americana, após o México declarar moratória em 1982 – que significa, tecnicamente, a suspensão ou adiamento dos pagamentos da dívida pública –, a confiança nas economias latino-americanas diminuiu.
Nesse momento, a inflação no Brasil estava em torno de 100% ao ano. No início dos anos 90, em um ano, a inflação já chegava a 6.800%. Isso significava, na prática, que um produto que você comprava no começo de um ano estava, em um período de 12 meses, 68 vezes mais caro. O Brasil já havia herdado da Ditadura Militar um forte processo de desigualdade social, fazendo com que as classes sociais mais vulneráveis sofressem ainda mais com o crescente descontrole econômico.
Em 1989, um grupo de instituições financeiras situadas na capital dos Estados Unidos, Washington, estabeleceu um conjunto de receitas econômicas ortodoxas com o objetivo de influenciar a resolução de problemas dos países em desenvolvimento que passavam por adversidades financeiras. Esse receituário ficou conhecido como Consenso de Washington e foi um dos principais meios de influência do neoliberalismo, sobretudo na América Latina.
Uma de suas maiores consequências foi a desregulamentação de instituições financeiras, diminuição do papel do Estado na economia e políticas de austeridade fiscal. O neoliberalismo passou a influenciar a maior parte dos economistas dos anos 80, tendo, portanto, forte influência também na idealização do Plano Real.
Nesse contexto, quando tomou posse o primeiro presidente civil, em 1985, José Sarney, após uma ditadura que durou 21 anos, o Brasil enfrentava uma de suas piores crises econômicas, com a inflação corroendo o poder de compra dos brasileiros, sobretudo os mais pobres.
Em 1989, Fernando Collor de Mello foi eleito presidente do Brasil, sendo o primeiro por voto direito após a ditadura. Durante a sua gestão, dois planos econômicos foram criados, conhecidos como Plano Collor I e Plano Collor II.
Uma das medidas realizadas pelo Governo Collor, na tentativa de controle da inflação, foi o Confisco das Poupanças. Essa medida, realizada em março de 1990, foi responsável por instalar uma forte crise política, contribuindo fortemente para o impeachment de Collor em 1992, quando assumiu seu vice, Itamar Franco.
O Brasil tinha, então, uma economia fortemente atingida pela inflação, uma crise política instalada na recente Nova República e um sistema monetário altamente descredibilizado pelos próprios brasileiros. Itamar Franco, que acabara de assumir o cargo de Presidente da República, tinha a difícil missão de conseguir controlar a hiperinflação, objetivo que seus predecessores não lograram êxito.
Foi nesse contexto que Fernando Henrique Cardoso, que se tornaria o sucessor ao cargo de Presidente da República, foi nomeado Ministro da Fazenda, com o compromisso de, ao menos, minimizar os efeitos inflacionários. Ele já era o quarto nome indicado só no governo de Itamar Franco. Os desafios que se colocavam diante de um problema econômico tão imediato faziam com que o cargo de Ministro da Fazenda possuísse uma grande visibilidade na opinião pública.
Fernando Henrique Cardoso foi um dos nomes mais credibilizados pelos sucessos do Plano Real em controlar a hiperinflação. Ele foi responsável por reunir a equipe econômica queconstruiu o plano. Entre os nomes envolvidos, destacam-se Pérsio Arida, André Lara Resende (ambos também participaram do Plano Cruzado na década de 1980), Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha e Winston Fritsch. Eles teriam sido os grandes responsáveis pela formulação do Plano Real.
É importante destacar que o plano foi dividido em três fases, o Ajuste Fiscal, a Desindexação e a Âncora Nominal (que corresponde ao lançamento do real como moeda oficial). Logo após a implementação da primeira e segunda etapa, e os efeitos positivos produzidos na economia, Fernando Henrique Cardoso passou a ser cotado para disputar a Presidência da República em 1994. Ele, então, abandonou o cargo de Ministro da Fazenda, em março de 1994, sendo sucedido por Rubens Ricupero.
O Plano Real foi desenvolvido como uma tentativa de resolver o problema hiperinflacionário. Alguns dos planos anteriores obtiveram êxito em curtos períodos, porém os mesmos problemas voltavam a atingir a economia brasileira. Muitos economistas avaliam que isso acontecia porque muitos desses planos anteriores concentravam-se nos efeitos, e não nas causas da hiperinflação.
O grande mérito do Plano Real foi, portanto, ter diagnosticado corretamente as causas do problema e observado outras experiências históricas, como foi o caso da Alemanha, na década de 1920, que também viveu um processo hiperinflacionário.
As pessoas no Brasil iam ao supermercado no começo da década de 1990, pegavam uma mercadoria e, no dia seguinte, aquele mesmo produto estava com o preço reajustado, o que deteriorava o poder de compra, sobretudo dos mais pobres. Atribui-se a isso a tradição de “estocar alimentos”, no Brasil, fazendo grandes compras para durar um mês inteiro ou até mais. Assim, as pessoas sentiam-se mais seguras com a alta dos preços.
A inflação também corroía a situação fiscal do Estado brasileiro, pois o mesmo orçamento que era aprovado no meio do ano já não era suficiente para cobrir todas as demandas, uma vez que a inflação superava os 80% ao mês. Isso tudo gerava uma grande falta de confiança de investidores e também de instituições financeiras que pudessem conceder empréstimos ao Brasil, ao mesmo tempo em que a população não confiava em sua própria base monetária. Essa realidade fazia agonizar economicamente tanto a população quanto o próprio Estado brasileiro. Por esses motivos, o Plano Real representou um marco importante na História do Brasil durante a Nova República.
Unidade 3 – Aula 3 
A pressão sobre o câmbio ocorre com base em determinantes estruturais e conjunturais.
Unidade 4 – Aula 2
Recessão, escassez de crédito, produção em queda, reservas em risco em todo o mundo. Os sons disparados pelo alarme financeiro global nesse início de ano não são inéditos. A experiência anterior, a Grande Depressão de 1929, levou as principais potências a sentarem à mesa e rediscutirem a arquitetura financeira mundial. O encontro de Bretton Woods foi um marco que redesenhou o funcionamento do capitalismo. Hoje, mais uma vez, as principais nações se encontram para tentar ajustar os ventos da economia global. Conseguirá o G-20 desligar o alarme e trazer de volta o equilíbrio?
Em julho de 1944, o sistema financeiro internacional estava despedaçado. As maiores potências do mundo ainda estavam em guerra, mais preocupadas com avanços bélicos que econômicos. A Grande Depressão de 1929 resultou em diminuição drástica de produção, comércio e emprego e lançou toda a sorte de protecionismos: barreiras comerciais, controle de capitais, medidas de compensação cambial. A política que ficou conhecida como "beggar-thy-neighbor" (empobreça seu vizinho), disseminada nos anos 1930 e que primava pelo aumento de tarifas para reduzir déficits na balança de pagamento, era a cartilha dos governos.
Foi nessa atmosfera que 730 delegados de 44 países, o Brasil entre eles, encontraram-se na cidade de Bretton Woods, estado de New Hampshire, nos Estados Unidos, para a Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas. O objetivo era urgente: reconstruir o capitalismo mundial, a partir de um sistema de regras que regulasse a política econômica internacional.
ESTABILIDADE O primeiro passo era garantir a estabilidade monetária das nações. O acordo de Bretton Woods definiu que cada país seria obrigado a manter a taxa de câmbio de sua moeda "congelada" ao dólar, com margem de manobra de cerca de 1%. A moeda norte-americana, por sua vez, estaria ligada ao valor do ouro em uma base fixa.
Além disso, foram criadas instituições multilaterais encarregadas de acompanhar esse novo sistema financeiro e garantir liquidez na economia: o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). "A tendência à concordância em Bretton Woods era muito forte, devido à magnitude das ameaças. Esse filme de cada um por si ninguém queria ver de novo", explica Renato Baumann, diretor do escritório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que faz parte da Organização das Nações Unidas (ONU), outra instituição que nasceu após Bretton Woods.
Esse sistema liberal, que primava pelo mercado e pelo livre fluxo de comércio e capitais, foi a base para o maior ciclo de crescimento da história do capitalismo. Com sua moeda regendo o mundo e supremacia nos setores industrial, tecnológico e militar, um país foi o grande vencedor: os Estados Unidos.
De 1944 para cá, muita coisa mudou. A hegemonia erguida e mantida pelos Estados Unidos a partir de Bretton Woods já não é a mais a mesma. A União Européia se fortaleceu e países antes nomeados como "emergentes", como Brasil, China e Índia, aceleraram seu ritmo de crescimento e adquiriram importância incontestável nas decisões que trilham a economia mundial.
É com esse novo arranjo geopolítico que o mundo começa a fazer frente a mais grave crise econômica desde a Grande Depressão. No início de abril, líderes dos 20 países mais desenvolvidos (G-20), que respondem por 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, se reuniram para coordenar uma reação conjunta à recessão. São eles: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Coréia do Sul, China, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Européia.
OPINIÕES DIVIDIDAS Os anúncios feitos em Londres, Inglaterra, sede do encontro, de injetar U$1,1 trilhão de dólares no FMI, fiscalizar com maior rigidez o mercado financeiro e nem se aproximar do termo "protecionismo", dividiram opiniões. O G-20 está no caminho certo para chegar a uma engenharia eficaz como a de Bretton Woods para salvar o capitalismo com rapidez e, principalmente, evitar que os países mais pobres do globo paguem a conta?
Para Simão Davi Silber, professor-doutor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), sim. "A própria reunião do G-20 é um reconhecimento de que não são sete ou oito países que vão trazer soluções", afirma. "Grupos técnicos têm estudado medidas para frear a recessão, o encontro de Londres significa um grande avanço". Ele lembra que uma das novidades de Bretton Woods é hoje um dos pilares para se enfrentar a crise: o socorro de instituições multilaterais.
Renato Baumann também aposta no significado diplomático da cúpula do G-20 para que o pós-crise se traduza em um equilíbrio definitivo de forças. "A discussão de Bretton Woods aconteceu mesmo entre as grandes potências, três ou quatro países. Hoje, o próprio governo americano fala em saídas negociadas entre todos. Países em desenvolvimento têm voz significativa na coordenação financeira mundial, daí o otimismo para as conseqüências desse novo quadro geopolítico". Um novo encontro do G-20, ainda sem data definida, deve acontecer nesse ano.
O fim do dólar? - Um dos pilares de Bretton Woods, a conversibilidade dólar-ouro foi posta abaixo pelo presidente norteamericano Richard Nixon, em 1971, diante da grande demanda mundial por ouro. Na medida que o capitalismo se desenvolvia, a moeda dos Estados Unidos tornou-se o dinheirohegemônico nas reservas mundiais e a referência de todo o sistema financeiro mundial.
Hoje, com os efeitos da crise exigindo idéias e soluções, volta à tona um tema polêmico, defendido recentemente, inclusive, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva: pode alguma moeda substituir o dólar como padrão internacional? Na opinião de Renato Baumann, essa é uma perspectiva distante. "Não vejo possibilidades dessa mudança. Há que se ter confiança no emissor, toda a fortaleza do dólar não se altera da noite pro dia. O ideal seria termos uma moeda mundial, mas não estamos nem perto disso".
Simão Davi Silber concorda. "Essa é uma mudança que levaria décadas. É a grande moeda do mundo, não há medidas que alterem esse status. Porém, cerca de um quarto das operações financeiras mundiais já são em euro. Se somarmos ao yuan, à libra, ao franco, já temos um grande montante, que sinaliza que a influência do dólar já não é a mesma de tempos atrás".
O intelectual Franklin Leon Peres Serrano, doutor em Economia pela University of Cambridge (Inglaterra), explica o que a mudança significaria para as economias em desenvolvimento: ganho de competitividade. "Os Estados Unidos perdem competitividade quando o dólar se valoriza, mas não têm restrição externa e podem deixar seu déficit em conta corrente crescer. Como o dólar é o meio de pagamento internacional e a unidade de conta nos contratos e nos preços dos mercados internacionais, acaba por se tornar também a principal reserva de valor".

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