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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
PATRÍCIA DAS DORES MARTINS
O desenho como instrumento de aprendizagem na educação infantil
IGREJINHA
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
patrícia das dores martins
O DESENHO COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Projeto de Pesquisa elaborado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, como requisito parcial para obtenção do Grau de Graduação no Curso de Pedagogia, orientado pelo(a) professor(a) Me. Maria Claudia T. L Ollé
Igrejinha
2020
RESUMO
Neste artigo o objetivo foi de levantar, a partir de estudos realizados por teóricos, contribuições do desenho para o desenvolvimento das crianças. A partir do instante que a criança ingressa na escola ela tem em muitos casos possibilidades de desenvolver aspectos cognitivos, motores, sociais e afetivos, o que para muitos estudiosos são facilitadas através do desenho. Desta forma apresentou-se como problema, a atividade de desenhar na sala de aula pode ser considerada um instrumento de aprendizagem? As crianças se expressam por meio de seus desenhos? Este estudo também apresenta características e etapas do desenvolvimento infantil de acordo com algumas concepções que esclarecem de qual maneira acontece a evolução dos desenhos. Foi feita uma revisão da literatura das diferentes etapas do desenho infantil. Buscou-se saber como o desenho auxilia a criança facilitando o processo de ensino-aprendizagem e este tema precisa ser trabalhado porque há necessidade de se incorporar na Educação das crianças de hoje, sonhos, sentido, expressão de inovação. O desenho nessa fase contribui para a construção do saber, do fazer, do reinventar, do apreciar e na consolida o alicerce da vida. Como base, foram estudados alguns autores como Derdyk (2004), Vygotsky (1991), Piaget (1975), Luquet (1969), Lowenfeld (1977), Louis Porcher (1982), Moreira (2001), Oliveira (2007), Silva (1993) e Ostrower (1977).O resultado mostra que é importante estudar o processo de construção do desenho da criança, e não só a interpretação, mas sim a importância no ato de desenhar para que a criança crie algo e expresse sua visão do meio que está vivendo; e principalmente o papel do professor é fundamental nessa fase, para que os objetivos sejam atingidos. Notou-se com a pesquisa que em muitos casos a criança se manifesta muito mais na escola, através de desenhos do que da fala. 
Palavras-chave: Desenho; Educação Infantil; Desenvolvimento Infantil.
ABSTRACT
In this article the objective was to raise from studies carried out by theoretical contributions of drawing for the development of children. From the moment the child enters school, in many cases, it has the possibility of developing cognitive social and affective motor aspects, which for many scholars are facilitated through drawing thus, it presented itself as a problem, can the activity of drawing in the classroom be considered a learning tool? do children get stressed through your drawings? This study also presents characteristics and stages of child development according to some conceptions that clarify how the evolution of drawings happens. A literature review was made of the different stages of children's drawing. We sought to know how drawing helps children by facilitating the teaching-learning process and this theme needs to be addressed Why is there a need to incorporate into the education of today's children, dreams, senses and expression of innovation. The design in this phase contributes to the construction of knowledge, doing, reinventing, appreciating and consolidating the foundation of life. As a basis, some authors were studied as Derdyk (2004), Vygotsky (1991), Piaget (1975), Luquet (1969), Lowenfeld (1977), Louis Porcher (1982), Moreira (2001), Oliveira (2007), Silva (1993) e Ostrower (1977). The result shows that it is important to study the construction process of the child's drawing, and not only the interpretation, but the importance in the act of drawing for the child to create something and express his vision of the environment he is living in; and mainly the role of the teacher is fundamental in this if, so that the objectives are achieved. It was noted with the research that in many cases the child manifests itself much more at school, through drawing than through speech itself.
Keywords: Drawing; Childhood education; Childhooddevelompent
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................6
1. O desenho infantil e suas perspectivas.............................................................................7
2. O desenho como atividade simbólica e como linguagem................................................9
3. Compreensão do desenho segundo suas fases – concepções de diversos estudiosos...12
CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................17
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................18
‘
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como tema identificar a importância do desenho e este como instrumento de aprendizagem na educação infantil; este tema é importante, por ser bastante discutido entre os estudiosos de pedagogia, que vem dando atenção ao desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem, utilizando atividades que envolvem o ato de desenhar. 
Decidi trabalhar com os desenhos, por ser algo de grande importância para o ser humano, que em muitos casos é utilizado como trabalho, lazer, hobbies, estudos e entretenimento. E como o desenho pode ser estudado de vários ângulos, formas e diferente maneiras.
Para Piaget,” a expressão é a exteriorização da personalidade, realiza-se através do jogo simbólico, satisfazendo os desejos e as necessidades subjetivas de cada indivíduo.”
Segundo Moreira “O desenho é uma linguagem para a criança, que comunica e registra a sua fala, esta desenha também para escrever, desenho é a sua primeira escrita.”
Já Salvador “refere-se que ao desenhar a criança cria personagens e ambientes onde vive aventuras, coloca os seus sentimentos e os seus desejos no seu traçado, destacando que não é necessário pedir ou dizer a criança para desenhar, ele deve ser livre e espontâneo.”
É por meio do desenho que a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção da sociedade. O desenho infantil é uma atividade expressiva, sendo considerada a forma mais simples e natural de expressão da criança, cada criança tem seu jeito de se expressar. Acredita-se que o desenho ou a atividade de desenhar reflete e estimula o desenvolvimento da criança.
Nesse artigo é utilizado o método pesquisa bibliográfica em livros da área da educação, revistas e jornais, utiliza-se pesquisadores e professores. Percebe-se que por meio do estudo da teoria da educação, a importância da expressão gráfico-plástico no desenvolvimento infantil, e pensando nas abrangências de benefícios trazidos pelo desenho. 
Vale ressaltar que o objetivo desse artigo é examinar qual a importância do desenho infantil na aquisição de novas aprendizagens, identificar se ao desenhar a criança desenvolve a capacidade de interpretação e leitura do mundo, e identificando o valor do desenho infantil no desenvolvimento das crianças.
Este tema é de grande importância, pois em muitos casos a escola é um dos principais espaços para se desenvolver, pois é lá que muitas crianças têm contato com os desenhos, que muitos podem se expressar, demonstrando como é seu cotidiano, o que se passa na sua vida, o que gostam e o que não gostam. O desenho pode ter função terapêutica, sendo capaz de trazer resultados extraordinário. Aquelas crianças que tem oportunidade de momento de estímulos e apoio as manifestações artísticas, saem da apatia e isolamento, esquecendo dos momentos que estão vivendo, manifestando melhoriassignificativas no estado geral. Isso em muitos casos, evita que algumas crianças entrem em estado depressivo. 
Na primeira seção deste artigo temos o desenho infantil e as suas perspectivas, para a criança, o desenho é uma expressão deste mundo diferente dos adultos, a criança desenha um objeto de acordo com a imagem que sabe do objeto. A criança se desenvolve conforme a faixa etária, o mesmo acontece com seu desenho, evolui e se modifica conforme o desenvolvimento. Já na segunda seção vemos o desenho como atividade simbólica, ou seja, o desenho tem um objetivo, por mais que pareça confuso as vezes, todo o desenho tem uma ideia. E na terceira seção temos a compreensão do desenho segundo Luquet (1969), Piaget (1975) e Lowenfeld (1977).
1. O DESENHO INFANTIL E SUAS PERSPECTIVA
O desenho possui uma natureza específica e particular em sua a forma de se comunicar, uma ideia e uma imagem, através de vários suportes como: papel, cartolina, madeira, chão, muro, quadro, areia podendo ser utilizados instrumentos como: giz, lápis, tinta, caneta, vareta, pincel entre outros. 
As crianças por suas vezes têm suas próprias impressões, ideias e interpretações sobre a produção de arte e do fazer artístico. Tais construções são feitas através das suas experiencias ao longo da vida, que envolvem a relação com a produção de arte, de objetos e do próprio fazer. O desenho é uma das formas de comunicação e de expressão mais antiga da humanidade, utilizada desde a pré-história.
Segundo Derdyk (2004, p.19) “a criança enquanto desenha, canta, dança, conta históricas, teatraliza, imagina ou até silencia...” O ato de desenhar impulsiona outras manifestações, que acontecem juntas, numa unidade indissolúvel, possibilitando uma grande caminhada por um quintal imaginário. Mas afinal o que seria desenho? Existem inúmeras definições. Geralmente entende-se desenho como “coisa de lápis e papel”. No dicionário Aurélio encontramos significados da palavra desenho como: representação de formas sobre uma superfície, por meio de linhas, pontos e manchas, com objetivo lúdico, artístico, cientifico, ou técnico: um desenho de criança; o desenho de uma paisagem , um desenho de anatomia, um desenho de um motor; a arte e a técnica de representar com lápis, pincel, pena, etc. um tema real ou imaginário, expressando a forma e geralmente abandonada a cor: o desenho de um modelo vivo; o desenho abstrato; traçado, risco, esboço e estudo.
No século XVIII uma nova tendência psicológica teve como o pioneiro, o filosofo e educador Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que considerava a infância uma etapa distinta e importante de nosso desenvolvimento em direção a fase adulta. Rousseau naquela época, considerava que “a criança é uma criança e não um adulto”. (apud COX, 2007, p. 05)
A maioria das crianças pequenas mostra interesse e prazer em desenhar e, nas creches e escolas, professores tiram partido desse entusiasmo, acreditando que a atividade artística é parte importante do desenvolvimento infantil, embora nem sempre tenham a dimensão exata de sua importância. Para Vygotsky, (Oliveira, 1999) utiliza o desenvolvimento do gesto de apontar na criança, como um exemplo que ilustra o processo de internalização de significados. Este trabalha com o desenvolvimento da espécie humana e com o desenvolvimento do indivíduo humano, buscando compreender a origem e a trajetória desses fenômenos. Sendo assim, percebe-se que o desenho tem uma imensa importância na vida da criança.
O desenho é uma forma de expressão e é necessário que o professor seja um mediador do conhecimento, pois o mesmo não deve fazer e sim orientar está atividade e transformar em uma proposta estimuladora. Permitindo a liberdade e autonomia dos estudantes para que possam desenvolver-se intelectualmente. É de responsabilidade do professor mostrar a ela e proporcionar total liberdade para que ela se expresse a respeito de suas experiências. Caso contrário, essa criança terá frustrações e não saberá interpretar ou terá pouco rendimento nas produções assim como se a criança que não for solicitada a falar e a relatar a respeito de suas experiências, a dizer e a constatar aquilo que pensa, a reconstituir o vivido e o sonhado, não terá condições necessárias para reconstruir as ações ao nível da representação. 
As conclusões que chegaram diversos teóricos são muito semelhantes, porém de maneiras diferentes. Para a criança, o desenho é uma expressão do mundo. Diferente do adulto, a criança desenha o objeto em si, de acordo com a imagem que sabe do objeto que vê. A criança de desenvolve conforme a faixa etária, o mesmo acontece com seu desenho, evolui e se modifica conforme o desenvolvimento. Para Greig (2004), os desenhos são formas de expressão da vida da criança e cabe à escola e aos adultos com quais convive, a criação de um espaço estruturado para a produção do desenho. 
Além de ser a primeira manifestação da escrita, o desenho da criança também é a primeira forma de expressão. Quando desenha, ela expressa sua própria interpretação de mundo. Louis Porcher afirma que: 
Os desenhos infantis são, portanto, palavras, ao desenhar, a criança expressa coisa diferente do que sua inteligência ou nível de desenvolvimento mental: uma espécie de projeção da sua própria existência e da dos outros, ou melhor, da maneira pela qual se sente existir, e sente os outros existirem. (PORCHER, 1982, p. 108).
Estas afirmações reforçam o desenho como um instrumento importante para o desenvolvimento infantil, desde que tenham autonomia e orientação, pois segundo Florence Meredieu, que fala da comparação feita nos desenhos de crianças que estão em idade pré-escolar com os desenhos que as crianças realizam depois da entrada na escola, o autor afirma que com essa comparação é possível perceber que a escola muitas vezes impõe para as crianças atividades que as direcionam a desenhar o que os professores pedem e querem.
Assim, o desenho se constitui para a criança como uma atividade total que engloba o conjunto de suas potencialidades e necessidades. Ao desenhar, a criança expressa a maneira pela qual se sente existir. O potencial criativo da criança, seja qual for o tipo de atividade em que se expresse, é essencial ao seu ciclo inato de crescimento sendo emocional, físico, cognitivo, psíquico. Vejamos agora o desenho como um trabalho para a criança.
2. O DESENHO COMO ATIVIDADE SIMBÓLICA E COMO LINGUAGEM
O desenho é a primeira escrita da criança. Ela contém a forma e a tentativa de expressar a sua compreensão do mundo e das coisas que cercam. Ao desenhar a criança está realizando uma atividade mental que exige raciocínio, imagem mental, criatividade, imaginação, além de estar trabalhando com a coordenação motora fina, a coordenação viso-motora e as noções espaciais. 
Em idade pré-escolar, a criança, ao desenvolver a fala, desenvolve também seu pensamento, e suas ações são compatíveis com esse quadro de desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que evoluem a fala e o pensamento, a criança evolui em sua capacidade de desenhar. Tal evolução é decorrente, também, da internalização das práticas sociais e dos signos. Enquanto desenha a criança interage com o lápis, a cor, o chão, a mesa, a parede. Ela estabelece uma relação entre o branco do papel e as marcas, e os riscos e as manchas propiciam o estabelecimento da relação elemento ao todo.
A internalização é um dos conceitos de Vygotsky indispensável no tratamento das questões do conhecimento e das questões da constituição do desenho. Para Vygotsky, internalização é “a reconstrução interna de uma operação externa”. (VYGOTSKY, 1991, p.63). 
Segundo Vygotsky (1991) o processo de internalização se apresenta como resultado do desenvolvimento da criança. Assim, temos: “Uma operação que inicialmente representa uma atividade externa é reconhecida e começa a ocorrer internamente” e “um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal”. (p.63). O ato de desenhar é uma atividade simbólica. Vygotsky atribui à atividade simbólica uma função organizadora específica, que produz formas fundamentalmentenovas de comportamento e pensamento. Toda atividade simbólica opera signos culturais motivados, repletos de sentidos. (apud LONGO, 2005). 
Uma maneira fértil de nos aproximarmos do desenho infantil é dá-lo como linguagem. Assim como Vygotsky (1984) entende a linguagem escrita como um sistema particular de símbolos e signos, podemos entender o desenho como linguagem, um sistema dinâmico de signos que se relacionam diretamente com o desenvolvimento cultural da criança e que ganham sentido nesse contexto. Na verdade, esses símbolos são reconstruídos a partir da cultura e, com esta, pela criança em múltiplas interações socioculturais. 
O desenho é um sistema de signos que designam palavras, conceitos, relações, gestos, acontecimentos (cenas), os quais, por sua vez, são signos das relações e entidades reais, dizendo respeito ao mundo da vida infantil. Tais sistemas de signos são carregados de sentimentos e juízos de valores, conforme a idade de quem os produz. (LONGO, 2005, p. 30).
O desenho não é simplesmente a representação do mundo visível, mas uma linguagem com características próprias, que envolve decisões individuais e aspectos de culturas coletivas e, como outras linguagens expressivas, é uma atividade do imaginário. 
A fala ordena o desenho, quando a criança diz: “vou fazer um carrinho” e dirige sua ação gráfica nesse sentido, é orientada pela palavra, ao mesmo tempo, o desenho organiza a fala quando fala determinado grafismo sugere um rio, por exemplo, e a criança assim denomina seu traçado, estimulada pela marca gráfica.(SILVA, 1993p.17)
A criança “ao agilizar os conteúdos do imaginário, contracenando com os elementos da realidade física e cultural, inventa e repete figurações, configurações gráficas” (DERDYK, 2004, p.54). Com isso, o desenho começa quando a linguagem falada já alcançou grande progresso e já se tornou habitual na criança. A fala predomina e modela a maior parte da vida da criança, submetendo-a às suas leis, o que também se aplica ao desenho. 
Vygotsky (1984) sintetiza que a criança desenha de memória, sem olhar para o modelo original. Sua produção é mais simbolista do que naturalista: não está preocupada com a similaridade complexa e exata, tenta identificar e designar – ou “caricaturar” – mais do que representar. Isso é verificado no desenho porque a memória infantil não propicia um quadro simples de imagens representativas, mas sim predisposições a julgamento já investidos ou capazes de serem investidos pela fala. 
O desenho-jogo vai se modificando conquistando novas formas e começa a se estruturar como linguagem, representado um salto qualitativo no âmbito do pensamento, existindo agora um compromisso com o real. É mágico nesse momento porque a criança tem a real consciência de que tudo que ela fala pode ser colocado no papel. O que é preciso considerar diante de uma criança que desenha é aquilo que ela aprende fazer: contar-nos uma história e nada menos que uma história, mas devemos também reconhecer, nesta intenção, “os múltiplos caminhos de que ela se serve para exprimir aos outros a marcha dos seus desejos, de seus conflitos e receios” (WIDLOCHER, 1971, p.19). Assim, o desenho é para a criança uma linguagem como o gesto, o registro de sua fala, e nele deixa sua marca – antes de aprender a escrever ela se serve do desenho para registrar, para falar de seus medos, de suas descobertas, de suas alegrias e tristezas. Mário de Andrade dizia que “o desenho fala, chega mesmo ser uma espécie de escritura, uma caligrafia”. (apud MOREIRA, 1987, p.20).
Piaget (1975) em seu livro - A formação do símbolo na criança - traz as etapas do desenvolvimento do desenho, por meio do exercício, o símbolo e a regra, ou seja, acompanha o desenho através do jogo. A criança desenhando “cria em torno de si um espaço de si mesmo um espaço de jogo, silencioso e concentrado ou ruidoso seguido de comentários e canções, mas sempre um espaço de criação Lúdico. A criança desenha para brincar”, Moreira (1987) p. 15). A criança pequena desenha pelo prazer dos gestos, pelo prazer de produzir uma marca. É um jogo de exercício de domínio sobre um movimento, sendo este registro conhecido como rabisco e/ou garatuja, aos poucos este exercício vai assumindo formas, na qual a criança já poderá nomear seu desenho, podemos perceber que no ato de desenhar, pensamento e sentimento estão juntos.
O que é preciso considerar diante de uma criança que desenha é aquilo que ela aprende fazer: contar-nos uma história e nada menos que uma história, mas devemos também reconhecer, nesta intenção, os múltiplos caminhos de que ela se serve para exprimir aos outros a marcha dos seus desejos, de seus conflitos e receios. E podemos perceber que no ato de desenhar, pensamento e sentimento estão juntos. Os desenhos das crianças têm um significado para elas, por isso na próxima seção vamos entender melhor esses significados, conforme alguns pesquisadores.
3. COMPREENSÃO DO DESENHO SEGUNDO SUAS FASES – CONCEPÇÕES DE DIVERSOS ESTUDIOSOS
Entretanto as diferenças individuais das crianças, como o temperamento e sensibilidade, devem ser levadas em consideração, pois, apesar da evolução das etapas do desenho possuir características próprias, nenhuma criança é igual a outra e o desenho de cada uma apresentará características que lhe são próprias e exclusivas. Este ato marca o desenvolvimento infantil em cada etapa do desenho e assumi específico de cada faixa etária. Portanto, essas etapas resgatam maneiras de desenhar que são semelhantes em todas as idades. 
Se acompanharmos o crescimento de uma criança e seus desenhos, observaremos com maior facilidade suas mudanças e compreenderemos o motivo pelo qual esse desenvolvimento ocorre. Logicamente a criança não tem consciência desse processo, mas independentemente disso ela está se modificando e sendo modificada pelo ato de desenhar.
Ostrower (1977) comenta:
Comparem-se os trabalhos infantis em exposições internacionais. São bastante uniformes as pinturas de uma mesma faixa etária, embora procedentes de países diversos e de diversa estrutura social, países ocidentais, orientais, industrializados, agrícolas, altamente desenvolvidos, subdesenvolvidos. O que muda, naturalmente são objetos significativos que compõem o ambiente vivencial da criança, e a importância cultural em que a criança vem a conhecer estes objetos. (OSTROWER 1997, p.127).
Para a criança, o desenho é uma expressão de mundo e nunca uma simples imitação ou cópia fiel porque a criança desenha conforme o modelo interior, a representação mental que possui do objeto a ser desenhado. O desenvolvimento infantil é como um jogo, sabendo que a criança se desenvolve e se modifica conforme a faixa etária. O mesmo acontece com o desenho: vai evoluindo e se modificando com o desenvolvimento da criança. 
O processo do desenho é uma atividade própria de cada criança. Luquet (1969), refere-se ao desenho como jogo ou atividade lúdica praticada espontaneamente pelas crianças. Assim afirma: “de resto, este jogo como outros, apresenta para quem se dedica a ele um caráter de qualquer modo obcecante e que pode prolongar-se por muito tempo”. (p.15-16). 
Vários estudiosos observaram e procuraram identificar e descrever as etapas gráficas do desenvolvimento do desenho, entre os mais conhecidos estão Luquet, Piaget e Lowenfeld. Podemos dizer que o desenvolvimento do grafismo é a revelação da natureza emocional e psíquica da criança. É sua linguagem gráfica, por meio da qual deixa registradas suas ideias, suas vontades e fantasias.
Segundo Luquet (1969), que dividiu em quatro etapas gráficas o desenho infantil, segue elas:
1. Realismo Fortuito: Este começa por volta de dois anos, quando a criança descobre uma semelhança qualquer entre seu traçado no papel (feito sem intenção de representação) e um objeto. Então, depois que fez o desenho, ela o nomeia. 
2. Realismo Fracassado: Entre os três e os quatros anos, no qual a criança, ao descobrir a identidade da forma-objeto, passa a reproduzi-lo por várias vezes. 
3. Realismo Intelectual: Este começa porvolta dos quatro anos podendo ir até os dez ou doze anos, caracteriza-se pelo fato que a criança desenha o objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe. (desenhos como o feto dentro da barriga, a árvore atrás da casa etc.). 
4. Realismo Visual: Começando por volta dos doze anos, marcado pela descoberta da perspectiva e, submissa às suas leis, a criança ou adolescente procura subordinar seus desenhos aos dados observáveis, buscando representar o objeto observado com a maior fidelidade possível. 
Mas para Piaget (1975) o desenho pode ser dividido em cinco fases:
1. Garatuja: Essa faz parte da fase sensório motora (0 a 2 anos) e parte da fase pré-operatória (2 a 7anos). A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana é inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não tem intenção consciente. A garatuja pode ser dividida em:
· Desordenada: São movimentos amplos e desordenados. Com relação à expressão, vemos que a imitação ainda é um exercício. 
· Ordenada: São movimentos longitudinais e circulares; coordenação viso motora. A figura humana pode aparecer de maneira imaginária, pois existe a exploração do traçado e o interesse pelas formas. A expressão é o jogo simbólico, pois o símbolo já existe.
· Identificada: São as mudanças de movimentos, formas irreconhecíveis com significado, atribui nomes, conta histórias. A figura humana pode aparecer de maneira imaginária, aparecem sol e árvores. A expressão também é um jogo simbólico. 
2. Pré-Esquematismo: Aqui aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto ao espaço, os desenhos são dispersos inicialmente, não se relacionam entre si. Então aparecem as primeiras relações espaciais, surgindo devido a vínculos emocionais. A figura humana torna-se uma procura de conceito que depende do seu conhecimento ativo, inicia-se a mudança de símbolos. Quanto à utilização das cores, pode ocorrer, mas não há relação ainda com a realidade, dependerá do interesse emocional. Dentro da expressão, o jogo simbólico aparece como “nós representamos juntos”. 
3. Esquematismo: Este faz parte da fase das operações concretas (7 a 10 anos). Esquemas representativos, experiências novas são expressas pelo desvio do esquema. Quanto ao espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. Há descoberta das relações quanto à cor, à cor-objeto, podendo haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência emocional. 
4. Realismo: Também faz parte da fase das operações concretas, mas já no final desta. Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço são descobertos o plano e a superposição. Abandono da linha base. As formas geométricas aparecem. Há maior rigidez e formalismo. A acentuação será de enfoque emocional. 
5. Pseudo Naturalismo: Esta fase das operações abstratas (10 anos em diante). É o fim da arte como atividade espontânea. Inicia-se a investigação de sua própria personalidade. Aparecem aqui dois tipos de tendência visual com realismo e objetividade e a expressão da subjetividade. O espaço já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais. Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções. O realismo também faz parte deste período. Há uma maior conscientização no uso da cor, podendo ser objetiva ou subjetiva. 
Os primeiros rabiscos ou garatujas são, para a criança, muito importantes como passo no seu desenvolvimento, pois estes a conduzirão não só ao desenho e à pintura mais elaborados, mas também à palavra escrita. Segundo Lowenfeld (1977) o desenvolvimento do desenho classifica-se, também, em cinco fases, começando pelas garatujas, que todas as crianças fazem quando começam a desenhar. São os primeiros contatos com o papel e lápis, giz e chão. É a criança fazendo marcas, imprimindo algo, registrando. Garatujas são os clássicos rabiscos, e autores especializados marcam o seu início por volta dos dezoito meses de idade, ou vinte e quatro meses, se estendendo até aproximadamente os quatro anos de idade.
Garatujas–Já Lowenfeld (1977) classifica as garatujas em três categorias principais: as garatujas desordenadas, as garatujas controladas e as garatujas com atribuição de nomes. Segue um pouco delas:
· Desordenadas: São os rabiscos feitos ao acaso, sem intenção de apresentação. A criança nesta fase não utiliza as mãos para controlar o instrumento do desenho. Estes são os primeiros traços, que geralmente são fortuitos e variam em comprimento e direção. A criança ainda não possui controle muscular, pois ele ainda está sendo desenvolvido. Entretanto, tem a tendência, nesta fase, de realizar grandes movimentos.
· Controladas: A criança passa a descobrir que existe uma ligação entre seus movimentos e os traços que faz no papel e descobre o controle visual sobre os traços que está fazendo, ou seja, é a fase de consciência de que os movimentos influenciam os traços. As garatujas tornam-se mais elaboradas e com frequência a criança descobrirá muito entusiasmada, certas relações que desenhou com alguma coisa em seu meio. A criança realiza movimentos contínuos ou controlados, porém os resultados pouco se diferenciam das garatujas iniciais, o controle sobre os movimentos é fundamental e de grande importância. As linhas do desenho podem ser feitas horizontalmente, verticalmente ou descrevendo círculos. 
· Com atribuição de nomes: É uma etapa de grande interesse no desenvolvimento das crianças, pois representa o ponto em que elas começam a dar nomes às suas obras, por exemplo: “Esta é uma maça”, ou “Este sou eu comendo”. Geralmente esta etapa ocorre por volta dos três anos e meio de idade e é de grande significado, pois indica uma transformação no pensamento da criança. Os desenhos ainda não são reconhecíveis, mas as crianças já começam a dar nome aos seus desenhos. Nesta etapa a criança anuncia o que vai desenhar, algo que antes não acontecia. Assim ela desenha com intenção, e seu desenho tem um sentido muito real para ela. As garatujas não fazem sentido para os adultos, mas não se pode esquecer que para as crianças ela é de grande valor e importância, pela qual devemos mostrar interesse, oferecer incentivo e confiança no desenvolvimento das suas atividades motoras.
Estes pesquisadores procuram explicar a trajetória do desenho infantil e pode-se perceber o quanto é importante para o educador conhecer essas pesquisas, para fazer um levantamento dos aspectos significativos sobre a produção artística e do conhecimento de cada criança. Entretanto esses estágios não são estáveis, existem crianças que param de se desenvolver devido a vários fatores que influenciam sua vida, como: situação social, família situação econômica, distúrbios psicológicos e gosto particular e existem crianças que pulam alguns estágios de desenvolvimento.
Segundo Moreira (1987):
A conquista dos círculos marca uma etapa bastante importante, é o esboço de uma representação. Esboço, porque ainda são acidentais muitas vezes, porém marca geralmente o início de uma necessidade de nomear os desenhos. (p. 31).
Partindo desta pesquisa bibliográfica sobre o desenho infantil, podemos observar que, embora a abordagem e a nomenclatura usada variem, não existem discórdias profundas entre esses autores mencionados no que diz respeito à expressão gráfica da criança. Deve-se citar alguns aspectos considerados sobre as fases do desenho infantil ao professore: o desenho da criança varia de acordo com o ambiente em que ela vive e as oportunidades de materiais que as mesmas possuem. Cada criança tem seu ritmo próprio e seu modo particular de evoluir nos seus desenhos, ou seja, cada um tem um tempo e uma maneira de internalizar experiências e vivências, é importante salientar também que, toda e qualquer criança independentemente de onde ela viva ela vai passar pelas mesmas fazes de desenvolvimento gráfico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O propósito desse trabalho foi saber quais as contribuições do desenho parao desenvolvimento das crianças, a partir de teóricos da área da educação e da criança e examinar qual a importância do desenho infantil na aquisição de novas aprendizagens. Assim foi possível ver por parte dos teóricos o valor que o desenho tem na vida da criança. Ao longo do estudo, vemos que o desenho é tão importante por ser utilizado em muitas áreas, como a educação, psiquiatria, psicologia, para em muitas vezes saber o que está se passando na vida da criança.
E com todas essas estratégias didáticas podemos perceber que a utilização do desenho pode ocorrer de diversas maneiras e que o incentivo do professor é essencial para o bom desenvolvimento do aluno. Os educadores são de tal importância nessa caminhada, pois muitas vezes é através deles que se percebe algo em relação a criança, são os educadores que tem a capacidade de ampliar a mente da criança, desenvolvendo a imaginação e atuando de forma significativa nos aspectos cognitivos, sociais, intelectuais, estéticos, físicos, motores e emocionais.
Assim, além da idade das crianças outros estímulos podem interferir no desenvolvimento do desenho da criança, como o estimulo que a criança recebe, podendo ser mais avançada ou pelo contrário, se for criado estereótipos pelos adultos, interferindo na sua criatividade. O que a criança vivencia também tem uma grande influência no desenho, tendo como entendimento que se a criança, normalmente, desenha coisas do seu cotidiano, destacando sempre a representação humana e pode representar sentimentos, já que o desenho é uma grande forma de expressão.
Quanto a estética aos desenhos das crianças, é importante dizer que o conceito de belo e gosto é essencialmente individual, e que todos principalmente professores e pais devam respeitar a expressão artística da criança. Sendo que atribuir sentido classificatório e valorativo aos desenhos das crianças não é uma ideia satisfatória, em se tratando de uma produção que expressa muita coisa para os pequenos criadores. Por isso entendo que deve existir um compromisso consciente entre o professor e o desenho, preservando a cultura, as experiências, os valores, as emoções, os pensamentos e os prazeres das crianças. O desenho infantil é, resultado das interações sociais somada são auxílio que a criança recebe e aos materiais a que ela tem acesso, sendo palco de suas emoções e de construção de seu universo particular. 
Por tudo que foi pesquisado e apresentado, conclui-se que a proposta da pesquisa é importante para reflexão dos educadores e na construção de um mundo melhor. E foi notável a grande importância que o professor ou educador tem no desenvolvimento do desenho da criança. Se a criança desde cedo foi estimulada a expressar seus sentimentos através do desenho, quando for maior, talvez, possa ser uma pessoa mais confiante e feliz, isso poderá melhor o mundo. É através do desenho que se pode ler e escrever o mundo.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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