TIC's 14 - Diferenciação Gonadal Masculina

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TIC’s 14: Diferenciação Gonadal Masculina 
UNIGRANRIO – Afya Débora Oliveira Curso: Medicina 
Estágios do desenvolvimento 
gonadal 
Gônadas indiferenciadas (bipotenciais): 
são órgãos primitivos antes da 
diferenciação. Os estágios iniciais 
ocorrem durante a 5ª semana, quando 
uma área espessa do mesotélios 
desenvolve-se do lado medial ao 
mesonefro, o primórdio do rim 
permanente. A proliferação desse 
epitélio e do mesênquima subjacente 
produz uma protuberância no lado medial 
do mesonefro, a crista gonadal. Os 
cordões gonadais, cordões epiteliais, logo 
se transformam em mesênquima 
subjacente. Nesse momento as gônadas 
indiferenciadas consistem no córtex 
externo e medula interna. 
Embriões com o complexo cromossômico 
XX: o córtex da gônada indiferenciada 
diferencia-se no ovário, e a medula 
regride. 
Embriões com o complexo cromossômico 
XY: a medula diferencia-se nos testículos 
e o córtex da gônada regride. 
Células germinativas primitivas: são 
grandes e esféricos progenitores das 
células sexuais identificadas 24 dias após 
a fertilização entre as células 
endodérmicas da vesícula umbilical, perto 
da origem da alantoide. Durante o 
dobramento do embrião a parte dorsal da 
vesícula umbilical é incorporada ao 
embrião. Quando isso ocorre, as células 
germinativas primitivas migram ao longo 
do mesentério dorsal do intestino 
primitivo posterior para as cristas 
gonadais. Durante a 6ª semana, as células 
germinativas primitivas entram no 
mesênquima subjacente e são 
incorporadas aos cordões gonadais. 
Determinação do sexo: depende da 
fertilização do oócito portador de X pelo 
o espermatozoide portador de X ou pelo 
portador de Y. Antes da 7ª semana, as 
gônadas dos dois sexos são idênticas em 
aparência. 
O desenvolvimento do fenótipo masculino 
requer o cromossomo Y funcional. O gene 
SRY (região determinante do sexo no 
cromossomo Y) para o fator 
determinante dos testículos foi 
localizado na região do braço curto do 
cromossomo Y. É o fator determinante de 
testículo regulado pelo cromossomo Y que 
determina a diferenciação testicular. 
Sob a influência desse fator organizador, 
os cordões gonadais diferenciam-se nos 
cordões seminíferos (primórdio dos 
túbulos seminíferos). O gene SRY ativa o 
intensificador específico do testículo 
Sox9. Duas redes regulatórias de gene 
impedem o desenvolvimento ovariano 
(Wnt4, Fox12, Fst e Rspo1) enquanto 
aumentam o desenvolvimento testicular 
(Fgf9, Amh e Dhh). 
A testosterona, produzida pelos 
testículos fetais, a di-hidrotestosterona 
(um metabólito da testosterona) e o 
hormônio antimülleriano (HAM) 
determina a diferenciação sexual 
masculina normal, que começa durante a 
7ª semana. 
Desenvolvimento dos testículos: o fator 
determinante dos testículos induz os 
cordões seminíferos a se condensarem e 
se estenderem na medula da gônada 
indiferenciada, onde se ramificam e 
anastomosam para formar a rede de 
testículo. A conexão dos cordões 
seminíferos com o epitélio superficial é 
perdida quando se desenvolve a túnica 
albugínea, uma cápsula fibrosa e espessa. 
O desenvolvimento da túnica albugínea 
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densa é o traço característico do 
desenvolvimento testicular. 
Gradualmente, os testículos aumentados 
separam-se do mesonefro em 
degeneração e são suspensos pelo próprio 
mesentério, o mesórquio. 
Os cordões seminíferos desenvolvem-se 
nos túbulos seminíferos, túbulos retos e 
rede de testículos. Os túbulos 
seminíferos são separados pelo 
mesênquima, que originam as células 
intersticiais (células de Leydig). Na 8ª 
semana essas células começam a secretar 
hormônios androgênicos, testosterona e 
androstenediona, que induzem a 
diferenciação masculina dos ductos 
mesonéfricos e da genitália externa 
A produção de testosterona é estimulada 
pela gonadotropina coriônica humana, que 
atingem valores máximos durante o 
período entre a 8ª a 12ª semanas. Além 
da testosterona, os testículos fetais 
produzem uma glicoproteína, o HAM, ou 
substância antimülleriana (MIS), a partir 
da 8ª semana. O HAM é produzido pelas 
células sustentaculares (células de 
Sertoli); a produção continua até a 
puberdade, e depois os níveis de 
hormônio diminuem. O HAM suprime o 
desenvolvimento dos ductos 
paramesonéfricos, que formam o útero e 
as tubas uterinas. Os túbulos 
seminíferos não têm lúmen até a 
puberdade e suas paredes são compostas 
por dois tipos de células: 
• Células de sertoli: derivam do 
epitélio superficial do testículo; 
promovem a espermiogênese. 
• Espermatogônias: derivam das 
células germinativas primitivas; 
células espermatozoides 
primitivas. 
As células de Sertoli constituem a maior 
parte do epitélio seminífero no testículo 
fetal. Durante o desenvolvimento fetal 
tardio, o epitélio superficial do testículo 
achata-se para formar o mesotélio (uma 
camada de células) na superfície externa 
dos testículos. A rede do testículo torna-
se contínua com 15 a 20 túbulos 
mesonéfricos, que se tornam os dúctos 
eferentes. Esses ductos estão 
conectados ao ducto mesonéfrico, que se 
torna o ducto do epidídimo. 
Bibliografia: 
MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N.; 
TORCHIA, Mark G. Embriologia clínica. 
11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.