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Analgesia em cães e gatos

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Ana Carolina Santana – Clínica de Pequenos Animais I 
 
ANALGESIA 
 “Dor é uma experiência sensorial e emocional 
desagradável associada a dano tecidual real ou 
potencial” – IASP; 
FISIOLOGIA DA DOR 
 Os nociceptores captam o sinal de dor e traduzem em 
um estímulo elétrico (potencial de ação) que percorre 
um neurônio até chegar na medula (pela via aferente, 
passa do SNP para o SNC, ascendendo pelo córtex 
onde vai ser interpretado como dor); 
 No terminal do axônio, os receptores abrem os canais 
de sódio, graduado de acordo com o estímulo. Se o 
primeiro potencial de ação não atingir o limiar, os 
canais de sódio da fibra nervosa não se abrem; 
 Existem três tipos de nociceptores: mecânicos, 
térmicos e químicos; 
 
CONCEITOS IMPORTANTES 
 Nocicepção: processo fisiológico que leva a 
percepção da dor. Recepção, condução e 
processamento do estímulo; 
 Dor: percepção sensorial e emocional do estímulo 
nocivo; 
 Hiperalgesia: resposta exagerada a um estímulo 
doloroso, comum em pacientes politraumatizados 
(liberação de muitos mediadores inflamatórios, 
processos não dolorosos se tornam muito dolorosos), 
pode levar a dor neuropática; 
 Alodinia: dor causada por estímulo que não causaria 
dor, ou seja, alteração da percepção da dor, 
manifesta um estímulo doloroso em situações que 
não deveriam causar dor. Pode levar a agressividade 
em contenção, escovação, etc.; 
 Dor neuropática: lesão direta ao SNP ou SNC, dor 
fantasma pós amputação, discopatias, ruptura de 
plexo braquial. Dor de caráter crônico; 
 Dor inflamatória: dor benéfica associada ao trauma 
tecidual, gerando reparação tecidual e processo 
cicatricial. É preciso ter lesão para ter dor 
inflamatória. Na inflamação, há liberação de 
mediadores inflamatórios por ruptura celular (damp). 
Posso modular a resposta com anti-inflamatórios, 
mas não devo bloquear a ação dessa inflamação 
(corticoides, por exemplo, impedem a quimiotaxia e 
migração dos neutrófilos para os lugares de 
inflamação, reduzindo a permeabilidade dos 
capilares). 
CLASSIFICAÇÃO DA DOR 
 Aguda: sinal clínico de uma doença, associada a 
trauma, processo biológico adaptativo, reparo 
tecidual e cicatricial, boa resposta ao efeito 
analgésico. Dor de curta duração (24-72 horas); 
 Crônica: doença propriamente dita, duração maior 
que 3-6 meses, resposta pobre às terapias 
analgésicas convencionais (anti-inflamatórios e 
analgésicos). Leva ao aumento do cortisol, hormônio 
imunossupressor. É tratada com terapias não 
convencionais: acupuntura, fisioterapia, fármacos 
como gabapentina e outros antidepressivos; 
EFEITOS DA DOR 
 
DOR PÓS OPERATÓRIA 
 A injúria tecidual produzida pelo ato cirúrgico 
desencadeia uma reação inflamatória, com 
consequente aumento na liberação de 
prostaglandinas, substâncias responsáveis pelo 
estímulo de nociceptores; 
 Quatro momentos chave: período pré-cirúrgico, intra-
cirúrgico, pós-cirúrgico imediato (em hospitalização) 
e pós-cirúrgico tardio (em casa); 
 Analgesia preventiva: utilização de analgésicos antes 
do paciente ser exposto a dor, provocando uma 
dessensibilização dos nervos periféricos e SNC, 
fazendo com que o paciente receba uma menor dose 
de analgésico no pós-operatório. 
Ana Carolina Santana – Clínica de Pequenos Animais I 
 
RECONHECIMENTO DA DOR 
 Tutor pode relatar a dor, mas o profissional deve 
interpretar e mensurar a dor do paciente; 
 Processos de dor podem desencadear respostas 
reflexas como aumento do tônus simpático, 
vasoconstrição, aumento da resistência vascular, 
aumento do débito cardíaco, aumento da FC, 
aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdio, 
midríase, aumento da FR, mucosas pálidas devido a 
vasoconstrição periférica; 
 Em resposta hormonal da dor, podem aconteceu 
aumento do cortisol, hiperglicemia e aumento da 
adrenalina. 
 
 FELINE GRIMACE SCALE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COLORADO ACUTE CANINE PAIN SCALE (não 
validada) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ESCALA DE DOR DE GLASGOW (moderadamente 
validada) 
 
ESCADA DA DOR (OMS) 
 Dor leve: intubação, endoscopia, punções, suturas de 
pele, limpeza de feridas, cateterização urinária, 
tratamento periodontal sem extração, cirurgia nas 
pálpebras, orquiectomia em felinos – administrar 
AINEs leves; 
 Dor moderada: extração dentária, cistotomia, 
correção de hérnias, cirurgias intraoculares, OSH, 
remoção de pequenas massas tumorais, cesarianas/ 
partos, sutura de pele mais extensa ou em camada 
mais profundas, otite externa – administrar AINEs + 
opioides fracos; 
 Dor severa/intensa: obstrução uretral, cirurgias intra-
articulares, toracotomia, dor oncológica, laparotomia, 
torções, peritonite, enucleação, politraumatismo, 
mastectomia, queimadura – administrar AINEs + 
opioides fortes; 
 Dor torturante: ablação total do conduto auditivo, 
meningite, fraturas múltiplas, amputação, 
osteossarcoma, discopatia cervical, grandes cirurgias 
ortopédias – administração contínua de fármacos por 
infusão. 
Ana Carolina Santana – Clínica de Pequenos Animais I 
 
 
 
FÁRMACOS E TÉCNICAS 
 Tratamentos farmacológicos: anti-inflamatórios, 
opioides, anestésicos locais, alfa-2 agonistas, 
antagonistas NMDA; 
 Tratamentos não farmacológicos: terapia por frio, 
cuidados de enfermagem, ômega 3, exercício, 
controle de peso, fisioterapia, acupuntura, 
homeopatia e cirurgia. 
 
AINES 
 Tem ação local, agem na transdução da dor; 
 Usados para todos os tipos de dor (dor leve – agente 
único, dor moderada e intensa – associado a opioide); 
 Vantagens: bem absorvido pela via oral, 
administração diária, boa aceitação pelos tutores, 
fácil prescrição já que não necessitam de receituário 
especial; 
 Efeitos adversos: gastrointestinais (associar protetor 
gástrico!), distúrbios da coagulação e lesão renal. 
 
 COX-1 SELETIVOS (inespecíficos) 
 Cetoprofeno (1 a 2 mg/kg, SID, uso máximo de 3 
dias); 
 Piroxicam (0,3 mg/kg, SID). 
 
 COX-2 PREFERENCIAIS (após um tempo atuam em 
COX-1) 
 Meloxican (0,1 a 0,2 mg/kg, SID, uso máximo 
de 5 dias); 
 Carprofeno (2,2mg/kg BID ou 4,4mg/kg SID). 
 
 COX-2 SELETIVOS 
 Firocoxibe (5mg/kg, SID, uso por 21 dias); 
 Mavacoxibe (intervalo de 15 a 30 dias); 
 Robenacoxib (1mg/kg, SID, 3 dias) 
 
Dipirona inibe COX-3 (córtex cerebral, relacionado a 
temperatura, é muito mais antipirético que analgésico). 
Pode ser potencializador da ação dos opioides! 
 
OPIOIDES 
 Atuam a nível central, inibindo a transmissão da dor 
na medula espinhal e ativando mecanismos 
inibitórios descendentes; 
 Potência analgésica em diferentes graus – fracos e 
fortes; 
Ana Carolina Santana – Clínica de Pequenos Animais I 
 
 Dor de intensidade moderada a grave; 
 Elevação no limiar da dor/ diminuição da percepção 
da dor; 
 Efeitos colaterais e alguns com uso restrito 
hospitalar; 
 Dose-dependentes. 
 
 TRAMADOL 
 Indicado para dores moderadas; 
 2 a 5mg/kg BID, TID ou QID; 
 Efeitos adversos: constipação, sonolência e 
excitação; 
 Apresentações injetável, comprimidos, cápsulas 
ou solução. 
 FENTANIL 
 100 vezes mais potente que a morfina, mas não 
se usa injetável; 
 Ultra curta duração, utilizado no trans 
operatório; 
 Utilizado transdérmico para dores intensas e 
torturantes (geralmente entre as escápulas, 
local sem pelo). 
OUTROS (DOR CRÔNICA) 
 Gabapentina: anticonvulsivante, analgésico (cães 5 a 
10mg/kg BID ou TID, gatos 8mg/kg BID ou TID), 
manejo multimodal; 
 Amitriptilina: antidepressivo tricíclico, indicado para 
transtornos comportamentais, DTUIF (1 a 2 
mg/kg/dia), analgésico – dor neuropática (cães 1,1 a 
1,3 mg/kg BID, gatos 2mg/kg BID). 
CONCLUSÃO 
 Uma vez diagnosticada a dor em animais, esta 
sempre deve ser tratada; 
 Analgésicos devem ser fornecidos antes, durante e 
após o estímulo doloroso; 
 A dor aguda não tratada ou mal tratada evolui para 
dor crônica (maisdifícil de ser tratada); 
 “Nos quadros de dor aguda, geralmente haverá 
diminuição de sua intensidade à medida que o insulto 
inflamatório vai se atenuando, ao passo que no caso 
de dor crônica que advém de uma doença que tende 
a se agravar, a dor poderá piorar”. 
	Analgesia
	FIsiologia da dor
	Conceitos importantes
	Classificação da dor
	Efeitos da dor
	Dor pós operatória
	reconhecimento da dor
	escada da dor (oms)
	fármacos e técnicas
	AINES
	opioides
	outros (dor crônica)
	conclusão

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