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Trifolium repens: um estudo fitoquímico GEORGIA WOZNIKA, JAMILE CRISTINA, VITÓRIA GONÇALVES Fabaceae é a terceira maior família de plantas presença de isoflavonas, cumarinas, antraquinonas, glicosídeos cianogênicos, glucosinolatos, terpenóides e alcalóides. * Subfamílias contêm moléculas restritas, isoflavonas (fitoestrógenos) Trifolium repens (trevo braco) tem raiz pivotante e um ramo principal, as folhas são elípticas a obovais ou quase obcordadas, pontiagudas ou entalhadas no ápice. Possíveis usos farmacológicos Trifolium pratense (mesmo gênero) Fonte de isoflavonas, empregado como agente terapêutico para infecções e nos sintomas climatéricos. Tem glicosídeos cianogênicos e derivados cumarínicos que diminuem a coagulação sanguínea. Trifolium repens: Flavonóides: atividade antimicrobiana e antioxidante Taninos: propriedade adstringente que por via interna exercem efeito antidiarréico e anti-séptico, e impermeabiliza as camadas mais expostas da pele e mucosas por via externa, protegendo assim as camadas subjacentes. E efeito antimicrobiano e antifúngico. Objetivos ● Avaliar os constituintes das flores de Trifolium repens. Identificar Extrair PurificarCaracterizar Materiais e Métodos Coleta ● A seleção da planta foi realizada seguindo os princípios da coleta quimiotaxonômica. ● Coletadas suas flores no dia 21 de fevereiro de 2021, Ponta Grossa. ● Após foi realizada a identificação taxonômica através da exsicata e secagem em estufa à 35°C. Análises de Screening Fitoquímico ● Foram realizadas de acordo com a Farmacopeia Brasileira 5ª Ed. Materiais e Métodos Análises Controle de Qualidade ● Foram realizadas de acordo com a Farmacopeia Brasileira 5ª Ed. Extração ● Percolação: solução hidroalcoólica 70%, sem agitação ou adição de temperatura, durante cinco dias, sendo realizada a coleta a cada 2 horas. ● Extração líquido-líquido: hexano, diclorometano e acetato de etila. Materiais e Métodos Cromatografia em Camada Delgada ● Fração hexânica: ○ Hex/AE 9:1 ○ Anisaldeído ● Fração diclorometano: ○ Hex/AE 9:1 ○ ClFe3 3% ● Fração AE: ○ AE:Acetona:Etanol 8:1:1 ○ ClFe3 3% Materiais e Métodos ● Cromatografia em Coluna ○ empacotamento da sílica; ○ extrato sólido da fração AE; ○ escala eluotrópica. ● Purificação ○ empacotamento da sílica; ○ cristais solubilizados em AE; ○ escala eluotrópica. Solvente Diluição (%) Hexano 100 Hexano:DCM 90:10, 80:20, 70:30, 60:40, 50:50 DCM 100 DCM:AE 90:10, 80:20, 70:30, 60:40, 50:50 AE 100 AE:Etanol 90:10, 80:20, 70:30, 60:40, 50:50 Etanol 100 Quadro 1 – solventes e suas diluições. Fonte: o autor. Resultados e Discussões ● Teor de umidade Média: 9% Desvio Padrão: 0,4690 Limite de aceitação: 8 à 14% ● Determinação de matéria estranha Resultado: 1% de impurezas Limite de aceitação: 2% (p/p) Resultados e Discussões ● Determinação de cinzas totais Média: 1,8% Desvio Padrão: 0,3386 Limite de aceitação: 2% ● Determinação da densidade relativa Média: 0,357 g/cm³ Resultados e Discussões ● Determinação do Índice de Intumescência Resultado: 0,13 mL Teor de umidades 9% (9,4690% - 8,5310%) Aprovado Matéria Estranha 1% Aprovado Cinzas Totais 1,8% (2,1386 - 1,4614) Reprovado Densidade Relativa x: 0,357 ---------------- Índice de Intumescencia x: 0,13mL --------------- Resumo Screening Fitoquímico Pesquisa de antraderivados Reação de Borntraeger Reação de O- heterosídeos Reação de C- heterosídeos Reação específica para identificar antraderivados livres com solventes orgânicos; Ligação heterosídica é com o oxigênio ou com o carbono + antraderivado livre = rósea a vermelha (antraquinonas) amarelo (antronas) - resultado negativo = sem coloração Pesquisa de alcalóide Espera-se que forme precipitados nos tubos se houver presença de alcalóides. No reativo de Dragendorff cor alaranjada, no Meyer branco e no Bourchardart marrom. Reação de Dragendorf Reação de Meyer Reação de Bouchardat Pesquisa de Flavonóides Reação de Shinoda + coloração rosa a vermelho Reação AlCl3 + fluorescência Pesquisa de Flavonóides Reação de PEW Reação de Taubouk HCl conc e hidróxido alcalino + coloração amarela a vermelha adiciona o HCl conc, se a coloração (amarela) voltar a cor original do extrato é positivo para flavonoides. + fluorescência esverdeada+ Coloração vermelha Pesquisa de saponinas Após agitação marcar altura da espuma e observar se persiste por 15 minutos. + SE PERSISTIR A ESPUMA No caso das saponinas, não observou-se persistência da espuma no tubo de ensaio, então resulta negativo. Pesquisa de Taninos Reação com gelatina Reação com acetato de cobre Reação acetato básico de Chumbo + precipitado - sem precipitado Pesquisa de Taninos Reação acetato ácido de chumbo Reação com FeCl3 Reação com alcalóides + precipitado - sem precipitado Pesquisa de Cumarinas Usa-se reativos que ao reagir com a cumarina e submetido a luz ultravioleta apresenta uma coloração fluorescente esverdeada. + coloração fluorescente esverdeada Screening Fitoquímico GRUPOS RESULTADOS ANTRADERIVADOS NEGATIVO ALCALÓIDES NEGATIVO FLAVONOIDES POSITIVO SAPONINAS NEGATIVO TANINOS POSITIVO CUMARINAS POSITIVO Resultados e Discussões ● Cromatografia em Camada Delgada (CCD) ○ Identificação dos compostos nos extratos de Trifolium repens. Fração AE - flav. e flav. glicosilados Fração DCM - flav. metoxilados Fração HEX Resultados e discussões ● Cromatografia em coluna ○ Fração AE (flavonóides); ○ Formação de cristais ○ CCD AE:acetona: etanol (8:1:1) ○ Revelador FeCl3 Resultados e Discussões ● Pesquisa de flavonóides ○ Cristais previamente agrupados ○ Estrutura semelhante à quercetina Resultados e Discussões ● Cromatografia em Camada Delgada Comparativa (CCD Comparativa) ○ Purificação dos cristais; ○ Comparação com padrões de isoflavona, quercetina e rutina; ○ Principal atividade biológica da T. pratense não se aplica a T. repens Conclusão ● Trifolium repens apresenta semelhanças gerais com seu gênero; ● Embora a Trifolium pratense seja utilizada para tratar sintomas da menopausa, a Trifolium repens não possui essa aplicabilidade; ● Presença de flavonóides e taninos confirmados: antimicrobiano e antioxidante/ antidiarreico e antisséptico; ● Necessidade de estudos futuros sobre atividades biológicas. REFERÊNCIAS ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Farmacopeia Brasileira, vol. I. 5ª Ed. Brasília, 2010. BLANCO, M. M.; LUCENA, E. P.; CASTRO, A. G. G. Isoflavonas estrogenica en especies espontaneas del género Trifolium. Archivos de zootecnia, v. 31, n. 121, p. 269 – 280, 1982. COSTA, A.F. Farmacognosia. v. III. 5 ed. Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. GOMES, C. M. R.; GOTTLIEB, O. R.; GOTTLIEB, R. G.; SALATINO, A. Phytochemistry in perspective; Chemosystematics of the Papilionoideae, p. 465-488 in: POLHILL, R. M.; RAVEN, P. H. Advances in Legume Systematics. p 2. Royal Botanic Gardens, 1981. GIORNO, Cecília del et al. Efeitos do Trifolium pratense nos sintomas climatéricos e sexuais na pós-menopausa. Revista da Associação Médica Brasileira, [S.L.], v. 56, n. 5, p. 558-562, 2010. Elsevier BV. MACIEL, Maria Aparecida M. et al. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Química Nova, Rio de Janeiro, v. 25, n. 3, p. 429-438, maio de 2002. MATOS, F.J. Abreu. Introdução a fitoquímica experimental. 2. ed. Fortaleza, CE: Editora UFC, 1997. MONTEIRO, Julio Marcelino et al. Taninos: uma abordagem da química à ecologia. Química Nova, [S.L.], v. 28, n. 5, p. 892-896, out. 2005. REIS, A. Metabolismo de alcaloides e flavonoides em culturas de Rhodophiala bifida (Amaryllidaceae) e Trifolium pratense (Fabaceae). Monografia para obtenção do título de doutorado. Porto Alegre (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), 2017. SCHNEIDER, Raquel. Avaliação Agronômica, Morfológica e Molecular de PROGÊNIES de POLICRUZAMENTO DE TREVO BRANCO(Trifolium repens L.) em dois locais do Rio Grande do Sul. 2010. 136 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Zootecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. WINK, M. Evolution of secondary metabolites in legumes (Fabaceae). South African Journal of Botany, v. 89, p. 164–175, 2013.
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