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TEMA 2 - Praticas Farmaceuticas Na Farmacia Hospitalar

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DESCRIÇÃO
As práticas farmacêuticas na farmácia hospitalar e sua regulamentação no Brasil.
PROPÓSITO
Compreender as práticas farmacêuticas no âmbito da farmácia hospitalar a fim de obter
conhecimento das atribuições profissionais desenvolvidas nesse campo de atuação, bem como
sua regulamentação pela legislação vigente.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos um dicionário de termos farmacêuticos para
entender termos específicos da área.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a legislação relacionada às boas práticas em farmácia hospitalar
MÓDULO 2
Descrever a organização, a infraestrutura e as atribuições essenciais da farmácia hospitalar
MÓDULO 3
Identificar as atribuições do farmacêutico no âmbito da farmácia hospitalar
INTRODUÇÃO
Nos hospitais modernos, encontramos equipamentos sofisticados, bem como o medicamento,
que é um dos insumos mais relevantes no tratamento de doenças. Entretanto, devemos
entender o medicamento não somente como um produto que traz o benefício da cura à
população, pois essa beneficência só é alcançada quando o usamos de forma racional. Para
se garantir os benefícios e reduzir os riscos, é preciso haver um farmacêutico dentro do
hospital. Essa necessidade faz da farmácia hospitalar uma área de atuação profissional cada
vez mais valorizada. No entanto, há a necessidade de adequação às normas legais vigentes.
Neste tema, vamos aprender sobre as práticas farmacêuticas no âmbito da farmácia hospitalar.
Para isso, você conhecerá a legislação que regulamenta a profissão farmacêutica nesta área
de atuação e verá como correlacioná-la com as boas práticas farmacêuticas a serem
desenvolvidas nesses locais de trabalho.
Vamos relacionar a organização, a infraestrutura e as atribuições essenciais das farmácias
hospitalares às atribuições do farmacêutico nesse âmbito de atuação profissional.
MÓDULO 1
 Reconhecer a legislação relacionada às boas práticas em farmácia hospitalar
Autor: rawf8 / Fonte: Shutterstock
Uma das profissões mais antigas e encantadoras é a de farmacêutico, que objetiva a melhoria
da qualidade de vida das pessoas. Ser farmacêutico é seguir trabalhando para a população
sob a égide dos preceitos éticos. Historicamente, e principalmente na Idade Média, a Farmácia
e a Medicina se desenvolveram juntas, e eram praticadas em instituições de caridade,
conventos e boticas, com o uso de plantas medicinais.
As boticas tornaram-se farmácias em meados do século XIX, ganhando grande importância,
principalmente nos hospitais. Muito além de guardar e distribuir os medicamentos, os
farmacêuticos hospitalares tinham como função a manipulação de quase todos os
medicamentos usados nos pacientes internados.
Mais para a metade do século XX, as funções dos farmacêuticos atuantes nos nosocômios
passaram a se ampliar e, assim, surgiu a Farmácia Clínica. Esta tem suas ações voltadas para
o cuidado farmacêutico centrado no paciente, promovendo o uso racional dos medicamentos.
Em 1950, no Brasil, os serviços de farmácia hospitalar, representados pelas Santas Casas de
Misericórdia e por hospitais-escola, passaram a se desenvolver e a se modernizar. A partir da
segunda metade do século XX, foi estabelecida, pela Lei nº 5.991/1973, a responsabilidade
técnica exercida por farmacêuticos na farmácia hospitalar e nos demais estabelecimentos
farmacêuticos.
 SAIBA MAIS
A assistência farmacêutica, então, passou a ser assegurada pela Constituição Federal de 1988,
como parte integrante do direito à saúde. Este direito foi posteriormente reafirmado pela Lei
Orgânica de Saúde (Lei nº 8.080/1990), bem como pela Política Nacional de Assistência
Farmacêutica (Resolução CNS nº 338/2004).
Já no século XXI, a obrigatoriedade da responsabilidade técnica de farmacêuticos em
farmácias hospitalares de serviços públicos ficou mais evidente com a publicação da Portaria
nº GM/MS 1.017, do Ministério da Saúde.
Percebemos, pelo caminho histórico, que a farmácia hospitalar se desenvolveu em suas
atividades, mas também ganhou um arcabouço legal que regulamentou as suas atribuições,
bem como disciplinou as atribuições dos farmacêuticos nesses estabelecimentos.
Devemos entender as exigências legais não apenas como um regramento jurídico ao qual os
farmacêuticos e os estabelecimentos de saúde estão submetidos, mas, sim, como
instrumentos norteadores para a garantia das boas práticas farmacêuticas nesses locais.
AS BOAS PRÁTICAS FARMACÊUTICAS SÃO UM
CONJUNTO DE TÉCNICAS, REGRAS E
PROCEDIMENTOS QUE OBJETIVAM GARANTIR
A QUALIDADE E A SEGURANÇA DOS
PRODUTOS E SERVIÇOS FARMACÊUTICOS
OFERECIDOS NAS FARMÁCIAS, TENDO COMO
META SEMPRE O USO RACIONAL DO
MEDICAMENTO E A MELHORIA DA QUALIDADE
DE VIDA DOS PACIENTES.
É recomendado que as farmácias hospitalares disponibilizem uma documentação, geralmente
um manual de boas práticas farmacêuticas, para a comprovação de ajustes às exigências da
legislação vigente, que estabelecem as regras para a prestação de serviços fornecidos por
esses estabelecimentos.
 ATENÇÃO
Você não deve esquecer que a legislação estabelece os critérios e as condições mínimas para
a execução das boas práticas farmacêuticas para o controle sanitário nos estabelecimentos de
saúde.
Com as exigências previstas na legislação farmacêutica e sanitária, o poder público tem a
intenção de promover a garantia de boa prestação de serviços farmacêuticos, delimitando as
ações executadas no âmbito da profissão nos estabelecimentos de saúde.
Autor: Jacob Lund / Fonte: Shutterstock
O farmacêutico hospitalar, hoje, desenvolve suas atividades muito além dos limites físicos da
farmácia hospitalar; ele presta cuidados farmacêuticos aos pacientes nos diversos setores
clínicos dos hospitais, coordena serviços, como o de nutrição parenteral e enteral,
esterilização, laboratório clínico, bancos de sangue e agências transfusionais, logística,
gerenciamento de resíduos, gerenciamento de riscos e segurança do paciente.
Além disso, o farmacêutico participa de algumas comissões, como a de farmácia e terapêutica,
controle de infecção hospitalar, comissão de curativos, comissão de terapia nutricional,
padronização de materiais e equipamento, dentre outras atividades desenvolvidas no âmbito
hospitalar.
É responsabilidade do profissional farmacêutico se manter atualizado tanto tecnicamente como
em relação às questões referentes à legislação que regulamenta as atividades nas diversas
áreas de atuação do farmacêutico hospitalar.
A seguir, você verá a relação da legislação pertinente ao âmbito hospitalar e a sua inserção nas
boas práticas farmacêuticas nessa área.
LEGISLAÇÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Nesta parte do módulo I, você verá que a legislação que regulamenta o arcabouço legal do
desenvolvimento das atividades farmacêuticas nos hospitais brasileiros está dividida em três
seguimentos: as leis, as portarias e as resoluções. Todas elas têm o objetivo de estipular os
critérios mínimos para se garantir o direito à saúde, inclusive à assistência farmacêutica,
previsto na Constituição Federal de 1988.
Autor: Iren Moroz / Fonte: Shutterstock
É importante ressaltar que a legislação define os critérios mínimos para a execução das boas
práticas em farmácia hospitalar, de forma que os profissionais farmacêuticos se comprometem
com ela, porém não se limitam ao que está sendo regulamentado, para proporcionar um
cuidado farmacêutico com qualidade e segurança, visando o melhor atendimento a seus
pacientes.
AS LEIS
LEI Nº 8.666/1993
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, e institui normas para
licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.
As farmácias hospitalares de serviços públicos estão sujeitas a essa lei, uma vez que
necessitam realizar compras de medicamentos e outros produtos para a saúde. A referida lei
estabelece modalidades de compras nos serviços públicos, bem como as regras para tais
procedimentos. O farmacêutico hospitalar deve ter conhecimento suficiente dessas regras paraexercer a atividade de aquisição de medicamentos e correlatos, que é uma de suas atribuições
indelegáveis. A seguir, temos alguns exemplos de modalidade de compras no serviço público.
Exemplos de modalidades de compras segundo a Lei nº 8.666/1993:
CONCORRÊNCIA
TOMADA DE PREÇOS
CONVITE OU CARTA-CONVITE
PREGÃO
CONCORRÊNCIA
Conhecida como modalidade ampla, pode ser empregada em compras de qualquer natureza.
TOMADA DE PREÇOS
Esta modalidade exige um cadastro prévio da empresa interessada no órgão público nas três
esferas (federal, municipal e estadual), que farão a avaliação e a emissão de certificado. É
utilizada geralmente em compras com valor inferior a R$ 3.300.000,00.
CONVITE OU CARTA-CONVITE
Esta modalidade é usada para compras e contratos de até R$ 330.000,00 e exige pelo menos
três participantes.
PREGÃO
É uma modalidade mais recente da licitação. Prevista na Lei nº 10.520/2002, é utilizada para a
contratação de bens e serviços comuns, independentemente do valor, e pode ser presencial e
eletrônica. É muito empregada no processo de compra de medicamentos.
LEI Nº 13.021/2014
Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas.
Esta lei é considerada um marco na história recente da farmácia brasileira. Ela caracteriza as
farmácias como estabelecimentos de saúde e confere autonomia aos farmacêuticos, exigindo a
presença desses profissionais durante todo o tempo de funcionamento do estabelecimento.
AS PORTARIAS
PORTARIA Nº 4.283, DE 30 DE DEZEMBRO DE
2010
Aprova as diretrizes e estratégias para organização, fortalecimento e aprimoramento das
ações e serviços de farmácia no âmbito dos hospitais.
Esta portaria, específica para farmácia hospitalar e de abrangência nacional, determina o
reconhecimento da farmácia como uma clínica assistencial dirigida exclusivamente por
farmacêuticos. A portaria garante o acesso dos farmacêuticos aos dados dos pacientes
(prontuário) e orienta as ações para os serviços de farmácia clínica.
A IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO
HOSPITALAR: DESVENDANDO A PORTARIA
Nº 4.283, 12/2010
Assista ao vídeo a seguir, a fim de compreender a importância da Portaria nº 4.283, de 30 de
dezembro de 2010, para os serviços de farmácia hospitalar na caracterização desses setores
como uma unidade clínico-assistencial e o papel do farmacêutico nesse processo.
PORTARIA MS/SVS Nº 272/1998
Aprova o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia
de Nutrição Parenteral.
Esta portaria estabelece a equipe multiprofissional de terapia nutricional como: grupo formal e
obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional médico, um farmacêutico, um
enfermeiro e um nutricionista, todos habilitados e com treinamento específico para a prática da
terapia nutricional.
Nesta portaria, também são estabelecidas as funções do farmacêutico, tais como:
desenvolvimento, preparação, avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade,
conservação e transporte da nutrição parenteral.
PORTARIA MS/SVS Nº 344/1998
Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle
especial.
A Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, é uma das legislações mais cobradas em provas de
concursos para farmacêuticos. Além disso, esta é uma legislação à qual os farmacêuticos
devem ficar bastante atentos, devido à constante atualização das listas de substâncias
controladas.
 ATENÇÃO
Para consultar as atualizações dessa e de outras portarias pertinentes aos medicamentos,
acesse o site da Anvisa.
Esta legislação descreve as listas de substâncias controladas, tais como: entorpecentes,
psicotrópicos, anabolizantes e outras substâncias sob controle especial, além de estipular
regras de produção, transporte, armazenamento, prescrição, dispensação e consumo.
PORTARIA MS/GM Nº 2.616/1998
Expede, na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para a prevenção e o
controle das infecções hospitalares.
O controle das infecções hospitalares é, há muito tempo, um exercício árduo por parte dos
serviços de saúde, e esta portaria determina o estabelecimento dessa prática, bem como as
diretrizes a serem alcançadas. As infecções hospitalares são consideradas eventos adversos
no cuidado à saúde, e seu combate faz parte das metas internacionais de segurança do
paciente.
O farmacêutico é um dos profissionais componentes da equipe que trabalha na Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e é um ator importante na promoção do uso racional de
antimicrobianos e, mais recentemente, na ação do cuidado farmacêutico conhecido como
stewardship de antimicrobianos.
Segundo o stewardship, o farmacêutico é responsável pelo gerenciamento do uso dos
antimicrobianos de cada paciente, realizando indicação, substituição, suspensão, ajuste de
doses e avaliação clínica dos pacientes em uso desses medicamentos.
Os farmacêuticos também atuam gerenciando os saneantes hospitalares, validando processos
de desinfecção e limpeza, controlando e realizando exames microbiológicos, entre outras
atividades.
PORTARIA MS/SAS Nº 1.017/2002
Estabelece que as farmácias hospitalares e/ou dispensários de medicamentos existentes
nos hospitais integrantes do SUS deverão funcionar, obrigatoriamente, sob a
responsabilidade técnica de profissional farmacêutico devidamente inscrito no
respectivo Conselho Regional de Farmácia.
Esta portaria, voltada especificamente para serviços do Sistema Único de Saúde (SUS),
determina a assistência técnica de farmacêuticos não somente nas farmácias, mas também
nos dispensários de medicamento. Dessa forma, tenta equilibrar distorções, como
estabelecimentos gerenciados por profissionais leigos às ciências farmacêuticas.
PORTARIA MS/GM Nº 2.048/2002
Aprova o regulamento técnico dos sistemas Estaduais de Urgência e Emergência.
Os Sistemas de Urgência e Emergência de todo o país passam a ter um regulamento em que
está prevista a assistência farmacêutica e que determina as regras para a assistência à saúde
com utilização de medicamentos. Dessa forma, esta portaria contribui para a incorporação de
profissionais farmacêuticos nesses serviços.
PORTARIA MS/MTE Nº 485/2005
Aprova a Norma Regulamentadora (NR) nº 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em
Estabelecimentos de Saúde).
Os medicamentos e outras drogas considerados de risco são aqueles que causam
genotoxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e toxicidade séria e seletiva a órgãos e
sistemas.
Devido aos riscos de se trabalhar com essas substâncias, o serviço de farmácia é considerado
em questões de saúde do trabalhador e segurança do trabalho. Entretanto, não é somente
devido à presença dessas substâncias que o profissional farmacêutico deve se atentar a essa
legislação.
As farmácias hospitalares, muitas vezes, contam com equipes de trabalho coordenadas por
farmacêuticos, e as questões de biossegurança devem ser conhecidas e adotadas de forma
que se garanta o bem-estar e a segurança de todos os trabalhadores.
PORTARIA MS/GM Nº 2.095/2013
Aprova os protocolos básicos de segurança do paciente.
Os protocolos de segurança do paciente são uma das questões em saúde de maior evidência
nos serviços hospitalares. A literatura aponta que os serviços de saúde apresentam altos
índices de prevalência de danos desnecessários aos seus usuários, conhecidos como eventos
adversos.
Dentre os diversos eventos indesejados, aqueles relacionados aos medicamentos são os mais
frequentes. Devido a essa grande magnitude, os medicamentos passaram a ter um protocolo
obrigatório de prescrição, dispensação, administração e utilização, que deve ser adotado em
todos os serviços de saúde. Isso coloca a farmácia hospitalar, bem como os farmacêuticos, no
centro das atividades de segurança do paciente.
Autor: Zadorozhnyi Viktor/ Fonte: Shutterstock
AS RESOLUÇÕES
RDC ANVISA Nº 50/2002
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e
avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais desaúde.
A RDC no 50/02 é, ainda hoje, a principal legislação que trata de projetos arquitetônicos em
serviços de saúde. As farmácias hospitalares devem obedecer aos critérios dessa legislação, e
os farmacêuticos devem conhecê-la para que possam avaliar a viabilidade técnica das
operações farmacêuticas a serem desenvolvidas nos diversos setores da farmácia hospitalar.
A obediência às regras desta legislação garante aos farmacêuticos condições adequadas para
oferecer uma assistência farmacêutica aos pacientes de forma segura e com qualidade.
RDC ANVISA Nº 45/2003
Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Utilização das Soluções
Parenterais (SP) em Serviços de Saúde.
A farmacoterapia hospitalar é, na maioria das vezes, realizada por via parenteral.
Os farmacêuticos devem conhecer esta legislação, principalmente por serem os responsáveis
pela definição das especificações para compra das SP, pela emissão de parecer técnico para
sua aquisição, pelo estabelecimento das diretrizes e pela coordenação da elaboração de
documentos normativos para o recebimento, armazenamento, a distribuição e dispensação das
SP, de modo a garantir a sua qualidade até o momento da utilização.
Além disso, dependendo do nível de complexidade do sistema de distribuição de
medicamentos realizado pela farmácia hospitalar, o farmacêutico hospitalar também é
responsável pela preparação desses produtos.
RDC ANVISA Nº 220/2004
Aprova o Regulamento Técnico de funcionamento dos Serviços de Terapia
Antineoplásica
A Equipe Multiprofissional de Terapia Antineoplásica (EMTA) é um grupo constituído, no
mínimo, de profissional farmacêutico, enfermeiro e médico especialista. Há muito tempo os
farmacêuticos são os profissionais da área da saúde mais envolvidos na terapia antineoplásica,
sendo os responsáveis técnicos por estas substâncias, bem como os responsáveis pela
preparação e diluição desses medicamentos nos serviços de saúde.
Devido às características dessas substâncias, além do conhecimento clínico, os farmacêuticos
hospitalares devem ter conhecimentos em instalações arquitetônicas para a manipulação
desses produtos, bem como conhecimento sobre a legislação que trata dos resíduos gerados
pela sua utilização.
RDC ANVISA Nº 67/2007
Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para
Uso Humano em farmácias.
Segundo esta RDC, o responsável pela manipulação, inclusive pela avaliação das prescrições,
é o farmacêutico, com registro em seu respectivo Conselho Regional de Farmácia. As
farmácias hospitalares que realizam dispensação por dose unitária de medicamentos, bem
como as que realizam preparações de formas farmacêuticas, devem seguir o estabelecido por
esta resolução.
RDC ANVISA Nº 38/2008
Dispõe sobre a instalação e o funcionamento de Serviços de Medicina Nuclear “in vivo”.
Esta Resolução determina que o serviço que produzir radiofármacos para uso próprio deve
contar com um farmacêutico capacitado atuando nas atividades relacionadas a esses produtos.
RDC ANVISA Nº 63/2009
Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Radiofármacos.
A legislação também determina que o local da produção e seu pessoal devem estar sob a
responsabilidade de um farmacêutico com formação acadêmica comprovada e experiência
demonstrada em radiofarmácia e radioproteção.
RDC ANVISA Nº 222/2018
Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e
dá outras providências.
As farmácias hospitalares, bem como diversos outros setores de um serviço de saúde, geram
resíduos que contêm produtos químicos, e estes, segundo a RDC no 222/2018, apresentam
periculosidade à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade,
mutagenicidade e quantidade.
Devem ter e seguir um programa de gerenciamento que regulamente desde a geração até seu
tratamento final: produtos farmacêuticos; resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes;
resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes
contaminados por estes, além dos efluentes de processadores de imagem (reveladores e
fixadores) e efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; e
demais produtos considerados perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).
DESTACAM-SE, AINDA, OS MEDICAMENTOS
CONTROLADOS PELA PORTARIA Nº 344/1998,
ASSIM COMO OS PRODUTOS QUÍMICOS
CONTROLADOS PELO EXÉRCITO E PELA
POLÍCIA FEDERAL, QUE DEVEM RECEBER UM
CUIDADO ESPECIAL NO DESCARTE. PARA
REALIZAR O DESCARTE ADEQUADO DESSES
RESÍDUOS, OS FARMACÊUTICOS
HOSPITALARES DEVEM PRESTAR TODA
ATENÇÃO AO QUE DETERMINAM OS ÓRGÃOS
REGULADORES DESSES PRODUTOS.
As demais resoluções (citadas a seguir) exemplificam e ratificam as atribuições do
farmacêutico nas atividades desempenhadas por ele no âmbito hospitalar. Para consultar
essas legislações atualizadas, acesse o site do Brasil SUS, do Sistema de Legislação da
Saúde (Saúde Legis) e do Conselho Federal de Farmácia.
RESOLUÇÕES DO CONSELHO FEDERAL DE
FARMÁCIA
RESOLUÇÃO CFF Nº 279/1996
Ratifica a competência legal do farmacêutico para atuar profissionalmente e exercer chefias
técnicas e direção de estabelecimentos hemoterápicos.
RESOLUÇÃO CFF Nº 292/1996
Ratifica competência legal para o exercício da atividade de Nutrição Parenteral e Enteral e
revoga a Resolução 247/93.
RESOLUÇÃO CFF Nº 354/2000
Dispõe sobre a assistência farmacêutica em atendimento pré-hospitalar e as
urgências/emergências.
RESOLUÇÃO CFF Nº 386/2002
Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito da assistência domiciliar em equipes
multidisciplinares.
RESOLUÇÃO CFF Nº 449/2006
Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico na Comissão de Farmácia e Terapêutica.
RESOLUÇÃO CFF Nº 470/2008
Regula as atividades do farmacêutico em gases e misturas de uso terapêutico e para fins de
diagnóstico.
RESOLUÇÃO CFF Nº 486/2008
Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico na área de radiofarmácia e dá outras
providências.
RESOLUÇÃO CFF Nº 549/2011
Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no exercício da gestão de produtos para a saúde
e dá outras providências.
RESOLUÇÃO CFF Nº 555/2011
Regulamenta o registro, a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da
assistência farmacêutica nos serviços de saúde.
RESOLUÇÃO CFF Nº 565/2012
Dá nova redação aos artigos 1º, 2º e 3º da Resolução CFF nº 288, de 21 de março de 1996.
Dispõe sobre a competência legal para o exercício da manipulação de drogas antineoplásicas
pelos farmacêuticos.
RESOLUÇÃO CFF Nº 568/2012
Dá nova redação aos artigos 1º ao 6º da Resolução CFF nº 492, de 26 de novembro de 2008,
que regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na
farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada.
RESOLUÇÃO CFF Nº 585/2013
Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências.
RESOLUÇÃO CFF Nº 586/2013
Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências.
RESOLUÇÃO CFF Nº 619/215
Dá nova redação aos artigos 1º e 2º da Resolução CFF nº 449/2006, que dispõe sobre as
atribuições do farmacêutico na Comissão de Farmácia e Terapêutica.
RESOLUÇÃO CFF Nº 640/2017
Dá nova redação ao artigo 1º da Resolução/ CFF nº 623/16, estabelecendo titulação mínima
para a atuação do farmacêutico em oncologia; Resolução CFF nº 656/2018 – Dá nova redação
aos artigos 1º, 2º e 3º da Resolução/CFF nº 486/08, estabelecendo critérios para a atuação do
farmacêutico em radiofarmácia.
RESOLUÇÃO CFF Nº 666/2018
Dá nova redação ao inciso I do artigo 2º da Resolução nº 624/16 do Conselho Federal de
Farmácia.
RESOLUÇÃO MS/CNS Nº 338/2004
Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica.
RESOLUÇÃO CNS Nº 466/2012
Aprovar as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. HÁ UMA VASTA RELAÇÃO DE LEGISLAÇÕES QUE REGULAMENTAMAS ATIVIDADES DA FARMÁCIA HOSPITALAR NO BRASIL. ASSINALE A
ALTERNATIVA QUE CONTENHA A LEGISLAÇÃO QUE APROVA AS
DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PARA ORGANIZAÇÃO, FORTALECIMENTO
E APRIMORAMENTO DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE FARMÁCIA NO
ÂMBITO DOS HOSPITAIS:
A) RDC Anvisa nº 220/2004.
B) Portaria MS/SVS nº 344/1998.
C) Lei nº 8.666/1993.
D) Resolução CFF nº 585/2013.
E) Portaria nº 4.283, de 30 de dezembro de 2010.
2. NO QUE SE REFERE À ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NAS
FARMÁCIAS HOSPITALARES, OBSERVAMOS CADA VEZ MAIS A
SOLICITAÇÃO DESSES PROFISSIONAIS NAS ATIVIDADES CLÍNICAS,
COM CUIDADO DIRETO AOS PACIENTES. ASSINALE A ALTERNATIVA A
SEGUIR QUE RELACIONA A LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA AS
ATRIBUIÇÕES CLÍNICAS DO FARMACÊUTICO E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS:
A) Resolução CFF nº 666/2018.
B) Resolução CFF nº 585/2013.
C) Portaria MS/SVS nº 344/1998.
D) Resolução CFF nº 279/1996.
E) Resolução CFF nº 640/2017.
GABARITO
1. Há uma vasta relação de legislações que regulamentam as atividades da farmácia
hospitalar no Brasil. Assinale a alternativa que contenha a legislação que aprova as
diretrizes e estratégias para organização, fortalecimento e aprimoramento das ações e
serviços de farmácia no âmbito dos hospitais:
A alternativa "E " está correta.
Essa portaria, específica para farmácia hospitalar e de abrangência nacional, determina o
reconhecimento da farmácia como uma clínica assistencial dirigida exclusivamente por
farmacêuticos.
2. No que se refere à atuação do farmacêutico nas farmácias hospitalares, observamos
cada vez mais a solicitação desses profissionais nas atividades clínicas, com cuidado
direto aos pacientes. Assinale a alternativa a seguir que relaciona a legislação que
regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências:
A alternativa "B " está correta.
A Resolução CFF nº 585/2013 determina ao farmacêutico suas atribuições clínicas, indicando
os direitos e as responsabilidades desse profissional nessa área de atuação.
MÓDULO 2
 Descrever a organização, a infraestrutura e as atribuições essenciais da farmácia
hospitalar
Fonte: Wikimedia Commons
A literatura apresenta diversas definições para farmácia hospitalar. Entretanto, seguiremos, a
partir deste ponto, com a definição da Resolução nº 492, de 26 de novembro de 2008, do
Conselho Federal de Farmácia (CFF):
“FARMÁCIA HOSPITALAR É UMA UNIDADE CLÍNICA,
ADMINISTRATIVA E ECONÔMICA, DIRIGIDA POR
FARMACÊUTICO, LIGADA HIERARQUICAMENTE À
DIREÇÃO DO HOSPITAL OU SERVIÇO DE SAÚDE E
INTEGRADA FUNCIONALMENTE COM AS DEMAIS
UNIDADES ADMINISTRATIVAS E DE ASSISTÊNCIA AO
PACIENTE.”
Partindo da definição do CFF, você verá algumas características assumidas por esses serviços
farmacêuticos:
Fonte:Shutterstock
 ATENÇÃO
No contexto da resolução do CFF e da legislação pertinente à farmácia hospitalar, esse serviço
deve praticar atividades tanto clínicas como de gestão. Aqui, é importante você saber que a
farmácia, nos serviços de saúde, é um dos setores que mais demandam recursos financeiros
da instituição; para alguns autores, é o principal setor com demanda de recursos
orçamentários.
Sendo assim, o farmacêutico hospitalar assume atividades gerenciais, devendo corroborar com
a eficiência na gestão e, com isso, contribuir para a redução dos custos.
Todavia, a farmácia hospitalar também tem o dever de contribuir com o processo de prevenção,
atenção, promoção e recuperação da saúde, por meio de atividades de cuidado farmacêutico
direcionadas aos paciente, familiares e acompanhantes, com qualidade, segurança e
promovendo o uso seguro e racional de medicamentos, de acordo com o que estabelece a
Política Nacional de Medicamentos, regulamentada pela Portaria nº 3.916/1998, do Ministério
da Saúde.
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Para o cumprimento dos seus objetivos, a farmácia hospitalar moderna apresenta quatro
macroprocessos finalísticos:
Fonte:Shutterstock
A gestão também é considerada um macroprocesso, mas se trata de um processo de suporte
ou sustentação que perpassa transversalmente todos os outros.
A farmácia hospitalar deve ter uma estrutura organizacional que permita o desenvolvimento de
suas finalidades de maneira a obedecer, preferencialmente, aos parâmetros de eficácia,
eficiência e efetividade. Essas finalidades podem ser entendidas como as atribuições
essenciais desse serviço farmacêutico.
A estrutura organizacional é caracterizada como um serviço clínico e administrativo e, dessa
forma, deve estar representada no organograma da instituição à qual pertence, tendo gestão
autônoma e independente, porém sempre preservando os interesses organizacionais.
Uma vez que a farmácia hospitalar é formalmente inserida no organograma da instituição,
atrelam-se a ela atribuições que devem ser desempenhadas como componentes da
organização do serviço de saúde. Assim, para que suas atribuições sejam executadas, será
necessária uma estrutura mínima para a efetivação de sua missão, sempre em obediência à
legislação sanitária, trabalhista e profissional vigente. Essa estrutura mínima deve apresentar
basicamente os seguintes itens:
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Equipamentos e instalações adequados ao nível de complexidade das atividades
executadas e da assistência farmacêutica implementada.
Sistema de gestão informatizado (preferencialmente).
Recursos para a informação e comunicação (livros, legislação e acesso à internet).
Ambientes para atividades farmacêuticas, respeitando normas e parâmetros técnicos.
Manutenção preventiva e corretiva de instalações físicas, equipamentos e móveis.
Metrologia para equipamentos e instrumentos de medição com registro de forma
periódica.
Sistemas de arquivo.
Organização física e estrutural do prédio em conformidade com as necessidades técnicas
das atividades farmacêuticas implementadas, tais como: áreas específicas quanto a
manipulação, fracionamento, reembalagem, reenvase e unitarização de doses.
Áreas para produtos vencidos, avariados e em quarentena.
Área apropriada de estoque de produtos sujeitos a controle especial, conforme Portaria
no 344/1998.
Instalações elétricas, de comunicação e hidrossanitárias compatíveis com a necessidade
do serviço.
Mobiliário em quantidade proporcional e adequado ergonomicamente às necessidades do
serviço.
Móveis que permitam a desinfecção das superfícies e resistentes à ação de saneantes.
Depósitos com trancas para armazenamento de medicamentos relacionados na Portaria
no 344/1998 na área de dispensação ou distribuição.
Equipamentos tecnológicos: computadores, impressoras, softwares, hardwares, máquina
para fracionamento de doses, entre outros
Discutiremos, a seguir, as principais atividades desenvolvidas pela farmácia hospitalar dentro
de cada uma de suas atribuições.
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MACROPROCESSO CLÍNICO
CUIDADOS FARMACÊUTICOS
Os principais elementos dos cuidados farmacêuticos são os que estão relacionados ao
medicamento; é o cuidado prestado diretamente ao paciente; é fornecido para produzir
resultados definidos, que se destinam a melhorar a qualidade de vida do paciente; o provedor
aceita responsabilidade pessoal pelos resultados.
O cuidado farmacêutico envolve não apenas terapia medicamentosa (o fornecimento real de
medicamentos), mas também decisões individuais sobre o uso de medicamentos para
pacientes. Isso inclui também decisões de não usar terapia medicamentosa, bem como
julgamentos sobre seleção de medicamentos, doses, vias e métodos de administração,
monitoramento da terapia medicamentosa e fornecimento de informações relacionadas aos
medicamentos e aconselhamento a pacientes de forma individualizada.
O conceito central de cuidado é cuidar, ter uma preocupação pessoal com o bem-estar de outra
pessoa. No geral, o atendimento ao paciente consiste em domínios integrados, incluindo
cuidados médicos, de enfermagem e farmacêuticos.
Profissionais de saúde em cada uma dessas áreas têm experiência única e devem cooperar
com os cuidadosgerais aos pacientes. Às vezes, eles compartilham a execução dos vários
tipos de cuidados, incluindo os farmacêuticos. Nesse sentido, o farmacêutico contribui de forma
ímpar com conhecimentos e habilidades para garantir os melhores resultados no uso de
medicamentos.
No cuidado farmacêutico, a irredutível “unidade” de cuidado é um farmacêutico em uma relação
profissional direta com um paciente. Nessa relação, o farmacêutico presta atendimento
assistencial diretamente ao paciente e para o benefício dele.
O farmacêutico assume um compromisso direto, pessoal e de cuidado com o paciente,
individualmente, e age para atendê-lo da melhor forma possível. O farmacêutico coopera
diretamente com outros profissionais e com o paciente na concepção, na implementação e no
monitoramento de um plano terapêutico destinado a produzir terapêutica definitiva e resultados
que melhorem a qualidade de vida do paciente.
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Espera-se alcançar, com essa atividade, a melhoria da qualidade de vida de um paciente por
meio de realizações de resultados terapêuticos definidos e/ou predefinidos relacionados à
farmacoterapia. Podemos citar os seguintes resultados esperados:
Cura da doença de um paciente.
Eliminação ou redução da sintomatologia de um paciente.
Interrupção ou desaceleração de um processo patológico.
Prevenção de uma doença ou sintomatologia. 
Isso, por sua vez, envolve três funções principais:
IDENTIFICAR PROBLEMAS POTENCIAIS E REAIS
RELACIONADOS AOS MEDICAMENTOS.

RESOLVER PROBLEMAS REAIS RELACIONADOS AOS
MEDICAMENTOS.

PREVENIR PROBLEMAS POTENCIAIS
RELACIONADOS AOS MEDICAMENTOS.
Existem algumas categorias de problemas relacionados aos medicamentos, tais como:
INDICAÇÕES NÃO TRATADAS
O paciente tem um problema médico que requer terapia medicamentosa (uma indicação para
uso de medicamento), mas não está recebendo um medicamento para essa indicação.
SELEÇÃO INADEQUADA DE MEDICAMENTOS
O paciente tem uma indicação de uso de medicamento, mas está tomando o medicamento
errado.
DOSE SUBTERAPÊUTICA
O paciente tem um problema de saúde que está sendo tratado com uma quantidade
insuficiente de medicamento.
DEIXAR DE RECEBER MEDICAMENTOS
O paciente tem um problema de saúde que é o resultado de não receber um medicamento.
SOBREDOSE
O paciente tem um problema de saúde que está sendo tratado com medicamento correto, mas
em dose acima da necessária (toxicidade).
REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
O paciente tem um problema de saúde que é o resultado de uma reação adversa ao
medicamento.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
O paciente tem um problema de saúde que é o resultado de uma interação droga-droga, droga-
alimento ou interação droga-exame de laboratório.
USO DE MEDICAMENTOS SEM INDICAÇÃO
O paciente está tomando um medicamento sem indicação médica válida.
MACROPROCESSOS FINALÍSTICOS DA
FARMÁCIA HOSPITALAR
O vídeo a seguir abordará a estrutura organizacional das farmácias hospitalares, bem como os
macroprocessos relacionados à missão desse serviço.
SEGURANÇA DO PACIENTE
Podemos definir segurança do paciente como “a prevenção de danos aos pacientes”. A ênfase
é colocada no sistema de prestação de cuidados para evitar erros e aprender com as falhas
que ocorrem. A segurança do paciente baseia-se em uma cultura de segurança que envolve
profissionais de saúde, organizações e pacientes.
As práticas de segurança do paciente foram definidas como “aquelas que reduzem o risco de
eventos adversos relacionados à exposição a cuidados de saúde”.
As práticas que apresentam evidências suficientes para inclusão na categoria de práticas de
segurança são relacionadas a seguir:
I
Uso apropriado de profilaxia para prevenir tromboembolismo venoso em pacientes em risco.
II
Uso de betabloqueadores perioperatórios em pacientes apropriados para prevenir morbidade e
mortalidade perioperatória.
III
Uso de barreiras estéreis máximas ao colocar cateteres intravenosos centrais para prevenir
infecções.
IV
Uso adequado de profilaxia antibiótica em pacientes cirúrgicos para prevenir infecções pós-
operatórias.
V
Solicitação para que os pacientes relembrem e reafirmem o que lhes foi dito durante o
processo de consentimento informado para verificar seu entendimento.
VI
Aspiração contínua de secreções subglóticas para prevenir pneumonia associada à ventilação
mecânica.
VII
Uso de materiais de cama de alívio de pressão para prevenir úlceras de pressão.
VIII
Uso de orientação de ultrassom em tempo real durante a inserção de cateter central para evitar
complicações.
IX
Autocuidado do paciente com varfarina para obter anticoagulação ambulatorial adequada e
prevenir complicações.
X
Fornecimento adequado de nutrição, com ênfase particular na nutrição enteral precoce em
pacientes gravemente enfermos e cirúrgicos, para prevenir complicações.
XI
Uso de cateteres venosos centrais impregnados com antibióticos para prevenir infecções
relacionadas ao cateter.
O uso seguro de medicamentos requer cuidado e planejamento e não pode ser alcançado sem
que todos os esforços da organização estejam voltados para as necessidades de segurança
dos pacientes. A RDC no 36/2013 da Anvisa determina que todos os serviços de saúde
implementem o Protocolo de Segurança na Prescrição, uso e Administração de
Medicamentos, referente à Meta 3 da Segurança do Paciente. Tal protocolo prevê a
implantação de barreiras de segurança.
Autor: Iren Moroz / Fonte: Shutterstock
A seguir, você verá algumas rotinas médicas que podem ser adotadas pelas farmácias
hospitalares para melhorar a segurança com medicamentos:
Uso de leitores de código de barras para medicamentos.
Sinalização de medicamentos potencialmente perigosos.
Implementação do serviço de farmácia clínica.
Stewardship de antimicrobianos.
Padronização da prescrição de medicamentos.
Padronização no preparo e na administração de medicamentos.
MACROPROCESSO LOGÍSTICO
DISTRIBUIÇÃO
Sistemas de dispensação de medicamentos seguros, organizados e eficientes são essenciais
para controlar os custos e garantir que a prescrição médica seja seguida com segurança,
conforme solicitado, no prazo adequado.
Um sistema de dispensação apropriado é um aliado importante para a prevenção ou redução
de erros de medicação, ajudando a minimizar as oportunidades de erro de dispensação em
uma farmácia. Atualmente, existem vários tipos de sistemas de dispensação de receitas
médicas dentro de um hospital. A seguir, você verá os principais.
Autor: JF4 / Fonte: Shutterstock
Autor: elipe caparros / Fonte: Shutterstock
SISTEMA DE DOSE COLETIVA
O sistema coletivo, também conhecido como sistema tradicional, é o mais antigo e obsoleto.
Nesse sistema, as ações relacionadas aos medicamentos são centradas nos profissionais de
enfermagem, sendo a farmácia apenas um agente distribuidor de medicamentos. Caracteriza-
se pela distribuição de medicamentos por unidade/serviço hospitalar com base na solicitação
do enfermeiro.
Uma consequência negativa é uma alta taxa de erros de medicação, sendo os mais comuns:
administrar o dobro da dose, medicamento errado; dose e vias de administração inadequadas;
dar medicamentos não prescritos. Outra desvantagem é o controle ineficiente de estoques e o
aumento das despesas relacionadas aos medicamentos.
 
 SAIBA MAIS
De acordo com a literatura, 51,2% das farmácias hospitalares no Brasil utilizam o sistema de
dispensação coletiva de medicamentos.
SISTEMA DE DOSE INDIVIDUALIZADA
No sistema individualizado de dispensação de medicamentos, a farmácia e os farmacêuticos
participam mais ativamente das questões de uso de medicamentos; no entanto, a participação
da enfermagem e as taxas de erro ainda são altas. Nesse sistema, os medicamentos são
dispensados para cada paciente, geralmente por um período de tratamento de 24 horas.
Autor: Antonio Guillem / Fonte: Shutterstock
NO BRASIL, 34,8% DOS HOSPITAIS UTILIZAM O
SISTEMA DE DOSES INDIVIDUALIZADAS. ESTE
SISTEMA TEM ALTO ÍNDICE DE ERROS E
FURTOS, ALÉMDA POSSIBILIDADE DE FALHA E
OMISSÃO DURANTE A TRANSCRIÇÃO, ASSIM
COMO DE ITENS NÃO PRESENTES NA RECEITA
ORIGINAL SEREM AGREGADOS.
Normalmente, a farmácia está presente nas unidades hospitalares. Os assistentes de farmácia
reabastecem os estoques de emergência diariamente, recolhem as receitas do dia, coletam os
medicamentos devolvidos no dia anterior e enviam os medicamentos para as próximas 24
horas de tratamento. Os farmacêuticos visitam diariamente as unidades hospitalares para
fiscalizar o trabalho de seus auxiliares.
Também auxiliam o enfermeiro no esclarecimento de dúvidas relacionadas à liberação e à
estabilidade dos medicamentos, bem como ao armazenamento e ao uso de medicamentos
termossensíveis e fotossensíveis. Os farmacêuticos também discutem questões de prescrição
com médicos. Em hospitais com recursos humanos adequados, aliados aos interesses
profissionais e institucionais, os farmacêuticos desenvolvem atividades clínicas com a equipe
profissional de saúde para reduzir erros de medicação.
SISTEMA DE DOSE MISTA
O sistema de dispensação misto combina os sistemas coletivo e individualizado e é utilizado
em hospitais brasileiros. As unidades hospitalares são amparadas parcial ou totalmente pelos
sistemas individualizados, e as unidades específicas, como radiologia, endoscopia,
emergência, ambulatório, entre outras, são amparadas pelo sistema coletivo.
Autor: i viewfinder / Fonte: Shutterstock
O SISTEMA MISTO É UTILIZADO EM
APROXIMADAMENTE 13,2% DOS HOSPITAIS
BRASILEIROS PARA DISPENSAÇÃO DE
MEDICAMENTOS.
A principal desvantagem desse sistema é uma tendência para o sistema coletivo em vez do
individualizado, favorecendo a dispensação de medicamentos por unidade hospitalar, em vez
da dispensação por paciente. É mais fácil dispensar medicamentos por unidade hospitalar do
que separar e embalar os itens para cada paciente. O pessoal da farmácia deve ser alertado
sobre a importância de seu trabalho e para o fato de que a dispensação coletiva é mais fácil,
mas não tão segura.
Autor: pikselstock / Fonte: Shutterstock
SISTEMA DE DOSE UNITÁRIA
A administração do medicamento em hospitais pode envolver de 20 a 30 etapas desde a
prescrição até a administração e o monitoramento. Durante os últimos 50 anos, pouco mudou
nesse processo, exceto para o desenvolvimento e a implementação do sistema de
dispensação de medicamentos por dosagem unitária.
Esse sistema consiste na dispensação de medicamentos prescritos com doses prontas para
entrega de acordo com a prescrição médica do paciente, e é considerado o mais seguro. Todos
os medicamentos, em todas as formas farmacêuticas, são dispensados prontos para uso, sem
necessidade de transferência, cálculo e manipulação prévia por enfermeiros.
Apenas os medicamentos de emergência são armazenados nas unidades hospitalares,
juntamente às doses necessárias para as próximas 24 horas de tratamento dos pacientes. O
sistema apresenta as seguintes vantagens:
• Identificação do medicamento até o momento do uso.
• Taxas de erro de medicação mais baixas.
• Redução de tempo de enfermagem gasto no manuseio de medicamentos.
• Maior disponibilidade da enfermagem para cuidar do paciente.
• Menor estoque nas unidades, com diminuição das perdas.
• Otimização da devolução de medicamentos não utilizados.
• Melhor controle da infecção hospitalar por meio da prática de técnicas assépticas no preparo
de medicamentos.
• Adaptabilidade aumentada para automação.
• Maior precisão no faturamento do uso de medicamentos por paciente.
• Maior garantia para os médicos de que a prescrição será administrada.
• Participação efetiva do farmacêutico na definição da terapia medicamentosa.
• Melhor controle sobre o padrão e o tempo de entrega do medicamento.
• Menos espaço usado para guardar medicamentos nas unidades hospitalares e melhor
assistência ao paciente.
As desvantagens são a resistência dos enfermeiros ao sistema, a necessidade de pessoal
extra e infraestrutura farmacêutica, a necessidade de adquirir equipamentos específicos e um
alto investimento financeiro inicial. Estima-se que apenas 0,4% dos hospitais brasileiros
usam esse sistema para dispensar medicamentos.
MACROPROCESSO DE PRODUÇÃO
PREPARO
Com os requisitos gerais de boas práticas de fabricação relativos a um sistema de garantia de
qualidade adequado e relatórios de questões de qualidade e segurança de medicamentos, a
farmácia hospitalar deve seguir a legislação vigente relativa a essa atividade, como a RDC nº
67/2007, da Anvisa, que dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações
Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias.
Os processos de preparação de medicamentos mais comuns em farmácias hospitalares são:
Autor: funnyangel / Fonte: Shutterstock
Preparação de pequenos lotes de cápsulas e supositórios.
Autor: Vadym Sh / Fonte: Shutterstock
Manipulação ou adaptação de especialidades farmacêuticas, como a conversão de
comprimidos em misturas para crianças.
Autor: PhotobyTawat / Fonte: Shutterstock
Manuseio asséptico na reconstituição ou diluição de injetáveis para infusão.
Autor: H_Ko / Fonte: Shutterstock
Reconstituição de um medicamento de preparado extemporâneo.
Autor: H_Ko / Fonte: Shutterstock
Dose unitária (preparação para um paciente individual).
MACROPROCESSO ACADÊMICO
ENSINO E PESQUISA
A farmácia hospitalar tem um papel fundamental na divulgação do conhecimento científico,
principalmente sobre medicamentos e produtos para a saúde. Não é raro os farmacêuticos
serem requisitados para prestar informações sobre medicamentos e terapias medicamentosas.
Autor: LittlePigPower / Fonte: Shutterstock
O setor de informação de medicamentos de uma farmácia hospitalar atende não só a
questões internas do serviço de saúde, mas também a outros serviços e à sociedade.
Dependendo do nível organizacional da farmácia hospitalar, ela pode exercer atividades
acadêmicas como:
Programas de estágios.
Programa de residência farmacêutica.
Programa de educação permanente/continuada.
Ensino de graduação.
Ensino de pós-graduação lato sensu (especializações).
Ensino de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado).
Cursos livres.
Pesquisas de “bancada”.
Pesquisas clínicas.
Pesquisas sociais e econômicas.
PARÂMETROS ESTRUTURAIS MÍNIMOS PARA A
FARMÁCIA HOSPITALAR
A localização e o layout da farmácia podem variar muito entre os hospitais. Algumas são
centralizadas, com todo o pessoal da farmácia e os equipamentos localizados em uma única
área do hospital, geralmente em um dos andares inferiores. Outro formato é a farmácia
descentralizada, onde há uma farmácia principal em um local central, mas também há
"minifarmácias", chamadas de satélites, localizadas em todo o hospital, nas principais unidades
de atendimento ao paciente.
Autor: Blue Planet Studio / Fonte: Shutterstock
O tipo de farmácia depende do tamanho, das necessidades, dos recursos e do foco do
hospital, mas a farmácia deve apresentar estrutura adequada aos serviços que se propõe
ofertar.
Alguns parâmetros, como área mínima (1,0 a 1,5 m2 por leito do hospital), localização (acesso
à área externa), acessibilidade (facilidade de circulação interna e externa) e características
técnicas (respeitadas as determinações das legislações vigentes) devem ser observados ao se
propor um projeto de farmácia hospitalar.
É esperado que uma farmácia hospitalar tenha, minimamente, as seguintes áreas:
Autor: wavebreakmedia / Fonte: Shutterstock
ÁREA PARA ADMINISTRAÇÃO
Autor: i viewfinder / Fonte: Shutterstock
ÁREA PARA ARMAZENAMENTO
Autor: JF4 / Fonte: Shutterstock
ÁREA DE DISPENSAÇÃO
Autor: Gligatron / Fonte: Shutterstock
ÁREA PARA ATENDIMENTO FARMACÊUTICO
Quando se tem a execução de atividades farmacêuticas específicas, manipulação magistral e
oficinal, manipulação de desinfetantes, fracionamento, produção de kits, manipulação de
antineoplásicos, nutrição parenteral e de outras misturas intravenosas, manipulação de
radiofármacos, controle de qualidade,serviço de informação e outros, são necessárias áreas
para esses fins.
A seguir, estão relacionados os principais parâmetros recomendados pela Sociedade Brasileira
de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde para as farmácias hospitalares:
Ambiente Requisitos mínimos
Área de distribuição
Condizente com a área de armazenagem. Devem existir
tomadas ligadas ao gerador em número igual ao de freezers +
geladeiras.
Central de
abastecimento
farmacêutico
Imunobiológicos: freezer ou geladeira. Termolábeis: geladeira.
Devem existir tomadas ligadas ao gerador em número igual ao
de freezers + geladeiras. Devem existir lâmpadas de
segurança.
Central de Misturas
Intravenosas –
CMIV (manipulação
de NPT ou
citotóxicos ou
outras misturas
intravenosas)
Deve haver, no mínimo, os seguintes ambientes: sala de
manipulação, sala de limpeza e higienização dos produtos e
antecâmara (vestiário de barreira). A sala de manipulação
deve ter, pelo menos, 5 m2, capela de fluxo laminar ou cabine
de segurança biológica, desde que asseguradas a limpeza, a
manutenção e as operações segundo as boas práticas. Deve
haver lâmpadas de segurança, exaustão. Os ambientes
precisam ser protegidos contra a entrada de aves, insetos,
roedores e poeira. Os ambientes devem ter superfícies
internas (pisos, paredes e teto) lisas, sem rachaduras,
resistentes aos saneantes, que não desprendam partículas e
sejam facilmente laváveis. Os ralos devem ser sifonados e
fechados; os tetos rebaixados devem ser selados para evitar
contaminação proveniente do espaço acima do forro. As
tubulações devem ser embutidas nas paredes nas áreas de
manipulação e limpeza e higienização. Nas áreas de
manipulação, limpeza e higienização, é vedada a existência de
ralos. As instalações de água potável devem ser construídas a
partir de materiais adequados e impermeáveis, para evitar
infiltração e facilitar a limpeza e inspeção periódicas. A entrada
na área de manipulação deve ser feita exclusivamente através
de antecâmara (vestiário de barreira). Os vestiários devem ter
a forma de câmaras fechadas, preferencialmente com dois
ambientes para troca de roupa. As portas das câmaras devem
possuir um sistema de travas e de alerta visual e/ou auditivo
para evitar a sua abertura simultânea. Lavatórios devem ter
torneiras ou comandos do tipo que dispensem o contato das
mãos para o fechamento da água. Deverá existir sala
exclusiva para preparação de medicamentos para terapia
citotóxica dotada de cabine de segurança biológica,
Classe II B2. Os cantos das paredes devem ser arredondados.
Copa 01
Depósito de
Material de Limpeza
– DML
01
Farmácia
ambulatorial
(gerenciamento,
dispensação e
controle de
estoque)
Devem existir tomadas ligadas ao gerador em número igual ao
de freezers + geladeiras. Deve haver lâmpadas de segurança.
Farmácia em centro
cirúrgico
Deve ter 20 m2.. Devem existir tomadas ligadas ao gerador em
número igual ao de freezers + geladeiras. Deve haver
lâmpadas de segurança.
Farmácia satélite
Devem existir tomadas ligadas ao gerador em número igual ao
de freezers + geladeiras. Deve haver lâmpadas de segurança.
Farmacocinética
clínica
20 m2.. Devem existir tomadas ligadas ao gerador em número
igual ao de freezers + geladeiras. Deve haver lâmpadas de
segurança, exaustão, esgoto químico.
Farmacovigilância Deve haver lâmpadas de segurança.
Farmacotécnica
(manipulação
magistral e oficinal)
Lavagem de utensílios e materiais; manipulação de sólidos;
manipulação de semissólidos e líquidos; controle de qualidade:
devem existir tomadas ligadas ao gerador em número igual ao
de freezers + geladeiras. Deve haver lâmpadas de segurança.
Deve haver destilador ou osmose reversa. Deve haver
exaustão. Deve haver esgoto químico. Os ambientes devem
ter superfícies internas (pisos, paredes e teto) lisas, sem
rachaduras, resistentes aos saneantes, que não desprendam
partículas e sejam facilmente laváveis. Os ralos devem ser
sifonados e fechados. Os tetos rebaixados devem ser selados
para evitar contaminação proveniente de espaço acima do
forro.
Fracionamento ou
unitarização
Devem existir tomadas ligadas ao gerador em número igual ao
de freezers + geladeiras. Deve haver lâmpadas de segurança.
Informação sobre
medicamentos
Deve haver lâmpadas de segurança.
Pesquisa clínica
(consultório de
atendimento e
dispensação de
medicamentos em
ensaios clínicos)
Consultório de atendimento: Deve haver lâmpadas de
segurança.
Produção de kits Deve haver lâmpadas de segurança.
Orientação
farmacêutica
(paciente
ambulatorial)
Consultório de atendimento. Deve haver lâmpadas de
segurança.
Recepção e
inspeção
Deve haver lâmpadas de segurança.
Sala de aula Deve haver lâmpadas de segurança.
Sala de chefia Deve haver lâmpadas de segurança.
Sala de diluição de
germicidas
Deve haver lâmpadas de segurança, destilador ou osmose
reversa, esgoto químico.
Sala de reunião Deve haver lâmpadas de segurança.
Sanitários e
vestiários
1 para cada sexo; 1 bacia sanitária; 1 lavatório para cada 10
funcionários. Deve haver lâmpadas de segurança.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AS FARMÁCIAS HOSPITALARES TÊM, ENTRE SUAS ATRIBUIÇÕES
ESSENCIAIS, A LOGÍSTICA DE MEDICAMENTOS. ENTRE AS ATIVIDADES
EXECUTADAS NESSE PROCESSO, ESTÃO OS SISTEMAS DE
DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE
REPRESENTA O SISTEMA DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS MAIS
SEGURO:
A) Dose coletiva.
B) Dose individualizada.
C) Dose unitária.
D) Dose máxima.
E) Dose mista.
2. AS FARMÁCIAS HOSPITALARES DESENVOLVEM DIVERSAS
ATIVIDADES FARMACÊUTICAS E, QUANTO MAIOR É A COMPLEXIDADE
DESSAS AÇÕES, MAIORES SÃO AS EXIGÊNCIAS E NECESSIDADES DE
ÁREAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE FORMA SEGURA E COM
QUALIDADE. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE DESCREVE AS ÁREAS
MINIMAMENTE ESPERADAS PARA UMA FARMÁCIA HOSPITALAR:
A) Área para administração; área para armazenamento; área de dispensação; área de
farmacotécnica.
B) Área para armazenamento; área de dispensação; área de farmacotécnica; área de
farmacocinética clínica.
C) Área de dispensação; área de farmacotécnica; área de farmacocinética clínica; área de
pesquisa clínica.
D) Área de farmacotécnica; área de farmacocinética clínica; área de pesquisa clínica, central
de misturas intravenosas.
E) Área para administração; área para armazenamento; área de dispensação.
GABARITO
1. As farmácias hospitalares têm, entre suas atribuições essenciais, a logística de
medicamentos. Entre as atividades executadas nesse processo, estão os sistemas de
dispensação de medicamentos. Assinale a alternativa que representa o sistema de
dispensação de medicamentos mais seguro:
A alternativa "C " está correta.
Esse sistema consiste na dispensação de medicamentos prescritos com doses prontas para
entrega de acordo com a prescrição médica do paciente e é considerado o mais seguro.
2. As farmácias hospitalares desenvolvem diversas atividades farmacêuticas e, quanto
maior é a complexidade dessas ações, maiores são as exigências e necessidades de
áreas para o desenvolvimento de forma segura e com qualidade. Assinale a alternativa
que descreve as áreas minimamente esperadas para uma farmácia hospitalar:
A alternativa "E " está correta.
As áreas minimamente esperadas para o funcionamento de uma farmácia hospitalar são: área
para administração, área para armazenamento, área de dispensação e área para atendimento
farmacêutico.
MÓDULO 3
 Identificar as atribuições do farmacêutico no âmbito da farmácia hospitalar
ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO NO
ÂMBITO DA FARMÁCIA HOSPITALAR
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o farmacêutico deve apresentar algumas
características importantes para o desenvolvimento de suas atividades na atualidade. Esse
profissional deve ser:
Prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde.
Capaz de tomar decisões.
Comunicador.
Líder.
Gerente.
Atualizado permanentemente.
Educador.Autor: AS photo studio / Fonte: Shutterstock
Para que o farmacêutico possa atuar em hospitais ou outras instituições de saúde, é preciso ter
conhecimentos básicos de administração, habilidade para coordenação e liderança, além de
conhecimento sobre ferramentas da qualidade.
Esse profissional atuará como responsável por atividades como orientação de pacientes
internados e ambulatoriais, bem como da equipe de saúde. Além disso, será responsável por
atividades relacionadas ao ciclo da assistência farmacêutica, responsabilizando-se pelos gases
medicinais, gerenciamento de resíduos e segurança do paciente, além de participar ativamente
de diversas comissões hospitalares.
Os farmacêuticos hospitalares trabalham nos serviços de farmácia hospitalar pertencentes ao
SUS e ao setor privado. Assim, um dia típico de farmacêutico hospitalar pode incluir as
seguintes atividades:
Gerenciar serviços e logística relacionados à farmácia 24 horas por dia, 7 dias por
semana.
Prescrever medicamentos (segundo a Resolução no 586/2013, do CFF) e garantir sua
segurança e eficácia.
Preparar todos os medicamentos e converter as formas farmacêuticas para a situação
aplicável.
Relatar e corrigir todos os potenciais problemas relacionados aos medicamentos.
Contatar todos os prestadores de cuidados de saúde para questões relacionadas com
medicamentos e produtos para a saúde.
Participar de rodadas clínicas realizadas pela equipe de saúde e comparecer a clínicas
administradas pela farmácia.
Fornecer estatísticas adequadas sobre o consumo de medicamentos.
Gerenciar depósitos de medicamentos e planejar orçamentos de medicamentos.
Fornecer serviços de informação sobre medicamentos.
Ministrar treinamentos relacionados à farmácia para graduandos e pós-graduandos.
Supervisionar atividades de pesquisa relacionadas à farmácia.
 SAIBA MAIS
As atribuições do farmacêutico hospitalar no Brasil são descritas na Resolução do CFF, que
regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia
hospitalar e em outros serviços de saúde de natureza pública ou privada no Brasil.
O farmacêutico hospitalar divide suas atuações entre as atividades clínicas e gerenciais. O
equilíbrio entre essas funções varia, dependendo da formação do profissional e do ambiente de
trabalho.
 VOCÊ SABIA
A responsabilidade de estabelecer políticas e procedimentos relacionados a seleção, aquisição,
distribuição e uso de medicamentos geralmente fica sob a responsabilidade do farmacêutico
gestor da farmácia, mas também pode ser exercida pela Comissão de Farmácia e Terapêutica,
da qual o farmacêutico participa ativamente.
Devido ao uso de medicamentos ser multidisciplinar, a comissão deve incluir representação de
todas as áreas funcionais envolvidas: equipe médica, enfermagem, farmácia e garantia de
qualidade e administração hospitalar. Entre as diversas áreas de atuação do farmacêutico
hospitalar, destacamos a principais relacionadas à gestão para o aprofundamento de sua
aprendizagem.
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GESTÃO DE COMPRAS E ESTOQUE
Em alguns hospitais, um departamento separado gerencia todas as compras (produtos
farmacêuticos, suprimentos médicos, equipamentos e assim por diante); esse departamento
pode ser chamado de logística hospitalar. Nesses casos, o gestor farmacêutico prepara uma
solicitação de orçamento anual para compras de produtos farmacêuticos e faz pedidos de
medicamentos por meio de solicitações a esse setor.
Em outras configurações, a farmácia hospitalar gerencia a compra farmacêutica diretamente.
Entretanto, não é aconselhável que um indivíduo tenha controle total da aquisição de produtos
farmacêuticos. Um comitê designado deve revisar e aprovar todas as compras; um comitê
especial de compras (comitê de padronização) ou a Comissão de Farmácia e Terapêutica pode
gerenciar esta função.
USO DE MEDICAÇÃO
O processo de uso de medicamentos pode ser dividido em quatro componentes:
PRESCRIÇÃO
Os mecanismos para garantir a prescrição adequada dentro do hospital normalmente são
atribuição da gestão da farmácia hospitalar, em consonância com as determinações da
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT).
A CFT pode estabelecer protocolos ou procedimentos que permitem que farmacêuticos ou
enfermeiros também prescrevam dentro de diretrizes específicas.
PREPARAÇÃO E DISPENSAÇÃO
O serviço de farmácia hospitalar, sob a gestão de um farmacêutico, é responsável pela
preparação e dispensação de medicamentos. Sendo que as políticas e os procedimentos para
essas funções devem ser aprovadas pela CFT.
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
A administração de medicamentos geralmente é responsabilidade da enfermagem, porém, em
alguns casos, há administração de medicamentos por médicos e farmacêuticos.
MONITORAMENTO DO EFEITO DOS MEDICAMENTOS
NO PACIENTE,
ORDENANDO MUDANÇAS APROPRIADAS NA
TERAPIA
Normalmente, o monitoramento das atividades é, principalmente, de responsabilidade do
médico. No entanto, observação e relatórios são atribuições da pessoa que administrou o
medicamento (geralmente a equipe de enfermagem) e de outros membros da equipe de saúde
envolvida na terapia do paciente.
Entretanto, em algumas configurações, um farmacêutico clínico ou hospitalar monitora a
terapia medicamentosa no hospital e informa sobre terapias medicamentosas que requerem
expertise para garantir segurança e eficácia; por exemplo, nutrição parenteral total,
anticoagulação ou tratamento com antibióticos aminoglicosídeos.
As legislações viventes especificam que o farmacêutico-chefe seja a pessoa responsável pelo
controle de medicamentos dentro de um hospital, incluindo aquisição, armazenamento e
distribuição em toda a instalação.
ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE
FARMÁCIA HOSPITALAR
Na organização de serviços de farmácia hospitalar, tanto a maneira como a equipe é
organizada como o layout físico do edifício devem ser considerados.
PESSOAL
O pessoal da farmácia do hospital pode ser dividido em três categorias principais:
GESTÃO
A gestão inclui o farmacêutico diretor técnico e, muitas vezes, o farmacêutico-chefe substituto,
que são responsáveis pela aquisição, distribuição e pelo controle de todos os produtos
farmacêuticos usados dentro da instituição e para a gestão de pessoal dentro da farmácia.
PESSOAL PROFISSIONAL
Esses profissionais são farmacêuticos, corresponsáveis técnicos que compram, distribuem e
controlam medicamentos e supervisionam a equipe de apoio para essas atividades. Em
algumas instalações, os farmacêuticos fornecem serviços de consultoria clínica e informações
sobre medicamentos.
EQUIPE DE APOIO
A categoria de equipe de apoio geralmente inclui uma combinação de técnicos de farmácia
treinados, pessoal administrativo e mensageiros.
COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA
Mais comumente, a CFT é designada para garantir o uso seguro e eficaz de medicamentos no
hospital. A literatura aponta que “o uso de medicamentos é um processo inerentemente
complexo e perigoso que requer constante avaliação”. As organizações precisam implementar
ferramentas e processos necessários para cumprir a meta de segurança do paciente de uso
seguro de medicamentos, conforme a RDC no 36/2013, da Anvisa.
GESTÃO DE MEDICAMENTOS PARA
PACIENTES INTERNADOS
Outra atribuição do gestor farmacêutico é a definição e execução dos sistemas de distribuição
de medicamentos que vimos no módulo anterior. A distribuição de medicamentos tem sido a
principal função de serviços de farmácia hospitalar.
 ATENÇÃO
É importante destacar que existem variações de cada um, e todos os quatro sistemas podem
estar em uso na mesma unidade hospitalar, dependendo da estratégia desenvolvida. Por
exemplo, uma instalação pode usar o sistema de dose coletiva em uma ala para medicamentos
de alto volume e baixo custo (aspirina, paracetamol e antiácidos), que não requerem alto nível
de controle para prevenção de furto ou erros de medicação.
Sistemas de dose individualizada ou dose unitária podemser usados para medicamentos que
exigem um nível mais alto de controle. Além disso, os sistemas de distribuição automatizados
agora são usados com frequência em países desenvolvidos e se tornarão cada vez mais
comuns no futuro.
Cabe ao farmacêutico gestor da farmácia hospitalar definir a estratégia de implantação de um
sistema de dispensação de medicamentos, levando sempre em consideração as condições de
estrutura física, capacidade técnica do pessoal e recursos da instituição.
INSPEÇÕES DE ENFERMARIAS E
DEPARTAMENTOS
O serviço de farmácia deve realizar avaliações periódicas e inspeções de áreas de
armazenamento de medicamentos em todo o hospital para garantir níveis adequados de
medicamentos armazenados de forma adequada, a fim de monitorar datas de validade e
remover estoques desnecessários.
MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE
PERIGOSOS E SUBSTÂNCIAS CONTROLADAS
Substâncias controladas requerem maior atenção no ambiente hospitalar do que outros
medicamentos, assim como fora do hospital. As várias definições e categorias de controle de
medicamentos estão relacionadas ao potencial de abuso e dependência.
Procedimentos específicos para aquisição, recepção, armazenamento, dispensação e
administração de medicamentos controlados devem ser estabelecidos pelo gestor da farmácia
hospitalar, e uma trilha de responsabilidade prontamente rastreável para cada unidade de
medicamento individual deve ser estabelecida. Os registros devem documentar pedido,
recebimento, dispensação, administração e desperdício.
 RECOMENDAÇÃO
Registros de estoque perpétuo devem ser usados em todos os locais de armazenamento, e
estoques controlados de medicamentos devem ser contados e reconciliados com os registros
diários pela farmácia. Substâncias controladas armazenadas em todo o hospital devem ter
segurança dobrada, com bloqueio dentro de uma área de armazenamento bem construída,
com o serviço de farmácia no controle da distribuição e duplicação de chaves.
FARMÁCIA APÓS O EXPEDIENTE
Embora a necessidade de medicamentos seja contínua, muitos hospitais não podem justificar a
manutenção de um serviço de farmácia 24 horas por dia. Se os medicamentos precisam ser
obtidos enquanto a farmácia estiver fechada, um farmacêutico de plantão pode entrar em ação.
Entretanto, para minimizar o risco de dispensação incorreta, as seguintes medidas podem ser
tomadas:
 RECOMENDAÇÃO DE PRÁTICAS E PROTOCOLOS
Estabelecer procedimentos para atendimento de farmácia fora do horário comercial.
Exigir treinamento ou certificação interna dos profissionais antes de assumirem a
responsabilidade de dispensar.
Proibir o acesso após o expediente à maioria das áreas da farmácia.
FARMACOTÉCNICA HOSPITALAR
Os diversos tipos de produtos farmacêuticos podem ser produzidos em vários níveis de
complexidade. A produção em pequena escala pode ser dividida em produção ou composição
não estéril e estéril.
A maioria dos hospitais reembalam medicamentos em recipientes de dose unitária menores e
podem compor itens especiais, como cremes com formulações especiais. No entanto, os
hospitais devem avaliar a viabilidade de produção de quaisquer produtos farmacêuticos com
base na disponibilidade de pessoal qualificado, instalações adequadas, equipamento suficiente
e todos os outros recursos necessários.
DESCARTE DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS
Hospitais e outras instalações de saúde geram todos os tipos de resíduos perigosos, desde
perfurocortantes a materiais contaminados com fluidos corporais e produtos farmacêuticos
vencidos ou danificados. É de responsabilidade do gestor da farmácia hospitalar gerenciar o
descarte dos produtos farmacêuticos e demais resíduos gerados em suas áreas de atuação.
 ATENÇÃO
O descarte inadequado de produtos farmacêuticos pode resultar em abastecimento de água
contaminado, revenda de medicamentos de baixa qualidade e ar poluído devido à incineração
inadequada.
Muitas vezes, os hospitais podem devolver produtos para as instalações de onde foram
obtidos. No entanto, quando essa opção não está disponível, um plano de gerenciamento de
resíduos deve estar em vigor (conforme RDC no 222/2018, da Anvisa, e demais legislações
sobre o assunto) e deve ser monitorado regularmente.
Dependendo das propriedades dos resíduos farmacêuticos, incineração, descarte em solo e
inertização (em que o produto é misturado com cimento) podem ser métodos apropriados para
descarte. Um cuidado especial deve ser tomado com certas classes de produtos
farmacêuticos, como narcóticos ou drogas tóxicas e como medicamentos anticâncer.
 RECOMENDAÇÃO DE PRÁTICAS E PROTOCOLOS
Antes de descartar quaisquer produtos, as leis e os regulamentos governamentais relevantes
para a gestão de resíduos em serviços de saúde devem ser revistos.
CONTROLE DE PERDAS E ABUSO DE DROGAS
Alguns cuidados sistemáticos para detectar, analisar e prevenir perdas farmacêuticas causadas
por roubo, suborno e fraude devem ser tomados pelo farmacêutico gestor e demais
farmacêuticos da equipe de farmácia hospitalar. O controle de medicamentos estabelecido pela
Portaria no 344/1998 é uma preocupação especial em um hospital.
 ATENÇÃO
A dependência de drogas entre médicos, farmacêuticos, enfermeiros e demais membros da
equipe de saúde é bastante comum. Para evitar o abuso desses medicamentos e prevenir
perdas, algumas medidas estão relacionadas a seguir, sendo que os mesmos procedimentos
podem ser seguidos para controlados, antibióticos, medicamentos potencialmente perigosos e
outros medicamentos que são facilmente revendidos e comumente roubados.
Esteja alerta para mudanças no desempenho, lesões e oscilações de humor nos
trabalhadores.
Garanta procedimentos de dupla checagem e dupla assinatura para desperdício de
entorpecentes.
Limite o acesso às áreas de armazenamento de narcóticos.
Verifique os prontuários dos pacientes, a administração de medicamentos e os registros
de padrões de consumo. Suspeite se os pacientes recebem visivelmente mais narcóticos
durante determinado plantão.
Pergunte aos pacientes se eles receberam os medicamentos.
Use caixas trancadas ou gaiolas de arame para garantir a segurança dos medicamentos
na transferência da farmácia para as enfermarias.
Emita caixas individuais de medicamentos controlados para cada anestesiologista
diariamente e certifique-se de que a caixa seja devolvida à farmácia no fim do dia com um
registro escrito de quantidades usadas para cada paciente.
Conte os estoques de medicamentos controlados diariamente e reconcilie com os
registros de estoque.
GESTÃO DE MEDICAMENTOS PARA
PACIENTES INTERNADOS
Para entender mais profundamente os principais sistemas de distribuição de medicamentos em
hospitais, assista ao vídeo a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DENTRO DA PERSPECTIVA DO USO DO MEDICAMENTO, ASSINALE A
ALTERNATIVA QUE DESCREVE AS ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO
NESSA ÁREA:
A) Prescrição, preparação e dispensação, administração de medicamentos e monitoramento
dos efeitos.
B) Prescrição, preparação e dispensação, administração de medicamentos e monitoramento
dos estoques.
C) Prescrição, preparação e dispensação, administração de pessoal e monitoramento dos
efeitos.
D) Distribuição, preparação e dispensação, administração de pessoal e monitoramento dos
efeitos.
E) Descarte, preparação e dispensação, administração de medicamentos e monitoramento dos
efeitos.
2. PARA A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, PARA UM
FARMACÊUTICO DESEMPENHAR SUAS FUNÇÕES, É NECESSÁRIO QUE
ESSE PROFISSIONAL TENHA ALGUMAS CARACTERÍSTICAS.
SELECIONE A ALTERNATIVA QUE AS DESCREVE:
A) Prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde; capaz de tomar decisões;
apático; líder; displicente; atualizado permanentemente e educador.
B) Prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde; capaz de tomar decisões;
comunicador; líder; gerente; atualizado permanentemente e educador.
C) Vendedor de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde; capaz de tomar decisões;
comunicador; líder; gerente;atualizado permanentemente e educador.
D) Colaborador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde; capaz de tomar decisões;
comunicador; líder; gerente; atualizado permanentemente e educador.
E) Prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde; capaz de tomar decisões;
comunicador; líder; gerente; atualizado permanentemente e educador físico.
GABARITO
1. Dentro da perspectiva do uso do medicamento, assinale a alternativa que descreve as
atribuições do farmacêutico nessa área:
A alternativa "A " está correta.
As atribuições dos farmacêuticos inseridos no processo de utilização do medicamento estão
relacionadas às atividades que se iniciam com prescrição e passam pelos desdobramentos
para viabilizar que o medicamento seja administrado e que seus efeitos sejam monitorados.
2. Para a Organização Mundial da Saúde, para um farmacêutico desempenhar suas
funções, é necessário que esse profissional tenha algumas características. Selecione a
alternativa que as descreve:
A alternativa "D " está correta.
Hoje, as características que são esperadas de um profissional farmacêutico são as de um
profissional com múltiplas habilidades e que seja multitarefas.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Visitamos as principais legislações que abordam a farmácia hospitalar e vimos um breve
histórico de sua evolução.
Como foi possível perceber, as farmácias hospitalares são setores clínicos, técnicos e
administrativos ligados à direção da unidade hospitalar e desempenham diversos papéis na
atenção, promoção e recuperação da saúde.
Além disso, observamos que os farmacêuticos hospitalares são profissionais multifuncionais,
que necessitam de conhecimentos terapêuticos, técnicos, econômicos e administrativos.
Assim, para ser um farmacêutico hospitalar, o profissional precisa de diversas características
especiais, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AMERICAN HOSPITAL ASSOCIATION; HEALTH RESEARCH AND EDUCATIONAL TRUST;
INSTITUTE FOR SAFE MEDICATION PRACTICES. Pathways for medication safety: leading
a strategic planning effort. Consultado em meio eletrônico em: 9 out. 2020.
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRFSP). Cartilha:
Farmácia Hospitalar. São Paulo, 2013. 59 p.
OLSEN, C.; SAVELLI, A. Managing Access to Medicines and Health Technologies. In:
Hospital Pharmacy Management. Arlington: MDS-3, 2012. Consultado em meio eletrônico em:
9 out. 2020.
SBRAFH – Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar. Padrões Mínimos para Farmácia
Hospital. 3. ed. São Paulo: SBRAFH, 2017.
SCHOMMER, J. C.; BROWN, L. M.; SOGOL, E. M. Work Profiles Identified from the 2007
Pharmacist and Pharmaceutical Scientist Career Pathway Profile Survey, Am J Pharm
Educ., 72(1), 2008.
EXPLORE+
Leia ABC da farmácia hospitalar, de Roberta Joly Ferreira Braga.
Você pode aprofundar mais seus conhecimentos lendo o livro Farmacêutico hospitalar:
conhecimentos habilidades e atitudes, de Felipe Dias Carvalho, Helaine Carneiro
Capucho e Marcelo Polacow Bisson.
Para saber mais sobre gestão da farmácia hospitalar, leia Gestão estratégica em farmácia
hospitalar: aplicação prática de um modelo de gestão para qualidade, de Sonia Lucena
Cipriano, Vanusa Barbosa Pinto e Cleuber Esteves Chaves.
Leia o Guia de boas práticas em farmácia hospitalar e serviços de saúde, da Sociedade
Brasileira de Farmácia Hospitalar.
Leia também o livro Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica, de Sílvia Storpirtis et al.
https://www.google.com/search?safe=off&rlz=1C1GCEU_pt-PTBR904BR904&sxsrf=ALeKk02gNxyPl9jEEXnIu2ZyN94vHTnzfg:1603292957358&q=Felipe+Dias+Carvalho&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LVT9c3NEwuNsuoyDVMU4Jw0yosk8sKkiy1ZLKTrfST8vOz9cuLMktKUvPiy_OLsq0SS0sy8osWsYq4peZkFqQquGQmFis4JxaVJeZk5O9gZQQAx5gnAFgAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi3tMbZ-8XsAhVmILkGHR2dCDIQmxMoATAQegQIEhAD
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CONTEUDISTA
Eduardo Corsino Freire
 CURRÍCULO LATTES
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