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Professor(a) Esp. Simone do Carmo Ropelatto Abreu FARMÁCIA HOSPITALAR, GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Caroline da Silva Marques Eduardo Alves de Oliveira Jéssica Eugênio Azevedo Marcelino Fernando Rodrigues Santos PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos Hugo Batalhoti Morangueira Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira Carlos Henrique Moraes dos Anjos Kauê Berto Pedro Vinícius de Lima Machado Thassiane da Silva Jacinto FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP A162f Abreu, Simone do Carmo Ropelatto Farmácia hospitalar, gestão e administração farmacêutica / Simone do Carmo Ropelatto Abreu. Paranavaí: EduFatecie, 2024. 85 p.: il. Color. 1. Farmácia hospitalar – Administração. 2. Medicamentos - Administração. 3. Serviços farmacêuticos I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23. ed. 615.1 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas do banco de imagens Shutterstock . 2024 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2024. Os autores. Copyright C Edição 2024 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ 3 Professor(a) Esp. Simone do Carmo Ropelatto Abreu • Possui graduação em farmácia pela Universidade Paranaense – UNIPAR (2009). • Especialista em Análises Clínicas em nível de Pós-graduação Lato sensu pela Universidade Paranaense – UNIPAR (2012). • Atuou como Responsável Técnica da Farmácia da Partilha da Universidade Paranaense – UNIPAR (2012-2014). • Farmacêutica/Bioquímica do Laboratório de Análises Clínicas Santa Casa de Paranavaí (2014-2015) e Farmacêutica – Assistente Técnico junto a Farmácia Hospitalar da Santa Casa de Paranavaí (2010-2022). • Exerceu suas funções farmacêuticas junto à Universidade Paranaense – UNIPAR como Coordenadora dos estágios de Assistência Farmacêutica e Farmácia Hospitalar (2021-2022) e na empresa Puma Gases, como Diretora Técnica (2021-2022). Atualmente desenvolve suas atividades de farmacêutica como Coordenadora dos estágios de Atenção e Assistência Farmacêutica, Análise de Alimentos e Farmácia Comunitária, além de pertencer ao colegiado dos cursos de Farmácia e Biomedicina do Centro Universitário UnifaFatecie, desde agosto 2022. Recentemente assumiu como professora do curso de farmácia do EAD da UniFatecie, além de ser preceptora de estágios e ministrar aulas práticas. Curriculo Lates: http://lattes.cnpq.br/5975018789149148 AUTOR http://lattes.cnpq.br/5975018789149148 4 Seja muito bem-vindo (a)! Este material foi cuidadosamente elaborado para oferecer uma visão abrangente e aprofundada sobre os princípios, práticas e desafios enfrentados na gestão farmacêutica em ambientes hospitalares. A Farmácia Hospitalar desempenha um papel importante na promoção da segurança dos pacientes, na garantia da eficácia dos tratamentos medicamentosos e na otimização dos recursos disponíveis. Ao longo deste material, exploraremos temas que abrangem desde os fundamentos da farmacoterapia até questões mais avançadas, como gestão de estoque, distribuição de medicamentos, legislação aplicável e a integração da farmácia no contexto multidisciplinar do ambiente hospitalar. Nosso objetivo é proporcionar a você uma base sólida de conhecimento que o capacitará a compreender e contribuir efetivamente para a prática da Farmácia Hospitalar. Na Unidade I será mostrado como esse campo evoluiu ao longo dos anos, desde as práticas antigas de remédios em templos religiosos, até uma ciência altamente especializada, focada na segurança, eficácia e uso racional de medicamentos no ambiente hospitalar. Além disso, vamos ser convidados a conhecer algumas das principais comissões hospitalares existentes e a atuação do farmacêutico em cada uma delas. Já na Unidade II veremos a aplicabilidade das funções farmacêuticas propriamente ditas dentro do ambiente hospitalar, através da seleção, aquisição, armazenamento que nomeamos de logística e principalmente conhecer um pouco mais dos tipos de sistemas de distribuição de materiais e medicamentos presentes no hospital. Na sequência, na Unidade III, falaremos a respeito da relevância do papel que o profissional farmacêutico desempenha durante o abastecimento e gerenciamento de materiais e medicamentos. Além de adquirir conhecimento acerca da responsabilidade do farmacêutico em lidar com medicamentos quimioterápicos, de origem parenteral e enteral., proporcionando medicamentos com segurança e qualidade, adaptados à necessidade da população atendida. Em nossa Unidade IV, vamos finalizar o conteúdo dessa disciplina com o objetivo de entender o papel de um administrador dentro da área farmacêutica. Após adentrarmos no exercício da profissão farmacêutico como gestor de pessoas, focado na qualidade de atendimento e trabalho em equipe. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL 5 Esperamos que estas apostilas sejam uma ótima ferramenta para sua aprendizagem, fornecendo exemplos práticos, estudos de caso e dados atualizados que ajudarão sua compreensão sobre o papel vital desempenhado pela farmácia no ambiente hospitalar. Ao longo do curso, encorajamos sua participação ativa, questionamentos e reflexões, pois acreditamos que a construção do conhecimento é um processo colaborativo. Desejamos a você uma jornada educacional enriquecedora nesta disciplina, e esperamos que os conhecimentos adquiridos contribuam para o seu desenvolvimento profissional e para a promoção de uma prática farmacêutica segura, eficaz e centrada no paciente no contexto hospitalar. Boa leitura e excelente aprendizado! Muito obrigado e bom estudo! 6 UNIDADE 4 Administração Farmacêutica e Gestão em Saúde: Fundamentos,Qualidade de Atendimento e Trabalho em Equipe Gestão Integral de Materiais e Medicamentos Hospitalares: Enfoque em Terapias Específicas e Atendimento Farmacêutico Avançado UNIDADE 3 Gestão de Medicamentos e Materiais Médico- Hospitalares: Seleção, Logística e Distribuição Eficiente UNIDADE 2 Desenvolvimento Histórico da Farmácia Hospitalar (FH): Legislação, Comissões Hospitalares e o Papel do Farmacêutico UNIDADE 1 SUMÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Farmácia Hospitalar (FH); • Legislação • Comissões hospitalares e a atuação do farmacêutico Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar os conceitos e objetivos de Farmácia Hospitalar. • Compreender e estabelecer a importância do bom desempenho das funções farmacêuticas no ambiente hospitalar, visando garantir a segurança e qualidade do cuidado prestado ao paciente. Professor(a)Esp. Simone do Carmo Ropelatto Abreu DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES COMISSÕES HOSPITALARES HOSPITALARES E O PAPEL DO E O PAPEL DO FARMACÊUTICOFARMACÊUTICO 1UNIDADEUNIDADE INTRODUÇÃO 8DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 Olá, tudo bem? Preparo esta primeira unidade com o objetivo de demonstrar a você como, ao longo dos anos, essa disciplina evoluiu desde o seu contexto histórico, com práticas antigas de remédios em templos religiosos, para uma ciência altamente especializada, focada na segurança, eficácia e uso racional de medicamentos no ambiente hospitalar. Ao longo deste diálogo, exploraremos diversos aspectos da farmácia hospitalar, desde seus conceitos fundamentais até os objetivos, funções e desafios enfrentados por essa área. É de suma importância o profissional farmacêutico hospitalar. Seu perfil engloba conhecimentos técnicos, habilidades clínicas e competências de comunicação, tornando-o parte essencial do sistema de saúde, garantindo que os medicamentos sejam usados de forma segura, eficaz e econômica no tratamento dos pacientes internados e ambulatoriais. Você, futuro (a) farmacêutico (a), pode desempenhar um papel vital no hospital, na equipe de saúde, trabalhando em estreita colaboração com médicos, enfermeiros e outros profissionais para promover a saúde e bem-estar dos pacientes. Isso chamamos de equipe multidisciplinar. Por fim, seremos convidados a imergir nas comissões hospitalares e a refletir sobre como o farmacêutico hospitalar é um profissional altamente capacitado e dedicado, responsável por garantir o uso seguro, eficaz e racional dos medicamentos no ambiente hospitalar. Sua atuação é essencial para a segurança e a qualidade do cuidado aos pacientes, contribuindo para a promoção da saúde e o sucesso do tratamento médico. Desejo-te um excelente estudo! FARMÁCIA HOSPITALAR (FH) 1 TÓPICO 9DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 Ao longo deste texto, exploraremos o contexto histórico da farmácia hospitalar, desde suas origens antigas até seu desenvolvimento moderno. 1.1 Contexto histórico A farmácia hospitalar tem suas raízes históricas nas práticas antigas de preparação e administração de medicamentos nos templos religiosos, onde os sacerdotes também exerciam funções de curandeiros e farmacêuticos, preparando e administrando-os. A utilização de plantas medicinais e compostos naturais era comum para tratar enfermidades. Durante a Idade Média, a farmácia hospitalar nasceu na forma de boticas, nas quais eram “processadas” plantas medicinais que serviam de base para a terapia da época. Muitos mosteiros e hospitais monásticos surgiram e desempenharam um papel importante no cuidado e tratamento dos doentes. Os monges eram responsáveis por preparar e fornecer medicamentos a partir de suas ervas medicinais cultivadas. Com o Renascimento e o avanço do conhecimento científico, a farmácia começou a se desenvolver como uma disciplina separada. Farmacologistas e alquimistas começaram a estudar os efeitos das substâncias e a desenvolver técnicas de extração de compostos medicinais. No entanto, foi durante os séculos XVIII e XIX que a farmácia hospitalar começou a se desenvolver como uma disciplina mais estruturada e regulamentada. Farmacopeias foram publicadas, estabelecendo padrões para a preparação e qualidade dos medicamentos. Hospitais maiores e mais modernos foram construídos, e farmacêuticos foram nomeados para gerenciar a dispensação de medicamentos nessas instituições. Com o avanço da 10DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 ciência e da medicina, a farmacologia se tornou uma ciência mais reconhecida, e as farmácias hospitalares passaram a desempenhar um papel crucial no cuidado aos pacientes. FIGURA 01: FARMÁCIA ANTIGAMENTE Fonte: VEJA como era as farmácias antigamente. Drogarias Online, 2010. Em 1752, surge em um hospital da Pensilvânia (EUA) a primeira farmácia hospitalar, nos moldes próximos aos atuais, que se tem registro. No Brasil, as farmácias hospitalares mais antigas foram instaladas nas Santas Casas de Misericórdia e no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, além de hospitais militares (ervanários). No século XX, a partir de 1920, com a expansão da indústria farmacêutica, ocorreu uma descaracterização das funções do farmacêutico e as farmácias hospitalares converteram-se num canal de distribuição de medicamentos produzidos pelas indústrias. Nos Estados Unidos, o período entre 1920 e 1940 foi marcado por um início de reorganização, em que ocorreu, principalmente, o estabelecimento de padrões para a prática farmacêutica. Neste contexto, surgiu nos EUA a farmácia clínica, ramo da farmácia hospitalar que tem como meta principal o uso racional dos medicamentos. O farmacêutico, além de suas atribuições relacionadas aos medicamentos, passa a ter atividades clínicas voltadas para o paciente (ANTUNES, 2008). Em 1950, com os avanços tecnológicos e a descoberta de novos medicamentos, a farmácia hospitalar tornou-se uma área ainda mais especializada, em vista disso, o farmacêutico Dr. José Sylvio Cimino, diretor do Serviço de Farmácia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, destacou-se muito nesta fase. Em 1975, as faculdades brasileiras, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), começaram a incluir em seus currículos a disciplina de farmácia hospitalar, 11DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 tornando-se mais tarde uma realidade em diversas universidades. Além disso, em 1980, foi implantado o curso de pós-graduação em Farmácia Hospitalar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Já em 1995, foi criada a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH),contribuindo intensamente para a dinamização da profissão e para o desenvolvimento da produção técnico-científica nas áreas de assistência farmacêutica hospitalar. Na década de 2000, ocorreu o reconhecimento profissional do farmacêutico hospitalar pela equipe de saúde e pelos gestores hospitalares, contribuindo ainda mais para o crescimento notório da profissão. A atuação da farmácia hospitalar preocupa-se com os resultados da assistência prestada ao paciente e não apenas com a provisão de produtos e serviços. Como unidade clínica, o foco de sua atenção deve estar no paciente, em suas necessidades e no medicamento, como instrumento. 1.2 Conceitos Observando as definições de alguns autores, podemos notar a evolução dos conceitos da farmácia hospitalar. Em 1973, o professor e farmacêutico José Sylvio Cimino, diretor do Serviço de Farmácia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da A automação e a informatização referem-se à implementação de tecnologias e sistemas avançados para otimizar e agilizar processos relacionados à gestão de medicamentos e produtos farmacêuticos no ambiente hospitalar, contribuíram para melhorar a eficiência operacional, na gestão eficiente de medicamentos, reduzir erros humanos, melhorar a qualidade dos serviços prestados e os farmacêuticos hospitalares assumiram um papel mais ativo na otimização do uso de medicamentos e na segurança dos pacientes. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=h_feotsczMY https://www.youtube.com/watch?v=h_feotsczMY 12DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 Universidade de São Paulo, autor da primeira publicação a respeito da Farmácia Hospitalar no país, com seu prestígio e autoridade, definiu Farmácia Hospitalar como “unidade tecnicamente aparelhada para prover as clínicas e demais serviços dos medicamentos e produtos afins de que necessitam para o normal funcionamento”. Mais adiante, verificamos a seguinte definição: “Farmácia hospitalar: é a unidade clínico-assistencial, técnica e administrativa, onde se processam as atividades relacionadas à assistência farmacêutica, dirigida exclusivamente por farmacêutico, compondo a estrutura organizacional do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente” (BRASIL, 2010). Neste milênio, o enfoque da farmácia hospitalar passa a ser clínico-assistencial, devendo atuar em todas as fases da terapia medicamentosa, cuidando, em cada momento, de sua adequada utilização nos planos assistenciais, econômicos, de ensino e de pesquisa (GOMES; REIS, 2000). 1.3 Objetivo Os objetivos da farmácia hospitalar são variados e englobam diversas áreas relacionadas à gestão e ao cuidado farmacêutico hospitalar. Estes devem ser definidos para alcançar maior eficácia e eficiência na assistência ao paciente e integração às demais atividades desenvolvidas no ambiente hospitalar. Um dos principais objetivos da farmácia hospitalar é participar da Comissão de Farmácia e Terapêutica, garantindo a correta seleção de medicamentos necessários ao perfil assistencial do hospital. Adequando-se à realidade política, social, econômica, financeira e cultural da instituição, observando os preceitos éticos e morais da profissão farmacêutica. Dessa forma, o farmacêutico conseguirá gerenciar e planejar a aquisição, armazenamento, distribuição e controle dos medicamentos e produtos para saúde, otimizando a gestão de custos relacionados a medicamentos e buscando alternativas terapêuticas eficazes e economicamente viáveis. Além disso, é importante estabelecer um sistema eficaz, eficiente e seguro de distribuição de medicamentos e produtos de saúde dentro do ambiente hospitalar. Isso auxiliará em ações para o uso seguro e racional de medicamentos, garantindo que sejam utilizados na dose adequada, pelo tempo necessário e para as indicações corretas. Essa prática contribui para maximizar a eficácia do tratamento e minimizar os riscos associados ao uso inadequado de medicamentos, contribuindo para a segurança do paciente. A farmacovigilância é uma dessas práticas, onde se identificam e relatam eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos, garantindo a segurança dos pacientes e auxiliando na prevenção de problemas futuros. 13DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 Outro objetivo é integrar a Farmácia Clínica, na qual os farmacêuticos clínicos têm como objetivo acompanhar diretamente o tratamento dos pacientes, rever prescrições, fornecer dados sobre medicamentos e propor ajustes de terapia em conjunto com a equipe de saúde, para que os medicamentos sejam prescritos, dispensados e administrados de maneira segura aos pacientes. Isso inclui verificar a compatibilidade entre os medicamentos prescritos, evitar interações medicamentosas prejudiciais, reduzir erros de medicação e garantir que a dose correta seja administrada. Um objetivo interessante é desenvolver atividades de ensino e educação permanente. A farmácia hospitalar busca fornecer informações e orientações adequadas sobre o uso correto dos medicamentos aos pacientes, seus familiares e aos profissionais de saúde envolvidos no tratamento, contribuindo para pesquisas clínicas, ensaios terapêuticos e estudos farmacológicos, colaborando para o avanço da ciência e a melhoria das práticas farmacêuticas. Esses objetivos refletem a importância da farmácia hospitalar na garantia de um cuidado farmacêutico seguro, eficaz e de qualidade aos pacientes internados e ambulatoriais. O trabalho do farmacêutico nesta área é fundamental para a melhoria da qualidade do atendimento de saúde, bem como para a promoção da segurança e do uso adequado dos medicamentos no ambiente hospitalar. 1.4 Perfil Profissional O perfil do farmacêutico hospitalar é caracterizado por uma formação acadêmica sólida, habilidades clínicas, conhecimentos técnicos em farmacologia e farmácia hospitalar, além de um compromisso com a segurança do paciente e a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde. O farmacêutico hospitalar deve ter um amplo conhecimento sobre medicamentos, suas propriedades farmacológicas, interações, efeitos colaterais e posologia. Além disso, ele deve estar atualizado sobre as últimas pesquisas e avanços na área farmacêutica. O profissional deve ter habilidades clínicas, possuir excelentes habilidades de comunicação para interagir com pacientes, familiares e outros membros da equipe multidisciplinar de saúde, como médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Ele deve ser capaz de revisar prescrições médicas, monitorar a resposta ao tratamento, identificar possíveis problemas relacionados a medicamentos e propor ajustes terapêuticos quando necessário. O profissional deve aderir a altos padrões éticos e priorizar a segurança do paciente em todas as atividades relacionadas à farmácia hospitalar. 14DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 A farmácia clínica é uma área essencial do perfil do farmacêutico hospitalar. Esse profissional deve ser capaz de realizar avaliações farmacêuticas, identificar interações medicamentosas, verificar possíveis alergias medicamentosas e fornecer informações e orientações aos pacientes sobre os medicamentos prescritos. O farmacêutico hospitalar é responsável por gerenciar o estoque de medicamentos e insumos, garantindo a disponibilidade adequada dos produtos e evitando desperdícios. Em resumo, o farmacêutico hospitalar é um profissional altamente qualificado e comprometido com o cuidado farmacêutico seguro e eficaz no ambiente hospitalar. Sua atuação é essencial para garantir a qualidade do tratamento dos pacientes, a segurança no uso de medicamentos e a integração das práticas farmacêuticas coma equipe de saúde. FIGURA 02: ATIVIDADES DO FARMACÊUTICO HOSPITALAR Fonte: Brasil (2019). 1.5 Requisitos e Diretrizes para viabilizar uma Farmácia Hospitalar Para viabilizar uma farmácia hospitalar, é essencial atender a requisitos e diretrizes específicas que garantam a segurança, eficácia e qualidade dos serviços farmacêuticos prestados no ambiente hospitalar. Alguns dos principais requisitos e diretrizes a serem considerados: • Área física e localização adequada: A farmácia hospitalar deve possuir uma infraestrutura física adequada para a realização das atividades farmacêuticas. Isso inclui espaço suficiente para a manipulação, armazenamento e controle de medicamentos, além de equipamentos e sistemas de segurança adequados. • Posição adequada na estrutura organizacional: A farmácia, devido ao fato de ser uma unidade de abrangência assistencial, técnico, científica e administrativa, tem recomendação de ser vinculada à diretoria clínica ou geral. Devido a suas 15DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 peculiaridades e independentemente da diretoria a que esteja vinculada, a farmácia deve possuir um relacionamento integrado com as divisões clínicas e administrativas (GOMES; REIS, 2000). • Planejamento e controle: O planejamento e controle da farmácia hospitalar são aspectos cruciais para garantir a eficiência, segurança e qualidade dos serviços farmacêuticos prestados no ambiente hospitalar. Esses processos envolvem a elaboração de estratégias, estabelecimento de metas e a implementação de medidas para o bom funcionamento da farmácia hospitalar. • Gerenciamento de materiais: É uma atividade importante para garantir a disponibilidade adequada de medicamentos e insumos farmacêuticos, bem como para evitar desperdícios, reduzir custos e melhorar a eficiência operacional. Esse gerenciamento abrange todas as etapas, desde a aquisição de materiais até o controle de estoque e o uso racional dos recursos disponíveis. • Recursos humanos adequados: A farmácia hospitalar demanda uma equipe de recursos humanos adequada e bem preparada para garantir o funcionamento eficiente e seguro do serviço, sendo o farmacêutico o profissional-chave da farmácia hospitalar e os técnicos ou atendentes de farmácia que atuam como auxiliares do farmacêutico, ajudando nas atividades diárias da farmácia, desempenhando um papel fundamental na organização e funcionamento adequado da farmácia hospitalar. É fundamental que todos os profissionais da equipe estejam devidamente capacitados e atualizados em suas respectivas áreas de atuação. • Horário de funcionamento: O ideal para um atendimento de excelência é o horário integral de funcionamento da farmácia. • Sistema de distribuição de medicamento: O sistema de distribuição de medicamentos na farmácia hospitalar é um processo organizado e estruturado para garantir que os medicamentos certos sejam entregues aos pacientes corretos, na dose e no momento adequados, com máxima segurança e eficiência. Existem diferentes modelos de sistemas de distribuição, e a escolha do mais adequado depende das características e necessidades específicas de cada hospital. Podemos citar: distribuição coletiva, individual, semi-individual e dose unitária. • Informações sobre medicamentos: A farmácia é responsável pelo fornecimento de informações adequadas sobre medicamentos para a equipe de saúde. Dessa forma, os farmacêuticos devem se capacitar de forma contínua e eficiente, através de treinamentos e atualizações com as melhores práticas e tecnologias disponíveis na área. • Otimização da terapia medicamentosa: A otimização da terapia medicamentosa na farmácia hospitalar é um processo essencial para garantir o uso racional de medicamentos, maximizar os benefícios terapêuticos e minimizar os riscos relacionados à farmacoterapia. Essa otimização envolve várias estratégias e ações que visam proporcionar um cuidado farmacêutico seguro, eficaz e individualizado aos pacientes hospitalizados. LEGISLAÇÃO2 TÓPICO 16DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 A legislação hospitalar é o conjunto de leis, regulamentos, normas e diretrizes que regem o funcionamento e a prestação de serviços de saúde em hospitais e instituições de saúde. Essas normas são estabelecidas pelos governos federal, estadual e municipal, e têm como objetivo garantir a qualidade, segurança e eficiência dos serviços de saúde oferecidos à população. 2.1 Leis • Lei nº 5.991/1973 – Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências; • Lei nº 8.666/1993 – Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências; • Lei nº 13.021/2014 – Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. 2.2 Portarias • Portaria MS/GM nº 721/1989 – Aprova Normas Técnicas em Hemoterapia para a Coleta, Processamento e Transfusão de Sangue, Componentes e Derivados; • Portaria MS/SVS nº 272/1998 – Aprova o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Parenteral; • Portaria MS/SVS nº 344/1998 – Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial; 17DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 • Portaria MS/GM nº 2.616/1998 – Expede, na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares; • Portaria MS/SAS nº 1.017/2002 – Estabelece que as farmácias hospitalares e/ou dispensários de medicamentos existentes nos hospitais integrantes do SUS deverão funcionar, obrigatoriamente, sob a responsabilidade técnica de profissional farmacêutico devidamente inscrito no respectivo Conselho Regional de Farmácia; • Portaria MS/GM nº 2.048/2002 – Aprova o regulamento técnico dos sistemas Estaduais de Urgência e Emergência; • Portaria MS/MTE nº 485/2005 – Aprova a Norma Regulamentadora (NR) nº 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde); • Portaria MS/GM nº 687/2006 – Aprova a Política de Promoção à Saúde; • Portaria MS/GM nº 2.095/2013 – Aprova os protocolos básicos de segurança do paciente; • Portaria de Consolidação MS/GM nº 02/2017 – Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde; • Portaria de Consolidação MS/GM nº 05/2017 – Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. 2.3 Resoluções • RDC Anvisa nº 48/2000 - Aprova o roteiro de inspeção do programa de controle de infecção hospitalar; • RDC Anvisa nº 184/2001 – Alteração da Resolução 336, de 30 de julho de 1999; • RDC Anvisa nº 50/2002 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde; • RDC Anvisa nº 45/2003 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Utilização das Soluções Parenterais (SP) em Serviços de Saúde; • RDC Anvisa nº 220/2004 – Aprova o Regulamento Técnico de funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica; • RDC Anvisa nº 11/2006 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Funcionamento de Serviços que prestam atenção domiciliar; • RDC Anvisa nº 80/2006 – Dispõe sobre o fracionamento de medicamentos em farmácias e drogarias; • RDC Anvisa nº 67/2007 – Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias; 18DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 • RDC Anvisa nº 14/2008 – Altera as disposições transitórias da RDC nº 45, de12 de março de 2003, que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Utilização das Soluções Parenterais (SP) em Serviços de Saúde; • RDC Anvisa nº 38/2008 – Dispõe sobre a instalação e o funcionamento de Serviços de Medicina Nuclear “in vivo”; • RDC Anvisa nº 09/2009 – Altera o anexo VI da Resolução RDC nº 45/03, que dispõe sobre o regulamento técnico de Boas Práticas de Utilização de Soluções Parenterais em Serviço de Saúde; • RDC Anvisa nº 63/2009 – Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Radiofármacos; • RDC Anvisa nº 20/2011 – Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação; • RDC Anvisa nº 222/2018 – Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências; • Resolução Conama nº 358/2005 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências • Resolução CFF nº 279/1996 – Ratifica a competência legal do farmacêutico para atuar profissionalmente e exercer chefias técnicas e direção de estabelecimentos hemoterápicos; • Resolução CFF nº 292/1996 – Ratifica competência legal para o exercício da atividade de Nutrição Parenteral e Enteral e revoga a Resolução 247/93; • Resolução CFF nº 354/2000 – Dispõe sobre a assistência farmacêutica em atendimento pré-hospitalar e as urgências/emergências; • Resolução CFF nº 386/2002 – Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito da assistência domiciliar em equipes multidisciplinares; • Resolução CFF nº 449/2006 – Dispõe sobre as atribuições do Farmacêutico na Comissão de Farmácia e Terapêutica; • Resolução CFF nº 470/2008 – Regula as atividades do farmacêutico em gases e misturas de uso terapêutico e para fins de diagnóstico; • Resolução CFF nº 486/2008 – Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico na área de radiofarmácia e dá outras providências; • Resolução CFF nº 549/2011 - Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no exercício da gestão de produtos para a saúde, e dá outras providências; • Resolução CFF nº 555/2011 - Regulamenta o registro, a guarda e o manuseio de informações resultantes da prática da assistência farmacêutica nos serviços de saúde; 19DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 • Resolução CFF nº 565/2012 – Dá nova redação aos artigos 1º, 2º e 3º da Resolução CFF nº 288, de 21 de março de 1996. Dispõe sobre a competência legal para o exercício da manipulação de drogas antineoplásicas pelos farmacêuticos; • Resolução CFF nº 568/2012 – Dá nova redação aos artigos 1º ao 6º da Resolução CFF nº 492, de 26 de novembro de 2008, que regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública ou privada; • Resolução CFF nº 585/2013 – Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências; • Resolução CFF nº 586/2013 – Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências; • Resolução CFF nº 619/2015 – Dá nova redação aos artigos 1º e 2º da Resolução CFF nº 449/2006, que dispõe sobre as atribuições do Farmacêutico na Comissão de Farmácia e Terapêutica; • Resolução CFF nº 640/2017 – Dá nova redação ao artigo 1º da Resolução/ CFF nº 623/16, estabelecendo titulação mínima para a atuação do farmacêutico em oncologia; • Resolução CFF nº 656/2018 – Dá nova redação aos artigos 1º, 2º e 3º da Resolução/CFF nº 486/08, estabelecendo critérios para a atuação do farmacêutico em radiofarmácia; • Resolução CFF nº 666/2018 – Dá nova redação ao inciso I do artigo 2º da Resolução nº 624/16 do Conselho Federal de Farmácia; • Resolução MS/CNS nº 338/2004 – Aprovar a Política Nacional de Assistência Farmacêutica; • Resolução CNS nº 466/2012 – Aprovar as seguintes diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. COMISSÕES HOSPITALARES E A ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO3 TÓPICO 20DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 A participação do farmacêutico em comissões hospitalares é de extrema importância, pois esse profissional desempenha um papel fundamental na garantia da segurança e qualidade dos serviços de saúde prestados no ambiente hospitalar. Através de sua formação especializada em medicamentos, o farmacêutico pode contribuir com sua expertise técnica e científica em diversas áreas, participando de comissões e grupos de trabalho que abordam questões relacionadas à saúde, terapia medicamentosa e uso racional de medicamentos. Algumas das principais comissões em que o farmacêutico pode participar incluem: 01) Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH): a CCIH é responsável por coordenar e implementar medidas para prevenir e controlar infecções hospitalares. Dentre as atribuições do farmacêutico na CCIH destacam-se aquelas relacionadas diretamente ao uso racional de antimicrobianos, germicidas e produtos para a saúde. A participação do farmacêutico, é altamente relevante e benéfica para a prevenção e controle de infecções hospitalares. O farmacêutico possui conhecimentos específicos sobre medicamentos e antimicrobianos, o que é essencial para garantir uma abordagem abrangente e eficaz no controle das infecções associadas à assistência à saúde, juntamente com os demais membros da CCIH, na definição de uma política de seleção e utilização de antimicrobianos realizada em conjunto com a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) resulta no aprofundamento da participação da CCIH nos processos decisórios, auxiliando a administração a dimensionar as prioridades de investimento para o aprimoramento da qualidade da assistência prestada e consequentemente corrobora para o uso racional dos antimicrobianos. Pelos programas de farmácia clínica, o farmacêutico pode também participar da elaboração de protocolos clínicos para a profilaxia antibiótica e para o uso terapêutico em infecções bacterianas, 21DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 sempre considerando os dados fármacos econômicos disponíveis. O farmacêutico é responsável pelo gerenciamento adequado dos antimicrobianos no hospital, o que inclui a implementação de programas de uso racional de antibióticos, monitoramento da resistência microbiana e ações para promover a prescrição adequada e a prevenção da resistência bacteriana. Deve trabalhar também, em parceria com a equipe multiprofissional, na orientação e prevenção da infecção hospitalar, por meio de treinamento com as diferentes equipes hospitalares. O uso inapropriado dos antimicrobianos, nos hospitais, é preocupante, pois ocasiona consequências graves, como a resistência bacteriana. As tendências atuais para um programa de racionalização de antimicrobianos incluem a elaboração de guias com usos profiláticos e terapêuticos mais racionais, visando à maioria das situações clínicas previstas na prática, com a participação mais ativa dos serviços. É importante, além do planejamento e laboração dos guias, que a monitorização seja realizada. Com a participação efetiva do farmacêutico nos programas de controle de infecção hospitalar estaremos caminhando para fortalecer o trabalho em equipe multiprofissional e também para diminuir a disseminação de resistência bacteriana e promover o uso adequado de antimicrobianos, visando à melhor assistência ao paciente internado. 02) Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT): a CFT é responsável pela análise e seleção de medicamentos que serão utilizados no hospital, considerando sua eficácia, segurança e custo-benefício. O farmacêutico pode participar ativamente dessa comissão, contribuindo com informações atualizadas sobre os medicamentos disponíveis no mercado esuas indicações terapêuticas, além de estipular critérios para obtenção de medicamentos que não constem na padronização. Ele também participa na elaboração de protocolos de tratamento elaborados por diferentes serviços clínicos, investiga a utilização de medicamentos na instituição, avalia interações de medicamentos dos pontos de vista farmacodinâmico e farmacocinético, e participa ativamente da educação permanente dirigida à equipe de saúde, assessorando todas as atividades relacionadas à promoção do uso racional. 03) Comissão de Segurança do Paciente: essa comissão tem como objetivo promover a segurança dos pacientes no ambiente hospitalar, identificando e prevenindo eventos adversos e erros relacionados à assistência à saúde. O farmacêutico pode contribuir com sua expertise em segurança de medicamentos, ajudando a identificar e mitigar riscos associados ao uso de medicamentos. 04) Comissão de Ética em Pesquisa (CEP): em hospitais que conduzem pesquisas clínicas, o farmacêutico pode fazer parte da CEP, que avalia a ética e a segurança de projetos de pesquisa envolvendo seres humanos. Nesse contexto, o farmacêutico pode contribuir com sua experiência em ensaios clínicos e protocolos de pesquisa relacionados a medicamentos. 22DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 05) Comissão de Educação Permanente: o farmacêutico também pode participar da comissão de educação permanente, contribuindo para o desenvolvimento de programas de capacitação e atualização profissional para a equipe de saúde, incluindo médicos, enfermeiros e outros profissionais. Articular parcerias interinstitucionais, acadêmicas e comunitárias. 06) Comissão de Terapia Nutricional: suas competências principais são de participar da elaboração de materiais educativos sobre nutrição parenteral; observar os indicadores de controle; monitorar as prescrições; verificar a ocorrência de queixas técnicas e auxiliar no controle de custos e elaborar relatórios de consumo. 07) Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: seu objetivo é zelar pelo adequado gerenciamento dos resíduos resultantes das atividades técnicas desenvolvidas nos serviços de atendimento pré-hospitalares, na farmácia hospitalar e em outros serviços da saúde, atendendo às normas sanitárias e de saúde ocupacional. 08) Comissão de Gerenciamento de Riscos Hospitalares: tem como objetivo desenvolver ações de gerenciamento de riscos hospitalares, como detecção de reações adversas a medicamentos; queixas técnicas; problemas com produtos para saúde, domissanitários, kits diagnósticos e equipamentos. “O farmacêutico é o profissional que melhores condições reúne para orientar o paciente sobre o uso correto dos medicamentos, esclarecendo dúvidas e favorecendo a adesão e sucesso do tratamento prescrito”. RECH, 1996; CARLINI, 1996. Os farmacêuticos hospitalares são atores essenciais no funcionamento da complexa estrutura hospitalar, sendo a Farmácia Hospitalar o serviço/departamento do hospital que é responsável por um amplo conjunto de atividades, designadamente a seleção, aquisição, gestão de stocks, armazenamento e conservação, reembalagem, preparação/produção e distribuição de medicamentos, atividades enquadradas no que se designa por área de Suporte. A Farmácia Hospitalar envolve, ainda, uma componente clínica, que compreende um conjunto de atividades relacionadas com a farmácia clínica/seguimento farmacoterapêutico (revisão da medicação e sua reconciliação, aconselhamento dos doentes e dos profissionais de saúde quanto ao medicamento e respectiva utilização, farmacocinética clínica, suporte nutricional, farmacovigilância), sendo que a informação sobre medicamentos é transversal a ambas as áreas. O farmacêutico hospitalar passa a ser encarado como um membro da equipa de saúde, com responsabilidades sobre os resultados da terapêutica medicamentosa, sendo dada maior ênfase aos cuidados multidisciplinares e à interação direta com o doente, nomeadamente através da dispensa de medicamentos em regime de ambulatório, onde se pede que o farmacêutico desenvolva programas de informação ao doente. Fonte: GOMES, João Marques et al. Valorização do desempenho do Farmacêutico Hospitalar, 2021. 23DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 Ao chegarmos ao final desta primeira unidade, pudemos perceber o quão importante e fundamental é o papel desempenhado pelo farmacêutico na prestação de cuidados de saúde seguros e eficazes dentro de um ambiente hospitalar. Ele é responsável por garantir o acesso, a disponibilidade e o uso adequado de medicamentos, dispositivos médicos e produtos farmacêuticos necessários para o tratamento dos pacientes. Sua presença e atuação são essenciais em diversos aspectos do cuidado ao paciente e da gestão dos medicamentos no ambiente hospitalar, pois garantem a segurança do paciente, redução e prevenção dos erros de medicação, gerenciamento adequado do estoque de materiais e medicamentos, evitando faltas e desperdícios. A gestão adequada dos recursos humanos, a participação em comissões hospitalares, a integração com a equipe de saúde e a utilização de tecnologias e automação são fatores cruciais para a eficiência e eficácia da farmácia hospitalar. O farmacêutico é um membro indispensável da equipe de saúde, contribuindo para a prevenção de infecções hospitalares, a promoção do uso racional de medicamentos, a segurança do paciente e a qualidade da assistência farmacêutica prestada, além de contribuir para a melhoria dos resultados dos tratamentos e a prestação de cuidados de saúde de excelência aos pacientes. Certamente você já se sente mais confiante para discutir e, até mesmo, agregar conhecimentos aos seus pares. Ressalto que esta unidade foi estrategicamente preparada para fundamentar os seus conhecimentos, e para que você se apaixone cada vez mais pela profissão escolhida! Agora que você está mais confiante, certamente irá desfrutar dos conteúdos previstos em nossas próximas unidades, nas quais focaremos nas funções e atividades realizadas pelo farmacêutico no hospital. Estou certa de que você está pronto (a) e ansioso (a) para iniciar seus estudos da próxima unidade; e, por não ter a pretensão de esgotar o assunto, você certamente poderá enriquecer ainda mais seus conhecimentos por meio da continuidade de seus estudos e pesquisas sobre o tema. CONSIDERAÇÕES FINAIS MATERIAL COMPLEMENTAR 24DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FARMÁCIA HOSPITALAR (FH): LEGISLAÇÃO, COMISSÕES HOSPITALARES E O PAPEL DO FARMACÊUTICO UNIDADE 1 FILME/VÍDEO • Título: Sicko - S.O.S. Saúde • Ano: 2007. • Sinopse: um painel do deficiente sistema de saúde americano. A partir do perfil de cidadãos comuns, somos levados a entender como milhões de vidas são destruídas por um sistema que, no fim das contas, só beneficia a poucos endinheirados. Ali vale a lógica de que, se você quer permanecer saudável nos Estados Unidos, é bom não ficar doente. E, depois de examinar como o país chegou a esse estado, o filme visita uma série de países com sistema de saúde público e eficiente, como Cuba e Canadá. LIVRO • Título: A Fabulosa História do Hospital • Autor: Jean-Noël Fabiani. • Editora: L&PM. • Sinopse: “Uma obra tão prazerosa de se ler quanto instrutiva.” - Le Point “Fabiani não se contenta em ser um de nossos melhores cirurgiões. O homem é também um contador de histórias maravilhoso, cuja erudição anda de mãos dadas com o humor.” - Philippe Labro, escritor e cineasta Neste delicioso livro, Jean- Noël Fabiani – renomado cirur gião francês e um dos maiores especialistas em história da medicina – descortina um dos mais incríveis legados da humanidade: a evolução dos hospitais e da medicina, num relato repleto de humor e erudição. Veremos que as primei ras cirurgias eram realizadas por barbeiros!;como se deu a invenção do estetoscópio; a importância da decisão da rai nha Vitória de dar à luz sem dor sob efeito do clorofórmio e, segundo alguns, contrariando a Bíblia; o nascimento da medicina humanitária com a Cruz Vermelha e os Médicos Sem Fronteiras; o fortuito papel do acaso na invenção do Viagra, e muito mais. Todo o gênio e toda a ingenuidade humana são aqui pos tos ao nu, na incansável busca pelo viver mais e melhor.” https://www.amazon.com.br/Jean-No%C3%ABl-Fabiani/e/B004N6PRLE/ref=dp_byline_cont_book_1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Seleção de medicamentos e materiais médico hospitalar; • Logística da aquisição, armazenamento, transporte e controle de estoque de medicamentos e materiais médico hospitalar; • Sistemas de distribuição de medicamentos. Objetivos da Aprendizagem • Compreender de que forma é feita a seleção e logística dos materiais e medicamentos dentro do ambiente hospitalar. • Conceituar os tipos de sistemas de dispensação dos medicamentos e materiais médico hospitalar, pela farmácia hospitalar. Professor(a) Esp. Simone do Carmo Ropelatto Abreu GESTÃO DE GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-MATERIAIS MÉDICO- HOSPITALARES: HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTEEFICIENTE UNIDADEUNIDADE2 INTRODUÇÃO 26GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 Olá, prezado (a) aluno (a)! Vimos na unidade anterior a história e evolução da farmácia hospitalar, bem como compreender e estabelecer a importância do bom desempenho das funções farmacêuticas no ambiente hospitalar, visando garantir a segurança e qualidade do cuidado prestado ao paciente. Nossos estudos iniciais serão justificados a partir de agora, pois nesta unidade você irá aprofundar seus conhecimentos já adquiridos, e verificar a aplicabilidade das funções farmacêuticas propriamente ditas dentro do ambiente hospitalar, através da seleção, aquisição, armazenamento que nomeamos de logística e principalmente conhecer um pouco mais dos tipos de sistemas de distribuição de materiais e medicamentos presentes no hospital. Um excelente estudo! 27GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO HOSPITALAR1 TÓPICO A seleção de medicamentos e materiais médico-hospitalares é um processo importante na gestão eficaz de serviços de saúde. Essa escolha influencia diretamente a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes, a eficiência operacional e o gerenciamento de recursos financeiros. 1.1 Seleção e Padronização de Medicamentos: objetivos Entende-se por padronização de medicamentos a constituição de uma relação básica de produtos que atendam aos critérios propostos pelo Ministério da Saúde. Constituindo os estoques das farmácias hospitalares, esse tipo de relação objetiva o atendimento médico-hospitalar de acordo com as necessidades e peculiaridades de cada instituição. Assim, os itens selecionados devem ser de amplo aproveitamento, desde que seja de forma equilibrada e qualitativa. Tal medida acarreta a utilização racional do arsenal terapêutico, proporcionando como vantagens precípuas, entre outras, as seguintes: • Reduzir o custo de terapêutica sem prejuízos para a segurança e a eficácia dos medicamentos; • Racionalizar o número de medicamentos, com consequente redução dos custos de aquisição do arsenal terapêutica; • Facilitar as atividades de planejamento, aquisição, armazenamento, distribuição e controle dos medicamentos; • Disciplinar o receituário médico-hospitalar e uniformizar a terapêutica; • Aumentar a qualidade da farmacoterapia e facilitar a vigilância farmacológica; 28GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 • Disciplinar a inclusão e/ou exclusão de medicamentos quando necessário; • Possibilitar o uso de uma mesma linguagem (nome genérico) por todos os membros da equipe de saúde; • Propiciar a sistematização de informações sobre o arsenal terapêutico (REIS et al., 2003). Assim, é indispensável ao gestor da instituição hospitalar utilizar ferramentas que possam orientá-lo para a tomada de decisão dos medicamentos que farão parte do elenco padronizado em sua instituição. Desta forma, a criação de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) é uma excelente estratégia, adotada em diversos países desenvolvidos, estabelecendo-se como importante instrumento, para que o gestor possa tomar melhores decisões baseado em diretrizes estabelecidas. 1.2 Critérios e estratégia para seleção de medicamentos A seleção de medicamentos depende vários fatores, destacando-se o perfil das patologias prevalentes, a infraestrutura para o tratamento, o treinamento e a experiência da equipe disponível (GOMES; REIS, 2000). Comentaremos alguns critérios importantes e estratégias que podem ser utilizados para a seleção de medicamentos: 01) Os medicamentos selecionados devem ser comprovadamente eficazes no tratamento das condições médicas para as quais são prescritos. Isso envolve revisar ensaios clínicos, estudos comparativos e revisões sistemáticas para avaliar a eficácia. 02) A segurança do paciente é uma prioridade. Medicamentos com um perfil de segurança bem estabelecido e baixo risco de efeitos colaterais graves devem ser os preferidos. 03) Avaliar o custo-benefício dos medicamentos é essencial para otimizar os recursos financeiros. Isso envolve considerar não apenas o custo direto do medicamento, mas também os custos relacionados a internações hospitalares evitáveis, complicações e monitoramento adicional. 04) Escolher, sempre que possível, entre os medicamentos de mesma ação farmacológica, um representante de cada categoria química ou com característica farmacocinética diferente, ou que possua característica farmacológica que represente vantagem no uso terapêutico. Podemos considerar aqui a forma de administração do medicamento (oral, injetável, tópica, etc.) que pode influenciar a adesão do paciente ao tratamento, a conveniência e a eficácia geral. 29GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 05) É importante considerar as interações potenciais com outros medicamentos que o paciente possa estar tomando. Medicamentos que têm menor probabilidade de interações significativas são preferíveis. 06) Avaliar se o medicamento é adequado para pacientes com certas condições médicas subjacentes e se existem contraindicações ou precauções específicas que devem ser consideradas. 07) Levar em consideração a experiência e o conhecimento da equipe médica e de enfermagem em relação ao uso do medicamento. Medicamentos familiares à equipe podem facilitar o manuseio e a administração correta. 08) Realizar a seleção de antimicrobianos em conjunto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, verificando a ecologia hospitalar quanto a microrganismos prevalentes, padrões de sensibilidade e selecionandoaqueles antimicrobianos que permitam suprir as necessidades terapêuticas (GOMES; REIS, 2000). A seleção de medicamentos envolve uma abordagem cuidadosa e bem informada, considerando uma variedade de fatores para garantir a qualidade dos cuidados de saúde e a segurança dos pacientes. 1.3 Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) A Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) é uma instância colegiada, multiprofissional, de natureza consultiva, deliberativa e educativa, de caráter permanente e de assessoria à Gerência de Atenção à Saúde. Ela é responsável pela condução do processo de seleção, padronização, utilização, acompanhamento e avaliação do uso dos medicamentos e produtos para saúde, bem como pelo desenvolvimento de ações para garantir o seu uso seguro, racional, eficaz e eficiente nos pacientes em ambiente hospitalar. Para auxiliar na criação de uma CFT, é fundamental a elaboração de um regimento interno, onde conste a composição, atribuições e responsabilidades, duração de mandato dos membros, critérios e controle na participação, avaliação e funcionamento geral. Recomenda-se que a CFT se reúna pelo menos seis vezes ao ano. A composição da Comissão de Farmácia e Terapêutica possui características multiprofissionais e depende da disponibilidade dos recursos humanos existentes na instituição. É importante contar com representantes que tenham autonomia de decisão. A comissão deve ser composta por um médico presidente, médicos representantes de acordo com as especialidades do hospital, um farmacêutico, um representante da enfermagem, um membro da comissão de controle de infecção hospitalar e um do 30GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 setor administrativo. O farmacêutico deve assumir a função de secretário da comissão. Quando necessário, a comissão poderá convidar assessores eventuais da comunidade intra-hospitalar ou externa. Compete à Comissão de Farmácia e Terapêutica as ações de assessoramento farmacoterapêutico, investigação científica e educação permanente. 01) Avaliação crítica das opções terapêuticas disponíveis para condições específicas, com base em evidências científicas de eficácia e segurança. 02) Estabelecimento de protocolos e diretrizes para o uso padronizado de medicamentos, ajudando a minimizar erros de medicação e melhorar a consistência na prática clínica. 03) Avaliação de novos medicamentos que chegam ao mercado, determinando sua inclusão no formulário terapêutico com base em critérios de eficácia, segurança e custo-benefício. 04) Acompanhamento do uso de medicamentos e avaliação de seu desempenho na prática clínica. Isso pode incluir a revisão de relatórios de eventos adversos, dados de monitoramento e revisões periódicas de eficácia. 05) Fornecimento de informações e treinamento para a equipe médica, de enfermagem e outros profissionais de saúde sobre o uso correto e seguro dos medicamentos. 06) Avaliação dos custos diretos e indiretos dos medicamentos, considerando o custo-benefício e a relação entre o valor clínico e os recursos financeiros. 07) Ações para promover o uso racional de medicamentos, incluindo a redução de prescrições desnecessárias e a conscientização sobre a importância da adesão do paciente ao tratamento. 08) Revisão de casos clínicos complexos para orientar a escolha de terapias apropriadas e fornecer uma abordagem colaborativa para o tratamento. 09) Manutenção de um formulário terapêutico atualizado, que lista os medicamentos aprovados para uso na instituição, juntamente com informações detalhadas sobre dosagens, vias de administração, interações medicamentosas, contraindicações e precauções. O formulário deve ser conciso, completo e de fácil consulta (GOMES; REIS, 2000). Outro ponto consiste na atualização a cada dois anos do Guia Farmacoterapêutico, seguindo as recomendações da OMS e do Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Ao implantar o sistema de formulário, o objetivo primário da CFT é garantir o uso racional de medicamentos e reduzir os custos sociais e institucionais. Estes dois objetivos, aparentemente conflitantes, representam um desafio para o sucesso da implementação do sistema do formulário. A difusão e o cumprimento da padronização de medicamentos 31GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 são atividades que devem ser incentivadas pelos serviços de farmácia. Uma ampla divulgação da revisão do formulário é importante para permitir que os profissionais do hospital enviem sugestões. Essas sugestões devem ser encaminhadas através do formulário de inclusão ou exclusão de medicamentos à secretaria da CFT (GOMES; REIS, 2000). O processo de seleção de medicamentos visa facilitar a escolha crítica de fármacos, promover a utilização racional de medicamentos e reduzir o custo da assistência farmacêutica (GOMES; REIS, 2000). 1.4 Centro de Informação de Medicamentos (CIM) O Centro de Informação de Medicamentos é o local onde se realiza a seleção, a análise e a avaliação das fontes de informação sobre medicamentos, permitindo a elaboração e a comunicação de informações corretas para os profissionais da saúde. Esses centros são geralmente administrados por profissionais de saúde, como farmacêuticos, e têm como objetivo fornecer informações confiáveis, baseadas em evidências e imparciais sobre medicamentos e terapias relacionadas para o uso racional de medicamentos. Suas mais relevantes funções são: • Promover a assistência terapêutica (farmacovigilância, análise farmacoeconômica, etc.); • Promover educação continuada (treinamento); • Informar aos profissionais da área da saúde dados importantes sobre os medicamentos. Os Centros de Informação de Medicamentos desempenham um papel vital na promoção da saúde e segurança dos pacientes, ajudando a reduzir erros de medicação, melhorar a adesão ao tratamento e fornecer informações confiáveis para tomada de decisões informadas. LOGÍSTICA DA AQUISIÇÃO, ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E CONTROLE DE ESTOQUE DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO HOSPITALAR 2 TÓPICO 32GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 A logística da aquisição, armazenamento, transporte e controle de estoque de medicamentos e materiais médico-hospitalares é uma área crítica na gestão de serviços de saúde. Cada etapa desse processo desempenha um papel fundamental na garantia da disponibilidade oportuna de insumos essenciais, contribuindo para a eficácia e eficiência dos cuidados prestados aos pacientes. 2.1 Aquisição, processos de compra e atribuição do farmacêutico A aquisição refere-se ao processo de obtenção de produtos farmacêuticos para atender às necessidades do hospital. Isso inclui medicamentos, dispositivos médicos, produtos de saúde e outros itens relacionados. A aquisição de produtos farmacêuticos, os processos de compra podem ser atribuições do farmacêutico. Eles envolvem a seleção adequada de produtos, a negociação com fornecedores, a compra de produtos necessários e a supervisão da qualidade e distribuição desses produtos. Aqui estão os detalhes sobre esses aspectos: • Identificar quais produtos são necessários, levando em consideração as demandas dos pacientes, o formulário terapêutico e as condições médicas tratadas. O controle de estoques é um dos componentes da gestão de materiais caracterizado por um subsistema incumbido de determinar “Quando” e “Quanto” comprar para uma aquisição adequada (GOMES; REIS, 2000). 33GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 Para que não haja falta ou sobra de medicamentos é recomendada a utilização dos conceitos de estoque mínimo e estoque máximo, evitando assim desabastecimentos, vencimentos ou compras emergenciais. O estoque mínimo oude segurança é uma quantidade de material reservada para suprir eventuais necessidades do sistema. O estoque máximo corresponde a soma do estoque mínimo e do lote de compra. • Identificar fornecedores confiáveis que possam fornecer os produtos necessários. Isso pode envolver pesquisas, análise de mercado e avaliação da reputação dos fornecedores. • Solicitar cotações ou propostas de fornecedores para os produtos necessários, detalhando as especificações e quantidades desejadas. • Analisar as propostas recebidas, considerando não apenas o preço, mas também a qualidade, os prazos de entrega e outros fatores relevantes. • Negociar os termos e condições com os fornecedores selecionados para obter as melhores ofertas possíveis. • Com base na análise das propostas e nas negociações, tomar a decisão de comprar os produtos de um fornecedor específico. O farmacêutico desempenha um papel fundamental em todo o processo de aquisição e compra, através da seleção de medicamentos, considerando as melhores opções terapêuticas com base nas evidências científicas, garantindo que os produtos atendam aos padrões de qualidade e segurança necessários. 2.2 Armazenamento O armazenamento adequado dos medicamentos é fundamental para manter a qualidade, a eficácia e a segurança dos produtos farmacêuticos. O mau armazenamento pode levar à deterioração dos medicamentos, reduzindo sua eficácia e potencialmente causando riscos à saúde dos pacientes. De acordo com o manual de Boas Práticas para Estocagem de Medicamentos (BRASIL, 1990), com o Guia Básico para a Farmácia Hospitalar (BRASIL, 1994) e com as Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2009), todos os produtos devem ser armazenados obedecendo às condições técnicas ideais de luminosidade, temperatura e umidade, com o objetivo de garantir a manutenção das características e da qualidade necessárias à correta utilização. Os medicamentos devem ser organizados para garantir as características físico-químicas e a observação do prazo de validade. 34GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 A guarda e estocagem de medicamentos devem ser realizadas de forma organizada e em condições que garantam a preservação de sua estabilidade e qualidade, protegendo- os contra possíveis alterações físico-químicas e microbiológicas. (GOMES; REIS, 2000). 2.3 Central de Abastecimento Farmacêutica (CAF) A Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) é a unidade de assistência farmacêutica responsável pela guarda de medicamentos e correlatos, onde são realizadas atividades relacionadas à sua correta recepção, estocagem e distribuição. Além da armazenagem, a CAF também é responsável pela distribuição de medicamentos, ou seja, abastece as unidades de saúde com medicamentos em quantidade, qualidade e tempo oportuno para posterior dispensação à população usuária. A CAF exerce as seguintes atividades operacionais e de planejamento: receber os produtos comprados acompanhados das notas fiscais e conferi-los, realizar o lançamento de entrada no sistema próprio do hospital e garantir a correta guarda de cada produto. Receber os pedidos de reposição da Farmácia central, promovendo a separação, distribuição e registro de saída. Conservar os medicamentos em condições seguras, preservando a qualidade e permitindo o uso do sistema PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair, considerando a data de validade) para movimentação. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS3 TÓPICO 35GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 Os sistemas de distribuição de medicamentos são estratégias e processos organizados que garantem que os medicamentos sejam entregues de forma eficiente, segura e oportuna aos pacientes ou unidades de internação que precisam deles. Esses sistemas são projetados para otimizar a logística e minimizar erros, garantindo que os medicamentos corretos sejam entregues às pessoas certas no momento certo. Um sistema de distribuição de medicamentos deve ser racional, eficiente, econômico, seguro e deve estar de acordo com o esquema terapêutico prescrito. Quanto maior a eficácia do sistema de distribuição, mais garantido será o sucesso da terapêutica e da profilaxia instituídas no hospital. Podemos classificar os sistemas de dispensação de medicamentos nos seguintes tipos: • Coletivo; • Individualizado; • Dose unitária; • Misto (quando, no mesmo hospital, adota-se mais de um tipo de sistema). Em qualquer um dos sistemas, se houver farmácia satélite, o mesmo será considerado como descentralizado e quando não houver centralizado (GOMES; REIS, 2000). Para selecionar o sistema que mais se adapta às condições do hospital, é essencial conhecer o fundamento de cada um deles. O importante é ter em mente que o sistema a ser implantado dependerá do setor e do tipo de paciente aos quais se destina a medicação. 36GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 3.1 Sistema de Dispensação de Medicamentos por Dose Coletiva - SDMDC O sistema coletivo se caracteriza, principalmente, pelo fato de os medicamentos serem distribuídos por unidade de internação a partir de uma solicitação da enfermagem, implicando a formação de um estoque nas unidades assistenciais. Nesse sistema, a farmácia não tem conhecimento para quem o medicamento está sendo dispensado, por qual motivo está sendo solicitado e o tempo de tratamento. Nesse contexto, a assistência ao paciente fica prejudicada, pois não ocorre a avaliação das prescrições pelo farmacêutico, tornando a farmácia um mero repassador de medicamentos. FIGURA 01: SISTEMA COLETIVO Fonte: Adaptado de REIS (2003). 3.1.1 Vantagens do Sistema Coletivo: • Enfermeiros economizam tempo ao administrar doses, pois há facilidade de acesso aos medicamentos para uso imediato; • Pouco volume de requisições e prescrições na farmácia; • Recursos humanos e infraestrutura da farmácia reduzidos; • O sistema de dose coletiva é eficiente para grupos de pacientes com horários de medicação semelhantes, reduzindo o tempo gasto na preparação individual de doses. Facilita a coordenação das medicações em um ambiente hospitalar, especialmente quando há muitos pacientes e horários a serem gerenciados. 3.1.2 Desvantagens do Sistema Coletivo: • Ausência do farmacêutico na equipe de saúde, acarretando a falta de revisão das prescrições pelo mesmo. 37GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 • Aumento do potencial de erros de medicação (doses, formas farmacêuticas, horários de administração etc.). • Perdas econômicas decorrentes da falta de controle: estoques espalhados pelo hospital e sem controle; perda do medicamento por validade; acondicionamento não adequado dos medicamentos; facilidade de desvio e/ou troca de medicamento de um paciente para outro; possibilidade de contaminação; tempo excessivo gasto pela enfermagem para separar a medicação, em vez de dar assistência aos pacientes. • Impossibilidade de um real faturamento dos gastos do paciente; • Alto custo institucional. As muitas falhas do sistema coletivo de dispensação resultam do fato de a assistência farmacêutica ser praticamente nula e de o serviço de enfermagem acabar assumindo o papel da farmácia. 3.2 Sistema de Dispensação de Medicamentos por dose Individual-SDMI O sistema de dispensação de medicamentos por dose individual é um método em que cada paciente recebe suas doses de medicamentos de forma separada e individualizada, geralmente por um período de 24 horas, com base nas prescrições médicas específicas para cada pessoa. Esse sistema já apresenta mais vantagens que o anterior, desde que o farmacêutico participe do processo. No entanto, ainda há falhas a serem sanadas.As prescrições chegam à farmácia de diversas formas tais como: cópia carbonada da prescrição, prescrição por fotocópia, prescrição informatizada e sistema de radiofrequência interligando computadores e leitores ópticos. FIGURA 02: SISTEMA INDIVIDUALIZADO Fonte: Adaptado de REIS (2003). 38GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 3.2.1 Vantagens do Sistema Individualizado: • Redução de estoques periféricos nos setores; • Diminuição do número de erros quanto à medicação; a personalização reduz significativamente o risco de erros de dosagem e de administração; • Possibilidade de devolução à farmácia do que não foi utilizado; • Redução do tempo gasto pela enfermagem na separação dos medicamentos por paciente (apesar de ter que separar as doses); • Atuação do profissional farmacêutico; • Cada paciente recebe a dose exata de medicamentos prescrita pelo médico, adaptada às suas necessidades individuais; • Proporciona um controle mais rigoroso sobre os medicamentos administrados a cada paciente. Auxiliando no real faturamento dos gastos do paciente. 3.2.2 Desvantagens do Sistema Individualizado: • O potencial de erros com medicamentos ainda é alto; • A preparação individualizada pode requerer mais tempo e recursos do que sistemas de dose coletiva; • Em ambientes com muitos pacientes, a preparação individual pode se tornar complexa e desafiadora; • Existem alguns aspectos que, embora possam ser considerados desvantagens pela administração do hospital, são, do ponto de vista técnico, essenciais à melhoria de todo o sistema de dispensação. São eles: ◦ aumento de recursos humanos e de infraestrutura da farmácia; ◦ investimento inicial (com maquinário, como computadores, máquina de código de barras, seladoras, etc.); ◦ aumento das atividades da farmácia; ◦ funcionamento ininterrupto (24 horas) da farmácia. O que foi descrito até aqui evidencia que o sistema individualizado representa um avanço na conquista de garantia e segurança quanto à prescrição. Por isso, muitos farmacêuticos optam por esse sistema antes de implantar a dose unitária, sistema descrito a seguir. Atualmente, o sistema de dose unitária é o que mais responde aos objetivos da dispensação: racionalidade, eficiência, economia e segurança. 39GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 3.3 Sistema de Dispensação de Medicamentos por Dose Unitária- SDMDU No sistema de dispensação de dose unitária, os medicamentos são dispensados individualmente, de acordo com as prescrições médicas, nas doses corretas, e são acondicionados em tiras plásticas lacradas com o nome e o leito do paciente, contendo o horário de administração. Dessa forma, a medicação é entregue ao paciente correto, na dose adequada e no horário determinado. FIGURA 03: EXEMPLO DE TIRA DE DOSE UNITÁRIA JÁ CONFECCIONADA Fonte: Uma abordagem em Farmácia Hospitalar (2003) Esse sistema é projetado para garantir a precisão, a segurança e a eficácia na administração de medicamentos, além de racionalizar a terapêutica, diminuindo custos sem reduzir a qualidade da dispensação. Um serviço que adote o sistema de dose unitária propriamente dito deve distribuir todos os medicamentos, em todas as formas farmacêuticas, prontos para uso sem necessidade de transferência ou cálculos por parte da enfermagem. Para isso, é necessário um alto investimento inicial para aquisição de materiais e equipamentos específicos para implantação de uma central de preparações estéreis, o que muitas vezes não é viável. 40GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 FIGURA 04: DOSE UNITÁRIA Fonte: Adaptado de REIS (2003). 3.3.1 Vantagens do Sistema Unitário: • Ausência de estoques periféricos; • Reduz significativamente o potencial risco de erros de dosagem e de administração, melhorando a segurança do médico, enfermagem e, sobretudo, do paciente; • Atuação efetiva e dinâmica do profissional farmacêutico; Conheça como é realizado o sistema de Distribuição de medicamentos por dose unitária, na prática: Para saber mais acesse: https://www.youtube.com/watch?v=XS6iY9DJyDA https://www.youtube.com/watch?v=XS6iY9DJyDA 41GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 • Maior devolução dos medicamentos não administrados à farmácia; • Redução do tempo gasto pela enfermagem para separar medicação; • Redução de custos com medicamentos pelo maior controle de estoque e faturamento. 3.3.2 Desvantagens do Sistema Unitário: • Aumento de recursos humanos, infraestrutura da farmácia e das atividades na farmácia; • Investimento necessário ao início do sistema; • Exige comunicação eficaz entre médicos, farmacêuticos e profissionais de saúde para garantir a precisão das prescrições e das embalagens; • Aquisição de materiais e equipamentos especializados. Do ponto de vista técnico, as aparentes desvantagens seriam, na realidade, condições necessárias à adequação e melhoria do sistema, ou seja, as ditas “desvantagens” acabam compensadas pela amplitude de resultados positivos. Finalizando, é importante entender o sistema de dose unitária como uma linha de produção, na qual todos os passos são minuciosamente acompanhados, controlados e conferidos pelo farmacêutico, garantindo a eficiência operativa e a segurança do paciente. A implementação desse sistema requer uma organização cuidadosa e uma colaboração eficaz entre todas as partes envolvidas. 3.4 Sistema Combinado ou misto O sistema combinado ou misto de dispensação de medicamentos é uma abordagem que combina elementos de diferentes métodos de distribuição de medicamentos para atender às necessidades específicas do hospital. Esse sistema é projetado para maximizar a eficiência, a segurança e a flexibilidade na administração de medicamentos, aproveitando as vantagens de diferentes abordagens. Pode envolver a combinação de sistemas, como dose individual, dose coletiva ou outros, de acordo com a complexidade da situação. Nesse sistema, a farmácia distribui medicamentos através de solicitações e outros por cópia da prescrição médica; portanto, parte do sistema é coletivo e parte é individualizada. 3.5 Sistema de distribuição centralizado e descentralizado No sistema centralizado, a distribuição está concentrada em uma única área física e atende a todas as unidades assistenciais do hospital. Já no sistema descentralizado, existem mais de uma unidade de distribuição situada em locais estratégicos, como blocos cirúrgicos e unidades de terapia intensiva, que possuem uma demanda diferenciada de medicamentos. Essas unidades são denominadas farmácias satélites e estão vinculadas à farmácia central por normas, rotinas operacionais e técnicas. 42GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 Resumo: “A implantação de procedimentos racionalizados, como é o caso do SDMDU, vem trazendo benefícios consideráveis, seja na administração de medicamentos, na planilha de custos dos remédios e a própria prevenção das infecções hospitalares.” (CONTROLE DE INFECÇÃO, 1996, p. 01). O texto aborda a implementação do Sistema de Dispensação de Medicamentos em Dose Unitária (SDMDU) nos hospitais, destacando seus potenciais benefícios e desafios. O SDMDU visa otimizar a administração de medicamentos, reduzir custos e prevenir infecções hospitalares. No entanto, para que essa implementação seja eficaz, é essencial que os profissionais envolvidos estejam preparados para as mudanças. Uma questão importante levantada é a responsabilidade no preparo de medicamentos, que tradicionalmente é atribuída aos auxiliares de enfermagem. Com a adoção do SDMDU, essa responsabilidade é transferida para os auxiliares de farmácia, levantando preocupações sobre sua formação eregulamentação profissional. O texto ressalta que a implementação do SDMDU não garante necessariamente a redução de erros de medicação, especialmente devido à disparidade no preparo de medicamentos entre enfermeiros e farmacêuticos. É necessário investir em recursos físicos, humanos e infraestrutura, além do envolvimento conjunto de enfermeiros e farmacêuticos na implementação do sistema para garantir a qualidade da assistência aos pacientes. Além disso, são discutidos os custos associados à adoção do SDMDU, considerados desvantagens pelo Ministério da Saúde devido aos investimentos significativos necessários. No entanto, argumenta-se que esses custos são justificados pela melhoria da qualidade da assistência e pela redução de desperdícios e perdas de medicamentos. Por fim, destaca-se a importância da integração do profissional farmacêutico à equipe de saúde no contexto do SDMDU, enfatizando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para garantir o benefício ao paciente, sem comprometer a visão holística do cuidado. Fonte: COIMBRA, Jorséli Angela Henriques et al. Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária: Reflexões para a Prática da Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, [Revista Latino- Americana de Enfermagem], v. 68, n. 2, p. 309-317, Mar/Abr 2015. Disponível em: <https://www.scielo. br/j/rlae/a/H4y3bp6gYPnkxzQQHQwTQSf/>. Acesso em: [25 de janeiro 2024]. https://www.scielo.br/j/rlae/a/H4y3bp6gYPnkxzQQHQwTQSf/ https://www.scielo.br/j/rlae/a/H4y3bp6gYPnkxzQQHQwTQSf/ 43GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 Vencemos mais uma etapa de nossa disciplina de Farmácia Hospitalar. Aqui, foi possível perceber a importância da presença do profissional farmacêutico não apenas à frente da farmácia hospitalar, mas também como membro das comissões existentes no hospital. Observamos, ainda, que é necessário demonstrar, por meio de atitudes como a seleção cuidadosa, aquisição correta e armazenamento adequado de medicamentos, a verdadeira função e a importância essencial da assistência farmacêutica dentro de um estabelecimento hospitalar. Por fim, concluímos nesta etapa que, dependendo do sistema de distribuição de materiais e medicamentos escolhido dentro de um hospital para atender suas unidades assistenciais e/ou pacientes, isso implicará diretamente nas funções desenvolvidas pelo farmacêutico e no setor administrativo e financeiro do hospital. No entanto, nunca podemos esquecer nossa responsabilidade de entregar um trabalho de qualidade, sempre prezando pela promoção da segurança, saúde e bem-estar do paciente. CONSIDERAÇÕES FINAIS 44GESTÃO DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES: SELEÇÃO, LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO EFICIENTE UNIDADE 2 MATERIAL COMPLEMENTAR FILME/VÍDEO • Título: A Indústria da AIDS • Ano: 2012. • Sinopse: Por muitos anos, a indústria farmacêutica e os governos ocidentais bloquearam o acesso a baixo custo de medicamentos contra a AIDS. Este documentário lança um olhar sobre a geopolítica da medicina com um foco particular nos direitos humanos, do acesso aos medicamentos nos países em desenvolvimento e da luta para garantir o tratamento do HIV, sobretudo na África. LIVRO • Título: Medicina Dos Horrores: A História De Joseph Lister, O Homem Que Revolucionou O Apavorante Mundo Das Cirurgias Do Século XIX • Autor: Lindsey Fitzharris (Autor), Vera Ribeiro (Tradutor). • Editora: Intrínseca. • Sinopse: Em Medicina dos horrores, a historiadora Lindsey Fitzharris narra como era o chocante mundo da cirurgia do século XIX, que estava às vésperas de uma profunda transformação. A autora evoca os primeiros anfiteatros de operações ― lugares abafados onde os procedimentos eram feitos diante de plateias lotadas ― e cirurgiões pioneiros, cujo ofício era saudado não pela precisão, mas pela velocidade e pela força bruta, uma vez que não havia anestesia. Não à toa, os mais célebres cirurgiões da época eram capazes de amputar uma perna em menos de trinta segundos. Trabalhando sem luvas e sem qualquer cuidado com a higiene básica, esses profissionais, alheios à existência de micro-organismos, ficavam perplexos com as infecções pós-operatórias, o que mantinha as taxas de mortalidade implacavelmente elevadas. É nesse cenário, em que se considerava mais provável um homem sobreviver à guerra do que ao hospital, que emerge a figura de Joseph Lister, um jovem médico que desvendaria esse enigma mortal e mudaria o curso da história. Concentrando-se no tumultuado período entre 1850 e 1875, a autora nos apresenta Lister e seus contemporâneos e nos conduz por imundas escolas de medicina, os sórdidos hospitais onde eles aprimoravam sua arte, as “casas da morte” onde estudavam anatomia e os cemitérios, que eles, volta e meia, invadiam para roubar cadáveres. Chocante e revelador, Medicina dos horrores celebra o triunfo de um visionário, cuja busca para atribuir um caráter científico à medicina terminou por salvar milhões de vidas. https://www.amazon.com.br/Lindsey-Fitzharris/e/B06VWMDL4M/ref=dp_byline_cont_book_1 https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Vera+Ribeiro&text=Vera+Ribeiro&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Abastecimento e gerenciamento de materiais e medicamentos; • Terapia Antineoplásica: Quimioterapia; • Terapia Nutricional Parenteral; • Terapia Nutricional Enteral; • Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica. Objetivos da Aprendizagem • Compreender de que forma é realizada o abastecimento e gerenciamento de materiais e medicamentos dentro do ambiente hospitalar. • Conceituar os tipos de terapias que podemos realizar dentro da farmácia hospitalar. • Conhecer a farmácia clínica, onde o farmacêutico é o profissional que está inserido no cuidado ao paciente em prol da melhoria da qualidade de vida, através do acompanhamento no uso correto de seus medicamentos, visando, assim, promoção a saúde. Professor(a) Esp. Simone do Carmo Ropelatto Abreu GESTÃO INTEGRAL GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS MEDICAMENTOS HOSPITALARES: HOSPITALARES: ENFOQUE EM ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO FARMACÊUTICO AVANÇADOAVANÇADO UNIDADEUNIDADE 3 46GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 INTRODUÇÃO Olá, prezado (a) aluno (a)! Estamos nos aproximando do final desta maravilhosa jornada pelo mundo da farmácia hospitalar, e esta é a nossa última unidade. Tendo em vista que, neste momento, você já está familiarizado (a) com o conceito e a importância de ser um excelente farmacêutico(a) hospitalar, tenho certeza de que está cada vez mais apaixonado (a) por essa área da farmácia. Agora, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre a atuação do farmacêutico no hospital. Na unidade anterior, discutimos as atribuições do farmacêutico nos processos de seleção, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos, com o objetivode garantir que os produtos sejam utilizados com qualidade, visando assegurar a segurança e a qualidade do cuidado prestado ao paciente. Nesta unidade, você verá a relevância do papel que o profissional farmacêutico desempenha durante o abastecimento e o gerenciamento de materiais e medicamentos. Além disso, observará que cabe ao farmacêutico hospitalar a manipulação de fórmulas quimioterápicas, parenterais e enterais, proporcionando medicamentos com segurança e qualidade, adaptados às necessidades da população atendida. Para concluir, serão apresentadas mais duas atividades que o farmacêutico realiza dentro do ambiente hospitalar: a atenção farmacêutica e a farmácia clínica. Essas abordagens são fundamentais e interrelacionadas na prática farmacêutica. Através de um trabalho de cuidado personalizado, centrado no paciente e adaptado às suas necessidades, visam melhorar a qualidade da assistência farmacêutica e promover o uso seguro e eficaz dos medicamentos pelos pacientes. Bons Estudos ABASTECIMENTO E GERENCIAMENTO DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS1 TÓPICO 47GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 Os medicamentos comprometem de 5% a 20% do orçamento do hospital. Além do aspecto econômico, a preocupação com a qualidade é essencial, pois o paciente tem direito a uma assistência de qualidade independente da situação financeira do hospital. No que se refere às atividades de logística, o farmacêutico é o responsável legal por todo o fluxo do medicamento dentro da unidade hospitalar e realiza suas ações com base no planejamento, implementação e controle eficiente, correto custo, armazenagem de materiais médico-hospitalares, medicamentos e outros materiais, e a elaboração de normas e controles que garantam a sistemática da distribuição e a qualificação de fornecedores. A logística farmacêutica é fundamental para o funcionamento da unidade hospitalar, de modo a poder preservar a vida e/ou restaurar a saúde dos pacientes com qualidade desejável, baixo custo e retorno satisfatório para a instituição (MANZO et al., 2012, p. 46). 1.1 Segmentos do Gerenciamento de estoques de materiais O gerenciamento visa satisfazer as necessidades assistenciais do hospital, sendo responsável pela coordenação e conciliação dos interesses dos profissionais de saúde, da área econômica e financeira do hospital, além dos fornecedores. Dentro do segmento temos dois pontos importantes, a normalização e o controle de estoque. 1.1.1 Normalização A normalização refere-se à padronização de processos e práticas para garantir a qualidade, segurança e eficiência dos serviços de saúde. Compreende as funções de padronização, especificação, classificação e codificação. 48GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 • A padronização de materiais e medicamentos, como já vimos na unidade anterior, é um processo essencial em ambientes hospitalares, onde há a necessidade de administrar e gerenciar uma variedade de medicamentos de maneira consistente, segura e eficaz. Ela envolve a seleção de medicamentos específicos para tratamentos comuns e a criação de protocolos ou diretrizes para o uso desses. Isso ajuda a minimizar erros, garantir a segurança dos pacientes e facilitar o treinamento de profissionais de saúde, lembrando que é um processo dinâmico, contínuo, multidisciplinar e participativo. A padronização facilita o processo de aquisição, armazenamento, distribuição e controle de estoque, pois reduz a quantidade de itens. • A especificação é feita após a seleção, devemos elaborar uma correta especificação do item, através de uma descrição objetiva. Nessa especificação devemos incluir: dosagem, forma farmacêutica, volume e/ou peso e nomenclatura do fármaco, levando em conta a DCB (Denominação Comum Brasileira). • A classificação visa eleger critérios para agrupamentos e posterior codificação. Vale lembrar que demos usar uma classificação simples e atinja todos os itens. • A codificação refere-se à atribuição de códigos únicos, que são usados para identificar, rastrear e gerenciar medicamentos ao longo de todo o ciclo, desde o armazenamento até a administração aos pacientes. A codificação de medicamentos é uma parte fundamental da gestão de medicamentos em hospitais, uma vez que ajuda a evitar erros, rastrear estoques e garantir a segurança dos pacientes. É importante que os sistemas de codificação de medicamentos sejam integrados aos processos hospitalares e que os profissionais de saúde sejam devidamente treinados para utilizar esses sistemas de forma eficaz. A codificação de medicamentos é uma medida essencial para melhorar a eficiência e a segurança nos cuidados de saúde. 1.1.2 Controle de Estoque O controle de estoque se caracteriza por dois questionamentos “Quando” e “Quanto” comprar para uma aquisição adequada. A quantidade correta e necessária a ser comprada é obtida através da média aritmética móvel aliada ao estoque de segurança e análise ABC de valor. • A média aritmética móvel, também conhecida como média móvel simples, é uma técnica estatística usada para suavizar séries temporais e reduzir o impacto de flutuações de curto prazo. É o método mais utilizado para previsão de estoques no meio hospitalar. A ideia por trás da média móvel aritmética é calcular uma média dos valores de uma série, considerando um intervalo de tempo definido. 49GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 A fórmula da média móvel aritmética é simples: • CMM = consumo médio mensal; • n = número de meses Fonte: Gomes; Reis (2000, p. 50). Nessa fórmula, “n” representa o n*úmero de períodos (meses) que estão sendo considerados para calcular a média. Os valores mais antigos são substituídos pelos mais recentes à medida que novo*s dados estão disponíveis, daí o termo “móvel”. • Estoque de Segurança, também conhecido como estoque de reserva ou estoque mínimo, é uma quantidade adicional de produtos ou materiais que devemos manter em estoque para enfrentar incertezas na demanda, flutuações na produção ou atrasos nas entregas. Ele serve para evitar que a empresa fique sem produtos quando ocorrem eventos imprevistos. O estoque de segurança depende do consumo, do tempo de abastecimento e da classificação ABC do produto. O consumo utilizado para esta determinação é geralmente representado pela média móvel. O tempo de abastecimento, levamos em conta o intervalo de tempo que vai desde o início do interno de compra, incluindo a emissão do pedido, até a chegada do material no local de armazenamento. • Curva ABC, também conhecida como Curva ABC de Pareto, é uma técnica de gerenciamento de estoque, compras e gestão de recursos que classifica itens em categorias com base em seu valor ou importância relativa. Vilfredro Pareto nascido em Paris, dedicou-se a estudos sobre a distribuição de renda, percebendo que a riqueza não acontecia de maneira uniforme, mas que 80% dela se concentrava nas mãos de uma população de 20%. Após a Segunda Guerra Mundial, a General Electric veio a comprovar a aplicabilidade do método de Pareto, utilizando-se da sua famosa teoria 80-20. Desde então a curva de Pareto tornou-se uma ferramenta assediada quanto ao controle e gerenciamento, posto que possibilita a divisão de itens em categorias “A, B e C em função da representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos em estoque”, segundo Maia Neto (2005). 50GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 Curva ABC de Pareto, a qual está dividida em três distintas classes assim distribuídas: na Classe A constam os itens de alto valor de consumo ou alta importância; embora essesitens geralmente correspondam a uma pequena porcentagem do número total de itens em estoque, eles podem representar uma grande parte do valor monetário total. Na Classe B estão os itens que possuem um valor de consumo intermediário ou média importância e na Classe C estão, evidentemente, os itens cujo valor é baixo, ou menor. Eles geralmente representam uma grande porcentagem do número total de itens em estoque, mas seu valor monetário é relativamente baixo. FIGURA 01: CURVA ABC Fonte: GOMES (2023) A Curva de Pareto, portanto, funciona sob os critérios por ele traçados, nos quais os 20% dos itens da Classe A não devem ultrapassar 50% dos custos totais de investimento. Já na Classe B, 30% dos itens não devem transpor 30% dos custos totais e na Classe C, 50% dos itens, não devem ser superior a 20% dos custos totais. TERAPIA ANTINEOPLÁSICA: QUIMIOTERAPIA2 TÓPICO 51GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 Atualmente, os cânceres já rivalizam com as doenças cardíacas como patologias que mais produzem óbitos e diminuem a qualidade de vida da sociedade. O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento descontrolado e anormal de células no corpo. Essas células anômalas podem se acumular para formar massas de tecido chamadas tumores. O câncer é uma doença complexa e desafiadora, mas avanços na pesquisa e no tratamento têm melhorado as perspectivas de muitos pacientes. O preparo, a administração e a eliminação dos dejetos de agentes quimioterápicos requerem uma prática altamente especializada e conhecimentos técnicos de profissionais farmacêuticos. Existem várias modalidades de tratamento antineoplásico, e a escolha do tratamento depende do tipo de câncer, do estágio da doença, da saúde geral do paciente e de outros fatores individuais. Podendo ser as intervenções cirúrgicas, radioterapia, imunoterapia e quimioterapia, podem ser usadas de forma isolada ou associadas entre elas. Atualmente o recurso mais utilizado é a quimioterapia, a qual utiliza os medicamentos antineoplásicos, através de protocolos de um ou mais medicamentos, dependendo do tipo e estágio do tumor. 2.1 Medicamentos Antineoplásicos São agentes químicos utilizados no tratamento do câncer para inibir o crescimento celular, atuando sobre as moléculas que controlam a divisão e o desenvolvimento das células. O grupo farmacológico dos antineoplásicos inclui vários agentes que atuam por 52GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 mecanismos complexos, através de interações deste com DNA, RNA e proteínas. Os pacientes expostos a esses medicamentos podem apresentar reações adversas como náuseas, vômitos, alopecia, hiperpigmentação, reações cutâneas e efeitos tóxicos em diversos órgãos: coração, rins e pulmão. (GOMES; REIS, 2000). A classificação dos antineoplásicos é forma empírica, levando-se em conta o mecanismo de ação sobre o ciclo de reprodução celular. São os grupos: alquilantes, antimetabólicos, antibióticos, agentes naturais e agentes diversos. A eficácia dos fármacos antineoplásicos é alcançada mediante seu potencial citotóxico. Isto indica que pequenas variações de doses podem gerar graves danos ao paciente. Muito frequentemente, as dosagens de quimioterapia são calculadas em relação à área de superfície corporal, expressas em miligramas por metro quadrado, com base no peso e na altura do paciente. Devemos lembrar que os pacientes portadores de câncer, são imunossuprimidos, quer pela doença de base ou pelo fármaco que lhe é administrado. Dessa forma, a utilização de uma técnica rigorosamente asséptica para o preparo das soluções parenterais é de extrema importância para evitar quadros de infecção e sepse. O farmacêutico é responsável pela preparação segura e precisa de medicamentos antineoplásicos. Isso envolve a mistura de medicamentos, que podem ser prescritos simultaneamente, cálculos de dosagens, possíveis interações medicamentosas e garantia de que os medicamentos sejam administrados de acordo com os protocolos de tratamento. A quimioterapia pode ser administrada de forma sistêmica ou através de métodos regionais de liberação. A abordagem sistêmica envolve a administração da quimioterapia por via oral, intravenosa, subcutânea, intramuscular ou intraóssea. Já a quimioterapia regional é realizada pela liberação direta da droga nos vasos sanguíneos que irrigam o tumor ou na cavidade onde o tumor está localizado. Todo medicamento quimioterápico deve ser manipulado somente por profissionais treinados e em área individualizada e centralizada, para minimizar interrupções e riscos de contaminação. As drogas devem ser manipuladas em cabines de fluxo laminar de segurança biológica classe II (vertical), com exaustão para o exterior se possível. O fluxo deve ficar ligado sete dias por semana e 24 horas por dia, devendo sofrer manutenções periódicas conforme orientação do fabricante. Todas as conexões e desconexões dos infusores (seringas e equipos) com as misturas devem ser realizadas dentro do fluxo laminar. 53GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 Devem-se utilizar filtros de aerossolização durante a reconstituição e a manipulação dos agentes quimioterápicos. Uma vez manipulada, a mistura deve ser rotulada imediatamente, com as recomendações de segurança, informações sobre a droga, estabilidade e condições de armazenamento. Conheça como é realizado o processo de manipulação de uma bolsa antineoplásica: Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=q4fmplpxlgo https://www.youtube.com/watch?v=q4fmplpxlgo TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL3 TÓPICO 54GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 A terapia nutricional parenteral (TNP) é uma forma de fornecer nutrientes diretamente na corrente sanguínea quando o trato gastrointestinal não pode ser utilizado adequadamente para a absorção de nutrientes. Essa forma de nutrição é utilizada em pacientes que não conseguem comer ou absorver adequadamente os nutrientes pelos métodos normais, devido a condições médicas graves. A terapia nutricional parenteral é administrada através de via central ou periférica. A TNP Central é de alta osmolaridade, portanto requer, para infusão, uma veia de grande diâmetro, com grande fluxo sanguíneo, que chega diretamente ao coração, para evitar dor, tromboflebite e hemólise. Não é muito preocupante a toxicidade cardíaca resultante da veia cava superior de soluções contendo altas concentrações de glicose e eletrólitos, pois estas soluções são rapidamente diluídas pelo alto fluxo sanguíneo. A TNP Periférica é administrada através de uma veia menor, geralmente na mão ou antebraço. Pelo acesso venoso periférico, podem ser administradas apenas soluções hipotônicas e hiposmolares, a fim de evitar flebites e outras complicações mecânicas e metabólicas. A solução nutricional parenteral é formulada especificamente para atender às necessidades nutricionais do paciente e pode incluir oligoelementos, carboidratos, gorduras, eletrólitos, vitaminas, aminoácidos e minerais. A prescrição inicial é baseada nas necessidades calórico-proteicas do paciente e nas metas do suporte nutricional. Existem indicações especiais para a nutrição parenteral, cabendo sua avaliação ao médico e à equipe de suporte nutricional; exemplos incluem: fístulas, insuficiência renal aguda (IRA), insuficiência cardíaca, insuficiência 55GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 hepática, situações especiais de pré e pós-operatório. Vale salientar que para cada caso deve seravaliada a prescrição de cada componente nutricional. A administração de TNP requer supervisão médica e monitoramento constante, uma vez que a administração inadequada pode resultar em complicações sérias, como infecções, desequilíbrios eletrolíticos e glicêmicos ou problemas hepáticos. É muito importante que o farmacêutico hospitalar saiba avaliar a viabilidade da manipulação de misturas parenterais no hospital onde atua. Para isso, deve realizar um estudo da demanda de prescrições de nutrições parenterais, paralelamente às prioridades de melhorias na administração. Portanto, deve levar em conta o custo/benefício, tanto para o hospital como para o paciente. Se a opção for pela terceirização do serviço, a equipe de suporte nutricional deve escolher um fornecedor que manipule as misturas de modo idôneo e correto. Para escolher um laboratório terceirizado de qualidade, devem- se empreender visitas a diferentes locais, realizar uma cotação de preços, analisar como serão transportadas as nutrições parenterais, verificar se o manipulador é um farmacêutico, entre outros aspectos. No entanto, se o hospital optar pela implantação da manipulação das nutrições parenterais, deve ser feita uma adequação da área, além do investimento inicial de recursos humanos, que deverão ser treinados para esse fim. Um dos itens essenciais ao processo de implantação é a capela de fluxo laminar com o filtro HEPA (High Efficiency Particulate Air), um filtro de alta eficiência que retém bactérias, além de conter um pré-filtro para partículas maiores, como poeiras. Basicamente, há três funções da cabine: manter o ar da sala limpo, manter um fluxo constante de ar e manter o ar da sala de preparo livre dos contaminantes liberados pelos produtos manipulados. As cabines devem estar continuamente ligadas, mas, caso sejam desligadas, devem ser postas em funcionamento pelo menos 30 minutos antes de as preparações serem iniciadas. Devem ser inspecionadas a cada período de seis meses para garantir a integridade do filtro HEPA. Os pré-filtros devem ser trocados mensalmente. É fundamental que o preparo e a manipulação das nutrições parenterais sejam executados por profissionais devidamente treinados, habilitados e com conhecimentos de assepsia, antissepsia e das múltiplas possibilidades de incompatibilidades e instabilidades físico-químicas. Ao entrar na área limpa, o manipulador deve estar paramentado com gorro, máscara e avental que não liberem partículas ao ambiente. No período de armazenamento, a integridade das soluções de NP pode ser comprometida se o tipo de solução, as condições de envasamento, as características dos aditivos e o local de armazenamento não forem observadas com atenção. 56GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 As soluções completas de NPT podem ser rotineiramente armazenadas em temperatura de 2 a 4oC, por um período de 24 horas ou, quando não houver adição de vitaminas, por até 72 horas. Deve-se estar sempre atento à cor da solução, à presença de corpos estranhos e à transparência das soluções parenterais, pois podem ocorrer, durante o armazenamento, reações de incompatibilidade, com formação de cristais, precipitação e alteração na coloração. Conheça como é realizado o processo de manipulação nutrição parenteral: Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=nqpMvoViMOM https://www.youtube.com/watch?v=nqpMvoViMOM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL4 TÓPICO 57GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 A terapia nutricional enteral é um método de fornecer nutrientes diretamente no trato gastrointestinal quando um paciente não pode obter nutrição adequada por via oral, mas o trato gastrointestinal ainda é funcional o suficiente para absorver os nutrientes. Este tipo de terapia envolve a administração de uma fórmula líquida balanceada contendo proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais. Utilizamos alguns critérios para a seleção da nutrição enteral: doença de base do paciente, idade, requerimento calórico imposto pela situação metabólica do momento, necessidades específicas de nutrientes, capacidade digestiva e absortiva, apresentação de nutrientes, conteúdo de lactose, osmolaridade, consistência, viscosidade, diluição, disponibilidade financeira do hospital, custo e relação custo-benefício. Sempre que se opta pela nutrição enteral, deve-se definir cuidadosamente a melhor via de acesso: sonda nasoenteral, que é uma sonda passada pelo nariz e na direção do trato gastrointestinal, onde a fórmula nutricional é administrada. Gastrostomia, onde uma sonda é inserida diretamente no estômago através da parede abdominal, permitindo a administração da fórmula nutricional diretamente no estômago. Jejunostomia, similar à gastrostomia, mas a sonda é inserida no jejuno (parte do intestino delgado) em vez do estômago. Por fim, a entubação orogastrintestinal é utilizada em pacientes que podem engolir, onde uma sonda é inserida pela boca e direcionada ao estômago ou intestino delgado. ATENÇÃO FARMACÊUTICA E FARMÁCIA CLÍNICA5 TÓPICO 58GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 A atenção farmacêutica é um conceito amplamente adotado na prática farmacêutica moderna, concentrando-se no cuidado centrado no paciente em relação ao uso de medicamentos. Envolve uma série de atividades e interações farmacêuticas destinadas a otimizar o uso de medicamentos pelo paciente. O farmacêutico realiza um trabalho de cuidado personalizado, por meio da atenção farmacêutica centrada no paciente e adaptada às suas necessidades. Acompanha a evolução do tratamento, monitorando a eficácia, identificando e gerenciando possíveis efeitos colaterais e ajustando a terapia conforme necessário. Além disso, oferece informações detalhadas sobre os medicamentos em uso, incluindo modo de uso e armazenamento. A farmácia clínica é uma área específica da farmácia que se concentra na prestação direta de cuidados clínicos relacionados ao uso de medicamentos. Baseia-se nos princípios da atenção farmacêutica, mas é frequentemente associada a ambientes hospitalares. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, através da Resolução nº 585/2013, são regulamentadas as atribuições clínicas do Farmacêutico. Essas atribuições visam à promoção, proteção e recuperação da saúde, além da prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Sobre as atividades focadas no paciente, destaca-se a farmácia clínica, que pode ser definida como a ciência da saúde cuja responsabilidade é assegurar, mediante aplicação de conhecimentos e funções, que o uso do medicamento seja seguro e apropriado. Isso requer, portanto, educação especializada, interpretação de dados, motivação do paciente e interação multiprofissional. O farmacêutico clínico é o profissional inserido no cuidado ao paciente em prol da melhoria da qualidade de vida, através do acompanhamento no uso correto de seus medicamentos, visando, assim, a promoção da saúde. Os farmacêuticos clínicos são membros ativos da equipe de saúde e estão envolvidos na tomada de decisões clínicas relacionadas ao uso de medicamentos. Eles 59GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 revisam os regimes medicamentosos dos pacientes, identificam problemas potenciais e fazem recomendações para otimizar a terapia. Monitoram de perto os pacientes para efeitos colaterais, interações medicamentosas e eficácia do tratamento, intervindo quando necessário. Além disso, promovem conhecimentos aos pacientes sobre seus medicamentos, promovendo a compreensão e aderência ao tratamento. A farmácia clínica também está envolvidaem pesquisas clínicas e no desenvolvimento de protocolos de tratamento baseados em evidências. É importante destacar que, embora a farmácia clínica esteja frequentemente associada a ambientes hospitalares, o conceito de atenção farmacêutica é relevante em uma variedade de cenários de cuidados de saúde, incluindo farmácias comunitárias, clínicas ambulatoriais e até mesmo cuidados domiciliares. Em todos esses contextos, o objetivo é garantir que os pacientes obtenham o máximo benefício de seus medicamentos, minimizando os riscos associados ao seu uso. Ambas as abordagens, atenção farmacêutica e farmácia clínica, desempenham um papel fundamental na promoção de resultados de saúde positivos. O Programa de Terapia Celular, liderado pelo Butantan, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e pela Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, tem como objetivo disponibilizar uma terapia inovadora para o câncer no Brasil. Essa terapia, chamada de CAR-T, tem demonstrado eficácia na remissão da doença em pacientes e será produzida em escala nacional pelos centros Nutera em São Paulo e Ribeirão Preto. O CAR-T é uma tecnologia que reprograma as células de defesa do próprio paciente para atacar o câncer, especialmente neoplasias hematológicas. O Centro de Terapia Celular de Ribeirão Preto, após testes compassivos, avança para a fase 1 do estudo clínico, submetendo-se à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A parceria entre as instituições visa ampliar o acesso à terapia CAR-T para a população brasileira, especialmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), visando reduzir custos e facilitar a inclusão do tratamento. A produção nacional, sem fins lucrativos, promete diminuir os custos do tratamento, tornando-o mais acessível. Apesar da aprovação da primeira terapia celular para câncer no Brasil, a Kymriah, poucos pacientes conseguem acesso devido ao alto custo, aproximadamente US$ 500 mil por paciente. A CAR-T, surgida nos Estados Unidos, tem sido amplamente utilizada experimentalmente desde 2010 e tem mostrado resultados promissores, levando à sua aprovação pela FDA em 2017. Fonte: https://butantan.gov.br/noticias/tratamento-de-us-500-mil-para-cancer-podera-ser-oferecido-no- sus-com-novo-nucleo-de-terapia-celular-do-estado-de-sao-paulo. Acesso em: 25/01/2024 https://butantan.gov.br/noticias/tratamento-de-us-500-mil-para-cancer-podera-ser-oferecido-no-sus-com-novo-nucleo-de-terapia-celular-do-estado-de-sao-paulo https://butantan.gov.br/noticias/tratamento-de-us-500-mil-para-cancer-podera-ser-oferecido-no-sus-com-novo-nucleo-de-terapia-celular-do-estado-de-sao-paulo https://butantan.gov.br/noticias/tratamento-de-us-500-mil-para-cancer-podera-ser-oferecido-no-sus-com-novo-nucleo-de-terapia-celular-do-estado-de-sao-paulo 60GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 Vencemos a penúltima unidade de nossa disciplina de Farmácia Hospitalar. Espero que tenham se apaixonado ainda mais pela atuação do profissional farmacêutico à frente da farmácia hospitalar. Comprovamos mais uma vez a real função e a importância essencial da presença do farmacêutico para se obter um bom abastecimento e excelente gerenciamento de materiais e medicamentos dentro do ambiente hospitalar. Um exemplo disso é a utilização do método da Curva ABC de Pareto, que, se aplicado corretamente, pode evitar o desperdício de uma grande quantidade de medicamentos e correlatos, consequentemente, reduzindo os gastos públicos destinados a tal finalidade. Conhecemos mais sobre os tipos de terapias que podemos realizar dentro da farmácia hospitalar, além de suas indicações e cuidados para dispensá-las ao paciente. Por fim, concluímos que ser um farmacêutico hospitalar nos torna um profissional completo, pois nos proporciona participar de todo o processo da cadeia de cuidados ao paciente, desde a aquisição até a dispensação do medicamento, sempre em prol da melhoria da qualidade de vida do paciente. Isso corrobora a importância do papel do farmacêutico na farmácia hospitalar, uma vez que é o profissional que possui as ferramentas necessárias para desenvolver todas as atividades da unidade, tornando-se corresponsável pelos resultados da terapêutica realizada com os pacientes e pelo trabalho desenvolvido com os demais membros da equipe de saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS 61GESTÃO INTEGRAL DE MATERIAIS E MEDICAMENTOS HOSPITALARES: ENFOQUE EM TERAPIAS ESPECÍFICAS E ATENDIMENTO FARMACÊUTICO AVANÇADO UNIDADE 3 MATERIAL COMPLEMENTAR FILME/VÍDEO • Título: O Óleo de Lorenzo • Ano: 1992. • Sinopse: um garoto levava uma vida normal até que, quando tinha seis anos, estranhas coisas aconteceram, pois ele passou a ter diversos problemas de ordem mental que foram diagnosticados como ALD, uma doença extremamente rara que provoca uma incurável degeneração no cérebro, levando o paciente à morte em no máximo dois anos. Os pais do menino ficam frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de medicamento para uma doença desta natureza. Assim, começam a estudar e a pesquisar sozinhos, na esperança de descobrir algo que possa deter o avanço da doença. LIVRO • Título: 30 histórias insólitas que fizeram a medicina: O impensável, o acaso e a genialidade por trás dos maiores avanços médicos desde a Antiguidade • Autor: Jean-Noël Fabiani (Autor), Mauro Pinheiro (Tradutor). • Editora: Vestígio. • Sinopse: os cirurgiões muitas vezes se esquecem de que devem sua profissão a um certo Félix de Tassy, um barbeiro que, em 1686, conseguiu curar finalmente a fístula anal do rei Luís XIV. A seu pedido, o soberano instituiu a cirurgia como profissão de direito. Quem não sabe hoje que lavar as mãos é a maneira mais fácil de evitar contaminações? No entanto, em 1850, Inácio Semmelweis sofreu críticas duríssimas por ter implorado a seus colegas que observassem essa regra (hoje) básica de higiene, a fim de salvar jovens gestantes que morriam, uma após a outra, de infecções durante o puerpério. São histórias como essa que o professor Jean-Noël Fabiani nos traz em 30 histórias insólitas que fizeram a medicina. Desde os tempos antigos até o primeiro transplante de coração, são apresentados figuras e acontecimentos que estão muitas vezes na origem das maiores descobertas médicas: Horace Wells, descobridor da anestesia; Barão Larrey, que amputou os feridos na noite da sangrenta Batalha de Eylau; e mesmo o velho Hipócrates, cujo juramento os médicos repetem até os dias de hoje. É a esta grande jornada pela história da medicina que este livro nos convida. https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Jean-No%C3%ABl+Fabiani&text=Jean-No%C3%ABl+Fabiani&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Mauro+Pinheiro&text=Mauro+Pinheiro&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Administração Farmacêutica; • Conceitos fundamentais para o desenvolvimento da gestão na áreada saúde; • Gestão de pessoas, qualidade de atendimento e trabalho em equipe. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar administração farmacêutica; • Definir e diferenciar os conceitos de gestão e gerência; • Aprofundar o conhecimento em gestão de pessoas, qualidade de atendimento e trabalho em equipe. Professor(a) Esp. Simone do Carmo Ropelatto Abreu ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE QUALIDADE DE ATENDIMENTO E ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPETRABALHO EM EQUIPE UNIDADEUNIDADE4 63ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 INTRODUÇÃO Olá e seja muito bem-vindo(a) à quarta e última unidade da disciplina de Administração e Gestão Farmacêutica. Durante nossa jornada, desde a primeira unidade, pôde-se perceber o quão interessante tem sido explorar o mundo da farmácia hospitalar e a área da gestão farmacêutica. Nesta última etapa, nosso objetivo primordial é compreender o papel do administrador dentro do contexto farmacêutico. Em seguida, vamos adentrar no exercício da profissão farmacêutica, enfocando a gestão de pessoas, a qualidade no atendimento e o trabalho em equipe. Nesta apostila, embarcaremos em uma jornada de aprendizado sobre Administração Farmacêutica e Gestão na Área da Saúde. Abordaremos conceitos fundamentais essenciais para o desenvolvimento de uma gestão eficaz em ambientes farmacêuticos e de saúde. Desde a administração dos serviços farmacêuticos até a gestão de pessoas, qualidade de atendimento e trabalho em equipe, cada tópico explorado desempenha um papel crucial na garantia de serviços de saúde de alta qualidade e acessíveis. Iniciaremos nossa jornada explorando os conceitos-chave da Administração Farmacêutica, abrangendo desde a gestão de estoques e dispensação de medicamentos até a gestão financeira e regulatória. Além disso, reservaremos um tempo para compreender a importância da gestão de pessoas, visando o aprimoramento de habilidades de liderança, comunicação e resolução de conflitos, para promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Também discutiremos a qualidade no atendimento ao paciente, explorando estratégias para aprimorar a experiência do paciente e garantir a segurança e eficácia dos serviços prestados. Por fim, abordaremos o trabalho em equipe como um elemento fundamental para o sucesso na área da saúde, destacando a importância da colaboração interdisciplinar e da comunicação eficaz entre os profissionais de saúde. Esperamos que esta apostila seja uma fonte valiosa de conhecimento e inspiração para o desenvolvimento profissional de cada um de vocês, capacitando-os a enfrentar os desafios e oportunidades da administração farmacêutica e da gestão na área da saúde com confiança e excelência. Vamos começar esta jornada juntos! Bons Estudos! ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA1 TÓPICO 64ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 A palavra “administração” vem do latim “ad” (junto de) e “ministratio” (prestação de serviço) e significa “ação de prestar serviço ou ajuda”. Em outras palavras, aquele que presta um serviço a outro ou uma atividade que se recebe por delegação de outrem. Modernamente, administração representa o governo e a condução de uma organização por meio de atividades relacionadas com o planejamento, a organização, a direção/liderança e o controle da ação empresarial (Chiavenato, 2023). Administração é o processo de planejamento que envolve a definição de metas e objetivos, bem como o desenvolvimento de estratégias para alcançá-los. O planejamento estabelece o rumo da organização e define como os recursos serão alocados. Organizar consiste em estruturar a organização de maneira eficiente, designando responsabilidades e tarefas apropriadas às pessoas, criando departamentos ou unidades funcionais e estabelecendo uma hierarquia de autoridade. Dirigir refere-se à liderança e motivação das pessoas para que elas trabalhem em direção aos objetivos estabelecidos. Isso envolve a comunicação eficaz, a delegação de tarefas, a solução de conflitos e a orientação dos funcionários. Por fim, o controle de recursos (como pessoas, dinheiro, tempo e materiais) para atingir objetivos organizacionais de forma eficaz e eficiente implica em monitorar e avaliar o desempenho da organização em relação às metas e objetivos estabelecidos no planejamento. O controle envolve a identificação de desvios e a tomada de medidas corretivas quando necessário. A administração é uma disciplina ampla que se aplica a uma variedade de contextos, incluindo empresas, organizações sem fins lucrativos, governos e até mesmo à gestão pessoal. 65ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 A Gestão e Administração Farmacêutica representam elementos vitais na garantia da qualidade, segurança e eficiência dos serviços relacionados à saúde e ao uso de medicamentos. Este campo de atuação desafia os profissionais farmacêuticos a desempenharem um papel estratégico e multifacetado na cadeia de cuidados de saúde. A gestão e administração farmacêutica desempenham um papel fundamental no setor de saúde, assegurando que os medicamentos sejam produzidos, distribuídos e utilizados de forma segura, eficaz e eficiente. Essa área envolve a aplicação de princípios de gestão e administração específicos no contexto da indústria farmacêutica e dos serviços de saúde. A gestão farmacêutica abrange diversas dimensões, desde a gestão de estoque de medicamentos em farmácias e hospitais até o gerenciamento de cadeias de suprimentos farmacêuticos. A administração farmacêutica é uma área da administração de empresas e organizações focada especificamente na gestão de empresas do setor farmacêutico, que envolve a produção, distribuição, venda e regulamentação de produtos farmacêuticos e de saúde. Esta área é altamente especializada devido às complexidades envolvidas na fabricação, regulamentação e comercialização de produtos farmacêuticos, que precisam atender a rigorosos padrões de segurança e eficácia.Neste texto, exploraremos a importância e os principais aspectos da Gestão e Administração Farmacêutica. Qual é o papel da Administração? Você já imaginou uma nação sem governo? Um time de futebol sem técnico ou um exército sem general? Ou um navio sem o almirante? Tudo isso conduz à anarquia. E como uma nação poderia viver em total anarquia? Ou um time de futebol ganhar os jogos ou o exército vencer os inimigos? E o navio chegar ao seu destino? Não dá. Da mesma forma, a organização jamais poderia ser bem-sucedida sem um administrador à sua frente. De fato, toda organização precisa ser administrada. E precisa de mais do que um único administrador. Aliás, toda organização ou empresa precisa de um aparato administrativo, isto é, um conjunto integrado de administradores, cada qual em seu nível e em sua área de atividades. Assim, presidente, diretores, gerentes e supervisores constituem o chamado nível administrativo das empresas. Empresas necessitam de administração para a criação de riqueza e a geração de valor. Por sua vez, o administrador, para fazer uma boa administração, não pode atuar somente por intuição ou “achismo”. Deve ser instrumentalizado com técnicas, indicadores e uma equipe engajada, com competências técnicas e comportamentais para executarem as atividades das quais forem responsáveis. Fonte: A autora (2023). 66ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 1.1 Garantia da Qualidade e Segurança Um dos principais pilares da Gestão e Administração Farmacêutica é a garantia da qualidade e segurança dos medicamentos. Os profissionais farmacêuticos desempenham um papel importantena verificação da qualidade dos produtos farmacêuticos, assegurando que os medicamentos sejam produzidos, armazenados e distribuídos de acordo com os mais altos padrões. Além disso, eles também desempenham um papel vital na prevenção de erros de medicação, garantindo que os medicamentos sejam prescritos, dispensados e administrados de forma correta e segura. A gestão de sistemas de informação, como a revisão de interações medicamentosas, também faz parte desse processo. A importância da qualidade na fabricação de medicamentos envolve a implementação de boas práticas de fabricação (BPF) para garantir a segurança, pureza e eficácia dos produtos farmacêuticos. O setor farmacêutico é altamente regulamentado em muitos países. Os administradores farmacêuticos devem garantir que suas operações estejam em conformidade com as regulamentações locais e internacionais. Isso inclui a obtenção de aprovações regulatórias para novos medicamentos e o cumprimento das normas de rotulagem e embalagem. 1.2 Gerenciamento de Estoques e Abastecimento Outro aspecto fundamental da Gestão e Administração Farmacêutica é o gerenciamento de estoques e abastecimento. Isso envolve a gestão eficiente dos medicamentos disponíveis, a previsão de demanda, o controle de estoque e a aquisição de medicamentos. Essa gestão se concentra em garantir que os medicamentos estejam disponíveis quando necessário, evitando ao mesmo tempo desperdícios e prazos de validade expirados. Além disso, o gerenciamento de estoque é crucial para prevenir a escassez de medicamentos essenciais. A otimização desses processos não apenas garante a continuidade do tratamento para os pacientes, mas também ajuda a minimizar desperdícios e reduzir custos, o que é essencial em sistemas de saúde com recursos limitados. 1.3 Farmacovigilância e Monitoramento de Efeitos Adversos A segurança dos medicamentos não termina com a sua aprovação e comercialização. A farmacovigilância é uma parte crítica da Gestão e Administração Farmacêutica que envolve o monitoramento contínuo dos medicamentos após sua introdução no mercado. Isso inclui a detecção e avaliação de possíveis efeitos adversos, bem como a tomada de medidas adequadas para mitigar riscos, o que implica no monitoramento contínuo dos efeitos colaterais e reações adversas aos medicamentos após sua comercialização. Isso permite que medidas corretivas sejam tomadas caso surjam preocupações com a segurança de um medicamento. 67ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 1.4 Gerenciamento de Recursos Humanos Além de lidar com questões técnicas, a Gestão e Administração Farmacêutica também envolve o gerenciamento de recursos humanos. Isso inclui a seleção, treinamento e supervisão de profissionais farmacêuticos e outros membros da equipe de saúde, garantindo que todos cumpram seus papéis de forma eficaz e estejam atualizados com as melhores práticas. 1.5 Inovação e Pesquisa em Farmácia Clínica A pesquisa e a inovação desempenham um papel fundamental na melhoria da prestação de serviços farmacêuticos. A Gestão e Administração Farmacêutica também incluem a busca por novas abordagens terapêuticas, o desenvolvimento de protocolos de atendimento ao paciente e a incorporação de tecnologias avançadas para aprimorar o atendimento ao paciente. Isso envolve rigorosos testes clínicos e processos regulatórios que asseguram a qualidade e a segurança dos produtos farmacêuticos. Além disso, a administração farmacêutica muitas vezes inclui a gestão de atividades de pesquisa e desenvolvimento para criar novos medicamentos, melhorar os existentes e acompanhar as tendências científicas e tecnológicas. 1.6 Distribuição e logística Distribuição e logística são fundamentais para gerenciar a cadeia de suprimentos e a distribuição de medicamentos, garantindo que cheguem aos pacientes de forma segura e eficaz. Isso inclui o armazenamento adequado, a gestão de estoques e a logística de transporte. Vendas e marketing representam outra área importante na administração farmacêutica. Isso pode envolver a criação de estratégias de marketing, vendas diretas a profissionais de saúde, bem como publicidade ao consumidor, quando permitida. Compliance e ética são aspectos críticos devido à sensibilidade e importância dos produtos farmacêuticos para a saúde pública. A administração farmacêutica concentra-se, portanto, em questões de ética, conformidade e responsabilidade social corporativa. Inovação é essencial para permanecer competitivo no setor farmacêutico. Isso inclui a pesquisa constante, a busca por novas tecnologias, parcerias estratégicas e o desenvolvimento de medicamentos inovadores. Por último, o gerenciamento de riscos é uma preocupação crucial na administração farmacêutica. Deve-se abordar cuidadosamente questões de segurança e gerenciamento de riscos, incluindo a identificação e resposta a eventos adversos e recalls de medicamentos, quando necessário. CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA GESTÃO NA ÁREA DA SAÚDE 2 TÓPICO 68ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 A gestão na área da saúde desempenha um papel crucial na garantia da qualidade, eficiência e acesso aos serviços de saúde. Para compreender e desenvolver estratégias eficazes nesse contexto, é fundamental ter uma base sólida em conceitos essenciais. Estes conceitos abrangem uma variedade de áreas, desde a administração e organização dos serviços de saúde até aspectos específicos relacionados à assistência ao paciente, economia da saúde e políticas públicas. 2.1 Conceitos de gestão e gerência Do Latim: “gestione”; refere-se à ação e ao efeito de gerir ou de administrar. Gerir consiste em realizar diligências que conduzem à realização de um negócio ou de um desejo qualquer. A gestão é um processo amplo e abrangente que envolve o planejamento, organização, direção e controle de recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos para alcançar os objetivos de uma organização. É um processo contínuo e envolve tomar decisões estratégicas para atingir metas de longo prazo. A gestão concentra-se mais na visão estratégica e de longo prazo da organização. Os gestores são responsáveis por definir metas, criar políticas e estratégias, e tomar decisões que afetam toda a organização. Os gestores precisam ter habilidades de planejamento estratégico, tomada de decisão, liderança e comunicação. Eles frequentemente ocupam cargos de alta administração, como diretores, presidentes e CEOs. A gestão farmacêutica refere-se ao processo amplo de planejar, organizar, liderar e controlar os recursos e as atividades relacionadas à farmácia e aos serviços farmacêuticos 69ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 em uma organização de saúde. A gestão farmacêutica abrange uma visão estratégica e de alto nível das atividades relacionadas a medicamentos em uma organização. Isso inclui a definição de políticas e diretrizes, a alocação de recursos, a supervisão de áreas como a farmácia hospitalar e a gestão de questões de regulamentação. Os gestores farmacêuticos de nível superior, como diretores de farmácia hospitalar ou diretores farmacêuticos em empresas farmacêuticas, desempenham um papel importante na gestão farmacêutica. Eles são responsáveis por liderar a estratégia farmacêutica da organização e tomar decisões que afetam a farmácia como um todo. A gestão farmacêutica se concentra na definição de políticas de medicamentos, regulamentações, controle de custos, gestão de riscos relacionados a medicamentos e na garantia da qualidade dos serviços farmacêuticos. Os gestores farmacêuticos são responsáveis por definir a estratégia de gestão de medicamentos, estabelecer diretrizes e protocolos, monitorar o cumprimentodas regulamentações de saúde, supervisionar a gestão de recursos e tomar decisões de alto nível relacionadas a medicamentos. A gerência é uma parte específica da gestão que lida com a implementação das políticas, planos e estratégias definidos pela alta administração, que envolve supervisionar as operações diárias, coordenar as atividades dos funcionários e garantir que as tarefas sejam concluídas de acordo com as diretrizes estabelecidas. A gerência concentra-se mais na execução prática e no acompanhamento das atividades do dia a dia, são responsáveis por garantir que as metas de curto prazo sejam alcançadas e que os recursos sejam utilizados eficazmente. Os gerentes precisam ter habilidades de liderança, organização, resolução de problemas e comunicação interpessoal. Geralmente ocupam cargos de supervisão intermediária ou de linha de frente, como gerentes de departamento, supervisores e líderes de equipe. A gerência farmacêutica refere-se às atividades operacionais e táticas relacionadas à farmácia e aos serviços farmacêuticos, com foco na supervisão das operações diárias e na implementação de políticas e procedimentos. Ela lida com a execução das políticas e diretrizes estabelecidas pelos gestores farmacêuticos, concentrando-se em atividades de rotina, como a dispensação de medicamentos, o gerenciamento de estoque, a supervisão de equipes farmacêuticas e o cumprimento de regulamentos. Os gerentes farmacêuticos, como os gerentes de farmácia hospitalar ou supervisores de equipe farmacêutica em uma farmácia de varejo, estão envolvidos na gerência farmacêutica. Eles supervisionam equipes e garantem a execução eficiente das tarefas diárias. A gerência farmacêutica está voltada para o presente e o curto prazo, 70ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 concentrando-se na dispensação segura e eficaz de medicamentos, no controle de custos operacionais e na solução de problemas operacionais. Os gerentes farmacêuticos são responsáveis por supervisionar a equipe de farmacêuticos e técnicos de farmácia, garantir a adesão às políticas e procedimentos, gerenciar o estoque de medicamentos, resolver problemas operacionais e manter a eficiência das operações farmacêuticas. Tanto a gestão quanto a gerência farmacêutica desempenham papéis complementares para garantir a qualidade e a eficiência dos serviços farmacêuticos em organizações de saúde. Enquanto a gestão estabelece a direção estratégica e define políticas, a gerência implementa essas políticas e garante que as operações do dia a dia sejam executadas de maneira adequada e segura. Ambas são essenciais para o funcionamento bem-sucedido de uma farmácia ou serviço farmacêutico. Em resumo, a gestão é o processo global de planejamento estratégico e tomada de decisão em uma organização, enquanto a gerência se concentra na implementação e execução das estratégias e políticas estabelecidas pela gestão. Ambos os papéis desempenham um papel crucial na eficácia de uma organização, trabalhando em conjunto para alcançar seus objetivos. GESTÃO DE PESSOAS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE3 TÓPICO 71ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 A gestão de pessoas desempenha um papel crítico na qualidade do atendimento ao cliente. Quando se trata de serviços, a qualidade do atendimento é frequentemente determinada pela interação entre os funcionários e os clientes. Falaremos de algumas diretrizes e considerações importantes para integrar a gestão de pessoas à busca pela qualidade no atendimento: • Seleção e treinamento de funcionários: realizar uma seleção criteriosa de funcionários, buscando candidatos que tenham habilidades interpessoais, empatia e atitudes positivas em relação ao atendimento ao cliente. Proporcionar treinamento inicial e contínuo para garantir que os funcionários compreendam os padrões de qualidade de atendimento e saibam como lidar com diferentes situações. • Cultura organizacional: estabelecer uma cultura que valorize a satisfação do cliente. Isso deve começar no topo da organização e ser disseminado por todos os níveis. Encoraje a empatia e o respeito entre os funcionários, para que eles possam tratar os clientes da mesma maneira. • Comunicação interna: sempre manter uma comunicação aberta e transparente entre a gerência e os funcionários. Eles devem estar cientes das expectativas de desempenho e das metas de atendimento ao cliente. • Empoderamento dos funcionários: delegue autoridade aos funcionários para tomar decisões que beneficiem o cliente, dentro de limites pré-definidos. Isso pode acelerar a resolução de problemas e aumentar a satisfação do cliente. • Feedback e avaliação de desempenho: estabelecer processos de feedback regulares para os funcionários saberem como estão se saindo em relação ao 72ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 atendimento ao cliente. Realizar avaliações de desempenho que incluam métricas de qualidade no atendimento. • Recompensas e reconhecimento: ter o hábito de reconhecer e recompensar os funcionários que se destacam no atendimento ao cliente. Isso pode ser feito por meio de prêmios, elogios públicos ou promoções. • Mapeamento de jornada do cliente: compreenda a jornada do cliente e identifique os pontos de contato críticos onde a qualidade do atendimento pode fazer a diferença. Concentre-se nessas áreas. • Melhoria contínua: esteja sempre em busca da melhoria contínua. Solicite feedback dos clientes e dos próprios funcionários para identificar áreas que precisam ser aprimoradas. • Resolução de conflitos: forneça aos funcionários ferramentas e treinamento para lidar com reclamações e conflitos de maneira eficaz e construtiva. • Tecnologia e ferramentas: utilize tecnologia e ferramentas que possam ajudar os funcionários a oferecer um melhor atendimento, como sistemas de suporte ao cliente. A qualidade do atendimento ao cliente não é apenas responsabilidade de uma equipe específica, mas de toda a organização. Todos os funcionários desempenham um papel na criação de uma experiência positiva para o cliente, e a gestão de pessoas desempenha um papel crítico ao criar um ambiente propício para isso. O trabalho em equipe na farmácia desempenha um papel importante na prestação de serviços de saúde de qualidade e na garantia da segurança dos pacientes. Considerações importantes para promover o trabalho em equipe eficiente e seguro em um ambiente farmacêutico incluem a comunicação eficaz e clara, essencial para evitar erros de medicação e garantir que as informações importantes sejam compartilhadas entre os membros da equipe. Cada membro da equipe deve entender seu papel e responsabilidades, incluindo farmacêuticos, técnicos de farmácia, atendentes e outros funcionários. O treinamento contínuo é muito importante para todos os membros da equipe, para mantê-los atualizados sobre os desenvolvimentos na farmacologia, regulamentações e práticas recomendadas. Estabelecer padrões e procedimentos claros para a dispensação de medicamentos, armazenamento de medicamentos, manuseio de prescrições e prevenção de erros de medicação resultará em segurança do paciente. Outra consideração a ser detalhada são os conflitos de relacionamento, que são situações em que há desacordos, tensões ou disputas entre duas ou mais pessoas em um relacionamento pessoal ou profissional. Esses conflitos podem surgir devido a 73ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 diferenças de opinião, valores, interesses, comunicação inadequada ou mal-entendidos. Lida adequadamente, a resolução de conflitos pode fortalecer relacionamentos e promover a compreensão mútua. A resolução rápida de conflitosé essencial para manter um ambiente de trabalho saudável, mas algumas vezes requer tempo, paciência e comprometimento de todas as partes envolvidas. É importante criar um ambiente onde os funcionários se sintam à vontade para expressar suas preocupações e onde a resolução de conflitos seja vista como uma oportunidade de melhoria. Quando os conflitos são abordados de forma eficaz, eles podem levar a um ambiente de trabalho mais saudável e a relacionamentos profissionais mais sólidos. O gerenciamento eficaz do tempo é fundamental em uma farmácia movimentada. Garanta que as tarefas sejam priorizadas e concluídas de maneira eficiente. Os funcionários da farmácia devem ser treinados em atendimento ao cliente, pois muitas vezes são a primeira interação que os pacientes têm com o sistema de saúde. É interessante o gestor ter um bom relacionamento com a equipe, encorajando-os a fornecer feedback sobre processos e procedimentos, e esteja disposto a fazer melhorias com base nas sugestões. Além disso, é importante estar aberto a realizar negociações. A negociação, ao contrário do que se pensa, não é “regatear”; é “acordo”; não é “troca de favores”; é “diálogo”; não é “compra”; é “compartilhamento”; não é “definitivo”; é “temporário”. O ápice de uma negociação é o acordo, ainda que temporário. Negociação “é um processo que permite aos atores sociais analisar e compatibilizar seus interesses e sua participação na resolução de situações complexas, através de acordos que sejam respeitados ao longo do tempo e que tenham como base a cooperação mútua” (SANTANA, 1993, p. 189). Ou seja, nós só negociamos quando temos divergência, mas temos, ao mesmo tempo, algum tipo de dependência do outro, ainda que seja uma dependência circunstancial e temporária. Se divirjo de algum colega, mas não dependo dele para executar minha tarefa ou para alcançar algum objetivo, não preciso negociar nada com ele. Pensamos diferente e pronto. Dominar habilidades de comunicação é essencial na negociação. Isso inclui ouvir ativamente, fazer perguntas abertas, evitar interrupções e usar a comunicação não verbal de forma eficaz. Concentrar-se nos interesses subjacentes das partes envolvidas, em vez de se prender a posições fixas, facilita a criação de soluções criativas e mutuamente benéficas. Ter criatividade para explorar diferentes opções e soluções durante a negociação é essencial. Como gestor, é importante sempre definir limites claros durante a negociação para evitar concessões excessivas. Lembre-se de adotar uma abordagem de negociação baseada 74ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 em princípios, onde os valores e princípios éticos são fundamentais para a tomada de decisões. Ser um mediador na resolução de conflitos de maneira construtiva, através de uma boa conversa e um diálogo constante com a equipe. O trabalho em equipe é fundamental para o sucesso de organizações, empresas e projetos. Ele envolve a colaboração de indivíduos com diferentes habilidades, conhecimentos e experiências para alcançar objetivos comuns. Trabalhar em equipe pode ser desafiador, mas quando feito de forma eficaz, pode levar a resultados excepcionais. É importante lembrar que o sucesso da equipe depende não apenas do desempenho individual, mas também da capacidade de colaborar e alinhar esforços em direção a metas comuns. Portanto, cultive um ambiente de trabalho que valorize a colaboração e promova o trabalho em equipe eficaz. Através de uma comunicação clara e aberta, atribuição e definição de papéis e responsabilidades específicas a cada membro da equipe para evitar conflitos e garantir que todos saibam o que se espera deles. Promoção da colaboração dos membros da equipe para compartilhar ideias, trabalhar juntos e contribuir com seus pontos fortes individuais. Para um bom desenvolvimento do trabalho em equipe, é necessária a presença de um líder farmacêutico e administrativo que desenvolverá a gestão eficaz de uma farmácia, clínica ou departamento farmacêutico em um ambiente de saúde. Combinando habilidades técnicas, conhecimento farmacêutico, competências de gestão e capacidade de liderança. Além disso, a capacidade de adaptar-se às mudanças na indústria farmacêutica e de saúde é fundamental para enfrentar os desafios em constante evolução desse campo. Esses líderes desempenham um papel fundamental na garantia da segurança dos pacientes, na qualidade dos serviços farmacêuticos, no cumprimento de regulamentações rigorosas e na gestão de pessoas, sendo flexíveis, adaptando-se a mudanças e ajustando os planos conforme necessário. Promovendo, construindo e mantendo um ambiente de confiança entre todos os funcionários, além de exercer influência sobre a equipe. A ética profissional é fundamental na farmácia, pois lida com a saúde e o bem- estar dos pacientes. É crucial garantir que todos os membros da equipe sigam padrões éticos rigorosos. Reconhecer e celebrar os marcos e conquistas da equipe é essencial para manter a moral alta. Trabalhar em uma farmácia pode ser estressante devido à pressão do tempo e à responsabilidade pela saúde dos pacientes. Por isso, é importante promover a resiliência entre os membros da equipe e incentivar a busca de apoio quando necessário. O trabalho em equipe eficaz em uma farmácia é fundamental para garantir a segurança e a qualidade dos cuidados aos pacientes. A colaboração e a comunicação são elementos-chave para alcançar esses objetivos. 75ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 Conforme Lefèfre (2001) observa, as políticas de gestão de pessoas no setor de saúde apresentam ca- racterísticas singulares que as distinguem de outros setores da administração. Os recursos humanos são reconhecidos, na perspectiva moderna de gestão, como a riqueza e o patrimônio da administração. Espe- cificamente no contexto da saúde, as interações entre os clientes e a equipe de trabalho desempenham um papel crucial na consecução dos objetivos organizacionais, uma vez que os profissionais precisam estar motivados, capacitados e aptos a desempenhar suas funções, dada a natureza vital de seu trabalho. Nesse contexto, os recursos humanos são considerados meios para alcançar melhores resultados, não fins em si mesmos. Portanto, é imperativo que os trabalhadores estejam cientes de sua responsabilidade e possuam uma formação sólida para atender às diversas necessidades da comunidade a que servem. Diante das mudanças nas relações sociais ao longo do tempo, a população passou a adotar uma postura mais crítica em relação aos serviços oferecidos, tornando essencial que os profissionais da saúde estejam preparados para enfrentar esses desafios. Fonte: Brand, A. F., Tolfo, S. da R., Pereira, M. F., & Ribeiro de Almeida, M. I. (2009). ATUAÇÃO ESTRATÉ- GICA DA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS EM ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE: UM ESTUDO À LUZ DA PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA. Gestão & Regionalidade, 24(71). https://seer.uscs.edu.br/index.php/revis- ta_gestao/article/download/94/57/282 https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/download/94/57/282 https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/download/94/57/282 76ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 Assim chegamos ao final da nossa quarta e última unidade da disciplina de Farmácia Hospitalar, Gestão e Administração Farmacêutica. Nesta unidade, entendemos o papel de um administrador dentro da área farmacêutica. Na sequência, adentramos o exercício da profissão farmacêutica como gestor de pessoas, que recruta, treina, avalia e desenvolve membros da equipe, garantindo que todos estejam alinhados com os objetivos organizacionais, sempre focado na qualidade de atendimento e no trabalho em equipe. Observamos que o farmacêuticogestor é um profissional da área farmacêutica que ocupa uma posição de liderança em organizações relacionadas à saúde, como farmácias, hospitais, clínicas, indústrias farmacêuticas, distribuidoras de medicamentos, entre outros. O papel do farmacêutico gestor é fundamental na gestão de operações farmacêuticas, assegurando que os serviços sejam prestados com eficácia, segurança e conformidade com as regulamentações. Concluímos que o papel do farmacêutico gestor é amplo e varia de acordo com o contexto da organização. Podemos desempenhar uma função importante na garantia de que os serviços e produtos farmacêuticos atendam aos mais altos padrões de qualidade, eficácia e segurança. Além disso, o farmacêutico gestor desempenha um papel essencial na gestão de equipes e na conformidade com regulamentações governamentais. CONSIDERAÇÕES FINAIS 77ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA E GESTÃO EM SAÚDE: FUNDAMENTOS, QUALIDADE DE ATENDIMENTO E TRABALHO EM EQUIPE UNIDADE 4 MATERIAL COMPLEMENTAR FILME/VÍDEO • Título: A grande aposta • Ano: 2015. • Sinopse: em 2008, o guru de Wall Street Michael Burry percebe que uma série de empréstimos feitos para o mercado imobiliário está em risco de inadimplência. Ele decide então apostar contra o mercado investindo mais de um bilhão de dólares dos seus investidores. Suas ações atraem a atenção do corretor Jared Vennet que percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. Juntos, esses homens fazem uma fortuna tirando proveito do colapso econômico americano. LIVRO • Título: O Monge E O Executivo • Autor: James C. Hunter (Autor). • Editora: Gmt. • Sinopse: o livro é um manual de como se relacionar melhor com as pessoas à sua volta, principalmente se você ocupa uma posição de destaque ou liderança. Com os personagens tendo perfis diferentes, o autor ensina a saber ouvir, tratar as pessoas com respeito e oferecer um ambiente de trabalho seguro e agradável. https://www.amazon.com.br/James-C-Hunter/e/B001K8RWMA/ref=dp_byline_cont_book_1 78 Prezado (a) aluno (a), Chegamos ao final desta jornada da disciplina de Farmácia Hospitalar. Ao longo deste material, exploramos os princípios fundamentais, as práticas especializadas e os desafios inerentes à gestão farmacêutica em ambientes hospitalares. A Farmácia Hospitalar, como disciplina, desempenha um papel essencial na promoção da segurança e eficácia dos tratamentos medicamentosos, contribuindo diretamente para a qualidade dos cuidados de saúde prestados aos pacientes. Ao adentrar nas diversas questões que envolvem a gestão de medicamentos, a integração com equipes multidisciplinares e as regulamentações, buscamos oferecer uma base sólida e abrangente que possibilite aos profissionais farmacêuticos atuar de maneira informada e eficaz neste contexto complexo. É fundamental ressaltar a importância da Farmácia Hospitalar na otimização dos processos, na prevenção de erros medicamentosos, no gerenciamento eficiente de estoques e na promoção da segurança do paciente. Esta formação não apenas buscou transmitir conhecimentos teóricos, mas também provocar reflexões sobre a prática farmacêutica no ambiente hospitalar, incentivando a busca constante pela excelência e pelo aprimoramento contínuo. Esperamos que estas apostilas tenham sido uma ferramenta valiosa para sua formação, estimulando o pensamento crítico e preparando-o para enfrentar os desafios e oportunidades que a Farmácia Hospitalar apresenta. Que as informações aqui compartilhadas sirvam como base sólida para uma atuação profissional ética, segura e comprometida com a qualidade dos cuidados de saúde. Agradecemos sua dedicação e participação ao longo desta disciplina. Que este conhecimento adquirido se traduza em práticas farmacêuticas ainda mais eficazes e na promoção da saúde e bem-estar daqueles que confiam em nossos cuidados. Sucesso em sua jornada na Farmácia Hospitalar! Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado! CONCLUSÃO GERAL 79 ANTUNES, M. O. A evolução farmacêutica hospitalar: o papel atual do farmacêutico no universo hospitalar. Tese de Conclusão de Curso, apresentada à Escola de Saúde do Exército (Formação de Oficiais do Serviço de Saúde do Exército), Rio de Janeiro, 2008. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 48, de 2 de junho de 2000. Aprova o Roteiro de Inspeção do Programa de Controle de Infecção Hospitalar. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2 jun. 2000. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2000/ rdc0048_02_06_2000.html Acesso em: 10 dez. 2023. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 184, de 22 de outubro de 2001. Dispõe sobre registro de produtos saneantes domissanitários e afins, de uso domiciliar, institucional e profissional, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 22 out. 2001. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2001/rdc0184_22_10_2001.html Acesso em: 10 dez. 2023. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 fev. 2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/ rdc0050_21_02_2002.html Acesso em: 10 dez. 2023. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 45, de 12 de março de 2003. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Utilização das Soluções Parenterais (SP) em Serviços de Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2003. Disponível em: https://bvsms.saude.gov. br/bvs/saudelegis/anvisa/2003/rdc0045_12_03_2003.html Acesso em: 10 dez. 2023. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2000/rdc0048_02_06_2000.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2000/rdc0048_02_06_2000.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2001/rdc0184_22_10_2001.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2003/rdc0045_12_03_2003.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2003/rdc0045_12_03_2003.html 80 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 11, de 26 de janeiro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Funcionamento de Serviços que prestam Atenção Domiciliar. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 jan. 2006. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ anvisa/2006/res0011_26_01_2006.html Acesso em: 10 dez. 2023. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 220, de 15 de setembro de 2004. Aprova o Regulamento Técnico de funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/ rdc0220_21_09_2004.html Acesso em: 10 dez. 2023. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 80, de 11 de maio de 2006. Dispõe sobre o fracionamento de medicamentos para dispensação em farmácias e drogarias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 maio 2006. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ anvisa/2006/rdc0080_11_05_2006.html Acesso em: 10 dez. 2023. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007. 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