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Figado

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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Fígado 
ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA 
 
 
 
 
 
CIRROSE HEPÁTICA 
DEFINIÇÃO 
A cirrose hepática compreende a fibrose 
generalizada das unidades funcionais do 
fígado, de maneira irreversível, decorrente do 
insulto crônico, que, consequentemente, 
acarreta em inflamação crônica e fibrose dos 
sinusoides hepáticos. 
 
HIPERTENSÃO PORTAL 
A hipertensão portal consiste na pressão do 
sistema porta ≥ 5 mmHg, a qual é medida 
através do fluxo hepatofugal (doppler). 
- Para formação de varizes: ≥ 10 mmHg. 
- Associação à ruptura: ≥ 12 mmHg. 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
CAUSAS: 
(1) PRÉ-HEPÁTICAS: 
- Trombose da veia porta; 
- Trombose da veia esplênica; 
- Esplenomegalia maciça. 
 
OBS.: Pancreatite grave à trombose de veia 
esplênica + hipertensão de veia esplênica 
isolada = varizes de fundo gástrico. 
 
(2) INTRA-HEPÁTICA: 
- PRÉ-SINUSOIDAIS: esquistossomose 
(principal causa não cirrótica), sarcoidose, 
colangite biliar primária e colangite 
esclerosante primária. 
- Investigação Etiológica: exame 
parasitológico de fezes, testes 
imunológicos e biópsia hepática. 
- SINUSOIDAIS: doença hepática alcoólica, 
cirrose, drogas (amiodarona e 
metototrexato) e doença hepática gordurosa 
associada à disfunção metabólica (MAFLD). 
- PÓS-SINUSOIDAIS: intoxicação por 
vitamina A, angiossarcoma e sarcoidose. 
 
(3) PÓS-HEPÁTICAS: 
- Síndrome de Budd-Chiari (trombose da veia 
cava inferior); 
- Pericardite constritiva; 
- Cardiomiopatia restritiva. 
 
CONSEQUÊNCIAS: 
• Varizes: hemorragia digestiva alta, varizes 
anorretais e circulação colateral; 
• Ascite (sinusoides fenestrados); 
• Esplenomegalia: plaquetopenia; 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
• Encefalopatia hepática. 
 
 
QUADRO CLÍNICO 
ANAMNESE DETALHADA: busca de 
potenciais fatores de risco (exposição a álcool, 
dieta, fatores de risco para hepatites virais, 
história familiar e antecedentes pessoais). 
EXAME FÍSICO: 
• ASSINTOMÁTICOS: até o desenvolvimento 
da cirrose. 
• ESTIGMAS DA CIRROSE: 
- Aranhas vasculares (telangiectasias/ 
spiders/aranhas vasculares); 
- Eritema palmar; 
- Ginecomastia; 
- Atrofia testicular; 
- Rarefação de pelos; 
- Sarcopenia; 
- Caquexia; 
- Hepatoesplenomegalia; 
- Fígado com redução volumétrica em 
casos mais avançados; 
- Ascite; 
- Circulação colateral; 
- Encefalopatia hepática; 
- Contratura de Dupuytren (etilistas). 
 
• CIRCULAÇÃO COLATERAL: tipo porta ou 
cabeça de medusa. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
(1) AVALIAÇÃO DA ETIOLOGIA: 
- Sorologias: hepatite B e C; 
- FAN e autoanticorpos: hepatite autoimune e 
colangite biliar primária; 
- Biópsia hepática: casos de dúvida 
diagnóstica. 
DIAGNÓSTICO 
à O DIAGNÓSTICO É CLÍNICO. 
ESTRATIFICAÇÃO 
DO GRAU DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA 
(1) TGO/TGP: avaliam dano hepatocelular. 
(2) FA/GGT: aumentadas em síndromes 
colestáticas; aumento de GGT em etilistas 
crônicos. 
(3) BILIRRUBINAS: aumentadas às custas da 
fração direita. 
(4) TEMPO DE PROTROMBINA (TP): 
marcador de função hepática à deficiência de 
produção de fatores da coagulação. 
(5) ALBUMINA: marcador de função hepática 
à hipoalbuminemia com o avançar da doença. 
(6) FUNÇÃO RENAL: principalmente em 
suspeita de síndrome hepatorrenal. 
(7) ELETRÓLITOS: hipervolemia à 
hiponatremia dilucional e DHE secundários à 
disfunção renal. 
(8) HEMOGRAMA: plaquetopenia (hipertensão 
portal e hiperesplenismo) e anemia. 
(9) EDA: detecção de varizes de esôfago ou 
gastropatia hipertensiva portal. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
CRITÉRIOS PROGNÓSTICOS 
(1) CHILD-PUGH: 
- Gravidade; 
- Indica a sobrevida média: maior o Child, 
maior a mortalidade do paciente. 
 
(2) MELD-Na 
- Utilizado para listagem no transplante 
hepático; 
- Cálculo logarítmico; 
- Quanto maior, mais grave. 
 
COMPLICAÇÕES 
(1) INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA CRÔNICA 
AGUDIZADA (ACLF): 
DEFINIÇÃO: cirrose descompensada. 
FISIOPATOLOGIA: alta mortalidade em curto 
prazo: 
- Intensa inflamação; 
- Fator descompensador: libação alcoólica e 
infecções. 
- Falência de múltiplos órgãos: hepática, 
renal, cerebral, de coagulação, circulatória e 
respiratória. 
TRATAMENTO: 
• Suporte intensivo. 
• Controle do fator desencadeante. 
• Listagem para transplante hepático. 
(2) ENCEFALOPATIA HEPÁTICA: 
DEFINIÇÃO: síndrome neuropsiquiátrica por 
acúmulo de substância tóxicas (amônia) no 
cérebro causada por insuficiência hepática e 
existência de circulação colateral. 
- Associada a disfunção de hepatócitos ou 
shunt porto-sistêmico. 
- Pode ser esporádica, recorrente ou 
permanente. 
- Pode ser secundária à falência hepática 
aguda ou crônica. 
FATOR PRECIPITANTE (sempre procurar): 
• Constipação intestinal; 
• Infecções: PBE > pneumonia > ITU; 
• Má adesão à dieta; 
• DHE: hipo/hipercalemia, hiponatremia e 
alcalose metabólica; 
• Desidratação; 
• Uso de benzodiazepínicos, sedativos e 
opioides; 
• Outras: HDA e trombose de veia porta. 
QUADRO CLÍNICO: 
• Alterações subclínicas: observadas em 
testes cognitivos; 
• Distúrbios de atenção; 
• Inversão sono-vigília; 
• Coma hepático. 
EXAME FÍSICO: 
• Flapping ou asterix: tremor de extremidades 
anteroposterior. 
CRITÉRIOS DE WEST-HAVEN: 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
TRATAMENTO: 
• Identificar o fator precipitante. 
• Estimular evacuação: 
- Objetivo: três evacuações pastosas/dia. 
- Droga de escolha: lactulose 40-60 ml/dia. 
• CASOS REFRATÁRIOS: neomicina, 
metronidazol e rifaximina. 
(3) SÍNDROME HEPATORRENAL: 
DEFINIÇÃO: disfunção renal associada à 
cirrose hepática; compreende uma forma de 
insuficiência renal que ocorre em pacientes 
com cirrose em fase avançada ou em casos de 
insuficiência hepática aguda e apresentam 
hipertensão portal e ascite. 
- Não ocorrem alterações histológicas no 
parênquima renal à os distúrbios da 
circulação arterial renal incluem intenso 
aumento da resistência vascular renal e 
grande redução da resistência vascular 
sistêmica, sobretudo esplâncnica. 
- Em geral, possui prognóstico ruim. 
DIAGNÓSTICO: exclusão 
Deve preencher todos os seguintes pontos: 
• Presença de cirrose com hipertensão portal; 
• Aumento de creatinina ≥ 0,3 mg/dL em 48h 
ou ≥ 50% basal em 7 dias; 
• Ausência de drogas nefrotóxicas ou choque; 
• US sem sinais de nefropatia parenquimatosa 
ou obstrução de vias urinárias; 
• Urina I: < 50 células e proteinúria < 500 mg; 
• Ausência de melhora da função renal com 
suspensão de diuréticos e expansão 
volêmica com albumina 1g/kg por dia por 48 
horas. 
- OBS.: Se o paciente melhorar com a 
expansão, provavelmente era pré-renal. 
TRATAMENTO: 
• Suspender diuréticos. 
• Expansão volêmica com albumina + 
vasoconstritor: 
- Terlipressina: enfermaria. 
- Noradrenalina: UTI. 
• Suporte intensivo quando necessário: TSR 
se preciso. 
• Definitivo: transplante duplo renal e 
hepático. 
(4) ASCITE: 
DEFINIÇÃO: acúmulo de líquido intra-
abdominal. 
DIAGNÓSTICO: 
• EXAME FÍSICO: aumento do volume 
abdominal; macicez à percussão; piparote; 
macicez móvel; semicírculo de Skoda. 
• US DE ABDOME: ascite de pequeno 
volume. 
• PARACENTESE: ajuda na definição da 
etiologia e rastreio infeccioso. 
- Gradiente albumina soro-ascite (GASA) = 
albumina sérica – albumina no líquido 
ascítico. 
VALORES DE REFERÊNCIA PARA GASA 
• GASA ≥ 1,1 = hipertensão portal. 
- Proteína do líquido ascítico ≥ 2,5 = ascite 
cardiogênica. 
- Proteína do líquido ascítico < 2,5 = ascite 
secundária à cirrose hepática. 
• GASA < 1,1 = tuberculose peritoneal, 
carcinomatose peritoneal, síndrome 
nefrótica e ascite quilosa (triglicerídeos altos 
no líquido ascítico). 
TRATAMENTO: 
• Dieta restritiva em sódio: até 2g/dia. 
• Diuréticos: 
- Perda de 0,5 kg de peso/semana ou 
1 kg/semana se edema de MMII 
associado. 
• Paracentese de alívio: desconforto 
respiratório, intolerância e/ou refratariedadeaos diuréticos: 
- Se retirado > 5L de líquido ascítico: repor 
6-8g de albumina para cada litro retirado 
(evitar síndrome hepatorrenal). 
(5) PERITONITE BACTERIANA 
ESPONTÂNEA (PBE): 
DEFINIÇÃO: infecção do líquido ascítico por 
translocação bacteriana, em geral, de germes 
entéricos, como Escherichia coli. 
QUADRO CLÍNICO: 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
• Febre; 
• Dor abdominal difusa; 
• Outros índices de cirrose descompensada: 
EH ou SHR; 
• Ascite + descompensação = paracentese 
diagnóstica. 
DIAGNÓSTICO: 
• Citologia do líquido ascítico: > 250 
neutrófilos. 
• Cultura: coletada para direcional 
antibioticoterapia; 
- Não é necessário aguardar seu resultado 
para iniciar tratamento antibiótico. 
 
DIAGNÓSTICO: 
• Peritonite bacteriana secundária: 
- Perfuração intestinal: ruptura de 
apêndice, abdome agudo vascular com 
isquemia de alça, diverticulite, entre 
outros. 
- Punção diagnóstica: 
- Celularidade muito elevada e flora 
polimicrobiana; 
- Glicose < 50 mg/dl; 
- Proteína LA > 1 g/dl; 
- Solicitar TC de abdome. 
TRATAMENTO: 
• Antibiótico: cefalosporina 3ª geração 
(ex.: cefotaxima e ceftriaxone). 
PROFILAXIA: 
• PROFILAXIA SHR: albumina. 
• PROFILAXIA PRIMÁRIA DE PBE: 
norfloxacino ou ceftriaxona, especialmente 
em sangramento gastrointestinal. 
• PROFILAXIA SECUNDÁRIA DE PBE: 
norfloxacino ou ciprofloxacino. 
- Profilaxia para todos os pacientes que já 
tiveram PBE por toda a vida ou até que 
não tenham mais ascite. 
(6) HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA 
VARICOSA (HDA): 
FISIOPATOLOGIA: hipertensão portal à 
varizes no trato gastrointestinal (circulação 
colateral) à aumento da pressão portal à 
ruptura das varizes à HDA. 
- Mais comum em esôfago, mas, também em 
fundo gástrico e no reto. 
QUADRO CLÍNICO: 
• Hematêmese; 
• Melena; 
• Sangramentos extensos; 
• Podem causar enterorragia: sangue é 
catártico; 
• Hipotensão; 
• Instabilidade hemodinâmica; 
• Anemia; 
• Precipitação de encefalopatia hepática. 
DIAGNÓSTICO: 
• Hemograma e Coagulograma: avaliação de 
complicações e necessidade de transfusões. 
• EDA: após estabilização hemodinâmica; tem 
valor diagnóstico e terapêutico. 
TRATAMENTO: 
1º: ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICA 
- Risco de úlcera péptica: omeprazol 80mg IV 
em bolus – 40mg 12/12h. 
- Suspeita de ruptura de varizes esofágicas: 
vasoconstritor esplâncnico – terlipressina ou 
octreotide por 3-5 dias. 
2º: EDA 
- Ligadura elástica superior. 
- Escleroterapia. 
- Cianoacrilato: varizes gástricas. 
3º: SANGRAMENTOS QUE NÃO CESSAM 
COM ENDOSCOPIA – BALÃO DE 
SENGSTAKEN-BLAKEMORE 
- Insuflado no esôfago. 
- Tamponamento mecânico: > 24 horas é 
associado a complicações, como necrose de 
parede esofágica. 
4º: PRÓXIMAS ETAPAS 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
- TIPS: shunt portossistêmico transjugular 
intra-hepático. 
- Cirurgia de urgência. 
PROFILAXIA: 
• SE ASCITE = PBE: ceftriaxona 1g EV/dia 
por 7 dias (norfloxacino). 
• PRIMÁRIA (nunca sangrou): 
betabloqueador ou ligadura elástica. 
- Indicações: EDA com presença de 
varizes de médio ou grosso calibre ou fino 
calibre com alto risco de sangramento 
(CHILD B ou C/red spots). 
- Mudou = BAVENO VIII. 
• 
• PRIMÁRIA (nunca sangrou) QUE MUDOU 
PARA BAVENO VII: betabloqueador de 
escolha é o carvedilol. 
- Indicações: hipertensão portal 
clinicamente significativa = varizes, 
ascite, circulação colateral e elastografia 
> 25 kPa ou 20-25 kPa com plaquetas < 
150 mil ou 15-20 kPa com plaquetas < 
110 mil. 
• SECUNDÁRIA PARA 
RESSANGRAMENTO: sessões de LEV até 
erradicação das varizes + betabloqueadores 
não-seletivos (propranolol e carvedilol) para 
manter FC aproximadamente em 60 bpm. 
(7) CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC): 
DEFINIÇÃO: neoplasia de fígado que mais se 
associa à hepatopatia crônica, sendo 
necessário pesquisar sempre quando há 
descompensação da cirrose. 
- Marcador tumoral: alfafetoproteína (AFP). 
DIAGNÓSTICO: 
• Não necessita de biópsia. 
• TC de abdome com contraste: lesão 
irregular com hipervascularização na fase 
arterial e wash-out na passe pós-contraste. 
- Nódulos característicos > 2 cm ou 1-2 cm 
+ AFP > 400 ng/ml: fecham o diagnóstico. 
 
TRATAMENTO: 
• Até 1 nódulo < 5 cm ou 3 nódulos < 3 cm + 
assintomático + CHILD A = ressecção 
cirúrgica potencialmente curativa + 
avaliação de transplante hepático. 
• > 3 nódulos + assintomático + CHILD A ou B 
= terapias locais de quimioembolização. 
• Sintomático + metástases extra-hepáticas 
e/ou invasão tumoral vascular + CHILD A ou 
B = sorafenibe (antineoplásico inibidor de 
quinases). 
• Paciente com baixa performance status + 
CHILD C = cuidados paliativos. 
RASTREAMENTO: 
• Deve ser feito a cada 6 meses com US e 
AFP, em todo paciente cirrótico e/ou 
portador de vírus da hepatite B. 
HEPATOPATIA CRÔNICA 
ETIOLOGIA: 
• Hepatites virais; 
• Álcool; 
• Doença hepática gordurosa não alcoólica 
(DHGNA); 
• Doença hepática autoimune; 
• Medicamentos; 
• Colangite esclerosante primária; 
• Colangite biliar primária; 
• Doença de Wilson; 
• Hemocromatose; 
• Deficiência de a1-antitripsina; 
• Doença hepática policística. 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
1. DOENÇA HEPÁTICA 
ASSOCIADA AO ÁLCOOL 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA: 
Esteatose hepática (acúmulo de gordura 
secundário à inflamação hepática) à esteato 
hepatite (maior atividade inflamatória e 
aumento das transaminases) à cirrose 
hepática. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Alta prevalência de dependência de álcool 
no Brasil; 
• Uma das principais causas de cirrose. 
FATORES DE RISCO: 
• Consumo de álcool, principalmente, se 
ingesta > 20-40 g/dia em mulheres e > 40-80 
g/dia em homens; 
- 1 dose = 14g de álcool. 
• Consumo abusivo de álcool + fatores 
genéticos predisponentes; 
• OUTROS: obesidade, tabagismo, alterações 
imunológicas e genéticas, hepatite viral 
crônica. 
QUADRO CLÍNICO: 
• HISTÓRIA CLÍNICA. 
• EXAME FÍSICO: hipertrofia de parótidas, 
eritema palmar e contratura de Dupuytren 
(encurtamento da fáscia palmar no 4º-5º 
dedos). 
• EXAMES COMPLEMENTARES: AST > ALT 
(TGO > TGP); TGO/TGP > 2; aumento de 
GGT. 
TRATAMENTO: 
• Abstinência alcoólica: 
- Se necessário, tratamento 
medicamentoso para os sintomas de 
abstinência. 
• Evitar outros agressores: vacinação contra 
hepatites virais. 
• Melhora do estado nutricional. 
• “Não pode transplante” = FAKE à 
necessidade de, no mínimo, 6 meses de 
abstinência. 
2. HEPATITE ALCOÓLICA 
DEFINIÇÃO: esteatohepatite + uso abusivo de 
álcool (cronicamente) + libação alcoólica = 
hepatite aguda. 
- Ingestão muito maior que a habitual em curto 
período; 
- Relacionada com eventos estressantes; 
- Quanto mais dias ou semanas em 
abstinência, maior é a recaída. 
3. DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA 
ASSOCIADA À DISFUNÇÃO METABÓLICA 
(MAFLD) 
DEFINIÇÃO: consiste em uma doença 
hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Epidemia mundial; 
• Principal causa de doença hepática nos 
EUA; 
• No Brasil, está cada vez mais prevalente. 
FATORES DE RISCO: 
• Obesidade; 
• DM tipo 2; 
• Síndrome metabólica. 
FISIOPATOLOGIA: resistência insulínica. 
NÃO CONFUNDIR! 
ESTEATOSE: acúmulo excessivo de lipídeos 
nos hepatócitos. 
MAFLD: esteatose à esteatohepatite à cirrose 
à CHC. 
 
OBS.: Acúmulo de gordura no fígado ± 
inflamação. 
- Inflamação = esteatohepatite não alcoólica 
(NASH). 
DIAGNÓSTICO: 
• Escores NAFLD, APRI e FIB-4. 
• DM tipo 2, HAS e síndrome metabólica. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
• Acúmulo de gordura no fígado: exame de 
imagem; 
- Elastografia hepática: feita por meio de 
US para estimar o grau de fibrose. 
• Biópsia hepática (padrão-ouro): fibrose 
periportal; 
- Apenas em casos de dúvidas. 
TRATAMENTO: 
• Mudança de estilo de vida: atividade física, 
dieta e perda ponderal (principal). 
• Controle de comorbidades: HAS e DM com 
tratamento específico. 
• Pioglitazona + Vitamina E: aparente 
benefício,sobretudo para diabéticos. 
4. HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA 
DEFINIÇÃO: mutações no gene da hepcidina 
(proteína envolvida na absorção do ferro no 
intestino). 
- Transmissão genética de padrão 
autossômico dominante. 
- Acúmulo de ferro nos tecidos à fibrose à 
dano irreversível. 
- Mais comum em homens. 
QUADRO CLÍNICO: doença dos 6Hs 
• Hepatopatia crônica (principal); 
• Heart: insuficiência cardíaca; 
• Hipogonadismo; 
• Hiperglicemia; 
• H: artrite; 
• Hiperpigmentação cutânea. 
DIAGNÓSTICO: 
• Saturação de transferrina > 45%: teste de 
escolha para rastreamento. 
• Ferritina > 1000 ng/ml; 
- Baixa especificidade. 
OBS.: Saturação de transferrina < 45% + 
Ferritina < 200-300 ng/ml = exclusão do 
diagnóstico. 
• TIBC < 26 µmol/l: alternativa para rastreio. 
• Pesquisa do gene HFE: mutação C232Y. 
• Biópsia hepática. 
• RNM: escolha não invasiva. 
TRATAMENTO: 
• Flebotomias (principal): alvo de ferritina 50-
100 ng/ml; 
- Melhora da disfunção hepática, 
insuficiência cardíaca e fadiga. 
- Não melhora DM, hipogonadismo e 
artralgia. 
• Quelantes de ferro: deferoxamina. 
 
5. DOENÇA DE WILSON 
DEFINIÇÃO: defeito na ceruloplasmina 
(ATP7B) com acúmulo de cobre pelo corpo. 
- Transmissão genética autossômica 
recessiva. 
QUADRO CLÍNICO: 
• Hepatopatia crônica; 
• Cirrose e suas complicações; 
• SNC: parkinsonismo, tremores e distonias. 
• Retina: anéis de Kayser-Fleischer 
(patognomônico) = anel pigmentado na 
periferia corneana associado a 
manifestações neurológicas. 
 
DIAGNÓSTICO: 
• Cobre urinário alto; 
• Ceruloplasmina baixa. 
TRATAMENTO: 
• Quelantes de cobre: penicilamina. 
6. CIRROSE CRIPTOGÊNICA 
• 10-15% dos casos. 
• Causa desconhecida: avaliar todos os 
fatores de risco e todas as possibilidades 
diagnósticas. 
• Biópsia hepática pode ajudar. 
• Etiologia mais provável: MAFLD. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
7. OUTRAS CAUSAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO 
José, 56 anos, vem acompanhado da esposa, 
Maria. 
QD: ganho de peso. 
“Sabe doutora, se você perguntar a ele, ele vai 
dizer que não tem é nada! Não é, Zé?” 
“E não tenho! Afinal, quem procura acha e eu 
não sinto nada!”. 
“Mas isso não é verdade! Nas últimas semanas, 
ele ganho uns 5kg, doutora! Isso não pode ser 
normal... E tem bebido mais!”. 
 
“Hmm, já deu para entender que seu José 
tem doença hepática associada ao álcool. 
Mas o que será que fez ele descompensar 
assim?” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
QUESTÕES 
1. (SUS-SP-2021) Paciente jovem do sexo 
feminino, em uso de anticoncepcional, 
desenvolve dores intensas na região de 
hipocôndrio direito, com distensão 
abdominal e anemia. Na tomografia, 
identifica-se grande lesão hepática, 
sugestiva de adenoma gigante, envolvendo 
todo o lobo hepático esquerdo. O cirurgião 
de fígado foi consultado e indicou realização 
de hepatectomia esquerda clássica. Neste 
aspecto, do ponto de vista anatômico, os 
segmentos que serão ressecados em uma 
hepatectomia esquerda são: 
a) III, IVa e VII. 
b) II, III, IVa e IVb. 
c) I, II e III. 
d) IVb, V e VII. 
e) V, VII e VIII. 
2. (AMRIGS-2019) Paciente cirrótico por 
álcool, em abstinência etílica há 6 anos, 
tabagista, sorologias para hepatite B e C 
negativas, sem ascite no exame físico, sem 
sinais de encefalopatia. Traz exames 
laboratoriais: albumina 2,7; INR 1,09; 
bilirrubinas totais 2,3; Na 137; K 3,8. Em uso 
de AAS, furosemida e metoprolol. Com 
bases nesses dados, qual dos escores 
abaixo é possível de ser calculado? 
a) Child-Turcotte-Pugh. 
b) MELD (Model of End Liver Disease). 
c) METAVIR. 
d) FIB4 (fibrosis-4). 
3. (UFPR-2018) Com relação à doença 
hepática gordurosa não alcoólica, é correto 
afirmar: 
a) A maioria dos pacientes é assintomática. 
b) Na avaliação dos pacientes, as enzimas 
hepáticas alanina aminotransferase e 
aspartato aminotransferase são bons 
marcadores de gravidade do dano da célula 
hepática. 
c) Ocorre exclusivamente em pacientes com 
excesso de peso corporal. 
d) Os medicamentos da classe 
tiazolidinedionas (ex.: metformina) são os 
medicamentos de escolha para o 
tratamento. 
e) Devido ao risco de hepatotoxicidade das 
estatinas, elas devem ser evitadas no 
tratamento da dislipidemia associada. 
4. (IPSEMG-2018) Cirrose, hepatite alcoólica 
e carcinomatose peritoneal cursam, 
respectivamente, com GASA: 
a) ≥ 1,1 mg/dl, ≥ 1,1 mg/dl e < 1,1 mg/dl. 
b) ≥ 1,1 mg/dl, < 1,1 mg/dl e < 1,1 mg/dl. 
c) ≥ 1,1 mg/dl, > 1,1 mg/dl e > 1,1 mg/dl. 
d) < 1,1 mg/dl, ≥ 1,1 mg/dl e < 1,1 mg/dl. 
e) < 1,1 mg/dl, < 1,1 mg/dl e > 1,1 mg/dl. 
5. (IAMSPE-2018) Quanto à peritonite 
secundária é correto afirmar que: 
a) Em geral, ela é monovacteriana. 
b) A presença de fungo ou pseudomonas não 
ocorre frequentemente. 
c) Sinais de irritação peritoneal fecham ou 
excluem o diagnóstico. 
d) A translocação bacteriana é a causa mais 
comum. 
e) Somente ocorre nos quadros perfurativos. 
6. (AMRIGS-2019) Homem de 61 anos, com 
diagnóstico de cirrose alcoólica, é 
submetido à endoscopia digestiva alta na 
qual se verifica a presença de varizes 
esofágicas de médio e grande calibre. Não 
tem história de sangramento digestivo. A 
albumina sérica é de 3,4 g/dl (VR = 3,5 a 4,4 
g/dl) e o tempo de protombrina é de 10 
segundos / 85% de atividade. Qual das 
condutas abaixo é a mais adequada para a 
profilaxia do sangramento? 
a) Indicar o uso de betabloqueador. 
b) Indicar o uso de octreotida. 
c) Realizar shunt portossistêmico. 
d) Realizar escleroterapia profilática. 
7. (FAMERP-2018) Paciente de 50 anos vai à 
UBS e o médico faz diagnóstico de cirrose, 
sem etiologia definida ainda. A ele é dada a 
orientação para fazer um exame de 
ultrassom com doppler de seis em seis 
meses. O objetivo deste exame é detectar 
precocemente: 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
a) O início da hipertensão portal. 
b) O aparecimento de icterícia. 
c) O aparecimento de nódulo hepático. 
d) O aparecimento de ascite. 
8. (UFPR-2016) Em relação às complicações 
agudas da hepatopatia crônica, assinale a 
alternativa correta: 
a) A peritonite bacteriana espontânea ocorre, 
com frequência, em cirróticos sem ascite, 
principalmente quando a etiologia for 
alcoólica. 
b) A vasodilatação venosa proposta para 
explicar a retenção de sal e água na cirrose 
é a hipótese mais aceita na etiopatogenia da 
síndrome hepatorrenal. 
c) O desvio de sangue portossistêmico, 
impedindo a passagem de várias 
substâncias nitrogenadas procedentes do 
intestino, constitui um dos fatores 
preponderantes na etiologia da 
encefalopatia hepática. 
d) Hemorragia digestiva alta varicosa pode 
ocorrer em qualquer segmento do tubo 
digestivo, predominando no fundo gástrico. 
e) Dentre os fatores predisponentes mais 
importantes da encefalopatia hepática 
destacam-se hemorragia digestiva alta, 
peritonite bacteriana, constipação e acidose. 
9. (HEJSN-2019) Paciente cirrótico por vírus 
B, sem tratamento específico, etilista 
inveterado. Apresenta-se bilirrubina total de 
6,5 mg%, ascite moderada, albumina de 
2,9%, TAP e PTTK normais, sem sinais de 
encefalopatia hepática. Segundo a 
classificação de Child-Pugh, a pontuação e 
a classe deste paciente é: 
a) 7 pontos, Child-Pugh A. 
b) 8 pontos, Child-Pugh B. 
c) 9 pontos, Child-Pugh B. 
d) 10 pontos, Child-Pugh C. 
e) 11 pontos, Child-Pugh C. 
10. (USP-RP-2021) Homem, 62 anos, com 
cirrose hepática associada ao álcool, refere 
ganho ponderal de 8 kg nos últimos 3 
meses. Na última semana, apresentou 
redução do volume urinário e dor abdominal 
difusa, que associa ao aumento do volume 
do abdome. Evacuação uma vez ao dia. Ao 
exame abdome globoso, com sinal do 
piparote positivo. Edema de membros 
inferiores ++/4+. 
Exames laboratoriais: creatinina: 1,1 mg/dL 
(VR: 0.7-1,5): sódio: 136 mEq/L (VR: 135-
145); potássio: 4,8 mEq/L (VR 3,5-5). 
albumina: 3,1 g/dL (VR: 3,5-4,8): bilirrubina 
total: 4,5 mg/dL (VR: 0.8-1.2mg/dl): 
bilirrubina direta: 3.2 mg/dL (VR: até 0,4 
mg/dL: INR: 1,4 (VR: até 1,3). Paracentese 
diagnóstica: glóbulos brancos: 530/mm3 
com 85% de neutrófilos. 
Além do tratamento com antibiótico, qual a 
conduta mais adequada neste momento? 
a) Furosemida. 
b) Espironolactona. 
c) Albumina. 
d) Lactulose. 
11. (USP-SP-2018) Homem de 56 anos de 
idade está em acompanhamento no 
ambulatório de clínica médica por cirrose 
hepática devido à hepatite B. Vem ao pronto-
socorro por dor abdominal e febre baixa 
(38°C) há uma semana. No exame clínico: 
pulso = 98 bpm; pressão arterial = 130 x 72 
mmHg; frequência respiratória = 22 irpm. 
Abdome globoso, doloroso difusamente à 
palpação, com sinais de ascite. A punção do 
líquido ascítico revelou: glicemia = 30 mg/dl; 
leucócitos = 13.200/mm³ com 98% de 
polimorfonucleares, ausência de células 
atípicas e, à coloração de Gram, presença de 
micro-organismos Gram-positivos. 
Qual é a conduta para a principal hipótese 
diagnóstica neste momento? 
a) Drenagem do líquido ascítico. 
b) Tomografia de abdome. 
c) Ceftriaxona e metronidazol. 
d) Shunt porta-hepático. 
12. (UFES-2020) Sobre a Peritonite 
Bacteriana Espontânea (PBE), infecção que 
ocorre no líquido ascítico de pacientes 
cirróticos sem que exista qualquer outra 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
fonte intra-abdominal de infecção, assinale 
a alternativa correta: 
a) A profilaxia primária da PBE é recomendada 
para todo paciente cirrótico que apresente 
proteína no líquido ascítico menor 1,5 mg/dl. 
b) A infusão de albumina humana a 20% é 
recomendada para prevenção de síndrome 
hepatorrenal quando o paciente cirrótico 
com diagnóstico de PBE apresentar 
bilirrubina sérica maior que 2 mg/dl e ureia 
maior 25 mg/dl. 
c) Pacientes cirróticos com ascite, que 
apresentem episódio de sangramento 
gastrointestinal agudo devem receber 
antibioticoprofilaxia para PBE. A droga de 
escolha é a amoxicilina na dose de 500 mg 
de 12/12 horas por via oral durante 7 dias. 
d) A profilaxia secundária de PBE deve ser feita 
com norfloxacina 400 mg ao dia até a 
resolução da ascite, ou até que o paciente 
seja submetido ao transplante hepático, 
caso seja elegível. 
13. (UERJ-2021) O uso de TIPS para 
tratamento da hipertensão portal é uma 
excelente opção nos pacientes com 
hemorragia varicosa de difícil controle. Uma 
complicação relacionada a esse tratamento 
é: 
a) Sepse. 
b) Síndrome hepatorrenal. 
c) Encefalopatia hepática. 
d) Trombose de veia cava inferior. 
14. (UFF-2019) Paciente, com cirrose e 
neuropatia periférica pelo alcoolismo, 
apresenta piora da ascite e encefalopatia. A 
rotina médica aumenta a dose de 
furosemida e espironolactona, mas há piora 
da função renal (ureia = 40 → 120 mg/dl e 
creatinina 0,7 = → 2,5 mg/dl). PA = 100 x 60 
mmHg, FC = 90 bpm, enquanto os demais 
exames mostram Hgb = 11 g/dl, sódio = 136 
mEq/L e potássio = 5,0 mEq/L. É iniciada 
ainda lactulona, obtendo três 
evacuações/dia, mas não há melhora 
neurológica. Com relação ao tratamento da 
ascite nesse cenário clínico, dentre as 
alternativas a seguir, aponte a conduta mais 
apropriada. 
a) A associação de albumina e furosemida é a 
estratégia mais eficaz. 
b) Há indicação para suspensão dos diuréticos 
e prova de volume com cristaloide. 
c) O tratamento é com paracentese e 
colocação de TIPS. 
d) Deve-se manter os diuréticos e associar 
terlipressina. 
e) Os diuréticos devem ser suspensos e 
iniciada albumina. 
15. (SES-RJ-2019) Mulher de 50 anos, 
portadora de cirrose hepática há 12 meses, 
é internada por ascite de difícil manejo e 
confusão mental. Os últimos exames 
demonstram retenção de escórias 
nitrogenadas que não havia antes. Os dados 
que mais sugerem o diagnóstico de 
síndrome hepatorrenal tipo I são: 
a) Resposta ruim à furosemida e à 
paracentese. 
b) Melhora com a paracentese e não resposta 
à dopamina. 
c) Insuficiência renal aguda não aligúrica e 
resposta à infusão albumina. 
d) Sódio urinário abaixo de 10 mEq em 24h e 
não resposta à infusão de albumina. 
16. (SES-PE-2020) Um paciente cirrótico foi 
levado ao hospital pelos familiares com 
história de alteração do ciclo sono-vigília há 
sete dias. Nas últimas 24 horas, ele vinha 
com alterações de comportamento, 
inquieto, com dificuldades de se orientar 
dentro do domicílio e, por isso, na noite da 
véspera, a esposa resolveu administrar um 
comprimido de diazepam para ele dormir 
melhor. No momento, ele está alerta, mas 
desorientado têmporo-espacialmente, com 
franco asterixis. Ao exame físico, percebe-
se leve icterícia e abdome indolor, com 
ascite volumosa. Exames laboratoriais 
mostravam BT 3,2 mg/dL; albumina 3,0 g/dL; 
sódio 130 mEq/L, potássio 2,8 mEq/L; 
plaquetas 92.000/mm3 e INR 1,8. Assinale a 
alternativa CORRETA com relação à 
condução do caso. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
a) Paciente deve fazer restrição de proteína na 
dieta durante o internamento hospitalar, não 
ultrapassando 0,8 g/kg de peso/dia. 
b) Deve ser feita correção dos níveis séricos de 
sódio e potássio através da administração 
de solução salina com cloreto de potássio. 
c) É essencial a realização de paracentese 
diagnóstica para avaliar a presença de 
peritonite bacteriana espontânea, mas, 
devido à coagulopatia, será preciso 
inicialmente repor fatores de coagulação, 
para permitir a realização do procedimento 
com segurança. 
d) Já que houve administração inapropriada de 
benzodiazepínico recente, deve ser prescrito 
flumazenil a cada oito horas, durante os três 
primeiros dias de internação. 
e) Nesse momento, os diuréticos não devem 
ser utilizados, recomendando-se a 
realização de paracentese com reposição de 
albumina, caso seja descartada a 
possibilidade de peritonite espontânea. 
17. (SIRIO-2021) A respeito da encefalopatia 
hepática, são fatores precipitantes: 
I. Hemorragia digestiva. 
II. Peritonite bacteriana espontânea. 
III. Constipação. 
IV. Hipervolemia. 
V. Trombose da veia porta. 
Está correto o que se afirma em: 
a) II, IV e V, apenas. 
b) I, II, III, IV e V. 
c) I, IV e V, apenas. 
d) I, II e III, apenas. 
e) I, II, III e V, apenas. 
18. (SES-RJ-2020) Paciente com cirrose 
hepática de etiologia alcoólica dá entrada na 
emergência com sangramento por varizes 
de esôfago. Enquanto aguarda a 
endoscopia e realiza reposição volêmica, a 
fim de tentar diminuir a hemorragia, deve-se 
fazer uso de: 
a) Noradrenalina. 
b) Propanolol. 
c) Octreotide. 
d) Cilostazol. 
GABARITO: 1B; 2A; 3A; 4A; 5B; 6A; 7C; 8C; 
9D; 10C; 11B; 12D; 13C; 14E; 15D; 16E; 17E; 
18C.

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