Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NUTRIÇÃO NA PRÁTICA ESPORTIVA Sandra Muttoni Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 M992n Muttoni, Sandra. Nutrição na prática esportiva / Sandra Muttoni. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 195 p. il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-002-3 1. Nutrição. 2. Prática esportiva. I. Título. CDU 613.2:796 Ingestão antes, durante e após o exercício Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a importância dos carboidratos na prática esportiva. Descrever orientações para o consumo de carboidratos antes do exercício físico. Demonstrar orientações para o consumo de carboidratos durante e após o exercício físico. Introdução A alimentação adequada é fundamental para o bom desempenho es- portivo. Entre os nutrientes, os carboidratos merecem destaque, uma vez que a performance durante a atividade física tem relação direta com a mobilização dos estoques musculares e hepáticos de glicogênio, que são obtidos por meio do consumo desse macronutriente. Desta forma, torna-se imprescindível a utilização de estratégias nu- tricionais que envolvam a ingestão oportuna de fontes alimentares de carboidratos para o alcance das metas esportivas. Neste texto, você vai estudar a importância do consumo adequado de carboidratos antes, durante e após o exercício físico, assim como conhecer orientações nutricionais específicas, que devem ser fornecidas aos praticantes de atividade física. Os carboidratos e sua estreita relação com a prática esportiva Qualquer atividade física exige contração muscular para gerar movimento, em maior ou menor escala e, para que os músculos possam se contrair, torna-se necessário um dispêndio de energia. A base fi siológica e nutricional aplicada à atividade física é exatamente a mesma, tanto para atletas quanto para os praticantes de atividade física, sendo que a intensidade e a duração da ativi- dade é que farão a diferença e determinarão os cuidados específi cos. Assim, percebe-se que a contração muscular é que inicia o processo de solicitação de energia aos músculos e, a partir das reservas corporais, essa energia é liberada por meio de processos oxidativos dos macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas) para gerar ATP (adenosina trifosfato). A atividade esportiva, seja com o objetivo de promoção e manutenção do estado de saúde, seja com o de alto rendimento, promove aumento no gasto energético, que será diretamente proporcional à frequência, duração e intensidade da atividade realizada. Dessa maneira, caso o consumo energético não seja pertinente a tal demanda, ocorrerá um desequilíbrio energético, com consequente alteração no peso e na composição corporal, podendo provocar comprometimento da performance esportiva e da condição de saúde. Os carboidratos como substrato energético A energia proveniente dos alimentos é metabolizada e armazenada sob a forma de substratos para poder ser utilizada quando necessário. Por meio da alimentação diária, deve ser oferecido ao organismo quantidades e tipos de nutrientes capazes de suprir as demandas de energia e reposição de seus estoques de glicogênio, otimizando a recuperação muscular, a construção e a reparação de tecidos e a manutenção da competência imunológica, assim como o equilíbrio do sistema endócrino e a melhora do desempenho desportivo. Nesse contexto, os carboidratos representam a principal fonte de energia contínua para os músculos, tanto para manter as atividades do dia a dia, quando para realizar o exercício físico. A quantidade de energia fornecida em cada grama de carboidrato é 4 kcal, que é prontamente disponibilizada para todas as células do corpo ou armazenada sob a forma de glicogênio no fígado e nos músculos. O carboidrato será responsável por maximizar seus estoques antes do exercício, fornecer energia durante e também terá um papel fundamental no período de recuperação depois do exercício. Diversos estudos na literatura especializada sugerem que um adequado aporte de carboidrato na alimentação melhora o desempenho durante o exer- cício, ao passo que uma ingestão inadequada desse nutriente pode resultar em cansaço e fadiga, com consequente queda no desempenho esportivo. Isso porque os estoques desse nutriente no nosso organismo são bastante limitados, ao contrário dos estoques de gordura, por exemplo. Apenas para 57Ingestão antes, durante e após o exercício dimensionar, se o carboidrato fosse o único nutriente a fornecer energia para o organismo, uma atividade moderada de 90 minutos seria capaz de esgotar seus estoques. Sendo assim, o consumo adequado de carboidratos ao longo do dia é refletido diretamente na manutenção e reposição de seus estoques, impactando o desempenho esportivo. Na Figura 1, podemos ver o uso dos substratos energéticos na prática esportiva e quanto os carboidratos se sobressaem quando comparados às proteínas e às gorduras: Figura 1. Comparação de uso dos substratos energéticos em diferentes atividades. Fonte: Wardlaw e Smith (2013, p. 439). Pe rc en tu al d o us o de e ne rg ia su pr id a pe la fo nt e ca ló ric a 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 �� ��� Haltero�lismo Corrida com obstáculos de 200 m Basquete competitivo Ciclismo difícil por 1 h Maratona de 2 h Proteína Carboidrato Gordura Nutrição na prática esportiva 58 Recomendações quanto ao consumo diário de carboidratos A alimentação de um praticante de atividade física precisa ser composta, em sua maior parte, por alimentos fonte de carboidratos, devendo corresponder até 65 % do total de calorias fornecidas pela alimentação diária (média de 60 %). Em geral, para aqueles indivíduos que treinam de três a quatro vezes por semana, durante trinta a sessenta minutos, suas necessidades de carboidratos dão atendidas consumindo, em média, de 3 a 5 gramas/kg peso/dia. Já para aqueles programas mais intensos de treinamento, que compreendem de cinco a seis vezes por semana, com duração de 2 a 3 horas por sessão, as demandas podem ser atingidas com um consumo entre 5 a 8 gramas/kg peso/dia, sendo que, frequentemente, faz-se necessário o uso de suplementos específi cos para contemplar tais demandas. Para exemplifi car, um homem de 95 kg que pratica musculação seis vezes por semana, com sessões de 1h30min, preci- saria consumir de 475 a 760 gramas de carboidratos ao dia, equivalente ao consumo de 8 a 12 pratos rasos de macarrão (na prática, percebe-se que é um tanto difícil realizar tal consumo e os suplementos favoreceriam o suprimento das necessidades). Muitas pessoas praticam atividade física em jejum ou restringem consideravelmente o consumo de carboidratos, sobretudo com o objetivo de elevar a queima de gordura. Durante o jejum, de fato, a gordura é disponibilizada para a queima e fornecimento de energia. Porém, esse processo metabólico é um tanto limitado e, a partir de certo momento, o organismo começa a utilizar as reservas proteicas (massa magra) com o propósito do fornecimento de energia. Dessa forma, fazer refeições em intervalos regulares, em quantidades suficientes e com alimentos variados mantém o metabolismo funcionando de maneira adequada e contribui para o alcance e manutenção de um bom condicionamento físico. 59Ingestão antes, durante e após o exercício Os carboidratos estocados na forma de glicogênio muscular e hepático e a glicose sanguínea são utilizados pelos músculos como fonte primária de combustível, ou seja, logo quando o indivíduo passa de um estágio de repouso e dá início ao exercício. Isso porque, como a produção de energia a partir do glicogênio pode ocorrer na ausência de oxigênio (sistema anaeróbico), o glicogênio muscular constitui o principal fornecedor de energia nos primeiros minutos do exercício. À medida que o exercício continua, a liberação de energia a partir dos carboidratos é ativada. Nesse momento, há a decomposição de glicose para duas moléculas de ácidopirúvico que é convertido em ácido lático. No caso de alta intensidade, o nutriente mais utilizado como substrato energético é justamente o carboidrato, pois há grande liberação de glicose durante exercícios com esse tipo de demanda. O consumo de carboidratos antes do exercício físico Os carboidratos representam o principal substrato para a produção de glico- gênio muscular, que é a mais importante fonte de energia ativada durante os exercícios. Pelo fato de os estoques musculares e hepáticos de glicogênio serem limitados, a reposição de carboidratos por meio do consumo alimentar deve ser feita de maneira constante e sistemática a fi m de evitar a falência desses estoques. Conforme as reservas de glicogênio muscular diminuem, a glicose sanguínea começa a ser requisitada para o fornecimento de energia. Assim, com a alta taxa de utilização da glicose sérica, o glicogênio hepático (responsável por mantê-la constante), pode sofrer depleção rapidamente, fazendo com que a reposição de carboidratos seja necessária quando a atividade física tiver duração superior a uma hora. Para os praticantes de atividade física que realizam seus treinos desportivos com duração inferior a uma hora, não há necessidade de reposição específica de carboidratos e o consumo adequado ao longo do dia é suficiente para suprir as demandas. A refeição pré-exercício é de suma importância e tem como principais objetivos: manter a hidratação; preencher os estoques corporais de energia; prevenir a fome e minimizar o desconforto gástrico. Assim, o volume ofere- Nutrição na prática esportiva 60 cido, a composição e o momento dessa refeição merecem destaque especial e precisam ser observados. Relativo à escolha dos alimentos que irão compor a refeição, as fontes de carboidrato devem ser peculiares à demanda energética do exercício e à manutenção da glicemia, com o intuito de garantir o desempenho esportivo e evitar a hipoglicemia. Também é de fundamental importância que as preferências e gostos indi- viduais, assim como as formas de preparo, sejam considerados. Dependendo das porções alimentares e da composição da refeição, o tempo para a digestão pode ser mais longo e demorar mais de três horas, podendo gerar desconforto abdominal, náuseas e vômitos, além de atrapalhar o tempo de início da ativi- dade. Quando não há possibilidade de aguardar esse tempo, é aconselhável que sejam priorizadas refeições ricas em carboidratos e pobres em gorduras e em fibras, a fim de facilitar o esvaziamento gástrico e disponibilizar glicose para os músculos no momento da atividade física. As refeições realizadas até uma hora antes dos exercícios devem ser compostas basicamente por carboidratos de médio e alto índice glicêmico (em média de 15 a 20 gramas de carboidratos), que irão proporcionar uma absorção mais rápida e garantir o aporte adequado de glicose no momento da atividade. Vale salientar que essa refeição deve ser, preferencialmente, de consistência líquida ou pastosa, para facilitar o esvaziamento gástrico e prevenir possíveis desconfortos. Quando a refeição for realizada com mais de duas horas de antecedência em relação ao início da prática esportiva, os carboidratos que irão compor a refeição devem ser, de preferência, de baixo e médio índice glicêmico, pois apresentam absorção mais lenta e irão garantir a manutenção da glicemia até que a atividade seja iniciada. Essa refeição deverá apresentar entre 60 a 70 % das calorias sob a forma de carboidratos, com certa restrição de gorduras (de 10 a 25 % do valor energético total da refeição), com moderada oferta de proteínas (10 a 20 % das calorias da refeição). Quando possível, deve-se dar maior ênfase ao consumo de carboidratos complexos antes da atividade física (até 3 horas antes), visto que tais alimentos evitam os picos glicêmicos, tornando a oferta de glicose mais equilibrada e constante. Vale lembrar que em algumas modalidades esportivas, como a corrida e artes marciais, nas quais há grande movimento do corpo, existe uma maior tendência ao desconforto gastrointestinal. Nessas situações, torna-se necessário uma atenção maior ao volume e composição da refeição, dando-se preferência às preparações mais leves, formadas por alimentos que fazem parte da rotina alimentar do praticante esportivo. Assim, minimiza-se o risco de possíveis desconfortos abdominais, que poderão prejudicar o rendimento. 61Ingestão antes, durante e após o exercício Na hora de se alimentar antes dos treinos/exercícios, é bastante comum surgirem dúvidas em relação ao consumo de alimentos. Confira, a seguir, alguns exemplos de refeições que podem ser realizadas (escolher uma das opções): Até 2 ou 3 horas antes do exercício: Arroz + feijão + 1 bife grelhado + cenoura refogada + salada de vagem, alface e tomate + 1 banana (sobremesa) Macarrão ao sugo + feijão + filé de frango grelhado + abobrinha refogada + salada de beterraba cozida, rúcula e pimentão vermelho + 3 fatias de manga (sobremesa). Até 1 hora antes do exercício: 1 copo de suco de fruta + 1 sanduíche (1 hora antes) 1 copo de vitamina de fruta + 1 sanduíche Até 30 minutos antes do exercício: 1 copo de vitamina de fruta + 2 colheres de sopa de cereais matinais 1 copo de suco de fruta + 3 ou 4 biscoitos água e sal Até 15 minutos antes do exercício: 1 copo de suco natural de fruta 1 porção média de fruta O índice glicêmico (IG) dos alimentos representa o efeito sobre a glicemia (taxa de glicose sanguínea) de uma quantidade fixa de carboidrato disponível em um determi- nado alimento, ou seja, o IG se refere à medida da velocidade na qual um carboidrato é absorvido e transformado em glicose pelo organismo. Alimentos com alto IG – como a melancia, a manga, o mel, o milho e as barras de cereais – são absorvidos mais rapidamente, enquanto alimentos com baixo IG – arroz integral, tomate, abobrinha, brócolis, maçã, pera – são absorvidos de forma mais lenta, alterando gradativamente os níveis de glicose sanguínea. Por sua vez, a carga glicêmica (CG) é um produto do índice glicêmico (IG) e da quanti- dade de carboidrato presente na porção de alimento consumido. Esse marcador mede o impacto glicêmico da dieta, sendo calculado a partir do produto do IG do alimento pela quantidade de carboidrato contida na porção consumida do alimento. Vale salientar que quando se fala em índice e carga glicêmicos, a velocidade da absorção de um carboidrato não está relacionada à quantidade de carboidratos presentes no alimento, ou seja, um alimento pode ter um índice glicêmico alto e uma carga glicêmica baixa. Nutrição na prática esportiva 62 O consumo de carboidratos durante e após o exercício físico Os carboidratos são importantes substratos energéticos para a contração mus- cular durante o exercício físico e, após o esforço, a ingestão de carboidratos visa repor os estoques depletados e garantir o padrão anabólico. Assim, para manter, ou até mesmo aumentar, os estoques de glicogênio muscular durante os períodos de treinamento, torna-se necessário a adoção de um padrão alimentar pautado em uma elevada quantidade de carboidratos. Especifi camente quanto aos exercícios de força, o treinamento físico associado ao uso de dietas ricas em carboidratos pode proporcionar um aumento nas reservas de glicogênio muscular, acentuando o processo de ganho de massa muscular (hipertrofi a). Consumo de carboidratos durante a atividade física Atualmente, é amplamente aceito que efeito ergogênico da ingestão de car- boidratos durante o exercício físico prolongado irá retardar o aparecimento da fadiga, além de proporcionar melhora no desempenho. Em contrapartida, caso não ocorra o consumo de carboidratos durante os exercícios de longa duração (igual ou superior a 1 hora), os estoques de glicogênio corporais serão depletados, o que provocará uma queda nas concentrações de glicose sanguínea e, como consequência, o sistema nervoso central e o metabolismo muscular irão entrar em colapso,provocando a interrupção da atividade. A necessidade energética durante o exercício físico depende da intensidade e duração da modalidade esportiva, do gênero do praticante e do seu estado nutricional inicial. Quanto maior a intensidade dos exercícios, maior será a participação dos carboidratos no fornecimento de energia. Recomenda-se que a concentração de carboidratos fique entre 4 e 8 % (média de 6 a 8%), em torno de 30 a 60 g por hora, para a manutenção das concentrações de glicose, devendo-se dar preferência para soluções com mistura de carboidratos (glicose e frutose, por exemplo), que facilitam o esvaziamento gástrico e a oxidação. Carboidratos provenientes de uma única fonte, como a glicose, por exem- plo, conseguem ser oxidados na taxa de aproximadamente 60 g/h. Por outro lado, quando se ingere uma mistura de carboidratos (ex.: glicose e frutose), as taxas de oxidação podem chegar a, e até ultrapassar, 100 g/h. Ainda em relação à quantidade de carboidrato a ser ingerida durante o exercício físico com maior tempo de duração (acima de 1 hora), o consumo entre 40 e 75 g de carboidratos por hora indicam benefícios no desempenho ao passo que a ingestão de um único tipo de carboidrato, como glicose ou maltodextrina, 63Ingestão antes, durante e após o exercício em taxas maiores que 60 a 70 g/h, não parece ser mais eficaz na melhora do desempenho que a ingestão de dois tipos de carboidratos na quantidade de 60 a 70 g/h, talvez por causa das limitações na taxa de absorção de um único tipo de carboidrato pelo intestino. A forma de ingestão, preferencialmente, deve ser a líquida (carboidrato misturado à água, por exemplo) pelo fato de ter esvaziamento gástrico rápido e também contribuir na reposição hídrica. Porém, outro recurso bastante utilizado pelas pessoas fisicamente ativas durante as competições são os repositores em gel ou barra (sports bars). A concentração de carboidratos nesses repositores varia entre 40 e 80 %, sendo compostos basicamente por maltodextrina, glicose, sacarose e frutose, o que fornece grande quantidade de energia rapidamente. Além disso, esse tipo de repositor é encontrado nos mais diversos sabores, de frutas a chocolate, o que agrada a maioria dos gostos. Ainda em relação ao consumo de carboidratos durante a atividade física, sempre é importante ficar atento à quantidade ingerida, pois, apesar de a ingestão desse nutriente possibilitar melhora na performance, o consumo de grandes quantidades não é necessariamente uma boa estratégia. Soluções altamente concentradas de carboidratos e bebidas com alta osmolaridade foram associadas ao desenvolvimento de desconforto gastrointestinal. Portanto, parece haver uma relação muito tênue entre a ingestão da melhor quantidade possível de carboidratos que consegue ser oxidada em energia sem causar o desconforto gastrintestinal, que pode afetar negativamente o desempenho esportivo. Consumo de carboidratos após a atividade física Em seguida ao término da atividade, o carboidrato também deve ser ingerido para que os estoques de glicogênio sejam repostos rapidamente, preparando os músculos para as atividades seguintes. Além disso, ao término da atividade, é importante que a energia gasta durante o exercício seja reposta de maneira quase imediata. A presença de glicose na corrente sanguínea atua de modo a poupar os aminoácidos no fornecimento de energia, fazendo com que eles sejam utilizados na reparação e construção musculares, evitando a fadiga crônica e preservando o desempenho desportivo e a própria saúde do praticante. Após o exercício de longa duração, recomenda-se a ingestão de carboidrato na proporção de 1,0 a 1,2 g de /kg peso/hora durante as primeiras quatro a seis horas que se sucedem ao exercício, sendo que essa ingestão, quando realizada em um período de até 30 minutos após ao término da sessão, é ainda mais positiva, uma vez que favorece a reposição de glicogênio de forma mais rápida. Nutrição na prática esportiva 64 Para os praticantes que se exercitam em academias, com sessões que duram entre 30 a 60 minutos, com frequência de 3 a 4 vezes na semana, não há reco- mendação especial quanto ao consumo de carboidratos após o exercício. Uma alimentação diária, que ofereça em média 55 % das calorias totais na forma de carboidrato, é suficiente para repor os estoques de glicogênio e preparar o indivíduo para o próximo episódio de prática esportiva. Ressalta-se que a combinação de carboidratos com proteínas possibilita uma melhor recuperação muscular. Assim, depois da prática esportiva, o consumo de uma refeição rica em carboidratos e que apresente uma certa quantidade de proteína (10 a 20 g) favorece a reposição da energia e dos estoques de glicogênio, além de otimizar a saúde muscular, ambos quesitos fundamentais para um desempenho esportivo satisfatório. Após o exercício físico, a ingestão combinada de carboidratos e proteínas oferece benefícios aos praticantes de atividade física. A seguir, algumas sugestões de lanches para esse momento: Suco natural de frutas + sanduíche de queijo e peito de peru. Iogurte de frutas + cereais matinais ou granola. Vitamina de frutas + cereais matinais ou granola. Sanduíche de queijo e presunto magro + 1 fruta. Iogurte + fruta picada + granola. 65Ingestão antes, durante e após o exercício Nutrição na prática esportiva 66 CLARK, N. Guia de nutrição desportiva. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. HERNANDEZ A. J. Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: modifica- ções dietéticas, repo sição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 15, n. 3, 2009. HOHL, A. et al. Suplementação alimentar na prática clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. LONGO, S. Manual de nutrição para o exercício físico. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Nutrição para o esporte e o exercício. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. PANZA, V. P. et al. Consumo alimentar de atletas: reflexões sobre recomendações nutricionais, hábitos alimentares e métodos para avaliação do gasto e consumo ener- géticos. Revista de Nutrição, Campinas, v. 20, n. 6, p. 681-692, nov./dez. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v20n6/a10v20n6.pdf>. Acesso em: 09 set. 2016. TIRAPEGUI, J. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2006. WARDLAW, G. M.; SMITH, A. M. Nutrição contemporânea. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. Leituras recomendadas BORTOLOTTI, H. et al. Enxágue bucal com carboidrato: recurso ergogênico capaz de otimizar o desempenho físico. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis, v. 13, n. 2, p. 158-161, 2011. Disponível em: <http:// www.scielo. br/pdf/rbcdh/v13n2/12.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016. FONTAN, J. S.; AMADIO, M. B. O uso do carboidrato antes da atividade física como recurso ergogênico: revisão sistemática. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 21, n. 2, mar./abr. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ rbme/v21n2/1517-8692-rbme-21-02-00153.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016. MICULIS, C. P. et al. Atividade física na criança com diabetes tipo 1. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 86, n. 4, p. 271-278, 2010. Disponível em: <http:// www.scielo.br/pdf/jped/v86n4/a05v86n4.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016.
Compartilhar