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NUTRIÇÃO Lina Sant Anna Órgãos de organização da categoria profissional Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Diferenciar os órgãos de organização da categoria profissional. � Identificar direitos e deveres relativos ao profissional nutricionista. � Reconhecer as atribuições e as competências de cada órgão. Introdução Em 2019, a nutrição completou 80 anos de história no Brasil. Ao longo da sua trajetória, pode-se observar o intenso aumento do número de cursos de graduação e de profissionais, com expansão e diversificação concomitantes dos locais de atuação do nutricionista e dos campos de atividade. Segundo a pesquisa do Conselho Federal de Nutricionistas sobre a inserção do profissional brasileiro em 2020, há 145.819 nutricio- nistas em todo o País. Para assegurar os direitos e deveres do nutricionista, promover a cate- goria e proteger a sociedade de más práticas profissionais, foram criadas entidades que organizam a categoria profissional: os conselhos federal e regional, as associações e os sindicatos. Cada uma dessas entidades possui atribuições distintas que devem ser levadas em consideração pelo profissional nutricionista na sua atuação. Neste capítulo, você conhecerá os órgãos de organização da categoria profissional nutricionista. Além disso, verá quais são os direitos e deveres relativos ao profissional nutricionista. Por fim, verá quais são as atribuições e as competências de cada órgão de organização. 1 Características de cada órgão Os conselhos, sindicatos e associações são entidades de classe profissional, ainda que voltadas ao mesmo público, e apresentam diferenças em seus ob- jetivos e áreas de atuação. A seguir, será apresentada a diferença entre cada um deles. Conselhos Os conselhos profissionais são instituições do Estado, criadas por ele e mantidas pelas contribuições compulsórias, que todos os profissionais vinculados aos respectivos conselhos estão legalmente obrigados a pagar. Na sua condição de órgãos do Estado, os conselhos profissionais existem para controlar e fiscalizar o exercício das diferentes profissões, visando ao benefício e à proteção dos interesses da sociedade. No caso do nutricionista, há o conselho federal e os conselhos regionais. O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), criado pela Lei nº. 6.583, de 20 de outubro de 1978, e regulamentado pelo Decreto nº. 84.444, de 30 de janeiro de 1980, é uma autarquia federal sem fins lucrativos, de interesse público, com poder delegado pela União. É um órgão central do Sistema CFN/ CR, criado a partir da mobilização de profissionais, estudantes e entidades de nutrição que defendiam a necessidade de a categoria ter um órgão regu- lamentador próprio, visto que, até a sua criação, os profissionais de nutrição eram fiscalizados por órgãos regionais de medicina. A organização do CFN está estruturada do seguinte modo (BRASIL,1980): � plenário (órgão deliberativo); � diretoria (órgão executivo); � presidência (órgão de coordenação e gestão); � comissões permanentes: tomada de contas, ética, fiscalização, formação profissional, comunicação e licitação (órgãos de orientação, disciplina, apoio e assessoramento); � comissões especiais, transitórias e grupos de trabalhos; � câmaras técnicas. Os Conselhos Regionais de Nutricionistas (CRNs) são instituições do Estado, autarquias federais, criadas e mantidas pela anuidade de seus inscri- tos, que obrigatoriamente devem se inscrever a fim de obter o registro para o exercício da profissão. Órgãos de organização da categoria profissional2 O CFN tem sede em Brasília (DF) e jurisdição em todo o País. Os dez CRNs atuam nos seguintes estados: � CRN-1: DF, GO, MT, TO – sede: Brasília (DF). � CRN-2: RS – sede: Porto Alegre (RS). � CRN-3: SP e MS – sede: São Paulo (SP). � CRN-4: ES e RJ – sede: Rio de Janeiro (RJ). � CRN-5: BA e SE – sede: Salvador (BA). � CRN-6: AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN – sede: Recife (PE). � CRN-7: AC, AM, AP, PA, RO e RR – sede: Belém (PA). � CRN-8: PR – sede: Curitiba (PR). � CRN-9: MG – sede: Belo Horizonte (MG). � CRN-10: SC – sede: Florianópolis (SC). Associações As associações que representam a categoria profissional devem ser fundadas e mantidas por iniciativa e responsabilidade exclusiva dos profissionais par- ticipantes. Elas possuem caráter político e cultural e são dedicadas ao debate das importantes questões que envolvem as profissões, visando ao aprimora- mento e/ou à representação destas. As associações profissionais não devem ser dependentes do Estado, assim como a captação de recursos não deve ser proveniente do governo. Ou seja, a entidade não deve possuir fins lucrativos, sendo mantida apenas para pagamento das despesas com infraestrutura e com os funcionários. A legitimidade de uma associação profissional se constrói na defesa de princípios e valores considerados fundamentais e justos, tanto pelos profis- sionais que a constituem quanto pela sociedade em seu todo; é, portanto, uma legitimidade de natureza política e, principalmente, ética. Sem ela, uma entidade não sobrevive, pois lhe faltam autoridade moral e, em consequência desta carência primordial, capacidade de obter, de seus afiliados e da sociedade, os recursos de que necessita para manter a sua estrutura administrativa em funcionamento. 3Órgãos de organização da categoria profissional Algumas das atividades realizadas pelas associações são a organização de congres- sos, simpósios e colóquios para a disseminação de pesquisas científicas e a troca de experiências e aprimoramento profissional. A Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) foi fundada em 31 de agosto de 1949, data em que se comemora o dia do profissional nutricionista. A Asbran é uma sociedade de âmbito nacional, caráter técnico-científico, cultural e social, sem fins lucrativos, que congrega profissionais da área, cujo objetivo é promover a educação permanente, a pesquisa, o desenvolvimento, a promoção e a divulgação da nutrição. A sua missão é promover o fortalecimento da for- mação e da especialização do nutricionista, incentivando a pesquisa no Brasil. Atualmente, a Asbran está presente em todas as regiões do País, sendo integrada por associações estaduais filiadas, distribuídas nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. São elas: � Acan: Associação Catarinense de Nutrição; � Agan: Associação Gaúcha de Nutrição; � Alan: Associação Alagoana de Nutrição; � ANDF: Associação de Nutrição do Distrito Federal; � Anees: Associação de Nutrição do Estado do Espírito Santo; � Anepa: Associação de Nutrição do Estado do Pará; � Apan: Associação Paulista de Nutrição; � Apen: Associação Pernambucana de Nutrição; � Asman: Associação Sul Mato-Grossense de Nutrição. Sindicatos Um sindicato é uma associação de trabalhadores cuja função é defender os interesses e direitos profissionais, ou seja, ele luta pela melhoria das condições de trabalho, pela melhoria da remuneração dos profissionais, pela promoção das relações entre proprietários de empresas privadas, públicas e colaboradores e pela defesa da classe. Os profissionais são livres para fazerem parte de um sindicato e dele se tornarem sócios; ou seja, a filiação não é uma obrigação, mas uma questão de opção, que depende da consciência individual do nutricionista e da vontade dele Órgãos de organização da categoria profissional4 de fortalecer a sua categoria profissional. O regulamento do funcionamento e a definição das normas de um sindicato são de ação coletiva, isto é, realizada por todos os seus filiados. O sindicato possui o direito de contratação coletiva, bem como a capacidade de intervir como parte legítima em ações judiciais e na elaboração de leis trabalhistas. A Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), criada no Recife, em 1989, pelos Sindicatos dos Nutricionistas dos estados de Pernambuco, Distrito Federal, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Alagoas,é considerada uma entidade sindical de 2º grau, constituída de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho e a Constituição Federal, com âmbito de representação nacional para fins de estudo, coordenação e representação legal dos integrantes da categoria profissional. A FNN é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos que capta recursos financeiros a partir da contribuição dos afiliados para o custeio das atividades sindicais, sendo os valores destinados à “Conta Especial Emprego e Salário”, que integra os recursos do fundo de amparo ao trabalhador. A contribuição não tem vinculação com o CRN, e sim com as entidades citadas a seguir. Os valores arrecadados pela contribuição sindical se destinam: � aos sindicatos – 60%; � à Federação Nacional dos Nutricionistas –15%; � à Confederação dos Nutricionistas – 5%; � ao Ministério do Trabalho e Emprego – 10%; � às Centrais Sindicais do Brasil – 10%. 2 Direitos e deveres relativos ao profissional nutricionista Segundo o CFN, o nutricionista é o profissional que, por força da Lei nº. 8.234/91, possui direitos e deveres para o desenvolvimento de práticas inerentes à sua habilitação técnica, que se manifesta como uma ação social em favor da saúde e da segurança alimentar e nutricional (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2018). Para tanto, foi criado o Código de Ética do Profissional Nutricionista, publicado pela primeira vez em 2004 e revisitado em 2018, de acordo com a 5Órgãos de organização da categoria profissional Resolução CFN nº. 599, de 25 de fevereiro de 2018, devido à necessidade de atualização diante das mudanças tecnológicas que modificaram o modo de comunicação entre as pessoas e o profissional. O Código de Ética é um instrumento que norteia a conduta do profissional em todas as áreas de atuação, ou seja, é um conjunto de normas que o pro- fissional deve seguir para que não infrinja o direito do outro e tenha ciência de seus direitos e deveres perante a lei. O Código de Ética e de Conduta do Nutricionista inclui (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2018): � responsabilidades profissionais; � relações interpessoais; � condutas e práticas profissionais; � meios de comunicação e informação; � associação a produtos, marcas de produtos, serviços, empresas ou indústrias; � formação profissional e pesquisa; � relação com as entidades de categoria. Segundo o Código de Ética e de Conduta do Nutricionista, é dever do profissional atuar sob os princípios universais dos direitos humanos e da bioética, presentes na Constituição Federal e nos preceitos éticos (CONSE- LHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2018). Para isso, ressalta-se que o nutricionista deve atuar pela defesa do direito à saúde, do direito humano à alimentação adequada e da segurança alimentar e nutricional de indivíduos e coletividades. Assim, ele deve promover e proteger a saúde e realizar diag- nóstico e tratamento nutricionais, utilizando todos os recursos disponíveis ao seu alcance, tendo o alimento e a comensalidade como referência. É dever do nutricionista respeitar a vida, a singularidade e a pluralidade, as dimensões culturais e religiosas, de gênero, de classe social, raça e etnia, a liberdade e a diversidade das práticas alimentares, de forma dialógica, sem discriminação de qualquer natureza em suas relações profissionais (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2006). Órgãos de organização da categoria profissional6 O nutricionista deve se comprometer com o aprimoramento profissional para a qualificação técnico-científica dos processos de trabalho e das relações interpessoais, visando à promoção da saúde e à alimentação adequada e saudá- vel de indivíduos e coletividades. Para tanto, é fundamental que ele participe de espaços de diálogo e decisão, seja em entidades da categoria, instâncias de controle social ou qualquer outro fórum que possibilite o exercício da cidadania, o compromisso com o desenvolvimento sustentável, a preservação da biodiversidade, a proteção à saúde e a valorização profissional. Por fim, é dever do nutricionista exercer a profissão de forma crítica e proativa, com autonomia, liberdade, justiça, honestidade, imparcialidade e responsabilidade, ciente de seus direitos e deveres, não contrariando os preceitos técnicos e éticos. É importante ressaltar que constitui infração ético-disciplinar a ação ou omissão, ainda que sob a forma de participação ou conivência, que implique em desobediência ou inobservância de qualquer modo às disposições do Código de Ética e de Conduta do Nutricionista. Juramento do nutricionista: prometo que, ao exercer a profissão de nutricionista, o farei com dignidade e eficiência, valendo-me da ciência da nutrição, em benefício da saúde da pessoa, sem discriminação de qualquer natureza. Prometo, ainda, que serei fiel aos princípios da moral e da ética. Ao cumprir este juramento com dedicação, desejo ser merecedor dos louros que a profissão proporciona (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2006). Em relação às responsabilidades profissionais, são direitos dos nutricio- nistas: a garantia e a defesa de suas atribuições e prerrogativas, a recusa de exercer a sua profissão em qualquer instituição onde as condições de trabalho não sejam adequadas, dignas e justas ou possam prejudicar indivíduos, coleti- vidades ou a si próprio, assim como a exigência de remuneração adequada às suas atividades, com base no valor mínimo definido por legislações vigentes ou pela sua respectiva e competente entidade sindical. Também são direitos a recusa de propostas e situações incompatíveis com as suas atribuições ou que se configurem como desvio de função em seu contrato profissional e a prestação de serviços profissionais gratuitos com fins sociais e humanos. 7Órgãos de organização da categoria profissional Em relação às relações interpessoais é direito do nutricionista: denunciar atos que caracterizem agressão, assédio, humilhação, discriminação, intimida- ção, perseguição ou exclusão por qualquer motivo, contra si ou qualquer pessoa. Sobre as condutas e práticas profissionais, são direitos dos nutricionistas: realizar as suas atribuições profissionais sem interferências de pessoas não habilitadas para tais práticas, ter acesso a informações referentes a indivíduos e coletividades sob sua responsabilidade que sejam essenciais para subsidiar a sua conduta técnica e assistir indivíduos e coletividades sob sua responsabili- dade profissional em instituição da qual não faça parte do quadro funcional, desde que respeite as normas técnico-administrativas da instituição e informe ao profissional responsável. Outro direito é alterar a conduta determinada por outro nutricionista caso tal medida seja necessária para o benefício de indivíduos, coletividades ou serviços, registrando as alterações e justificativas de acordo com as normas da instituição e, sempre que possível, informando ao responsável pela conduta. Em relação aos meios de comunicação e divulgação, o nutricionista tem o direito de utilizar esses meios desde que pautado nos princípios fundamen- tais, assumindo integral responsabilidade pelas informações emitidas. Ele pode divulgar a sua qualificação profissional, técnicas, métodos, protocolos, diretrizes, benefícios de uma alimentação para indivíduos ou coletividades saudáveis ou em situações de agravos à saúde, bem como dados de pesquisa fruto do seu trabalho, desde que autorizado por escrito pelos pesquisados, respeitando o pudor, a privacidade e a intimidade própria e de terceiros. Sobre a associação do nutricionista com produtos, marcas, serviços, empresas ou indústrias é direito do nutricionista fazer uso de embalagens para fins de atividades de orientação, educação alimentar e nutricional e em atividades de formação profissional, desde que utilize mais de uma marca, empresa ou indústria do mesmo tipo de alimento, produto alimentício, suple- mento nutricional e fitoterápico e que não configure conflito de interesses. O nutricionistapode exercer atividade de consulta nutricional e prescrição dietética em locais cuja atividade-fim seja a comercialização de alimentos ou produtos alimentícios de fabricação e marca próprias, desde que sempre apresente ao paciente mais de uma opção de escolha. Órgãos de organização da categoria profissional8 Em relação à formação profissional, o nutricionista tem o direito de exercer a função de supervisor/preceptor de estágios em seu local de trabalho, além de delegar atribuições privativas a estagiário de nutrição, desde que sob supervisão direta e responsabilidade do profissional, de acordo com o termo de compromisso do estágio. Quando se trata de pesquisas, o nutricionista tem o direito de realizá-las, dentro ou fora do seu local de trabalho, visando ao benefício à saúde de indi- víduos ou coletividades, à qualificação de processos de trabalho e à produção de novos conhecimentos para o campo de alimentação e nutrição. Por fim, sobre a participação em entidades de classe, é direito do profis- sional nutricionista associar-se, exercer cargos e participar das atividades de entidades da categoria que tenham por finalidade o aprimoramento técnico- -científico, a melhoria das condições de trabalho, a fiscalização do exercício profissional e a garantia dos direitos profissionais e trabalhistas. Também é direito do nutricionista requerer desagravo público ao CRN quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela, além de poder formalizar junto ao CRN de sua jurisdição a ocorrência de afastamento, exoneração, demissão de cargo, função ou emprego em decorrência da prática de atos executados em respeito aos princípios éticos previstos no Código. 3 Atribuições e competências de cada órgão A seguir, serão apresentadas as atribuições e competências de cada órgão de organização da categoria profissional de nutrição. Conselhos O CFN deve visar ao benefício e à proteção dos interesses da sociedade como um todo. Para isso, as suas ações são normatizar, fiscalizar, orientar e disciplinar o exercício e as atividades desempenhadas pelo nutricionista e pelo técnico de nutrição em dietética em todo o território nacional. Compete ao CFN (BRASIL, 1978): I. eleger, dentre os seus membros, o seu Presidente, o Vice-Presidente, o Secretário e o Tesoureiro; II. exercer função normativa, baixar atos necessários à interpretação e à execução do disposto nesta Lei e à fiscalização do exercício 9Órgãos de organização da categoria profissional profissional, adotando providências indispensáveis à realização dos objetivos institucionais; III. supervisionar a fiscalização do exercício profissional em todo o território nacional; IV. organizar, instalar, orientar e inspecionar os CRNs e examinar as suas prestações de contas, neles intervindo desde que indispensável ao restabelecimento da normalidade administrativa ou financeira ou à garantia da efetividade do princípio da hierarquia institucional; V. elaborar o seu regimento e submetê-lo à aprovação da Secretaria de Trabalho; VI. examinar os regimentos dos CRNs, modificando o que se fizer ne- cessário para assegurar unidade de orientação e uniformidade de ação, submetendo-os à aprovação da Secretaria do Trabalho; VII. conhecer e dirimir dúvidas suscitadas pelos CRNs e prestar-lhes assistência técnica permanente; VIII. apreciar e julgar os recursos de penalidades impostas pelos CRNs; IX. fixar valores das anuidades, taxas, emolumentos e multas devidas pelos profissionais e empresas aos CRNs a que estejam jurisdicio- nados, nos termos em que dispuser o regulamento desta Lei; X. aprovar a sua proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos adicionais, bem como operações referentes a mutações patrimoniais; XI. dispor sobre o Código de Ética Profissional, funcionando como o Tribunal de Ética Profissional; XII. estimular a exação no exercício da profissão, zelando pelo prestígio e bom nome dos que a exercem; XIII. instituir o modelo da Carteira de Identidade Profissional e do Cartão de Identificação; XIV. autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis; XV. emitir parecer conclusivo sobre a prestação de contas a que esteja obrigado; XVI. publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais ou balanços, a execução orçamentária e o relatório de suas atividades. Acesse a biblioteca do site do Conselho Federal de Nutricionistas para conhecer as várias publicações desenvolvidas pelo órgão. Órgãos de organização da categoria profissional10 Aos CRNs, cabe cumprir e fazer cumprir as normas que regem a profissão e realizar as atividades de fiscalização e orientação ético-profissional em suas respectivas jurisdições. Compete aos CRNs (BRASIL, 1978): I. eleger, dentre os seus membros, o seu Presidente, o Vice-Presidente, o Secretário e o Tesoureiro; II. expedir Carteira de Identidade Profissional e Cartão de Identificação aos profissionais registrados; III. fiscalizar o exercício profissional na área de sua jurisdição, represen- tando às autoridades competentes os fatos que apurar cuja solução ou repressão não seja de sua alçada; IV. cumprir e fazer cumprir as disposições desta Lei, do regulamento, do regimento, das resoluções e demais normas baixadas pelo CFN; V. funcionar como Tribunal Regional de Ética, conhecendo, processando e decidindo os casos que lhe forem submetidos; VI. elaborar a proposta de seu regimento, bem como as alterações, submetendo-as ao CFN, para aprovação pela Secretaria do Trabalho; VII. propor ao CFN as medidas necessárias para o aprimoramento dos serviços e do sistema de fiscalização do exercício profissional; VIII. aprovar a proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos adicionais e as operações referentes a mutações patrimoniais; IX. autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis; X. arrecadar anuidades, multas, taxas e emolumentos e adotar todas as medidas destinadas à efetivação de sua receita, destacando e entregando ao CFN as importâncias correspondentes à sua parti- cipação legal; XI. promover, perante o juízo competente, a cobrança das importâncias correspondentes a anuidades, taxas, emolumentos e multas, esgotados os meios de cobrança amigável; XII. estimular a exação no exercício da profissão, zelando pelo prestígio e o bom conceito dos que exercem; XIII. julgar as infrações e aplicar as penalidades previstas nesta Lei e em normas complementares do CFN; XIV. emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas a que esteja obrigado; XV. publicar, anualmente, o seu orçamento e respectivos créditos adi- cionais, os balanços, a execução orçamentária, o relatório de suas atividades e a relação dos profissionais registrados. 11Órgãos de organização da categoria profissional As denúncias referentes às infrações ao Código de Ética e de Conduta do Nutricionista devem ser feitas aos respectivos CRNs, que representam diversos estados brasileiros. Cada CRN tem a sua própria forma de orientar os denunciantes, bem como meios específicos para a denúncia. As denúncias podem ser feitas por telefone, e-mail, carta ou pelo próprio site do CRN, devendo o denunciante olhar atentamente as instruções. Associação Brasileira de Nutrição De caráter técnico, científico, cultural e social, a Asbran nasceu como Asso- ciação Brasileira de Nutricionistas (ABN), no Rio de Janeiro, e passou a se chamar Federação Brasileira das Associações de Nutricionistas (Febran). A sua base de atuação envolve nutricionistas, técnicos e estudantes de nutrição, contando atualmente com uma rede de nove entidades estaduais filiadas. Embora a Asbran tenha iniciado a luta pelo reconhecimento da categoria em meados dos anos 1950, a Lei nº. 5.276, que regulamenta a profissão, só foi sancionada em 1967. A partir da mobilização da Asbran, foram criados o CFN e os CRNs, em 1976, e, em 1980, o diploma de nutricionista foi regulamentado. A Asbran colabora com o poder público e universidades para aprimorar a qualidadedo ensino de nutrição. Desse modo, ela desenvolve projetos e pes- quisas, bem como funciona como canal de denúncia de fatos que se traduzam em prejuízo ao processo de alimentação e nutrição da população brasileira. Algumas das atribuições da Asbran são (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO, 2014): � congregar as Associações de Nutrição Federativas Filiadas existen- tes no Brasil e incentivar a criação em estados onde não houver tais associações; � representar as associações afiliadas perante as entidades oficiais e privadas, nacionais e internacionais; � colaborar junto aos Ministérios, universidades e órgãos de fomento no aprimoramento da educação em saúde, alimentação e nutrição; � apoiar, realizar e divulgar pesquisa, projetos e programas na área de saúde, alimentação e nutrição; Órgãos de organização da categoria profissional12 � colaborar com os poderes públicos e com entidades oficiais e privadas em estudos sobre nutrição e alimentação, bem como na Política Nacional de Alimentação e Nutrição e de Segurança Alimentar e Nutricional; � participar e reivindicar junto à sociedade civil organizada e aos órgãos governamentais o direito humano à alimentação adequada e saudável com soberania alimentar como um dever prioritário do Estado; � planejar, realizar e organizar o Congresso Brasileiro de Nutrição; � publicar e divulgar livros, revistas, materiais técnico-científicos, bo- letins, circulares e outros comunicados da área da saúde, alimentação e nutrição de interesse da população e dos estudantes, técnicos em nutrição e nutricionistas; � funcionar como canal de denúncias de fatos, ações e mecanismos que se traduzam em prejuízos para a alimentação e a nutrição; � contribuir com outras entidades da área de saúde para garantir o Sistema Único de Saúde (SUS); � promover, organizar, realizar e coordenar atividades e eventos nacio- nais e internacionais dirigidos aos profissionais das áreas de nutrição e alimentação. A cada dois anos, realiza-se o Congresso Brasileiro de Nutrição (Conbran), que garante uma experiência única para profissionais, técnicos, acadêmicos e pesquisadores da área de saúde. A primeira edição do Conbran ocorreu em 1958, e, desde então, ele vem cumprindo a missão de gerar e promover o intercâmbio de conhecimento. Em 2020, o Conbran foi realizado em Belém do Pará e abordou o tema central “Comensalidade e sociedade: o encontro com a cultura, a ciência e a comida”. A Asbran também possui uma revista técnico-científica, a Rasbran, que é um veículo de divulgação e incentivo ao desenvolvimento da ciência e da pesquisa da nutrição nas áreas de esportes, clínica, alimentação coletiva, marketing, tecnologia dos alimentos, saúde coletiva, ensino, entre outras, cujo objetivo é oferecer a divulgação das pesquisas científicas de forma gratuita a toda a comunidade, proporcionando a rápida circulação do conhecimento científico para atingir um amplo universo de leitores. A Asbran concede anualmente o Título de Especialista em Nutrição àqueles que cumprem os pré-requisitos exigidos em edital. Esse título é o reconhe- cimento da capacitação técnica e científica do nutricionista no desempenho das especialidades profissionais. 13Órgãos de organização da categoria profissional Sindicatos As atribuições fundamentais dos sindicatos são (FEDERAÇÃO NACIONAL DOS NUTRICIONISTAS, 2019): � promover os interesses econômicos, sociais, profissionais e culturais dos integrantes da categoria, assegurando por todos os meios ao seu alcance o efetivo cumprimento dos direitos dos profissionais, com relevância às leis referentes à proteção do trabalho; � lutar por condições adequadas de trabalho, remuneração justa, redis- tribuição de renda e valorização da profissão; � substituir, representar e defender perante as autoridades administrati- vas e judiciárias, judicial e extrajudicialmente, os direitos e interesses individuais ou coletivos dos nutricionistas e dos sindicatos filiados (CFN e CLT); � estabelecer, por meio das assembleias, a tabela de honorários do pro- fissional nutricionista por tipo de serviço e carga horária; � realizar a representação junto aos conselhos de saúde, conselhos de segurança alimentar e nutricional e fóruns de relevância e Confederação Nacional de Profissionais Liberais (CNPL), entre outras; � prestar assessoria jurídica para orientações de elaboração de contratos, rescisões trabalhistas e ações judiciais. Umas das maiores funções do sindicato é observar se a jornada de trabalho do profis- sional, o piso salarial e os acordos anuais estão sendo cumpridos pelos empregadores e, portanto, pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em instituições públicas, o sindicato solicita a reconsideração dos valores de remuneração apresentados em editais de concursos quando estes estão abaixo do piso salarial. Quem trabalha sob o regime de CLT é obrigado a contribuir com um sin- dicato anualmente, com a importância correspondente à remuneração de um dia de trabalho para empregados de carteira assinada (desconto em folha de pagamento). No caso de agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberais, a contribuição corresponde a 30% (trinta por cento) do salário mínimo. Essa contribuição obrigatória é descontada compulsoriamente do salário dos Órgãos de organização da categoria profissional14 nutricionistas que trabalham com carteira assinada, sempre no mês de março de cada ano. Os profissionais que deram baixa temporária no CRN não são obrigados a contribuir para o sindicato, pois o tributo é devido por aqueles que exercem atividade econômica ou profissional. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. Estatuto social. São Paulo; Brasília, 2014. 22 p. Disponível em: https://www.asbran.org.br/storage/arquivos/Estatuto.pdf. Acesso em: 26 ago. 2020. BRASIL. Decreto nº 84.444, de 30 de janeiro de 1980. Regulamenta a Lei nº 6.583, de 20 de outubro de 1978, que cria os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, regula o seu funcionamento e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1980. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Atos/decretos/1980/D84444. html. Acesso em: 26 ago. 2020. BRASIL. Lei nº 6.583, de 20 de outubro de 1978. Cria os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, regula o seu funcionamento, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1978. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/1970-1979/L6583.htm. Acesso em: 26 ago. 2020.. Cria os Conselhos Federal e Regio- nais de Nutricionistas, regula o seu funcionamento, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1978. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/1970-1979/L6583.htm. Acesso em: 26 ago. 2020. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN nº 382, de 27 de abril de 2006. Altera a Resolução CFN nº 126, de 1992, e dá outras providências. Brasília: CFN, 2006. Disponível em: https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_382_2006. htm. Acesso em: 26 ago. 2020. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN nº 599, de 25 de fevereiro de 2018. Aprova o Código de ética e de Conduta do nutricionista e dá outras providên- cias. Brasília: CFN, 2018. Disponível em: https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/ resolucoes/Res_599_2018.html. Acesso em: 26 ago. 2020. FEDERAÇÃO NACIONAL DOS NUTRICIONISTAS. Esclarecimentos de dúvidas sobre a contribuição sindical. Florianópolis: FNN, 2019. 3 p. Disponível em: https://www.fnn. org.br/arquivos/esclarecimento2019.pdf. Acesso em: 26 ago. 2020. Leituras recomendadas BIBLIOTECA – CFN. Conselho Federal de Nutricionistas, Brasília, 2020. Disponível em: https://www.cfn.org.br/index.php/biblioteca/. Acesso em: 26 ago. 2020. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Código de ética e de conduta do nutricio- nista. Brasília: CFN, 2018. 32 p. Disponível em: https://www.cfn.org.br/wp-content/ uploads/2018/04/codigo-de-etica.pdf. Acesso em: 26 ago. 2020. 15Órgãos de organização dacategoria profissional http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.583-1978?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.583-1978?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.583-1978?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.583-1978?OpenDocument Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Órgãos de organização da categoria profissional16
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