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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8° VARA CRIMINAL DA COMARCA DE TIMBURÉ/MG Processo nº XXXX Jessica, devidamente qualificado nos autos da ação em epígrafe vem, muito respeitosamente diante de Vossa Excelência, através de seu Advogado infrafirmado, com procuração em anexo, oferecer DEFESA PRELIMINAR com fulcro no art. 5º, LV, da Constituição Federal c/c artigo 55 e § 1º da Lei n.º 11.343/06, para dizer que, "data venia" não concorda com os termos da denúncia ofertada, ao tempo que requer seja julgada improcedente a denúncia, absolvendo sumariamente o denunciado pelas razões a seguir expostas. I. DOS FATOS Jéssica foi presa em flagrante em outubro de 2015, portando 72 pinos de cocaína. Com ela encontravam-se cinco testemunhas, as quais, ouvidas no Auto de Prisão em Flagrante, narraram que os pinos não continham cocaína, mas sim farinha de trigo, pois se tratava de pinos cenográficos utilizados para a produção de um filme no qual Jéssica e seus colegas trabalhavam. Não foi elaborado o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga. Requerida a liberdade provisória, foi ela indeferida. O Promotor de Justiça ofereceu denúncia com base do art. 33, da Lei 11.343/06. Autuada a peça acusatória, o MM. Juiz da 8a Vara Criminal do Timburé/MG, determinou a notificação, realizada com sucesso, de Jéssica, que ocorreu dia 29.10.15. II. DAS PRELIMINARES a) INÉPCIA DA DENUNCIA Não obstante, numa análise preliminar da peça exordial acusatória, tem-se que a mesma é completamente inepta, vez que desobedece ao comando insculpido no art. 41 do Código de Processo Penal, pois claramente deixa de expor todas as circunstâncias do suposto fato criminoso. Código de Processo Penal: Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. (destacamos) b) DO FATO ATÍPICO (CRIME IMPOSSÍVEL). AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE i. Não foi elaborado o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga pela própria autoridade policial, o que consta não haver os elementos de autoria e materialidade em relação ao Denunciado. ii. Se quer foi expedido Nota de culpa ao Denunciado. iii. O Promotor de Justiça ofereceu denúncia com base do art. 33, da Lei11. 343/06. iv. O fato é atípico, pois, não há materialidade que comprove ser característica de crime. Diante dos argumentos mencionados, conclui-se que, tratando claramente de fato atípico, a Denuncia merece rejeição por este douto Juízo em face do denunciado, nos termos do art. 395, III do CPP. III. DO MÉRITO - SUPOSTO TRÁFICO ART. 33 DA LEI 11.343/06 O denunciado certamente será absolvido pelo MM. Juiz, porque os termos da denúncia não condizem com a verdade, vez que, repito, o denunciado não cometeu nenhum delito. Segundo a regra insculpida no artigo 33, "caput" da lei 11.343/06, o crime consiste em praticar qualquer uma dentre as dezoito formas de condutas puníveis previstas (que são os núcleos do tipo), sendo alguns permanentes e outras instantâneas. Assim, para a caracterização do crime acima é necessário à vontade livre e consciente de praticar uma das ações previstas neste tipo penal. Pois bem, sobre a necessidade de demonstração do dolo na conduta, ensina Renato Brasileiro de Lima (Legislação Criminal Especial Comentada, p. 729. 2014). "Os crimes de tráfico de drogas previstos no art. 33 da Lei de Drogas são punidos exclusivamente a título de dolo, ou seja, deve o agente ter consciência e vontade de praticar qualquer dos núcleos verbais constantes do art. 33, ciente de que o faz sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamenta.” Pois bem, a Denunciada é inocente e vitima da situação a qual esta injustamente sendo acusada. IV. DOS PEDIDOS Ante ao exposto requer que sejam acolhidas as preliminares no sentido de: 1) A rejeição da denúncia, com fulcro no art. 395, I e III do CPP; 2) Caso o pedido retro não seja acolhido, requer a absolvição sumária do denunciado com fulcro no art. 397, II, do CPP; 3) Caso o pedido retro não seja acolhido, que ao final seja o réu ABSOLVIDO, com fulcro no art. 386, VI, do CPP. Em caso de entendimento diverso, protesta-se desde já, por todos os meios de provas admitidas em direito, bem como protesta pela oitiva das testemunhas, cujo rol segue anexo, e que devidamente intimadas, comparecerão às audiências que forem designadas. ROL DE TESTEMUNHAS 1 XXXX, nacionalidade, profissão, estado civil, CPF, Carteira de Identidade, residente e domiciliado à Rua XXX, n. XX, XXXX-XX; 2 XXXX, nacionalidade, profissão, estado civil, CPF, Carteira de Identidade, residente e domiciliado à Rua XXX, n. XX, XXXX-XX; 3 XXXX, nacionalidade, profissão, estado civil, CPF, Carteira de Identidade, residente e domiciliado à Rua XXX, n. XX, XXXX-XX; 4 XXXX, nacionalidade, profissão, estado civil, CPF, Carteira de Identidade, residente e domiciliado à Rua XXX, n. XX, XXXX-XX; 5 XXXX, nacionalidade, profissão, estado civil, CPF, Carteira de Identidade, residente e domiciliado à Rua XXX, n. XX, XXXX-XX; Nestes termos, Pede deferimento. Timburé, MG e 09 de novembro de 2015. ____________________ OAB nº XXX
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