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Ética e Intervenção Pessoal em Educação Física - Unidade II

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55
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Unidade II
5 CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
A educação física é uma das profissões mais antigas, porém sua regulamentação só aconteceu em 
1998. A área já passou e ainda passa por diversas transformações. Hoje, por exemplo, é possível fiscalizar 
a atuação dos profissionais, desde que cadastrados no conselho, fato obrigatório para todos que atuam 
com a educação física.
Entende-se que o profissional possui uma responsabilidade em relação a sua atuação, seja no âmbito 
escolar, seja fora dele. Por esse motivo, a profissão deve se pautar na fundamentação técnica, ou seja, 
em conhecimentos específicos da área, além de uma formação ética. Todas as profissões possuem suas 
normas de conduta, e a educação física não é diferente.
Drumond (2004) aponta que todas as profissões devem estar fundamentadas em três pilares: a 
técnica, o aprimoramento profissional e a ética. O autor define ética profissional como “[...] um conjunto 
de valores morais aplicados especificamente à prática de um ofício” (p. 56). O autor acredita que aqueles 
que escolhem a área da saúde, onde está inserida a educação física, devem ter um perfil de respeito aos 
valores humanos.
Silveira (2002) ressalta que poucas profissões têm tantos problemas de ordem ética e moral quanto 
a educação física, e relaciona isso com o fato de os profissionais dessa área trabalharem com a vida. 
Indica, ainda, que muitos relacionam a má conduta à remuneração recebida, que por muitas vezes é 
inadequada, porém “[...] de maneira alguma pode-se transferir a insatisfação para as pessoas que fazem 
uso de seus préstimos laborais” (p. 48).
Além disso, é importante que o profissional de educação física tenha em sua formação o acesso 
às bases legais que constituem sua profissão, como estatutos, regulamentos, resoluções, diretrizes e o 
próprio código de ética. Oliveira e Silva (2005) refletem sobre a relação entre a quantidade de processos 
jurídicos movidos por alunos e a falta de conhecimento por parte dos profissionais sobre seus deveres 
legais, éticos e morais.
A normatização deontológica da profissão se estabeleceu com a publicação da Resolução n. 25 
(CONFEF, 2000), que dispõe sobre o código de ética dos profissionais. O documento faz referência ao 
Manifesto Mundial da Educação Física Fiep 2000, organismo internacional fundado em 1923 no qual se 
preconiza a readaptação e o aperfeiçoamento das atuações (SADI, 2000).
O conselho de representação dos profissionais de educação física formulou a Resolução n. 56 
(CONFEF, 2003), que apresenta o código de ética dos profissionais de educação física. A resolução 
56
Unidade II
caracteriza a educação física como atividade de promoção e preservação de saúde com o intuito de 
obter a qualidade de vida. Para tanto, o profissional deve ter competência técnica, preservar valores 
morais, ser responsável e manter-se atualizado com as inovações técnicas e científicas, respeitando a 
vida, a dignidade, a integridade e os direitos do indivíduo, levando em consideração os preceitos éticos 
e bioéticos (ROCHA; BENEDETTI, 2009).
 Saiba mais
As Resoluções n. 25 e 56 encontram-se disponíveis no site do Confef:
CONFEF. Resolução Confef n. 25. Dispõe sobre o Código de Ética dos 
Profissionais registrados no Sistema Confef/Crefs. Rio de Janeiro, 2000. 
Disponível em: https://bit.ly/36LYKgk. Acesso em: 25 abr. 2022.
CONFEF. Resolução Confef n. 56. Dispõe sobre o Código de Ética dos 
Profissionais de Educação Física registrados no Sistema Confef/Crefs. 
Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: https://bit.ly/38lxUMv. Acesso em: 
25 abr. 2022.
A construção desse código se desenvolveu a partir do estudo pautado na experiência de um grupo 
de profissionais e em resposta às demandas específicas dos profissionais brasileiros de educação física 
(CONFEF/CREF, 2000).
Os estudos indicaram 12 pontos de referência deontológica de reflexão e embasamento para a 
formulação do código vinculados ao Confef via seus conselhos regionais (CONFEF/CREF, 2000).
Observe a seguir esses 12 pontos:
 
I - O Código de Ética dos Profissionais de Educação Física, instrumento 
regulador do exercício da profissão, formalmente vinculado às Diretrizes 
Regulamentares do Sistema CONFEF/CREFs, define-se como um instrumento 
legitimador do exercício da profissão, sujeito, portanto, a um aperfeiçoamento 
contínuo que lhe permita estabelecer os sentidos educacionais, a partir de 
nexos de deveres e direitos;
II - O profissional de Educação Física registrado no Sistema CONFEF/CREFs e, 
consequentemente, aderente ao presente Código de Ética, na qualidade de 
interventor social, deve assumir compromisso ético para com a sociedade, 
colocando-se a seu serviço primordialmente, independentemente de 
qualquer outro interesse, sobretudo de natureza corporativista;
57
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
IIII - Este Código de Ética define, para seus efeitos, no âmbito de toda e 
qualquer atividade física, como destinatário, o profissional de Educação Física 
registrado no Sistema CONFEF/CREFs, e como beneficiários das intervenções 
profissionais os indivíduos, grupos, associações e instituições que compõem 
a sociedade. O Sistema CONFEF/CREFs é a instituição mediadora, por exercer 
uma função educativa, além de atuar como reguladora e codificadora das 
relações e ações entre beneficiários e destinatários;
IV - A referência básica deste Código de Ética, em termos de 
operacionalização, é a necessidade em se caracterizar o Profissional 
de Educação Física diante das diretrizes de direitos e deveres estabelecidos 
normativamente pelo Sistema CONFEF/CREFs. Tal Sistema deve visar 
assegurar por definição: qualidade, competência e atualização técnica, 
científica e moral dos profissionais nele incluídos através de inscrição legal 
e competente registro;
V - O Sistema CONFEF/CREFs deve pautar-se pela transparência em suas 
operações e decisões, devidamente complementada por acesso de direito e 
de fato dos beneficiários e destinatários à informação gerada nas relações de 
mediação e do pleno exercício legal. Considera-se pertinente e fundamental, 
nestas circunstâncias, a viabilização da transparência e do acesso ao Sistema 
CONFEF/CREFs, através dos meios possíveis de informação e de outros 
instrumentos que favoreçam a exposição pública;
VI - Em termos de fundamentação filosófica o Código de Ética visa assumir 
a postura de referência quanto a direitos e deveres de beneficiários e 
destinatários, de modo a assegurar o princípio da consecução aos Direitos 
Universais. Buscando o aperfeiçoamento contínuo deste Código, deve ser 
implementado um enfoque científico, que proceda sistematicamente à 
reanálise de definições e indicações nele contidas. Tal procedimento objetiva 
proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, na medida do 
possível, comprováveis;
VII - As perspectivas filosóficas, científicas e educacionais do Sistema 
CONFEF/CREFs se tornam complementares a este Código, ao se avaliarem 
fatos na instância do comportamento moral, tendo como referência um 
princípio ético que possa ser generalizável e universalizado. Em síntese, 
diante da força de lei ou de mandamento moral (costumes) de beneficiários e 
destinatários, a mediação do Sistema produz-se por meio de posturas éticas 
(ciência do comportamento moral), símiles à coerência e fundamentação 
das proposições científicas;
VIII - O ponto de partida do processo sistemático de implantação e 
aperfeiçoamento do Código de Ética dos Profissionais de Educação Física 
58
Unidade II
delimita-se pelas Declarações Universais de Direitos Humanos e da Cultura, 
como também pela Agenda 21, que situa a proteção do meio ambiente 
em termos de relações entre os homens e mulheres em sociedade e, ainda, 
através das indicações referidas na Carta Brasileira de Educação Física (2000), 
editada pelo CONFEF. Estes documentos de aceitação universal, elaborados 
pelas Nações Unidas, e o Documento de Referênciada qualidade de 
atuação dos Profissionais de Educação Física, juntamente com a legislação 
pertinente à Educação Física e seus Profissionais nas esferas federal, estadual 
e municipal, constituem a base para a aplicação da função mediadora do 
Sistema CONFEF/CREFs no que concerne ao Código de Ética;
IX – Além da ordem universalista internacional e da equivalente legal 
brasileira, o Código de Ética deverá levar em consideração valores que 
lhe conferem o sentido educacional almejado. Em princípio, tais valores, 
como liberdade, igualdade, fraternidade e sustentabilidade com relação ao 
meio ambiente, são definidos nos documentos já referidos. Em particular, 
o valor da identidade profissional no campo da atividade física – definido 
historicamente durante séculos – deve estar presente, associado aos valores 
universais de homens e mulheres em suas relações socioculturais;
X - Tendo como referências a experiência histórica e internacional dos 
profissionais de Educação Física no trato com questões técnicas, científicas e 
educacionais, típicas de sua profissão e de seu preparo intelectual, condições 
que lhes conferem qualidade, competência e responsabilidade, entendidas 
como o mais elevado e atualizado nível de conhecimento que possa legitimar 
o seu exercício, é fundamental que desenvolvam suas atuações visando 
sempre preservar a saúde de seus beneficiários nas diferentes intervenções 
ou abordagens conceituais;
XI - A preservação da saúde dos beneficiários implica sempre a responsabilidade 
social dos profissionais de Educação Física, em todas as suas intervenções. 
Tal responsabilidade não deve nem pode ser compartilhada com pessoas 
não credenciadas, seja de modo formal, institucional ou legal;
XII - Levando-se em consideração os preceitos estabelecidos pela bioética, 
quando de seu exercício, os profissionais de Educação Física estarão sujeitos 
sempre a assumirem as responsabilidades que lhes cabem (CONFEF, 2015).
A Resolução n. 264/2013, que dispõe sobre o código processual de ética do conselho federal e dos 
conselhos regionais de educação física, é a mais recente em relação ao estabelecimento do código de 
ética da profissão. Já o código de ética em si é apresentado mais recentemente na Resolução n. 307, 
de 9 de novembro de 2015. De acordo com a resolução, o código:
 
59
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
[...] propõe normatizar a articulação das dimensões técnica e social com 
a dimensão ética, de forma a garantir, no desempenho do profissional de 
Educação Física, a união de conhecimento científico e atitude, referendando 
a necessidade de um saber e de um saber fazer que venham a efetivar-se 
como um saber bem e um saber fazer bem (CONFEF, 2015).
O código apresenta como se deu essa construção; os princípios e diretrizes regulamentadores da 
profissão; responsabilidade, deveres, direitos e benefícios dos profissionais e infrações e penalidades, 
essas últimas apresentadas no capítulo V, a saber:
 
Art. 12 – O descumprimento do disposto neste Código constitui infração 
ética, ficando o infrator sujeito a uma das seguintes penalidades, a ser 
aplicada conforme a gravidade da infração:
I - advertência escrita, com ou sem aplicação de multa;
II - censura pública;
III - suspensão do exercício da profissão;
IV - cancelamento do registro profissional e divulgação do fato.
Art. 13 – Incorre em infração ética o profissional que tiver conhecimento 
de transgressão deste Código e omitir-se de denunciá-la ao respectivo 
Conselho Regional de Educação Física.
Art. 14 – As Comissões de Ética, as Juntas de Instrução e Julgamento, os 
Tribunais Regionais de Ética e o Tribunal Superior de Ética são órgãos do 
Sistema CONFEF/CREFs com suas áreas de abrangência e competências 
elencadas no Código Processual de Ética do Sistema CONFEF/CREFs.
Parágrafo Único - O documento mencionado no caput deste artigo 
corresponde ao ordenamento adjetivo no que respeita a materialidade do 
fenômeno ético no âmbito do exercício profissional da Educação Física, 
e garante os princípios norteadores da justiça alicerçados no devido 
processo legal, na ampla defesa, no contraditório e no duplo grau de 
jurisdição (CONFEF, 2015).
Apesar de existirem penalidades para profissionais que agem de maneira antiética, Caminha acredita 
que o ensino sobre o código de ética dos profissionais de educação física não deve ser pautado na 
doutrinação, ou no medo pela repreensão, mas sim em um processo educativo, pois somente através da 
educação é possível “[...] criar uma mentalidade ética capaz de gerar uma vontade de agir corretamente 
de acordo com o estabelecido pelo código de ética” (CAMINHA, 2004, p. 108).
60
Unidade II
É importante reiterar que o código está em constante construção. Com as mudanças da sociedade, 
por vezes se faz necessária alguma alteração. Assim, é imprescindível que o profissional esteja atento a 
tal fato, sempre acompanhando as notícias divulgadas pelos conselhos.
 Saiba mais
O código de ética dos profissionais de educação física pode ser lido 
na íntegra em:
CONFEF. Resolução Confef n. 307. Dispõe sobre o Código de Ética dos 
Profissionais de Educação Física registrados no Sistema Confef/Crefs. Rio 
de Janeiro, 2015.
6 ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM EQUIPES 
MULTIDISCIPLINARES – LIMITES ÉTICOS DO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO
A multidisciplinaridade é uma ação conjunta de disciplinas ou áreas diferentes em torno de um 
determinado tema para desenvolver trabalhos, análises e pesquisas compartilhando os saberes e utilizando da 
colaboração das diferentes metodologias para a melhor solução das demandas. É uma experiência 
de aprendizado que permite que os profissionais conheçam as potencialidades e especificidades de 
diferentes áreas de atuação (HABERLAND; RENNER; PICCOLI, 2008).
Na experiência multidisciplinar, os profissionais interagem através da integração dos saberes, 
gerando a intercessão entre as ações específicas para o desenvolvimento da interação e construção 
do trabalho em equipe. Na área da saúde, a ação multidisciplinar permite uma visão sistêmica, em 
que a integração entre os cursos afins aborda o paciente como um todo (HABERLAND; RENNER; 
PICCOLI, 2008).
Os profissionais de educação física atuam no exercício da profissão em campos diversos devido às 
características inerentes à finalidade essencial do objeto de trabalho: a educação através do movimento 
humano envolvendo o esforço físico e habilidades motoras com o objetivo de desenvolver a saúde, a 
socialização e a cultura do movimento.
O CNS, por meio da Resolução n. 287 de 8 de outubro de 1998, reconheceu a educação física como 
profissão da saúde em nível superior, reconhecimento que confere autoridade para os profissionais da 
área desenvolverem trabalho interdisciplinar na promoção, proteção e recuperação da saúde (MENEZES; 
SILVA; DRIGO, 2011).
A Resolução n. 46/2002 do Confef reforça que o profissional em educação física pode atuar no processo 
de reabilitação, tendo academias, clínicas, centros de saúde e hospitais como locais de intervenção. 
A Portaria n. 154, de 24 de janeiro de 2008, do Ministério da Saúde insere o profissional de educação 
61
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
física no núcleo de apoio à saúde da família (Nasf), sendo integrado à equipe de profissionais da área da 
saúde que atuam no sistema único de saúde (SUS) (MENEZES; SILVA; DRIGO, 2011).
Em razão dessas novas situações para a intervenção profissional, houve uma reformulação nas 
grades curriculares, visando adequar a formação do profissional de educação física para atuar na área 
da saúde em equipes multidisciplinares.
O campo de atuação do bacharel em educação física é, atualmente, bastante amplo, indo além 
da atuação em academias e escolas. O profissional atua nas áreas de preparação desportiva, fitness e 
promoção da saúde, e suas abordagens podem ser adaptadas a todas as faixas etárias e pessoas com 
deficiência. Sua abrangência profissional ainda pode incluir aeducação motora, cultural e esportiva, 
a prevenção e promoção da saúde, o lazer e a organização de eventos (PACHECO; SOARES, 2016).
Conhecer os limites da própria atuação profissional leva o profissional de educação física à ciência 
de suas competências, o que lhe permite agir de forma ética perante profissões que atuam na área de 
saúde ou educação de forma complementar, porém com abordagens metodológicas diferentes. Conhecer a 
sua atuação e as especificidades de outras carreiras permite o exercício ético da complementariedade 
(HABERLAND; RENNER; PICCOLI, 2008).
O profissional deve desenvolver os valores da inclusão, solidariedade, cooperação e superação. 
Sua atuação deve promover benefícios para a sociedade através de um ponto de vista sociopolítico e 
educacional, amparado por atitudes da ética profissional, levando a qualidade de vida à população por 
meio da prática dos exercícios corporais (PACHECO; SOARES, 2016).
Essa atuação se enquadra em diversos meios profissionais, escolas, academias de musculação, 
equipes esportivas, clubes recreativos, hotéis, hospitais, programas sociais, entre outros. Em suas diversas 
áreas de atuação, o profissional de educação física interage com equipes multidisciplinares que buscam 
combinar seus saberes e ações para que os objetivos sejam alcançados com maior eficiência.
 Observação
Em seu capítulo II, “Dos Princípios e Diretrizes”, o código prevê a 
interação multidisciplinar colaborativa:
Art. 5º – São diretrizes para o desempenho da atividade profissional em 
educação física:
VI – Integração com o trabalho de profissionais de outras áreas, baseada 
no respeito, na liberdade e independência profissional de cada um e na 
defesa do interesse e do bem-estar dos seus beneficiários (CONFEF, 2015).
62
Unidade II
6.1 Casos de atuação multidisciplinar relacionados ao profissional 
de educação física
6.1.1 O profissional de educação física nas equipes do Nasf
Um exemplo de participação multidisciplinar é a possível atuação do profissional junto ao Nasf, órgão 
vinculado ao SUS e ao Ministério da Saúde, o qual visa prover assistência à saúde elementar à população. 
O Nasf é formado por enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, biomédicos, psicólogos e profissionais de 
educação física que vão até a comunidade para aplicar projetos de melhoria da atenção à saúde básica 
da população, executando atividades e divulgando informações que auxiliam na educação para a saúde 
(SCABAR; PELICIONI; PELICIONI, 2012).
O Nasf é uma das ações possíveis da estratégia saúde da família (ESF), a qual está baseada nos 
princípios e diretrizes do SUS, pautados na universalidade e igualdade de acesso, na equidade e na 
integralidade. O profissional de educação física está inserido nas atividades do Nasf, confirmando a 
relevância de sua participação na equipe multidisciplinar. A atuação dessas equipes deve ocorrer de 
acordo com as estratégias de saúde às quais estejam vinculadas. Conforme Scabar, Pelicioni e Pelicioni 
(2012), as nove áreas estratégicas que compõem o Nasf são:
• saúde da criança/do adolescente e do jovem;
• saúde mental;
• reabilitação/saúde integral da pessoa idosa;
• alimentação e nutrição;
• serviço social;
• saúde da mulher;
• assistência farmacêutica;
• atividade física/práticas corporais;
• práticas integrativas e complementares.
O profissional de educação física deve estar pronto para, diante de uma equipe multidisciplinar, 
participar do planejamento e das atividades de gestão das ações do Nasf. Para tanto, sua formação deve 
ser generalista, indo além do enfoque informativo e técnico. Deve ser capaz de interagir de forma ética 
com os demais profissionais da equipe, combinando os saberes para um melhor atendimento de saúde 
à população (SCABAR; PELICIONI; PELICIONI, 2012).
63
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
É importante ressaltar que, em janeiro de 2020, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica 
acabando com a obrigatoriedade da vinculação de equipes multiprofissionais ao modelo do Nasf e de 
atenção básica (Nasf-AB). O texto da Nota Técnica n. 3 do departamento de saúde da família informa 
também que a partir de 2020 o ministério passou a não realizar mais o credenciamento de Nasf-AB 
(FIOCRUZ, 2020).
De acordo com a nota técnica, o modelo com profissionais diversos deixa de ser referência para 
a atenção básica à saúde; assim, os gestores municipais poderão compor suas equipes da forma que 
julgarem necessário (FIOCRUZ, 2020).
6.1.2 A atuação do profissional de educação física na área de ginástica laboral e os 
possíveis conflitos com os profissionais de fisioterapia
A ginástica laboral é uma atividade física sistematizada e desenvolvida no ambiente de trabalho 
visando prevenir ou reduzir a ocorrência de lesões ou distúrbios ocasionados em decorrência das 
ações praticadas no trabalho. A ginástica laboral tem por objetivo melhorar a qualidade de vida 
dos trabalhadores, evitando lesões e dores crônicas, aliviando sintomas do estresse, melhorando a 
autoestima e a sensação de bem-estar. A ginástica laboral traz também benefícios a empresas, que 
passam a ter menor incidência de faltas no trabalho devido a doenças, menos gasto com licenças 
médicas, substituições, processos trabalhistas etc. (MORAES; SILVA, 2016).
A implantação da ginástica laboral tem crescido nas empresas e vem sendo ministrada tanto por 
fisioterapeutas como por educadores físicos. Assim, aumentaram as discussões sobre qual profissional 
estaria habilitado à aplicação e elaboração dos programas de ginástica laboral. Ambos os conselhos 
federais das profissões defendem a sua autoridade para o exercício da profissão, e as diretrizes curriculares 
de ambos os cursos apresentam, mesmo que sob um aspecto metodológico diverso, conteúdos que 
capacitam sua atuação (MORAES; SILVA, 2016).
Diante desse impasse ético e conflitivo, o caminho do consenso direciona a solução para a formação 
de equipes de trabalho multidisciplinares nas empresas para o exercício da ginástica laboral, tendo os 
fisioterapeutas uma atuação direcionada a exercícios terapêuticos de prevenção e reabilitação, enquanto 
os profissionais de educação física estariam mais aptos ao planejamento de diversas estratégias de 
treinamento físico e dinâmicas lúdicas direcionadas ao fortalecimento das estruturas afetadas pelas 
demandas trabalhistas (MORAES; SILVA, 2016).
6.1.3 A prescrição de suplementos alimentares por profissionais de educação física
A suplementação alimentar é usada para ajustar o aporte de macronutrientes, carboidratos, proteínas 
e lipídeos e micronutrientes, vitaminas e minerais, suprindo necessidades impostas pelo gasto energético 
aumentado de atletas. Os suplementos alimentares também são indicados por médicos a pessoas que 
não são atletas que apresentam carência nutricional e que não conseguem o aumento de sua ingestão 
através da alimentação habitual (MAGGIO; ZANON, 2017).
64
Unidade II
O uso indiscriminado dessas substâncias por praticantes de musculação em academias vem 
crescendo muitos nas últimas décadas. O aumento da comercialização de suplementos nutricionais nas 
academias deve-se aos efeitos ergogênicos que essas substâncias promovem, entre eles o aumento de 
massa muscular, reservas energéticas musculares e da capacidade de síntese e ressíntese de energia para 
a geração de movimento durante os exercícios físicos (MAGGIO; ZANON, 2017).
Estima-se que 80% dos praticantes de musculação façam uso de suplementos nutricionais, fato que 
pode estar associado a um elevado percentual de indicação do uso através de professores ou instrutores 
de academias. Dados apontam que apenas 20% dos nutricionistas são responsáveis pela indicação 
do uso de suplementos, enquanto o uso por indicação de professores ou instrutores de academias é 
evidenciado em até 43% dos casos (MAGGIO; ZANON, 2017).
Essa ação dos profissionais de educação física aponta para uma atitude antiética, pois claramente 
caracteriza o exercício de uma função que o profissionalde educação física não possui competência 
técnica para resolver, já que em sua formação acadêmica não existem conteúdos suficientes para 
habilitar o professor para a prescrição de suplementos, tampouco uma capacitação para avaliar com 
precisão qual é a necessidade nutricional de determinada pessoa em função de gênero, idade, peso 
corporal, taxa metabólica ou atividade física que exerce (MAGGIO; ZANON, 2017).
A ação desprovida de conhecimentos específicos falta com a ética, pode gerar algum dano à pessoa 
beneficiária, por ingestão de quantidade inadequada de determinado nutriente, e também fere os 
estatutos deontológicos ao desrespeitar o exercício profissional dos nutricionistas. É necessária uma 
atuação interdisciplinar entre nutricionistas, médicos, profissionais de educação física, fisioterapeutas 
e demais membros das equipes multidisciplinares para que o uso e a indicação dos suplementos 
alimentares sejam feitos de maneira segura, científica, evitando excessos e possíveis prejuízos à saúde 
dos clientes/alunos (MAGGIO; ZANON, 2017).
 Observação
O capítulo II do código de ética dos profissionais de educação física trata 
das diretrizes e princípios e prevê limite ético para a atuação profissional:
Art. 4º O exercício profissional em educação física pautar-se-á pelos 
seguintes princípios:
VI – atuação dentro das especificidades de seu campo e área de 
conhecimento, no sentido da educação e do desenvolvimento das 
potencialidades humanas, daqueles aos quais presta serviço (CONFEF, 2015).
7 CASOS ESPECÍFICOS EM ÉTICA PROFISSIONAL
O profissional de educação física (bacharel e licenciado) possui amplo campo de atuação, como 
escolas, clubes, academias, hospitais, entre outros. Dessa forma, entende-se que nem toda atuação será 
igual ou passará pelas mesmas situações diárias.
65
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
É vital compreender que o código de ética de uma profissão é regulador da prática, estabelecendo 
códigos de conduta a partir de ideais moralmente aceitos; assim, o exercício de uma profissão não diz 
respeito apenas à competência técnica, mas também a uma responsabilidade ética (CAMINHA, 2004).
A seguir, iremos analisar alguns campos de atuação e suas relações com o código, procurando refletir 
sobre possíveis circunstâncias da área.
7.1 Relações de trabalho: concorrência e divulgação
Iniciamos este tópico com uma reflexão: como saber o que é ético ou não dentro de um concorrido 
mercado de trabalho? De acordo com o censo da educação superior, realizado pelo Instituto Nacional 
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2019 formaram-se 29,9 mil profissionais de 
educação física no Brasil. Dados do Confef (2021) indicam que existem cerca de 370 mil profissionais 
registrados (MAZZA; AMOROZO; BUONO, 2022).
Schnaider, Pereira Júnior e Lima (2009) apontam que, com o crescimento da disputa no mercado de 
trabalho e o aumento do uso dos meios de comunicação e redes sociais para divulgação, a publicidade 
na área da saúde está alcançando proporções importantes, haja vista o interesse dos profissionais em 
conseguir mais clientes.
As relações de concorrência e divulgação do trabalho profissional estarão presentes em todos os 
ramos de atuação citados anteriormente: escolas, academias, clubes, entre outros. Portanto, faz-se 
necessário entender como se dão essas relações e suas consequências éticas e morais.
O código constitui-se como um instrumento legitimador da profissão e se propõe a “[...] normatizar 
a articulação das dimensões técnica e social com a dimensão ética, de forma a garantir, no desempenho 
do profissional de educação física, a união de conhecimento científico e atitude [...]” (CONFEF, 2015).
 Lembrete
O código (BRASIL, 2015) foi baseado nas declarações universais de direitos 
humanos e da cultura, na Agenda 21 e na Carta Brasileira de Educação 
Física (2000). Em seu preâmbulo fica estabelecido que a educação física 
é uma atividade imprescindível para a promoção e preservação da saúde e 
da qualidade de vida.
Assim, já é possível estabelecer que a prática profissional deve ser pautada nos interesses do 
beneficiário, aquele que contrata o serviço, visando sempre ao seu bem-estar.
Farias (2017), ao refletir sobre ética e moral no exercício da profissão de educação física e, 
mais precisamente, nas estratégias relacionadas ao marketing, pergunta ao leitor como todos os 
preceitos éticos e morais relacionam-se com as estratégias de negócios na área, e responde com as 
seguintes palavras:
66
Unidade II
Levando em conta que as múltiplas possibilidades de negócios ligados à 
Educação Física, independentemente da área de intervenção profissional, são 
feitos “por pessoas, com pessoas e para pessoas”, podemos depreender 
daí que nossa especialidade e foco maior não são as prescrições, avaliações, 
medidas e programas construídos a partir de um conhecimento técnico 
estruturado, mas sim os sujeitos para os quais tudo isso é destinado e sem os 
quais nada faz sentido: AS PESSOAS. Somos definitivamente especialistas 
em gente e em promover melhorias nas vidas delas a partir de mudanças, 
orientadas e tecnicamente construídas, em seus hábitos, conceitos, atitudes 
e concepções da própria vida e, por isso, podemos afirmar que somos 
responsáveis diretos por seu patrimônio maior: a sua saúde (FARIAS, 2017, 
p. 123-124, grifo do autor).
Não à toa, constam no código como responsabilidades e deveres do profissional de educação física, 
no artigo 6º, “III – assegurar a seus beneficiários um serviço profissional seguro, competente e atualizado, 
prestado com o máximo de seu conhecimento, habilidade e experiência” (CONFEF, 2015).
Farias (2017) aponta que a dimensão ética da profissão não começa no ato da prescrição do exercício, 
mas sim na expectativa causada a partir daquilo que é apresentado ao aluno como possibilidade para 
sua vida, ou seja, das ações do marketing.
Antes Depois
Figura 17 – Representação do antes e depois de um emagrecimento
Disponível em: https://bit.ly/3Key5GK. Acesso em: 25 abr. 2022.
67
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Assim, é preciso refletir sobre os limites éticos dos negócios em educação física, corroborando com 
o inciso XV do artigo 6º do código, que versa sobre a necessidade do cumprimento dos preceitos éticos 
e legais da profissão.
Cardoso (2013) afirma que uma das estratégias mais utilizadas em anúncios publicitários para atrair 
a atenção do público-alvo é o uso de imagens e manipulações fotográficas; ainda que não haja nenhum 
tipo de manipulação na imagem em questão, exprime que “[...] a fotografia, em si, já é uma construção 
de sentido” (p. 135).
Figura 18 – Mulher realizando exercício físico
Disponível em: https://bit.ly/3xOlx6t. Acesso em: 25 abr. 2022.
Farias (2017) destaca que, para o cumprimento da ética nos negócios e relações de marketing, é 
preciso um sistema de valores bem claro e definido, visto que determinadas ações podem gerar um 
consumo alienado, ou seja, desconexo da verdade ou realidade daquele consumidor. O autor dá como 
exemplo o consumo relacionado à estética, normalmente associada com produtos “milagrosos”, que 
acabam não dando resultado nenhum ou pelo menos não o esperado pelo comprador. E acrescenta:
 
em relação à ética nos negócios [...] ainda temos um longo caminho a 
percorrer, pois infelizmente se promete muito mais do que se é capaz de 
entregar e se negligencia muito do que deveria se respeitar na relação 
de consumo com nossos clientes (FARIAS, 2017, p. 129).
68
Unidade II
A figura a seguir representa a situação tratada anteriormente. Trata-se de um cartaz na língua 
inglesa, com uma publicidade voltada ao emagrecimento, o qual é realizado sem dietas e sem exercícios, 
apenas com “solitárias engarrafadas”.
Figura 19 
Disponível em: https://bit.ly/3LidhPQ. Acesso em: 25 abr. 2022.
 Saiba mais
O filme Syrup, de 2013, narra as situações que são desencadeadas pelo 
marketing nada honesto na venda de um novo produto.SYRUP. Direção: Aram Rappaport. EUA: Lila 9th Productions, 2013. 90 min.
Outro aspecto associado a comportamentos éticos está relacionado com a concorrência entre os 
profissionais da área, que por diversas vezes revela atitudes desleais e imorais, mesmo com a explícita 
proibição de oferecer ou disputar serviços mediante concorrência desleal (CONFEF, 2015, art. 11).
No artigo 8º do código, fica claro que o relacionamento com os colegas de profissão deve se pautar 
nos princípios de consideração, apreço e solidariedade, ficando proibido aos profissionais:
69
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
I - fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras 
a colegas de profissão, ou a outros profissionais nos diversos espaços de 
atuação profissional;
II - aceitar encargo profissional em substituição a colega que dele tenha 
desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão, desde que 
permaneçam as mesmas condições originais;
III - apropriar-se de trabalho, iniciativa ou solução encontrados por terceiros, 
apresentando-os como próprios;
IV - provocar desentendimento com colega que venha o substituir no 
exercício profissional;
V - pactuar, em nome do espírito de solidariedade, com erro ou atos 
infringentes das normas éticas ou legais que regem a profissão (CONFEF, 2015).
 Saiba mais
O artigo indicado a seguir discute o conceito “cuidado de si” nas relações 
entre o profissional de educação física atuante como personal trainer e seu 
cliente/aluno.
BOSSLE, C. B. O personal trainer e o cuidado de si: uma perspectiva de 
mediação profissional. Movimento, v. 14, n. 1, p. 187-198, jan./abr. 2008. 
Disponível em: https://bit.ly/37I6JLO. Acesso em: 25 abr. 2022.
7.2 Academias de musculação: corpo, estética e desempenho
As academias de musculação e ginástica são há várias décadas referências de acesso aos serviços 
dos profissionais de educação física. Surgiram na década de 1980 como uma alternativa à prática de 
exercícios físicos para o cidadão comum. Foram inspiradas na estrutura de treinamento dos fisiculturistas 
e atletas de diversas modalidades.
As produções culturais de massa, tais como filmes, seriados, revistas e histórias em quadrinhos, 
passaram a difundir a imagem corporal de atletas supertreinados e que no imaginário social representavam 
heróis. Com a sedimentação das estruturas liberais capitalistas, o acesso ao corpo treinado, forte, magro 
ou musculoso passou a ser objetificado (ESTEVÃO; BAGRICHEVSKY, 2004).
O corpo tido como objeto de consumo passa por reflexões filosóficas complexas. Poderíamos ter 
um determinado corpo em vez de ser este corpo. A coisificação do corpo desconsidera os processos 
fisiológicos envolvendo os estímulos de sobrecarga de treinamento, as especificidades das adaptações 
70
Unidade II
biológicas, as demandas nutricionais para a construção de um corpo treinado através da síntese proteica, 
da oxidação de lipídeos e da construção de reservas energéticas, assim como o estabelecimento de vias 
bioquímicas para a liberação e consumo dessa energia (ESTEVÃO; BAGRICHEVSKY, 2004).
Diante de uma cultura de consumismo cada vez mais acentuada, associada a padrões alimentares 
pautados em dietas hipercalóricas com predileção pela praticidade dos produtos ultraprocessados, 
a sociedade contemporânea caminha no sentido crescente do sedentarismo e da obesidade, quadro 
bastante antagônico ao desejo de ter um corpo treinado, forte, magro e musculoso.
Aliciadas pela cultura do consumismo e dos resultados rápidos, as pessoas passaram a buscar um 
modelo ideal de corpo espelhado nos heróis e atletas amplamente apresentados na mídia. A inscrição 
em programas de treinamento nas academias de musculação cresceu de forma exponencial no final da 
década de 1980 e início da década de 1990, motivada pela cultura crescente do budy-building e por 
ícones do cinema que promoveram os milagres do treinamento físico, entre os quais podemos citar o 
ator Arnold Schwarzenegger, sete vezes Mister Olympia na década de 1970 e elevado à condição de 
ídolo dos fisiculturistas por sua atuação em filmes como Conan, o bárbaro e O exterminador do futuro 
(ANDREASSON; JOHANSSON, 2014).
Figura 20 – Foto de Arnold Schwarzenegger antes de defender o seu quinto título no Torneio Mundial 
de Fisiculturismo Profissional Mister Olympia em 1974
Disponível em: https://bit.ly/3vdrvMg. Acesso em: 25 abr. 2022.
71
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
 Saiba mais
Pumping iron (O homem dos músculos de aço) é um documentário de 
1977 sobre a preparação para a competição de fisiculturismo do Mr. Olympia 
de 1975. O filme mostra Arnold Schwarzenegger e seus concorrentes, Lou 
Ferrigno e Franco Columbu.
O documentário dirigido por Robert Fiore e George Butler é considerado 
uma das ações mais importantes para o crescimento exponencial das 
academias de musculação em todo o mundo. Foi baseado no livro de 
mesmo nome, que foi escrito por Charles Gaines e George Butler em 1974.
O filme foi relançado em 2003 para o 25º aniversário do original e possui 
cenas dos bastidores e entrevistas recentes com o elenco.
PUMPING iron. Direção: Robert Fiore; George Butler. EUA: California 
Filmes, 1977. 83 min.
O fato é que as pessoas passaram a consumir todos os produtos e serviços relacionados à construção 
do corpo ideal objetificado e passaram a ter a impressão de poder comprá-lo: cremes, aparelhos 
portáteis, gel redutor, aparelhos de eletroestimulação, esteiras residenciais, enzimas, ultrassom e toda 
a gama de procedimentos, cirurgias plásticas, próteses, ansiolíticos e remédios para emagrecimento e 
inúmeros tipos de estimulantes e esteroides anabolizantes (HANSEN; VAZ, 2006).
Na busca pelo corpo perfeito, milhões de pessoas prejudicaram sua saúde, desregulando seus 
sistemas endócrinos, causando reações adversas pelo uso indiscriminado de anabolizantes, tendo 
reações alérgicas e inflamatórias aos mais improváveis tipos de procedimentos estéticos e sofrendo 
mutilações irreversíveis diante da realização de milhões de cirurgias plásticas desnecessárias 
(HANSEN; VAZ, 2006).
Do ponto de vista da ética, cabe ao profissional de educação física educar os praticantes de exercícios 
físicos que buscam resultados estéticos a respeito dos riscos e ineficiência dos métodos rápidos para a 
obtenção de um corpo bonito. No capítulo III do código, no artigo 6º, que trata das responsabilidades 
e deveres do profissional, existem diversos parágrafos que destacam o dever e responsabilidade do 
profissional em oferecer um serviço seguro, com qualidade e eficiência amparadas pela constante 
formação acadêmica e científica e, sobretudo, que preserve a saúde e o bem-estar dos beneficiários 
(CONFEF, 2015).
Conforme foi acentuado, a função do profissional é oferecer um serviço de qualidade. No entanto, 
seduzidos pelas recompensas financeiras, muitos profissionais tornaram-se verdadeiros promotores 
dos produtos, serviços e fármacos que prometem um resultado rápido para a boa forma física. Nesse 
sentido, ferem a confiança dos beneficiários em diversos pontos: primeiro porque exercem funções 
72
Unidade II
às quais não estão aptos, tais como a indicação de suplementos nutricionais, estimulantes, moderadores 
de apetite e anabolizantes; segundo porque ferem a relação ao oferecerem produtos ou serviços que 
potencialmente podem colocar a saúde dos beneficiários em risco; e ainda há um terceiro ponto, que é 
vital destacar, porque os profissionais oferecem soluções ineficientes e ilusórias e depreciam o exercício 
regular da profissão, que é a prática de exercícios físicos sistematizados (HANSEN; VAZ, 2006).
Os próprios profissionais de educação física reforçam os valores imediatistas da obtenção de um 
corpo bonito, magro e musculoso ao aderirem e divulgarem abertamente que fazem uso de substâncias 
farmacológicas ergogênicas potencialmente lesivas à saúde para o aumento do desempenho. Vivem 
uma cultura dentro de um microcosmo social nas academias demusculação, em que ter um corpo 
“malhado”, definido e musculoso é uma questão de status. Essa prática confere retorno financeiro 
com a aquisição de mais alunos de treinamento personalizado (personal training), que, mesmo antes 
de saber a formação e experiência profissional do professor, levam em conta sua boa forma física como 
referência para a contratação dos serviços (HANSEN; VAZ, 2006).
Diante desse círculo vicioso, muitos professores usuários de fármacos ergogênicos prescrevem 
de forma totalmente antiética os mesmos fármacos que utilizam para seus alunos, desconsiderando 
o potencial risco à saúde deles. Os resultados em desempenho e estética corporal deixam o cliente 
bastante satisfeito, mas nem sempre são uma excelente prestação de serviços; com a interrupção do uso 
dos fármacos, geralmente esteroides anabolizantes, os resultados rapidamente desaparecem, levando 
o aluno a requisitar outro ciclo de drogas para a manutenção da sua aparência e desempenho. O uso 
continuado de fármacos aumenta a chance de reações adversas – no caso de esteroides, acne, calvície, 
ginecomastia, infertilidade, distúrbios psiquiátricos e câncer (SILVA; DANIELSKI; CZEPIELEWSKI, 2002).
Outra linha de fármacos são as substâncias estimulantes usadas como pré-treino, uma espécie de 
apoio motivacional bioquímico para garantir a disposição durante as sessões de treino. Os produtos 
usados como pré-treino geralmente são feitos à base de cafeína e/ou beta-alanina. A Anvisa proíbe 
a comercialização de produtos à base de estimulantes com efedrina. No entanto, é bastante comum 
conseguir esses produtos no mercado ilegal (FORTE et al., 2006).
Os pré-treinos à base de efedrina mascaram o estado de fadiga dos alunos, dando disposição para o 
treinamento em situações que o corpo, por estar extremamente fadigado, precisaria de descanso. Com 
isso, o corpo pode entrar em overtraining e sofrer uma grande sobrecarga cardíaca por causa dos efeitos 
das substâncias estimulantes, tais como arritmias, taquicardia, infarto agudo do miocárdio e até morte 
por mal súbito. Os estimulantes geram dependência psicológica e os fármacos à base de efedrina podem 
gerar dependência química e diversos efeitos colaterais neurológicos (FORTE et al., 2006).
Do ponto de vista ético, cabe ao profissional de educação física defender e dignificar o bom nome 
da profissão. Quando um profissional age de forma leviana e coloca em risco a saúde, a integridade 
física e a dignidade de seu beneficiário, ele não coloca em risco apenas a sua credibilidade, mas também 
desqualifica e reforça um estigma para toda a profissão.
73
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
 Observação
Os professores de educação física devem zelar por conduta irrepreensível 
em respeito à construção de uma condição moral imaculada para si mesmo 
e para seus pares.
7.2.1 A conduta profissional e os relacionamentos socioafetivos nas 
academias de musculação
Na conjuntura social contemporânea, os espaços de convivência e socialização mudaram sua 
fisionomia. Até a década de 1990, o clube recreativo ainda era uma referência de espaço de socialização 
e encontros socioafetivos no estilo de vida das cidades contemporâneas (CAPI; MARCELLINO, 2009).
Nos clubes os pais deixavam as crianças e os jovens exercendo atividades extracurriculares, tais 
como treinamento esportivo, jogos e atividades recreativas. Era um local seguro, fechado, e as atividades 
estavam sempre sob alguma supervisão. Os adultos também se reuniam nos clubes para fazer aulas 
de ginástica, condicionamento físico, jogar futebol, cartas, bocha, além de outras atividades. As festas 
e bailes sempre foram atrações especiais dentro da programação de eventos sociais dos clubes (CAPI; 
MARCELLINO, 2009).
Os clubes sempre foram um excelente mercado de trabalho para os profissionais de educação física, 
mesmo antes da profissionalização em 1998. No entanto, nas últimas décadas os clubes sociais perderam 
força e a quantidade de associados vem caindo drasticamente. As pessoas da classe média e as mais 
ricas têm optado por viver em condomínios fechados com área de lazer completa. Assim, as estruturas 
de quadras, campos, piscina, sala de jogos e salão de festas estão disponíveis nos ambientes domiciliares 
(CAPI; MARCELLINO, 2009).
Com a decadência do modelo de associação clubista, houve o crescimento das academias de 
musculação e ginástica como instituição prestadora de serviços de condicionamento físico e também 
como opção de local de lazer, convívio e relacionamento (MARCELLINO, 2003).
A maioria dos alunos relatam que as academias são importantes para fazer amizades, organizar 
eventos sociais e confraternizações e até favorecem o início de relacionamentos afetivos. O público 
adulto jovem frequentador das academias desenvolve intensa vida social em torno dos colegas e amigos. 
Nos grandes centros urbanos, é comum que as academias estejam lotadas no horário de maior trânsito, 
assim os alunos aproveitam melhor o tempo antes de irem para casa em um horário com menor 
trânsito (MARCELLINO, 2003).
No artigo 6º do código, que trata das responsabilidades e deveres do profissional, o parágrafo XIX 
afirma ser sua responsabilidade respeitar e fazer respeitar o ambiente de trabalho. Diante disso, cabe 
lembrar que muitos profissionais acabam por se envolver no clima descontraído da academia e passam a 
entender o espaço como sua oportunidade de lazer e relacionamentos. O professor nunca deve deixar de 
74
Unidade II
lado sua postura profissional diante dos alunos da academia. É desejável que participe das conversas 
de forma descontraída e que esteja presente nos eventos para os quais for convidado. No entanto, 
sempre deve manter postura ética, evitando excessos e abusos (CONFEF, 2015).
No quesito relacionamento, o profissional deve ser muito cauteloso. Não é vedado que ele tenha um 
relacionamento afetivo com algum aluno ou aluna. No entanto, não é ético que ele se aproveite de sua 
posição de professor para se aproximar das pessoas. Um professor muito “namorador” traz problemas 
para a academia, gera conflitos, desistência de matrículas e muita repercussão negativa.
7.3 Escolas: compromisso profissional e banalização das aulas
O profissional licenciado em educação física é o que terá formação para atuar em escolas da educação 
básica, com a educação física como componente curricular.
Figura 21 – Quadra poliesportiva escolar
Disponível em: https://bit.ly/3ELbbpe. Acesso em: 25 abr. 2022.
Apesar da distinção entre formações de bacharel e licenciado, o código de ética é disposto e válido 
para as duas áreas de graduação; assim, não há um código específico para a atuação no ambiente 
escolar, a qual será pautada nos mesmos princípios já apresentados no decorrer deste livro-texto.
 Lembrete
O curso de educação física possui duas formações distintas: licenciatura 
e bacharelado. Essa divisão ocorreu após a publicação das diretrizes 
nacionais para formação das licenciaturas, pelo Conselho Nacional de 
Educação, em 2002.
75
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
É importante frisar que mesmo o profissional licenciado deve ter seu registro no conselho regional de 
educação física da região em que irá atuar, ficando submetido ao cumprimento das normas e princípios 
contidos no código de ética da profissão.
 
Esses códigos normativos, particulares a cada profissão, devem guiar o 
profissional desde a sua formação acadêmica e permanecer durante toda a 
sua vida profissional, já que toda ação profissional se dá no âmbito da sociedade, 
tendo assim a ação profissional uma perspectiva social. Particularmente a 
profissão docente está completamente implicada com outros sujeitos em sua 
formação como cidadãos, portanto a educação escolar se dá por intermédio 
de relações sociais (MONTENEGRO; MONTENEGRO, 2004, p. 250).
Pode-se dizer, então, que quando falamos sobre ética no contexto da educação física escolar, 
estamos falando sobre o comportamento e conduta do professor, como suaassiduidade, cumprimento 
das atividades, entre outros (LEME; VAROTO, 2013).
É importante lembrar que ética não se resume a uma sequência de comportamentos aceitáveis 
socialmente ou considerados moralmente corretos, mas sim que é uma ciência de costumes 
regulamentadores sobre o agir humano alusivo ao que é permitido ou proibido (CAMINHA, 2004).
São diversos os documentos que norteiam o trabalho do professor, como a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional, Lei n. 9394 (BRASIL, 1996), conhecida como LDB, as diversas diretrizes 
curriculares, os parâmetros curriculares nacionais (PCN) e, mais recentemente, foi criada a Base 
Nacional Comum Curricular, sendo definida como “[...] um documento de caráter normativo que 
define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos 
devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica [...]” (BRASIL, 2018, p. 7, 
grifo do autor).
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica, publicadas em 2013, os princípios 
éticos são essenciais em todas as fases de aprendizado, da educação infantil ao ensino superior, pois 
acredita-se que somente por meio de princípios políticos, éticos e estéticos é que a educação integral 
do ser humano será garantida (BRASIL, 2013).
Para ensinar por meio de princípios éticos, é necessário que os professores tenham um 
posicionamento ético em suas responsabilidades laborais, ou seja, que cumpram com aquilo que é 
esperado e normatizado para sua disciplina.
Os documentos governamentais prestam orientação para as aulas, apresentam um conteúdo 
coerente para ser desenvolvido, indicam quais habilidades são esperadas que os alunos aprendam, 
porém não impossibilitam o livre-arbítrio do professor para que prepare sua aula (LEME; VAROTO, 2013).
Dessa forma, falar em princípios éticos na atuação do profissional de educação física escolar é pensar 
em sua atuação pautada nos princípios que norteiam a educação, o processo de ensino-aprendizagem, 
mas é também uma atuação baseada no respeito, na tolerância, na liberdade e em princípios morais. 
76
Unidade II
Leme e Varoto (2013, p. 137) afirmam que “o professor que se resume em ensinar a decorar informações 
destrói o diálogo, não compreende seus alunos e nem é compreendido, não se faz disponível e se 
ausenta da ética para com a educação”.
 Saiba mais
O filme Coach Carter (Treinador Carter) conta a história de um 
professor que é treinador do time de basquete de uma escola com diversos 
problemas estruturais e sociais. O treinador utiliza a disciplina para mudar o 
comportamento dos jovens que estão acostumados à desordem e não têm 
grandes perspectivas para a vida.
COACH Carter. Direção: Thomas Carter. EUA: Paramount Pictures, 
2005. 136 min.
Nesse mesmo sentido, Montenegro e Montenegro (2004) acreditam que um processo de formação 
deve ser muito mais do que a simples transmissão de conhecimentos; deve se pautar na orientação dos 
sujeitos na direção de saber utilizá-los a partir da noção de responsabilidade em relação aos outros.
Em estudo de campo realizado por Farias et al. (2012) com professores da educação básica sobre as 
competências necessárias para atuação profissional em educação física escolar, os autores mencionam 
que não foram citados de maneira expressiva pelos entrevistados a ética e os valores como uma 
competência necessária para a atuação. Isso nos faz refletir sobre a importância do entendimento das 
questões morais e éticas que permeiam a prática profissional no campo escolar.
8 EQUIPES ESPORTIVAS: REGRAS, RESPEITO E VIOLÊNCIA
8.1 A regulamentação do esporte, o fair play e a ética do gentleman
O esporte surgiu de um complexo processo de regulamentação de jogos esportivos vulgares e 
violentos que eram praticados pela população em geral e por alunos de escolas aristocráticas inglesas 
no século XIX. Nessas escolas, a violência dos jogos não era tolerada. Após um período de proibição 
malsucedido, foram implantadas assembleias entre os alunos, professores e dirigentes com o intuito de 
organizar regras que formatassem os jogos de modo mais civilizado, evitando tanto lesões corporais que 
ferissem a dignidade dos participantes quanto invasões e vandalismos cometidos pelos alunos durante 
os jogos (GONZÁLEZ, 1993).
O processo de regulamentação instrumentalizou o esporte como uma ferramenta de educação 
das escolas britânicas, permitindo que, além de uma atividade desenvolvida com intuito de lazer no 
período de tempo livre, houvesse o aprendizado de valores oportunos para a formação do cidadão inglês 
do século XIX. Os valores que permearam a regulamentação do esporte foram liderança, eficiência, 
77
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
organização estratégica, trabalho em equipe e o cavalheirismo do gentleman inglês, que passou a ser 
conhecido no meio esportivo como jogo limpo ou fair play (GONZÁLEZ, 1993).
A conduta ética do cavalheiro inglês foi absorvida no conceito de fair play ao ponto de o jogador 
sempre autoacusar suas faltas, respeitar o adversário, o árbitro e a torcida. Imbuído dessa conduta 
nobre, o esportista jamais tomaria proveito de situação vantajosa, a qual não fosse conquistada por seu 
mérito, como uma vantagem obtida por causa de uma lesão do adversário; nesses casos, o esportista 
detentor da vantagem voluntariamente paralisaria o jogo para que o adversário fosse atendido e se 
recompusesse (GONZÁLEZ, 1993).
Esse foi o argumento para a defesa de uma postura bastante elitista e segregativa no esporte. As 
associações esportivas e o Comitê Olímpico Internacional defendiam o amadorismo no esporte, pois 
acreditavam que sua mercantilização e popularização trariam praticantes menos esclarecidos e menos 
educados, que, na ânsia pela disputa esportiva, certamente usariam de postura exageradamente violenta 
para a obtenção do resultado e do prêmio (GONZÁLEZ, 1993).
De acordo com Elias e Dunning (1992), a regulamentação e o cumprimento das regras coibindo 
a violência estão diretamente relacionados ao nível de desenvolvimento do processo civilizatório de 
determinada sociedade. Assim, a definição de leis, o desenvolvimento educacional da população e o 
modelo de organização social com governos representativos favorecem um ambiente pleno para coibir 
a violência.
Diante dessa gênese esportiva associada à ética inglesa do cavalheirismo, o esporte se desenvolveu 
com base nesses valores, e suas regras foram estabelecidas visando manter o espírito de camaradagem 
e amizade da disputa esportiva saudável.
8.2 O movimento mundial do fair play no esporte
A partir da segunda metade do século XX, o comportamento dos atletas e pessoas que participavam 
do esporte direta ou indiretamente passou a ser uma grande preocupação das autoridades. A crescente 
preocupação exacerbada com o resultado esportivo e o crescimento da mercantilização do esporte 
fizeram com que em 1963 a Unesco, a Associação Internacional de Imprensa Esportiva e o Conselho 
Internacional de Esporte e Educação Física organizassem um encontro para discutir a violência e os 
abusos cometidos durante a prática esportiva (SANTOS, 2005).
Nesse evento foram criados troféus internacionais de fair play, que seriam entregues aos desportistas 
que demonstrassem atitudes com alto grau de espírito esportivo no decorrer das competições oficiais. 
Foi criado o Comitê Internacional para o Fair Play em 1975 sob a chancela da Unesco (SANTOS, 2005).
O Comitê Internacional de Fair Play, o Comitê Olímpico Internacional e outros organismos 
internacionais criaram uma comissão especial e publicaram, em 1975, o seguinte documento com as 
orientações a respeito do fair play (SANTOS, 2005):
78
Unidade II
• o esportista deve zelar e observar as regras do esporte;
• por trás das regras oficiais existem regras implícitas que norteiam a intenção correta e leal dos 
atletas envolvidos;
• o espírito do fair play será reconhecido pelas ações de:
— não questionamento das decisões dos árbitros, a não ser queo regulamento do esporte 
o permita;
— jogar para vencer deve ser o primeiro objetivo;
— honestidade, correção e lealdade, mesmo quando os adversários não jogam de forma justa;
— respeito aos colegas de sua própria equipe;
— respeito aos árbitros por meio da atitude positiva, tentando colaborar com ele sempre;
— o fair play exige modéstia na vitória e elegância na derrota, assim como generosidade na 
criação de relações humanas verdadeiras pautadas na amizade;
— o fair play é responsabilidade de todos os participantes da competição esportiva: atletas, 
treinadores, árbitros, espectadores e todas as pessoas envolvidas.
Em 1979, foi criado no Canadá um organismo governamental chamado la Régie de la securité 
dans les sports du Quebéc (RSSQ – Autoridade de Segurança Esportiva de Quebec), cujo objetivo era 
zelar pela segurança dos praticantes de esportes. Em 1984, a RSSQ organizou grande campanha de 
educação e criação de valores éticos para a prática do esporte, no caso, hóquei; o intuito era promover 
valores sociais mais solidários e pautados no espírito esportivo. Esse movimento redigiu uma carta que é 
amplamente divulgada mundialmente e serve de referência para programas de sensibilização de atletas, 
árbitros e dirigentes (SANTOS, 2005).
A “Carta sobre o Espírito Desportivo” da RSSQ, escrita em 1984, compreendia cinco elementos básicos 
a serem observados na prática dos esportes (SANTOS, 2005):
• respeitar os regulamentos;
• respeitar os árbitros e aceitar as suas decisões;
• respeitar os adversários;
• demonstrar preocupação com a igualdade de oportunidades entre os competidores;
• manter permanentemente a sua própria dignidade.
79
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Hoje o fair play é um grande desafio para o esporte contemporâneo. Além de questões relacionadas 
à hipercompetitividade e violência, a ética esportiva debruça-se de forma intensa na questão do doping, 
ou seja, no uso de substâncias e métodos ilícitos para a obtenção de vantagem na competição esportiva. 
Essa prática está atualmente muito disseminada no meio dos atletas e é muito difícil determinar aqueles 
que competem “limpos”, uma vez que novas drogas surgem em uma velocidade superior à capacidade 
de testagem antidoping. Mesmo assim, a Agência Mundial Antidoping (WADA) tem feito grande êxito 
na identificação de atletas e até delegações inteiras envolvidas em escândalos com doping (RUFINO 
et al., 2005).
8.3 A intervenção do profissional de educação física e os valores do fair play
Cabe ao profissional de educação física que irá trabalhar com equipes esportivas preservar essa 
essência do jogo limpo. Deve partir do professor o exemplo para acalmar os ânimos, para cumprir e 
fazer cumprir as regras da modalidade e as práticas de boas maneiras perante adversários, árbitros 
e espectadores (BENTO, 2004).
É pesaroso acreditar que muitas vezes são os próprios professores que ensinam como o atleta pode 
ser dissimulado para enganar a arbitragem, como usar a violência para coibir a ação do adversário, 
cometendo faltas duras como fator de intimidação, ou ainda ensinam provocações discretas que visam 
desequilibrar o estado emocional do adversário. Todas essas atitudes antiéticas são denominadas 
“malandragem” ou “malícia” e chegam a ser valorizadas em alguns ambientes. No entanto, representam 
atitudes antidesportivas e sinal de falta de educação e desenvolvimento do jogo limpo ou fair play (DE 
ROSE JÚNIOR, 2002).
Do ponto de vista ético e educacional, o profissional de educação física que trabalha com equipes 
esportivas, sobretudo com crianças e jovens, deve priorizar a disputa esportiva como oportunidade 
de avaliação e desenvolvimento. O processo, a aplicação dos conhecimentos adquiridos e a conduta 
diante do estresse competitivo são fatores importantes de amadurecimento para o esporte e para a vida 
cotidiana. Dessa forma, o resultado esportivo é apenas consequência do processo de preparação e do 
estado de prontidão para o embate esportivo (MARQUES, 2004).
O professor deve ensinar que o adversário é seu oponente, mas não é seu inimigo. Ele tem uma 
história semelhante de dedicação e comprometimento. O jovem deve ser encorajado a ter um sentimento 
cordial e de gratidão pelo fato de o oponente se dispor a enfrentá-lo, oferecendo oportunidade de 
avaliar seu desempenho, corrigir suas falhas e vivenciar seus êxitos (MARQUES, 2004).
O esporte possui uma neutralidade interna por se tratar de um fenômeno social e se molda à 
adequação que lhe for dada, por isso sua tendência educativa depende da postura educativa do professor 
que conduz as atividades de treinamento. É uma atividade que pode fomentar valores edificantes, tais 
como a formação do caráter, o respeito a regras sociais, honestidade, lealdade e companheirismo. No 
entanto, pode fomentar a trapaça, a desonestidade, a dissimulação e o uso da violência. Tudo depende 
da condução que é promovida. Por esse motivo, a formação do profissional de educação física deve ter 
preocupação ética atenta e profunda (BENTO, 2004).
80
Unidade II
Na ação pedagógica, o esporte pode contestar e reformular valores sociais injustos da sociedade 
capitalista liberal, desenvolvendo o trabalho em equipe e a inclusão de pessoas menos habilidosas no 
grupo, favorecendo a oportunidade de participação, solidariedade e senso de cooperação. Tais ações 
criam um ambiente de aprendizado mútuo e troca de experiências a todos indistintamente (DE ROSE 
JÚNIOR, 2002).
Todavia, diante de uma supervisão desleixada, ou pior, viciada, o esporte pode reforçar as piores 
qualidades da sociedade capitalista, tais como a hipercompetitividade, a seletividade, a exclusão dos 
menos habilidosos, a concentração dos esforços no resultado esportivo, bem como o uso de violência e 
deslealdade para a obtenção de resultados (DE ROSE JÚNIOR, 2002).
 Resumo
Nesta unidade, estudamos o código de ética dos profissionais de 
educação física, documento imprescindível para uma prática voltada aos 
elementos éticos e morais dentro da profissão.
Foi possível notar que, mesmo a educação física sendo uma profissão 
bastante antiga, sua regulamentação só ocorreu em 1998, após a criação 
do referido código.
É importante compreender que todas as profissões devem pautar-se 
em conhecimentos técnicos e específicos de cada uma, bem como em 
comportamentos que sejam consonantes com os códigos de ética.
Outro fator abordado foi a possibilidade de trabalho do profissional 
de educação física em equipes multidisciplinares, apontando que 
algumas práticas vão ao encontro de outras profissões da área da saúde. 
Nesse sentido, é essencial que cada profissional saiba a real aplicação e 
função que irá desempenhar, para que não avance em áreas que não são 
destinadas a sua formação.
Em seguida, para promover a reflexão sobre os desdobramentos éticos 
que podem ocorrer nas relações profissionais, foram acentuados alguns 
casos específicos.
A primeira situação mostrada foi relacionada ao marketing. Muitos 
autores acreditam que o trabalho do profissional da saúde, em especial do 
profissional de educação física, não começa na prática em si, mas sim na 
venda do seu “produto”. E o que é vendido? Saúde? Boa forma? Estética? São 
muitos os espaços em que podem se inserir os profissionais do movimento, 
mas sempre lembrando que se deve manter um marketing honesto, sem os 
ditos “produtos milagrosos”.
81
ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
A segunda situação trouxe uma reflexão sobre as concepções de corpo, 
saúde e estética nas academias de musculação e o papel do profissional 
nesses casos. Problemas como objetificação do corpo e busca da estética a 
qualquer custo foram ressaltados nesta unidade.
Já a terceira situação voltou-se para o esporte e suas relações com 
a violência e o fair play, que pode ser entendido como jogo limpo. 
É necessário que o profissional de educação física sempre se posicione 
a favor da honestidade nas práticas corporais, sejam elas esportivas ounão, competitivas ou não.
A quarta e última situação destacou problemas como a banalização da 
educação física em um contexto escolar. São vários os documentos, leis e 
diretrizes que direcionam o trabalho do professor em sala de aula, porém 
até que ponto isso realmente é respeitado e seguido? O professor possui 
sua liberdade na criação de aulas e metodologias que sejam efetivas para 
o ensino de seus objetos de conhecimento, porém, por diversas vezes, ele 
abusa dessa liberdade e não cumpre com o que é esperado.
82
Unidade II
 Exercícios
Questão 1. Vimos, neste livro-texto, que a construção do código de ética para a profissão de 
educação física desenvolveu-se com base em estudos de um grupo de profissionais e em resposta às 
demandas específicas dos profissionais de educação física brasileiros. Esses estudos indicaram pontos 
de referência deontológica de reflexão e de embasamento para a formulação do código de ética dos 
profissionais de educação física vinculados ao Conselho Federal de Educação Física (Confef) via seus 
conselhos regionais (CONFEF/CREF, 2000).
Em relação aos pontos de referência mencionados, avalie as afirmativas.
I – O profissional de educação física vinculado mediante registro de habilitação profissional ao 
sistema Confef/Crefs precisa que o código de ética para a profissão de educação física seja diretor de 
sua conduta profissional, a fim de que atue como agente de intervenção social, assumindo compromisso 
ético na prestação do melhor serviço à sociedade, sempre dando prioridade aos interesses corporativistas.
II – O código de ética para a profissão de educação física define esse profissional no âmbito do 
exercício físico como destinatário das normatizações e como beneficiário das intervenções profissionais 
às pessoas, aos grupos e às associações contratantes dos serviços, dispensando, assim, o papel regulador 
do Confef/Cref.
III – O embasamento deontológico do código de ética para a profissão de educação física pauta-se 
por questões filosóficas, científicas e educacionais que se tornam complementares ao código a partir 
da constatação de comportamento moral, tendo como referência um princípio ético que possa ser 
particularizado e individualizado.
Assinale a alternativa correta.
A) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
B) Apenas a afirmativa I é correta.
C) Apenas a afirmativa II é correta.
D) Apenas a afirmativa III é correta.
E) Nenhuma afirmativa é correta.
Resposta correta: alternativa E.
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ÉTICA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o profissional de educação física vinculado mediante registro de habilitação profissional 
ao sistema Confef/Crefs precisa que o código de ética para a profissão de educação física seja diretor de 
sua conduta profissional, a fim de que atue como agente de intervenção social, assumindo compromisso 
ético na prestação do melhor serviço à sociedade, independentemente de interesses corporativistas.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o código de ética para a profissão de educação física define esse profissional no 
âmbito do exercício físico como destinatário das normatizações e como beneficiário das intervenções 
profissionais às pessoas, aos grupos e às associações contratantes dos serviços, sendo o Confef/Cref o 
regulador das relações.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o embasamento deontológico do código de ética para a profissão de educação física 
pauta-se por questões filosóficas, científicas e educacionais que se tornam complementares ao código 
a partir da constatação de comportamento moral, tendo como referência um princípio ético que possa 
ser generalizável e universalizado.
Questão 2. Em relação ao chamado movimento mundial do fair play no esporte, avalie as afirmativas 
a seguir.
I – Mesmo que o regulamento do esporte não permita, segundo o fair play, o esportista deve 
questionar todas as decisões tomadas pelos árbitros.
II – Se o adversário não jogar de forma justa, o fair play afirma que o esportista tem o direito de agir 
sem considerar os princípios de honestidade, correção e lealdade.
III – O fair play demanda modéstia na vitória, elegância na derrota e generosidade na criação de 
relações humanas consistentes, pautadas pela amizade.
É correto o que se afirma apenas em:
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e III.
E) II e III.
Resposta correta: alternativa C.
84
Unidade II
Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: uma das ações de reconhecimento do espírito do fair play é o não questionamento das 
decisões dos árbitros, a não ser que o regulamento do esporte o permita.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: uma das ações de reconhecimento do espírito do fair play é agir com honestidade, 
correção e lealdade, mesmo se os adversários não jogarem de forma justa.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: o fair play requer modéstia na vitória e elegância na derrota, além de generosidade no 
estabelecimento de relações humanas verdadeiras, pautadas na amizade.
85
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