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Glomerulopatias Endotélio glomerular frenestrado – membrana basal glomerular – podócitos – mesângio = barreia de filtração. Proteinúria = marcador de doença glomerular / Hematúria = indica doença proliferativa (+ inflamatória). SÍNDROME NEFRÍTICA: curso agudo, proliferativa (hipercelularidade) - HEMATÚRIA micro/macroscópica, cilindros hemáticos, hemácias dismórficas – urina escura sem coágulo; - Edema, HAS, oligúria, piúria, proteína subnefrótica (<3,5g/dia). · Lesão glomerular = membrana lesada (passagem de proteínas, hemácias e leucócitos) – TGF reduzida (aumento das escorias nitrogenadas) – retenção de sódio e água – oligúria, edema, HAS e anemia por hemodiluição. Etiologia Peculiaridades Mecanismo Diagnóstico Tratamento GLOMERULONEFRITE PÓS-ESTREPTOCÓCCICA OU DIFUSA AGUDA - AUTOLIMITADA (2-4 semanas): C3 normaliza em até 8 semanas. Proteinúria e hematúria discreta demora meses para cessar. Oligúria já melhora com 48h-72h - Causa mais comum em crianças; - 7-14 dias após faringite e 10-14 dias após impetigo; - Pode ter leucocitúria estéril, hematúria macroscópica, sintomas urêmicos. Infecção prévia por estreptococo do grupo A de cepa nefritogênica – formação de anticorpos = reação cruzada, onde os anticorpos atacam o glomérulo. - Glomerulonefrite proliferativa (hipercelularidade) difusa (endo ou exocapilar) – microscopia óptica - com células INFLAMATÓRIAS. - ASLO e anti-DNAase; - C3 diminuído (ele acaba sendo depositado nos capilares); - Deposição IgG, IgM e C3 nos capilares na – imunoflorescência. - Restrição hidrossalina; - Diuréticos de alça – furosemida · Crianças: 1-2 mg/kg de peso corporal, máximo de 40 mg/dia. - Hipotensores se mesmo assim não houver melhora da hipervolemia. - É recomendado uso de ATB apenas se a criança for portadora assintomática da bactéria, uma vez que ele não trata a GNDA – amoxacilina, penicilina, cefalosporinas. Penicilina 50.000 UI em crianças???? NEFROPATIA POR IGA OU DOENÇA DE BERGER Hematúria de evolução mais insidiosa, vai e volta, isolada é a clínica principal. --- ADULTO - Ocorre ao mesmo ou poucos dias tem que uma IVAS; - Recorrente, curso crônico - O curso clínico é variável, paciente pode ter a purpura de Henoch-Schonlein, hematúria macroscópica recorrente, alterações urinárias assintomáticas, proteína nefrótica e perda crônica da função renal. - Deposição de imunocomplexos de IgA no mesângio. - Glomerulonefrite proliferativa mesangial difusa ou focal. - IgA elevada e - NÃO CONSUME COMPLEMENTO Para questão de prognóstico se avaliar a proteinúria do paciente!!!! - Medidas gerais: restrição de sódio e proteína. - IECA ou BRA para todos – PTU <0,5 a 1g/dia PA < 130/80 mmHg + ISGLT2 (reduzir a proteinúria) - Quando a PTU tiver >1g, associa corticoide por 4-6 meses; NÃO SUPRIMIR – PTU <1G, TFG < 30, FIBROSE OU ATROFIA TUBULAR >50%. ---- CRESCENTE OU PACIENTES COM TENDÊNCIA À PIORA = CORTICOIDE NEFRÍTICA LÚPICA - Nefrítica, nefrótica ou glomerulonefrite rapidamente progressiva; - Mulher jovem. - Manifestações clínicas do LES (rash malar, úlceras orais, artrite, fotossensibilidade, pleurite/pericardite, etc). Obs: a paciente pode ter uma classe V sobreposta a III ou IV, levando a proteinúria >3g/dia As formas proliferativas é que em geral cursam com nefrítica (III e IV) - C3 e C4 diminuído; - Fator antinúcleo (FAN), anti-DNA. - Fase de indução e após manutenção por no mínimo 2 anos; GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIA (GNMP) - Hepatite C e esquistossomose – em geral é secundária. Tipo I = HEPATITE C com crioglulinas circulantes (imunocomplexos). Duplo contorno da membrana – ela está proliferando. - PTU elevada – pode até confundir com nefrótica. CONSUMO DE C3/C4 NA TIPO I - Antiproteinúricos; - Controle pressórico; Se GNRP = CORTICOIDE. SE FOR ASSOCIADA A HEPATITE C = TRATA ELA. ISGLT2 – inibidor do co-transportador de sódio-glicose no túbulo contorcido proximal – Na e nem glicose são reabsorvidos – quando o Na chega no túbulo distal a macula densa capta isso – leve vasoconstrição da arteríola aferente – diminuição da pressão intraglomerular = menos extravasamento de proteinúria. · Ciclofosfamida (2mg/kg/dia via oral); · Apenas em caso de NIgA crescêntica com deterioração rápida da função renal??? SÍNDROME NEFRÓTICA = MUITA PROTEINÚRIA (>3,5g) ---- tem menos inflamação e de característica insidiosa (vai ser um diagnóstico ambulatorial, ou seja, o paciente vai tá bem). NÃO TEM CONSUMO DE COMPLEMENTO. · Edema generalizado, hipoalbuminemia, dislipidemia e lipidúria; · Crianças: >50mg/kg/dia; · Urina espumosa – indicativo de proteinúria; · Principais complicações: tudo começa com o aumento da permeabilidade da barreira de filtração do glomérulo, com perda de proteínas na urina. · Aumento do risco de infecção – perde imunoglobulinas na urina; · Deficiência de minerais e vitaminas – perda das proteínas que carreiam os hormônios, vitaminas e minerais; · Dislipidemia – quando ocorre albuminúria intensa – o fígado na tentativa de compensar essa perda, sintetiza proteínas, só que não é seletivo, levando ao aumento da síntese de lipoproteínas. · Desnutrição proteica – devido a perda intensa, ocorre aumento do catabolismo muscular – perda de massa muscular (QUANDO MAIS PROTEÍNA, MAIOR SERÁ A PERDA); · Hipocalcemia – a albumina é quem transporta o cálcio, quando ela não está, e acaba sendo excretado em vez de ser reabsorvido; · Risco tromboembólico – perda de antitrombina III, associado a isso o aumento na síntese hepática produz mais fatores pró-coagulantes (COAGULANTES +++ vs anticoagulante). Além disso, o paciente em geral vai ter uma estase venosa (pouco líquido dentro do vaso, está tudo no interstício), redução da mobilidade – tríade de virchow; · Glomerulonefrite membranosa a principal causadora. · Edema e anasarca – com a diminuição da albumina, ocorre redução da pressão oncótica, com extravasamento de líquido para interstício. Aí o volume dentro do vaso está reduzido = aumento de ADH (retenção hídrica) e ativa SRAA (retenção hidrossalina). TRATAMENTO NÃO IMUNOSSUPRESSOR: - A furosemida é um bom diurético, no entanto, se houver albumina muito baixa, ela não vai conseguir exercer seu efeito tão bem, aí nesse caso tem aumentar a dose ou fazer EV. Exceto em crianças os IECA/BRA. Etiologia Peculiaridades Mecanismo Diagnóstico Tratamento DOENÇA DE LESÃO MINÍMA - Principal causa em crianças. - RESPONDE MUITO BEM AO CORTICOIDE. - Em geral a função renal preservada; - Pode ser idiopática ou secundária a AINHS, lítio, alérgenos, imunizações, doença de Hodgkin, micose fungoide; - 30% pode ter hematúria microscópica, sem cilindros hemáticos ou dismorfismo hemático. - Idiopática; não proliferativa Fusão dos processos podocitárias (apagamento / retos) = perda da carga negativa da barreia = PTU elevada seletiva (albumina). - Crianças com síndrome nefrótica clássica não se faz biópsia renal (80% dos casos é doença de lesão mínima) – indica quando for corticodepentes, corticorresistentes, >8 anos ou com perda da função renal. Em adultos, se faz a biópsia renal quando o quadro. Começa empírico, sem biópsia prévia em crianças. Medidas de suporte + corticoterapia. GLOMERULOESCRELOSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) - 20-40 anos (adultos) - Metade dos pacientes irão evoluir para DRCt em 5-10 anos. ESCLEROSE = ENDURECIMENTO DE UM TECIDO. - Proteinúria variável e não seletiva (clássica é em níveis nefróticos); hematúria em 30% dos casos; pode ter alguma alteração na PA. - Primária: idiopática (maioria) / Secundária: fatores que levam a sobrecarga glomerular ao longo de anos (agenesia renal unilateral, baixo peso ao nascer, nefropatia de refluxo vesicoureteral, obesidade e anemia falciforme, etc). - Afeta os podócitos; - Forma colapsante – quando associado ao HIV; - Esclerose segmentar e focal, com aumento de matriz extracelular. - Biópsia renal Primária = tratamento imunossupressor somente quando o paciente tiver a síndrome nefrótica clássica. Prednisona 1 mg/kg/dia (máximo de 80 mg/dia)por 12- 16 semanas. Se não respondeu ou ficou dependente, pode associar a: · Ciclosporina 3 a 5 mg/ kg/dia, por via oral, de 12/12 h. Secundária = redução da sobrecarga glomerular – restrição de sódio e proteína, antiproteinúricos. Causa base. NEFROPATIA MEMBRANOSA - >40 anos, homens. - AINHS, Hepatite B, tumor, LES (nefrite lúpica classe 5). - PTU ELEVADA; - Sem hematúria; 1/3 remissão espontânea, 1/3 evolui para DRC, 1/3 PTU e função renal estável. Na primária, tem o anticorpo anti-receptor da fosfolipase A2 nos podócitos (anti-PLA2R) – deposição de imunocomplexos subendotelial (abaixo dos podócitos) = desestruturação dos podócitos. - Altos níveis de anti-PLA2R; - Biópsia renal. Paciente assintomático, proteinúria <4g/dia, função renal preservada e anti-PLA2R <50 = sem imunossupressão · IECA/BRA; · Monitorar função renal e PTU a cada 3 meses; · Diuréticos. Quando PTU >4 -8, assintomático, função renal normal ou pouco alterada, anti-PLA2R >150 = sem imunossupressão de início: · Observar 3-6 meses; · Sem remissão = imunossupressão (ciclofosfamida associada à prednisona por 6 meses) Quando sintomático ou PTU >8 = faz o não imunossupressor + imunossupressor. Imunossupressão na Doença de Lesão Mínimas: · Prednisona 1 a 2mg/kg/dia por 8-12 semanas (adulto) e 4-6 semanas (criança?); · Remissão completa ocorre quando a PTU < 0,5g/24h --- 95% dos casos em crianças; · Quando não houver remissão ou tiver recidivas, associa outro imunossupressor: ciclosporina, tacrolimo, microfenolato, etc.
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